Buscar

Planejamento Estratégico e Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 4 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
Profª Patricia Carla Ferreira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
O planejamento estratégico tem sido adotado por muitas instituições de 
ensino, pois, por meio dele, é possível que a instituição projete o futuro, 
estabelecendo objetivos e definindo estratégias que facilitem o enfrentamento das 
questões desafiadoras apresentadas em um contexto instável. 
CONTEXTUALIZANDO 
Partindo do processo de planejamento estratégico, buscaremos identificar 
como se dá a sua aproximação com o setor educacional e como ele se configura 
no Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE). 
TEMA 1 – PERSPERCTIVA NEOLIBERAL 
Você já teve a oportunidade de visitar algumas instituições de ensino? Se 
já, com certeza encontrou pedagogos e diretores compondo a equipe gestora da 
escola, não é mesmo? 
Bom, a equipe nem sempre é formada apenas por esses dois membros, 
mas eles são quadros centrais. O fato é que, ao acompanharmos o trabalho da 
equipe gestora, seja em instituições de ensino públicas ou privadas, muitas vezes 
nos deparamos com um trabalho árduo, complexo, porém limitado a “apagar 
incêndios”, a resolver situações que aparecem a cada dia. Dessa forma, pela 
emergência dessas situações, a tomada de decisão é com frequência fundada 
nas emoções e não na racionalidade, sem a projeção de suas implicações. Essa 
situação, que se repete dia após dia, é cansativa e não promove a resolução dos 
problemas. 
Você saberia responder por que isso acontece? Por que, dia após dia, as 
equipes gestoras de tantas escolas lidam com esses problemas? Por que não se 
consegue avançar além de soluções imediatistas para problemas conhecidos? 
Com certeza algo está errado e pode ser feito de forma diferente – pode 
ser melhorado. Perceba que estamos falando do planejamento escolar, um 
planejamento amplo, que trata da gestão da instituição de ensino, e não do 
planejamento de ensino, que se refere a conteúdos e à metodologia do trabalho 
docente. O professor pode, e até deve, pensar estrategicamente suas ações, sua 
disciplina, mas esse planejamento não é o nosso objeto de análise aqui. 
 
 
3 
Para que fique bem claro, antes de continuar o assunto, observe o quadro 
a seguir e compreenda algumas definições de planejamento. 
Quadro 1 – Definições 
 
A escola tem o planejamento como função administrativa singular e 
complexa. Além de tratar das especificidades internas próprias da organização 
escolar em si, nele é preciso expressar o vasto contexto social em que a escola 
se insere. 
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as instituições perceberam 
que o investimento de recursos na área educacional era condição básica ao 
desenvolvimento das nações. A partir daí, adotou-se o planejamento educacional 
como regra, e ele passou a integrar diversos planos nacionais de educação. Os 
progressos foram significativos nos países desenvolvidos, mas muito lentos nos 
países denominados de Terceiro Mundo, atualmente chamados de países em 
desenvolvimento. 
Com as exigências da modernidade, os princípios da teoria da 
administração passaram a ser aplicados nas escolas, a fim de que a educação 
alcançasse maior eficiência e produtividade, assim como acontecia nas empresas. 
De acordo com Gentili, na perspectiva neoliberal, a expansão da escola na 
segunda metade do século XX aconteceu de forma acelerada, mas sem garantir 
uma eficiente distribuição dos recursos oferecidos, acarretando crise na qualidade 
tanto das práticas pedagógicas quanto da gestão administrativa. Essa crise 
promoveria a evasão, a repetência, o analfabetismo cultural, justificando a 
 
 
4 
introdução de mecanismos que regulassem a efetividade, a eficácia, a 
produtividade – enfim, a qualidade dos serviços educacionais. 
Nesse discurso, residiria ainda a base da retórica neoliberal, que é a 
transformação da escola em um desafio de gestão, uma vez que não faltariam 
recursos, mas sim uma melhor qualificação e distribuição. Caberia, então, uma 
mudança cultural nas estratégias de gestão, guiadas agora pela Qualidade Total, 
na qual o planejamento estratégico está incluído. A grande estratégia do 
neoliberalismo, no que diz respeito à educação, está em transferi-la da esfera 
política para a de mercado, reduzindo-a a uma condição de propriedade. Afinal, o 
modelo do homem neoliberal é o de consumidor. 
A educação, na perspectiva neoliberal, passa a fazer parte do mercado, o 
que não acontece por acaso, mas porque se almeja: 
 Vincular a educação escolar à preparação para o mundo do trabalho, e a 
pesquisa acadêmica ao atendimento das necessidades da livre iniciativa. 
 Adequar a escola à ideologia dominante, utilizando-a como meio de 
transmissão de seus princípios. 
 Tornar a escola um mercado para produtos da indústria cultural e 
informática. 
TEMA 2 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E PLANO DE DESENVOLVIMENTO 
DA ESCOLA (PDE) 
As políticas educacionais adotadas pelo Brasil recentemente refletem os 
compromissos assumidos pelo governo brasileiro com os organismos 
internacionais. Assim também acontece com o Plano de Desenvolvimento da 
Escola (PDE) e o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, os quais 
visam promover as reformas educacionais necessárias à inclusão do Brasil no 
projeto da globalização. Saviani (2007) considera o PDE “a mais ousada, 
promissora e também polêmica política educacional formulada pelo MEC”, que 
“aparece como um guarda-chuva que abriga praticamente todos os programas em 
desenvolvimento pelo MEC”. 
O PDE foi aprovado pelo Presidente da República (Luiz Inácio Lula da 
Silva) e pelo Ministro da Educação (Fernando Haddad), em 24 de abril de 2007, 
com o objetivo de melhorar a educação no país, em todas as suas etapas, em um 
 
 
5 
prazo de 15 anos. Sua prioridade era a Educação Básica (Ensino Infantil ao 
Médio). 
O PDE é o projeto nuclear do Fundescola e prevê várias ações que visam 
identificar e solucionar os problemas que afetam diretamente a educação 
brasileira. Mas ele vai além, porque inclui ações de combate a problemas sociais 
que inibem o ensino e o aprendizado com qualidade, como “Luz para Todos”, 
“Saúde nas Escolas”, “Olhar Brasil”, entre outros. As ações deverão ser 
desenvolvidas conjuntamente pela União, pelos estados e municípios. 
Na prática, o PDE é um processo de planejamento estratégico cuja 
coordenação está a cargo do gestor e deve envolver toda a comunidade escolar. 
A responsabilidade pela melhoria da qualidade da educação oferecida é atribuída 
à escola, que deve realizar um planejamento estratégico: 
 Fazer o diagnóstico interno e externo; 
 Definir objetivos e estratégias; 
 Traçar um plano de ação para atingi-los. 
O PDE não foi bem recebido em grande parte das escolas, porque tem sua 
origem em organismos internacionais, como o Banco Mundial, e sua inspiração 
em modelos gerenciais de empresas. Em geral, o grande mérito percebido pelos 
profissionais da educação quanto ao PDE é a possibilidade de descentralização 
dos recursos – além, é claro, de favorecer a participação dos pais e da família na 
perspectiva das relações estabelecidas. 
TEMA 3 – POR QUE UTILIZAR O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NAS 
ESCOLAS 
A utilização do termo gestão escolar é recente, e a denominação trouxe, 
mais do que uma mudança escrita, uma ressignificação teórica sobre a atividade. 
Um marco normativo de mudança na realidade brasileira foi a Constituição 
Federal de 1988, que institucionalizou a “gestão democrática do ensino público”. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei n. 9.394/96 – veio 
reforçar o princípio constitucional. Houve, então, uma mudança paradigmática: 
enquanto a administraçãoenfocava as partes e sua eficiência, a gestão enfocava 
o todo e a efetividade. Além disso, enquanto o termo gestão aplicava-se, até 
então, quase que exclusivamente à esfera empresarial, o termo administração 
voltava-se mais à esfera pública. 
 
 
6 
Veja, no quadro a seguir, as diferenças entre gestão e administração. 
Quadro 2 – Conceitos 
 
Fonte: Elaborado com base em Lück, 2001. 
A gestão escolar é responsabilidade do gestor (comumente personificado 
no diretor), e visa unificar e integrar todas as ações da instituição de ensino para 
a formação dos estudantes, abrangendo três áreas: o sistema, a família e a 
escola, como podemos ver no esquema a seguir. 
Figura 1 – Áreas de abrangência 
 
 
 
7 
O sistema organiza o ensino. A escola organiza a aprendizagem. A família 
contextualiza a aprendizagem. 
O diretor da escola é o gestor, a figura central do processo de gestão da 
instituição. Para tanto, ele deve exercer liderança e adotar uma postura firme e 
decidida, já que está trabalhando com uma equipe em um ambiente que se torna 
cada vez mais complexo. Ele precisará lidar com o rápido avanço tecnológico, 
além de estar disposto a alcançar na sua instituição uma educação de qualidade. 
Nesse caminho, o planejamento estratégico é uma importante ferramenta. 
Segundo Lück (2001), trata-se de um esforço disciplinado e consistente para a 
produção de decisões fundamentais e ações que conduzam a organização 
escolar para bons resultados, com uma forte visão de futuro. Essa concepção 
aplica-se perfeitamente à área educacional. 
Você já ouviu a expressão “a escola não é uma ilha”? Realmente, a escola 
não é uma ilha, mas parte de um contexto social que deve ser compreendido, a 
fim de que seja possível atender suas necessidades de formação. Vivemos em 
uma sociedade globalizada e competitiva – uma sociedade do conhecimento, que 
está em constante mutação; por isso, a educação tem buscado ressignificação. 
É necessário conhecer e compreender o mundo e o mercado que 
aguardam o estudante, além de organizar o processo educacional de forma 
significativa para que possa atender às necessidades desse aluno. Para tanto, é 
essencial coletar e trabalhar com informações, não apenas sobre a realidade 
interna, mas também acerca da realidade externa à escola, permitindo a 
elaboração de um diagnóstico estratégico. Afinal, pensar estrategicamente é 
antecipar situações-chave, analisando as consequências das ações atuais. Para 
fazê-lo, é preciso ter um diagnóstico estratégico que embase o processo. 
TEMA 4 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO 
Esse planejamento surgiu para superar as deficiências do planejamento 
estratégico convencional, sendo o processo desenvolvido com base em profundas 
discussões e na análise do maior número possível de membros da organização. 
É justamente esse processo que gera ampla divulgação de informações e valores 
dentro da organização, proporcionando uma tomada de decisão com efetivo 
compromisso, com o necessário engajamento para “fazer acontecer”. Assim, 
podemos dizer que o planejamento estratégico participativo promove a sinergia, o 
 
 
8 
aprendizado em grupo e o desenvolvimento de habilidades para alcançar os 
resultados desejados. 
Portanto, o planejamento estratégico participativo aproveita a criatividade e 
a intuição, aumentando a motivação pela sensação de interação, de 
pertencimento, além de proporcionar maturidade. Contudo, apesar das 
vantagens, sua implantação não é simples, já que requer a colaboração de todos, 
o que demanda tempo e habilidade. 
Atualmente, tal planejamento é visto com “bons olhos” nas comunidades 
acadêmicas e empresariais, no Brasil e no mundo, muito provavelmente por ser 
um modelo de planejamento válido para qualquer padrão de organização, 
independentemente do tamanho ou da área – sendo indicado, também, às 
escolas, inclusive às públicas. Além disso, considerando a especificidade da 
educação, sugere-se a utilização desse planejamento como a melhor ferramenta. 
Alguns passos podem orientar a realização do planejamento estratégico 
participativo em uma instituição de ensino, com base em Cavalcanti (2008). 
Primeiramente, o processo de planejamento estratégico deve envolver o 
maior número possível de participantes, porque a participação legitima o 
processo. Assim, no caso específico da escola, é ideal que representantes de 
todos os setores da comunidade escolar integrem o processo; porém, não há um 
número definido de participantes, sendo recomendável usar o bom-senso nessa 
definição. 
Em segundo lugar, não é essencial que o processo seja conduzido pelo 
gestor, embora esteja sob sua responsabilidade. É preciso, contudo, que seja 
conduzido por alguém com experiência e domínio das atividades da escola. Por 
isso, quando tal processo não é conduzido pelo diretor, é comum que seja 
administrado pelo pedagogo ou por outro membro da equipe gestora. 
Finalmente, antes de iniciar, é importante conhecer a organização, sendo 
recomendável consultar toda a documentação e todos os registros disponíveis. 
Deve-se definir o local e o horário das reuniões, para que sejam facilitados o 
acesso e a presença de todos, em um espaço que ofereça condições confortáveis 
e possibilite participação efetiva, além de uma boa infraestrutura. É preciso 
também definir o tempo necessário à elaboração do plano estratégico e escolher 
um responsável para registrar toda a produção. 
 
 
 
9 
TEMA 5 – DESAFIOS E POSSIBILIDADES 
O planejamento educacional já é uma prática recente; mais recente ainda 
é o planejamento estratégico aplicado à escola. Por ser uma ferramenta da gestão 
empresarial, o planejamento estratégico continua sofrendo resistência quando 
tentamos empregá-lo na escola, sobretudo na escola pública. Ainda assim, ele 
pode representar uma via técnica e política na mobilização dos meios para 
concretizar a missão da organização, como afirma Parente (2001). Assim, o 
planejamento estratégico representa uma alternativa ao planejamento escolar 
tradicional. 
As críticas ao planejamento estratégico na gestão escolar vão além da 
ferramenta em si. Ou seja, trata-se de uma perspectiva crítica à prática de 
planejamento imposta por acordos do governo com organismos internacionais de 
financiamento. Nesse contexto, o planejamento passa a expressar apenas os 
programas definidos por instâncias superiores, a serem cumpridos 
hierarquicamente até chegarem às escolas. Essa política confere superficialidade 
à educação, reduzindo as questões educacionais a problemas técnicos e 
imprimindo um caráter tecnocrático que é reforçado pelo avanço das tecnologias 
de informação e comunicação. 
A implementação do planejamento estratégico implica uma nova forma de 
ver o futuro, envolvendo todos os sujeitos da comunidade escolar. Nesse cenário, 
a liderança exercida pelo gestor deve conduzir à cooperação e à participação, 
sobretudo no processo de planejamento. O gestor deve destacar a importância de 
uma visão de futuro para a escola e desenvolver uma estratégia para torná-la 
realidade, além de enfatizar a importância de todos nesse processo, estimulando 
a participação. 
A década de 1990 marca a educação pelos acordos e tratados 
internacionais a ela relacionados. A Conferência Mundial de Educação para 
Todos, por exemplo, é um marco, pois representa o início das transformações na 
educação dos países que assinaram o acordo, assumindo o compromisso de 
garantir uma Educação Básica de qualidade à sua população. Assim, o Ensino 
Fundamental passou a ser prioridade no Brasil, seguido da Educação Infantil q(ue, 
até então, não tinha recebido a merecida atenção). 
Essa conferência foi realizadaem 1990, na cidade de Jomtien (Tailândia), 
tendo como destaque a garantia do direito à Educação Básica para todos 
 
 
10 
(crianças, jovens e adultos), em uma tentativa de erradicar o analfabetismo. Essa 
intenção transformou-se em compromisso dos governos participantes em 2000, 
durante o Fórum Mundial da Educação realizado em Dacar (Senegal). Os 
governos deveriam garantir a Educação Básica para todos até o ano de 2015. 
Infelizmente, isso não aconteceu. 
Nesse contexto, a gestão e o planejamento passam a ser a “bola da vez”, 
fazendo parte de discussões nacionais e mundiais e de documentos oficiais. No 
Brasil, por exemplo, tais questões são contempladas na Constituição Federal de 
1988, em seu art. 206, ratificadas pela LDBEN – Lei n. 9.394/96. Já sobre o 
planejamento, o art. 214 da Constituição Federal de 1988 estabelece o Plano 
Decenal de Educação, e a LDB, em seu art. 9°, contempla o Plano Nacional de 
Educação. A temática ganha ainda mais visibilidade com a elaboração do Plano 
Decenal de Educação para Todos, feito pelo Ministério da Educação (MEC), 
compromisso assumido na Conferência Mundial. 
Crítico do planejamento estratégico, Silva (2011) afirma que o Estado vem 
reajustando as formas de controle social por meio de regulação para transferir 
parte de sua responsabilidade à sociedade civil, a partir de processos como 
desconcentração, terceirização e centralização dos processos decisórios. Um 
exemplo disso é a centralização do controle pedagógico, que se dá por meio do 
planejamento estratégico, instrumento de implementação do PDE. 
Nessa perspectiva, o autor defende que a orientação pelo planejamento 
estratégico escolar expressa a gestão gerencial, promovendo a legitimação do 
ideário capitalista. Isso acabaria por gerar a degradação das atividades 
educacionais, sendo, então, incompatível à transposição direta dos princípios 
empresariais para a gestão escolar, dadas as características do trabalho 
pedagógico desenvolvido na escola. 
A gestão escolar é uma questão que desafia as políticas educacionais 
atuais. É preciso ter clareza quanto ao papel da escola e o conceito (ou os 
conceitos) de gestão, a fim de garantir a qualidade da educação, tendo a escola 
como agente de transformação. O desafio que está posto, portanto, é o da 
qualidade, e a partir dele o exercício da gestão escolar. Nesse âmbito, temos que 
atentar a tais demandas com um olhar crítico. É necessário conhecer os caminhos 
até aqui trilhados pela humanidade na busca pela excelência. 
 
 
 
11 
FINALIZANDO 
Após examinar os principais aspectos do planejamento estratégico e 
conhecer dados teóricos fundamentais à sua utilização como ferramenta de 
gestão, você já pode escolher aplicá-lo dentro de uma escola. Contudo, lembre-
se de que ele é uma ferramenta, e de que cabe a você decidir qual será o seu 
intento. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
LÜCK, H. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 5. ed. Petrópolis: 
Vozes, 2001. 
Texto de abordagem prática 
CANDIDO, J. L.; BARBOSA, M. de F. N. Uma proposta de análise do 
planejamento estratégico em instituições federais de ensino superior. Polêmica, 
v. 17, n. 3, 2017. Disponível em: <http://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/31045/21872>. Acesso em: 
30 set. 2018. 
Saiba mais 
BRASIL. Ministério da Educação. Planejamento estratégico institucional. 2015-
2018. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&
view=download&alias=17232-mec-planejamento-estrategico-institucional-2015-
2018&category_slug=marco-2015-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 30 set. 2018. 
 
 
 
 
12 
REFERÊNCIAS 
CAVALCANTI, F. A. Planejamento estratégico participativo: concepção, 
implementação e controle de estratégias. São Paulo: Senac, 2008. 
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: 
Alternativa, 2001. 
LÜCK, H. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 5. ed. Petrópolis: 
Vozes, 2001. 
PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construir o Projeto Político 
Pedagógico da escola. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001. 
PARENTE, J. Planejamento estratégico na educação. Brasília: Plano, 2001. 
PARO, V. H. Administração escolar: introdução à crítica. 5. ed. São Paulo: 
Cortez/Autores Associados, 1991. 
SANT'ANNA, F. M. et al. Planejamento de ensino e avaliação. 11. ed. Porto 
Alegre: Sagra/DC Luzzatto, 1995. 
SAVIANI, D. Da nova LDB ao Fundeb: por uma outra política educacional. 
Campinas: Autores Associados, 2007. 
SILVA, D. P. da. Planejamento e gestão escolar: concepções e implicações. 
2011. 101 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade 
Católica de Goiás, Goiânia, 2011.

Outros materiais