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Resenha Crítica - Sicko S.O.S Saúde

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA - UNINTA
MÓDULO SAÚDE COLETIVA VII
RESENHA CRÍTICA FILME SICKO S.O.S SAÚDE
AMANDA MARIA CARVALHO DA COSTA
SOBRAL
2022
Filme Documentário: Sicko S.O.S Saúde - Cinema independente / Drama
Data de lançamento: 7 de março de 2008 - Brasil
Direção e roteiro Michael Moore
“É um sentimento horrível colocar um preço no seu corpo” assim inicia o
documentário Sicko - S.O.S Saúde, do cineasta Michael Moore, que faz uma análise
reflexiva sobre o dispendioso sistema de saúde dos Estados Unidos (EUA) e
empresas de planos de saúde privadas que prometem assistência universal, quando
se trata na verdade de um comércio lucrativo para grandes empresários. Tal fato é
explícito em conversa entre Richard Nixon, até então presidente dos EUA, e seu
braço direito, John Ehrlichman, dando início a um golpe político, e assim foi dada a
largada para o negócio profícuo e imoral, que beneficia uma pequena parcela da
população enquanto para o restante é vítima da precariedade da saúde, alcançada
por muitos e mesmo aqueles que a têm, são insatisfeitos.
O sistema adotado pelos estadunidenses demonstra falhas graves desde a
contratação até o atendimento. O primeiro intercurso é na solicitação, os pacientes
com doenças pré-existentes, peso fora do “padrão” ou qualquer outra condição que
gere alarme a possível necessidade de atual ou futura necessidade de tratamento,
são negados. “Diabetes, doenças cardíacas, certos tipos de câncer, se você tem
essas doenças você provavelmente não conseguirá fazer seu plano” diz
ex-funcionária de uma grande indústria de planos de saúde, visivelmente abalada
psicologicamente. Para contribuir para fins lucrativos e manter seus cargos,
funcionários compactuam com a linha de pensamento das grandes empresas, que
visam um menor número de atendimento, sendo então praticamente obrigados a
recusar atendimento, colocando em risco as vidas de milhares de usuários. “O
médico com a maior porcentagem de recusa ganhava até um bônus", diz Linda
Piron, revisora médica do plano de saúde Humana. A grande pressão sofrida por
esses empregados é acentuada mensalmente, quando seus relatórios de recusa
são avaliados e comparados, uma das estratégias de “incentivo” que gera economia
para empresa e sofrimento aos usuários.
Michael Moore em duas horas de documentário desperta indignação por
parte dos espectadores ao comparar o testemunho de cidadãos americanos e de
canadenses, franceses e cubanos, que são beneficiados pelo sistema público
universal que gera atendimento clínico, odontológico e obstétrico gratuito. Incluindo
tratamentos com valores elevados, exames e apoio psicológico e prático para a
população em vulnerabilidade, como auxiliar de serviço para as mães de primeira
viagem, estorno do dinheiro gasto com transporte até a unidade de saúde e dentre
outras situações, que melhoram diretamente e com grande relevância a vida gera
reflexão, por quê os EUA, um dos maiores PIBS, potência mundial ainda adota esse
método de saúde pública? A resposta, embora não tão simples, pode ser resumida
em política. Hilarry Clinton, esposa do então presidente Bill Clinton, propôs uma
reforma da saúde, propondo substituir o precário modelo de saúde por um onde
universalidade fosse prioridade, ou seja, qualquer cidadão americano, independe do
cargo, classe social ou idade seria beneficiado pelos entes de saúde, mas, foi
vencida pela pressão das grandes empresas envolvidas no negócio da saúde e pela
mídia que trabalhou arduamente expondo como ‘Medicina Socializada' e suas
vertentes negativas para a população e os trabalhadores da área da saúde.
“O dinheiro que ganhamos, nós recebemos pelo o que fazemos, então
quanto mais fizermos pelos nossos pacientes, mais ganhamos” diz médico da
Grã-Bretanha que possui sistema de saúde público semelhante ao Sistema Único
de Saúde (SUS) no Brasil, financiado por impostos, que embora não ser citado no
documentário, merece destaque. Apesar de falhar em suas enormes filas e
dificuldade no atendimento, demonstra ainda assim, eficiência no atendimento à
população, garantindo saúde e assistência a todos, independente de raça, cor,
etnia, condição prévia de saúde e idade. Fornecendo ainda farmácia popular, como
na França, citada. É notório a necessidade de melhorias, mas é preciso admitir que
o SUS sofreu grandes avanços com o intuito de melhorar o atendimento a
população, como as inovações institucionais, criação de políticas públicas e controle
do desempenho do sistema por meio da regulação, consolidando na prática a ideia
de saúde como “direito de todos e dever do estado”.
Ao fim do documentário fica percebido a relevância dessa triste situação na
qualidade de vida da população, que são obrigados a viverem em condições
precárias, sem assistência médica e odontológica, grande parte sem condições
financeiras é obrigada a realizar empréstimos que serão pagos ao longo dos anos
árduos de trabalhos que não seriam escolhidos se não fossem as condições atuais,
gerando uma bola de neve, que prejudica apenas a população, que sem receber
auxílio e proteção social, cruzarem a fronteira em busca de atendimento, enquanto
canadenses preferem não arriscar cruzá-la para não correr o risco de necessitar de
atendimento médico nas terras dos EU e pagar preços exorbitantes. São dois
países com políticas públicas de saúde distintas, uma visando o atendimento
integral do paciente, enquanto a outra trabalha em parceria com outras grandes
indústrias políticas, como a farmacêutica, visando nada além de lucro. Essa
situação é refletida em dados, que apontam que a população do Canadá vive 4
anos a mais que a americana.
O documentário faz uma reflexão também sobre a política. Mesmo após
vivenciado a deficiência na saúde e ficar claro que Hillary estava na direção correta
quando propôs a reforma, e que dessa forma a população seria beneficiada, nas
últimas eleições foi derrotada por Trump, negacionista, que mais uma vez, não
agregou a saúde da população. “A população dos EUA tem medo do governo” diz
entrevistada, e de fato, enquanto o entendimento que a política e a saúde estão
interligadas de forma mais profunda que apenas envio de verbas, mas como
também nos meios de negócios que mantém o rico mais rico e o pobre mais pobre
não for de entendimento da população, a segurança de saúde não existirá.

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