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IBET_Módulo_I_Seminário_IV

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IBET – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS
Módulo: Tributo e Segurança Jurídica
Seminário IV: Interpretação, validade, vigência e eficácia das normas tributárias. 
Aluna: Muryelle Reguengo Leite e Silva
1. Que significa afirmar que uma norma “N” é válida? Diferençar: (i) validade, (ii) vigência; (iii) eficácia jurídica; (iv) eficácia técnica e (v) eficácia social.
R: Segundo o entendimento de Aurora Tomazini (2013, p. 705) norma válida é quando esta é “aceita pela sociedade, cumprida ou aplicada pelos Tribunais”. Assim, entende-se que uma norma “N” é válida quando esta existe no ordenamento jurídico, possui condição de existência, tendo em vista que foi introduzida no sistema jurídico “S” obedecendo o procedimento prescrito pelo referido sistema e editada pela autoridade competente. 
Logo, a norma “N” é válida quando existir como elemento dentro do sistema do direito positivo. Se não o pertencer, não será válida, porém apenas uma norma moral, religiosa, ética, convivência social, enfim, de outros condões que não sejam o jurídico. 
Posiciona-se Paulo de Barros em indicar que a validade tem status de relação, pois é um vínculo que se estabelece entre a norma e ordenamento jurídico. Desta forma, ao se afirmar que uma norma “N” é válida já se compreende que é pertencente ao sistema “S”. Como também o contrário, ao aduzir que a norma “N” é inválida, conclui-se que não pertence ao Sistema “S”. Portanto, a validade da norma está relacionada ao seu pertencimento ao ordenamento jurídico.
A definição de validade é o vínculo estabelecido entre a proposição jurídica, considerada na sua totalidade lógico-sintática e o sistema de Direito posto. Para que a norma pertença a este sistema há que se observar aspectos, quais sejam: adequação aos processos anteriormente estabelecidos para a criação da proposição jurídica e competência constitucional do órgão criador. 
Nas palavras de Amedeo G. Conte, citado na obra de Tárek Moussallem:
a validade é o especifico modo de existir de uma norma; mas o especifico modo de existir de uma norma é a existência especifica em um ordenamento (é a existência em um ordenamento, é a pertinência a um ordenamento); é o existir por um ordenamento, onde a preposição “por” significa seja “em relação a”, seja “em virtude de”.
	Por sua vez, vigência é uma consequência da função criadora exercida pela linguagem normativa para determinar tempo e espaço em que uma norma jurídica em sentido amplo terá força para regulamentar condutas. 
	No que se refere à questão da eficácia, Paulo de Barros explicita as definições de eficácia jurídica, técnica e social. A eficácia jurídica é o predicado dos fatos jurídicos de desencadearem as consequências previstas no ordenamento; eficácia técnica é a qualidade que norma tem de descrever os fatos que, uma vez ocorridos estejam aptos a irradiar efeitos; e eficácia social é a produção concreta dos resultados no âmbito social. 
2. Descreva o percurso gerador de sentido dos textos jurídicos explicando os planos: (i) dos enunciados tomados no plano da expressão (S1); (ii) dos conteúdos de significação dos enunciados prescritivos (S2); (iii) das significações normativas (S3); (iv) das relações entre normas (S4).
R: Os ensinamentos de Paulo de Barros acerca do estudo do percurso gerador de sentido dos textos jurídicos permitem uma análise da trajetória de construção do sentido d qualquer sistema prescritivo em quatro planos, quais sejam: S1 (plano dos enunciados); S2 (plano das proposições); S3 (plano das normas jurídicas); S4 (plano da sistematização).
É com o plano S1 que o intérprete primeiramente se depara na busca da construção do sentido legislado, uma vez que é nele que o direito se materializa. Assim, há o contato com um sistema de enunciados prescritivos, composto por um conjunto físico de símbolos estruturados na forma de frases e textos. Em um primeiro momento ocorre a atitude cognoscitiva do jurista com o direito. 
A partir da leitura destes enunciados, surge a interpretação por meio de um processo de atribuição de valores aos símbolos e, na mente do intérprete, constrói-se um conjunto de proposições que a princípio surgem isoladamente. Ingressa, então, em outro plano (S2), que deixa de ser físico e passa a ser material, construído e composto pelas significações.
Acerca deste plano, assevera Paulo de Barros (1999, p. 68):
Nesse intervalo, a tomada de consciência sobre a prescritividade é importante, mas o exegeta não deve preocupar-se, ainda, com os cânones da Lógica Deôntica-Jurídica, porque o momento da pesquisa requer, tão somente, a compreensão isolada de enunciados e estes, quase sempre, se oferecem em arranjos de forma alética
Ocorre que, apesar de proposicionais, essas significações não são suficientes para compreender a mensagem legislada (sentido deodôntico completo), por meio do qual o direito regula condutas intersubjetivas. É necessário estruturá-las na fórmula hipotético-condicional (H-C) para que passem a ser efetivamente proposições normativas.
Esta etapa de estruturação já integra outro plano (S3), que é o das normas jurídicas (significações normativas). Aurora Tomazini (2014, p. 256) cita em sua obra a definição de norma jurídica de Lourival Villanova, o qual entende ser “o mínimo irredutível de manifestação deôntica.”
Após a construção como norma jurídica, ela deixa de existir isoladamente, restando ao interprete situá-la dentro do seu sistema de significações, estabelecendo vínculos de subordinação e relações que a norma tem com as outras normas que construiu. A partir de então ingressa-se no plano S4, que é o da sistematização das normas (relação entre elas). 
Desta forma, ao percorrer todas as etapas, finalmente o intérprete construiu o sentido dos textos jurídicos e compreendeu o conteúdo legislado.
Em resumo, (S1) compõe o texto em sentido estrito, passando, mediante o processo gerador de sentido, para o plano do conteúdo dos enunciados prescritivos (S2), até atingir a plena compreensão das formações normativas (S3), e a forma superior do sistema normativo (S4), cujo conjunto integra o texto em sentido amplo.
	3. Há um sentido correto para os textos jurídicos? Faça uma crítica aos métodos hermenêuticos tradicionais. É possível falar em interpretação teleológica e literal no direito tributário? E em interpretação econômica? Justifique. (Vide anexos I e II)
	R: Não há um sentido correto para os textos jurídicos, uma vez que existe uma valoração vinda do intérprete, condicionada às suas experiências específicas. Nas palavras de Aurora Tomazini (2014, p. 275): 
O intérprete se depara com todo aquele conjunto de enunciados prescritivos, desprovidos de qualquer valor, mas indicativos da existência de uma valoração por parte do legislador, passa a interpretá-los, adjudicando valores aos símbolos positivados e, com isso, vai construindo seu sentido para concretizar certos valores, que segundo sua construção, o legislador quis implementar.
			Os métodos hermenêuticos tradicionais limitam-se a interpretar de acordo com o que o texto prescritivo quer dizer, como se neles pudéssemos entrar e extrair significações. Ocorre que o estudo do percurso gerador de sentido dos textos jurídicos demonstra que as significações são criadas, produzidas e elaboradas pelo intérprete. 
			A hermenêutica tradicional baseia-se na significação o suporte físico. Considera-se que o sentido está no texto e, sendo algo dado, está exposto de maneira implícita, sendo a função do intérprete apenas exteriorizá-lo. 
			Entretanto, por mais clara que a lei aparente ser, o sentido sempre passará por um processo interpretativo, por meio de atribuição de valores dados pelo intérprete. Conforme exposto na questão anterior, deixa-se o campo material para adentrar no plano imaterial. 
			Logo, não existe a interpretação literal no direito tributário, já que não é eficaz para o conhecimento do direito como um todo. Para a hermenêutica tradicional, a interpretação literal se prende ao significado de base dos signos positivados, porém desconsidera que existe um planodos valores e conteúdos das significações que só existe na mente do intérprete, pressupondo sempre uma contextualização. A única análise literal é da gramática, mas não do sentido da norma. 
			No que tange ao método teleológico, a hermenêutica tradicional busca a finalidade do legislador na criação da norma. Por mais que possa ser um bom método para investigação dos conteúdos significativos do direito, também nada mais será do que a valoração dada pelo intérprete. Assim, o método teleológico é insuficiente para análise da realidade jurídica. 
4. A Lei “A” foi promulgada no dia 01/06/2012 e publicada no dia 30 de junho desse mesmo mês e ano. A Lei “B” foi promulgada no dia 10/06/2012, tendo sido publicada no dia 20 desse mesmo mês e ano. Na hipótese de antinomia entre os dois diplomas normativos, qual deles deve prevalecer? Justificar. 
R: Considerando ideia do percurso gerador de sentido dos textos jurídicos, o qual o intérprete cognoscente elabora o significado das normas jurídicas a partir dos significados dos textos legais, é possível que nos planos S3 e S4 haja o confronto entre normas contraditórias, conforme caso em tela.
Nos ensinamentos de Hans Kelsen (2015, p. 161) é possível observar que se existir um conflito entre duas normas e uma fixar como devido algo incompatível com o que a outra estabelece, o cumprimento de uma envolverá, necessariamente ou provavelmente, a violação de outra. 
Havendo antinomia entre os atos normativos durante o processo de interpretação, o interprete poderá recorrer aos critérios hierárquico, cronológico e da especialidade para dirimir tal conflito. 
Com base nas informações transmitidas no enunciado da questão, observa-se que o critério a ser utilizado é o cronológico, devendo ser aplicado o artigo 2º, §1º da Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro. Este dispositivo aduz que norma posterior revoga norma anterior quando houver incompatibilidade. 
 	Desta forma, conclui-se que a Lei “A”, publicada posteriormente prevalecerá à Lei “B”, considerando que passou a ter validade no mundo jurídico em momento posterior.
	Por fim, cabe destacar o posicionamento de Tarek Moussalem (2011, p. 132) de que este critério não retira a validade, vigência e eficácia da Lei “B”. Somente uma norma expressa de revogação poderia expulsa-la do sistema jurídico. 
 
5. Compete ao legislativo a positivação de interpretações? Existe lei puramente interpretativa? Tem aplicabilidade o art.106, I, do CTN ao dispor que a lei tributária interpretativa se aplica ao fato pretérito? Como confrontar este dispositivo do CTN como princípio da irretroatividade? (Vide anexos III e IV). 
R: No que tange à competência do legislativo, entende-se que, por meio de sua autoridade é um dos sujeitos de interpretação das normas, sendo possível, portanto, que possa positivar tais interpretações no ordenamento jurídico, ainda que não seja essa sua principal função.
Por sua vez, não cabe a existência de lei puramente interpretativa, uma vez que a interpretação é uma atividade de construção de sentido da norma. Nas palavras de Paulo de Barros:
é o ser humano que, em contacto com as manifestações expressas do direito positivo, vai produzindo as respectivas significações. Daí a asserção peremptória segundo a qual é a interpretação que faz surgir o sentido, inserido na profundidade do contexto, mas sempre impulsionada pelas fórmulas literais do direito documentalmente objetivado. Sim, porque já foi dito e redito que não há texto sem contexto ou, de outro modo, não há plano de expressão sem plano de conteúdo e vice-versa.
	Referente à aplicabilidade do art. 106, I do CTN, o princípio da aplicabilidade poderá ser aplicado desde que para beneficiar o contribuinte como expressa o mencionado Código. Não havendo produção de gravames nada impedirá que atos normativos com efeitos retroativos sejam editados. 
	 Ressalte-se, por fim, que o sistema jurídico constitucional brasileiro não indica que o princípio da irretroatividade é absoluto incondicional e inderrogável. 
6. Dada a seguinte lei fictícia, responder às questões que seguem: 
Lei ordinária federal n° 10.001, de 10/10/2011 (DO de 01/11/2011) 
Art. 1o Esta taxa de licenciamento de veículo tem como fato gerador a propriedade de veículo automotor com registro de domicílio no território nacional. 
Art. 2o A base de cálculo dessa taxa é o valor venal do veículo. Parágrafo único A alíquota é de 1%. 
Art. 3o Contribuinte é o proprietário do veículo. 
Art. 4o Dá-se a incidência dessa taxa no primeiro dia do quarto mês de cada exercício, devendo o contribuinte que se encontrar na situação descrita pelo art. 1° dessa lei, desde logo, informar até o décimo dia deste mesmo mês, em formulário próprio (FORMGFA043), o valor venal, o tipo, a marca, o ano e a cilindrada do respectivo veículo. 
Art. 5o A importância devida, a título de taxa, deve ser recolhida até o décimo dia do mês subsequente, sob pena de multa de 10% sobre o valor do tributo devido. 
Art. 6o Diante da não emissão do formulário (FORMGFA043) na data aprazada, poderá a autoridade fiscal competente lavrar Auto de Infração e Imposição de Multa, em decorrência da não observância dessa obrigação, impondo multa de 50% sobre o valor do tributo devido. 
a) Em 01/06/2012, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em ação direta (com efeito erga omnes), pela inconstitucionalidade desta lei federal. Identificar nas datas abaixo fixadas, segundo os critérios indicados, a situação jurídica da regra que instituiu o tributo, justificando cada uma das situações:
R:
	Critérios/Data
	11/10/2011 
	01/11/2011 
	01/02/2012 
	01/04/2012 
	01/07/2012 
	É valida
	Não
	Sim
	Sim
	Sim
	Não 
	É vigente
	Não
	Não
	Sim
	Sim
	Não
	Incide
	Não
	Não
	Não
	Sim
	Não
	Apresenta eficácia jurídica
	Não
	Não
	Não
	Sim
	Não
 
Considerando as premissas até aqui adotadas e o posicionamento no que tange à questão da necessidade de revogação, já evidenciado na questão 4, a Lei será válida durante todo o período em que estiver inserida no ordenamento jurídico. Assim, sua validade dura desde a sua publicação até a declaração de inconstitucionalidade. 
Reforçando tal entendimento, Tarek Moussallem (2011) aduz que: 
(...) denomina-se “intervalo de validez (IV) o tempo máximo durante o qual uma norma jurídica pertence a um sistema normativo determinado. Dito por outras palavras, intervalo de validez é o tempo em que uma norma pertence ao sistema normativo. O início do IV de uma norma tem como marco referencial sua publicação no diário oficial. O final do IV dá-se pela revogação, assim como dá início a um novo sistema normativo.
Por sua vez, a vigência determina o tempo e o espaço em que uma norma jurídica terá força para regulamentar conduta. Como a norma não prevê data para aplicação dos seus efeitos, entende-se que que caiu na regra geral, sendo necessário o transcorrer de 45 dias para sua vigência iniciar. Logo, na data da publicação ainda estaria na vacatio legis. O fim da vigência se deu com a declaração de inconstitucionalidade. 
No que tange à incidência, segundo dispõe o art. 4º da Lei em comento, ela ocorrerá no primeiro dia do quarto mês de cada exercício, ou seja, em 01/04/2016.
Por fim, considerando que está relacionada ao fato jurídico, a eficácia jurídica passa a existir a partir da data da incidência e até antes de ser declarada inconstitucional, uma vez que eficácia jurídica é o predicado dos fatos jurídicos de desencadearem as consequências previstas no ordenamento.
7. Uma lei inconstitucional (produzida materialmente em desacordo com a Constituição Federal – porém ainda não submetida ao controle de constitucionalidade) é válida? O vício de inconstitucionalidade pode ser sanado por emenda constitucional posterior? (Vide anexo V).
	R: Sim, é válida, partindo do entendimento já exposto anteriormente de que há uma relação de pertinencialidade entre a norma e o ordenamento jurídico. Assim, a lei será válida quando estiver inserida no sistema jurídico. 
Acerca do tema, aduz Paulo de Barros (2014):
Ser norma válida quer significarque mantém relação de pertinencialidade com o sistema “S”, ou que nele foi posta por órgão legitimado a produzi-la, mediante procedimento estabelecido para esse fim. A validade não é, portanto, atributo que qualifica a norma jurídica, tendo status de relação: é o vínculo que se estabelece entre a proposição normativa e o sistema do direito posto, de tal sorte que ao dizermos que uma norma “N” é válida, estaremos expressando que ela pertence ao sistema “S”. (...)
É intuitivo crer que a validade se confunde com a existência, de sorte que afirmar que uma norma existe implica reconhecer sua validade, em face de determinado sistema jurídico. 
Ainda que seja declarada nula posteriormente por controle difuso de constitucionalidade, não se perde a validade, uma vez que tal circunstância trata da vigência e eficácia. 
Destaca-se o posicionamento de Hans Kelsen (2015): 
O fundamento de validade das normas jurídicas reside na existência de outra norma jurídica superior e previamente estabelecida que confira a uma autoridade poder para gerá-la. Há mera relação de pertinencialidade, no qual o conteúdo da norma jurídica torna-se prescindível. A ausência desta relação implicaria na invalidade e consequente inexistência da norma jurídica para o sistema jurídico. (g.n)
Partindo das premissas até aqui adotas, a norma perderá sua validade se houver determinação de órgão competente para retira-la do sistema jurídico. 
Ressalte-se que, apesar de válida, a norma seguirá comprometida no ordenamento jurídico.
No que tange ao tema da possibilidade do vício ser sanado por emenda constitucional, este não foi contemplado por nosso ordenamento jurídico, conforme demonstrado no RE. n. 346.084/PR. Considerando a existência do princípio da irretroatividade constitucional não há como alterar para constitucional norma que já era inconstitucional.
	A admissão de posicionamento em contrário poderá ensejar insegurança jurídica.
8. Leia atentamente abaixo a sucessão de fatos no tempo:
(...)
1. Em dezembro de 1999, é possível afirmar que o art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97) é válido, vigente e possui eficácia técnica?
R: Sim. É válido pois pertence ao ordenamento jurídico; vigente pois tem tempo e espaço definidos no ordenamento jurídico; e possui eficácia técnica, uma vez que, nesta data, a norma descrevia fatos aptos a irradiar efeitos
1. A decisão na RE 363.852 é capaz de alcançar a validade, vigência ou a eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)?
R: A decisão do referido julgado declarou inconstitucional o artigo 25, incisos I e II da Lei nº 8.212/98. A partir deste momento a norma perdeu sua vigência e eficácia. No que tange à validade, a norma somente a perderá se houver determinação de órgão competente para retira-la do sistema jurídico.
 
1. Quais os efeitos da Resolução do Senado n. 15/2017 no que se refere à Vigência, validade e eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)?
R: A mencionada Resolução reiterou a inconstitucionalidade da norma, indicada no primeiro RE e, por ser a autoridade competente, ratificou a ausência de vigência e eficácia preconizados no julgado como também tornou o dispositivo inválido. 
Ressalte-se que, em virtude do princípio da irretroatividade constitucional não há como alterar para constitucional norma que já foi considerada inconstitucional.
1. A decisão no RE 718.874 alcança a validade, vigência ou eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)?
R: Conforme indicado anteriormente, o princípio da irretroatividade constitucional não permite alterar para constitucional norma que já foi considerada inconstitucional, pois tal prática levaria à insegurança jurídica. Assim, por mais que a decisão indique a constitucionalidade do dispositivo, conclui-se que o ordenamento jurídico brasileiro não permite esta ação, mantendo-se a norma sem vigência e eficácia.

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