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SEMINÁRIO IV - interpretação, validade, vigencia e eficacia das normas tributarias

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PSEMINÁRIO IV – INTERPRETAÇÃO, VALIDADE, VIGÊNCIA E EFICÁCIA DAS NORMAS TRIBUTÁRIAS
Entendo que a norma “N” é válida, quando se identifica nela a existência especifica no sistema do ordenamento jurídico. De acordo com CONTE “uma norma é valida em um ordenamento se, e somente se, essa é a norma fundamental que funda a validade naquele ordenamento ou se funda sobre a norma fundamental daquele ordenamento”. Já validade pode ser considerada sob dois aspectos: a) a linguagem do direito positivo deve operar sobre a linguagem dos fatos e das condutas possíveis e b) relação de subordinação material (de conteúdo) entre duas normas, em contraposição a subordinação formal (de competência e de procedimento). 
	Vigência é uma consequência da função criadora exercida pela linguagem normativa para determinar o tempo e o espaço em que uma norma jurídica (em sentido amplo) terá força para regulamentar condutas.
	Desse modo, passamos ao esclarecimento do mestre Paulo de Barros Carvalho , do que venha a ser eficácia jurídica, eficácia técnica, e eficácia social, senão vejamos: eficácia técnica é a qualidade que a norma ostenta, no sentido de descrever fatos que, uma vez ocorridos, tenham a aptidão de irradiar efeitos, já removidos os obstáculos materiais ou as possibilidades sintáticas (na terminologia de Tércio). Eficácia jurídica é predicado dos fatos jurídicos de desencadearem as consequências que o ordenamento prevê. E, por fim, eficácia social, como a produção concreta de resultados na ordem dos fatos sociais. (g.n)
	Em síntese, eficácia técnica são fatos definidos com juridicidade; eficácia jurídica são as definições dos fatos que tem por consequência a efeito da norma concreta sendo aplicada, e, por fim, eficácia social é sua aceitação pela sociedade da norma concreta.
Paulo de Barros Carvalho voltou-se ao estudo do percurso gerador do sentido dos textos jurídicos, no qual oferece um modelo que nos permite analisar a trajetória de construção do sentido de qualquer sistema prescritivo em quatro planos: S1 – plano dos enunciados; S2 – plano das proposições; S3 – plano das normas jurídicas e S4 – plano da sistematização.
	O S1 é o plano no qual o interprete terá contato com um sistema de enunciados prescritivos, composto por um conjunto físico de símbolos estruturados na forma de frases e textos. Após a analise de todos esses enunciados o interprete ingressa em outro plano, agora no material, onde constrói na sua mente as significações atribuídas aos símbolos positivados pelo legislador.
	Para que essas significações passem a ter significado é preciso estrutura-las na forma H-C, e a partir daí ingressa no plano das normas jurídicas (S3). Depois a norma ingressa no plano S4, que é o da sistematização, ou seja, a norma passa a se relacionar com outras normas, estabelecendo vínculos de subordinação, validade, vigência.
	Não existe um sentido correto para os textos jurídicos. Cada interprete possui uma forma de analisar os símbolos de forma diferente, com sua experiencia e cultura especifica.
Os métodos hermenêuticos tradicionais restringem-se a interpretar de acordo com o que o texto prescritivo quer dizer, ao contrario do nosso ponto de vista, o qual se funda que as significações são criadas pelo próprio interprete. Não existe interpretação literal no direito tributário, pois não é eficaz para o conhecimento do direito como um todo, visto que para a hermenêutica tradicional, a interpretação literal se prende ao significado de base dos signos positivados, enquanto que os valores e conteúdos das significações só existe na mente do interprete, pressupondo sempre uma contextualização. Há apenas uma analise jurídica literal/gramatical. 
	Já o método teleológico, busca-se a finalidade do legislador na criação da norma e apesar de ser um bom método para investigar os conteúdos significativos do direito, pois se tenta chegar aos valores e conteúdos da mente do interprete, não é suficiente para analisar a realidade jurídica.
	A interpretação das normas de direito tributário não se orienta e nem se condiciona através da interpretação econômica, pois as normas devem ser interpretadas por todos os elementos normativos do ordenamento, inclusive os ideológicos, sociais, históricos e operacionais.
Antinomia jurídica é uma contradição real ou aparente entre normas dentro de um sistema jurídico, dificultando-se, assim, sua interpretação e reduzindo a segurança jurídica no território e tempo de vigência daquele sistema.
	Para a antinomia entre as normas ser sanada são utilizados três critérios: hierárquico, cronológico e da especialidade. O hierárquico está baseado na superioridade uma fonte sobre outra, sempre devendo prevalecer a lei superior no conflito. O critério da especialidade visa a consideração da matéria normatizada, de modo que se opta pela prevalência da norma especifica sobre a norma genérica. Já o cronológico, remonta ao tempo em que as normas começaram a ter vidência, como prevê o art. 2 da LINDB.
	No caso em tela, a lei “A” foi publicada no dia 30/06/2012, ou seja, posteriormente à lei “B”, evidenciando que aquela deverá prevalecer, ao utilizar o critério cronológico de resolução de antinomias.
Ao poder legislativo cabe editar normas, que vem de interpretações de pessoas escolhidas para legislar. A forma de interpretação é pessoal, cada ser humano interpreta a norma de acordo com a sua vivencia, o que também impede que exista uma norma puramente interpretativa, pois se cada pessoa tivesse uma interpretação diferente a norma teria eficácia/validade diferentes. 
	Tem aplicabilidade o art. 106, I, do CTN ao dispor que a lei tributária interpretativa se aplica ao fato pretérito, mas apenas para beneficiar o contribuinte, com isso preserva a segurança jurídica, e da relação entre administração (Estado) e administrados.
	Na medida em que a retroprojeção normativa da lei não gere e nem produza os gravames referidos, nada impede que o estado edite e prescreva atos normativos com efeito retroativo. Assim, o sistema jurídico-constitucional brasileiro não assentou como postulado absoluto, incondicional e inderrogável o principio da irretroatividade. 
6)
	Critérios/datas
	11/10/2015
	01/11/2015
	01/02/2016
	01/04/2016
	01/07/2017
	É válida
	Sim
	Sim
	Sim
	Sim
	Não 
	É vigente
	Não
	Sim
	Sim
	Sim
	Não 
	Incide
	Não 
	Não 
	Não 
	Sim 
	Não 
	Apresenta eficácia jurídica
	Não 
	Sim
	Sim
	Sim 
	Não 
	De acordo com as premissas adotadas acima, a norma é valida enquanto estiver integrada ao ordenamento jurídico. Por isso ela é valida a partir de sua promulgação até a data em que é revogada do sistema, diante de sua inconstitucionalidade. 
	Em relação a vigência, determina o tempo e o espaço em que uma norma jurídica terá força para regulamentar condutas, neste caso, será após a sua publicação e antes de declarada inconstitucional, partindo do pressuposto que a lei seja vigente a partir da publicação, apenas em 11/10/2015, quando ainda não houve publicação, e em 01/07/2017, pois a lei fora declarada inconstitucional.
	De acordo com a lei ordinária federal n. 10.0001, a taxa só terá incidência no primeiro dia do quarto mês de cada exercício e, por isso, só terá incidência na data 01/04/2016.
	Por fim, a lei terá eficácia jurídica no período após a sua publicação e ate ser declarada inconstitucional, vez que fora da norma jurídica não haverá fato que possa ser considerado jurídico.
7) A lei é válida ao considerar a tese da validade como relação de pertencialidade entre a norma e o ordenamento jurídico. Logo, esta lei será válida uma vez inserida no sistema, não sendo relevante se declarada nula posteriormente por controle difuso de constitucionalidade, eis que tal circunstancia diz respeito à sua vigência e eficácia.
	Não, pois o sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente, o que impede que uma emenda constitucional posterior sane o vicio de inconstitucionalidade de lei materialmente inválida.

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