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Fundamentos da Homeopatia

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"FUNDAMENTOS BÁSICOS DA HOMEOPATIA"
Dr. Izao Carneiro Soares
SUMÁRIO
Apresentação 
�� HYPERLINK "http://www.hospvirt.org.br/homeopatia/port/biblioteca/fundamentos/fundaconceitos.htm" Princípios fundamentais da Homeopatia
�� HYPERLINK "http://www.hospvirt.org.br/homeopatia/port/biblioteca/fundamentos/fundaorigens.htm" Origem dos medicamentos
�� HYPERLINK "http://www.hospvirt.org.br/homeopatia/port/biblioteca/fundamentos/fundaediorganon.htm" A questão do vitalismo
�� HYPERLINK "http://www.hospvirt.org.br/homeopatia/port/biblioteca/fundamentos/fundaconceiorganismo.htm" Conceito de organismo. Indivíduo são. Saúde. Doença. Doente
�� HYPERLINK "http://www.hospvirt.org.br/homeopatia/port/biblioteca/fundamentos/fundadoencacronica.htm" Doença aguda e doença crônica
�� HYPERLINK "http://www.hospvirt.org.br/homeopatia/port/biblioteca/fundamentos/fundaconceicura.htm" Conceito de cura, supressão, metástase mórbida, agravação
�� HYPERLINK "http://www.hospvirt.org.br/homeopatia/port/biblioteca/fundamentos/fundaterapeutica.htm" A terapêutica homeopática
�� HYPERLINK "http://www.hospvirt.org.br/homeopatia/port/biblioteca/fundamentos/fundaprescricao.htm" Prescrição - Posologia
�� HYPERLINK "http://www.hospvirt.org.br/homeopatia/port/biblioteca/fundamentos/fundabibliografia.htm" Bibliografia
APRESENTAÇÃO
O homeopata deve realizar a síntese entre a rígida investigação do farmacologista e a praticidade do terapeuta. 
Consideramos esta posição de síntese de importância vital para a estruturação da Homeopatia. O presente livro resume posições nos aspectos mais polêmicos.
Como assinala Denis Demarque: 
"A Homeopatia não é um sistema fechado, é uma ciência experimental aberta à crítica e à verificação de suas asserções"
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS EM HOMEOPATIA
A Homeopatia, como ramo das ciências médicas, surgiu com Cristiano Frederico Samuel Hahnemann, sábio alemão nascido em Meissen a 10 de abril de 1755.
Hahnemann, após tornar-se doutor em Medicina e ter publicado várias obras de nível científico, abandonou a carreira médica por ter-se decepcionado com a terapêutica empírica de sua época. 
Passou, então, a realizar traduções de livros, pois conhecia diversas línguas. 
Foi quando, em 1790, traduzindo do inglês para o alemão a Matéria Médica de Willian Cullen, médico escocês, observou uma explicação sobre a ação da quinquina por este autor, que não o satisfez. Achava Cullen que a quinquina, sendo amarga, criava no estômago do doente, uma substância que era contrária à febre. 
Hahnemann resolveu experimentar a quinquina, notando o aparecimento de sintomas semelhantes à maleita. Mas a China (quinquina) utilizada contra doentes febris, provocou no indivíduo sadio o aparecimento de febre: se isto fosse verdade, um novo princípio estava descoberto para as ciências médicas. 
Submeteu-se o sábio de Meissen a novos experimentos com enxofre, mercúrio, beladona, digital, ipecacuanha, etc., confirmando suas primeiras observações com a China. 
Em 1796, publicou suas conclusões em:
"Ensaio sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, seguido de algumas exposições sumárias sobre os princípios aceitos até os nossos dias".
Considera-se, por conseguinte, esta data como do surgimento da Homeopatia, a nova terapêutica que veio revolucionar a Medicina da época. 
Hahnemann combateu com veemência os métodos utilizados pela escola clássica, à base de sangrias, vomitórios, purgativos, etc., sem uma lei científica que pudesse orientar a cura. 
Em 1810, publicou sua principal obra, o "Organon", na qual desenvolveu os fundamentos da Homeopatia em forma de aforismos. 
Esta obra tem um significado muito grande na história da Medicina, pois numa época de empirismo, que levou ao nihilismo terapêutico, Hahnemann apresentava um trabalho de gênio, combatendo o uso indiscriminado de medicamentos que era feito em sua época (havia uma polifarmácia irracional), afirmando que o médico deveria conhecer a ação do medicamento no organismo para poder prescrever. 
Além da prescrição, cuida de diversos outros aspectos como higiene, alimentação, etc. 
Enfim, é um verdadeiro tratado médico que ainda conserva seu valor em nossos dias. 
Ressaltamos, como fato bastante importante destas considerações históricas, o de que Hahnemann deve ser considerado como o verdadeiro criador da Medicina experimental, pois na sua época os conceitos eram baseados nas afirmações dos mestres. 
Tem-se atribuído a Claude Bernard o título de "Pai da Medicina Experimental". Este autor, porém, nasceu em 1813 e sua primeira publicação data de 1843 (ano da morte de Samuel Hahnemann). 
Desenvolvia-se, assim, um novo sistema terapêutico que se espalhou pelas diversas universidades do mundo, com a criação de hospitais para tratamento com esse método. Como se trata de um sistema terapêutico, o termo mais adequado deve ser "Homeoterapia", embora o termo "Homeopatia" já esteja consagrado. 
Homeoterapia, por conseguinte, não é "outra medicina" , mas um sistema terapêutico que, como os outros, tem suas indicações e limitações, e podemos considerá-la como terapia de regulação, isto é, aproveitando a tendência natural do organismo à semelhança das vacinas. 
Podemos, assim, estabelecer o conceito de Homeoterapia:
"A ESPECIALIDADE METODOLÓGICA NO SETOR DA FARMACOTERAPIA BASEADA NA LEI DOS SEMELHANTES, TENDO COMO MÉTODO FUNDAMENTAL A EXPERIMENTAÇÃO NO ORGANISMO SADIO E UTILIZANDO-SE DE MEDICAMENTOS PREPARADOS SEGUNDO FARMACOTÉCNICA PRÓPRIA". 
Estes são os três pilares que fundamentam a Homeoterapia:
a lei dos semelhantes 
a experimentação medicamentosa 
o medicamento homeopático 
Alguns autores enumeram um quarto princípio denominado "remédio único" que, na verdade, não passa de uma regra de prescrição terapêutica, uma recomendação a ser feita sempre que possível no receituário, não podendo, na verdade, ser enunciado como princípio da Homeopatia. 
Generalizar a prescrição de um remédio único para toda a clínica não corresponde à realidade dos fatos da Patologia. 
Estudemos, pois, cada item deste conceito: 
1. A lei dos Semelhantes 
É a lei fundamental da Homeoterapia e cujo enunciado latino é : 
SIMILIA SIMILIBUS CURENTUR. 
Podemos dar-lhe o seguinte enunciado:
"QUALQUER SUBSTÂNCIA CAPAZ DE PRODUZIR NO ORGANISMO APARENTEMENTE SADIO, PORÉM SENSÍVEL, UM DETERMINADO QUADRO MÓRBIDO, É CAPAZ DE CURAR, EM DOSES ADEQUADAS, ORGANISMO SENSIBILIZADO POR UMA DOENÇA COM QUADRO MÓRBIDO SEMELHANTE, EXCETUANDO-SE, NATURALMENTE, AS LESÕES IRREVERSÍVEIS" 
Esta é a lei observada por Hahnemann após o experimento de diversas substâncias no organismo.
Desde então, sua comprovação vem sendo efetuada pela aplicação clínica homeoterápica em diversos setores, como na clínica humana de adultos e crianças, na veterinária, bem como da odontologia.
É uma lei de cura que faltava para orientar a terapia medicamentosa.
A par dos estudos, no entanto, desenvolveram-se também trabalhos experimentais mais recentes no sentido de comprovação laboratorial do  "Similia Similibus Curentur", tendo-se destacado, neste sentido, o Dr. Pierre Lallouette, diretor do Laboratório de Pesquisa do Hospital Saint-Jacques em Paris, tendo publicado diversos ensaios desde 1965 e estudado a ação do medicamento homeopático denominado Hepar Sulfur em reações inflamatórias provocadas por toxina estafilocócica no rato.
Um trabalho interessante foi feito no Laboratório de Farmacologia (Prof. R. Quilichini), na Faculdade de Medicina de Bordeaux e apresentado no Congresso Internacional de Medicina Homeopática, em Rotterdam, em abril de 1975.
Nesse trabalho os autores utilizaram ratos nos quais foi provocada uma hepatite tóxica por tetracloreto de carbono e verifiraram a eficácia das potências 7 CH de Phosphorus, usando como parâmetros a dosagem de transaminasemia (TGO e TGP) e também como verificação histopatológicado fígado.
Estes experimentos prosseguem e na seqüência ficou demonstrado 
o papel hepatoprotetor de Phosphorus nas potências 7 CH e 15CH.
Outro trabalho digno de nota, apresentado no mesmo Congresso acima citado, foi realizado no Laboratório de Farmacodinâmica da Faculdade de Farmácia de Clermont Ferrand (Prof. F. Bastide):
Estudaram os autores a ação de Apis mellifica 7CH sobre o eritema por raios ultravioleta em cobaio albino e concluíram que:
Apis 7 CH possui ação antinflamatória comparável a outros medicamentos antinflamatórios usados na terapêutica clássica. (ex. fenilbutazona, aspirina, hidrocortisona, etc.), com a vantagem de ser usada em dose não tóxica.
Anotemos a importância destas conclusões em trabalho realizado utilizando as mesmas técnicas da Farmacologia clássica com duplo cego e placebo.
Os trabalhos prosseguem em nossos dias, e os mais atuais podem ser consultados na revista Pesquisa Homeopática.
2. Experimentação no organismo são
Vimos que Hahnemann iniciou o experimento no Homem, ingerindo, ele mesmo, diversas substâncias, e, posteriormente, em voluntários, tendo-se, com o tempo, progredido a experimentação de acordo com a evolução dos conhecimentos; novos estudos foram feitos com aquelas substâncias experimentadas por Hahnemann e seus discípulos, bem como novas drogas são experimentadas até nossos dias.
A  "experientia in anima nobile" é o método fundamental da Homeopatia na Medicina para a pesquisa de substâncias para seu arsenal terapêutico. O conjunto do quadro mórbido provocado na experimentação por uma mesma substância é denominado de  "patogenesia" desta mesma substância. Por sua vez, o conjunto das diversas patogenesias vai constituir a matéria médica homeopática.
Quanto à experimentação propriamente dita, inúmeras regras são observadas para a execução de uma patogenesia: os experimentadores, por exemplo, devem ser escolhidos universalmente entre as diversas raças, nas diversas faixas etárias, de ambos os sexos, etc. Quanto à saúde, devem ser escolhidos indivíduos com o melhor estado de higidez possível, submetendo-se previamente a um exame clínico e laboratorial.
3. O Medicamento Homeopático
É preparado segundo farmacotécnica própria. Hahnemann estabeleceu as regras iniciais de preparo do mesmo e hoje em dia temos as farmacopéias homeopáticas (no Brasil já existe a parte geral aprovada pelo governo da Farmacopéia Homeopática Brasileira).
ORIGEM DOS MEDICAMENTOS
Os medicamentos podem ter origem animal, vegetal e mineral. 
Nomenclatura : Nome Latino.
A. REINO ANIMAL 
1. Animais inteiros : Ex. Apis mellifica
2. Produtos fisiológicos (Sarcódios) Ex. Sepia 
3. Produtos patológicos (Nosódios ou Bioterápicos) bactérias ou toxinas: Ex.: Streptococcinum.
Auto-nosódios: Ex.: sangue, urina,etc. 
4. Organoterápicos : Ex. Thyroidinum 
B. REINO VEGETAL 
Ex. Bryonia alba, Atropa belladona 
C. REINO MINERAL
Ex. Phosphorus, Mercurius, etc.
Fundamentalmente, a preparação consiste de um processo de diluição seguida de sucussão. 
Ex.: parte-se de uma substância inicial considerada tintura-mãe (solução-mãe) e realizam-se diluições sucessivas na proporção de 1/10 (escala de Hering) ou 1/100 (escala hahnemanniana). 
Por este processo (dinamização), obtêm-se diversas potências dos medicamentos: D1, D2, D3, D4, D5, ...(escala decimal). 1 CH, 2 CH, 3 CH, 4 CH, 5 CH,. (escala centesimal). 
Dinamizar, portanto, em Homeoterapia, significa fornecer energia ao medicamento para sua ação biológica. 
Atualmente usam-se aparelhos chamados DINAMIZADORES para tal. 
Outras técnicas ainda são utilizadas para o preparo do medicamento com frasco único: temos o método de Korsakov (ou fluxo descontínuo) e o método por fluxo contínuo. 
Necessitamos, no entanto, desenvolver meios científicos mais apurados no sentido de que estes métodos possam produzir medicamento padronizado. 
Existe, ainda, a chamada cinqüenta milesimal, que, na verdade, é somente uma variante de escala (1/50.000) sem maiores comprovações. 
Os detalhes sobre as regras de preparo estão contidos nas farmacopéias e livros de Farmacotécnica homeopática. 
Nosso objetivo aqui é apresentar o medicamento resumidamente para seqüência de raciocínio. 
Não devemos confundir, então, Farmacotécnica, que se refere à preparação do medicamento, com Farmacologia que estuda mais propriamente a ação dos medicamentos no organismo. 
No livro "Fundamentos da Farmacologia e suas aplicações à Terapêutica", o professor Maurício Rocha e Silva assim se expressa: 
"Nas suas origens, a farmacologia se confunde com terapêutica e, ainda no começo do século passado, o estudo da ação das drogas era uma ciência altamente empírica, dominada por aventureiros e charlatães. Hoje, tem-se o hábito de chamar ALOPATAS aos médicos que fazem medicina no sentido exato, científico, em oposição aos HOMEOPATAS, que seguem as doutrinas formuladas por Hahnemann, em fins do século XVIII". 
Vemos, então, que essa situação de oposição terapêutica teve seu desenvolvimento na História da medicina e ainda hoje perdura em muitos meios porque o Homem procura seguir determinada metodologia de raciocínio e acha que descobriu toda a verdade.
A Homeopatia surgiu anteriormente à Farmacologia. 
No início do nosso século, com o desenvolvimento sistematizado da Farmacologia, a Terapêutica clássica passou a fundamentar-se nesta ciência para o estudo dos medicamentos. 
A Homeopatia passa a ser citada, de modo geral, por farmacologistas como pertencendo historicamente à fase empírica da Terapêutica, atribuindo-se efeito placebo ao medicamento homeopático, pois, segundo cálculos feitos, a partir da 13a. "diluição" centesimal aproximadamente, não mais existe molécula da substância inicialmente empregada, de acordo com o número de Avogadro. 
É interessante analisarmos estas discussões : 
De um lado farmacólogos construindo um sistema para explicar a Farmacodinâmica baseada na concepção de receptores, achando que tal concepção encerra toda a verdade sobre medicamentos (e as conclusões devem vir pela experimentação!). 
A argumentação contra a possibilidade de ação biológica do medicamento homeopático, no entanto, é teórica, baseada em cálculos matemáticos e não experimental, contradizendo, por conseguinte, a própria metodologia que pregam. 
Por outro lado, vemos homeopatas seguirem um caminho totalmente divorciado da ciência e formando verdadeiras seitas religiosas que contêm toda a verdade terapêutica e através do raciocínio mágico procuram um medicamento denominado SIMILLIMUM da pessoa que deve ser ministrado em dose única e é capaz de transformar o indivíduo. Defendem, ainda, a idéia da força vital espiritual, rejeitando o desenvolvimento das ciências biológicas para fundamentar a Terapêutica. 
Posições como estas encontramos ainda, notoriamente na Escola Argentina de Paschero e Ortega no México. 
A História da Homeopatia mostra os prejuízos dessas atitudes fanáticas, e o exemplo maior está nos Estados Unidos, onde James Tyler Kent, interpretando a Terapêutica Homeopática através de doutrinas esotéricas, deu grande contribuição para que o raciocínio científico sufocasse o misticismo homeopático. Vemos, desta forma, atitudes extremadas; cremos que as coisas não são inconciliáveis mas, pelo contrário, complementares. 
Não podemos rejeitar o desenvolvimento das ciências biológicas. A mecânica quântica não eliminou a clássica. A geometria euclidiana, por exemplo, não deixa de existir porque se criam geometrias não-euclidianas. 
Como vimos anteriormente, Hahnemann estabeleceu as bases do método em Medicina Humana, naturalmente com os conhecimentos da época. 
Após, houve o desenvolvimento notável das ciências biológicas de um modo geral e, em particular, da Farmacologia; hoje não se admite o raciocínio terapêutico medicamentoso sem as bases da Farmacologia. 
E a Homeopatia é uma terapêuticamedicamentosa. Então como ficamos? 
Sentindo exatamente essa distância que separava a Homeopatia das ciências biológicas fundamentais é que os franceses "tomaram posição", procurando adequar o conhecimento do fármaco homeopático ao desenvolvimento científico, estudando-o através da própria metodologia seguida pelos farmacologistas, como a experimentação em animais de laboratório, em plantas, órgãos isolados, duplo cego, placebo, etc. O pioneirismo desta atitude devemos à farmacêutica Lise Wumser, que, em 1.995, trabalhando na Faculdade de Strasbourg, França, verificou a ação de Arseniato de sódio em "diluições" homeopáticas 4CH, 5CH e 7CH, atuando significativamente na eliminação urinária do mesmo produto que foi utilizado para intoxicar cobaias. 
Estes resultados levaram a multiplicar os trabalhos científicos nas diversas universidades francesas: 
uma experimentação feita com vegetais, na qual o autor Dr. J. Boiron analisa a influência das potências 5CH (centesimal hahnemanniana) de sulfato de cobre sobre a respiração de Salvinia natans, previamente intoxicada pelo sulfato de cobre. Conclui o autor que as dinamizações homeopáticas promovem um aumento sempre significativo da respiração correspondendo a uma melhoria do metabolismo, experimentalmente perturbado pela intoxicação, sendo que a água destilada não mostrava qualquer ação. 
Outro trabalho interessante sobre a ação do medicamento foi realizado na Faculdade de Medicina e Farmácia de Lyon pelo Dr. Jean Boiron utilizando aloxana. Em tal experimento, separa 5 lotes de animais (coelhos) e durante 6 dias consecutivos administra respectivamente, a cada lote: 
água destilada dinamizada,
água comum,
9CH, 15CH, 30CH de aloxana.
Mediu a glicemia antes e após este período e, em seguida, administrou a todos os animais aloxana, na quantidade de 65mg por kg de peso do animal. As glicemias dos animais foram observadas durante os 23 dias que se seguiram à injeção. Uma das conclusões a que se chegou neste trabalho foi que aqueles animais que receberam previamente as diluições homeopáticas de aloxana (9CH, 15CH e 30CH) tinham suas glicemias trazidas aos níveis normais já no sexto dia após a injeção de aloxana, enquanto que os animais que receberam água destilada dinamizada (9CH) e água comum, não mostraram atividades, todos comparados ao lote-testemunha.
Outro interessante trabalho é apresentado pelo Dr. Robert Seitschek, executado no instituto de Anatomia Patológica da Universidade de Viena. 
Havia este autor observado casualmente que, após a administração de medicamentos homeopáticos a pacientes cancerosos, estes apresentavam uma modificação na reação oxidase dos granulocitos. A reação oxidase evidencia atividade íntima da célula e pode ser observada ao exame, quando as lâminas são coradas por métodos específicos. 
Partindo deste achado, montou um método de estudo com técnicas de duplo-cego e placebo. Utilizou D200 e analisou alteração intracelular dos granulocitos por meio de exames microscópicos de material sangüíneo colhido em vários momentos da experimentação, desde antes da administração do medicamento homeopático ou placebo até alguns minutos, horas, dias ou meses após. 
Sua conclusão é muito sólida, pois fica evidenciado ao exame microscópico que após a administração do medicamento homeopático em altas potências (acima do número de Avogrado) aos pacientes, observa-se um aumento da reação oxidase dos granulocitos, correspondendo a um aumento da atividade celular, fato que não é observado quando se administra placebo. 
Outra conclusão importante foi trazida por trabalho realizado por J. Boiron. Este autor comparou a atividade biológica de substâncias submetidas ao processo utilizado pela farmacotécnica homeopática, concluindo que o processo da dinamização é indispensável à preparação do medicamento biologicamente ativo. 
No setor físico, destacaremos um interessante trabalho realizado por Dr. E. Heintz no Laboratório de Psicofisiologia da Universidade Louis Pasteur, Strasbourg (França).
Utiliza este autor dinamizações sucessivas como, por exemplo, bicloreto de mercúrio, sulfato de cobre, cafeína, e mede o potencial elétrico destas dinamizações sucessivas, através de pilhas sensíveis, desde as baixas diluições até às altas, quando já não mais existem partículas da substância inicial da solução. 
Comparou com o potencial da água destilada e concluiu que são diferentes. Existe, portanto, uma forma de energia do medicamento homeopático, que é conferida pelo processo de dinamização. 
Admitindo a possibilidade da influência de O2 nesse processo, o Dr. J. Boiron preparou dinamizações em atmosferas de nitrogênio, que se mostraram biologicamente inativas. Parece, por conseguinte, que o oxigênio é importante para a obtenção do medicamento biologicamente ativo.
Enfim, as pesquisas prosseguem em nossos dias e já temos como fato estabelecido que medicamento homeopático é diferente de placebo.
O que se busca é uma explicação racional para seu mecanismo. Diante de todos esses fatos, cremos estar clara a posição de síntese: 
O medicamento homeopático deve ser estudado e pesquisado dentro da própria Farmacologia como um capítulo que venha a completar o campo de ação desta ciência. 
A Farmacologia homeopática deve ser o campo de pesquisa de novos medicamentos homeopáticos, atualizando nossas matérias médicas, que devem ser englobadas nesta ciência, através de métodos modernos de experimentação laboratorial e Farmacologia clínica.
 
 
A QUESTÃO DO VITALISMO
A questão do vitalismo aparece no parágrafo 9 do "Organon da Arte de Curar"
 
§ 9
"No estado de saúde do indivíduo reina, de modo absoluto, a força vital de tipo não-material (Autocratie) que anima o corpo material (organismo) como Dynamis, mantendo todas as suas partes em processo vital admiravelmente harmônico nas suas sensações e funções, de maneira que nosso espírito racional que nele habita, possa servir-se livremente desse instrumento vivo e sadio para um mais elevado objetivo de nossa existência."
Este parágrafo do Organon merece uma atenção especial porque aí Hahnemann faz algumas colocações sobre a concepção do Homem e que têm sido motivo de muita polêmica através dos anos. 
Discorre sobre a "força vital" com amplos poderes e que mantém o organismo em estado hígido. Por conseguinte, a idéia de saúde e doença vai derivar deste conceito, sendo a doença o desequilíbrio da força vital. 
A questão que surge à nossa mente é a seguinte: 
Como devemos encarar o vitalismo na Homeopatia ? 
Alguns consideram o vitalismo um princípio básico da Homeopatia e que, portanto, todo homeopata é fatalmente vitalista exatamente como Hahnemann defendeu. Outros consideram a força vital como uma interpretação e que pode ser revista em função de conceitos outros que variam conforme as tendências filosóficas. 
O Professor Sylvio Braga e Costa denomina a força vital de "consenso orgânico", pois tinha formação positivista. 
O Professor Armando Grosso da Argentina (falecido em 1949) diz que a libido de Freud é o princípio vital de Hahnemann. 
O Professor Alfredo Eugênio Vervloet assim se expressa: 
"Todos os órgãos, aparelhos, sistemas, todas as funções do organismo formam uma unidade, uma integração, por intermédio da atividade nervosa superior, do córtex cerebral, daí a denominação de medicina córtico-visceral. 
A unidade organística estabelecida pelo sistema nervoso central, leva-nos à noção científica do nervismo em patologia, devida a Botkin, grande clínico, a Pavlov, grande fisiólogo, estudada e definida principalmente por Speransky. 
De acordo com esta concepção, de larga repercussão na teoria e na prática médica, o organismo reage como um todo, como uma unidade, aos fatores mórbidos que o afastam de seu ritmo 
e interação normais e com o meio exterior. 
Esta seria, a nosso ver, a explicação científica da abstrata e metafísica força vital, como já o dissemos,e que demonstra a inexistência de doenças locais e também o valor relativo dos meios terapêuticos oriundos de estudos analíticos, e do conhecimento de ações locais, parciais dos medicamentos."
Estudos modernos com fotografia Kirlian demonstram uma energia que pode ser uma explicação científica da força vital de Hahnemann.
Enfim, é um campo aberto à discussão incorporando estudos atuais.
 
 
CONCEITO DE ORGANISMO. INDIVÍDUO SÃO.
SAÚDE. DOENÇA. DOENTE
ORGANISMO - Qualquer ser, sistema ou estrutura organizada. 
INDIVÍDUO SÃO - Em estado de higidez ou saúde.
SAÚDE - Segundo a OMS significa bem-estar físico, mental e social. 
EIZAYAGA assim coloca : 
"É um estado de harmonia da mente e de equilíbrio fisiológico dos órgãos, no qual o espírito pode servir-se livremente do corpo para os elevados fins da existência". (Tratado de Medicina Homeopática - pág. 88).
MAFFEI afirma o seguinte : 
"Saúde ou estado hígido (do grego higicia) e doença ou estado mórbido (do latim morbus=doença), são dois conceitos abstratos que se opõem e não podem ser expressos em uma simples definição. Podemos dizer que a saúde consiste na harmonia do indivíduo consigo mesmo e com o ambiente, que se traduz pelo bom aspecto, não só morfológico, como também de suas manifestações sociais. Saúde é um estado subjetivo que só o próprio indivíduo a pode exprimir, manifestada pelo apetite, isto é, prazer em comer, disposição ao trabalho físico e intelectual, às diversões, enfim às relações humanas."
(Os Fundamentos da Medicina). 
No ORGANON encontramos: 
§ 1
        A mais elevada e única missão do médico é tornar saudáveis as pessoas doentes, o que se chama curar*.
        * Não se trata, porém, do engendramento de sistemas de idéias vazias e hipóteses acerca do âmago do processo vital e sobre as origens da doença no interior invisível do organismo ( com que tantos médicos até hoje vêm esbanjando ambiciosamente forças e tempo ) ou das inúmeras tentativas de explicar os sintomas nas doenças e suas causas imediatas, que sempre permanecem ocultas, tentativas estas envoltas em palavras incompreensíveis e estilo rebuscado de expressões abstratas que pretendem soar eruditas a fim de impressionar os ignorantes, enquanto o mundo doente clama inutilmente por auxílio. Estamos fartos deste tipo de     extravagância erudita (que tem o nome de arte medicamentosa teórica e até cátedras específicas); é hora de todo aquele que se intitula médico deixar, finalmente, de uma vez por todas, de iludir os pobres indivíduos com palavrórios, começando, então, em contrapartida, a agir, isto é, auxiliar e curar realmente.         
§ 8
        Não se concebe nem se pode provar através de experiência alguma no mundo que, depois da remoção de todos os sintomas mórbidos e da completa essência dos fenômenos percepíveis, reste ou possa restar algo que não seja a saúde, de modo a supor que a alteração mórbida no interior não desaparecesse * .
        *Quando alguém foi recuperado de sua doença por um verdadeiro artista da cura de tal modo que não reste mais nenhum sintoma da doença e todos os sinais de saúde tenham 
retornado de maneira duradoura, pode-se admitir, sem ofender o bom senso, que a própria doença na sua integridade mesmo assim ainda esteja presente no interior de seu organismo? E no entanto, é isso mesmo o que afirma o antigo chefe da velha escola Hufeland, nos seguintes termos ( ver Homeopatia, pag. 27 linha 19 ): "A Homeopatia pode remover os sintomas; a doença, porém, pemanece". - afirmou ele, em parte por desgosto pelos progressos da Homeopatia em benefício dos Homens, em parte porque ele ainda não possuía conceitos completamente materiais acerca da doença que ele ainda não podia imaginar como um estado do organismo dinamicamente modificado pela força vital morbidamente desarranjada, vendo-a, pelo contrário, como coisa material, que, após a ocorrência da cura, ainda pudesse permanecer oculta em um canto qualquer no interior do organismo, a fim de, a seu bel-prazer, irromper um belo dia com sua presença material em meio à plena saúde! Como ainda é crassa a cegueira da velha Patologia!       
Não é de admirar que somente tenha sido capaz de produzir uma terapia que se dedica exclusivamente à purgação do pobre doente. 
§ 9
       No estado de saúde do indivíduo reina, de modo absoluto, a força vital de tipo não material ( Autocratie ) que anima o corpo material ( Organismo ) como "Dynamis", mantendo todas as suas partes em processo vital admiravelmente harmônico nas suas sensações e funções, de maneira que o nosso espírito racional que nele habita, possa  servir-se livremente deste instrumento vivo e sadio um mais elevado objetivo de nossa existência.               
  
DOENÇA E DOENTE
§ 11
       Quando o Homem adoece é somente porque, originalmente, esta força de tipo não-material presente em todo o organismo, esta força vital de atividade própria (princípio vital ) foi afetada através da influência dinâmica* de um agente morbífero, hostil à vida; somente o princípio vital afetado em tal anormalidade pode conferir ao organismo as sensações adversas, levando-o, assim, a funções irregulares a que damos o nome de doença, pois este ser dinâmico, invisível por si mesmo e somente reconhecível nos seus efeitos no organismo, fornece sua distonia mórbida somente através da manifestação da doença nas sensações e funções ( o único lado do organismo voltado aos sentidos dos observadores e artistas da cura ), isto é , através do reconhecimento dos sintomas da doença, não havendo outra forma de torná-lo conhecido.
   *O que é influência dinâmica, força dinâmica? Percebemos que a nossa Terra, por uma força secreta e invisível faz girar sua Lua em 28 dias e algumas horas e como, por sua vez a Lua, alternadamente, em horas fixas faz subir nossos mares do norte nas marés cheias e durante as mesmas horas novamente os faz descerem nas marés baixas (sem contar algumas diferenças por ocasião da Lua cheia e da Lua nova).
   Vemos isso e nos admiramos, porque nossos sentidos não percebem de que modo ocorre. Sem dúvida, tal não acontece por meio de instrumentos materiais nem por disposições mecânicas, como nas obras humanas. E vemos, ainda, ao nosso redor, outros numerosos acontecimentos, como resultado do efeito de uma substância sobre outra, sem que possamos reconhecer uma relação perceptível entre causa e efeito. Somente o Homem culto, afeito à comparação e à abstração, tem capacidade para formar uma espécie de idéia transcendental que baste para manter longe de seus pensamentos tudo o que é material e mecânico na concepção de tais conceitos; ele chama tais efeitos de dinâmicos, virtuais, isto é, efeitos que resultam de um poder e ação absolutos, específicos, puros de uma substância sobre outra. Assim, por exemplo, a ação dinâmica das influências morbíficas no Homem sadio, bem como a força dinâmica dos medicamentos sobre o princípio vital, a fim de tornar o Homem novamente sadio, nada mais é do que contágio, não sendo absolutamente material nem absolutamente mecânica, assemelhando-se à força de um imã quando atrai poderosamente um pedaço de ferro ou aço que esteja próximo. Vê-se que o pedaço de ferro é atraído pela extremidade (pólo); como isso acontece, porém não se vê. Essa força invisível dispensa qualquer meio auxiliar mecânico (material), qualquer gancho ou alavanca, para atrair o ferro; ela o atrai e age sobre ele ou sobre uma agulha de aço por meio de uma força pura, imaterial, invisível, de tipo incorpórea, própria, isto é, comunicando dinamicamente à agulha de aço a força magnética de maneira igualmente invisível, dinâmica; a agulha de aço, mesmo sem ser tocada pelo imã e mesmo a uma certa distância se imanta, contagiando novamente outras agulhas de aço (dinamicamente, com a mesma propriedade magnética com a qual foi anteriormente contagiada pelo imã, assim como uma criança com varíola ou sarampo transmite a outra criança sadia, que esteja próxima,sem que haja contato, a varíola ou sarampo, de maneira invisível (dinamicamente), isto é, contagia à distância, sem que algo material tenha passado ou pudesse passar da criança contagiada à outra normal. Tampouco, algo material pode passar do pólo do imã para a agulha de aço próxima. Uma influência meramente específica de tipo não material, transmitiu à criança a varíola ou o sarampo, do mesmo modo como o imã comunicou a propriedade magnética à agulha que estava próxima.
   De modo semelhante devemos considerar a ação dos medicamentos no Homem vivo. As substâncias naturais que se nos apresentam como medicamentos, apenas são medicamentos na medida em que possuem o poder (cada qual um próprio, específico) de alterar, através de uma influência dinâmica, de tipo não-material (por meio da fibra sensitiva viva) sobre o prncípio vital de tipo não-material, que governa a vida.
   A propriedade medicamentosa daquelas substâncias naturais às quais damos especificamente o nome de medicamentos, reside apenas em seu poder de produzir alterações no estado da vida animal; sua influência não-material (dinâmica) capaz de alterar o estado de saúde atua exclusivamente sobre esse princípio vital não-material; assim como a proximidade de um pólo magnético só pode comunicar força magnética ao aço (e por uma espécie de contágio), mas não outras propriedades (como, por exemplo, maior dureza, maior flexibilidade, etc.).
   E assim, cada substância medicamentosa altera, por uma espécie de contágio, o estado do Homem à sua maneira exclusivamente peculiar e não à maneira peculiar a outro medicamento, tão certo quanto a proximidade de uma criança portadora de varíola transmitirá a uma criança sadia somente a varíola e não o sarampo.
   Essa influência dos medicamentos sobre nosso estado de saúde ocorre dinamicamente, como por contágio, absolutamente sem comunicação de partes materiais da substância medicamentosa.
   O poder curativo se manifesta muito mais, em um dado caso de doença, com a menor dose do medicamento dinamizado o mais possível - na qual, segundo cálculos realizados, haverá tão pouca substância material que sua pequenez não pode ser imaginada nem concebida pela melhor cabeça de matemático - do que em grandes doses do mesmo medicamento em substância. Aquela pequeníssima dose pode, portanto, conter quase exclusivamente só a força medicamentosa pura, livremente desenvolvida, de tipo não-material e produzir apenas dinamicamente efeitos tão poderosos que nunca seriam obtidos com a substância medicamentosa pura, mesmo ingerida em grandes doses.
   Não são os átomos corpóreos desses medicamentos altamente dinamizados nem sua superfície física ou matemática (com os quais se quer continuar interpretando, mas em vão, as forças superiores dos medicamentos dinamizados como ainda consideravelmente materiais) que constituem a força medicamentosa específica. Antes, está invisível no glóbulo umedecido ou na sua solução liberada o mais possível da substância medicamentosa agindo dinamicamente sobre o organismo inteiro, já em contato com a fibra animal viva (sem, contudo transmitir-lhe qualquer matéria, ainda que muito sutil, agindo tanto mais fortemente quanto mais livre e mais imaterial ela se tornou por meio da dinamização (§ 270).
   É, portanto, absolutamente impossível em nossa notável época, tão rica em pensadores, imaginar a força dinâmica como algo não corpóreo, visto que, diariamente se vêem fenômenos que não podem ser explicados de outro modo? 
   Se você olha para algo repugnante e sente vontade de vomitar, terá, porventura, um vomitivo material entrado em seu estômago, obrigando-o a esse movimento peristáltico? Não foi unicamente o efeito dinâmico do aspecto repugnante sobre a sua imaginação? E quando você levanta seu braço, porventura isso ocorre por meio de um instrumento material visível? Uma alavanca? Não é unicamente a força dinâmica, não-material, de sua vontade, que o levanta ?
       
§ 12
        Somente a força vital morbidamente afetada produz as doenças*, de modo que ela se exprime no fenômeno mórbido perceptível aos nosos sentidos, simultaneamente a toda alteração interna, isto é, a toda distonia mórbida da "Dynamis" interna, revelando toda a doença. Por outro lado, contudo, o 
desaparecimento de todo fenômeno mórbido, isto é, de toda alteração considerável que se afasta do processo vital saudável, por meio da cura, certamente também implica e pressupõe, necessariamente, o restabelecimento da integridade do princípio vital e, conseqüentemente, o retorno da saúde a todo o organismo.
        *Como a força vital leva o organismo a desenvolver manisfetações mórbidas, isto é, como ela cria doença? O artista da cura não pode tirar proveito algum deste como e porquê, permaneendo a mesma eternamente oculta a ele; o que lhe era necessário e completamente suficiente para o objetivo da cura, o Senhor da vida colocou diante de seus sentidos.    
        
	A HOMEOPATIA TRATA DE DOENTES E DE DOENÇAS!
 
DOENÇA AGUDA E DOENÇA CRÔNICA
DOENÇAS CRÔNICAS- 
Segundo a concepção estabelecida por Hahnemann, não se considera somente o tempo para classificar uma doença como crônica, mas leva-se em consideração o estudo do terreno do indivíduo com suas predisposições mórbidas. 
É o capítulo das grandes diáteses, sendo que Hahnemann estabeleceu 3 fundamentais( denominados miasmas em sua época):
- A PSORA;
- A SÍFILIS;
- A SICOSE
Posteriormente foram descritos:
- TUBERCULINISMO
- CANCERINISMO
DOENÇAS AGUDAS- 
Conceito.
Tendência espontânea à cura. Pode levar à morte
Um grande erro é generalizar toda doença aguda como exaltação da psora (doença crônica).
Comentários sobre o § 72 e o § 73 do "Organon"
§ 72 
 No que concerne ao primeiro ponto, as seguintes considerações servirão, antes de tudo, de uma visão geral. As doenças dos Homens, são, de um lado, processos mórbidos; tais processos tendem a completar seu curso de um modo mais ou menos moderado, num curto período de tempo - são as chamadas doenças agudas; por outro lado, são doenças que, insignificantes e muitas vezes imperceptíveis a princípio, afetam dinamicamente o organismo vivo, cada uma à sua própria maneira, afastando-o gradativamente do estado normal de saúde de tal modo que a energia vital, chamada força vital (princípio vital), destinada a preservar a saúde, somente lhes opõe, no início e ao longo do seu curso, uma imperfeita resistência, inadequada e inútil, sendo, porém, incapaz, através de sua própria força, de destruir a doença por si mesma, tendo que sofrer, impotente, a sua expansão e a sua própria transformação cada vez mais anormal, até a destruição final do organismo; são as chamadas doenças crônicas. Provêm do contágio dinâmico através de um miasma crônico.
§ 73 
   Em relação às doenças, diremos que elas são, por um lado, doenças que atacam os Homens individualmente, através de influências prejudiciais às quais, precisamente este indivíduo já se expusera especificamente. Excessos na alimentação ou sua deficiência, impressões físicas intensas, resfriamentos ou aquecimentos, fadigas, esforços, etc., ou excitações psíquicas, emoções, etc., são causas de tais febres agudas; no fundo, porém, são, na maioria das vezes, somente a explosão passageira da psora latente que retorna espontaneamente ao seu estado de adormecimento se as doenças agudas não foram muito violentas e se foram prontamente afastadas. Por outro lado, são de tal espécie que atacam diversas pessoas ao mesmo tempo, aqui e ali (esporadicamente), por ocasião de influências meteóricas ou telúricas e agentes nocivos, sendo que, somente alguns são suscetíveis de ser por elas afetados ao mesmo tempo; próximas a estas, estão aquelas que atacam epidemicamente muitas pessoas por semelhantes causas e com padecimentos muito semelhantes, habitualmente se tornando contagiosas quando envolvem massas humanas compactas. Assim surgem febres* de natureza peculiar em cadacaso e, devido à identidade da sua origem, colocam sempre os doentes em um processo mórbido idêntico que, abandonado a si mesmo, num espaço de tempo relativamente curto, opta pela morte ou pelo restabelecimento. As calamidades da guerra, as inundações e a fome, não raro as provocam e são sua origem. Por outro lado, os miasmas agudos peculiares que retornam sempre da mesma forma (daí serem conhecidos por algum nome tradicional) são aqueles que, ou atacam os Homens apenas uma vez na vida, como a varíola, o sarampo, a coqueluche, a antiga febre escarlate lisa de Sydemham*, a caxumba etc., ou podem voltar freqüentemente de maneira bastante semelhante, como a peste do Levante, a febre amarela do litoral, a cólera asiática etc.
* O médico homeopata que não é intimidado pelos preconceitos que a escola comum inventou (a qual estabeleceu alguns poucos nomes de tais febres, além dos quais a grande natureza, por assim dizer, não era autorizada a produzir nenhuma outra, de modo a poder proceder durante seu tratamento segundo uma determinada diretriz) não reconhece os nomes febre dos cárceres, febre biliar febre tifóide, febre de putrefação, febre nervosa ou catarral; pelo contrário, sem conferir-lhes nomes determinados, trata cada uma delas segundo sua peculiaridade.
**Após o ano de 1801 os médicos confundiram uma espécie de "púrpura miliaris"(Roodvonk) que era proveniente do ocidente, com a febre escarlate, embora possuísse sintomas totalmente diferentes. Esta encontrou seu medicamento curativo e profilático na beladona e aquela no acônito; sendo geralmente apenas esporádica, enquanto que a primeira surgia sempre de forma epidêmica. Nos últimos anos ambas parecem ter se unido aqui e ali, dando origem a uma febre eruptiva de tipo peculiar, contra a qual esses dois medicamentos isolados não mais possuem ação completamente homeopática. 
CONCEITO DE CURA. SUPRESSÃO. 
METÁSTASE MÓRBIDA. AGRAVAÇÃO
Hahnemann estabeleceu o conceito de doença como desequilíbrio vital.
Cura, portanto, deve ser reequilíbrio vital.
No parágrafo segundo do Organon apresenta um ideal de cura:
"O mais alto ideal da cura é o restabelecimento rápido, suave e duradouro da saúde ou a remoção e destruição integral da doença pelo caminho mais curto, mais seguro e menos prejudicial, segundo fundamentos nitidamente compreensíveis" 
Após a morte de Hahnemann, Hering escreveu sobre a direção que 
o organismo segue para a cura, estabelecendo as chamadas regras de Hering:
1. A melhoria ocorre de cima para baixo.
2. De dentro para fora. (sentido centrífugo dos fenômenos vitais).
3. Os sintomas desaparecem na mesma ordem em que apareceram, aliviando primeiramente os órgãos mais importantes ou mais vitais; a seguir, os menos importantes (mucosas e pele). 
Kent completa estes conceitos de Hering referindo-se às doenças sucessivas que o indivíduo apresentou durante sua vida, as quais se curam em ordem inversa à ordem de seu aparecimento.
Comentários sobre os conceitos de PASCHERO: 
Livro Homeopatia
(pag.43) :
"Suprimir sintomas ou manifestações locais com produtos químicos ou medicamento de homeopaticidade parcial, sem haver compreendido o que nesse doente deve ser realmente curado, significa uma transgressão médica que todo homeopata consciente deve obviar em todo momento e sem desculpa alguma". E mais adiante: 
"Se esta síndrome mental não foi removida, se o doente continua com seus ressentimentos, angústias, temores e um comportamento anormal em sua vida afetiva, ou qualquer anomalia de caráter e ânimo, não obstante a melhoria que acuse de sua doença local, pela qual veio à consulta, a cura não se produzirá.
(pag.246): 
"O fenômeno patológico não é mais que a exaltação da função fisiológica exonerativa normal da energia e dos produtos catabólicos, função que, quando encurralada, determina a eclosão de sérias perturbações internas, culminando na lesão patológica. 
O conceito de SUPRESSÃO E METÁSTASE MÓRBIDA, como vemos, está intimamente ligado aos conceitos dos mecanismos de cura.
Segundo EIZAYAGA
(Tratado de Medicina Homeopática 2a. Ed. Pag.159):
"Chama-se supressão mórbida a paliação, inibição ou desaparecimento de uma parte dos sintomas de um paciente por meios, circunstâncias, procedimentos ou agentes externos".
A metástase mórbida seria, então, a manifestação patológica que ocorre como conseqüência de uma supressão. Representa uma intervenção no sentido contrário aos mecanismos de cura.
Mais adiante, Eizayaga cita vários exemplos clínicos: 
Asma por eczema suprimida. Criança de 3 anos . Com um ano de idade aparece um eczema pruriginoso na face e "dobras"de flexão, que é tratada com várias pomadas e desaparece com uma à base de silicone. Pouco após, tem edema de face e olhos (Quincke) e começa com catarros, bronquites "mal curadas" e respiração sibilante; trata com diversas drogas expectorantes, antibióticos e anti-histamínicos e começa com acessos de asma que se repetem a cada 20 dias. Este caso foi curado com Pulsatilla e logo Silicea, chamando a atenção para seu eczema, que reapareceu durante o tratamento, suprimido com uma pomada à base de silicone ...
Outro exemplo:
asma depois de blenorragia suprimida. Sr. R. A., 52 anos, casado . Aos 24 anos contrai uma blenorragia que trata com lavados uretrais e complica com epididimites do lado direito. Pouco depois, correu e teve um acesso de asma, que se repetia com freqüência. Tratou com ouro, antialérgicos, placenta, cortisona, etc. Apresenta uma expectoração grossa amarelada e abundante (mais de uma colher de café por dia), especialmente de manhã. A asma agrava-se pelo frio e depois de comer. Ademais, ultimamente, apresenta hemorróida que sangra depois de defecar e ao toque.
AGRAVAÇÃO HOMEOPÁTICA - Significa uma exacerbação temporária dos sintomas, que o doente já vem apresentando. Esta exacerbação ocorre após a administração de medicamento homeopático, descrevendo uma curva de agravação e aliviando os sintomas. Significa, portanto, uma atuação no sentido de cura, em contraposição à supressão mórbida. O trabalho experimental de Lise Wurmser (Arsenicum album ) sobre cinética de eliminações serve de suporte biológico para entendermos o fenômeno da agravação homeopática.
O tempo de agravação é variável, dependendo do doente, da doença, do medicamento, etc. Em geral, inicia-se nos primeiros dias após ingestão do medicamento, regredindo em poucos dias, podendo prolongar-se por mais tempo.
 
 
 
A TERAPÊUTICA HOMEOPÁTICA
Toda a arte da terapia homeopática consiste na aplicação da lei dos semelhantes na clínica. 
Para tal, há necessidade de conhecimento de uma semiologia clássica, necessitando completá-la, buscando os sintomas CARACTERÍSTICOS DO DOENTE. Os sintomas e sinais característicos do DOENTE levam-nos ao diagnóstico CLÍNICO. 
Devemos utilizar todos os recursos, sempre que possível , no sentido do esclarecimento diagnóstico da DOENÇA, como:
exame clínico, laboratorial, consulta a especialistas, etc. Não será, no entanto, o diagnóstico que irá orientar a terapêutica. Ele tem importância quanto à evolução, prognóstico, profilaxia, etc.; quanto à escolha de medicamentos, porém, tem um valor secundário. Frisemos que o valor do diagnóstico é secundário, mas não desprezível. 
O diagnóstico medicamentoso deverá ser estabelecido após recolhermos os sintomas do paciente, efetuarmos uma hierarquia dos mesmos, valorizando os sintomas característicos e avaliarmos o que devemos curar, para, então, estabelecermos um plano terapêutico. 
A lei de similitude poderá ser aplicada em diversos níveis. 
Exemplo de sua aplicação :
A . SIMILITUDE PATOGENÉTICA
Consiste em adequar ao doente patogenesias medicamentosas. 
Para isto devemos fazer uma anamnese cuidadosa para uma história clínica mais completa possível e, então, hierarquizarmos os sintomas característicos do doente. 
Para efeito didático, podemos esquematizar esta hierarquização, admitidacomo regra geral, dependendo, naturalmente, de cada caso e da experiência médica:
1o. lugar - PSÍQUICOS (ansiedade, angústia, cólera, etc.) 
2o. lugar - GERAIS (transpirações, desejos e aversões alimentícias, sede, calor vital, etc.) 
3o. lugar - LOCAIS. 
Todos os sintomas, tanto psíquicos, gerais ou locais, devem ser acompanhados de suas MODALIDADES (horário de agravação, de melhoria, condições climáticas, lateralidade, etc.). 
Devemos fazer uma distinção aqui entre doenças crônicas e agudas, pois, no caso das doenças crônicas, temos que estudar as tendências mórbidas de cada organismo e, por conseguinte, nossa atenção terapêutica deverá ser no sentido de correção dessa susceptibilidade mórbida, prescrevendo medicamentos ditos de FUNDO, de acordo com a história biopatográfica. 
Nas doenças agudas devemos valorizar os sintomas surgidos recentemente, prescrevendo, em geral, medicamentos de ação menos profunda, ditos CIRCUNSTANCIAIS. 
Para a escolha dos medicamentos, poderemos fazer uso dos chamados REPERTÓRIOS, onde encontramos sintomas (colocados em diversas secções, como psiquismo, cabeça, ouvido, etc.) em ordem alfabética, seguidos dos medicamentos que os contêm em suas patogenesias. 
O repertório não deve, no entanto, ser usado sistemática e mecanicamente, mas servirá para orientar os medicamentos mais indicados, de acordo com os sintomas que valorizamos e escolhemos para constar da repertorização, para, então, decidirmos pela escolha mais adequada, conforme nossa experiência médica. 
B . SIMILITUDE ETIOLÓGICA 
Também denominada de isoterapia (terapêutica pelo igual). 
Nada mais é que um caso particular do SIMILIA SIMLIBUS CURENTUR, já que igualdade significa um setor particular da semelhança. 
Poderá ter sua aplicação em diversas circunstâncias e consiste na aplicação dos medicamentos denominados BIOTERÁPICOS (nosódios), que são feitos de produtos patológicos. 
Aqui entra a importância do aspecto preventivo da Homeopatia, daí a necessidade de estudos mais aprofundados e mais amplos sobre o assunto, pois estudos em animais vêm demonstrando o efeito protetor do medicamento homeopático. 
C . SIMILITUDE DIATÉSICA 
Corresponde à diatese, ou seja , à predisposição patológica constitucional. 
Ex. indivíduos classificados como tuberculínicos (são os longilíneos) porque são predispostos à tuberculose e sensíveis a medicamentos ditos de linha tuberculínica. Ex. Tuberculinum. 
SIMILITUDE ANÁTOMO-PATOLÓGICA ou FISIOPATOLÓGICA 
A lei de semelhança poderá ser aplicada também baseando-se nos dados da Toxicologia e da Fisiopalogia. Como exemplo podemos citar a utilização de Phosphorus na hepatite, de Aloxana no diabete, etc. Vemos, assim, que existem diversas opções para aplicar a lei dos semelhantes. 
Quando e como aplicar cada uma destas opções, se separadamente ou concomitantemente, é tarefa que vai depender da capacidade de cada terapeuta em analisar o conjunto de circunstâncias e aplicar o medicamento (ou medicamentos) no momento adequado. 
Observemos o seguinte: 
A Farmacologia é ciência de investigação pura, que busca "filtrar" as variáveis que estejam prejudicando o conhecimento sobre o medicamento. 
A Terapêutica é prática que está envolta dentro de uma série de circunstâncias, de crenças, de fatores culturais, econômicos, etc. 
Compreende o relacionamento médico-paciente, o grau de confiança que o paciente deposita no médico, na farmácia, a influência dos familiares, dos amigos, enfim, existe uma série de fatores que devem ser interpretados antes de tirarmos conclusões precipitadas sobre "curas milagrosas". 
A Terapêutica, em princípio, deve guiar seu raciocínio pelo conhecimento da Farmacologia. Este conhecimento compreende, por exemplo, a ação do produto a ser empregado no organismo, sua interação com outras substâncias, produzindo fenômenos como potencialização, inibição, etc. 
Sabe-se, por exemplo, que o bioterápico (nosódio) potencializa a ação de um medicamento escolhido pelos sintomas patogenéticos. 
Exemplificando: um caso de infecção urinária para o qual individualizamos Cantharis como medicamento homeopático bem escolhido; se for infecção por bacilo Coli, deveremos obter resultado melhor empregando os dois medicamentos: Cantharis e Colibacillinum. 
Sabendo-se, no entanto, as nuances do raciocínio farmacológico, a prescrição deve ser adequada ao paciente, como horário, modo de tomar, preferências por tipo de apresentação, como glóbulos, forma líquida, etc. (aí entra a arte terapêutica).
Vemos que a terapêutica, portanto, não pode realizar-se com frieza do raciocínio científico, pois já tivemos a oportunidade de verificar pacientes angustiados por terem consultado médicos ilustres que deram diagnósticos contundentes e prognósticos sombrios procurando demonstrar grandes conhecimentos. 
De outro lado, consideramos também negativa a atitude oposta, daquele que mistifica a Terapêutica e o cliente, desprezando por demais o diagnóstico como o fazem homeopatas de formação sobretudo "unicista", chegando mesmo a extremos que se aproximam de atitudes charlatanescas interpretando ao "pé da letra" o aforismo: "Não há doenças, há doentes". 
O fato é que a Homeopatia trata de DOENTES e de DOENÇAS. 
É louvável que se busque um ideal de cura, considerando o paciente como um todo.
Fenômenos como "agravação homeopática" que correspondem à face inicial de aumento dos sintomas, aparentando uma piora para o paciente, são realmente observados na clínica e os trabalhos sobre "cinética de eliminação" podem trazer esclarecimentos sobre este fenômeno. Vemos, por exemplo, no trabalho realizado por Wurmser com o Arsenicum, que este medicamento nas potências 4CH, 5CH, 7CH é capaz de mobilizar o tóxico que estava "estocado" no organismo, aumentando sua eliminação urinária.
O medicamento homeopático atua por conseguinte, no sentido de ELIMINAÇÃO, não provocando SUPRESSÃO.
 
 
 
PRESCRIÇÃO - POSOLOGIA
Tendo em vista que estudamos um caso clínico e escolhemos medicamentos adequados, como prescrever ? 
O que existe, na realidade, bem estudado do ponto de vista farmacêutico e farmacológico, são as preparações hahnemannianas até 30CH. 
Achamos válido o uso de outras preparações como arma terapêutica. 
A terapêutica homeopática não pode, no entanto, flutuar em conclusões filosóficas formando castas. 
É necessário acompanhar o desenvolvimento da FARMACOLOGIA HOMEOPÁTICA. 
Somente desta forma, cremos, chegaremos a um consenso amplo sobre o medicamento homeopático e as diversas formas de sua prescrição.
 
 
 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BATISTE P. BASTIDE J. AUBIN M. BARONNET S. - Étude pharmacologique d'une préparation d'Apis 7CH vis-à-vis de l'erytheme aux rayons u.v. chez le cobaye albine - XXX Congrès International de la Médécine Homéopathique 1975. Rotterdam.
BOIRON, J.- Effets diabetogenes de alloxane 7CH, 9CH, 15CH, 30CH sur le diabete alloxanique provoqué - Anais do Congresso Homeopático de Viena, pag. 576 - 1973.
BOIRON, J.- Action de dilution 5CH, 7CH, 15CH de sulfate de cuivre sur la respiration de Salvinia natans. Pag . 587 - 1973
BOIRON, J .- Premières recherches sur l’inactivité des dilutions preparées sous azote - Les Annales Homéopatiques Françaises 297 - abril de 1972 .
DEMARQUE, D .- Homeopatia - Medicina de Base Experimental (trad.) Rio de Janeiro: Gráfica Olímpica Editora Ltda ,1973. 
EIZAYAGA, F. X.- Tratado de Medicina Homeopática. Buenos Aires: Ediciones Marecel, 1972 .
HAHNEMANN, S. - Organon da Arte de Curar, 6.ed. trad. de Edméa M. Villela e Izao Carneiro Soares. Ribeirão Preto: Museu de Homeopatia Abrahão Brickmann, 1995.
HEINTZ, E.- La mesure de l’action de dilutions sucessives à l’ aide de piles eletriques - Les Annales Homéopatiques Françaises 4275 - abril 1972.
LOPES, O . C.- A Medicina no tempo - Editora da Universidade de São Paulo,1970.
MAFFEI, W. E.- Os Fundamentos deMedicina . São Paulo Fundo Editorial Procienx,1967.
PLAZY, M.- Pesquisa Experimental Moderna em Homeopatia (trad.) .Rio de Janeiro: Editorial Homeopática Brasileira,1969.
QUILICHINI, R.- Étude de l’ action de differentes dilutions de Phosphorus sur l’ hepatite toxique du rat - XXX Congrès Internacional de Médécine Homéopathique .Rotterdam, 1975.
ROCHA SILVA, M.- Fundamentos da Farmacologia e suas aplicações à Terapêutica - 3. ed. Edart - São Paulo Livraria Editora Ltda. - 1.976.
COMPÊNDIO OFICIAL - Farmacopéia Homeopática Brasileira . São Paulo: Andrei, 1977.
 
Fonte: 
Hospital Virtual –

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