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2° CR MICROBIOLOGIA GÊNERO BACILLUS Características: • Bactérias gram-positivas, em forma de bastonete. • As espécies podem ser aeróbicas obrigatórios ou anaeróbios facultativos. Possuem a capacidade de esporulação, que sob condições ambientais estressantes, produzem endósporos (só no ambiente) que podem ficar dormente por longos períodos. • São frequentemente catalase positivos e podem ser moveis por flagelos peritriquios (em todo corpo da célula). • A maioria das espécies é mesófila. • Capsula espeça e organizada. • Possui endósporo central. ESPÉCIES MAIS IMPORTANTES BACILLUS ANTHRACIS • Espécie mais patogênica, agente etiológico da doença conhecida como carbúnculo hemático nos animais e homem • Agente etiológico é um bacilo aeróbio, disposição em cadeia, gram-positivo, imóvel, capsulado (polipeptideo D-glutamil) ou não e esporogênico. • Os principais fatores de virulência são a cápsula antifagocitica e duas exotoxinas, denominadas toxina letal e toxina do edema responsáveis pelas principais manifestações clínicas: hemorragia, edema, necrose e morte. • Identifica-se três quadros clínicos de anthrax: cutâneo, gastrointestinal e pulmonar. A produção de esporos dessa espécie em laboratórios, é relativamente fácil e como tal, está bactéria é considerada como um potencial e perigosa arma biológica pelo fato de ser possível a sua dispersão e transmissão até as vias respiratórias através dos esporos. • Imóvel. • Crescimento (aerobiose): 12 a 44 °c; 24 a 48 horas; germinação: 65°c / 15min. • Crescimento (anaerobiose): 20% CO2; 15 a 40°C; 24 a 48 horas; meios seletivos (bicarbonato 0,7%); colônias 2 mm, mucoides (encapsulados). BACILLUS CEREUS • Agente etiológico é um gram-positivo, facultativamente aeróbico, esporogênico e produtor de dois tipos de toxina: diarreica (termolábil) e emética (termoestável). • A toxina diarreica é uma proteína produzida durante o crescimento das células. A toxina emética (induz o vômito) é um pequeno peptídeo sem propriedades antigênicas, produzido durante a fase estacionaria do crescimento e extraordinariamente resistente ao calor, a pH extremos e à digestão enzimática. • Móvel. • Reconhecida como causa de intoxicações alimentares em todo o mundo. Frequente encontrada no solo e meio ambiente, como também em baixos níveis em alimentos crus, secos ou processados. BACILLUS LINCHENIFORMIS • Produção industrial de alfa-amilases e proteases. • Colônias opacas, rugosas e fortemente aderentes ao meio; semelhantes ao líquen. • Processamento do couro, produção de alimentos, detergentes, tratamento de efluentes etc. • Abortamento esporádico (vacas e ovelhas) e mastite (vacas). GÊNERO STAPHYLOCOCCUS Características: • Encontrados na pele e mucosas do homem e outros animais. • Cocos gram-positivos. • Se apresentar isolados ou aos pares, em cadeias curtas ou agrupados. • Imóveis. • Anaeróbios facultativos. • Não formadores de esporos. • Catalase-positivos. • Alguns estafilococos patogênicos para o homem produzem a enzima coagulase, e são denominados coagulase-positivo (ex: Staphylococcus aureus). • Os estafilococos que não produzem a enzima coagulase, são chamados de coagulase-negativos, e os principais exemplos são S. epidermidis e S. saprophyticus. Fatores de virulência: • Cápsula: Algumas cepas de S. aureus produzem um exopolissacarideo que pode impedir a fagocitose do microrganismo pelos leucócitos polimorfonucleares. Isso ocorre porque a capsula realiza atividade antifagocitaria ao recobrir os receptores que atraem os fagócitos. 11 sorotipos (1,2,5 e 8) e biofilme – PIA. • Proteína A: É uma proteína de superfície encontrada na maioria das amostras de S. aureus. É composta por uma cadeia polipeptídica, sendo responsáveis pela interação com a porção Fc da molécula de imunoglobulina G. • Constituintes da parede celular: A parede celular dos S. aureus possui glicopeptideos e ácido teicoico. O ácido teicoico atua na aderência específica das bactérias gram-positivas às superfícies mucosas. Além disso, os glicopeptideos e ácidos teicoicos tem a propriedade de ativar o sistema complemento pela via alternativa. Enzimas: • Catalase: Converte o peroxido de hidrogênio, que apresentaria uma ação toxica sobre a bactéria, em oxigênio e água. Todos os estafilococos são catalase-positivo, sendo esse um fato de diferenciação em laboratório entre estafilococos e estreptococos. • Coagulase: Essa enzima é liberada no plasma sanguíneo do hospedeiro e, através da coagulação, transforma fibrinogênio em fibrina. Dessa forma, a bactéria fica inserida num coágulo, impedindo o seu reconhecimento pelos fagócitos. • Hialuronidase: Despolimerização do ácido hialurônico, agindo assim, como fator de propagação do microrganismo. • Lipases: Contribuem para a disseminação dos microrganismos nos tecidos cutâneos e subcutâneos. • Beta-lactamases: Codificadas pelo plasmídeo, essas enzimas tornam o microrganismo resistente a penicilina e a ampicilina. • Hemolisinas: Causam a lise de eritrócitos e leucócitos polimorfonucleares. Podem ser encontradas na forma alfa, beta e delta. Enterotoxinas (A, B, C, D e E): Toxinas proteicas pirogenicas, termoestáveis, responsáveis pela intoxicação alimentar, podendo provocar vômitos e diarreias. ENTEROBACTÉRIAS Características: Encontrada amplamente na natureza, assim como habita o intestino do homem e dos animais, seja como microbiota normal ou como agentes de infecção. As enterobactérias ou endobacteriaceas são uma família de bacilos gram-negativos, não esporulados, encapsulados, apresenta pilli, são catalase positivos e oxidase negativos, reduzem nitrato a nitrito na respiração anaeróbica (exceção Yersinia), fermentam glicose, anaeróbios facultativos e movimentam-se por flagelos (peritriquios). Maioria moveis (exceções: Klebsiella, Shigella e Yersinia). Transmissão: Ocupacional (vômitos), fômites (arreios, coxo de alimentação): E. coli Enterobacter Podem causar infecções intestinais e extra intestinais. Salmonella sp. Shiguella sp. Yersinia sp. Patógenos oportunista: Citrobacter; Enterobacter; Klebsiella; Proteus; Serratia. Patógenos evidentes: Salmonella spp; Shigella spp; Yersinia pestis; Escherichi coli. SALMONELLA SPP Morfologia: Bacilos (curtos); gram negativos; ñ encapsulados; moveis (flagelos peritriqui), com exceção da S. gallinarum e S. pullorum; apresenta fimbrias (fixação); anaeróbios facultativos. Antígenos (sorotipagem): 1) Somático (O) parede celular: LPS de parede celular Alteração do sorovar Aspecto colonial (lisa X rugosa) 2) Flagelar (H): Proteínas lábeis (calor) – flagelinas 3) De virulência (Vi) Apenas na S. typhi (humanos – febre tifoide) Proteínas lábeis (calor) – flagelinas Meio de cultivo: Salmonella – Shiguella Agar; Agar MacConkey ESCHERICHIA COLI Bacilos (curtos); gram negativos; ñ encapsulados; moveis (flagelos peritriqui); apresenta fimbrias (fixação); habitat (intestino e no ambiente). Produz endotoxinas: LPS liberado na morte da bactéria Dano tecidual, coagulação intravascular diseminada, choque endotoxico. Meio de cultura: Agar - MacConkey; Agar – sangue. Sorotipagem: Somático (o) – parede celular; flagelar (h) – flagelo; capsular (k) – parede celular; fimbrial (f) – fimbrias. SHIGELLA Características: São bactérias gram-negativas em forma de bastonete, não formadores de esporos, imóveis, anaeróbios facultativos. Inclui quatro espécies, sendo elas: S. dysenteriae, S. flexneri, S. boydii e S. sonnei, podendo ser identificadas por provas bioquímicas e análisesantigênicas. Crescem em temperaturas entre 10°C e 48°C e pH ideal de 6 a 8, embora crescimento em pH 5 já tenha sido descrito. Estas bactérias não são afetadas pela acidez do estômago, se proliferam no intestino delgado e causam lesões no intestino grosso, destruindo o tecido da mucosa intestinal e causando diarreia intensa com sangue e muco. As espécies de Shigella virulentas produzem exotoxinas que inibem a síntese proteica, matando as células epiteliais do intestino grosso. A doença causada por Shigella é denominada de shigelose, que é uma doença inflamatória do trato gastrointestinal. Não apresentam reservatórios animais que não sejam os humanos e, apenas em alguns casos excepcionais, primatas superiores como chimpanzés e os gorilas (hospedeiros acidentais). YERSINIA Características: É um pequeno bacilo gram-negativo, são imóveis (com exceção de Y. pestis) a temperatura de 37°C e moveis a 25°C por flagelos peritriquios, anaeróbios facultativos e possui vias de metabolismo intermediário. É um microrganismo incomum entre a enterobactérias por ser psicotrófico tendo a capacidade de multiplicar-se em temperaturas variando de 0 a 44°C, sendo ótima entre 25 a 28°C. A bactéria cresce em meio com alta concentração de sais biliares, consequentemente é cultivada com sucesso em meios como ágar CIN, ágar MacConkey e ágar SS. Abrangendo as espécies Y. pestis, Y. pseudotuberculosis e Y. enterocolitica. Essas três espécies são patogênicas para o homem e roedores. Y. pestis causa a praga, Y. pseudotuberculosis a adenite mesentérica e septicemia e Y. enterocolitica que, é a mais prevalente entre os humanos, causa sobretudo, síndrome gastrointestinal variando de enterite aguda a linfadenite mesentérica. CORINEBACTÉRIAS Características: Bacilos gram-positivos; pleomórficos (padrão difteróide); geralmente são imóveis; podem ser aeróbicas ou anaeróbicas facultativas, não esporulantes; fermentam hidratos de carbono em ácido láctico e são catalase positiva e oxidase negativa. Espécies de interesse: • Arcanobactrium pyogenes: lesões purulentas na pele Bastonete gram-positivo Parede celular “sem padrão corine”: Lisina (degradação na parede celular); ramnose (caráter muito imunogênico); glicose Catalase-negativa; fermenta lactose; digere proteína Fator de virulência: piolisina (exotoxina) = lise de hemácias Habitat: mucosa e pele Leões purulenta; aborto e mastite Característica de crescimento: anaeróbicas facultativas; ágar sangue. • Corynebacterium pseudotuberculosis: linfadenite caseosa em ovinos e caprinos. Forma diferóide (cocoides ou filamentosas) Parede celular: alto índices de lipídios (antifagocitária) → sua parede lipídica é toxica para leucócitos, sobrevive no interior de macrófagos. Catalase-positiva; fermenta carboidratos Fator de virulência: fosfolipase D → exotoxina = lise de hemácias e cels. Endoteliais; PC40 → protease (enzima que quebra proteína) Habitat: trato gastrointestinal (caprino e ovino) Caracteristica de crescimento: anaeróbicas facultativas; ágar-sangue • Rhodococcus equi: lesões purulentas Característica: encapsuladas; catalase; uréase e nitrato – positivos; fermenta carboidratos (sem acidificação); aeróbicos (ágar sangue). Fator de virulência: capsula (ante fagocitária); fosfolipase C; oxidase → protease. (lise de hemácias – pode gerar anemia) Habitat: trato intestinal de mamífero e aves. GÊNERO BRUCELLA As bactérias do gênero Brucella pertencem a classe Proteobacteriana, são gram-negativas, não possui capsula, imóveis, não esporuladas. São descritas dez espécies dentro desse gênero, sendo as principais: B. melitensis (isoladas em cabras, ovelhas e camelos), B. abortus (bovinos e bubalinos), B. suis (suínos e javalis), B. neotomae (ratos do deserto), B. ovis (ovelhas) e B. canis (cães). Podem ser divididas em dois grupos antigenicamente distintos, denominadas lisas ou rugosas, com base nas características de multiplicação em meios de cultura no cultivo primário e na constituição química da parede celular – presença ou ausência da cadeia O – um dos componentes do lipopolissacarideo (LPS) localizada na superfície externa da Brucella spp. Isso faz com que seja intracelular facultativo. CLOSTRIDIUMCSPP. Bacilos gram-positivos; móveis; flagelo peritríquio; anaeróbicos (aerotolerante); fermentativos (meio de enriquecimento); catalase negativa; oxidase negativo. Grupos (categorias): 1) neurotóxicos = função neuromuscular, sem lesão tecidual (Clostridium tetani – tétano; C. botulinum – botulismo). 2) histotóxicos = lesão local tecidual (músculos e fígado), toxemia (C. chauvoei – carbúnculo). 3) enterotoxicos: lesão inflamatória gastrointestinal, enterotoxemia. (Clostridium perfringens tipo A-E; C. difficile) Habitat: saprófitos (esporos) → solo, água, flora intestinal Crescimento: Anaeróbicos estritos (ágar enriquecido (aa. Vit. K), ágar sangue Fator de virulência: toxina tetânica (tetanoespasmina, TeNT) impede a liberação de neurotransmissores inibitórios. (toxina botulínica, BoNT) impede a liberação de neurotransmissor excitatório
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