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Apostila de Direito Administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO
SUMÁRIO
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO
1.1. Conceito de Direito
1.2. Conceito de Direito Posto I – Constitucionalismo antigo
1.3. Direito Administrativo e Ramo do Direito
1.4. Conceito de Direito Administrativo
1.4.1. Escola Legalista ou Exegética
1.4.2. Escola do Serviço Público
1.4.3. Escola do Critério do Poder Executivo
1.4.4. Escola do Critério das Relações Jurídicas
1.4.5. Escola do Critério Teleológico
1.4.6. Escola do Critério Residual ou Negativo
1.4.7. Escola do Critério de Distinção da Atividade Jurídica e Atividade Social do Estado
1.4.8. Escola do Critério da Administração Pública
2. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
2.1. Lei em Sentido Amplo
2.2. Doutrina
2.3. Jurisprudência
2.4. Costumes
2.5. Princípios Gerais do Direito ....................................................................27
3. SISTEMA ADMINISTRATIVO OU MECANISMOS DE CONTROLE
3.1. Contencioso Administrativo ou Sistema Francês
3.2. Jurisdição Única ou Sistema Inglês
4. FUNÇÕES DO ESTADO
4.1. Funções Típicas
A- Legislativo
B- Judiciário
C- Executivo
D- Função de Governo ou Política
4.2. Funções Atípicas
5. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
5.1. Conceito
A- Sentido Formal ou Subjetivo ou Orgânico
B- Sentido Material ou Objetivo
5.2. Regime Jurídico Administrativo
6. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
6.1. Princípio da Supremacia do Interesse Público
6.2. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público
6.3. Princípio da Legalidade
6.4. Princípio da Impessoalidade
6.5. Princípio da Moralidade
6.6. Princípio da Publicidade
6.7. Princípio da Eficiência
6.8. Princípio da Isonomia
6.9. Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
6.10. Princípio da Proporcionalidade e Razoabilidade
6.11. Princípio da Autotutela
6.12. Princípio da Presunção de Legitimidade
6.13. Princípio da Especialidade
7. FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA
7.1. Descentralização Administrativa
A- Outorga
B – Delegação
7.2. Relação entre o Estado X Agente
A- Teoria do Mandato
B- Teoria da Representação
C – Teoria do Órgão ou Imputação
8. ÓRGÃO PÚBLICO
8.1. Considerações Gerais
8.2. Classificação dos Órgãos Públicos
8.2.1. Quanto à posição estatal
A- Órgãos Independentes
B- Órgãos Autônomos
C- Órgãos Superiores
D- Órgãos Subalternos
8.2.2. Quanto à estrutura
A- Simples (Unitário)
B – Composto
8.2.3. Quanto à atuação funcional
A- Singular (Unipessoal)
B- Colegiados (Pluripessoais)
9. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
9.1. Características comuns a todas as pessoas da Administração Indireta
A- Personalidade Jurídica Própria
B- Exigência de Lei para criar pessoa jurídica indireta
C- Não tem fins lucrativos
D- Finalidade Específica
E- Sujeitas a Controle
9.2. Fundação Pública
9.2.1. Regime Jurídico da Fundação Pública de Direito Público
9.2.2. Regime Jurídico da Fundação Pública de Direito Privado
9.3. Autarquia
9.3.1. Finalidade
9.3.2. Regime Jurídico
9.3.3. Características
A- Autarquia e Prescrição
B- Bens Autárquicos
C- Débitos Judiciais pagos através do Regime de Precatórios
D- Privilégios Tributários das Autarquias
E- Privilégios Processuais das Autarquias
F- Procedimentos Financeiros
G- Autarquia sujeita à Lei de Responsabilidade Fiscal
H- Pessoal
9.3.4 Autarquias Territoriais
9.3.5. Conselho de Classe
9.3.6. Ordem dos Advogados do Brasil
9.3.7. Autarquia em Regime Especial
9.4. Agências Reguladoras
9.4.1. Considerações Gerais
9.4.2. Regras Fundamentais
9.4.3. Exemplos de Agências Reguladoras
9.5. Agências Executivas
9.6. Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista
9.6.1. Empresa Pública
A. Finalidades da Empresa Pública
B. Modalidade Empresarial da Empresa Pública
9.6.2. Sociedade de Economia Mista
A. Finalidades da Sociedade de Economia Mista
B. Modalidade Empresarial da Sociedade de Economia Mista
9.6.3. Empresa Pública x Sociedade de Economia Mista
9.6.4. Regime Jurídico das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista
A- Bens da Empresa Pública e da Sociedade de Economia Mista
B- Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista não estão sujeitas à Lei de Falência
C- Responsabilidade Civil das Empresas Públicas e das Sociedades de Economia Mista
D- Licitação
E- Regime Tributário
F- Regime de Pessoal
10. ENTES DE COOPERAÇÃO
10.1. Introdução
10.2. Entes de Cooperação em Espécie
10.2.1. Serviço Social Autônomo
10.2.2. Entidades de Apoio
10.2.3. Organizações Sociais – OS
10.2.4. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP
11. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
11.1. Introdução
11.2. Características marcantes dos Poderes da Administração.
11.3. Modalidades de Poderes Administrativos
A. Poder Vinculado e Discricionário
B. Poder Hierárquico
C. Poder Disciplinar
D. Poder Regulamentar
E. Poder de Polícia
E.1. Introdução
E.2. Formas de Poder de Polícia
E.3. Atributos do Poder de Polícia
12. ATOS ADMINISTRATIVOS
12.1. Introdução
12.2. Conceito
12.3. Elementos
A. Sujeito
B. Forma
C. Motivo
D. Objeto
E. Finalidade
12.4. Mérito do Ato Administrativo
A. Ato Vinculado
B. Ato Discricionário
12.5. Atributos do Ato Administrativo
A. Presunção de Legitimidade
B. Autoexecutoriedade
C. Imperatividade/Coercibilidade
D. Tipicidade
12.6. Perfeição, Validade e Eficácia do Ato Administrativo
12.7. Efeito Típico e Atípico do Ato Administrativo
12.8. Classificação dos Atos Administrativos
12.8.1. Quanto aos destinatários
A. Atos Gerais
B. Atos Individuais
12.8.2. Quantos ao alcance do ato
A. Ato interno
B. Ato externo
12.8.3. Quanto ao grau de liberdade
A. Ato vinculado
B. Ato discricionário
12.8.4. Quanto à formação
A. Ato simples
B. Ato composto/complexo
12.9. Extinção dos Atos Administrativos
A. Conclusão do objeto ou cumprimentos dos seus efeitos
B. Desaparecimentos do objeto ou do sujeito
C. Renúncia do direito
D. Decisão do Poder Público
E. Cassação
F. Caducidade
G. Contraposição
H. Anulação/Invalidação
I. Revogação
12.10. Convalidação dos Atos Administrativos
12.10.1. Conversão do Ato Administrativo
12.10.2. Estabilização de Efeitos do Ato Ilegal
13. LICITAÇÃO
13.1. Previsão legal
13.2. Conceito
13.3. Objetivos
13.4. Competência para legislar sobre licitações e contratos
13.5. Sujeitos da Licitação
13.6. Princípios específicos que regem a Licitação
13.7. Modalidades de Licitação
A. Concorrência
A.1. Concorrência em razão do valor
A.2. Concorrência em razão do objeto
B. Tomada de Preços
C. Convite
D. Leilão
E. Concurso
F. Pregão
13.8. Contratação direta
13.8.1. Dispensa de Licitação.
A. Licitação Dispensada
B. Licitação Dispensável
13.8.2. Licitação Deserta X Licitação Fracassada	
13.8.3. Inexigibilidade de Licitação
13.8.3.1 Pressupostos de Viabilidade
A. Pressuposto lógico
B. Pressuposto Jurídico
C. Pressuposto Fático
13.9. Procedimento: Concorrência, Tomada de Preço e Convite
13.9.1. 1ª Etapa – Fase interna da Licitação
A. Formalização do processo
B. Identificação da necessidade
C. Identificação do recurso orçamentário
D. Nomeação da Comissão de Licitação
E. Elaboração do Edital
F. Parecer Jurídico
G. Autorização Formal do certame
13.9.2. 2ª Etapa – Fase Externa da Licitação
A. Publicação do Edital
B. Recebimento de envelopes
C. Habilitação
D. Classificação e Julgamento
E. Homologação
F. Adjudicação
13.9.3. Procedimento do Pregão
13.10. Regime Diferenciado de Contratação
14. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
14.1. Contratos da Administração
14.2. Contrato Administrativo
A. Conceito
B. Características do Contrato Administrativo14.3. Formalidades para a celebração do Contrato Administrativo
A. Licitação Prévia
B. Contrato Administrativo escrito
C. Publicação do Contrato Administrativo
D. Instrumento de Contrato
14.4. Cláusulas do Contrato Administrativo
A. Cláusulas necessárias
B. Cláusulas Exorbitantes
14.5. Alteração Contratual
14.6. Extinção do Contrato Administrativo
A. Conclusão do objeto
B. Advento do tempo contratual
C. Rescisão
15. SERVIÇO PÚBLICO
15.1. Conceito
15.2. Princípios que regem os serviços públicos adequados
15.3. Classificação dos Serviços Públicos
A. Quanto à essencialidade
B. Quanto aos destinatários dos serviços
15.4. Delegação de Serviço Público
15.4.1. Concessão de Serviço Público
A. Concessão comum de serviço público
B. Concessão especial de serviço público – Parceria Público Privada (PPP)
B.1. Objetivos da Parceria Público Privada
B.2. Modalidades de Parceria Público Privada
B.3. Características da Parceria Público Privada
B.4. Proibições para Parceria Público Privada
B.5. Pessoa Jurídica criada pela Parceria Público Privada
15.4.2. Permissão de Serviço Público
15.4.3. Autorização de Serviço Público
16. AGENTE PÚBLICO
16.1. Conceito de Agente Público
16.2. Classificação dos Agentes Públicos
16.3. Acessibilidade no Serviço Público
16.3.1. Prazo de validade do concurso público
16.3.2. Súmulas importantes
16.3.3. Direito à nomeação
16.3.4. Estabilidade
16.3.5. Estágio Probatório
16.4. Sistema Remuneratório dos Servidores Públicos
A. Remuneração ou vencimentos
B. Subsídios
16.5 Acumulação do Servidor Público
16.6. Aposentadoria dos Servidores
16.6.1. Modalidades
A. Aposentadoria por invalidez
B. Aposentadoria compulsória
C. Aposentadoria voluntária
D. Aposentadoria Especial
16.6.2. Emenda Constitucional 41/03
16.6.3. Teto de proventos
16.6.4. Contribuição dos inativos
16.6.5. Direito adquirido
17. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
17.1. Princípios que fundamentam a Responsabilidade do Estado
17.2. Evolução da Responsabilidade Civil do Estado
A. Teoria da Irresponsabilidade do Estado
B. Estado sujeito responsável
C. Teoria da Responsabilidade Subjetiva
D. Teoria da Responsabilidade Objetiva
17.3. A Responsabilidade Civil do Estado no Brasil
17.3.1. Sujeitos da Responsabilidade do Estado
17.3.2. Responsabilidade Primária e Secundária
17.3.3. Conduta	
17.3.4. Atividades de risco geradas pelo Estado
17.3.5. Dano
17.3.6. Ação Judicial
17.3.7. Prazo Prescricional
18. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
18.1. Conceito
18.2. Fontes da Improbidade
18.3. Competência Legislativa
18.4. Natureza Jurídica do Ilícito de Improbidade
18.5. Elementos da Improbidade
A. Sujeito passivo
B. Sujeito ativo
C. Ato de Improbidade
C. 1. Ato do Artigo 9º
C.2. Ato do Artigo 10º
C.3. Ato do Artigo 11º
18.6. Sanções/Medidas de Improbidade
18.7. Ação Judicial de Improbidade
18.7.1. Legitimidade
18.7.2. Competência para julgar ação de improbidade
18.7. 3. Prazo Prescricional
19. PROCESSO ADMINISTRATIVO
19.1. Objetivos do Processo Administrativo
19.2. Modelo Constitucional do Processo Administrativo
A. Devido Processo Legal
B. Contraditório e Ampla Defesa
C. Verdade Real e Verdade Formal
D. Oficialidade
19.3. Processo Administrativo da Lei 9.784/99
19.4. Atos praticados no Processo Administrativo
19.5. Fases do Processo Administrativo
A. 1ª Fase – Instauração do Processo
B. 2ª Fase - Instrução do Processo
 C. 3ª Fase – Direito de Defesa
D. 4ª Fase – Relatório
E. 5ª Fase – Julgamento do Processo
F. 6ª Fase – Recurso
20. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA
20.1. Parte Geral
20.2. Fundamentos da Intervenção
20.3. Modalidades de Intervenção
A. Limitação Administrativa
B. Servidão Administrativa
C. Requisição
D. Ocupação Temporária
E. Tombamento
20.4. Desapropriação
20.4.1. Competência para desapropriação
20.4.2. Objeto da Desapropriação
20.4.3. Desapropriação de bem público
20.4.4. Modalidades de Desapropriação
A. Desapropriação comum (ordinária)
B. Desapropriação Sancionatória (extraordinária)
C. Desapropriação Indireta
20.4.5. Procedimento da Desapropriação na via administrativa
	
21. BENS PÚBLICOS
21.1. Conceito
21.2. Classificação dos Bens Públicos
A. Quanto à titularidade
B. Quanto à destinação
21.3. Regime Jurídico dos Bens Públicos
21.4. Formas de aquisição de bens pelo Poder Público
21.5. Gestão dos Bens Públicos
A. Quanto à destinação natural do bem (forma de utilização)
B. Quanto à generalidade do uso do bem 
21.6. Análise do artigo 20 da Constituição Federal de 1988
22. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
22.1. Noções Gerais
22.2. Classificação/Tipos/Formas do Controle da Atividade Administrativa
A. Quanto ao órgão controlador
B. Quanto à extensão do controle
C. Quanto à natureza do controle
D. Quanto à oportunidade
E. Quanto à hierarquia
23. CONSÓRCIOS E CONVÊNIOS
23.1. Consórcios e convênios previstos na Lei 8.666/93
23.2. Consórcios Públicos previstos na Lei 11.107/05
24. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DA UNIÃO – LEI 8.112/90
24.1. Conceito de cargo, função e emprego
24.2. Cargo Público
24.2.1. Classificação de Cargos Públicos
A. Quanto à posição estatal
B. Quanto à vocação para retenção
24.3. Provimento
24.4. Desinvestidura
24.5. Vacância dos Servidores Públicos
24.6. Direitos e Vantagens do Servidor
A. Remuneração
B. Vantagens
C. Férias
D. Licenças
E. Afastamentos
F. Concessões
G. Tempo de Serviço
H. Direito de petição
24.7. Seguridade Social do Servidor Público
24.8. Regime Disciplinar
25. SERVIÇO PÚBLICO E INCIDÊNCIA DO DIREITO DO CONSUMIDOR
25.1. Serviço Público
25.1.1. Origem histórica
25.1.2. Definição de Serviço Público
25.1.3. Princípios que regem o Serviço Público
25.2. Relação Jurídica de Consumo
25.2.1. Consumidor
25.2.2. Fornecedor
25.2.3. Serviço
25.3. Princípio da Continuidade do Serviço Público
25.4. Serviço Público de Saneamento Básico (Lei 11.445/07)
25.4.1. Serviço Público de Abastecimento de Água e Esgoto
25.4.2. Serviço Público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos
25.4.3. Serviço Público de manejo de águas pluviais
25.4.4. Repercussões da Lei 11.445/07 envolvendo o Direito do Consumidor
26. TERCEIRO SETOR
26.1. Espécies de Fomento
A. Fomento honorífico
B. Fomento Econômico
26.2. Instrumentos da Atividade de Fomento
26.2.1. Contrato de Gestão
26.2.2. Parceria
26.3. OSCIPs (Lei 9.790/99)
26.3.1. Conceito
26.3.2. Objetivos
26.3.3. Requisitos dos Estatutos das OSCIPs
26.3.4. Perda da Qualificação da OSCIPs
26.3.5. Pedido de Qualificação de OSCIPs
26.3.6. Princípios que regem o processo administrativo de desqualificação da OSCIPs
26.3.7. Termo de Parceria
26.3.8. Controle das OSCIPs
26.3.9. Licitação nas OSCIPs
26.4. OS´s (Lei 9.637/98)
26.4.1. Atividades desempenhadas pelas OS´s
26.4.2. Atribuições do Conselho de Administração das OS´s
26.4.3. Efeitos da Qualificação de OS
26.4.4. Contrato de Gestão da OS
26.4.5. Desqualificação da OS
26.4.6. Consequências da Desqualificação da OS
26.4.7. Regime de Pessoal das OS´s
26.4.8. Licitação nas OS´s
26.4.9. Controle das OS´s
26.4.10. Responsabilidade envolvendo as OS´s
26.5. Serviços Sociais Autônomos
26.5.1. Conceito
26.5.2. Controle do Sistema “S”
26.5.3. Licitação
26.5.4. Regime de Pessoal
26.5.5. Competência judicial
26.5.6. Privilégios concedidos pela CF/88 aos Serviços Sociais Autônomos
26.6. Fundações de Apoio
26.7. Cooperativas Prestadoras de Serviço Público
27. ESTATUTO DA CIDADE
27.1. Instrumentos no Estatuto da Cidade.
27.2. Objeto e finalidade do Estatuto da Cidade.
27.3. Parcelamento,Edificação ou Utilização Compulsórios
27.4. IPTU Progressivos
27.5. Desapropriação-sanção
27.6. Direito de Superfície
27.7. Direito de Preempção
27.8. Outorga Onerosa do Direito de Construir (solo criado)
27.9. Transferência do Direito de Construir
27.10. Operação Urbana Consorciada
27.11. Estudo de Impacto de Vizinhança
27.12. Plano Diretor
27.13. Consórcio Imobiliário
27.14. Instrumentos de Regularização Fundiária: Usucapião Especial de Imóvel Urbano
27.15. Usucapião Especial Coletiva
	1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO�
1.1. CONCEITO DE DIREITO
É o conjunto de normas impostas coativamente pelo Estado, que vão disciplinar a vida em sociedade, permitindo a coexistência harmônica dos seres em sociedade.
1.2 CONCEITO DE DIREITO POSTO
É o direito vigente em um dado momento histórico.
1.3 DIREITO ADMINISTRATIVO E RAMO DO DIREITO
Para fins didáticos, o direito foi subdividido em ramos, de acordo com o direito que persegue: Direito Público e Direito Privado.
O direito administrativo é um ramo do Direito Público, que representa a atuação do Estado na busca do interesse público. 
PERGUNTA DE CONCURSO�: Norma de direito público é sinônimo de norma de ordem pública? 
NÃO! Pois o conceito de “ordem pública” é mais abrangente que “direito público”, isto porque também há norma de ordem pública no direito privado.
Direito público é a atuação do estado na satisfação do interesse público; norma de ordem pública é aquela imodificável pela vontade das partes. 
Ex: Administração está precisando de copos de água, em regra teria o dever de licitar. Porém, essa regra “dever de licitar”, é regra de direito publico (porque pertence ao D. Adm) e de ordem pública (o dever de licitar não pode ser alterado pela vontade das partes).
Ex: sujeito que adquire renda tem obrigação de pagar imposto de renda. Esse dever não pode ser negociado, é de direito público e também de ordem pública.
Para doutrina brasileira, toda regra de direito público também é de ordem pública.
No direito privado há também normas de ordem pública, ex: regras de capacidade do Direito Civil, embora não sejam de direito público, mas privado. Logo, há regra de ordem pública também no direito privado.
Assim, toda regra de direito público é de ordem pública, mas há regra de ordem pública também no direito privado.
O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público Interno, pois se preocupa com as relações internas, pessoas que estão dentro do território nacional.
	
1.4.CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
Muitos são os conceitos, em razão da discussão acerca do OBJETO (indefinição deste) do direito administrativo.
Assim, diversas são as escolas que conceituam o direito administrativo:
	1.4.1. ESCOLA LEGALISTA (ou EXEGÉTICA)
Surge num primeiro momento a escola legalista (ou exegética).
Para esta escola, direito administrativo é puro e simplesmente o estudo da lei. Aqui não há princípio etc.
	1.4.2 ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO
Superada a escola Legalista (ou exegética), o direito administrativo passa a ser o estudo de princípios e leis. Trata-se da escola do serviço público.
Esta escola dizia que serviço público é toda atuação do Estado, e o direito administrativo estuda o serviço público. 
Esta idéia não foi acolhida pelo nosso sistema (não prosperou no Brasil), pois abrange toda a atuação do Estado e prejudica os demais ramos do direito público (direito tributário, previdenciário, penal, etc.).
	1.4.3. ESCOLA DO CRITÉRIO DO PODER EXECUTIVO
Posteriormente foi criada a escola do critério do poder executivo. Segundo a escola, o direito administrativo se preocupa só com a atuação do Poder Executivo. 
Tal critério também não foi acolhido no Brasil, pois o direito administrativo não estuda só o Poder Executivo, mas sim a atividade administrativa (seja o Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário).
	1.4.4.ESCOLA DO CRITÉRIO DAS RELAÇÕES JURÍDICAS
Surge após a escola do critério das relações jurídicas, segunda a qual o direito administrativo se preocupa com todas as relações jurídicas do Estado. 
O Estado se preocupa com as relações jurídicas, mas nem todas, por isso não prevaleceu no Brasil.
	1.4.5.ESCOLA DO CRITÉRIO TELEOLÓGICO
Depois disso surgiu a escola do critério teleológico, que consignava que o direito administrativo é um conjunto de regras e princípios. 
OBS.: essa idéia procede, mas indaga-se: são regras e princípios que definem o quê?
 A doutrina disse que esse critério está correto, mas é insuficiente. Este critério foi aceito pelo Brasil, introduzido por Osvaldo Aranha Bandeira de Melo (pai de Celso de Melo), mas dito como insuficiente�.
Todos os critérios adiante foram aceitos, mas tidos como insuficientes:
	1.4.6.ESCOLA DO CRITÉRIO RESIDUAL ou NEGATIVO
Segundo a doutrina, excluía-se a função jurisdicional e legislativa, e o resto era direito administrativo. 
OBS.: está correto afirmar que não estudamos a função jurisdicional e legislativa? Sim, essa exclusão é verdadeira. Mas o resto é tudo direito administrativo? 
Em razão disso, afirma-se que essa teoria é aceita, contudo, o conceito é insuficiente.
	1.4.7. ESCOLA DO CRITÉRIO DE DISTINÇÃO DA ATIVIDADE JURÍDICA e ATIVIDADE SOCIAL DO ESTADO
Segundo esta escola, quem define qual a melhor política pública não é o direito administrativo (ex. instituir bolsa escola).
Uma vez escolhida a política pública, o direito administrativo estudará o aspecto jurídico desta política, como implantá-la, por exemplo. 
Para esse critério�, o Direito Administrativo se preocupa com a atividade jurídica, mas não se preocupa com a atividade social (políticas públicas). Mas se o Estado instituir política pública, p.ex, do idoso, o Direito Administrativo se preocupará com o aspecto jurídico dessa política, p. ex, quem vai arcar com os custos e etc. Não se discute se a política pública e boa ou ruim.
OBS: quando foi implementada essa gratuidade do transporte para idosos, várias concessões já estavam em andamento, e ninguém queria pagar essa conta. O Estado não fez reserva desse valor.
OBS.: esse critério serve?
Sim, mas ainda é insuficiente. 
	1.4.8. *ESCOLA DO CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (Hely Lopes Meirelles, que somou os 02 critérios anteriores)
É o critério acolhido pelo Brasil nos dias de hoje e que é abordado em concurso.
Feitas essas considerações, Hely Lopes Meirelles conceitua direito administrativo como um conjunto harmônico de princípios e regras (regime jurídico-administrativo) que regem as atividades administrativas (órgãos, agentes), independentemente de quem a exerce (Poder Judiciário, Executivo ou Legislativo), tendentes a realizar de forma direta, concreta e imediata os fins desejados pelo Estado (que é definido pelo direito constitucional).
Realizar de forma concreta – significa que há destinatário determinado e que atinge diretamente este destinatário. (exemplos: desapropriar imóvel de José; nomear João como juiz). Já a função legislativa do Estado é uma função abstrata.
REALIZAR DE FORMA DIRETA – o Poder Público age independentemente de provocação. Já a função jurisdicional atua por provocação e, portanto, é função indireta. Com isso, conclui-se que a função jurisdicional não pertence ao direito administrativo.
REALIZAR DE FORMA IMEDIATA – reúne apenas a atividade jurídica do Estado. A atuação de forma mediata cuida da atividade social do Estado, de acordo com a teoria da distinção.
	2. FONTES DE DIREITO ADMINISTRATIVO�
	2.1. LEI EM SENTIDO AMPLO (qualquer espécie normativa)
Nosso ordenamento jurídico está organizado numa estrutura escalonada (hierarquizada).
O ato administrativo está na base da pirâmide (exemplo: regulamento). 
OBS.: este ato administrativo precisa ser compatível com a Lei, com a ConstituiçãoFederal?
O ato inferior tem que ser compatível com ato superior, e todos eles compatíveis com a Constituição Federal. 
O STF chama isso de relação de compatibilidade vertical.
	2.2. DOUTRINA
É o resultado do trabalho dos estudiosos. 
O direito administrativo não tem codificação, o que dificulta a coerência do estudo e gera divergência.
 
	2.3. JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência se constitui com julgamentos reiterados sempre no mesmo sentido.
Uma decisão isolada é um acórdão. Só será jurisprudência se foi decisão reiterada no mesmo sentido.
Uma vez consolidada a jurisprudência, o Tribunal edita uma súmula. No Brasil, a súmula sempre foi mecanismo de orientação, consolidação. 
A partir da EC 45/04, criou-se as súmulas vinculantes (criadas pelo STF, submetidas a um procedimento próprio de aprovação). Se há efeito vinculante, não se pode julgar em sentido contrário.
REPERCUSSÃO GERAL – o STF pode declarar a repercussão geral para uma matéria. A partir do caso que gerou a repercussão geral (leading case) os julgamentos posteriores são feitos por amostragem.
*Acessar o site do STF – ver link jurisprudência, repercussão geral com mérito julgado. Ver também súmulas vinculantes.
Hoje há uma preocupação, pois matérias que deveriam ser decididas pelo Legislativo, estão sendo decididas pelo Judiciário, notadamente pelo STF, através de edição de súmulas vinculantes (exemplos: direito de greve; aposentadoria de servidor público; nepotismo, etc.)
	2.4. COSTUMES
É a prática habitual de uma conduta, acreditando ser ela obrigatória. 
Costume no Brasil não cria, tampouco exclui a obrigação. Serve apenas como fonte, podendo provocar o surgimento de uma norma.
	2.5. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
São os alicerces do direito. É “coluna central” do direito administrativo. 
Princípios Gerais, na sua maioria, são regras implícitas no seu ordenamento (Exemplos: “é vedado o enriquecimento ilícito” – regra implícita; “quem causa dano a outrem está obrigado a indenizar” – regra explícita).
São idéias que estão na base do direito e que servem a todos os ramos do direito.
	3. SISTEMA ADMINISTRATIVO (ou MECANISMOS DE CONTROLE)�
Quem pode modificar/controlar o ato administrativo?
	3.1. CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO (ou SISTEMA FRANCÊS)
Em regra, praticado um ato administrativo, o controle, a revisão, é feita pela própria administração.
Excepcionalmente, para o sistema contencioso administrativo, o Poder Judiciário poderá controlar, isto é, rever este ato. O Poder Judiciário exerce uma atividade pública de caráter privado, isto é, é a atuação do Judiciário no regime privado. 
Nesse sistema, o Poder Judiciário julga tudo o que é repressão penal, decide tudo que é propriedade privada, tudo que é ligado ao estado e à capacidade das pessoas.
	3.2. JURISDIÇÃO ÚNICA (ou SISTEMA INGLÊS)
No sistema inglês, quem julga, ou seja, dá a última palavra, é o Poder Judiciário. É o sistema adotado pelo Brasil.
OBS.: se o nosso sistema é o de jurisdição única, é possível também o julgamento pela administração pública? 
Sim, mas esse julgamento é revisado pelo Judiciário.
Ex�: auto de infração para cobrar multa decorrente de fiscalização, nasce um procedimento administrativo, e a própria administração julga. Mas se a parte não concordar ela pode levar a matéria ao poder judiciário. Ou seja, nesse sistema a administração também julga, mas não em última instância, essa decisão, se decorrer lesão ou ameaça de lesão, pode ser revista pelo judiciário (reversível pelo poder judiciário).
A EC 7/77 tentou introduzir o sistema contencioso administrativo, mas não foi adiante.
OBS.: é possível a criação de um sistema misto de controle administrativo?
A doutrina afirma que não é possível, já que a mistura acontece tanto no contencioso quanto na jurisdição única. É natural dos 02 regimes.
OBS.: questão de concurso: A responsabilidade civil da administração no Brasil é objetiva. 
Este enunciado é falso. A responsabilidade civil objetiva é do Estado, e não da administração.
Porque a responsabilidade civil é do Estado e não da administração? 
Estado é a pessoa jurídica de direito público. Significa que possui personalidade jurídica, isto é, tem aptidão para ser sujeito de direito e contrair obrigações (exemplo: quem celebra contrato é o Estado).
OBS.: *O ESTADO é pessoa jurídica que está sujeita à teoria da dupla personalidade. Até o CC/16.
Se o Estado atua no regime público, é pessoa jurídica de direito pública; se atua no regime privado, atua como pessoa jurídica de direito privado. 
Hoje é consolidado que o Estado é pessoa jurídica de direito público.
OBS.: CONCEITO DE ESTADO DE DIREITO – é aquele Estado politicamente organizado e que obedece as suas próprias leis. O Brasil é um Estado de Direito.
OBS.: QUAIS SÃO ES ELEMENTOS DO ESTADO? Povo, território e governo.
Não se pode, portanto, confundir Estado com GOVERNO (este significa comando, direção).
Para que o nosso Estado seja independente, esse governo precisa ser soberano. Soberania é a independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna.
O Estado é organizado pelos seus poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário). Cada poder tem seu poder principal (exemplo: no Legislativo, legislar é o seu poder principal).
	4. FUNÇÕES DO ESTADO�
Função é exercer a atividade no interesse de outrem (do povo). As funções do estado podem ser TÍPICAS e ATÍPICAS.
4.1. FUNÇÕES TÍPICAS
É a função principal, para a qual cada poder foi criado.
São as seguintes:
LEGISLATIVO
Tem como escopo inovar o ordenamento jurídico. Alguns autores incluem na função típica do legislativo o poder de fiscalização, devido ao Tribunal de Contar e CPI (a profª discorda)�É uma função abstrata e geral (para todos).
JUDICIÁRIO
Não inova o ordenamento jurídico.
É uma função concreta (mas para controle de constitucionalidade é forma abstrata) e indireta (a jurisdição é inerte).
A função jurisdicional é a intangibilidade jurídica: significa a impossibilidade de mudança; gerar os efeitos da coisa julgada.
Alguns doutrinadores defendem que o judiciário pode inovar o ordenamento jurídico, pois o legislativo é omisso, não cumpre sua função precípua, o que acaba acarretando decisões judiciais suprindo essa omissão através de mandado de injunção e ADIN por omissão, é o chamado “ativismo judicial”. Há, inclusive, um projeto de emenda constitucional que permite ao legislativo sustar decisão judicial que exorbite o poder, entrando na seara do legislativo – isso é uma prova de que está instalada uma crise nessa seara. 
CUIDADO: Coisa julgada administrativa significa a impossibilidade de mudança somente na vida administrativa, não é uma verdadeira coisa julgada, não é intangível. A ideia e, se ele esgotou a via administrativa esta decisão produz coisa julgada administrativa. Porém, a parte insatisfeita pode buscar o judiciário�.
EXECUTIVO
A função típica é administrar. 
A função típica não inova o ordenamento jurídico. 
Em regra é concreta, direta (independe de provocação) e não produz a intangibilidade jurídica (não é idêntica à coisa julgada administrativa – esta é reversível pelo Poder Judiciário).
FUNÇÃO DE GOVERNO (ou POLÍTICA)
Definida por Celso A. Bandeira de Mello – alguns atos, dentro do Estado, não entram em nenhuma das funções acima (Legislativo, Judiciário e Executivo). 
É uma função importante e de grande força política (exemplo: sanção e veto do presidente da República; declaração de guerra e paz; estado de defesa; estado de sítio). Não pode ser apenas uma mera decisão administrativa, pois tem significativo destaque.
FUNÇÕES ATÍPICAS
São as funções secundárias, que não é a principal. 
A função atípica do legislativo é julgarprocesso de impeachment, administrar, licitar�.
	5. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA�
5.1. CONCEITO
Administração significa a máquina, a estrutura física que compõe a pessoa jurídica, isto é, o instrumental de que dispõe o Estado para por em prática as opções políticas do governo.
O conceito de administração se subdivide em 02 enfoques:
FORMAL (ou ORGÂNICO ou SUBJETIVO)
Significa os agentes, os bens, a estrutura física que pertencem à pessoa jurídica.
MATERIAL (ou OBJETIVO)
Está se referindo à atividade administrativa desenvolvida.
OBS.: ADMINISTRAÇÃO x GOVERNO.
GOVERNO constitui atividade política, de índole discricionária, enquanto a ADMINISTRAÇÃO é a atividade desenvolvida nos limites da lei e das normas técnicas.
5.2. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
Todo direito administrativo está na base do regime jurídico administrativo; é utilizado em qualquer assunto do direito administrativo.
Qualquer questão de 2º fase deve-se colocar um parágrafo de princípios.
REGIME JURÍDICO – É o conjunto de regras e princípios que guardam entre si uma coerência lógica.
Não há uma lista definida de quantos princípios formam o regime jurídico administrativo.
Os princípios pertencentes ao regime jurídico precisam ter uma coerência com os demais princípios.
Essa coerência lógica pressupõe que mais de um princípio pode ser aplicado na mesma situação. A doutrina moderna afirma que o princípio não é aplicado de forma absoluta, já que todos estão no mesmo patamar e por isso todos precisam ser respeitados. Essa idéia se chama PONDERAÇÃO DE INTERESSES: nenhum princípio é aplicado de forma absoluta; todos os princípios têm a mesma força e importância, e devem ser considerados ao mesmo tempo (princípio da relatividade ou da convivência das liberdades públicas). É necessário, contudo, avaliar, em cada caso concreto, qual será o princípio que vai prevalecer.
OBS:
PONDERAÇÃO DE INTERESSES�: nenhum princípio é aplicado de forma absoluta; todos os princípios têm a mesma força e importância, e devem ser considerados ao mesmo tempo. 
Ex: nomeação de servidor público sem concurso público – esse ato é ilegal, e seu caminho natural seria buscar a anulação desse ato (princípio da legalidade). No entanto, começa a ganhar força o entendimento de que em certos casos, ex: depois de muito tempo nomeado esse ato é anulado, o STJ decidiu que não se pode, dado o passar dos anos, mandá-lo embora, pois isso compromete outros princípios da ordem jurídica – ponderação. Em nome do princípio da segurança jurídica e boa-fé do servidor ele será mantido no cargo. É a chamada estabilização do ato. É uma posição nova que está ganhando força, mas exige certas regras.
Portanto, vê-se que não há um principio absoluto, deve-se ponderar. Ora prevalece um, ora prevalece outro. 
Dica de leitura: estabilização dos efeitos do ato de Jacinto Arruda.
5.3. PRINCÍPIOS MÍNIMOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO – estão consignados no artigo 37 da CF/88: Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. (“LIMPE”). Introduzido pela EC/19, a chamada reforma administrativa.
	Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
PEDRAS DE TOQUE DO DIREITO ADMINISTRATIVO – são princípios apontados por Celso A. Bandeira de Mello que estão no alicerce do direito administrativo (estão na base do direito administrativo): PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO e PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO.
INTERESSE PÚBLICO – é o somatório dos interesses individuais. Só será público quando esse interesse representar a vontade da maioria. 
Interesse Público PRIMÁRIO: é o interesse público, enquanto vontade do povo;
Interesse Público SECUNDÁRIO: representa a vontade do Estado, enquanto pessoa jurídica.
O interesse público primário e o secundário devem estar em harmonia. Mas, quando não há harmonia entre os doi interesses, deve prevalecer o interesse público primário.
Ex�: o povo (interesse primário) quer uma carga tributária justa; o Estado- pessoa jurídica (interesse secundário) quer arrecadar cada vez mais.
Nessa discordância de interesses prevalece a carga tributária justa (interesse primário). Os abusos do Estado, cobrança excessiva e desenfreada, não podem prosperar.
Dica de leitura: Alice Gonzáles Borges – supremacia do interesse público
6. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS�
	6. 1. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
Significa a superioridade, a sobreposição do interesse coletivo (público) em face dos interesses individuais. É princípio fundamental para o convívio em sociedade, chamado de pressuposto lógico para o convívio social. O interesse é público, e não do administrador, do aparelho estatal.
Referido princípio está presente em todos os institutos do direito administrativo: 
Pensando em ato administrativo, pensa-se nos atributos dos atos administrativos, que tem ligação ao princípio da supremacia do interesse público;
O Poder de Polícia também tem fundamento no princípio da supremacia do interesse público (ex.: fechamento de boate irregular);
 Nos Contratos Administrativos, o princípio da supremacia do interesse público está ligado nas cláusulas exorbitantes (o poder público pode rever o contrato em razão de cláusula exorbitante);
Em caso de iminente perigo, a administração faz a requisição, que tem fundamento no princípio da supremacia do interesse público;
A Desapropriação (aquisição compulsória da propriedade) é por excelência um exemplo de supremacia do interesse público; prevalece sobre o direito de propriedade, previsto na CF/88.
*OBS.: hoje há uma corrente minoritária (Marçal Justen Filho) que vem criticando (reconstruindo) o princípio da supremacia do interesse público. Essa corrente doutrinária coloca que o princípio da supremacia, da forma como ele é colocado hoje, justifica, ajuda na prática da ilegalidade. A crítica é que esse princípio deve ser aplicado efetivamente, mas sem abuso.
*OBS.:� Existe uma corrente minoritária que defende a abolição do principio da supremacia. Defendem que o princípio da supremacia justifica os abusos, as arbitrariedades do administrador público.
A doutrina majoritária contesta essa corrente dizendo que a solução não é aboli-lo, mas aplicá-lo de forma efetiva, correta. 
	6.2. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
Em nome do princípio da supremacia do interesse público, a administração pode (quase) tudo, mas não poder abrir mão do interesse público. Vem como freio, limite da supremacia do interesse público.
Exemplos:
 
Concurso Público; objetivo: escolher os melhores servidores, e com isso satisfazer o interesse público. Se a administração foge do concurso, e contrata de outra forma, ela o faz de forma irregular (está abrindo mão de escolher o melhor) e, conseqüentemente, ela está dispondo do interesse público;
Licitação; objetivo: é selecionar a melhor proposta, melhor contrato possível. Se a administração contratar de forma direta, muitas vezes ela joga fora a chance de escolher o melhor. Isso significa dispor do interesse público.
Qual é a razão de o administrador não poder abrir mão do interesse público? 
O administrador exerce função pública (exercer uma atividade no nome e no interesse do povo) e, em razão disso, não pode dispor do interesse público. O administrador não pode dispor do que é nosso, daquilo que não lhe pertence. Função pública é encargo, obrigação (“munus publico”).
O Administrador de hoje não pode criar obstáculos, entraves, para o administrador de amanhã, da futura administração (é um princípio geral do direito); caso ocorra, haverá violação ao princípio da indisponibilidade do interesse público. A Lei Complementarnº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) impõe limites ao administrador.
	PRINCÍPIOS MÍNIMOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
	6.3. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Princípio consignado no caput do artigo 5º e seu inciso II, da CF/88:
	Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
	II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Também está prevista no artigo 37 da CF/88:
	Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Os artigos 84, V, e 150, ambos da CF/88, também reforçam a idéia de legalidade:
	Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
O princípio da legalidade é indispensável para a manutenção de um Estado de Direito (estado politicamente organizado e que obedece as suas próprias leis).
Esse princípio tem 02 enfoques diferentes:
Legalidade para o interesse público (direito público) – sob a óptica pública (Direito Público), o administrador só pode fazer o que está efetivamente previsto; precisa estar autorizado na lei. Essa relação é chamada de CRITÉRIO DE SUBORDINAÇÃO À LEI. A Lei permite o administrador avaliar, de fazer juízo de discricionariedade;
legalidade para o INTERESSE particular (direito privado) – já na óptica particular (Direito Privado), pode-se tudo, desde que não seja proibido por lei. É chamada de CRITÉRIO DE NÃO CONTRADIÇÃO À LEI.
Quando se fala do princípio da legalidade, ele precisa ser entendido em sentido amplo (todas as espécies normativas). Pode ser aplicação da lei ou regra de princípios constitucionais.
O princípio da legalidade é sinônimo de reserva de lei. Essa expressão está incorreta. A legalidade tem um conceito amplo, conforme visto anteriormente. O princípio da reserva de lei significa dar a uma determinada matéria uma espécie normativa (para matéria “x”, haverá Lei Complementar), isto é, escolhe-se espécie normativa.
IMPORTANTE�: Para os atos administrativos se aplica a legalidade em sentido amplo, isto é, deve ser analisado se o ato é compatível com a lei e com regras e princípio constitucionais. ISSO É CHAMADO DE CONTROLE DE LEGALIDADE (em sentido amplo). Tanto a analise de compatibilidade com as leis tanto com a constituição se chama controle de legalidade nos atos administrativos.
	6.4. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
CONCEITO – o administrador precisa agir de forma impessoal, isto é, não pode buscar interesses próprios. Precisa agir com ausência de subjetividade.
Significa que os atos administrativos são impessoais. O ato administrativo é do Estado, ente público (pessoa jurídica), e não do servidor.
*02 institutos expressos na CF que representam a aplicação do princÍpio da impessoalidade: 
Concurso Público: é exercício da impessoalidade (todos podem participar, mas precisam preencher as condições exigidas; 
Licitação (obs.: concurso público não é modalidade de licitação).
CONCEITO (CELSO ANTONIO B. DE MELLO) – o princípio da impessoalidade traduz a idéia de que a Administração deve tratar todos sem discriminação, benéficas ou detrimentosas, sem favoritivismos, sem perseguições, sem simpatias ou animosidades políticas ou religiosas.
Divergência entre o princÍpio da impessoalidade e da finalidade – doutrina tradicional x moderna.
A doutrina tradicional (Hely Lopes Meirelles) tratava o princípio da impessoalidade como sinônimo de princípio da finalidade ou imparcialidade, isto é, administrador não pode buscar interesses pessoais.
Já para doutrina moderna (Celso Antonio B. de Mello) esses princípios não se confundem (não são sinônimos); são princípios autônomos. Para a doutrina moderna o princípio da impessoalidade é ausência de subjetividade. Com relação ao princípio da finalidade significa buscar o espírito da lei, a vontade maior da lei. Este princípio não está ligado ao princípio da impessoalidade, mas sim ao princípio da legalidade. Reforçando a idéia do principio da finalidade vide Lei 9784/99, artigo 2º:
	Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
*Leitura obrigatória – LEI 9784/99 – Lei de processo administrativo.
	6.5. PRINCÍPIO DA MORALIDADE
CONCEITO – traduz a idéia de honestidade, respeito aos princípios éticos, agir de boa-fé, correção de atitudes (agir de forma correta), agir com lealdade.
A moralidade, para a doutrina, ainda tem um conceito vago. Por isso, geralmente não é aplicado de forma isolada. Sempre acompanha um outro princípio.
MORALIDADE COMUM – é a nossa moralidade, do dia-a-dia; são as regras (o que é certo ou errado) do convívio social.
MORALIDADE ADMINISTRATIVA – é mais rigorosa (exigente) do que a moralidade comum, pois o administrador precisa agir de forma correta e também precisa ser um bom administrador (o melhor administrador). Este último está ligado ao princípio da eficiência.
Agir de forma imoral também representa improbidade administrativa (Lei 8429/92).
MORALIDADE e NEPOTISMO – a proibição do nepotismo (afastar o parente da administração pública) representa a aplicação do princípio da impessoalidade, moralidade, eficiência, isonomia (igualdade).
Ponto marcante da história começou a partir da criação do CNJ (resolução de nº 7) e CNMP (resolução de nº 4) – proibia-se parentesco na Magistratura e no MP. Ambos criaram resoluções para regular a questão do nepotismo. Nada impede do parente prestar concurso (pode entrar pela “porta da frente”); o que não pode é entrar pela “janela” isto é, ser contratado sem concurso, por dispensa ou inexigibilidade de licitação.
ADECON nº 12 – A Resolução de nº 7 foi objeto de Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADECON), a de nº 12. O STF discutiu o comportamento do CNJ em sede de liminar. Para o STF, proibir o nepotismo no Brasil é constitucional e representa a aplicação da impessoalidade, moralidade, eficiência e isonomia. E ainda, para o STF, o CNJ pode proibir o nepotismo no Brasil (foi criado para isso, de acordo com a CF/88 – EC 45/04) e pode fazê-lo por resolução, pois é um ato normativo (dotado de abstração, generalidade e autonomia).
Considerando que o STF não pode legislar, ele, agindo ativamente (ativismo judicial), editou uma Súmula Vinculante, a de nº 13:
	“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”
De acordo com a súmula vinculante de nº 13, SÃO REGRAS PARA O NEPOTISMO:
O nomeante e nomeado não podem ser parentes, nada impede, contudo, que o nomeado preste concurso. Não pode nomear o parente em cargo de comissão;
Também não pode nomear parente, mesmo que tenha prestado concurso, para função gratificada (que é o mesmo que cargo de confiança). Ex.:chefia de um setor do tribunal;
A súmula prescreve que não podem ser da mesma pessoa jurídica (nomeado e servidor investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento), mesmo que não seja na qualidade de nomeante ou nomeado, isto é, que não o nomeie diretamente; 
Não obstante o contido acima, proíbe o Nepotismo cruzado, isto é, a troca de parentes (“compreendido o ajuste mediante designações recíprocas”)
De acordo com a súmula vinculante de nº 13, são regras para o nepotismo (continuação):
Parentesco proibido hoje no Brasil – cônjuge ou companheiro e parente até o 3º grau, inclusive (em linha reta, colateral ou por afinidade) – para o exercício de CARGO EM COMISSÃO ou FUNÇÃO GRATIFICADA;
O nomeante e o nomeado não podem ser parentes, no caso deste último for ocupar cargo em comissão ou função gratificada (Função de confiança); nada impede, contudo, que o parente preste concurso, seja aprovado, e com isso exerça cargo efetivo;
 Ainda que não ocorra a relação de parentesco entre nomeante (que seja um terceiro qualquer) e nomeado (que exercerá cargo em comissão ou função gratificada), NÃO poderá existir, na mesma pessoa jurídica, parente do nomeado que exerça cargo de direção, chefia ou assessoramento;
A relação não pode ocorrer na mesma pessoa jurídica, bem como veda o nepotismo cruzado (“Troca de Parentes”).
Função Gratificada é o mesmo que Função de Confiança. Esta, hoje na CF/88, só pode ser dada a quem tem cargo efetivo, isto é, quem prestou concurso público. Ele recebe, além do salário referente ao cargo efetivo, uma gratificação em razão do cargo de chefia. Cargo EM comissão há nomeação sem a pessoa (nomeado) ter cargo efetivo, isto é, nomeia “de qualquer jeito”.
PREFEITO PODE NOMEAR SEU IRMÃO COMO SECRETÁRIO DE SAÚDE, POR EXEMPLO?
Segundo o STF, é permitido o parentesco entre CARGOS POLÍTICOS. Ver Reclamação/STF 6650; Reclamação/STF 7834.
AGRAVO REGIMENTAL EM MEDIDA CAUTELAR EM RECLAMAÇÃO. NOMEAÇÃO DE IRMÃO DE GOVERNADOR DE ESTADO. CARGO DE SECRETÁRIO DE ESTADO. NEPOTISMO. SÚMULA VINCULANTE Nº 13. INAPLICABILIDADE AO CASO. CARGO DE NATUREZA POLÍTICA. AGENTE POLÍTICO. ENTENDIMENTO FIRMADO NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.951/RN. OCORRÊNCIA DA FUMAÇA DO BOM DIREITO. 1. Impossibilidade de submissão do reclamante, Secretário Estadual de Transporte, agente político, às hipóteses expressamente elencadas na Súmula Vinculante nº 13, por se tratar de cargo de natureza política. 2. Existência de precedente do Plenário do Tribunal: RE 579.951/RN, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJE 12.9.2008. 3. Ocorrência da fumaça do bom direito. 4. Ausência de sentido em relação às alegações externadas pelo agravante quanto à conduta do prolator da decisão ora agravada. 5. Existência de equívoco lamentável, ante a impossibilidade lógica de uma decisão devidamente assinada por Ministro desta Casa ter sido enviada, por fac-símile, ao advogado do reclamante, em data anterior à sua própria assinatura. 6. Agravo regimental improvido. (Pleno; Julgamento:  16/10/2008)
	6.6. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O titular do poder é o povo. O administrador exerce a atividade em nome e no interesse do povo.
Nesse contexto, é justo que os administrados tenham ciência, conhecimento, do que está ocorrendo com os seus interesses.
Assim, o Princípio da Publicidade significa ciência, conhecimento.
Se a Administração não publica um contrato (confere publicidade), ele é válido e eficaz?
A Publicidade é uma condição de eficácia do Contrato (início de produção de efeitos). Enquanto não publicado, ele é válido, porém, não tem eficácia.
Artigo 61, § único, da Lei 8.666/93, consigna que a publicidade é condição para a eficácia do Contrato.
	Art. 61.  Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
Parágrafo único.  A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Publicidade também significa início de contagem de prazo. Exemplo: multa de trânsito – o prazo para recurso começa a correr a partir da ciência da multa (notificação).
Outrossim, publicidade também é um mecanismo de controle / fiscalização. Tem como objetivo controlar as atividades do administrador (Exemplo: fiscalização de um contrato de alto valor).
Há casos excepcionais em que a publicidade não ocorre:
São casos que envolvem a intimidade, vida privada, honra, imagem (artigo 5º, X, da CF/88);
	X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação
Quando coloca em risco a segurança da sociedade e do Estado (artigo 5º, XXXIII, da CF/88);
	XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Atos processuais previstos em lei (artigo 5º, LX, da CF/88). Exemplos: direito de família.
	LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem
Processo ético disciplinar, que ocorre nos Conselhos de Classe (Exemplo: CRM); é para resguardar o profissional enquanto ocorre a investigação.
A publicidade não ocorre em hipótese de convite (modalidade de licitação)?
No Convite não há publicação de Edital, contudo, exige-se a publicidade.
Assim, não se pode confundir publicidade com publicação. Aquela é mais ampla, possibilita acesso aos autos etc. Publicação é só um exemplo de publicidade.
Se o órgão público lhe nega informações de seu interesse (sobre uma empresa “x”, por exemplo), qual o remédio constitucional cabível?
Cuidado: “Habeas-Data” só cabe para obter e corrigir informações pessoais. Se não se refere a sua pessoa, cabe Mandado de Segurança (que é o remédio cabível no exemplo acima), pelo direito liquido e certo de informação.
	LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
O administrador tem o dever de publicar, contudo, não pode fazer promoção pessoal:
Artigo 37, § 1º, da CF/88:
	§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Se o administrador não publica, pratica um ato de improbidade. Da mesma forma, em caso de publicação com propaganda pessoal, também comete ato de improbidade, conforme Lei 8429/92, artigo 11.
	Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
Colocar o próprio nome como nome de rua, prédio público, entre outros, configura promoção pessoal.
O simples fato de ter o nome numa placa informando uma obra, por exemplo, não caracteriza promoção pessoal (ato de improbidade). É o entendimento do STJ.
A promoção pessoal viola os princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência etc.
	6.7. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Foi introduzido de forma expressa no caput do artigo 37, da CF/88, a partir da EC 19/98.
Não obstante ser regra expressa somente a partir de 1998, anteriormente, a administração sempre teve dever de eficiência. Era um princípio implícito na CF/88.
Anteriormente a EC 19/98, o princípio da eficiência era expresso na Lei 8.987/95, artigo 6º (que trata de concessão e permissão de serviços públicos – que conceitua o que é um serviço adequado).
CONCEITO – eficiência é a ausência de desperdício; também tem a idéia de economia. 
Da mesma forma, eficiência significa ter produtividade, agilidade / celeridade.
Não bastava incluir no rol do artigo 37, da CF/88 para que o princípio da eficiência fosse efetivamente aplicado. Seriam necessários mecanismos para viabilizar a efetivação desse princípio, que, de fato, veio também consignado na EC 19/98:
A PRIMEIRA MUDANÇA, com o propósito de viabilizar a aplicação de tal princípio, o legislador modificou a estabilidade do servidor, modificando o artigo 41 da CF/88. Assim, para o servidor adquirir estabilidade é necessário, além de aprovação em concurso, nomeação, 03 anos de exercício, ser aprovado na Avaliação Especial de Desempenho (isso sim seria a busca da eficiência). 
Para a manutenção da estabilidade, o servidor passará pela Avaliação Periódica de Desempenho. 
	Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. 
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
 
Havia o costume de gastar tudo o que arrecadava com a folha de pagamento, o que inviabilizava a eficiência do administrador. Já a SEGUNDA MUDANÇA para viabilizar a aplicação do princípio da eficiência, alterou o artigo 169 da CF/88, pela EC 19/98, estabelecendo limites das despesas com o pessoal: só é possível gastar com folha de pagamento o limite previsto na Lei Complementar, hoje a Lei Complementar 101/2000, artigo 19 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Os limites de gastos com pessoal são o seguinte:
União – 50%;
Estado ou Município – 60%.
Quem estiver acima do limite, precisará cortar o pessoal (demitir), aplicar a chamada RACIONALIZAÇÃO (ENXUGAR) DA MÁQUINA ADMINISTRATIVA. 
Segue-se a seguinte ordem (obrigatória): cortam-se, inicialmente, aqueles que exercem (i) Cargo em Comissão e Função de Confiança (mínimo 20%); não sendo suficiente, os próximos serão os (ii) Servidores não estáveis (não há percentual, podendo exonerar todos) – escolhe-se aqueles que são desnecessários; não sendo suficiente também os anteriores, corta-se os (iii) Servidores Estáveis. Quando este é cortado é feito via exoneração, e não demissão (este é pena).
Para evitar que esse instrumento fosse utilizado como vingança, para justificar o enxugamento da máquina, o constituinte determinou que quando se exonerar o servidor, tal cargo será extinto e só poderá ser recriado 04 anos depois (na próxima legislatura).
Somente o servidor estável tem direito à indenização pela exoneração.
Custo reduzido para a construção de um hospital – sendo que este ficou de péssima qualidade. Isso é eficiência?
A eficiência deve estar presente tanto nos meios (gastar menos possível) como nos resultados (e obter o melhor resultado possível). Por isso fala-se de eficiência quanto aos meios e quanto aos resultados.
Apesar de tudo que consta acima, diz a doutrina brasileira que o princípio da eficiência não passou de um sonho do constituinte de 1988, isto é, ainda não virou realidade.
	Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: 
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
 § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. 
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: 
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança; 
II - exoneração dos servidores não estáveis. 
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. 
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. 
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
	6.8. PRINCÍPIO DA ISONOMIA
CONCEITO – tratar o igual de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades (critério de Aristóteles).
O grande desafio não é conceituar o princípio da isonomia, mas sim recheá-lo.
Se o fator de discriminação forcompatível com o objetivo da norma, não viola o princípio da isonomia. Não sendo compatível, viola o princípio da isonomia.
Para verificar se há violação do Princípio da Isonomia, precisa analisar na lei se o elemento discriminador está a serviço de um fim constitucionalmente protegido.
Ainda, precisa verificar se esse critério é justificável, objetivo, razoável ou proporcional.
Critérios de admissão em concurso público.
Artigo 7º, XXX, CF/88:
	XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
O STF/STJ entendem que é admissível esses critérios, contudo, precisa atender 02 requisitos:
Prévia previsão legal (LEI DA CARREIRA);
O Edital só pode estabelecer critério somente se há lei da carreira anterior prevendo tal critério.
Justifica razoável para essa exigência.
Somente é razoável se é da natureza das atribuições a serem exercidas.
Com relação a esse requisito, há uma Súmula do STF (683): “O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição Federal, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.
Exame psicotécnico em concurso público.
 Não é bem visto. Se for com critério objetivo e estiver previsto na lei da carreira é possível.
	6.9. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
São princípios que crescerem muito no processo administrativo.
O maior índice de nulidade em processo administrativo é em razão da violação do princípio do contraditório e da ampla defesa.
Estão previstos no artigo 5º, LV, da CF/88:
	LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Contraditório é dar ciência da existência do processo. No processo administrativo, tudo é intimação ou notificação. Não se fala em citação. Quando se dá ciência à pessoa, constitui-se a bilateralidade da relação processual.
Em razão da ciência do processo, dá-se o direito de participar do processo, de se defender. Daí surge a AMPLA DEFESA. A garantia da ampla defesa não é só conceder prazo para se defender, mas sim (são requisitos para configurar a sua observância):
 PROCEDIMENTO PRÉ-DETERMINADO;
PENAS PRÉ-DETERMINADAS;
O sujeito entra no processo e já sabe o que poderá acontecer no final do processo (qual tipo de sanção que poderá ser aplicada).
ACESSO AO (CONTEÚDO) PROCESSO;
ACESSO ÀS CÓPIAS;
PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROVAS;
A prova deve ser avaliada para poder interferir no convencimento do julgador. As provas possíveis são todas aquelas permitidas em direito, vedada as provas ilícitas.
DEFESA TÉCNICA 
Apesar de a lei afirmar que é facultativa (Lei 8112/90), a defesa de advogado é (ou era, conforme se verá abaixo) obrigatória, segundo o entendimento do STJ – Súmula 343, pois ele contribui para o processo.
Súmula 343 do STJ - “A presença do advogado é obrigatória em todas as fases do processo disciplinar”
Já que a presença é obrigatória, caso um servidor seja demitido sem um advogado no processo, este será nulo. Se é nulo, o ato de demissão é ilegal, ocorrerá o direito de retornar ao cargo de origem – REINTEGRAÇÃO – com todas as vantagens do período em que ele esteve afastado.
Assim, a questão chegou ao STF, que editou a Súmula Vinculante nº 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
vii. 	DIREITO DE RECURSO – 
O direito de recurso precisa ocorrer independentemente de lei específica (independentemente de a lei prever o procedimento de recurso). O Edital de concurso não pode vedar o direito de recurso, o que ocorre muito freqüentemente. 
Para exercer o direito de recurso é preciso conhecer os motivos da decisão, isto é, toda decisão precisa ser motivada. Somente com a ciência (acesso) dos motivos da decisão é que se exercerá o direito de recurso.
OBS.: é possível condicionar o depósito prévio para exercitar o direito de recurso?
É inconstitucional condicionar o direito de recurso ao depósito prévio (Súmula 373 do STJ – “É ilegítima a exigência de depósito prévio para a admissibilidade de recurso administrativo”), baseada no direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder e no direito ao contraditório e ampla defesa, ambos consagrados, respectivamente, no artigo 5º, incisos XXXIV e LV, da CF/88.
SÚMULA VINCULANTE Nº 3 – “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”.
Explicando a indigitada súmula: se desses processos que tramitam no TCU – que controla a legalidade do ato (em regra há discussão/processo entre o TCU e o Administrador), puder resultar anulação ou a revogação de ato que atinja ou beneficie um terceiro, este terá direito ao contraditório e à ampla defesa.
Professora citou como exemplo o caso de o TCU suspeitar de um contrato celebrado entre a administração e uma empresa. Como no TCU a discussão é entre o tribunal e a administração, a empresa (que é o terceiro e parte interessada) deverá ter direito ao contraditório e à ampla defesa.
Atenção especial para a parte final da Súmula Vinculante nº 3, isto é, para os casos de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão: o servidor junta os seus documentos e pede ao Estado a concessão de aposentadoria. Mas para esta ser concedida, é um ato que depende de 02 manifestações de vontade – é um ato complexo – pois depende de manifestação de órgãos distintos – isto é, a administração não pode deferir sozinha tal requerimento. Será então deferida pela (i) Administração e pelo (ii) Tribunal de Contas.
Se o pedido for indeferido, o interessado/servidor apresentará o recurso na administração, pois foi onde inicialmente o interessado fez o requerimento da aposentadoria. É na administração que o servidor terá direito ao contraditório e à ampla defesa (assim nos casos de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, há sim, para o servidor, direito ao contraditório e ampla defesa, mas tão somente junto à administração). O administrado não terá contraditório e ampla defesa somente perante o Tribunal de Contas.
Na situação acima (concessão de aposentadoria), o Tribunal de Contas está dentro da tomada de decisão, participa da construção inicial do ato, ao contrário do que ocorre na situação inicial aqui demonstrada (parte inicial da súmula), pois neste caso ele está controlando, revendo, um ato pronto (já realizado), que poderá acarretar a anulação ou revogação do ato que atinge o servidor.
	6.10. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE
O nosso administrador não tem qualquer liberdade. Ele tem liberdade desde que proporcional e razoável.
CONCEITO DE RAZOABILIDADE – significa agir com coerência, lógica, congruência.
Para o direito administrativo, dentro dessa coerência, dessa lógica, iremos encontrar o PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE – pois agir de forma proporcional também significa agir com coerência, lógica, congruência.
A “palavra mágica” da razoabilidade é equilíbrio – o administrador precisa agir com equilíbrio, equilíbrio esse entre os atos e as medidas que são aplicadas em razão deles (adequação).
Exemplo: se o servidor pratica uma infração leve, ele deverá ser punido com uma sanção leve – uma advertência. Contudo, se ele é demitido, tal demissão é uma decisão desequilibrada.
É preciso ter equilíbrio também entre os benefícios e os prejuízos (proporcionalidade em sentido estrito). É preciso que os benefícios prevaleçam sobre os prejuízos.O Princípio da Proporcionalidade/Razoabilidade está implícito na CF/88, mas é expresso na lei ordinária (Lei 9.784/99 – artigo 2º) 
	Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
OBS.: 
Praticado um ato administrativo, este poderá ser revisto pela própria administração;
O Poder Judiciário também pode rever ato administrativo, desde que esteja fazendo controle de legalidade;
O Controle de legalidade é em sentido amplo, isto é, verificar se ele está compatível com a lei, com a CF/88 e com os princípios.
Contudo o Poder Judiciário não pode fazer controle de mérito. Mérito é a liberdade do administrador, é a discricionariedade, é o juízo de valor do administrador, é a análise de conveniência e oportunidade.
Exemplo: se entre construir uma escola e um hospital o administrador opta por construir uma escola, aqui houve juízo de valor do administrador, não podendo o Judiciário controlar esse ato. Contudo, existindo necessidade de construção do hospital (por conta de alguma calamidade) e o administrador constrói uma praça, aqui houve ofensa ao princípio da razoabilidade e proporcionalidade, podendo o Judiciário controlar a legalidade desse ato.
 
OBS.: Esse controle de legalidade feito pelo Judiciário atinge o mérito do administrador?
 Hoje o administrador público não tem mais qualquer liberdade, ele terá liberdade dentro do que é proporcional, do que é razoável. Assim, os princípios da proporcionalidade e razoabilidade limitam a liberdade, o juízo de valor, o mérito do administrador.
*ADPF 45 – fala do princípio da proporcionalidade e razoabilidade, que são formas de controles de legalidade – o Poder Judiciário pode interferir em políticas públicas. (“Não obstante a formulação e a execução de políticas públicas dependam de opções políticas a cargo daqueles que, por delegação popular, receberam investidura em mandato eletivo, cumpre reconhecer que não se revela absoluta, nesse domínio, a liberdade de conformação do legislador, nem a de atuação do Poder Executivo. É que, se tais Poderes do Estado agirem de modo irrazoável ou procederem com a clara intenção de neutralizar, comprometendo-a, a eficácia dos direitos sociais, econômicos e culturais, afetando, como decorrência causal de uma injustificável inércia estatal ou de um abusivo comportamento governamental, aquele núcleo intangível consubstanciador de um conjunto irredutível de condições mínimas necessárias a uma existência digna e essenciais à própria sobrevivência do indivíduo, aí, então, justificar-se-á, como precedentemente já enfatizado - e até mesmo por razões fundadas em um imperativo ético-jurídico -, a possibilidade de intervenção do Poder Judiciário, em ordem a viabilizar, a todos, o acesso aos bens cuja fruição lhes haja sido injustamente recusada pelo Estado.”)
	6.11. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
Na hipótese de a Administração praticar um ato ilegal, a própria Administração pode rever seu ato.
É por meio de anulação que se retira o ato ilegal.
Agora, para retirar ato inconveniente , é feita a revogação. 
Estas duas possibilidades estão nas súmulas do STF (346 e 473):
	Súmula 346 – A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PODE DECLARAR A NULIDADE DOS SEUS PRÓPRIOS ATOS.
	Súmula – 473 A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL.
O princípio da autotutela significa ainda o dever de cuidado, o dever de zelo (com o patrimônio, direitos e bens). 
	6.12. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE
Significa presunção de legitimidade + legalidade + veracidade.
Legitimidade: obediência às regras morais;
Legalidade: ato compatível com a Lei;
Veracidade: compatibilidade com a verdade.
OBS.: é uma presunção absoluta ou relativa?
É uma presunção relativa (“juris tantum”), pois ato administrativo pode ser discutido, contestado, admitindo-se prova em contrário.
O ônus da prova cabe a quem alega. É atribuída ao administrado (particular), pois será este que vai discutir o ato.
OBS.: qual é a consequência prática dessa presunção de legitimidade?
Exemplo: vigilância sanitária fecha seu estabelecimento. Enquanto não tiver decisão em contrário, o estabelecimento continua fechado (precisa obedecer ao ato).
A conseqüência prática dessa presunção é a aplicação imediata do ato. Depois pode discutir, contestar o ato.
	6.13. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
Quando a Administração Direta (são entes políticos – União, Estados, Municípios e Distrito Federal) vai criar a Administração Indireta (Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) é necessária uma lei.
Quando a lei é instituída, ela precisa definir a finalidade específica da Administração Indireta.
Quando se fala que uma pessoa tem uma finalidade específica, ela está presa (vinculada) a essa finalidade. É aqui que está inserido o princípio da especialidade.
CONCEITO – as pessoas jurídicas, da administração indireta, estão vinculadas, presas, amarradas às finalidades para as quais ela foi criada.
O administrador não pode mudar a finalidade. Quem define a finalidade é a lei. A finalidade só pode ser modificada por outra lei.
OBS.: hoje, a nossa doutrina também reconhece a aplicação desse princípio para os órgãos públicos, não obstante ter nascido para a administração indireta, pois os órgãos públicos também dependem de lei para criação e têm finalidade específica.
	7. FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA�
O que se espera é que o próprio Estado, isto é, a Administração Direta, preste a atividade administrativa.
Assim, quando os entes políticos (administração direta) prestam a atividade administrativa é uma prestação centralizada.
Com o passar dos anos, as atividades administrativas cresceram significativamente. Assim, a fim de prestar tais atividades com eficiência, transfere-se essa atividade para outras pessoas. Quando ele retira do núcleo e transfere para as outras pessoas, haverá uma prestação descentralizada.
7.1. DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
A prestação descentralizada é feita em favor da Administração Indireta. É possível também retirar da administração direta e dar ao particular; isso também é descentralização.
Se estiver deslocando, transferindo, atividade administrativa para a administração indireta ou para o particular, há uma DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA (1). Aqui se tem uma nova pessoa e, portanto, há uma relação sem hierarquia, mas com controle / fiscalização. 
Agora, quando um ente político transfere atividade para outro ente político (exemplo: União transfere atividade para o Estado) isso é DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA, estudado em Direito Constitucional.
Se, por exemplo, o presidente da República determina a transferência de uma atividade administrativa de um ministério para outro, há a DESCONCENTRAÇÃO, pois transfere dentro da mesma pessoa (no caso, a União) – não retira do núcleo. Aqui, o deslocamento é com base na hierarquia, subordinação.
(1) A descentralização administrativa pode ser feita de 02 maneiras: (i) Outorga; (ii) Delegação.
OUTORGA
Significa a descentralização, a transferência da titularidade e da execução do serviço.
Titularidade significa que é o dono, assim é algo “sério” e “grave”.
Assim, essa outorga de serviço só pode ser dada por meio de LEI.
Considerando que a titularidade não pode sair das mãos do Poder Público (Administração), a outorga de serviço público é feita em favor da Administração Indireta.
Segundo a doutrina majoritária, a outorga

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