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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE DIREITO Prática Forense Trabalhista PEÇA: EMBARGOS À EXECUÇÃO 2019/1 Aluna: Joyce de Souza Victorino Matrícula nº 201410235511 PROFESSOR: Daniel Queiroz JULHO. 2019 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 50ª VARA DO TRABALHO DE RORAIMA Processo nº 0011250-27.2013.5.11.0050 PABLO ARRUDA NERY, brasileiro, viúvo, empresário, portador da identidade 201, CPF 202, residente e domiciliado na Avenida Brás Montes, casa 100, Boa Vista -Roraima, CEP 555, por seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), nos autos da ação em epígrafe, movida por CASSIANA FIUZA, já qualificada nos autos, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, opor EMBARGOS À EXECUÇÃO com fulcro no art. 884 da CLT, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I – DOS FATOS O embargante se retirou da pessoa jurídica Arruda Jornais e Revistas Ltda., ora executada, há 2 anos e 8 meses, mesmo assim foi citado na execução em epígrafe, com penhora de seu único bem, após a desconsideração da pessoa jurídica mencionada. Na execução, a correção monetária foi calculada considerando o mês da prestação de serviços e foi aplicada a multa do art. 475-J do CPC. II – DO MÉRITO DA ILEGITIMIDADE DA PARTE O Embargante se retirou da sociedade da pessoa jurídica Arruda Jornais e Revistas Ltda há 2 anos e 8 meses. Desta forma, deve ser reconhecida a impossibilidade de execução do embargante, visto que a responsabilidade do sócio permanece até 2 anos da saída da sociedade, conforme os artigos 1.003, parágrafo único e 1.032 do Código Civil. Diante disto, requer o reconhecimento da ilegitimidade passiva da parte para figurar na execução. DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA No caso em tela, houve penhora de bem de família, único imóvel do embargante, no qual reside com sua filha, sendo viúvo. Tal penhora, viola o art. 1º da Lei 8.009/90, o qual preceitua a impenhorabilidade do bem de família. Além disto, a súmula 364 do STJ consagra o entendimento que a impenhorabilidade abrange o imóvel das pessoas viúvas. Súmula: 364-STJ O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas Desta forma, requer a desconstrição de referido bem, uma vez que se trata de bem de família, de propriedade de pessoa viúva. DA CORREÇÃO MONETÁRIA Na ação a correção monetária foi calculada, sem que a parte contrária tivesse vista, considerando o mês de prestações dos serviços da Reclamante, ainda que a sentença fosse omissa a respeito. Houve erro do juiz, uma vez que o correto seria a correção monetária incidir a partir do mês seguinte à prestação dos serviços, nos termos da Súmula 381 do TST. Além disto, o artigo 879,§ 1º, preceitua que na liquidação não se pode modificar ou inovar a sentença liquidanda. Portanto, requer que seja alterada a forma de cálculo da correção monetária. DA APLICAÇÃO DA MULTA DO ART. 475-J DO CPC O juiz aplicou a multa do art. 475-J do CPC, que não se mostra cabível ao caso, pois o TST entende que não houve omissão da CLT a justificar a aplicação da multa, já que o prazo para pagamento é de 48 horas, conforme art. 880 da CLT, sob pena de penhora (art. 883 da CLT). Diante disto, requer que seja afastada a referida multa. III – DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer o embargante a procedência total dos pedidos e a notificação da embargada para que querendo conteste o feito. Protesta, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito. Dá-se à causa o valor de R$ xxx Nestes termos, Pede deferimento. Rio de Janeiro, 06 de julho de 2019. __________________________________________________________ Advogado OAB
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