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O BÊ-A-BÁ
DO SÍNDICO
SOBRE VAGAS 
DE GARAGEM
O BÊ-A-BÁ DO SÍNDICO
SOBRE VAGAS DE GARAGEM
A gente sabe que o assunto rende pano pra manga. Mas nada melhor do que informação e conhecimento para se 
blindar de eventuais problemas. Tire suas dúvidas e aprenda tudo o que está por trás das emblemáticas vagas de 
garagem do condomínio.
O QUE VAMOS FALAR?
 Tipos de vagas de garagem
 O condômino pode vender ou alugar a sua vaga de garagem?
 Para quem podemos vendê-la?
 Como funciona na prática?
 Alugar a vaga: sim ou não?
 Uso indevido da vaga
 Danos aos carros na garagem
 Demarcação
 Vagas prioritárias
 Como calcular número de vagas para estacionamento?
 Sorteio de vagas
 Tamanho das vagas
 Você sabia? condomínios devem obedecer leis de trânsito
TIPOS DE VAGAS DE GARAGEM
Primeiramente, vamos esclarecer as nomenclaturas. Tudo depende do formato do condomínio, mas basicamente há 
dois tipos de vagas de garagem: as que são acessórias (aquelas que estão atreladas à casa ou apartamento) e as 
autônomas (situadas em um local determinado, separado do imóvel).
No caso de vagas acessórias, existe uma única matrícula no registro imobiliário. Ao lermos a certidão do registro de 
imóveis, veremos que o apartamento ou casa tem uma determinada área total, composta da área útil (a do interior da 
unidade), a área da vaga de garagem e uma porcentagem da área comum. Portanto, a vaga de garagem está situada 
em local indeterminado.
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SOBRE VAGAS DE GARAGEM
Há condomínios, entretanto, em que a vaga de garagem é um bem imóvel, separado do apartamento ou casa. Ou seja, 
é autônoma. Nessa hipótese, há duas matrículas: uma do apartamento ou casa e outra da vaga de garagem. Geralmen-
te, elas estão situadas em local determinado, com descrição de seu tamanho e confrontações.
O CONDÔMINO PODE VENDER OU ALUGAR A SUA VAGA DE GARAGEM PARA 
QUEM ELE BEM ENTENDER?
O bem acessório normalmente segue o principal. Assim, se vendido o apartamento ou casa, a vaga de garagem estará 
sendo vendida junto. Mas o artigo 1.339, parágrafo segundo, do novo Código Civil, prevê, no caso de parte acessória 
da unidade, a permissão de alienação a outro condômino, ressalvando, no entanto que só poderá "fazê-lo a terceiro se 
essa faculdade constar do ato constitutivo do condomínio, e se a ela não se opuser a respectiva assembléia geral". 
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, decidindo sobre problema de retificação do registro de imóvel, de 
apartamento e respectiva vaga de garagem, deixou assentado que, como direito acessório, a vaga de garagem adere à 
unidade, sendo, contudo, desta destacável para efeito de sua cessão a outro condômino. Admitiu assim que, apesar de 
no caso a vaga ser bem acessório à unidade condominial, é admissível a sua transferência para outro apartamento do 
mesmo prédio. No caso de ser um bem independente, com matrícula própria, a vaga de garagem pode ser vendida 
separadamente, sem qualquer problema, observada a convenção condominial.
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SOBRE VAGAS DE GARAGEM
DAÍ A INDAGAÇÃO: E PARA QUEM PODEMOS VENDÊ-LA? 
O novo Código Civil, na parte que regula os condomínios edilícios (artigos 1.331 a 1.358), permite que as vagas que não 
são acessórias das unidades principais, sejam vendidas livremente por seus proprietários. Entretanto, entende a jurispru-
dência que elas somente podem ser vendidas a estranhos ao condomínio, isto é: para pessoas que não detenham a 
propriedade dos apartamentos ou casas, se a convenção permitir. Caso contrário, o condômino somente pode vender 
a outro condômino.
COMO FUNCIONA NA PRÁTICA
A venda de parte acessória é bastante trabalhosa, principalmente no que diz respeito às alterações que terão de ser 
feitas no registro de imóveis, pois altera a área total da unidade vendedora e também da compradora. 
Por outro lado, atentando-se para o aspecto "segurança", hoje tudo isso é muito importante devido aos assaltos em 
condomínios. Então, recomendamos que, na elaboração ou na alteração das convenções condominiais, façam constar 
expressamente a proibição da venda de vagas de garagem, autônomas ou individuais, a não-condôminos. 
ALUGAR A VAGA: SIM OU NÃO?
Quanto à locação, podemos fazê-la para outro condômino qualquer. Para não-condômino, somente se houver permis-
são expressa na convenção condominial ou decisão favorável da assembleia, em cuja "ordem do dia" conste expressa-
mente o assunto. Nos chamados edifícios-garagem, em que só há vagas de garagem, a locação e a venda são comple-
tamente livres. 
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USO INDEVIDO DA VAGA
Como o próprio o nome diz, vagas de estacionamento devem ser utilizadas para guardar automóveis. Como bom 
síndico, não permita que os moradores usufruam da garagem como depósito.
A segurança dos moradores pode ser prejudicada dependendo do caso. Se acontecer algum acidente, o condomínio 
pode ser processado por negligência. Além, é claro, do fato que uma garagem desorganizada desvaloriza o imóvel e 
assusta possíveis compradores.
Se algum morador desrespeitar as regras, marque logo uma convenção e lembre-se que você, como síndico, pode e 
deve usar multas e advertências para resolver o problema.
DANOS AOS CARROS NA GARAGEM
É provável que já tenha vivenciado cenas do tipo! 
Legalmente, o condomínio só é responsável por danos 
aos veículos estacionados nas garagens se existir um 
funcionário responsável pela segurança do local. 
Equipamentos de vigilância como câmeras ou alarmes 
não responsabilizam o condomínio por possíveis 
danos.
Se o dano é causado por outro morador, como uma batida ou arranhão, o síndico deve servir como um mediador da 
solução do problema. Obviamente, nem o condomínio e muito menos o síndico devem arcar com o custo de conser-
to de carros de moradores.
Normalmente, o seguro condominial, cobre apenas casos de furto de automóveis da propriedade. No mais, resolva 
essas medidas na convenção do condomínio e garanta que tudo esteja de acordo com o Art. 1.336 do Código Civil.
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DEMARCAÇÃO DE VAGA DE GARAGEM
No início de um condomínio, é preciso fazer uma reunião de assembleia para definir como será feita a demarcação de 
vagas na garagem do condomínio, obedecendo às normas estipuladas pela região.
TRADICIONALMENTE ELAS SE DIVIDEM EM: 
 FIXA: cada morador tem a sua vaga estipulada e ela não pode ser alterada. Normalmente isso é feito através do 
sorteio de vagas de garagem ou por determinação da planta do imóvel;
 ROTATÓRIA: o estacionamento pode ser baseado no famoso “quem chegar primeiro”. Dessa forma, o morador 
pode estacionar em qualquer espaço que esteja vazio, sem chateações. Também há a opção de ser realizado um 
rodízio para a troca periódica de lugares.
E AS VAGAS DE ESTACIONAMENTO PRIORITÁRIAS?
O Código Civil não obriga condomínios a oferecerem vagas 
de garagem especiais para idosos. Já no caso de pessoas 
com deficiências físicas ou com mobilidade reduzida, a lei 
nacional não se aplica aos condomínios. Portanto, cada 
município tem as suas regras estabelecidas para lidar com 
esta questão. Avalie como funciona no seu estado! 
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SOBRE VAGAS DE GARAGEM
COMO CALCULAR NÚMERO DE VAGAS PARA ESTACIONAMENTO? 
Em condomínio residenciais, isso é definido pelo tamanho e infraestrutura do imóvel. Geralmente, não existe espaço 
suficiente para que cada unidade conte com uma vaga de garagem. Nesse caso, é necessário optar pela prática da 
demarcação rotatória.
Já em condomínios comerciais, vale checar o que diz a legislação do município. Em alguns locais, a lei autoriza que os 
veículos fiquem estacionados bem próximos um ao outro, causando as emblemáticas vagas presas. Em contrapartida,outros municípios só permitem que os carros sejam estacionados de forma que se deixe 5 metros ou mais de recuo 
frontal livre.
SORTEIO DE VAGAS DE GARAGEM EM CONDOMÍNIO
Como já falamos, é preciso definir qual será o esquema de demarcação (fixa ou rotatória), em uma reunião de assem-
bleia, para decidirem juntos a melhor forma de seguir. Para isso, é preciso ter aprovação de dois terços dos condômi-
nos.
Depois da votação, o veredito final deve ser integrado à convenção do condomínio. Para alterá-lo no futuro, é neces-
sário realizar uma nova votação pela assembleia.
Ao organizar o sorteio, o síndico precisa considerar as necessidades dos moradores idosos e com deficiências físicas. 
Conceder vagas de fácil acesso a essas pessoas é opcional, mas garante o bem-estar na vida em comunidade, além de 
ser uma questão de cidadania e educação.
TAMANHO DAS VAGAS DE ESTACIONAMENTO DO CONDOMÍNIO (ABNT)
O Código Civil não determina o tamanho de vagas de garagem. Entretanto, a Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT) de determinados estados estipula um padrão.
Essa norma da ABNT foi criada para que um carro de porte médio realize as manobras com segurança. Então, é levado 
em consideração os dados de carros de tamanho médio das marcas populares, com medidas entre 1,85 m de largura e 
4,45 m de comprimento.
DEMARCAÇÃO DE VAGA DE GARAGEM
No início de um condomínio, é preciso fazer uma reunião de assembleia para definir como será feita a demarcação de 
vagas na garagem do condomínio, obedecendo às normas estipuladas pela região.
TRADICIONALMENTE ELAS SE DIVIDEM EM: 
 FIXA: cada morador tem a sua vaga estipulada e ela não pode ser alterada. Normalmente isso é feito através do 
sorteio de vagas de garagem ou por determinação da planta do imóvel;
 ROTATÓRIA: o estacionamento pode ser baseado no famoso “quem chegar primeiro”. Dessa forma, o morador 
pode estacionar em qualquer espaço que esteja vazio, sem chateações. Também há a opção de ser realizado um 
rodízio para a troca periódica de lugares.
O BÊ-A-BÁ DO SÍNDICO
SOBRE VAGAS DE GARAGEM
em consideração os dados de carros de tamanho médio das marcas populares, com medidas entre 1,85 m de largura e 
4,45 m de comprimento.
Nem todos os estados contam com normas ABNT. Portanto, consulte a legislação local e o projeto da construção do 
imóvel aprovado pela prefeitura.
VALE LEMBRAR!
É dever do morador conhecer essas limitações antes de se mudar. Afinal, não é viável o condomínio 
redimensionar vagas do estacionamento por causa de um único condômino! A regra é clara: se um 
veículo não cabe no espaço, ele não deve ficar na garagem.
VOCÊ SABIA? CONDOMÍNIOS DEVEM OBEDECER LEIS DE TRÂNSITO
De acordo com o que está previsto na lei federal 9.503/97, em seu Artigo 2º, o código de trânsito brasileiro (CTB) 
também regulamenta as vias internas de condomínios.
A fiscalização pode ser feita pela prefeitura, através de convênio, entretanto, questões como as taxa aplicadas por 
alguma infração que tenha sido cometida por morador fica a cargo do condomínio que deve deliberá-las através de 
regimento interno.
Além disso, os condomínios também são citados no artigo 51 do CTB que trata da implantação de sinalização de 
trânsito das ruas internas de conjuntos residenciais que passam a ser classificadas como aptas para circulação passando 
a ser passíveis de fiscalização.
Daphnis Citti de Lauro é advogado, autor do livro "Condomínio: Conheça Seus Problemas" e sócio da Advocacia Daph-
nis.
Fonte de consulta: portal Sindiconet 
https://www.instagram.com/administradoranacional/https://www.facebook.com/admnacional/
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Nem todos os estados contam com normas ABNT. Portanto, consulte a legislação local e o projeto da construção do 
imóvel aprovado pela prefeitura.

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