Buscar

Resenha sobre o filme SICKO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Faculdade Anísio Teixeira
Mirella Adriane Rodrigues Silva
Psicologia 10° semestre Matutino
RESENHA SOBRE O FILME SICKO ARTICULADO COM TEMAS ESPECÍFICOS
O filme SICKO - SOS SAÚDE realizado por Michael Moore, inicia fazendo uma alusão ao modelo de vida americano sempre retratado como um dos melhores, complementando com um choque de realidade, pois não é bem assim, principalmente no que diz respeito à saúde dos Estados Unidos (EUA). Ele retrata a crueldade dos planos de saúde decorrentes de empresas privadas, planos esses necessário para a população que é dependente dessas empresas, pois são as únicas possibilidades dos mesmos de alcançar serviços de saúde. As empresas privadas que prestam os planos de saúde demonstram uma falsa propaganda para conseguir que as pessoas possam aderir aos seus respectivos planos, por meio de benefícios que na realidade não são vistos, e, se vistos, não se sobrepõem a realidade dos fatos que é a cruel forma de tratar a população, visto que apesar de pagarem o plano, ele não cobre todos os atendimentos que a população precisa.o interesse das empresas está somente voltado para a lucratividade, mesmo que para isso as pessoas precisem morrer, literalmente. Elas colocam inúmeras limitações para a aderência das pessoas ao plano e isso fica bem explicito em uma parte do documentário quando o mesmo mostra o imenso catálogo de doenças postos pelas empresas, que impedem o ingresso no plano de saúde. 
As condições para realizar algum tratamento através dos planos são tão precárias que as pessoas vendem suas casas para cuidar da própria saúde, a exemplo o relato de caso de dois americanos que vão morar com os filhos porque suas economias exauriram pelos gastos exorbitantes com seus planos.
Outra questão intrigante no filme é a conivência dos médicos com as politicas adotadas pelas empresas dos planos de saúde, onde eram remetidos a enviar laudos já padronizados aos clientes com suas assinaturas digitais, colocando na maioria dos casos limitações da prestação dos serviços médicos, atestando a não necessidade dos pacientes para os tratamentos específicos. Em consequência disso os médicos tinham bônus que os faziam subir de cargo e até aumentar o salário pelo maior número de solicitações rejeitadas, como relatado por uma médica no documentário ao denunciar o funcionamento dessas empresas, onde já trabalhou.
O documentário retrata o começo dessa calamidade nos EUA, entendida aqui como uma perspectiva neoliberal. Inicialmente a proposta levada ao atual presidente da época foi aceita, visto que ele pensou na lucratividade que se teria, e na mínima responsabilidade que o governo teria na saúde daquela população. A perspectiva era de estado mínimo, pouca influência do Estado, com vistas as pessoas cuidarem da sua saúde por si através de empresas privadas, pois isso favorecia a competição de mercado. Isso nos leva a uma parte do artigo´ ´Estado e políticas (sociais) públicas´´ que traz Friedman apud Hofling(2001) focalizando o capitalismo competitivo, que seria organizado nos EUA pelas empresas privadas de planos de saúde, que passariam como dito anteriormente uma visão enganadora do sistema que exerce essa liberdade econômica.
Quando Hillary Clinton aparece com uma nova proposta de um sistema de saúde ampliado, universal, muitos se voltarão contra, principalmente os que perderiam dinheiro com isso, a primeira dama da época queria um sistema visto como ´´complicado´´, pois assinalava a forte presença do Estado, inclusive nos setores privados, uma visão completamente oposta ao sistema neoliberal da época que estava fortemente fixado. As empresas dos planos investiram milhões para que essa proposta fosse derrubada e nunca mais voltasse a ser falada. Argumentavam riscos da intervenção estatal na saúde, como ameaça aos interesses individuais. A oposição foi tão grande que o congresso nem votou e Hillary teve que se esconder da política por alguns anos. Posteriormente Moore mostra a mudança da posição politica de Hillary em decorrência de doações milionárias que começou a receber das corporações de saúde , que poderão ser vistas na mudança de discurso de Hillary com relação a saúde .
Enquanto que no Brasil a população tem direito a saúde, e isso é visto pela implementação do Sistema Universal de Saúde (SUS), durante a reforma sanitária, que garante à todos o direito a saúde ,sendo os respectivos serviços e ações, bancados pelo governo federal. O documentário mostra que nos EUA é bem diferente, como visto a única forma de receber atendimento é pagando a empresas privadas para usufruir de serviços assistenciais de saúde. Quando trago aqui como assistenciais, faz se necessário refletir sobre o conceito ampliado de saúde no Brasil, que ao passar do tempo foi sendo reformulado e mudou a forma de funcionamento do seu sistema de saúde. Ampliou-se esse conceito de forma que não se vê mais saúde apenas como ausência de doença, e sim saúde sendo determinada por diversos fatores, entre eles determinantes sociais, econômicos, políticos, financeiros, etc. Baseado nesse conceito o SUS quer garantir a atenção integral do individuo, dispondo não apenas de um aspecto assistencialista, a ele compete ações de promoção, prevenção, vigilância em saúde, reabilitação, refletindo a integralidade, como um principio doutrinário, analisando todas as dimensões que se pode estar intervindo. Retomando aos EUA, é retratado no documentário apenas aspectos assistencialistas que na maioria das vezes são falhos, pois mesmo existindo a doença, eles designam pessoas para verificar a fundo qualquer tipo de doença pré existente com chances de desqualificar o candidato ao plano, e pessoas já inseridas não usufruem do que inicialmente iludidos, teriam direito.
Em relação às politicas publicas, nos EUA, onde reinava o neoliberalismo, essas politicas seriam compensatórias de forma que só seriam alcançadas pelas intervenções do Estado pessoas extremamente impossibilitadas de arcar com planos de saúde, a função do estado aqui seria arbitrar esses conflitos advindos das questões de saúde. O que se tem nos EUA bancado pelo governo com serviços gratuitos a população são o Medicare e o Medicaid, o primeiro prestando atendimento médico para o americano idoso, que tenham seus impostos, e oferecendo proteção para as pessoas com deficiência , ainda assim oferecidos com muitos entraves, limitações para aqueles que o utilizam. O outro Medicaid que tem recursos financeiros limitadíssimos para as pessoas extremamente pobres. Quando se compara o SUS ,que traz como um dos seus princípios a universalização, garantindo o acesso de todos , independente de raça, cor , etnia, classe, a serviços de saúde bancados pelo governo se torna reflexivo, pois compara-se a um outro princípio que permeia a implantação do SUS que é o da equidade, que diz respeito a dar prioridade a ações e serviços de saúde a indivíduos em condições precárias com maior vulnerabilidade à doenças e agravos decorrentes das desigualdades sociais, que basicamente seria para alcançar igualdade através de desigualdades. Nos EUA esse princípio estava longe de ser visto como se percebe ao longo do documentário, visto que depender de um sistema de saúde privado dá espaço para desigualdade, pois só têm convênio quem pode pagar por ele. Até empresas com planos mais caros destinados para pessoas que tem mais condições financeiras, são vistas por lá.
Quando se fala em descentralização vista no SUS como diretriz organizativa, a finalidade seria organizar as ofertas e ações a partir de constituições de saúde , cada região(regionalização) deveria garantir a integralidade no atendimento, focada aqui na municipalização, considerado uma gestão única diretiva, pois cada gestor conheceria melhor a realidade local. Nos EUA a descentralização dos governos ocorre no sentindo de dar aos estados amplos poderes de criar e seguir suas próprias leis, e no que diz respeito à saúde, os estados oferecem diferentes tipos de coberturas de saúde e os convênios médicos nos territóriosdo mesmo, são regulados por cada estado, no caso de seguros de saúde, cada Estado então tinha um nível de exigência diferente na questão por exemplo da provisão mínima de serviços.
Outro aspecto a se refletir é que no Brasil inclusive se tem a participação social nas decisões de politicas de saúde , o que no documentário não é visto , a sociedade nos EUA é facilmente ludibriada por contratos redigidos, e por alienações do governo, o controle social lá não é visto, nem formalmente, muito menos informalmente , visto que não é demonstrado uma organização da sociedade para questionamentos que protestem as péssimas condições de acessar a saúde.
O documentário é permeado pela reflexão acerca da visita de Moore a outros países em busca de entendimento do funcionamento dos sistemas de saúde de cada um. Visita Canadá, Inglaterra, e França, e mostra como o dinheiro dos impostos são utilizados para melhorias em toda a população do país, nesses três o atendimento médico é gratuito e tem qualidade, tanto que uma americana se muda para o Canadá em busca de melhores condições de acesso a saúde. A conclusão que o documentarista tem é que os EUA está mais preocupado em gastar dinheiro com situações esdruxulas, do que com sua população.
Por fim o que se percebe a partir desse documentário é que as empresas de planos de saúde e médicos participantes, ficam cada vez mais milionários as custas da vida dos pacientes,sendo que essas empresas com ganhos extraordinários deveriam oferecer suporte de qualidade para a população e não o fazem. lá não existe um sistema publico de saúde, visto que todos os hospitais atenderiam demandas dos planos.
No Brasil o sistema é falho, tem desafios constantes, deixa a desejar no sentindo de demora de atendimentos, de filas enormes para cirurgias,etc., mas aqui o sistema existe.
REFERÊNCIAS
HOFLING, ELOISA DE MATTOS. Estado e políticas (públicas) sociais. Cad. CEDES , Campinas, v. 21, n. 55, p. 30-41, novembro de 2001. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622001000300003&lng=en&nrm=iso>. acesso em 03 de abril de 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-32622001000300003.
SICKO-SOS SAUDE. Direção de Michael Moore. Estados Unidos: Dog Eat Dog Films. 2007. 1 DVD (123 min.),

Continue navegando