Buscar

Síndrome Pré Menstrual - GO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Luciana Santos ATM 2023/2
1
Síndrome Pré-Menstrual (SPM)
Distúrbio crônico que ocorre na fase lútea do ciclo menstrual e desaparece logo após o início da menstruação. 
É uma combinação de sintomas físicos, psicológicos e comportamentais que afetam as relações interpessoais da mulher de forma negativa. 
Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM): quando os sintomas são muito intensos e afetam as atividades diárias comprometendo a qualidade de vida.
Epidemiologia
Ausência no consenso diagnóstico. 
Os sintomas mais relatados são: ansiedade (76,5%) e alterações no humor (55,7%).
Quadro Clínico
Sintoma psicológico mais frequente é a labilidade de humor (80% das pacientes). Ansiedade, irritabilidade, depressão, sentimento de desvalia, insônia ou aumento da sonolência, diminuição da memória, confusão, concentração diminuída e distração são outros sintomas importantes.
Queixas físicas incluem aumento do volume abdominal, sensação de fadiga, cefaleia tensional, enxaqueca, mastalgia, dores generalizadas, aumento de peso, tonturas, náuseas e palpitações. 
Podem haver mudanças nos hábitos alimentares, aumento de apetite, avidez por alimentos específicos, não participação em atividades sociais ou profissionais, maior permanência em casa, aumento do consumo de álcool e aumento/diminuição da libido. 
Etiologia
Há consenso que seja secundaria à atividade cíclica ovariana. 
Diagnóstico
A International Society for Premenstrual Disorders (ISPMD) indica a realização de diários por 2 a 3 meses consecutivos, e não apenas por um ciclo. 
A SPM e o TDPM devem ser diferenciados de outros transtornos psiquiátricos e algumas condições como hipo/hipertireoidismo. 
O questionário DRSP (Registro Diário da Intensidade dos Problemas) é considerado, por muitos profissionais, a melhor ferramenta para diagnóstico de SPM. A aplicação do DRSP para um diagnóstico de SPM com base nas suas diretrizes atuais requer um registro diário dos sintomas por pelo menos 2 meses.
Tratamento
Manejo inicial: educação e orientação. Tratamento individualizado iniciando com intervenções no estilo de vida.
Alimentação equilibrada; bebidas como café, chá, à base de cola devem ser evitadas; álcool e outras drogas podem piorar os sintomas psicológicos. O exercício aeróbico pode melhorar o humor. 
As opções de tratamento medicamentoso seguem duas linhas: Aquela que influencia o sistema nervoso central (particularmente moduladores do neurotransmissor serotonina); Aquela que suprime a ovulação.
Agentes psicotrópicos:
Antidepressivos serotoninérgicos: ISRSs são considerados fármacos de primeira linha e eficazes para a SPM e TDPM. Os mais utilizados são citalopram, fluoxetina, paroxetina, sertralina, etc. Podem ser utilizados de forma continua ou intermitente a partir do 15º dia do ciclo. 
Benzodiazepínicos
Sedativos como o Alprazolam fazem parte dos recursos terapêuticos da SPM e são comprovadamente eficazes mas há risco de dependência e rápida tolerância. Indicados em situação de extrema ansiedade. 
Supressão da ovulação
Utilizando anticoncepcionais orais combinados: eliminam a ciclicidade ovariana e podem ter efeitos em mulheres com dismenorreia e mastalgia pré-menstrual, embora os resultados sejam controversos. Uma possibilidade é a tomada de ACO contínuo. Atualmente, a formulação de 20 µg de etinilestradiol + 3 mg de drospirenona no regime de 24/4 (24 dias de tomada e 4 dias de parada) foi aprovada para tratamento de sintomas emocionais e físicos de TDPM.
Utilizando Danazol: um análogo androgênico que inibe as gonadotrofinas quando administrado em altas doses, podendo ser utilizado para reduzir os sintomas da SPM. Tem mostrado eficácia no alívio de mastalgia mas não melhora os sintomas emocionais. Seu uso prolongado pode provocar masculinização e outros efeitos. Pouco utilizado.
Utilizando agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina: provoca castração médica. Melhora a SPM. Necessita ser utilizado por tempo prolongado. Pode provocar aumento de osteoporose. Há queixas de fogachos e atrofia urogenital. 
Recomendações
O ACO contendo drospirenona mostrou-se efetivo para tratar os sintomas somáticos e físicos da TDPM, podendo ser indicado como primeira escolha. É possível que os ACOs, de maneira geral, quando utilizados de forma contínua, tenham benefício no alívio dos sintomas da SPM.
Os ISRSs são comprovadamente eficazes para tratar SPM e TDPM. A sua utilização deve ser avaliada pelo médico após detalhada análise clínica.
Referência: PASSOS, Eduardo Pandolfi. Rotinas em Ginecologia 7 ed. Artmed, 2017.

Outros materiais