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Magistratura e MP Estadual CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional Disciplina: Direito Constitucional Professor: Ricardo Macau Aula: 18 | Data: 16/05/2019 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO 5. Controle de Constitucionalidade 5.1 Considerações iniciais 5.2 Efeitos temporais da sentença do controle de constitucionalidade 5.3 Controle preventivo de constitucionalidade 5. Controle de Constitucionalidade 5.1 Considerações iniciais II. Princípio da rigidez constitucional (continuação) No Brasil, exige-se emenda constitucional (regra 2235) para alterar a Constituição Federal. Desse modo, eventual lei ou ato normativo que contrariar a Constituição não irá alterar o texto Constitucional. Será considerado nulo. Conclusão: como a rigidez constitucional é pressuposto para a realização do controle de constitucionalidade, a Constituição flexível – que é aquela que pode ser alterada por lei – não permite a realização do controle de constitucionalidade. = Constituição rígida CF Lei = Constituição flexível Na Constituição flexível não há controle de constitucionalidade porque não existe supremacia da Constituição. 5.2 Efeitos temporais da sentença do controle de constitucionalidade As sentenças do controle de constitucionalidade são sentenças declaratórias, pois não criam a inconstitucionalidade - apenas certificam, reconhecem, atestam a inconstitucionalidade que já está impregnada na lei ou ato normativo. Esse dado é importante para entender os efeitos temporais da sentença que declara a inconstitucionalidade. a) Regra geral: a sentença que declara a inconstitucionalidade tem natureza declaratória e, por isso, produzem, em geral, efeito ex tunc, isto é, efeitos retroativos. Na prática, a sentença que declara a inconstitucionalidade e produz efeitos ex tunc apaga todos os efeitos concretos produzidos durante a aplicação da lei inconstitucional. b) Exceção: o art. 27 da Lei 9868/99 prevê a chamada modulação temporal de efeitos da sentença do controle de constitucionalidade. “Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional Página 2 de 3 interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado". Trata-se de uma técnica decisória que pode ser empregada excepcionalmente nas sentenças que declaram a inconstitucionalidade para assegurar o respeito à 2 valores: I. Segurança jurídica; ou II. Excepcional interesse social. A modulação temporal de efeitos permite conferir 2 efeitos excepcionais à sentença que declara a inconstitucionalidade: Efeitos ex nunc ou não retroativos: a sentença que declara a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo produz efeitos apenas depois de seu trânsito em julgado (na prática, os efeitos concretos produzidos pela lei declarada inconstitucional são preservados). Ex.: lei tributária declarada inconstitucional com efeito ex nunc – não será devido a repetição do indébito pago durante o período em que a lei foi considerada válida, bem como será exigível o pagamento dos inadimplentes. Efeitos “pró-futuro” ou prospectivos: a sentença que declara a inconstitucionalidade fixa uma data futura para deixar de aplicar concretamente a lei declarada inconstitucional. Obs.: - Em Portugal, as sentenças do controle de constitucionalidade com efeitos pró-futuro ou prospectivos são chamadas de sentença com apelo ao legislador, pois o tempo fixado para continuar aplicando-se a lei inconstitucional geralmente é um prazo razoável para que o legislador crie uma nova lei que substituirá a lei nula. - O art. 27 da Lei 9868/99 prevê que o STF deverá, por decisão de 2/3 de seus ministros (8 dos 11 ministros do STF), definir a modulação temporal dos efeitos. O STF admite, ainda, que o juiz de 1º grau ao julgar um caso concreto pode modular efeitos da sentença por meio de decisão monocrática (inclusive de ofício). 5.3 Controle preventivo de constitucionalidade O controle preventivo de constitucionalidade é definido por meio de seu objeto. Esse controle tem como objeto o projeto de lei e a proposta de emenda constitucional. Logo, ocorre durante as etapas do processo legislativo que antecedem a promulgação. Os 3 Poderes do Estado realizam o controle preventivo de constitucionalidade: a) Poder Executivo: veto em projeto de lei (proposta de Emenda Constitucional não sofre sanção e veto); Obs.: a PEC sofre controle preventivo pelos Poderes Legislativo e Judiciário. b) Poder Legislativo: atua com destaque no controle preventivo de constitucionalidade por meio de 2 modos: Parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ); A votação em plenário do projeto de lei ou proposta de emenda constitucional. Página 3 de 3 c) Poder Judiciário: o Parlamentar pode impetrar mandado de segurança para obter o arquivamento do projeto de lei ou da proposta de emenda constitucional. IMPORTANTE: a jurisprudência do STF entende que a amplitude do mandado de segurança no controle preventivo de constitucionalidade varia conforme o objeto controlado: Projeto de lei: o mandado de segurança pode questionar apenas vício formal do projeto de lei; Projeto de emenda constitucional: o mandado de segurança pode questionar vício formal e vício material da proposta de emenda constitucional. O fundamento adotado pelo STF foi o art. 60, §4º da CF/88 cuja redação prevê expressamente que proposta de emenda constitucional tendente a abolir cláusula pétrea não será sequer deliberada;
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