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Música e Direitos Humanos no Brasil

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Déborah Dias Gonçalves 
 
MÚSICA E DIREITOS HUMANOS NO BRASIL 
 
 1 INTRODUÇÃO 
 
O presente artigo conceitua e apresenta características dos direitos humanos e traça um 
paralelo com a música, que é vista não como uma forma de entretenimento, abordando 
canções e artistas que usaram a música como uma forma de manifestação e indignação a fim 
de tratar de assuntos como política, educação, desigualdade social, racismo, preconceito, entre 
outros. Sendo assim, há uma abordagem dúplice, isto é, apresenta duas temáticas que 
dialogam e se complementam, quais sejam: Música e Direitos Humanos. 
Nessa perspectiva, este trabalho tem como objetivo trazer à luz as indignações que as 
canções carregavam e como estas representaram um meio de denúncia de atrocidades que 
aconteciam no cenário político brasileiro, principalmente, durante o regime militar. As 
informações foram retiradas de livros de direitos humanos e em sites que discutem sobre 
algumas músicas de protesto e traçando uma linha do tempo entre o período da censura até os 
dias atuais. 
Há neste artigo uma abordagem dúplice, isto é, apresenta duas temáticas que dialogam 
e se complementam, quais sejam: Música e Direitos Humanos. Exibindo, portanto, pontos de 
comunicação entre as duas áreas, com o propósito de destacar a relevância/impacto de uma 
esfera na outra. 
 
2 NOÇÕES GERAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS 
Direitos humanos é um ramo do direito internacional público. Mazzuoli (2016, p. 25) 
conceitua como: “São direitos indispensáveis a vida digna e que, por isso, estabelecem um 
nível protetivo (standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de 
responsabilidade internacional”. Isto é, os direitos humanos é uma ordem internacional que 
não permite a violação dos direitos fundamentais individuais. 
Ricardo Castilho (2012) defende a importância dos direitos humanos afirmando que 
“Há um traço de brutalidade na personalidade humana, herança de um instinto animal que a 
civilização ainda não foi capaz de eliminar”. Aceitar esse conceito é extremamente perigoso, 
porque atos de violência devem ser analisados de forma minuciosa e não sendo tratado com a 
simplicidade e colocando a culpa em nossos ancestrais. 
O conceito de direitos humanos levantado no site das Nações Unidas do Brasil pontua 
que: 
 
Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, 
independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer 
outra condição. 
Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e 
de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros. Todos 
merecem estes direitos, sem discriminação
1
. 
 
O art. 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 estabelece que 
“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e 
consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”. 
A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos em 10 de dezembro de 1948, mas ao longo da história surgiram possíveis 
rascunhos do que essa viria a se tornar. Em uma breve pesquisa é possível localizar diversos 
autores apontando situações históricas em que eram garantidos direitos que se assemelham ao 
que se tornaria esta carta. Galvão (2005, online) aduz: 
 
A idéia de uma nova declaração de direitos surgiu no final da Segunda Guerra 
Mundial (1939-1945). Em 10 de dezembro de 1948 a terceira Assembléia Geral das 
Nações Unidas aprovou o documento intitulado “Declaração Universal dos Direitos 
Humanos”. 
Ao proclamar os direitos fundamentais, a ONU tornou evidente não se tratar de 
concessão ou reconhecimento, esclarecendo que a existência de tais direitos 
independe de qualquer vontade ou formalidade uma vez que eles são inerentes a 
pessoa humana, nenhum indivíduo, entidade, governo ou Estado tem legitimidade 
para retirá-los ou restringi-los. (GALVÃO, 2005, s.p.). 
 
Os direitos humanos são atribuídos a cada pessoa pelo simples fato de sua existência, 
independendo de sexo, raça, religião, posição social, são todas dotadas da mesma dignidade, 
jamais podendo ser irrenunciável, transferido ou cedido. Mazzuoli (2016, p. 31) fundamenta 
em três princípios basilares: 
 
1) o da inviolabilidade da pessoa, cujo significado traduz a ideia de que não se 
podem impor sacrifícios a um indivíduo em razão de que tais sacrifícios resultarão 
em benefícios a outras pessoas; 
 
1
 Link: https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/. Acesso em: dez. 2018. 
2) o da autonomia da pessoa, pelo qual toda pessoa é livre para a realização de 
qualquer conduta, desde que seus atos não prejudiquem terceiros; e 
3) o da dignidade da pessoa, verdadeiro núcleo-fonte de todos os demais direitos 
fundamentais do cidadão, por meio do qual todas as pessoas devem ser tratadas e 
julgadas de acordo com seus atos, e não em relação a outras propriedades suas não 
alcançáveis por eles. (MAZZUOLI, 2016, p. 31). 
 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um tratado legalmente vinculado aos 
Estados que consentirem a se comprometer com o que está disposto. Um Estado pode fazer 
parte de um tratado através de uma ratificação, adesão ou sucessão. Sendo assim, esse tratado 
não possui o mesmo peso entre os Estados, ou seja, em alguns lugares são superiores à 
legislação interna, em outros possui força constitucional, enquanto em outros são apenas 
incorporados à legislação interna. Não obstante, um Estado pode formular reservas e não se 
comprometer com certas disposições, desde que não vá contra o objeto do tratado. 
 
3 INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS NO BRASIL 
 
 Os direitos humanos no Brasil são garantidos pela Constituição Federal (BRASIL, 
1988). Em seus primeiros artigos já assegura os direitos sociais e individuais, liberdade, 
igualdade e justiça. 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação. 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais 
pelos seguintes princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, 
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma 
comunidade latino-americana de nações. 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
(BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988). 
 
Os tratados e convenções internacionais dos direitos humanos recebidos pelo 
Congresso Nacional passam a ter peso de emenda constitucional, quando aprovados em cada 
Casa do Congresso, em dois turnos e por três quintos dos respectivos membros. Vale ressaltar 
que se o tratado for recebido por outro quórum, ou não disser respeitos aos direitos humanos, 
portanto, poderão ser considerados normas supralegais ou, ainda, como parte da legislação 
ordinária federal. 
 Lucas Arbage (2016, online) cita Cristiano Farias e Nelson Rosenvald: 
 
Diante destes fatos, entende-se que as normas de Direito Civil têm de se submeter, 
além do natural (e imprescindível) controle de constitucionalidade, também a um 
controle de convencionalidade, devendo se adequar aos tratados e convenções 
internacionais que disponham sobre direitos humanos, mas não tendo sido 
submetidos às formalidades de aprovação para ter natureza de emenda 
constitucional. É que as normas de Direito Civil – assim como o ordenamento 
jurídico como um todo – precisam se harmonizar, mantendo uma compatibilidade 
vertical, tanto com o Texto Constitucional, quanto com os tratados e convenções 
internacionais de direitos humanos. E, sendo assim, detectada uma eventual 
incompatibilidade da norma infraconstitucional com um tratado de direitos 
humanos, sobreleva a suspensão de sua eficácia, respeitando a própria 
especialidade da convenção. (FARIAS e ROSENVALD apud ARBAGE, 2016). 
 
Sendo assim, caso alguma norma infraconstitucional apresente incompatibilidades 
com um tratado dos direitos humanos, deve ser retirada a eficácia da norma. 
 
 
4 A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA E A DITADURA MILITAR 
 
 A luta pelos direitos humanos no Brasil é diária. As belas palavras expressas no texto 
constitucional e no tratado dos direitos humanos não fazem parte do cotidiano de muitos 
brasileiros. Os direitos fundamentais (a vida, liberdade, educação, igualdade, segurança, entre 
outros) são completamente ignorados e uma das formas de demonstrar esse descontentamento 
é através da música. 
 A música não é apenas uma manifestação artística. Seus versos nem sempre são 
apenas formas de descontração, podendo também enviar mensagens, fazer críticas, levantar 
reflexões, exprimir sentimentos, entre outros. O descaso com os cidadãos é iminente. A 
violência, filas em hospitais para atendimentos, problemas enfrentados no ensino 
principalmente das redes públicas fazem parte do nosso cotidiano, e a música ajuda a 
demonstrar esse descontentamento. 
 Retomando um pouco no tempo, é impossível relacionar música e direitos humanos 
sem falar da ditadura militar, período de muitos vetos quanto a livre circulação de ideias, não 
só na música, mas também nos cinemas, jornalismo, literatura e qualquer outra manifestação 
cultural ou científica. A Música Popular Brasileira (MPB) da segunda metade dos anos 1960 
foi considerada música de protesto por falar o que não era permitido à nação para grandes 
massas. 
 As letras ásperas e carregadas de críticas incomodaram os militares, que por sua vez 
usaram da censura como uma forte arma contra aqueles que se opunha ao governo. Para isto, 
foi criada a Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP) a fim de combater qualquer 
forma arte de protesto ou que ferisse a moral da sociedade aliada ao regime. Jeocaz Lee-
Meddi (2011, online) acrescenta que “Esta censura prévia não obedecia a qualquer critério, os 
censores poderiam vetar tanto por motivos políticos, ou de proteção à moral vigente, como 
por simplesmente não perceberem o que o autor queria dizer com o conteúdo”. 
 Artistas e pessoas comuns abriram mão da segurança e não temeram se tornar parte 
das estatísticas de pessoas mortas, torturadas e desaparecidas e denunciaram a opressão, falta 
de direitos e dignidade que viviam. Nomes como Chico Buarque, Geraldo Vandré, Taiguara, 
Caetano Veloso e Gilberto Gil sofreram diversos tipos de repreensão e foram vistos como 
inimigos da ditadura. 
 Uma das músicas de maior representatividade do período é “Pra Dizer Que Não Falei 
Das Flores” do compositor paraibano Geraldo Vandré, sendo considerada um hino contra a 
ditadura militar. A canção ficou em segundo lugar no III Festival Internacional da Canção e 
ficou definida pelo general Luís de França Oliveira, secretário de Segurança da Guanabara, 
como “subversiva e com cadência do tipo Mao Tsé-Tung”, referência ao líder da ditadura 
comunista na China. Exilado no Chile de 1969 a 1973, Geraldo jamais conseguiu recuperar 
sua carreira musical. 
 
"Pra não dizer que não falei das flores" (Composição: Geraldo Vandré, 1967) 
Pelos campos há fome 
Em grandes plantações 
Pelas ruas marchando 
Indecisos cordões 
Ainda fazem da flor 
Seu mais forte refrão 
E acreditam nas flores 
Vencendo o canhão 
Vem, vamos embora 
Que esperar não é saber 
Quem sabe faz a hora 
Não espera acontecer 
 
 Outro artista que foi considerado inimigo do regime militar foi Chico Buarque. Foi o 
compositor e cantor mais censurado pelas canções de protesto e por ferirem os bons costumes 
da época. Exilou-se na Itália entre 1969 e1970 e teve músicas como “Tamandaré”, “Apesar de 
Você” e “Cálice” (composta juntamente com Gilberto Gil) sendo censuradas e até proibidas 
de serem cantadas. 
 
"Apesar de Você" (Composição: Chico Buarque, 1970) 
Hoje você é quem manda 
Falou, tá falado 
Não tem discussão 
[...] 
Apesar de você 
Amanhã há de ser 
Outro dia 
 
Cálice (Compositores: Gilberto Gil e Chico Buarque, 1973) 
Como beber dessa bebida amarga 
Tragar a dor, engolir a labuta 
Mesmo calada a boca, resta o peito 
Silêncio na cidade não se escuta 
De que me vale ser filho da santa 
Melhor seria ser filho da outra 
Outra realidade menos morta 
Tanta mentira, tanta força bruta 
Pai, afasta de mim esse cálice 
Pai, afasta de mim esse cálice 
Pai, afasta de mim esse cálice 
De vinho tinto de sangue 
 
Ainda na década de 1970 nomes como Rita Lee, Belchior, Carlos Lyra, Odair José, 
entre outros, sofreram a repreensão da censura por apresentarem versos que afrontam o 
regime até então vigente ou feriam a moral e os bons costumes de uma sociedade 
conservadora e que ajudou este poder permanecer por mais de duas décadas. 
 
5 MÚSICA PÓS DITADURA 
 
 Apesar da falta de liberdade ser um dos pontos mais abordados na ditadura e ser a 
principal característica ao se tratar de direitos humanos, não é seu único aspecto. É importante 
frisar as consequências da falta de liberdade de expressão, porque através dela pode-se expor 
outras falhas que precisam ser melhoradas e trabalhadas para uma vida mais justa. É 
importante salientar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos trata de assuntos como 
saneamento básico, educação, sistema penitenciário, segurança, saúde, discriminação em 
qualquer esfera, menoridade e liberdade. 
 Souza (2017, online) afirma que o Brasil é um dos países com o ordenamento jurídico 
mais completo no que tange direitos humanos. A autora menciona: 
 
Segundo o assessor de direitos humanos da Anistia Internacional,
Maurício Santoro, 
os direitos humanos no Brasil são uma questão marcada por contradições. Para ele, o 
país apresenta ótimas leis sobre o assunto, mas o grande problema é que elas ainda 
não são cumpridas. (SOUZA, 2017, s.p.) 
 
 Os anos 1980 foram marcados pela explosão do rock no Brasil. A transição entre 
ditadura e democracia foi fonte de inspiração para músicas liberais e reflexivas sobre a 
situação enfrentada pelo país. Surgiram bandas que compunham suas canções com severas 
críticas ao sistema, abuso do poder de polícia e descontentamento com a política, como Plebe 
Rude, Legião Urbana, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso e Garotos Podres. 
 Dentro do rap nacional podemos encontrar fortes críticas nas letras de Racionais 
MC’s, Facção Central, Criolo, Marcelo D2, Gabriel, o Pensador, que abordam principalmente 
temas como o jovem negro na periferia, violência, desigualdade social. Os Brô MC’s é o 
primeiro grupo de rap indígena do país, que falam, dentre outros assuntos, dos problemas 
enfrentados pelos Guarani Kaiowá, como preconceito e racismo. Iza e Karol Conka são 
conhecidas pelas letras que exaltam a força da mulher na sociedade. 
 No cenário LGTB temos Pabllo Vittar, Liniker, Johnny Hooker, Linn da Quebrada são 
artistas da atualidade e de forte representação no meio. Mesmo que as letras de suas músicas 
nem sempre tratem de desafios encarados diariamente por essas pessoas, a questão da 
representatividade é de suma importância para que essas minorias não se sintam excluídas. 
 Fora do cenário midiático há diversos grupos ou artistas solos que suas músicas 
abordam temas como homicídio, violência contra a mulher, a luta LGBT, a vida na favela, 
falhas na educação, entre outros. A música não é apenas um meio de entretenimento, mas uma 
das maiores formas de comunicação e veiculadora de ideologias. 
 Em 2018 a Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 70 anos. Em 
comemoração, Carlos Rennó escreveu a canção intitulada Manifestação, que contou com a 
presença de mais de 30 artistas para denunciar diversos tipos de violação aos direitos 
humanos que nos deparamos diariamente nos noticiários. O vídeo conta com imagens reais e 
chocantes com a ideia de solidarizar o ouvinte. 
 
Ficha Técnica: 
Letra: Carlos Rennó 
Musica: Xuxa Levy, Russo Passapusso e Rincón Sapiencia 
Produzido por Xuxa Levy 
Direção video: João Wainer 
Direção de Fotografia: Fábio Braga 
Produção Executiva: Beth Moura 
Engenheiro de gravação e mixagem: Ricardo Camera 
Gravado nos estúdios NaCena (SP) 
Realização: Anisitia Internacional no Brasil 
Cantores Participantes: 
Criolo, Pericles, Rael, Rico Dalasam, Paulo Miklos, As Bahias e a Cozinha Mineira, 
Luedji, Roberta Estrela Dalva, Marcelino Freire, Rincón Sapiência, Siba, Xenia 
França, Ellen Oleria, BNegao, Felipe Catto, Chico César, Pretinho da Serrinha, 
Camila Pitanga, Moska, Pedro Luís, Ana Canãs, Marcelo Jeneci, Márcia Castro, 
Russo Passapusso, Fernanda Montenegro, Larissa Luz, Ludmilla e Chico Buarque. 
Participações Especiais: 
Benjamim Taubkin : piano 
Os Capoeira (Mestre Dalua, Contramestre Leandrinho, Felipe Roseno e Cauê Silva) 
: percussões 
Fernandinho Beatbox : beatboxes 
Siba: rabeca 
Marcelo Jeneci: acordeon 
Banda base: 
Emerson Villani: violões e guitarras 
Robinho Tavares: Baixo 
 
A música gera uma mobilização social e permite abrir discussões importantes sobre 
direitos humanos, além de conseguir acolher e representar minorias. Há diversas canções 
escritas como uma forma de desabafo por toda violência vivenciada e que denuncia todas as 
irregularidades que nossas deveriam se atentar. Porém nossa constituição e até mesmo a carta 
de direitos humanos possuem belíssimas palavras de esperança, mas a realidade é amarga e a 
luta para garantia de direitos é fundamental. 
 Outro ponto a ser salientado é que, mesmo no anonimato, a representação musical as 
vezes é tão forte e inspiradora que diversas pessoas encontram amparo ao falarem o que 
sentem e vivem. A música não é apenas aquela ouvida nas rádios ou que fazem sucesso nas 
novelas, mas aquela que traz uma mensagem, seja ela qual for, que representa um público, 
que influencia e renova as esperanças. 
 
6 CONCLUSÃO 
 
Dessa forma, a partir do que fora exposto, é possível concluir que os belos textos das 
leis não são suficientes para suprir os problemas da sociedade. A música não é simplesmente 
uma descontração, desabafos amorosos ou entretenimento. Assim como a civilização, as 
músicas passam por modificações, contam histórias de regiões, acusam irregularidades, 
acolhem e representam. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARBAGE, Lucas. A aplicação dos Tratados Internacionais e Convenções Internacionais no 
âmbito das relações de Direito Civil. In: Jusbrasil. Disponível em: 
<https://lucasarbage.jusbrasil.com.br/artigos/315145217/a-aplicacao-dos-tratados-e-
convencoes-internacionais-no-ambito-das-relacoes-de-direito-civil?ref=topic_feed>. Acesso 
em: 8 dez. 2018. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988.
 
In: Anne Joyce An gher (org). Vade Mecum Acadêmico de Direito Rideel , org. 23. 
ed. São Paulo: Rideel, 2016. 
 
CASTILHO, Ricardo Direitos humanos / Ricardo Castilho. — 2. ed. — São Paulo : Saraiva, 
2012. — (Coleção sinopses jurídicas ; v. 30) Bibliografia. 1. Direitos humanos Brasil I. 
Título. II. Série. CDU-347.121.1(81) 
 
GALVÃO, Roberto Carlos Simões. História dos direitos humanos e seu problema 
fundamental. In: Âmbito Jurídico. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=176>. Acesso em 08 
dez 2018. 
 
LEE-MEDDI. Jeocaz. A música brasileira e a censura da ditadura militar. In: Vermelho. 
Disponível em: <http://www.vermelho.org.br/noticia/159935-11>. Acesso em 08 dez 2018. 
 
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direitos humanos / Valerio de Oliveira Mazzuoli. 
3. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016. 
 
NAÇÕES Unidas no Brasil. O que são os direitos humanos?. Disponível em: 
<https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/>. Acesso em 09 dez 2018. 
 
SOUZA, Isabela. O que são direitos humanos?. In: Politize!. Disponível em: 
<https://www.politize.com.br/direitos-humanos-o-que-sao/>. Acesso em 08 dez 2018. 
 
SOUZA, Isabela. A evolução dos direitos humanos no Brasil. In: Politize!. Disponível em: 
<https://www.politize.com.br/direitos-humanos-no-brasil/>. Acesso em 08 dez 2018.

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