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ATUALIZAÇÕES JURISPRUDENCIAIS - STF e STJ (10/06 a 13/06) As atualizações jurisprudenciais do STF e do STJ são constantes e, por isso, é fundamental acompanhar essas decisões para se manter sempre atualizado com nossos professores, seja para concursos públicos, seja para aplicá-las na sua atuação profissional como advogado. Confira abaixo um compilado com os julgados mais recentes dos Tribunais Superiores e atualize seus conhecimentos jurídicos! ● Chuva forte não configura força maior para elidir responsabilização de shopping por desabamento de teto (10/06) No julgamento do REsp 1764439, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que chuvas e ventos fortes não são eventos aptos a configurar força maior ou caso fortuito para livrar um shopping center da obrigação de indenizar clientes atingidos pelo desabamento do teto. Para a ministra Nancy Andrighi, relatora do recurso no STJ, o Código de Defesa do Consumidor estipula, em seu artigo 14, a responsabilidade objetiva do fornecedor pelo defeito na prestação do serviço, que só seria excluída sob o prisma do caso concreto. Segundo Andrighi, a prestação de segurança por esse tipo de comércio é inerente à atividade exercida, pois um cliente que está no interior de um shopping center não considera que o teto irá desabar sobre si, uma vez que a estrutura do estabelecimento deve ser capaz de suportar fortes tempestades, em qualquer época do ano. ● Revelia em ação de guarda de filho não caracteriza renúncia tácita ao direito da guarda compartilhada (11/06) A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que a revelia de um dos genitores em uma ação que envolve guarda de filho não importa em renúncia tácita ao direito da guarda compartilhada. Para o ministro Marco Aurélio Bellizze, relator do recurso especial que tramita em segredo de justiça no STJ, não há que se falar em guarda compartilha unilateral materna, por exemplo, apenas com a revelia do pai em ação referente à guarda do filho, pois essa questão deve sempre ser apreciada com base nas peculiaridades do caso concreto, observando-se se a fixação da guarda compartilhada será o melhor interesse da criança. ● Magistrado não pode ser punido com multa do CPC por ato atentatório ao exercício da jurisdição (12/06) No julgamento do REsp 1548783, a unanimidade dos ministros da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu que o juiz condutor do processo não pode ser punido com a aplicação da multa prevista pela prática de ato atentatório ao exercício da jurisdição, prevista no artigo 77 do CPC/2015. De acordo com o órgão colegiado, se o magistrado, no caso concreto, atentar contra os princípios da probidade, boa-fé e lealdade, deverá ser investigado e punido nos moldes da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LC n° 35/79), legislação específica da carreira, mediante apuração em procedimento administrativo/judicial pelos respectivos órgãos competentes. ● Prazo de suspensão de execuções na recuperação judicial é contado em dias corridos (12/06) No julgamento do REsp 1698283, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento o prazo de suspensão de execuções em face da empresa que se encontra em recuperação judicial (180 dias), previsto no art. 6°, § 4°, da Lei 11.101/2005, deve ser contado em dias corridos. De acordo com o ministro Marco Aurélio Bellizze, relator do recurso no STJ, esse prazo de 180 dias reveste-se de natureza material, e não processual, razão pela qual sua contagem deve se dar em dias corridos, não se amoldando à contagem de prazo em dias úteis estipulada pelo CPC/15. Segundo o relator, trata-se de um benefício legal conferido à pessoa jurídica recuperanda imprescindível à sua regularização e à reorganização das suas contas, objetivando a sua reestruturação, donde vem sua natureza material. ● Exercício prolongado de atividade urbana obsta concessão de aposentadoria rural (12/06) No julgamento do REsp 1375300, a 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça posicionou-se no sentido de que o exercício de atividade remunerada que exceda 120 dias por ano, considerado prolongado pela Corte, descaracteriza a condição de segurado especial. De acordo com o ministro Sérgio Kukina, relator do recurso no STJ, o entendimento jurisprudencial deste Tribunal Superior é de que segurado especial é apenas o trabalhador que se dedica em caráter exclusivo ao labor no campo, para fins de recebimento de aposentadoria rural. Segundo o relator, a Corte admite vínculos urbanos apenas nos períodos da entressafra ou do defeso, desde que não ultrapasse 120 dias corridos ou intercalados por ano, sob pena de desconfigurar a qualidade de segurado especial. De igual forma, o exercício concomitante de atividade urbana e rural durante o período de carência desconfigura essa condição de segurado especial, para fins de concessão da aposentadoria rural. ● Suspensa a decisão do TCU que determinou à OAB a obrigação de prestar contas e de submeter-se à fiscalização desta corte de contas (12/06) Ao apreciar o Mandado de Segurança (MS) 36376, a ministra Rosa Weber, relatora do MS no Supremo Tribunal Federal, deferiu liminar para suspender os efeitos da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que havia estipulado a obrigatoriedade de a OAB tanto prestar contas quanto submeter-se à fiscalização pelo TCU das contas. Para a relatora, essa decisão do TCU desrespeitou o entendimento firmado pelo Supremo no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) 3026, na qual o STF atribuiu natureza jurídica diferenciada à OAB, em relação aos demais conselhos profissionais. Ressalta Weber que a OAB não é uma entidade da administração indireta da União, e sim configura-se como serviço público independente, podendo contratar sem concurso público em razão do reconhecimento de sua autonomia e de sua finalidade institucional, devendo ser mantido esse entendimento até ulterior apreciação do mérito do caso pela Suprema Corte. ● Adulteração no medidor de energia caracteriza crime de estelionato (13/06) No julgamento do AREsp 1418119, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que a prática de alteração no medidor de energia, a fim de não marcar corretamente o consumo, configura o delito de estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal. De acordo com o ministro Joel Ilan Paciornik, relator do recurso no STJ, há que se considerar, no caso concreto, se a medição da energia elétrica, de fato, é alterada em um serviço lícito, regular e sujeito a contraprestação pecuniária, com o propósito de burlar o sistema de consumo, caracterizando a fraude do estelionato. ● Suspensa a regra de decreto presidencial que extingue conselhos federais legalmente previstos (13/06) No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) 6121, o Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu, de forma unânime, suspender a eficácia de trecho do Decreto n° 9.759/2019, da Presidênciada República, que extingue colegiados da administração pública federal previstos em lei. De acordo com a unanimidade dos ministros do STF, a criação desses colegiados se deu mediante autorização do Congresso Nacional, de forma que sua extinção só poderia se dar por intermédio de lei. Segundo o ministro Gilmar Mendes, os efeitos do decreto presidencial não poderiam recair sobre colegiados mencionados em lei em sentido estrito, pois foram incorporados ao estatuto legal, ainda que não tenham sido criados diretamente pelo Congresso Nacional, sob pena de desrespeito à vontade do legislador e ofensa ao princípio da separação dos poderes. ● Suspensa a execução provisória de penas restritivas de direitos (13/06) Ao apreciar o Habeas Corpus (HC) 161140, o ministro Gilmar Mendes, relator do HC no Supremo Tribunal Federal, suspendeu a execução provisória de penas restritivas de direitos até o trânsito em julgado da condenação. Segundo o relator, as jurisprudências da Suprema Corte relativas à execução provisória da pena após a confirmação da condenação em segunda instância não tratam das penas restritivas de direitos. ● STF enquadra homofobia e transfobia como crimes de racismo diante da omissão legislativa (13/06) No julgamento conjunto da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26 e do Mandando de Injunção 4733, o Plenário do Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional em não editar lei que incrimine atos atentatórios a direitos fundamentais dos integrantes da comunidade LGBT. Na decisão, a maioria dos ministros seguiu o posicionamento do ministro Celso de Mello, relator da ADO no STF, destacando-se os seguintes pontos: - Até que o Congresso edite lei específica, as condutas homofóbicas e transfóbicas se enquadram nos crimes tipificados na Lei n° 7.716/2018 (Lei do Racismo) e, no caso de homicídio doloso, caracteriza circunstância qualificadora, qual seja, o motivo torpe; - A repressão à homotransfobia não atinge nem limita o exercício da liberdade religiosa, contanto que tais manifestações não constituam discurso de ódio.
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