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Microbiologia clínica (WYF0827) Bactérias Gram Negativas Profª Dra. Amanda Teixeira de Melo E-mail: amanda.melo@professores.unifavip.edu.br Revisão da aula passada Bacilos gram positivos Bacillus anthracis Clostridium sp Clostridium tetani Clostridium botulinum Clostridium perfringens Clostridium difficile Corynebacterium diphtheriae Produtores de esporos Coloração de GRAM diferenças bactérias gram positivas e negativas Cocos gram positivos Staphylococcus sp S. aureus S. saprophyticus S. epidermidis Streptococcus sp S. pyogenes S. pneumoniae S. grupo viridans S. agalactae Enterococcus sp Gram positivos Bacilos Cocos Esporula Não esporula Aeróbico Anaeróbico Bacillus sp. Clostridium sp. Corynebacterium diphtheriae Catalase Positiva Negativa Staphylococcus Streptococcus ou Enterococcus Hemólise ágar sangue Alfa (parcial) Beta (total) S. pneumoniae Gama (sem hemólise) S. Pyogenes S. agalactae Enterococcus Staphylococcus sp. ( S. aureus e S. epidermidis) Infecções cutâneas forma mais comum Foliculite A raiz do pelo (folículo) está infectada, causando uma espinha pequena e levemente dolorosa na base do pelo Impedigo consiste em bolhas rasas e cheias de líquido que se rompem, deixando crostas amarelas. O impetigo pode coçar ou doer Abscessos (Furúnculos) são abscessos macios, menores e mais superficiais, acúmulos de pus sob a pele, quentes e dolorosos. é uma infecção da pele e dos tecidos que se encontram imediatamente por debaixo dela. A celulite se espalha, causando dor e vermelhidão na pele. Celulite Todas as infecções estafilocócicas da pele são muito contagiosas. Porta de entrada Outras manifestações da infecção síndrome da pele escaldada A pele pode ficar extremamente macia e enrugada, com consistência parecida à do papel. A camada superior da pele começa, então, a soltar-se, muitas vezes em grandes tiras, mesmo quando se toca ligeiramente ou se pressiona suavemente. Endocardite Infecções mamárias (mastite) Pneumonia Osteomielite Staphylococcus sp. ( S. aureus e S. epidermidis) Diagnóstico Staphylococcus sp. Prova da catalase Prova da coagulase Ensaio de resistência Novobiocina Cocos- gram positivos Prova da catalase Positiva Negativa Streptococcus sp. Cocos isolados, aos pares ou agrupados Prova da Coagulase Negativa Teste de resistência antibacteriana (novobiocina) Resistente S. saprophyticus Sensível S. epidermidis Positiva S. Aureus S. pyogenes S. pneumoniae S. agalactiae S. Grupo viridans Streptococcus faringites e amigdalites causas de pneumonia e meningite em adultos infecções graves em recém-nascidos abcessos dentários ou endocardite Grupo A Grupo B Não classificáveis no grupo de Lancefield Fasciíte necrosante (FN) Grupo 1 Grupo 2 caracterizada pelo isolamento de pelo menos uma espécie de anaeróbio obrigatório, como o Bacterioides e Peptostreptococcus, em combinação com um ou mais organismos anaeróbios facultativos, como o Enterobacter e os estreptococos não pertencentes ao grupo A caracterizado pelo isolamento do Streptococcus do grupo A isolado ou associado ao Staphylococcus aureus. S. pyogenes S. pneumoniae S. agalactiae S. viridans Streptococcus Diagnóstico Catalase negativa Crescimento em ágar sangue α hemólise β hemólise γ hemólise Crescimento na presença da optoquina Sensível Resistente S. Pneumoniae Crescimento na presença de Bacitracina Sensível Resistente Outra Streptococcus sp. S. pyogenes Outros Streptococcus sp. Teste solubilidade em bile e crescimento 6,5% NaCl Solúvel com crescimento em NaCl Solúvel e sem crescimento em NaCl Enterococcus Grupo viridans Insolúvel Outro grupo Streptococcus sp. Teste de CAMP Positivo S. Agalactiae Negativo Outro Streptococcus sp Grupo viridans Grupo viridans Clostridium sp. C. tetani C. botulinum C. perfringens C. difficile Microbiota exógena Microbiota residente Tétano Botulismo Colite pseudomembranosa Após uso de antibiótico Gangrena gasosa Complicações pós cirúrgicas Atuam ao nível comunicação nervo-músculo Atua SGI (sistema gastro intestinal) Bloqueia liberação de transmissores inibitórios Bloqueia liberação de acetilcolina Esfregaço é gram positivo ou negativo? Observando essa placa de ágar sangue, qual bactéria apresenta essa característica? Quem é o Bacilo gram positivo apresenta grande motilidade em ágar sangue? Bactéria apresenta beta hemólise em agar sangue e de colônia amarela? Montei um teste para avaliar seus conhecimentos sobre a bactérias gram positivas https://forms.office.com/Pages/ResponsePage.aspx?id=RKhJ2uPir0CGpsOBnXBPSd1s8z5Yr1BKpwu4jQhd-gxUOEhEMUhROFRXWEFHRFBHU0JWMDBZM1ZVUC4u Vou colocar no teams para consultas futuras Bactérias Gram Negativas FORMA Gram Negativos Cocos Bacilos Neisseria sp. Enterobacteriaceae N. gonorrhoea N. meningitidis Neisseria gonorrhoea Infecção gonogocócica é um diplococo gram-negativo quase sempre é transmitida por meio de contato sexual. CARACTERÍSTICAS GERAIS Diplococos Gram negativos (0,6-1,0 μm de diâmetro) Imóveis, não esporulados Patogênicos para o homem e encontrados no interior de PMN. Fermentam carboidratos produzindo ácido sem gás produzem oxidase e catalase Neisseria gonorrhoea Infecção gonogocócica é um diplococo gram-negativo quase sempre é transmitida por meio de contato sexual. Sintomas iniciais região genital Uretrite / epididimite período de incubação de 2 a 14 dias período de incubação de > 10 dias https://www.msdmanuals.com/ Neisseria gonorhoeae Infecção gonogocócica A infecção gonocócica disseminada A bacteriemia gonocócica resulta em lesões cutâneas (particularmente pápulas hemorrágicas e pústulas) nas mãos, antebraços, pés e pernas, bem como em tenossinovite e artrite supurativa, geralmente nos joelhos, tornozelos e punhos. causam febre, lesões cutâneas e poliartrite Fatores de Virulência Fímbrias ou Pili Proteína I ou Por: Cepa expressam tipos de Por antigenicamente diferentes. Proteína II ou Opa: Co-agregação de gonococos e aderência às células do hospedeiro. Proteína III ou Rmp : Proteínas Modificadas por Redução Fatores de Virulência Fímbrias ou Pili Proteína I ou Por: Cepa expressam tipos de Por antigenicamente diferentes. Proteína II ou Opa: Co-agregação de gonococos e aderência às células do hospedeiro. Proteína III ou Rmp : Proteínas Modificadas por Redução Fatores de Virulência Fímbrias ou Pili Proteína I ou Por: Cepa expressam tipos de Por antigenicamente diferentes. Proteína II ou Opa: Co-agregação de gonococos e aderência às células do hospedeiro. Proteína III ou Rmp : Proteínas Modificadas por Redução Formam poros/canais para a passagem de nutrientes para a célula e a saída de metabólitos. Afetam a degranulação de neutrófilos (ex. fusão fagolisossomo que levaria à morte bactérias intracelulares) e protege a bactéria da resposta inflamatória do hospedeiro. E junto com outras adesinas facilitam a invasão bacteriana das células epiteliais. Fatores de Virulência Fímbrias ou Pili Proteína I ou Por: Cepa expressam tipos de Por antigenicamente diferentes. Proteína II ou Opa: Co-agregação de gonococos e aderência às células do hospedeiro. Proteína III ou Rmp : Proteínas Modificadas por Redução proteínas de opacidade ligação íntima ao epitélio e aos fagócitos Fatores de Virulência Fímbrias ou Pili Proteína I ou Por: Cepa expressam tipos de Por antigenicamente diferentes. Proteína II ou Opa: Co-agregação de gonococos e aderência às células do hospedeiro. Proteína III ou Rmp : Proteínas Modificadas por Redução *LOS: endotoxina que estimula TNF (dano tecidual) Como ocorre a infecção por Neisseria gonorrhoea LOS (endotoxinas) OMV (vesículas da membrana externa) Neisseria gonorhoeae secreções colhidas nos seguintes sítios: canal endocervical; uretra masculina e feminina; orofaringe; canal anal;conjuntiva; articulações; lesões; e sangue. http://bvsms.saude.gov.br/ Coleta das amostras para identificação Neisseria gonorhoeae Aeróbios (crescem melhor com 5 a 10% de CO2) Método da vela acesa no isolamento primário microaerofilia Microrganismo fastidioso = microrganismos que crescerão apenas se nutrientes especiais estiverem presentes em seu meio de cultura Não resistem ao ressecamento e baixas temperaturas Agar chocolate 37˚C Crescido em jarra 5-10% CO2 Colônias transparente ou cinzas de 1 a 2mm Agar Thayer-Martin 37˚C Crescido em jarra 5-10% CO2 Meio enriquecido Meio seletivo Agar chocolate acrescido de vancomicina (inibe gram +), colistina (inibe gram – e outras Neiseria) e nistatina (inibe fungos) Neisseria meningitidis (meningococo) Diplococos capsulados Colonização assintomática da orofaringe e nasofaringe 20% da população Cápsula Propriedades das cáspulas dos meningococos Aumenta a virulência por sua ação fagocítica É o antígeno que define o grupo sorológico É o antígeno detectado no líquido espinhal de pacientes com meningite É o antígeno da vacina Atualmente são conhecidos 13 sorogrupos de meningococos, definidos pelo seu polissacarídeo capsular: A, B, C, D, 29E, H, I, K, L, W135, X, Y e Z * Em negrito sorotipos específicos associados à infecção Neisseria meningitidis Infecção meningocócica O ser humano é o único hospedeiro natural da N. meningitidis. A bactéria é transmitida de uma pessoa para outra pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro, tosse). Geralmente, após a transmissão, a bactéria permanece na orofaringe do indivíduo receptor por curto período e acaba sendo eliminada pelos próprios mecanismos de defesa do organismo. Desta forma, a condição de portador assintomático tende a ser transitória, embora possa se estender por períodos prolongados de meses a até mais de um ano. Os meningococos residem na garganta e nariz de algumas pessoas sem causar sintomas. Tais pessoas são chamadas portadoras Infecção meningocócica Principais sintomas: febre, cefaleia, erupção cutânea de coloração vermelha, rigidez da nuca, causar náusea, vômitos e sensibilidade à luz. Neisseria meningitidis Teste de Tumbler / teste do copo Sugestivo de meningite Infecção meningocócica No geral, 10% a 15% das pessoas que são tratadas morrem de infecções meningocócicas. Até 40% das pessoas com infecções graves na corrente sanguínea morrem. Das pessoas que se recuperam, 10% a 15% apresentam complicações sérias, tais como perda permanente da audição, incapacidade intelectual, convulsões ou gangrena dos dedos das mãos, dedos dos pés ou dos membros que pode exigir amputação. Neisseria meningitidis Fatores de virulência Neisseria sp Meio modificado da agar chocolate com enriquecido com suplementos e antibióticos (vacomincina –gram-positovos; polimixina –gram-negativos; nistatina – fungos) Ágar chocolate Meio Thayer-Martin GRAM-NEGATIVO – diplococos O teste da oxidase é um método de diagnóstico que demonstra a presença do complexo enzimático denominado citocromo oxidase c (enzima indofenol oxidase). CULTURA (Thayer Martin Modificado) Coloração de Gram Presença de diplococos Gram negativos Outra formas bacterinas Não é Neisseria Prova de Catalase Reação negativa Reação negativa Não é Neisseria Subcultivo Agar Chocolate Prova de degradação e carboidratos Prova de oxidase Reação positiva Não é neisseria Somente glicose positiva NEISSERIA GONORRHOEAE Outros açúcares fermentadores Não é neisseria Reação Positiva NEISSERIA MENINGITIDIS Glicose e maltose Presença de cápsula polissacarídica Presença de plasmídeo de resistência a antibiótico fermentam somente glicose Catalase positiva Oxidase-positivas Fermentam carboidratos fermentam glicose e maltose gonococcus. meningococcus Gram Negativos Cocos Bacilos Neisseria sp. Enterobacteriaceae N. gonorrhoea N. meningitidis Para que ocorra uma infecção, o patógeno deve ser ingerido em quantidades suficientes ou possuir atributos para escapar das defesas do hospedeiro no trato gastrointestinal superior e finalmente alcançar o intestino. Neste local, os patógenos provocam doença como resultado da multiplicação e/ou da produção de toxina, ou eles podem invadir a mucosa intestinal para alcançar os gânglios linfáticos ou a corrente sanguínea. Infecções gastrointestinais A infecção associada ao consumo de alimentos contaminados é frequentemente denominada “intoxicação alimentar”, contudo o termo mais adequado é infecção de origem alimentar. A verdadeira intoxicação alimentar ocorre após o consumo de alimentos contendo toxinas, que podem ser de origem química (p. ex., metais pesados) ou bacteriana (p. ex., Clostridium botulinum ou Staphylococcus aureus). Infecções do Trato Gastrointestinal Gastroenterite bacteriana Enterotoxinas são produzidas por certas espécies que aderem à mucosa intestinal sem invadi-la e produzem enterotoxinas. Essas toxinas dificultam a absorção intestinal e provocam secreção de água e eletrólitos pelo estímulo da adenilciclase, resultando em diarreia aquosa. Exotoxinas que são ingeridas em alimentos contaminados são produzidas por algumas bactérias. Essa exotoxina pode causar gastroenterite sem infecção bacteriana. Essas toxinas geralmente causam náuseas, vômitos e diarreias agudos em cerca de 12 h após a ingestão do alimento contaminado. Os sintomas melhoram em 36 h. Invasão da mucosa ocorre com outras bactérias que invadem a mucosa do intestino delgado ou cólon e provocam ulcerações microscópicas, sangramento, exsudação de líquido rico em proteínas e secreção de eletrólitos e água. O processo de invasão e suas consequências podem ocorrer com ou sem a produção de enterotoxinas. A diarreia resultante contém leucócitos e eritrócitos e, às vezes, sangue vivo. Infecções do Trato Gastrointestinal Gastroenterite Síndrome caracterizada por sintomas gastrointestinais, incluindo náusea, vômito, diarreia e desconforto abdominal Diarreia Eliminação de fezes anormal caracterizada por defecação frequente e/ou fluida; usualmente resultado em doenças no intestino delgado e envolvendo aumento de fluido e perda de eletrólitos Disenteria Distúrbio inflamatório do trato gastrointestinal frequentemente associado a sangue e pus nas fezes e acompanhado de sintomas como dor, febre, caibras abdominais; usualmente resultado em doença no intestino grosso Enterocolite Inflamação envolvendo a mucosa dos intestinos delgado e grosso As Enterobacteriaceae constituem um grande grupo heterogêneo de bacilos gram-negativos cujo habitat natural é o trato intestinal de seres humanos e animais, não produzem esporos. A família abrange mais de 46 gêneros (Escherichia, Shigella, Salmonella, Enterobacter, Klebsiella, Serratia, Proteus e outros). Alguns microrganismos entéricos, tais como a Escherichia coli, fazem parte da microbiota normal e acidentalmente provocam doenças, enquanto outros, como as Salmonelas e Shigelas, são regularmente patogênicos para os seres humanos. As Enterobacteriaceae são bacilos gram-negativos curtos (indistinguíveis entre si pela morfologia). Sua morfologia típica é observada durante o crescimento em meios sólidos in vitro, mas é altamente variável em amostras clínicas. Enterobacteriaceae Diferenciados por propriedades bioquímicas, estruturas antigênica e analise do material genético (sequenciamento, PCR, hibridização) Enterobacteriaceae AgH Os antígenos K são externos aos antígenos O em algumas Enterobacteriaceae, mas não em todas. Alguns são polissacarídeos, inclusive os antígenos K da E. coli, enquanto outros são proteínas. Os antígenos K podem interferir na aglutinação por antissoros O e estar associados à virulência (p. ex., as cepas da E. coli produtoras de antígeno Kl são proeminentes na meningite neonatal, enquanto os antígenos K da E. coli provocam a fixação das bactérias às células epiteliais antes da invasão do trato gastrintestinal ou das vias urinárias) Os antígenosH (AgH) localizam-se nos flagelos, e são desnaturados ou removidos pelo calor ou pelo álcool. São preservados quando variantes bacterianas móveis são tratadas com formol. Tais antígenos H aglutinam-se com anticorpos anti-H, principalmente IgG. Os determinantes nos antígenos H dependem da sequência de aminoácidos na proteína flagelar (flagelina). Antígenos Os antígenos O constituem a parte mais externa do lipopolissacarídeo (LPS) da parede celular e consistem em unidades repetidas de polissacarídeo. Alguns polissacarídeos O específicos contêm açúcares singulares. Os antígenos O são resistentes ao calor e ao álcool, sendo geralmente detectados por aglutinação bacteriana. Os anticorpos dirigidos contra os antígenos O são predominantemente IgM. (> 100 antígenos ) Meios usuais para enterobactérias Meio MacConkey Meio EMB Enterobacteriaceae Escherichia coli Salmonella Shigella Gram negativa Cocos Bacilos Meio MacConkey ou EMB Lactose positiva (fermentadora) Lactose negativa (não fermentadora) Professional Category Maker Category Micrococcus Escherichia coli Staphylococcus saprophyticus Proteus vulgaris. Klebsiella pneumoniae Staphylococcus aureus Escherichia coli Serratia Micrococcus Bactérias Reservatório animal Transmitido por alimentos Transmitido por água Escherichia coli +? + (EHEC) + (ETEC) Salmonella + +++ + Campylobacter + +++ + Vibrio cholerae - + +++ Shigella - + - Clostridium perfrigens + +++ - Bacillus cereus - ++ - Vibrio para-haemolyticus - ++ - Yesinia enterocolítica + + - EHEC, E. coli êntero-hemorrágica (produtora de verotoxina); ETEC, E. coli enterotoxigênica Mims Microbiologia Médica, Capítulo 22: Infecções do trato gastrointestinal Patógenos bacterianos importantes do trato gastrointestinal Enterobacteriaceae Escherichia coli A E. coli é um dos patógenos bacterianos mais versáteis. Algumas cepas são membros importantes da microbiota intestinal normal de homens e animais, enquanto outras possuem fatores de virulência que as permitem provocar infecções no trato intestinal ou em outros locais do organismo, principalmente no trato urinário. As cepas que causam doença diarreica apresentam vários mecanismos patogênicos distintos e diferem com relação às suas características epidemiológicas Grupo patogênico E. coli enteropatogênica EPEC E. coli enterotoxigênica ETEC E. coli entero-hemorrágica EHEC E. coli enteroinvasiva EIEC E. coli enteroagregativa EAEC E. coli de aderência difusa DAEC Colônia seca, rosa (lactose positiva) quando crescida em MacConkey Patotipos A absorção de elementos genéticos móveis (fagos, plasmídeos de virulência, ilhas de patogenicidade), e perda de porções de DNA-cromossômico em linhagens distintas de E. coli, possibilitou surgimento de clones de diferentes patotipos de E. coli associados a sintomas de doenças específicas. Ilhas de patogenicidade constituem segmentos de DNA inseridos no cromossomo bacteriano, que atribuem uma variedade de características de virulência aos microrganismos que a possuem Fagos é um tipo de vírus que infecta apenas bactérias. Plasmídeos são moléculas circulares duplas de DNA capazes de se reproduzir independentemente do DNA cromossômico E. coli enteropatogênica (EPEC) Aderem aos enterócitos do intestino delgado e destroem a arquitetura das microvilosidades, induzindo a formação de lesões do tipo attaching/effacing. Desarranjos do citoesqueleto são acompanhados por uma resposta inflamatória e diarréia. representa uma importante causa da diarreia em lactentes e crianças; surtos em berçários de hospitais e creches; fezes com muco mais sem sangue 1 – aderência inicial 2 – Translocação de proteína utilizando sistema de secreção do tipo III (T3SS) 3 – Formação pedestal E. coli enterotoxigênica (ETEC) diarreia do viajante Aderem a enterócitos do intestino delgado e induzir diarréia aquosa pela secreção das enterotoxinas termo-lábeis (LTI e LTII) (imunogênicas e relacionada com a toxina colérica) e termo-estáveis (STa e STb) (não imunogênica). Nenhum dano é produzido às células epiteliais. E. coli entero-hemorrágica (EHEC) Certas cepas de E. coli, pertencentes aos sorogrupos O18, O26, O111, O126 e O128, de produzir toxinas que causavam efeito citopático irreversível em células Vero (células de rim de macaco verde africano), surgindo o termo verotoxina ou verocitotoxina (produtoras de toxina Shiga) A doença frequentemente aparece em surtos associados ao consumo de alimentos contaminados. As células endoteliais parecem ser células-alvo particularmente importantes para as toxinas Shiga A superfície alterada da célula endotelial intoxicada atua como um ninho de ativação da cascata de coagulação, que leva à formação de microtrombos e causa necrose isquêmica distal, consumo de plaquetas e fragmentação de hemácias – principais características da síndrome hemolítica-urêmica E. coli produtoras de toxina Shiga (STEC) *As células endoteliais microvasculares, como aquelas do rim, são particularmente sensíveis à toxina. E. coli enteroinvasiva (EIEC) São bioquimicamente e sorologicamente semelhantes à Shigella (não fermenta lactose) Causam colite erosiva hemorrágica As EIEC penetram nas células intestinais por endocitose, utilizando os genes associados aos plasmídeos. No interior das células, elas lisam o vacúolo endocítico, multiplicam-se e disseminam-se para as células adjacentes, provocando destruição tecidual, inflamação, necrose e ulceração, o que resulta no aparecimento de sangue e muco nas fezes *se liga especificamente à mucosa do intestino grosso Secretam proteinas IpaA, IpaB, IpaC e IpgD que medeiam eventos de sinalização epitelial, rearranjos citoesqueléticos, captação celular, lise do vacúolo endocítico e outras ações Célula M que se encontra sobre as Placas de Peyer ou Conglomerados Linfonodulares Ileais são agregados de nódulos linfáticos que constituem um componente principal do tecido linfático associado ao intestino E. coli enteragregativa (EAEC) EAEC são cada vez mais reconhecidas como causa de diarreia muitas vezes persistente em crianças e adultos em países em desenvolvimento e desenvolvidos, e têm sido identificadas como a causa de vários surtos em todo o mundo. A estratégia básica da infecção pelo EAEC parece incluir a colonização de pequenas superfícies mucosas intestinais, seguida pela elaboração de enterotoxinas. Provoca danos no jejuno e cólon. 3horas após a infecção aggregative adherence fimbriae (AAFs) E. coli enteragregativa (EAEC) EAEC se acopla às células hospedeiras e umas às outras por Adesão Agregativa Fimbrias (AAF) que são mantidas estendidas da célula bacteriana por dispersina e adesina (Tia e Hra1/2). Pic apresenta atividade mucinolítica, de hemaglutinação e confere a bactéria a capacidade de resistir a atividade bactericida do soro Pet atividade enterotóxica, citotóxica que leva a destruição do citoesqueleto e causando o destacamento e morte de células epiteliais. East-1 enterotoxina termoestável que induz ao aumento de cGMP. biofilme EAEC apresenta 3 estágios para a sua patogênese 1 adesão inicial à mucosa intestinal e à monocamada de muco 2 indução de produção de muco, seguido de formação de biofilme sobre a superfície da mucosa 3 desencadeamento de um processo inflamatório com liberação de citocinas o qual resulta em danos à mucosa e secreção intestinal. O hospedeiro pode sofre subnutrição pode ser incapaz de reparar os danos e tender a desenvolver a síndrome da diarreia persistente. E. coli de aderência difusa (DAEC) Elas são também conhecidas como E. coli que adere difusamente ou destacadora de células. Seu papel na doença diarreica, sobretudo em crianças menores, não é completamente compreendido e é de alguma forma, controverso, com alguns estudos relatando a não associação com a diarreia Cepas do DAEC induzem mudanças morfológicas nas células HeLa E. coli de aderência difusa (DAEC) (5) O DAEC interage com células indiferenciadas através do reconhecimento de DAF por adesinas Afa/Drseguido de invasão da célula hospedeira. DAEC sobrevive dentro de um grande vacúolo e se espalha para outras células epiteliais após apoptose celular hospedeira (1)A infecção começa pela interação bacteriana com células epiteliais totalmente diferenciadas através do reconhecimento bacteriano. (2) O DAEC interfere nas vias de sinalização celular hospedeira envolvendo proteína tyrosine quinases(s), fosfolilipase Cγ, fosphatidylinositol 3-kinase (PI3 kinase) e proteína quinase C, seguido por um aumento de Ca2+ na célula hospedeira. O aumento do Ca2+ na célula hospedeira induz rearranjos de proteínas f-actina associadas à borda da escova e proteínas citosqueléticas villin, o que resulta na perda do microvilli celular epitelial. (3)Mudanças na distribuição de proteínas associadas à junção apertada levam à permeabilidade paracelular. (4) Vias de sinalização dependentes da quinase MAP ativadas induzem a secreção de citocinas, tais como IL-8, TNF-α e IL-1β, causando uma regulação do DAF e do principal complexo de histocompatibilidade (MHC) classe I gene a cadeia A. E. Coli (Revisão) Grupo patogênico E. coli enteropatogênica EPEC E. coli enterotoxigênica ETEC E. coli entero-hemorrágica EHEC E. coli enteroinvasiva EIEC E. coli enteroagregativa EAEC E. coli de aderência difusa DAEC Salmonella Salmonella pode colonizar praticamente todos os animais, incluindo aves, répteis, gado, roedores, animais domésticos, pássaros e humanos. Em homenagem a Daniel Salmon, o qual isolou o microrganismo conhecido como Salmonella enterica sorovar Choleraesuis de suínos. As salmonelas pertencem à família Enterobacteriaceae, sendo que, morfologicamente, são bastonetes Gram negativos, geralmente móveis, capazes de formar ácido e, na maioria das vezes, gás a partir da glicose, em geral produzem H2S. A maioria das salmonelas de interesse clínico não fermenta lactose. Meio Agar MacConkey Salmonella - classificação De acordo com o Centro de Colaboração da OMS para a Referência e Pesquisa em Salmonella do Instituto Pasteur (França), que define e atualiza a classificação deste género tendo por base o esquema de Kauffmann-White, o gênero Salmonella está dividido molecularmente e, de acordo com o conhecimento taxonômico atual, em duas espécies: Salmonella entérica e Salmonella bongori S. enterica pode ser divida em seis subespécies de acordo com características bioquímicas, antigénicas e filogenia do genoma: S. enterica subsp. enterica, S. enterica subsp. salamae, S. enterica subsp. arizonae, S. enterica subsp. diarizonae, S. enterica subsp. houtenae e S. enterica subsp. Indica Com base no antígeno O estão classificados 2.557 serovars (ou sorotipos) quando as estirpes diferem no antígeno O (LPS) e H (flagelo) subespécies Serovars (sorotipos) 99% Salmonella S. enterica S. bongori Enterica Salamae Arizonae Diarizonae Houtenae Indica Salmonella - habitat Altamente adaptado ao homem Altamente adaptadas aos animais atingem indiferentemente o homem e os animais incluindo S. Typhi e S. Paratyphi A, B e C, agentes da febre entérica (febres tifoide e paratifoide) S. Dublin (bovinos), S. Choleraesuis e S. Typhisuis (suínos), S. Abortusequi (equinos), S. Pullorum e S. Gallinarum (aves), responsáveis pelo paratifo dos animais salmonelas zoonóticas Serovars (sorotipos) subespécies Salmonella S. enterica S. bongori Enterica Salamae Arizonae Diarizonae Houtenae Indica S. subterranea A Salmonella spp. é eliminada em grande número nas fezes, contaminando o solo e a água. A sobrevida no meio ambiente pode ser muito longa, em particular na matéria orgânica. Pode permanecer viável no material fecal por longo período (anos), particularmente em fezes secas, podendo resistir: mais de 28 meses nas fezes de aves, 30 meses no estrume bovino, 280 dias no solo cultivado e 120 dias na pastagem, sendo ainda encontrada em efluentes de água de esgoto, como resultado de contaminação fecal. Salmonella Os produtos agrícolas não processados, como hortaliças e frutas, e os alimentos de origem animal, como as carnes cruas, o leite e os ovos são veículos frequentes de salmonelas Salmonella – Salmonelose (Doenças Clínicas) Existem quatro formas de infecção por Salmonella: Gastroenterite O quadro clínico humano pode variar com fezes diarreicas de características aquosas, semelhante à diarreia colérica, a fezes consistentes com sangue oculto, ou visível, e muco. Septicemia Todas as espécies de Salmonella podem causar bacteremia, porém infecções causadas por Salmonella Typhi, Salmonella Paratyphi e Salmonella Choleraesuis geralmente levam a uma fase de bacteremia. O risco de bacteremia por Salmonella é elevado em pacientes pediátricos, geriátricos e em imunocomprometidos (infecções causadas por HIV, doença falciforme, imunodeficiências congênitas). Febre Entérica Salmonella Typhi produz uma doença febril chamada febre tifoide. Uma forma mais branda da doença, referida como febre paratifoide, é causada pela Salmonella Paratyphi A, outros sorotipos de Salmonella raramente produzem uma síndrome similar. As bactérias engolfadas pelos macrófagos, onde se multiplicam depois de transportadas para o fígado, baço e para a medula óssea. os pacientes gradualmente experimentam febre crescente com complicações não específicas de dores de cabeça, mialgias, mal-estar e anorexia. Colonização assintomática As cepas de Salmonella responsáveis pela febre tifoide e paratifoide pode apresentar em uma colonização crônica em menos de 1% dos pacientes e não representa uma fonte importante de infecção humana. Salmonella “Mary tifoide” Mary Mallon em 1907 foi identificada pelo serviço de saúde pública de Nova York como capaz de portar em seu organismo a bactéria Salmonella typhi sem, contudo, apresentar sinais ou sintomas da temida febre tifóide. Mary Mallon trabalhava como cozinheira e, segundo a autora, era detentora de excelentes referências. Não parecia ter dificuldades em empregar-se em residências de famílias da classe alta. Seus pudins eram famosos. Porém, Mary parecia trazer doença e, por vezes, morte às famílias que a empregavam. Entre 1900 e 1907, pelo menos 22 casos de febre tifóide foram associados à ingestão de alimentos por ela preparados. Febre tifoide e paratifoide Caracterizada clinicamente por febre alta, cefaleia, diarreia e dor abdominal, falta de apetite, bradicardia relativa (dissociação pulso-temperatura), esplenomegalia, manchas rosadas no tronco (roséolas tíficas), e tosse seca. Está associada a baixos níveis socioeconômicos, relacionando-se, principalmente, com precárias condições de saneamento e de higiene pessoal e ambiental. Mundialmente estima-se, anualmente, a ocorrência de 12 a 33 milhões de casos de febre tifoide que ocasiona 600 mil mortes, com a maioria das notificações ocorrendo em países da Ásia (60%) e Africa (35%), onde se apresenta de forma endêmica, com epidemias esporádicas. No Brasil, todas as regiões registram casos, com índices maiores nos estados do Norte e Nordeste brasileiro Em países desenvolvidos, os casos verificados são geralmente "importados" por meio de indivíduos que viajam aos países onde ocorre a doença. São doenças fatais causadas pelo sorotipo de Salmonella enterica subsp. enterica sorotipo Typhi e Paratyphi, respectivamente. A presença de fatores de virulência, codificado por genes presentes nos microrganismos patogênicos, proporciona a aptidão de determinadas bactérias em provocar doenças Febre tifoide e paratifoide - fator de virulência é um antígeno de superfície que parece recobrir o antígeno O, não permitindo a sua aglutinação. É termolábil. Salmonella – patogêneses Após a ingestão e passagem pelo estômago, a Salmonella adere à mucosa do intestino delgado e invade as células M (microvilosidades) As bactérias permanecem em um vacúolo endocítico, onde se multiplicam e podem ser transportadas através do citoplasma, sendo liberadas na circulação sanguínea ou linfática A regulação da aderência, engolfamentopela membrana e multiplicação são controlados basicamente por dois grandes grupos de genes (ilhas de patogenicidade I e II) no cromossomo bacteriano A ilha de patogenicidade I codifica as proteínas de invasão secretadas por Salmonella (Ssps) e um sistema de secreção tipo III que injeta as proteínas na célula hospedeira A ilha de patogenicidade II contém os genes que permitem que a bactéria escape da resposta imune do hospedeiro e codifica um segundo sistema de secreção tipo III para esta função. A resposta inflamatória restringe a infecção ao trato GI, medeia a liberação de prostaglandinas, estimula o AMPc e ativa a secreção de fluidos Célula M que se encontra sobre as Placas de Peyer ou Conglomerados Linfonodulares Ileais são agregados de nódulos linfáticos que constituem um componente principal do tecido linfático associado ao intestino Febre tifoide e paratifoide - aspecto clinico Período invasivo ou inicial: após um período de incubação de 7 a 21 dias, sintomas inespecíficos como febre, calafrios, cefaleia, astenia e tosse seca vão aumentando de intensidade progressivamente, acarretando febre alta, prostração e calafrios, mais constantes ao final da primeira semana. Nessa fase a hemocultura é geralmente positiva https://www.youtube.com/watch?v=5s1GgV9bMUQ Período de estado: na segunda semana de doença, a febre atinge um platô e se faz acompanhar de astenia intensa, ou mesmo, torpor. O nível de consciência pode se alterar, havendo delírios e indiferença ao ambiente (typhus). Pode-se observar a presença da dissociação pulso-temperatura (frequência de pulso normal em presença de febre elevada), hepatoesplenomegalia, dor abdominal difusa ou localizada em quadrante inferior direito. Poderá haver diarreia, sobretudo em crianças, sendo frequente, entretanto, a constipação intestinal. Em alguns doentes, nota-se o surgimento de exantema em ombros, tórax e abdome, raramente envolvendo os membros. São máculas ou lesões pápulo-eritematosas, com cerca de 1 a 5mm de diâmetro, que desaparecem à vitropressão (roséolas tíficas). Tais lesões são mais facilmente visíveis em pessoas de pele clara, podendo passar despercebidas em pessoas de pele escura. Febre tifoide e paratifoide - aspecto clinico Nessa fase, a coprocultura é o principal exame de laboratório para a confirmação do diagnóstico, e a reação de Widal poderá evidenciar a produção de anticorpos. https://www.youtube.com/watch?v=rEiw_ubPcV8 Período de declínio: nos casos de evolução favorável, observa-se, durante e após a quarta semana de doença, uma melhora gradual dos sintomas e o desaparecimento da febre. Entretanto, deve-se estar atento a complicações como trombose femoral, abscessos ósseos e recorrência da doença. Período de convalescença: nessa fase, o doente mostra-se emagrecido e extremamente fraco, adinâmico, podendo haver descamação da pele e queda de cabelos. Febre tifoide e paratifoide - aspecto clinico Lembrar!! E. coli Salmonella MacConkey Agar SS MacConkey EMB Identificação subtipos somente com provas sorológicas Lavf58.19.102
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