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VIOLENCIA_SEXUAL_NAS_RELACOES_CONJUGAIS

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1 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA SEXUAL NAS RELAÇÕES CONJUGAIS E A 
POSSIBILIDADE DE CONFIGURAR-SE CRIME DE ESTUPRO 
MARITAL 
 
MARIA AMANDA LIMA DE VASCONCELOS1 
INGRID DE OLIVEIRA PONTES2 
JOSÉ WELLINGTON PARENTE SILVA3 
 
Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar a figura de um delito que ocorre no interior da estrutura 
matrimonial e discorrer sobre a possibilidade ou não de ser o marido autor do delito de estupro contra a 
própria esposa. Verificar acerca da dialética doutrinária sob uma visão crítica, abordando duas correntes 
contraditórias a respeito do assunto: uma tradicional, que não aceita o estupro nas relações conjugais, sobre 
influência da sociedade patriarcal, acreditando no débito conjugal; e outra, moderna, que compreende ser 
possível o estupro marital, em que se baseia nos ideais de igualdade e no Princípio da Dignidade da Pessoa 
humana. 
 
Palavras-Chave: Estupro marital. Violência Sexual. Débito conjugal. Liberdade Sexual. Igualdade entre cônjuges. 
 
 
SEXUAL VIOLENCE IN CONJUGAL RELATIONS AND THE 
POSSIBILITY OF SETTING UP OF RAPE CRIME MARITAL 
 
Abstract: The objective of this paper is to present the figure of an offense that occurs within the marriage 
structure and discuss whether or not to be the husband author of the rape crime against his wife. Check up 
on the doctrinal dialectic in a critical view, approaching two contradictory currents on the subject: a 
traditional, that does not accept rape in marital relations, on influence of patriarchal society, believing in the 
marital debt; and other, modern, comprising possible marital rape, as it is based on the ideals of equality and 
Principle of dignity of the human person. 
 
Keywords: Marital Rape. Sexual Violence. Marital debt. Sexual freedom. Equality between spouses. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho visa abordar um tema bastante polêmico, mas de extrema 
relevância no meio social, uma vez que se trata de uma espécie de delito contra a liberdade 
sexual da mulher, que afronta a dignidade da pessoa humana. 
 
1
 Graduanda em Direito pela Faculdade Luciano Feijão. E-mail: amandavasconcelos64@hotmail.com 
2
 Graduanda em Direito pela Faculdade Luciano Feijão. E-mail: ingrid_olip@hotmail.com 
3
 Graduado em Direito pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. Especialista em Processo Civil pela 
Universidade Estadual Vale do Acaraú. E-mail: wellington_parente2011@hotmail.com 
2 
 
 
 
 
 
O objetivo do estudo é a análise do delito de estupro, em que significante parcela é 
de autoria do próprio cônjuge. Iremos trazer à discussão se é possível a configuração de 
estupro pelo marido, o chamado estupro marital, que muitas vezes é confundido com o 
débito conjugal, contudo, analisando aspectos históricos, do contexto social e as 
divergências doutrinárias sobre tal assunto. 
Na sociedade brasileira há crescentes casos de violência doméstica contra a mulher, 
sobretudo, a sexual. O estuproé uma espécie de delito em que teve sempre repreensão no 
decorrer das civilizações, todavia, a grande questão a ser discutida é a possibilidade da 
configuração de crime para o estupro marital. 
As raízes culturais machistas, ainda presentes na sociedade de hoje, acreditam no 
débito conjugal, em que é um dever da mulher de realizar ato sexual com seu marido, 
mesmo sem sua vontade, situação em que muitas vezes é usada da violência ou ameaça 
para praticar tal ato.Por outro lado, a corrente moderna baseia-se nos ideais de 
igualdade entre homens e mulheres e no Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, 
afirmando que é possível o cônjuge ser acusado do crime de estupro. 
Está previsto no Código Penal o crime de estupro, em que se tem a consumação 
quando alguém for constrangido à conjunção carnal decorrente da violência física ou grave 
ameaça, mas não há previsto nada em relação ao sujeito ativo do crime ser o cônjuge; 
através disso, torna-se visível a necessidade de se utilizar da hermenêutica jurídica a fim de 
estender a presente visão do delito de estupro para abarcar também o estupro marital. 
Protege-se com o dispositivo em estudo a liberdade sexual da mulher, ou seja, o 
direito que tem ela de dispor de seu corpo com relação aos atos sexuais, e não a sua simples 
integridade física, ou seja, a faculdade que ela tem de escolher livremente seu parceiro 
sexual, podendo recusar inclusive o próprio marido, quando assim desejar.Toda pessoa 
humana tem o direito de exigir respeito em relação à sua vida sexual e para tanto deve o 
Estado assegurar os devidos meios, mesmo que seja difícil a comprovação da materialidade 
desse crime, já que muitas vezes as mulheres não denunciam por acreditarem que a relação 
sexual é um dever conjugal. 
3 
 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA SEXUAL CONFUNDIDA COM OBRIGAÇÃO CONJUGAL 
 
Violência sexual define-se por um tipo de violência que envolve as relações sexuais 
não consentidas e pode ser praticado tanto por conhecido, familiar ou por um estranho. O 
número de casos de violência sexual, atualmente, só aumenta, especialmente entre 
mulheres. Há uma significante parcela dessa violência em que o autor é o próprio cônjuge. 
Cabe observar, que ao longo da história, este crime vem sendo praticado, em que por força 
dos deveres conjugais as mulheres eram forçadas a ter relações sexuais com seus maridos 
contra a sua vontade, não respeitando sua liberdade sexual e o seu direito de escolha. 
Inicialmente com o sistema patriarcal, criou-se uma sociedade machista, na qual as 
mulheres eram consideradas propriedades e objetos valiosos dos seus maridos, sujeitas aos 
seus caprichos e as suas violências, principalmente sexuais, em que tinham um papel 
restrito de procriar e obedecer. Nesta sociedade, a mulher acabou se submetendo aos 
caprichos sexuais dos seus maridos mesmo que não quisessem, pois dependiam 
financeiramente deles, e também por temer a sociedade, a perda de seus filhos e até por 
medo do cônjuge. 
A extrema diferenciação e especialização do sexo feminino em “belo sexo” e 
“sexo frágil”, fez da mulher do senhor de engenho e de fazenda e mesmo da iaiá 
de sobrado, no Brasil, um ser artificial, mórbido. Uma doente, deformada no 
corpo para ser a serva do homem e a boneca de carne do marido. (FREIRE, 
1977, p.94) 
Existia desde a antiguidade citada por Freire, por volta dos séculos XVI e XVII, a 
existência da repreensão de praticar a relação sexual forçada, ou seja, a prática do estupro, 
principalmente quando a vítima era mulher, pois, biologicamente e na sociedade, foi 
sempre tida como mais frágil. 
O estupro está entre os crimes sexuais de maior gravidade contidos no código penal 
atualmente, esse crime é praticado desde os primórdios da existência humana e foi 
severamente repudiado por diversos povos, sendo considerado um grande e grave 
malefício a ser reprimido penalmente. 
4 
 
 
 
 
 
Na civilização hebraica o homem que tivesse relação sexual com a prometida antes 
do casamento era punido com pena de morte e se acaso essa mulher fosse virgem e não 
comprometida, era diferente, o autor teria que pagar 50 ciclos de prata como multa para o 
pai, tendo ainda que casar-se com ela. No Egito antigo, este crime era punido com 
mutilação, ou seja, a castração do indivíduo.Na Grécia e Roma, se punia com pena de 
morte. No Direito Romano, a denominação usada para este crime era Stuprum, referia-se à 
conjunção carnal com mulher virgem ou viúva desonesta, mas não poderia ter o emprego 
da violência. No Direito Canônico, seria enquadrado somente se a vítima fosse virgem e 
cometido com emprego de violência. (HUNGRIA, 1959). 
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o estupro foi utilizado como 
forma de atingirpsicologicamente seus adversários, para ferir sua moral e humilhar. Muitas 
mulheres foram violentadas, soldados estupravam as mulheres dos seus adversários em sua 
frente como forma de tortura psicológica. 
Tanta violência foi um ponto crucial para o surgimento de sociedades feministas, 
que buscavam e buscam até hoje igualdade entre os sexos e a extinção da submissão da 
mulher perante o homem e, principalmente, da sociedade. 
Com o advento da Constituição Federal de 88, no artigo 5°, inciso I, que trouxe a 
igualdade entre os sexos, juntamente com a aceitação social da relação sexual da mulher 
fora do casamento, o estupro passou a ser cada vez mais visto, repudiado e punido social e 
penalmente. 
O estupro marital, por exemplo, é a violência sexual contra a mulher em uma 
relação conjugal, no chamado casamento, em que ela na qualidade de esposa é forçada pelo 
cônjuge a manter relação sexual sem a sua vontade. É uma modalidade dentre várias do 
estupro, difere-se, pois o cônjuge passa a ser o sujeito ativo do crime e a mulher sujeito 
passivo obrigatoriamente. “É um direito seu que não desaparece, mesmo quando se dá a 
uma vida licenciosa, pois, nesse caso, ainda que mercadejando com o corpo, ela conserva a 
faculdade de aceitar ou recusar o homem que a solicita.” (NORONHA, 2002, p. 68). 
5 
 
 
 
 
 
Muitas das mulheres não denunciam esse tipo de agressão, pois entendem que sexo 
no casamento é uma obrigação, temendo consequências piores, não usando de sua 
liberdade sexual e seu direito de escolha. Esta situação caracteriza o chamado Débito 
Conjugal, que se caracteriza em uma relação sexual em que o marido tem o direito de exigir 
“a prestação” do dever sexual e a mulher a “obrigação”de cumprir e vice-versa. Segundo 
Paulo Luiz Netto Lobo (1999, p. 141-142): 
Alguns autores denominam este dever de coabitação, mas o sentido que nele 
prevaleceu foi o de relacionamento sexual durante a convivência no lar comum, 
na expressão eufemística de debitum conjugale, hoje tão justamente repudiado. 
Em situação de repudio em sede de tribunal, segundo a desembargadora Maria 
Berenice Dias (2002, p.01): 
Ainda que forçoso seja reconhecer como indevida a intromissão na intimidade 
da vida do par, pela via legislativa - como ao impor, por exemplo, o dever de 
fidelidade e de vida em comum - não há como afirmar que tenha o Estado 
imposto a obrigação de manter relações sexuais. Na expressão vida em comum, 
constante do inc. II do art. 231 do Código Civil, não se pode ver a imposição do 
debito conjugal, infeliz locução que não pode ser identificada como a previsão 
do dever de sujeitar-se a contatos sexuais. 
O débito conjugal é uma terminologia advinda do Código Canônico, e foi criado de 
certo modo para que se evitasse o adultério, como forma de a mulher cessar com o seu 
desejo sexual apenas com o marido. No dizer de Maria Helena Diniz (2009, p.134) 
coabitação é o “direito-dever do marido e de sua mulher de realizarem entre si o ato 
sexual”. Neste caso, a mulher estaria em uma relação de obrigação sexual para com seu 
cônjuge e se recusasse ela estaria deixando de cumprir seu dever, sendo impedida de 
reclamar quando fosse forçada, por meio de violência física ou psicológica a realizar ato 
sexual com seu marido, o chamado estupro marital ou conjugal. Uma postura passiva da 
vítima não caracterizaria essa modalidade de estupro. 
Está previsto, atualmente, no Código Penal Brasileiro, com respeito ao princípio da 
dignidade da pessoa humana, a previsão de crime de estupro. A lei 12.015, de 7 de agosto 
de 2009, revogou o artigo 214 do Código Penal Brasileiro e alterou o artigo 213 do mesmo 
diploma, trazendo o homem como sujeito passivo do delito e a mulher como sujeito ativo, 
6 
 
 
 
 
 
sendo assim homem e mulher nos sujeitos tanto ativos como passivos. Assim a mulher que 
antes só era tida como sujeito passivo passa também como ativa no crime, e o homem vice 
e versa. Não distinção se a vítima é solteira, casada ou virgem. 
 
 
CONFIGURAÇÃO DE CRIME DE ESTUPRO MARITAL 
 
O delito de estupro está tipificado no artigo 213 do Código Penal Brasileiro, 
estabelecendo a pena base de reclusão de 06 (seis) a 10 (dez) anos para o agente que 
constranger alguém à conjunção carnal ou a praticar ou permitir que pratique outro ato 
libidinoso, mediante violência ou grave ameaça. Um dos elementos que integram o delito é 
o constrangimento decorrente da violência física ou da grave ameaça que é dirigido a 
qualquer pessoa, seja do sexo feminino ou masculino. 
Com a tipificação da conjunção carnal mediante violência ou grave ameaça como 
estupro, está se buscando proteger a liberdade sexual, que é um direito inviolável, ou seja, o 
objetivo é tutelar o direito de dispor de seu corpo da maneira que achar melhor e não 
somente a sua integridade física. 
Com base nisso, podemos dizer que o referido diploma legal chama de estupro a 
relação sexual à qual a mulher tenha sido violentamente forçada a praticar, inclusive no 
casamento, tratando-se de um crime hediondo, por força da Lei nº 8.072/90, de natureza 
gravíssima. Dentro deste contexto pode-se determinar que configura no polo passivo do 
delito a mulher, não importando seu estado civil (solteira, casada ou viúva) e nem a idade. 
Questão bastante discutida diz respeito à possibilidade de o marido praticar o crime 
contra sua esposa, consubstancia-se uma polêmica doutrinária. Considera-se estupro 
marital a violência sexual empregada contra a mulher na constância da união conjugal, 
praticada pelo seu cônjuge, mediante violência física ou moral. Essa discussão teve origem 
há muitos anos, sob o enfoque das obrigações e deveres matrimoniais, sem levar em conta 
o bem jurídico tutelado pela norma. Hoje em dia esse posicionamento se modificou na 
doutrina e na jurisprudência, entendendo-se que, embora com o casamento surja para os 
cônjuges o direito de manterem relações sexuais um com o outro, verifica-se que esse 
7 
 
 
 
 
 
direito não pode ser exercido mediante o constrangimento com o emprego de violência ou 
grave ameaça. 
Todavia, inexiste tipificação específica para o estupro marital, entretanto fazendo-se 
uso da hermenêutica jurídica, pode-se encaixá-lo na tipificação de crime comum, por 
apresentar os elementos necessários para alcançar a relação sexual. Contudo, também não 
há nenhum dispositivo legal que obrigue a mulher casada a ceder aos anseios sexuais do 
marido sem a sua vontade. 
Há na doutrina criminal, muitas discussões a respeito da possibilidade ou não de o 
marido ser condenado pela prática de estupro contra a sua mulher. A jurisprudência 
evidencia já vários casos, em sua maioria, favoráveis à possibilidade de cominação de culpa 
do consorte. Nesse sentido, transcreve-se a seguinte jurisprudência do Tribunal de Justiça 
do Rio Grande do Sul (TJRS), que aduz, sobre o feito: 
EMENTA: APELAÇÃO CRIME. CRIMES CONTRA OS COSTUMES. RÉU 
DENUNCIADO POR ESTUPRO. ATOS QUE SE ENQUADRARIAM NO 
DELITO DE ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. MANUTENÇÃO 
DA ABSOLVIÇÃO. Constou da denúncia que o acusado, mediante o uso de 
violência e graves ameaças, constrangeu a vítima, sua esposa, à conjunção carnal 
contra a vontade dessa, causando-lhe lesões corporais. 
Número: 70021263470 Inteiro Teor: doc html. Tipo de Processo: (Apelação 
Crime. Relator: Naele Ochoa Piazzeta. Tribunal: Tribunal de Justiça do RS. 
Órgão Julgador: Sétima Câmara Criminal. Comarca de Origem: Comarca de 
Santa Maria. Seção: CRIME. Decisão: Acórdão. Data de Julgamento: 
03/04/2008. Publicação: Diário da Justiça do dia 26/05/2008). 
Conforme mostra o doutrinador Capez (2008, p. 420), que compartilha do 
entendimento:“Marido que, mediante o emprego de violência ou grave ameaça,constrange 
à mulher a pratica de relações sexuais comete crime de estupro”. 
Delmanto (2000, p.413), por sua vez, entende que: 
Embora a relação sexual voluntária seja lícita ao cônjuge, o constrangimento 
ilegal empregado para realizar a conjunção carnal à força não constitui exercício 
regular de direito, mas, sim, abuso de poder, porquanto a lei civil não autoriza o 
uso de violência física ou coração moral nas relações sexuais entre os cônjuges. 
Contudo, ao tipificar o crime de estupro, o artigo 213 do Código Penal não excluiu 
o marido do polo ativo do fato típico, uma vez que, menciona a palavra “alguém” em sua 
redação, assim, podendo ser qualquer pessoa. Vale ressaltar, que havendo as 
8 
 
 
 
 
 
condicionantes, que é o constrangimento mediante violência ou grave ameaça e o dolo, ter-
se-á configurado o tipo penal e o agente causador deverá ser punido, pois não é pelo 
simples fato de serem casados os consortes, que o marido tornar-se-á isento de 
responsabilidade. A exclusão dessa possibilidade surge somente por parte da doutrina que 
entende não poder o marido ser o agente do estupro contra a mulher, pois o sexo é um dos 
deveres do casamento. 
Vale ressaltar, que do mesmo modo que o marido pode ser configurado como 
estuprador de sua esposa na constância da união, entende-se que o companheiro poderá 
enquadrar-se em tal modalidade delituosa, haja vista que a união estável, atualmente 
reconhecida pelo Código Civil de 2002, como entidade familiar, vislumbra então ser 
possível a configuração do marido e do companheiro como sujeito ativo do crime de 
estupro, denominado de estupro marital. 
 
 
DOUTRINAS DIVERGENTES SOBRE A POSSIBILIDADE JURÍDICA DE CRIME 
DE ESTUPRO 
 
Há duas correntes acerca da possibilidade de o marido ser o agente do crime de 
estupro,os posicionamentos circundam em torno da aceitação ou não da existência do 
delito. 
A primeira, uma concepção bastante machista, encabeçada por doutrinadores mais 
antigos, Nelson Hungria e Magalhães Noronha, entende que o marido não pode ser 
acusado do estupro de sua própria esposa, uma vez que o Código Civil traz como 
consequência do casamento o dever de coabitação, que significa que os cônjuges têm o 
dever de manter relação sexual, tendo em vista a obrigação matrimonial;assim, na hipótese 
de recusa injustificada da mulher, o marido pode forçá-la ao ato sexual sem que responda 
pelo crime de estupro, estando acobertado pela excludente de ilicitude do exercício regular 
de direito. 
No entanto, essa primeira corrente vem perdendo seus adeptos, devido 
as mudanças ocorridas na sociedade e as mudanças constitucionais. Essa 
9 
 
 
 
 
 
posição contrária entende que o sexo é visto como um débito conjugal e não 
como um consenso bilateral para os cônjuges ao satisfazerem suas vontades. 
Tal posicionamento não condiz com a realidade atual, pois, desta maneira, 
retroage-se no tempo e volta-se a viver de acordo com o sistema patriarcal. 
Dentre os que recusam a possibilidade, temos o raciocínio de Noronha (2002, 
p.70), in locus: 
As relações conjugais são pertinentes à vida conjugal, constituindo direito e 
dever recíproco dos que casaram. O marido tem direito à posse sexual da 
mulher, ao qual ela não se pode opor. Casando-se, dormindo sob o mesmo teto, 
aceitando a vida comum, a mulher não se pode furtar ao congresso sexual, cujo 
fim mais nobre é o da perpetuação da espécie. A violência por parte do marido 
não constituirá, em princípio, crime de estupro, desde que a razão da esposa 
para não ceder à união sexual seja mero capricho ou fútil motivo, podendo, 
todavia, ele responder pelo excesso cometido. 
[...] mulher que se opõe às relações sexuais com o marido atacado de moléstia 
venérea, se for obrigada por meio de violências ou ameaças, será vítima de 
estupro. Sua resistência legítima torna a cópula ilícita. 
Noronha entende que as relações sexuais constituíam um dever no matrimônio, 
não podendo a esposa se recusar a fazer o ato por motivos fúteis ou por falta de vontade. 
Ele só aceita para fins penais se pautada numa justificativa de relevante valor, no caso, se o 
marido exceder em seus atos ou na presença de contaminação de doença. 
A segunda corrente é mais moderna, liderada por Damásio E. de Jesus, Celso 
Delmanto e Julio Fabrini Mirabete, entende que haverá estupro sempre que houver o 
constrangimento, uma vez que a lei não autoriza o emprego de violência ou grave ameaça 
para fazer valer o dever de coabitação. Entende ainda que, o desrespeito a esse dever 
poderia gerar, na esfera civil, a decretação do divórcio, assim, quando há o emprego de 
violência ou grave ameaça por parte do marido para que se consume a conjunção carnal, 
não se pode falar em exercício regular do direito, e sim abuso de direito, portanto há crime. 
Mirabete (2001, p. 1245-1246), por fim, complementa esse posicionamento 
afirmando que: 
Embora a relação carnal voluntária seja lícita ao cônjuge, é ilícita e criminosa a 
coação para a prática do ato por ser incompatível com a dignidade da mulher e a 
10 
 
 
 
 
 
respeitabilidade do lar. A evolução dos costumes, que determinou a igualdade de 
direitos entre o homem e a mulher, justifica essa posição. Como remédio ao 
cônjuge rejeitado injustificadamente caberá apenas a separação judicial. 
Nesse sentido, Guilherme de Souza Nucci (2002, p.655) afirma que: "Tal situação 
não cria o direito de estuprar a esposa, mas sim o de exigir, se for o caso, o término da 
sociedade conjugal na esfera civil, por infração a um dos deveres do casamento". 
No que concerne a tal discussão, Greco (2010, p. 466) esclarece da seguinte forma: 
“Modernamente, perdeu o sentido tal discussão, pois, embora alguns possam querer alegar 
o seu „credito conjugal‟, o marido somente poderá relacionar-se sexualmente com sua 
esposa com o consentimento dela”. 
Com o mesmo entendimento, esclarece Silvio Venosa (2006, p.37) apud a Greco 
(2010, p. 466-467) que: 
Na convivência sob o mesmo teto está a compreensão do débito conjugal, a 
satisfação recíproca das necessidades sexuais. Embora não constitua elemento 
fundamental do casamento, sua ausência, não tolerada ou não aceita pelo outro 
cônjuge, é motivo de separação. 
Veementemente nos tribunais vem se admitindo a configuração do marido 
como sujeito ativo do crime de estupro, denominado estupro marital, praticado 
contra sua esposa. 
De acordo com os ensinamentos de Fuhrer (2009, p. 158): 
Seguindo orientação cada vez mais segura dos nossos tribunais, o marido 
também pode ser sujeito ativo do crime de estupro contra a esposa, pois não se 
admite mais a cobrança direta do debitum conjugale, como ocorria até metade 
do século XX. 
Autores há que externam que não mais deve existir a expressão débito conjugal. É 
o caso de Dias (2001, p.235): 
Não se consegue detectar a origem do quem vem sendo alardeado, até por 
charges via Internet: que existe no casamento o "débito conjugal", que um 
cônjuge deve ceder à vontade do outro e atender ao seu desejo sexual. Tal 
obrigação não está na lei. A previsão de "vida em comum" entre os deveres do 
casamento (Código Civil de 1916, art. 230, II e Novo Código Civil, art. 1.566, 
II) não significa imposição de "vida sexual ativa" nem impõe a obrigação de 
manter "relacionamento sexual". Essa interpretação infringe até o princípio 
constitucional do respeito da dignidade da pessoa, além de violar a liberdade e o 
direito à privacidade, afrontando a inviolabilidade ao próprio corpo. Não existe 
sequer a obrigação de se submeter a um beijo, afago ou carícia, quanto mais de 
se sujeitar a práticas sexuais pelo simples fato de estar casado (grifos nossos). 
11 
 
 
 
 
 
Conclui-se, que acima de tudo, devemser considerados os princípios 
constitucionais de respeito e consideração mútuos, além dos dadignidade da pessoa 
humana e da intimidade. 
Ferraz (2001. p.194-195), em ímpar comentário, explicita que: 
O estupro da mulher casada, praticado pelo marido, não se confunde com a 
exigência do cumprimento do débito conjugal; este é previsto inclusive no rol 
dos deveres matrimoniais, se encontra inserido no conteúdo da coabitação, e 
significa a possibilidade do casal que se encontra sob o mesmo teto praticar 
relações sexuais, porém não autoriza o marido ao uso da força para obter 
relações sexuais com sua esposa. (...) A violência sexual na vida conjugal resulta 
na violação da integridade física e psíquica e ao direito ao próprio corpo. A 
possibilidade de reparação constitui para o cônjuge virago uma compensação 
pelo sofrimento que lhe foi causado (grifos nossos). 
Assim, verifica-se que a maioria dos doutrinadores é do entendimento da existência 
do delito de estupro praticado pelo marido contra sua esposa e o uso da violência não pode 
ser levado em conta, uma vez que há constrangimento ilegal. Tendo em vista a equiparação 
entre homem e mulher, o marido não pode obrigar sua consorte a realizar seus desejos 
sexuais contra sua vontade, podendo somente relacionar-se sexualmente com sua esposa 
com o consentimento dela. 
Vislumbra-se, então, ao cônjuge insatisfeito, caso a esposa não cumpra com suas 
obrigações conjugais, tal fato poderá dar ensejo, por exemplo, à separação do casal, 
cabendo a ele, ingressar com ação de separação judicial, mas nunca usar práticas violentas 
ou ameaçadoras para obter a satisfação sexual, ofensivas à liberdade sexual da mulher, 
atingindo-a em sua dignidade. 
Nesse sentido, esclarece Sílvio Venosa (2009, p. 295): 
Na convivência sob o mesmo teto está a compreensão do débito conjugal, a 
satisfação recíproca das necessidades sexuais. Embora não constitua elemento 
fundamental do casamento, sua ausência, não tolerada ou não aceita pelo outro 
cônjuge, é motivo de separação. O princípio não é absoluto, e sua falta não 
implica necessariamente o desfazimento da affectio maritalis. Afora, porém, as 
hipóteses de recusa legítima ou justa, o dever de coabitação é indeclinável. Nesse 
sentido, é absolutamente ineficaz qualquer pacto entre os cônjuges a fim de 
dispensar o débito conjugal ou a coabitação. Não pode, porém, o cônjuge 
obrigar o outro a cumprir o dever, sob pena de violação da liberdade individual. 
12 
 
 
 
 
 
Depois de vistas as duas correntes, concordamos com a segunda, que entende que 
o marido ao agir com violência ou ao se utilizar de grave ameaça para praticar a conjunção 
carnal com sua esposa, pode sim configurar como agente do crime de estupro, já que todos 
são iguais perante a lei, devendo haver respeito de um para com outro. Contudo, mesmo 
que com o casamento surja a obrigação da relação sexual, isso não é motivo relevante para 
justificar uma violência tão grande quanto o estupro. Deve-se entender que a mulher, 
mesmo casada tem o direito de dispor de seu corpo da forma que ela melhor achar, 
portanto, se não for da vontade dela manter relação sexual, fundada em algum motivo, não 
tem o marido direito de forçá-laà prática de tal ato. 
Portanto, o Código Penal em consonância com a doutrina, evidencia-se a 
configuração do marido como sujeito ativo do crime de estupro e o abandono da antiga 
tese do débito conjugal. 
 
 
DIFICULDADE DE COMPROVAR A MATERIALIDADE DO FATO COMO 
CRIME DE ESTUPRO 
 
Esse delito é de difícil comprovação, pois muitas das mulheres por falta de 
conhecimento de seus direitos não sabem que o que vivem pode sim ser enquadrado como 
crime, pensam que estão fazendo sua obrigação como esposa omitindo a violência por 
medo do cônjuge e até por reprovação da sociedade. Esse tipo de violência sexual quase 
sempre deixa marcas tanto físicas quanto psicológicas, podendo a mulher usar o exame de 
corpo de delito como meio de prova da comprovação da materialidade do crime. Porém, se 
não houver vestígios do estupro na vítima, pode ela se utilizar de testemunhas, o que torna 
bastante dificultoso, pois na maior parte das vezes o estupro ocorre de forma silenciosa nos 
lares das famílias e longe da visão da sociedade. 
Nos crimes sexuais é bastante importante a palavra da vítima, por mais que 
atualmente as pessoas tenham grande dificuldade de aceitá-la por achar mentiroso aquilo 
que não se pode provar. Muitas das vezes as vítimas por sofrerem eventuais 
constrangimentos durante as audiências e também perante a sociedade, acabam por retirar 
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a queixa e desistir de incriminar o marido, algumas optam somente pelo divórcio ou a 
separação conjugal. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Conclui-se então que desde os primórdios a mulher sempre foi vista como algo 
frágil, tendo que se submeter aos caprichos do marido, pois ele era tido como o “homem 
da casa”, o chefe de família que trazia alimentos e dinheiro para casa. Esses fatores 
acabaram desencadeando um papel para mulher de inferioridade, alvo de descriminação 
perante o homem e o resto da sociedade. 
Ao longo da história isso foi mudando, em vista principalmente da Constituição 
Federal de 88 que igualou direitos e deveres de homens e mulheres, trazendo também o 
direito à liberdade. Antigamente sequer se ouvia falar em estupro por parte do cônjuge, 
pois era tido como algo anormal, socialmente a mulher era inferior, tendo ela que satisfazer 
o marido de todas as formas. Atualmente embora existam divergências doutrinárias, uma 
mais tradicional que defende a ideia da impossibilidade jurídica de ocorrência do crime, 
justificada à luz da sociedade patriarcal e por outro lado, a teoria moderna, em favor da 
dignidade da pessoa humana e a ideia de igualdade entre homens e mulheres dizendo que 
existe a possibilidade de se identificar crime, a verdade é que de acordo com as 
jurisprudências, existe sim a possibilidade de se configurar crime nas relações conjugais 
sempre que, para satisfação pessoal e sexual, o marido use de violência ou grave ameaça 
para conseguir o que quer. 
E assim, considerando o elevado índice de reprovação social perante a prática desse 
crime, o legislador brasileiro optou por classificá-lo dentro do rol dos crimes hediondos, 
conforme preceitua a Lei 8.072/90, em seu artigo 1º, inciso V, em vista, da violação grave a 
preceitos fundamentais, como o direito a dignidade, liberdade sexual, intimidade e mesmo 
o direito à vida. 
Constatou-se que este delito é de difícil comprovação, pois hoje no Brasil apesar 
das mudanças históricas, vistas ao longo do trabalho, muitos dos indivíduos em vista do 
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desconhecimento, acham que como antigamente manter relações sexuais forçadas nada 
mais é do que um dever cabido ao cônjuge no casamento, podendo o autor do delito ficar 
impune. Os principais fatores que facilitam esta impunidade são os preconceitos, 
desconhecimento da população, dependência financeira, dependência emocional e a 
preocupação com os filhos. 
Portanto, não se constitui exercício regular do direito, assim como exposto nas 
jurisprudências, configura-se crime, o uso de violência ou grave ameaça para se realizar 
conjunção carnal de forma forçada entre os cônjuges. A relação sexual entre os cônjuges 
deve ser espontânea e por vontade de ambas as partes e não tratada como um dever 
matrimonial. Essa vertente está cada vez mais difundida entre a sociedade contemporânea 
precisando de mais conscientização da população em relação a esse problema. 
 
 
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