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Separação e Divórcio no Direito de Família

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DIREITO DE FAMÍLIA
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DIREITO CIVIL
Sílvio de Salvo Venosa
9. SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO
V. VI
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9.1. Introdução:
	– nas legislações em geral distingue-se 	o divórcio da separação pessoal;
	– divórcio dissolve o vínculo conjugal, 	alterando o estado de família a partir 	da sentença que o decreta;
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– a separação de corpos faz cessar o dever de coabitação sem dissolução do vínculo matrimonial;
– as duas situações devem traduzir um remédio ou solução para o casal e a família, e não propriamente uma sanção para o convívio conjugal.
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9.2. Separação e divórcio. 
	Aspectos legais comparativos:
	– o art. 1.576 do Código dispõe que a 	separação judicial põe termo aos 	deveres de coabitação e fidelidade 	recíproca e ao regime de bens, 	importando na separação de corpos 	e na partilha de bens;
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– o vínculo conjugal termina pelo divórcio ou pela morte de um dos cônjuges (art. 1.572, § 1o);
– a possibilidade do divórcio direto na lei (art. 1.580).
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9.2.1. Nome da mulher. 
	Nome dos cônjuges:
	– a mulher volta a usar o nome 	anterior ao casamento se a 	alteração não lhe causar prejuízos 	na identificação ou manifesta 	distinção entre seu nome e os dos 	filhos (art. 1.578);
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– as mesmas situações do direito anterior são mantidas com relação ao sobrenome dos separados e divorciados (art. 1.578);
– a perda do direito ao uso ao nome do outro cônjuge pode ocorrer quando o interessado for declarado culpado na ação de separação judicial (art. 1.573);
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9.3. Separação judicial. Modalidades:
	– a separação-sanção e a separação 	remédio;
	– a legitimidade para a propositura 	da separação judicial e do divórcio 	(arts. 1.576 e 1.582);
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– o art. 1.574 permite a separação por mútuo consentimento se os cônjuges forem casados há mais de um ano;
– o art. 1.572 descreve as possibilidades de separação litigiosa.
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9.3.1. Processo de separação por mútuo consentimento:
	– a disciplina do processo de 	separação neste caso está nos 	arts. 1.120 a 1.124 do CPC;
	– o acordo será homologado pelo 	juiz, exceto se entender que esse 	não preserva suficientemente o 	interesse dos filhos ou de um dos 	cônjuges.
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9.3.1.1. Alimentos. Renúncia aos alimentos na separação:
	– a menção dos alimentos e sua 	forma devem ficar especificados 	no acordo de separação, para 	que ocorra a homologação;
	– os alimentos devidos 	reciprocamente de um cônjuge 	a outro derivam do vínculo 	conjugal e não do parentesco;
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– a dispensa de alimentos no ato permite que se volte a pedi-los no futuro, se preenchidos os requisitos fáticos;
– a renúncia aos alimentos é manifestação de vontade válida, pois apenas os alimentos derivados do parentesco são irrenunciáveis;
– o dever de assistência mútua entre os cônjuges rompe-se quando é desfeito o casamento.
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9.3.1.2. Guarda e proteção dos filhos 
	na separação por mútuo consentimento:
	– a proteção da pessoa dos filhos 	nessas situações está disciplinada 	nos arts. 1.583 a 1.590 do Código;
	– no divórcio e na separação por 	mútuo consentimento, os cônjuges 	devem mencionar a existência de 	filhos menores, sua subsistência, 	guarda e educação.
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9.3.1.3. Partilha:
	– no pedido de separação e divórcio 	é necessário descrever os bens 	do casal, móveis e imóveis, 	podendo sua partilha ser efetuada 	posteriormente;
	– o divórcio direto ou por conversão 	pode ser concedido sem que haja 	prévia partilha de bens (art. 1.581).
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9.3.2. Separação litigiosa:
	– pode ser pedida a qualquer tempo 	após a conclusão do casamento 	por qualquer dos cônjuges e 	seguirá o procedimento ordinário;
	– o art. 1.573 aduz às causas de 	separação litigiosa.
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9.3.2.1. Separação por conduta desonrosa ou grave violação dos deveres do casamento:
	– cabe ao magistrado a avaliação se 	houve conduta desonrosa ou grave 	violação dos deveres do casamento;
	– em qualquer hipótese deve restar 	comprovado que tais fatos tornaram 	insuportável a vida em comum.
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9.3.2.2. Separação por ruptura da vida em comum:
	– a separação concedida como 	remédio para uma situação e 	não como punição (art. 1.572);
	– o prazo de um ano, consecutivo 	e sem interrupções.
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9.3.2.3. Separação por grave doença mental:
	– a superveniência de moléstia 	mental de cura improvável, 	manifesta após o casamento e 	que perdure por mais de 2 anos, 	tornando insuportável a vida em 	comum.
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9.3.2.4. Indeferimento da separação na forma do art. 6o da Lei no 6.515/77. Cláusula de dureza. Dispositivo ausente no Código Civil de 2002:
	– a aplicação da cláusula de dureza, 	em casos excepcionais, 	devidamente valorados pelo juiz.
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9.3.2.5. Efeitos patrimoniais na forma do 
	§ 3o do art. 1.572:
	– esse dispositivo procura desencorajar 	o cônjuge a requerer a separação 	com base no acometimento de 	moléstia mental grave;
	– a punição dada pela lei ao cônjuge 	requerente, protegendo o outro com 	tudo o que remanescer dos bens que 	trouxe para o casamento.
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9.3.2.6. Proteção à pessoa dos filhos na separação litigiosa. Guarda dos filhos. Guarda compartilhada:
	– a matéria está disciplinada pelos 	arts. 1.583 a 1.590 do Código;
	– a regra geral é a do art. 1.584, em 	que a guarda dos filhos será 	atribuída a quem revelar melhores 	condições para exercê-la;
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– o direito de visitas do art. 1.589;
– a igualdade do exercício do poder familiar presente no art. 1.588.
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9.3.3. Reconciliação. Efeitos:
	– a separação judicial admite o 	restabelecimento do estado de 	casados (art. 1.577);
	– o parágrafo único acrescenta que a 	reconciliação não prejudicará os 	direitos de terceiros adquiridos antes 	e no interregno da separação;
	– a separação deve ser averbada junto 	ao assento da separação.
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9.3.4. Separação de corpos e outras medidas cautelares:
	– as medidas cautelares para atender 	a situações de urgência com relação 	aos cônjuges encontram seus 	pressupostos na ciência processual, 	podendo ser preparatórias ou 	incidentes a uma ação já proposta;
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– a separação de corpos é uma medida cautelar, antecedente à instauração do litígio, em que se autoriza o afastamento temporário de um dos cônjuges do lar conjugal (art. 888, VI, do CPC);
– conta-se o prazo de um ano para a conversão da separação judicial em divórcio também a partir da concessão dessa cautelar (art. 1.580);
– as medidas cautelares podem fazer-se necessárias para a busca e apreensão de filhos menores e arrolamento de bens.
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9.4. Divórcio:
	– o casamento erigido como sacramento 	traduziu uma árdua batalha legislativa 	no Brasil na história do divórcio;
	– para que fosse admitido o instituto em 	nosso ordenamento, várias 	concessões ocorreram, como a regra 	do art. 38 da Lei no 6.515/77, segundo 	a qual o divórcio poderia ser formulado 	uma única vez.
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9.4.1. Modalidades de divórcio. Processo:
	– a prévia separação de fato por mais 	de um ano;
	– a Constituição de 1988 sufragou o 	divórcio direto mediante a separação 	de fato por dois anos consecutivos;
	– é ação personalíssima que compete 	aos cônjuges.9. SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO
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9.4.2. Conversão da separação judicial em divórcio:
	– a conversão da separação judicial 	em divórcio pode ocorrer tanto pela 	forma consensual como pela 	litigiosa (art. 1.580);
	– essa ação de conversão é 	imprescritível;
	– a mulher tem preferência de foro, de 	acordo com o art. 100, I, do CPC.
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9.4.2.1. Partilha no divórcio:
	– existindo acordo, os cônjuges 	podem estabelecer a permanência 	dos bens em comum, não podendo 	o juiz recusar a homologação, 	perfazendo um condomínio gerado 	pela vontade das partes (art. 1.581).
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9.4.3. Divórcio direto. 
	Consensual e litigioso:
	– admitido na CF/88 como 	modalidade ordinária;
	– formulado em conjunto pelos 	cônjuges, será na modalidade 	consensual;
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– se requerido por apenas um dos cônjuges, será litigioso, devendo observar o procedimento ordinário de acordo com o art. 40, § 3o, da Lei do Divórcio, que traz dispositivos processuais ainda em vigor;
– no divórcio consensual a lei manda que se apliquem os dispositivos referentes à separação judicial.
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9.4.4. Efeitos do divórcio:
	– dissolvida a sociedade conjugal pelo 	divórcio, os cônjuges podem contrair 	novas núpcias, desaparecendo o 	impedimento legal;
	– a sentença de divórcio deve ser 	levada ao Registro Público 	competente, o que lavrou o assento 	de casamento.

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