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2016
Primeiros socorros
Prof.ª Eliza Damiane Woloszyn Batista
Prof.ª Julia Mara dos Santos
Prof.ª Tathyane Lucas Simão
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof.ª Eliza Damiane Woloszyn Batista
Prof.ª Julia Mara dos Santos
Prof.ª Tathyane Lucas Simão
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
341.617
B333p 
Batista; Eliza Damiane Woloszyn
 Primeiros socorros / Eliza Damiane Woloszyn Batista; 
Tathyane Lucas Simão; Júlia Mara dos Santos: UNIASSELVI, 2016.
 
 208 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0044-6
 
 1.Segurança do Trabalho. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Impresso por:
III
APresentAção
Daremos início aos estudos da disciplina de Primeiros Socorros. Com 
este estudo, você, acadêmico, entenderá melhor os conceitos e os princípios 
voltados ao atendimento de vítimas de acidentes ou qualquer outro mal 
súbito.
Os acidentes são acontecimentos que ocorrem inesperadamente e que 
devemos estar preparados para realizar os primeiros atendimentos à vítima. 
Realizar esse atendimento de forma adequada implica, em muitos casos, 
salvar vidas.
É nítida a importância do primeiro atendimento e aplicação dos 
primeiros socorros. Em países desenvolvidos, a população participa e se 
preocupa em aprender e difundir esses conceitos.
Com o objetivo de difundir e melhorar a compreensão sobre os 
primeiros socorros, você estudará, nesta disciplina, os conceitos básicos dos 
primeiros socorros e suas aplicações.
Na primeira unidade, você estudará sobre os socorros de urgência 
e suporte da vida, transporte de acidentados, aspectos legais de primeiros 
socorros, funções e sinais vitais do corpo humano e atendimentos de 
emergência.
Na segunda unidade, você encontrará informações sobre emergências 
clínicas respiratórias e circulatórias, emergências clínicas gerais, alterações 
mentais e primeiros socorros em emergências traumáticas.
Na terceira unidade, você terá conhecimentos sobre os primeiros 
socorros em casos de choque elétrico, queimaduras, envenenamento e 
intoxicações.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
V
VI
VII
sumário
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO .................................................1
TÓPICO 1 – SOCORROS DE URGÊNCIA E SUPORTE DA VIDA ..............................................3
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................3
2 PRIMEIROS SOCORROS ....................................................................................................................3
3 REGRAS BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS ........................................................................5
4 ATENDIMENTO INICIAL: EQUIPE ESPECIALIZADA ...............................................................6
4.1 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ................................................................................................................6
4.2 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA .........................................................................................................8
4.3 REGRAS GERAIS PARA ATENDIMENTO INICIAL .................................................................10
4.4 USO DE EPIs ......................................................................................................................................11
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................................12
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................13
TÓPICO 2 – TRANSPORTE DE ACIDENTADOS ............................................................................15
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................15
2 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM PRIMEIROS SOCORROS .................................................15
2.1 CORPO DE BOMBEIROS ................................................................................................................16
2.2 POLÍCIA MILITAR ...........................................................................................................................16
2.3 SAMU - SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA ..........................................17
2.4 POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL ..............................................................................................18
2.5 DEFESA CIVIL ..................................................................................................................................18
2.6 ATENDIMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS POR INTOXICAÇÃO ...................................19
3 ETAPAS BÁSICAS DE SERVIÇO ESPECILIAZADO ....................................................................19
3.1 ORIENTAÇÕES PARA CONTROLE DA SITUAÇÃO ................................................................20
3.2 PROTEÇÃO À VÍTIMA ...................................................................................................................20
3.3 AVALIAÇÃO DE CABEÇA .............................................................................................................21
3.4 FRATURAS DE PESCOÇO E COLUNA VERTEBRAL ...............................................................22
4 ORIENTAÇÕES PARA TRANSPORTE ............................................................................................23
5 FUNDAMENTOS DO SOCORRO: FRATURAS E TRAUMAS ...................................................24
5.1 LESÃO DE TÓRAX E MEMBROS ..................................................................................................24
5.2 FRATURA NAS COSTELAS ...........................................................................................................25
5.3 TÓRAX INSTÁVEL ..........................................................................................................................25
5.3.1 Contusão pulmonar .................................................................................................................265.3.2 Pneumotórax hipertensivo .....................................................................................................26
5.3.3 Pneumotórax aberto.................................................................................................................26
5.3.4 Contusão cardíaca ....................................................................................................................26
5.4 EXAME DA VÍTIMA INCONSCIENTE ........................................................................................27
5.4.1 Respiração artificial ..................................................................................................................27
6 O CORPO HUMANO EM EMERGÊNCIAS BÁSICAS .................................................................29
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................................30
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................31
VIII
TÓPICO 3 – ASPECTOS LEGAIS DE PRIMEIROS SOCORROS ..................................................33
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................33
2 LEIS DA CONSTITUIÇÃO EM PRIMEIROS SOCORROS .........................................................33
2.1 OMISSÃO DE SOCORRO ...............................................................................................................33
2.2 DIREITOS DA VÍTIMA ....................................................................................................................34
2.3 CASOS DE NEGLIGÊNCIA ............................................................................................................35
2.4 DIREITO DE SIGILO ........................................................................................................................35
3 SEGURO DE ACIDENTES DE TRABALHO ...................................................................................36
3.1 LEGISLAÇÃO VIGENTE ................................................................................................................36
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................................37
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................38
TÓPICO 4 – FUNÇÕES E SINAIS VITAIS DO CORPO HUMANO .............................................39
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................39
2 FUNÇÕES VITAIS DO CORPO HUMANO ....................................................................................40
2.1 RINS ....................................................................................................................................................40
2.2 APARELHO DIGESTIVO ................................................................................................................40
2.3 FÍGADO .............................................................................................................................................40
2.4 PULMÃO ...........................................................................................................................................41
2.5 CORAÇÃO .........................................................................................................................................41
2.6 SISTEMA NERVOSO CENTRAL ...................................................................................................41
3 SINAIS VITAIS ......................................................................................................................................41
3.1 TEMPERATURA CORPORAL ........................................................................................................41
3.2 PULSO ................................................................................................................................................42
3.3 RESPIRAÇÃO ....................................................................................................................................43
3.4 PRESSÃO ARTERIAL ......................................................................................................................43
3.5 PUPILAS ............................................................................................................................................44
3.6 COLORAÇÃO DA PELE .................................................................................................................44
3.7 ESTADO DE CONSCIÊNCIA .........................................................................................................44
3.8 CAPACIDADE DE MOVIMENTAÇÃO ........................................................................................45
4 PRINCÍPIOS DE REANIMAÇÃO ......................................................................................................45
RESUMO DO TÓPICO 4.........................................................................................................................46
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................47
TÓPICO 5 – ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA .........................................................................49
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................49
2 PARADA RESPIRATÓRIA ..................................................................................................................49
2.1 DEFINIR O ESTADO DE CONSCIÊNCIA DA VÍTIMA ............................................................50
2.2 POSICIONAR A VÍTIMA ................................................................................................................50
2.3 VERIFICAR SE A VÍTIMA ESTÁ RESPIRANDO ........................................................................50
2.4 REALIZAR A RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL ..................................................................................51
3 PARADA CARDÍACA ..........................................................................................................................51
3.1 INSTRUÇÕES PARA O SOCORRISTA .........................................................................................52
3.2 TÉCNICA DE COMPRESSÃO TORÁCICA .................................................................................52
3.3 COMPRESSÃO TORÁXICA EXTERNA .......................................................................................54
3.4 POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO .....................................................................................................54
3.5 COMPLICAÇÕES POR REALIZAÇÃO DE MANOBRAS INADEQUADAS .........................55
4 HEMORRAGIAS ...................................................................................................................................57
4.1 TIPOS DE HEMORRAGIAS ............................................................................................................57
4.1.1 Anatomia das hemorragias .....................................................................................................57
4.1.2 Hemorragia nasal (epistaxe) ...................................................................................................58
4.1.3 Hemorragia do conduto auditivo externo (otorragia) ........................................................58
4.1.4 Hemorragia dos pulmões (hemoptise) .................................................................................59
IX
4.1.5 Hemorragiado sistema digestivo (hematêmese) ................................................................59
4.1.6 Hemorragia intracraniana .......................................................................................................60
4.1.7 Hemorragia interna..................................................................................................................61
4.1.8 Melena ........................................................................................................................................61
4.2 MEDIDAS DE SOCORRO ...............................................................................................................62
4.3 TÉCNICAS PARA CONTROLES DA HEMORRAGIA...............................................................62
4.3.1 Técnica de compressão direta sobre o ferimento ................................................................62
4.3.2 Técnica da elevação do ponto de sangramento ...................................................................63
4.3.2 Técnica da compressão sobre os pontos arteriais ................................................................63
4.3.4 Técnica de torniquete...............................................................................................................64
5 ESTADO DE CHOQUE .......................................................................................................................65
5.1 CAUSAS DO ESTADO DE CHOQUE ...........................................................................................66
5.2 TRATAMENTO PARA O ESTADO DE CHOQUE ......................................................................67
6 CHOQUE ANAFILÁTICO ...................................................................................................................68
RESUMO DO TÓPICO 5.........................................................................................................................69
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................70
UNIDADE 2 – EMERGÊNCIAS CLÍNICAS .......................................................................................71
TÓPICO 1 – EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS E CIRCULATÓRIAS ..................73
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................73
2 EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS ..................................................................................................73
2.1 HIPERVENTILAÇÃO ......................................................................................................................74
2.2 ASMA .................................................................................................................................................75
2.3 INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA.................................................................................................77
2.4 EDEMA AGUDO DE PULMÃO .....................................................................................................79
3 EMERGÊNCIAS CIRCULATÓRIAS .................................................................................................80
3.1 ANGINA DE PEITO .........................................................................................................................81
3.2 ARRITMIAS CARDÍACAS ..............................................................................................................82
3.3 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ..........................................................................................83
3.4 CRISE HIPERTENSIVA....................................................................................................................85
3.5 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) ...............................................................................87
RESUMO DO TÓPICO 1.........................................................................................................................90
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................91
TÓPICO 2 – EMERGÊNCIAS CLÍNICAS GERAIS ...........................................................................93
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................93
2 CÓLICA RENAL ....................................................................................................................................93
3 DIABETES: COMA DIABÉTICO E HIPOGLICEMIA ...................................................................95
4 INSOLAÇÃO ..........................................................................................................................................97
5 EXAUSTÃO PELO CALOR .................................................................................................................98
6 CÃIBRAS DE CALOR ...........................................................................................................................98
7 DIARREIA ...............................................................................................................................................99
8 DESMAIO ...............................................................................................................................................100
RESUMO DO TÓPICO 2.........................................................................................................................103
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................104
TÓPICO 3 – ALTERAÇÕES MENTAIS ................................................................................................105
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................105
2 CONVULSÃO ........................................................................................................................................105
3 NEUROSE HISTÉRICA ........................................................................................................................107
4 ALCOOLISMO AGUDO ......................................................................................................................108
RESUMO DO TÓPICO 3.........................................................................................................................110
X
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................111
TÓPICO 4 – PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS ........................113
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................113
2 LESÕES TRAUMÁTICAS NOS OSSOS ..........................................................................................113
2.1 AMPUTAÇÕES .................................................................................................................................121
3 LESÕES TRAUMÁTICAS NOS MÚSCULOS .................................................................................122
4 LESÕES TRAUMÁTICAS NAS ARTICULAÇÕES ........................................................................122
4.1 AS ENTORSES ...................................................................................................................................123
4.2 AS LUXAÇÕES..................................................................................................................................124
5 LESÕES TRAUMÁTICAS NOS OLHOS ..........................................................................................1256 LESÕES TRAUMÁTICAS NA CABEÇA E NA COLUNA VERTEBRAL ..................................129
6.1 LESÕES NA CABEÇA......................................................................................................................129
6.2 LESÕES NA COLUNA VERTEBRAL ............................................................................................132
7 LESÃO TRAUMÁTICA NO TÓRAX ................................................................................................135
8 LESÃO TRAUMÁTICA DE ABDÔMEN ..........................................................................................136
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................................137
RESUMO DO TÓPICO 4.........................................................................................................................142
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................144
UNIDADE 3 – PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA ....................145
TÓPICO 1 – CHOQUE ELÉTRICO .......................................................................................................147
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................147
2 CHOQUE ELÉTRICO ............................................................................................................................147
RESUMO DO TÓPICO 1.........................................................................................................................152
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................153
TÓPICO 2 – PRIMEIROS SOCORROS PARA QUEIMADURAS ..................................................155
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................155
2 QUEIMADURAS ...................................................................................................................................155
3 FATORES DE RISCO ............................................................................................................................159
3.1 QUEIMADURAS TÉRMICAS .........................................................................................................160
3.2 QUEIMADURAS QUÍMICAS .........................................................................................................164
3.3 QUEIMADURAS POR ELETRICIDADE ......................................................................................167
3.4 QUEIMADURAS POR FRIO ...........................................................................................................171
3.5 QUEIMADURAS POR INALAÇÃO ..............................................................................................172
RESUMO DO TÓPICO 2.........................................................................................................................175
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................178
TÓPICO 3 – ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO .....................................................................179
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................179
2 INTOXICAÇÃO POR AGENTES NOCIVOS ..................................................................................179
2.1 INTOXICAÇÕES POR INGESTÃO ...............................................................................................180
2.2 INTOXICAÇÕES POR INALAÇÃO ..............................................................................................182
2.3 INTOXICAÇÕES POR CONTATO.................................................................................................183
2.4 INTOXICAÇÕES POR INJEÇÃO ...................................................................................................184
3 ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS .............................................184
3.1 OFIDISMO – ACIDENTE COM SERPENTES ..............................................................................185
3.2 ACIDENTES COM ESCORPIÕES ..................................................................................................191
3.3 ACIDENTES COM ARANHAS ......................................................................................................191
3.3.1 Phoneutria – Aranha-armadeira ..............................................................................................192
XI
3.3.2 Loxosceles – Aranha marrom ...................................................................................................192
3.3.3 Latrodectus - Viúva-negra ........................................................................................................193
3.4 ACIDENTE COM HIMENÓPTEROS ............................................................................................193
3.4.1 Apidae – Abelhas .......................................................................................................................193
3.4.2 Vespidae – Vespas ......................................................................................................................195
3.4.3 Formicidae – Formigas ..............................................................................................................196
3.5 ACIDENTES POR LEPIDÓPTEROS ..............................................................................................196
3.6 EMERGÊNCIA ESPECIAL: O CHOQUE ANAFILÁTICO ........................................................199
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................................201
RESUMO DO TÓPICO 3.........................................................................................................................203
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................................204
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................................................205
XII
1
UNIDADE 1
ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO 
SOCORRO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, o acadêmico estará apto a:
• conhecer as regras básicas para atendimento inicial de avaliação primária 
e secundária, assim como o uso de EPIs para o socorrista;
• compreender qual a responsabilidade dos serviços especializados, confor-
me a necessidade da vítima e orientações de transporte;
• obter conhecimento básico sobre os tipos de fraturas e traumas, ações para 
prevenção de lesões e procedimentos básicos para realização de respira-
ção artificial;
• conhecer os aspectos legais, as Leis segundo a Constituição Brasileira em 
primeiros socorros e os seguros em casos de acidente de trabalho;
• obter conhecimento básico sobre as funções vitais do corpo humano.
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. Em cada um deles você 
encontrará atividades que o auxiliarão a fixar os conhecimentos abordados.
TÓPICO 1 – SOCORROS DE URGÊNCIA E SUPORTE DA VIDA
TÓPICO 2 – TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
TÓPICO 3 – ASPECTOS LEGAIS DE PRIMEIROS SOCORROS
TÓPICO 4 – FUNÇÕES E SINAIS VITAIS DO CORPO HUMANO
TÓPICO 5 – ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
SOCORROS DE URGÊNCIA E 
SUPORTE DA VIDA
1 INTRODUÇÃO
Esta unidade tem como objetivo apresentar um conhecimento geral de 
primeiros socorros, as técnicas e os procedimentosdescritos foram pesquisados 
em materiais atualizados e coerentes com a medicina brasileira.
O ensino de técnicas ao suporte básico da vida tem relevante importância 
para nosso país, pois os índices de mortalidade e as consequências dos acidentes 
são elevados, e a maioria da população não é preparada para ações de prevenção 
de acidentes ou para a prestação de socorro adequado ao nível pré-hospitalar.
Como podemos prestar os primeiros socorros? Seguindo as orientações 
contidas neste Caderno de Estudos, qualquer pessoa terá condições de ajudar em 
uma situação de emergência. No entanto, é importante lembrar que este básico 
conhecimento não o torna um socorrista profissional.
Muitas pessoas que se deparam com uma situação de emergência e prestam 
atendimento, têm medo de fazer alguma coisa errada e gerar consequências legais 
com base nessa atitude.
É importante ressaltar que é necessária a participação em um treinamento 
atualizado prático de primeiros socorros, com profissionais capacitados, pois 
somente a leitura de materiais sobre esse assunto não lhe dará condições 
fundamentais para um pronto atendimento a uma vítima. 
A definição de primeiros socorros é determinada por um conjunto de 
procedimentos de emergência, que são aplicados às vítimas no momento em que 
sofreram um acidente, mal-estar ou quando se encontram em perigo de vida. 
Estas ações têm a finalidade de preservar e manter os sinais vitais, dentro 
dos padrões da normalidade, evitando o agravamento da situação em que a pessoa 
se encontra. 
2 PRIMEIROS SOCORROS
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
4
A execução dos procedimentos pode ser de forma individual ou coletiva, 
conforme a análise das limitações encontradas para auxiliar o acidentado, até que 
o atendimento especializado esteja no local para prestar uma assistência mais 
detalhada e definitiva.
De acordo com Vendrame (2013), os procedimentos de primeiros socorros 
têm como principal objetivo afastar a vítima do perigo imediato, prevenindo 
consequências maiores e encaminhando para a assistência médica. 
As ações de primeiros socorros deverão ser executadas. No caso em que a 
vítima não tiver condições físicas e psicológicas de cuidar de si própria, o socorrista 
deverá prestar um primeiro atendimento e, em seguida, acionar o atendimento 
especializado.
A correta aplicação das etapas de ressuscitação cardiopulmonar (vias aéreas, 
respiração artificial e compressão torácica externa) e o controle das hemorragias de 
uma vítima podem sustentar a vida da pessoa até a sua recuperação básica, para 
ser transportada para uma unidade hospitalar. 
O profissional qualificado para realizar um atendimento de emergência é 
denominado de socorrista, deve possuir uma formação técnica e equipamentos 
especiais. Alguns conhecimentos simples, muitas vezes, amenizam as dores, 
evitam problemas sérios futuros e podem salvar vidas.
FIGURA 1 - PRIMEIROS SOCORROS
FONTE: Disponível em: <http://www.prevencaonline.net/2011/06/primeiros-
socorros-o-que-e-importancia.html>. Acesso em: 12 jan. 2016.
TÓPICO 1 | SOCORROS DE URGÊNCIA E SUPORTE DA VIDA
5
As ações de primeiros socorros são muito importantes, seja nos setores 
industriais, acidentes de trânsitos ou domésticos, a pessoa responsável pelo 
atendimento deve ter um conhecimento básico sobre os procedimentos a serem 
realizados para prestar os primeiros socorros.
É importante sempre conhecer o histórico do acidente, solicitar um resgate 
especializado enquanto os procedimentos básicos são executados, sinalizar e isolar 
o local do acidente. Em casos de emergência, é necessário manter-se paciente e estar 
consciente que a prestação de primeiros socorros não dispensa o acompanhamento 
especializado.
Também deve-se avaliar se há condições seguras o suficiente para 
a prestação do socorro sem riscos, tanto para a vítima quanto para o socorrista e 
demais pessoas que estiverem em volta do acidente. 
3 REGRAS BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS
Para realizar as práticas de primeiros socorros, de forma adequada, é 
necessário ter calma e conquistar a confiança da vítima que está sendo atendida.
É indicado: evitar perguntas desnecessárias, que possam causar sentimentos 
fortes na vítima; ter criatividade para aproveitar os utensílios que estejam à 
disposição.
Segundo Vendrame (2013), todo estabelecimento deve ter uma caixa 
equipada com materiais necessários para a prestação dos primeiros socorros, 
e esse material deverá ser guardado em local adequado e conter alguns itens 
básicos, como:
• Material para curativos e imobilizações: água oxigenada, mercúrio cromo, 
merthiolate, éter, gaze estéril (compressas e assaduras), algodão, atadura de 
crepe, esparadrapo.
• Instrumental: tesoura, pinça anatômica, pinça dente de alho, bisturi ou lâmina 
de barbear, caixa pequena de sutura.
• Medicamentos básicos.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
6
FIGURA 2 - EXEMPLO DE CAIXAS DE PRIMEIROS SOCORROS
FONTE: Disponível em: <http://www.casaemcaixa.com.br/maleta-primeiros-
socorros>. Acesso em: 30 jun. 2016.
4 ATENDIMENTO INICIAL: EQUIPE ESPECIALIZADA
4.1 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
Avaliação primária é sempre o primeiro passo do socorrista, após a 
verificação das condições de segurança do local do acidente, o socorrista deve 
proceder a análise das condições clínicas que possam resultar no risco eminente 
da vida, como:
• Permeabilidade das vias respiratórias.
• Estabilização cervical.
• Respiração eficiente.
Durante o procedimento de socorrer um acidentado é importante 
cumprir uma sequência padronizada e corrigir, no mesmo instante, os problemas 
encontrados que possam vir a comprometer a vida da vítima.
 
O atendimento especializado inicial da vítima segue uma ordem cronológica, 
como avaliação da permeabilidade das vias aéreas, avaliação ventilatória, avaliação 
circulatória, avaliação neurológica e exame clínico.
A avaliação da vítima é dividida em dois momentos principais: avaliação 
primária e avaliação secundária.
TÓPICO 1 | SOCORROS DE URGÊNCIA E SUPORTE DA VIDA
7
• Constância da circulação.
• Controle de sangramentos externos. 
Esta fase de avaliação deverá ser completada em, no máximo 45 segundos, 
sendo que as ações de suporte básico à vida são iniciadas nesta etapa. 
Deverá ser realizado um exame, que consiste no tratamento das lesões que 
não comprometem a vida da pessoa. Na Figura 3 são apresentadas as etapas para 
a realização da avaliação primária.
FIGURA 3 - FLUXOGRAMA DA AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
FONTE: Fernandes e Silva (2007)
Os principais problemas que podem ameaçar a vida da vítima, por ordem 
de importância, são:
• Vias aéreas: estão obstruídas? (Avaliar pela língua ou corpo estranho).
• Respiração: existe respiração adequada?
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
8
4.2 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Na avaliação secundária, o socorrista deve procurar identificar os 
ferimentos e a deficiência, além de checar os sinais vitais, conhecer o histórico da 
vítima através de uma breve entrevista. 
Esta avaliação objetiva os recursos necessários para que o socorrista possa 
tomar a decisão correta dos cuidados à vítima. Pode ser definida como um processo 
ordenado, para constatar lesões ou problemas médicos. 
FIGURA 4 - SOCORRISTA REALIZANDO AVALIAÇÃO NA VÍTIMA
FONTE: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=k_VffoxPTEE>. 
Acesso em: 14 mar. 2016.
A experiência universal indica que um grande número de pessoas que 
falecem em decorrência de traumatismo ou mal súbito poderiam ser salvas. As 
ações para recuperação desses acidentados crescem em relação à rapidez com que 
estas emergências e urgências são reconhecidas e adequadamente tratadas.
A avaliação secundária é classificada em três características diferentes, 
sendo elas:
• Circulação: existe pulso para indicarque está circulando sangue? Existe algum 
sangramento grave?
O objetivo da avaliação primária compreende a análise e a correção 
imediata das falhas no sistema respiratório e/ou cardiovascular, que representem 
o risco imediato de vida ao vitimado. 
TÓPICO 1 | SOCORROS DE URGÊNCIA E SUPORTE DA VIDA
9
• Entrevista com a vítima ou testemunhas: o socorrista se comunica com a vítima 
ou testemunhas, buscando obter informações sobre o tipo de lesão, enfermidades 
ou dores existentes, assim como demais fatos relevantes.
• Conferência dos sinais vitais: avaliar a respiração, o pulso, a pressão arterial e se 
a temperatura está compatível com a pele.
• Exame padronizado da cabeça aos pés: exame e inspeção visual realizada pelo 
socorrista, de forma ordenada e sistemática, tentando identificar na vítima sinais 
de lesões ou problemas físicos. 
Os socorros de urgência, ou primeiros socorros, podem ser também 
conceituados como atendimento prestado às vítimas de qualquer acidente ou mal 
súbito antes da chegada dos profissionais especializados.
O socorrista deverá determinar um contato com a vítima consciente, avaliar 
e, posteriormente, explicar os movimentos pretendidos, de forma a transmitir 
segurança e tranquilidade à vítima.
No caso em que a vítima estiver inconsciente, deve questionar as 
testemunhas e/ou familiares, procurando identificar informações relevantes sobre 
o acidente que aconteceu no local.
Após a avaliação do local e certificar-se das condições de segurança, o 
socorrista deverá verificar as lesões mais visíveis e buscar na vítima alguma 
identificação médica de alerta.
É orientado que o socorrista entreviste a vítima, utilizando algumas 
perguntas-chave:
• Nome e idade (se é menor de idade, entrar em contato com os pais ou um adulto 
conhecido).
• Descrição do fato sobre o que aconteceu (identificar a natureza da lesão ou doença).
• Se a ocorrência já aconteceu em outros momentos.
• Há algum outro problema ou enfermidade atual.
• A vítima está em tratamento médico.
• É alérgico a algum medicamento ou alimento.
• Ingeriu algum tipo de droga ou alimento.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
10
4.3 REGRAS GERAIS PARA ATENDIMENTO INICIAL
Existem normas gerais de atendimento que são úteis, pois fornecem uma 
orientação com relação às condições que precisam ser identificadas e tratadas, 
conforme a prioridade.
A preferência no atendimento é determinada pela gravidade, se há risco 
de vida imediato e o que acompanha tais condições, pois o objetivo inicial do 
atendimento é o de preservação da vida.
Na atuação correta do socorrista, é importante manter a calma, sendo 
recomendada para o socorrista uma sequência de ações:
• Manter a calma: pare e pense, não faça nada por instinto ou por impulso.
• Garantir a segurança.
• Pedir socorro, conforme necessidade de atendimento especializado.
• Controlar a situação e isolar a área.
• Fazer uma análise da situação das vítimas, avaliando a gravidade geral do acidente.
• Realizar algumas intervenções de apoio às vítimas.
Para se obter sucesso nos atendimentos é necessário que os conhecimentos 
de suporte básico da vida e as técnicas, atualmente disponíveis para o atendimento 
destas condições, sejam corretamente aplicados em seus portadores, desde o local 
onde ocorreu o acidente, durante o transporte, e até a chegada da vítima nas 
unidades hospitalares.
Segundo os autores Fernandes e Silva (2007), destacam algumas regras 
básicas de primeiros socorros, como:
• Realizar uma rápida avaliação da vítima.
• Não movimentar a vítima desnecessariamente, nem permitir que ela se 
movimente bruscamente.
• Impedir aglomerações em torno do local de atendimento.
• Não oferecer líquidos, alimentos ou medicamentos sem indicação médica.
• Aliviar as condições que ameaçam a vida ou que possam agravar o quadro da 
vítima com a utilização de técnicas simples.
TÓPICO 1 | SOCORROS DE URGÊNCIA E SUPORTE DA VIDA
11
No atendimento aos primeiros socorros, são destinados alguns 
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) como um recurso, que tem por objetivo 
a proteção da integridade física do socorrista durante a realização das atividades 
que apresentam riscos potenciais.
Os principais EPIs são as luvas de látex descartáveis, óculos e máscaras 
faciais de proteção e as próprias roupas dos socorristas. Recomenda-se, no 
atendimento inicial à vítima, que o socorrista execute rotinas de segurança, dentre 
as quais destacamos:
1. Use sempre EPIs.
2. Avalie constantemente as condições de funcionamento dos seus materiais.
3. Higienize constantemente todos os EPIs e materiais básicos após o uso, para 
evitar contaminação.
4. Antes e após cada atendimento, lave bem as mãos com água abundante e sabão.
4.4 USO DE EPIs
• Acionar corretamente um serviço de emergência local.
• Afrouxar as roupas e os sapatos da vítima.
• Oferecer apoio emocional.
12
Neste tópico, vimos que:
• É necessária a atualização de treinamentos teóricos e práticos de primeiros 
socorros, com profissionais capacitados.
• O conceito de primeiros socorros é definido como um conjunto de procedimentos 
de emergência que são utilizados em vítimas de acidentes.
• A utilização correta dos procedimentos de primeiros socorros tem a finalidade 
de proteger a vítima do risco imediato e de maiores consequências.
• É importante conhecer o histórico dos fatos do acidente e solicitar um resgate 
especializado, ao mesmo tempo em que os procedimentos básicos são realizados.
• A avaliação da vítima é dividida em dois estados principais: avaliação primária 
e avaliação secundária.
• A avaliação da prioridade de atendimento é definida pela gravidade de risco de 
vida do acidentado.
• Durante o atendimento de primeiros socorros são necessários Equipamentos de 
Proteção Individual (EPI), como uma proteção da integridade física do socorrista, 
durante a realização das atividades.
RESUMO DO TÓPICO 1
13
1 Qual a definição de primeiros socorros? Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) São medidas aplicadas somente às vítimas de acidente de trânsito.
b) ( ) É um conjunto de procedimentos de emergência, que são aplicados 
às vítimas no momento em que sofreram um acidente, mal-estar ou 
quando se encontram em perigo de vida.
c) ( ) São todas as iniciativas tomadas em caso de acidente que ocorrem dentro 
de uma empresa. 
2 Quais recursos básicos são necessários para a prestação dos procedimentos 
de primeiros socorros em um estabelecimento?
3 A avaliação da vítima é dividida em dois momentos principais. Assinale a 
alternativa que apresenta estes dois momentos:
a) ( ) Avaliação primária e avaliação secundária.
b) ( ) Avaliação inicial e final.
c) ( ) Urgência e Emergência. 
4 Por ordem de importância, quais os principais procedimentos quando a vida 
da vítima está ameaçada?
AUTOATIVIDADE
14
15
TÓPICO 2
TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
2 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM PRIMEIROS 
SOCORROS
Para prestar atendimento e serviço especializado em primeiros socorros, 
existem instituições e setores governamentais especializados em cuidar das 
vítimas em situações de emergência. Em caso de acidentes, esses setores devem 
ser acionados, mesmo que os primeiros socorros estejam sendo realizados. 
Deixar de oferecer socorro indica não conceder assistência primária à vítima. 
O momento em que o indivíduo solicita a equipe especializada para socorrer conta 
como o início aos primeiros socorros. 
Quando acontecer algum acidente e o envolvido não solicitar ou promover 
socorro à vítima, mesmo tendo condições de fazer, está praticando um crime 
de omissão de socorro, previsto em lei penal, ainda que o indivíduo não seja o 
causador do acidente.
Segundo orientações de Fernandes e Silva (2007), o socorrosolicitado pelo 
telefone necessita de informações importantes que possam agilizar o atendimento 
com a chegada da equipe de paramédicos.
Algumas informações devem ser fornecidas pelo socorrista, que deve estar 
atento e fazer a seguinte análise:
• O tipo de acidente (carro, motocicleta, colisão ou atropelamento).
• Gravidade aparente do acidente.
• Nome da rua, número e ponto de referência próximo.
• Número próximo de pessoas envolvidas.
• Se existem pessoas presas nas ferragens.
• Vazamento de combustível ou produtos químicos.
• Ônibus ou caminhões envolvidos.
Após o socorrista realizar procedimento e ações de primeiros socorros, as 
vítimas devem passar por uma avaliação médica e realizar exames, para descartar 
possíveis sequelas e também para facilitar a recuperação plena da vítima. 
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
16
A seguir, serão apresentados alguns serviços especializados e a 
responsabilidade específica para cada atendimento.
2.1 CORPO DE BOMBEIROS
2.2 POLÍCIA MILITAR
Este serviço deverá ser solicitado em situações de emergência, incêndios 
em residências, indústrias e no trânsito, no resgate de vítimas, quando não é 
permissível proceder com os primeiros socorros.
Estes profissionais são responsáveis por efetuar o transporte da(s) vítima(s) 
até uma unidade de saúde especializada, conforme o caso específico de cada acidente.
Os profissionais da Polícia Militar são responsáveis por realizar 
atendimento inicial, caso seja o primeiro serviço especializado a chegar no local 
em que aconteceu o acidente. 
Uma das ações a ser realizada para manter a ordem do fluxo do trânsito 
e dos indivíduos que estão analisando o acidente, é o de investigar o cenário do 
acidente e, conforme as circunstâncias, realizar o transporte das vítimas.
FIGURA 5 - VIATURA CORPO DE BOMBEIROS
FONTE: Disponível em: <http://www.portaldafeira.com.br/corpo-de-bombeiros-
militar-da-bahia-tem-primeiro-comandante-depois-da-emancipacao/>. Acesso em: 18 
jan. 2016.
TÓPICO 2 | TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
17
2.3 SAMU - SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA
É um serviço específico de atendimentos de urgência, fundado por uma 
portaria do Ministério da Saúde, e administrado pela Secretaria de Saúde de 
cada estado ou município. 
Desempenha uma atividade de atendimento às vítimas de acidentes e 
situação-clínica, que precisam de acompanhamento, prestando atendimento 
precedente no próprio local ou dentro de ambulâncias.
Posteriormente, a vítima deverá ser transportada, no veículo apropriado, 
até um hospital de pronto atendimento ou uma unidade de saúde mais próxima 
do local do acidente.
FIGURA 6 - VIATURA POLÍCIA MILITAR
FONTE: Disponível em: <http://www.crismenegon.com.br/portal/politica.html>. 
Acesso em: 18 jan. 2016.
FIGURA 7 - VIATURA SAMU
FONTE: Disponível em: <http://www.patos.pb.gov.br/noticias/saude-a262.html>. 
Acesso em: 18 jan. 2016.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
18
2.4 POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL
2.5 DEFESA CIVIL
Nos casos em que acontecerem acidentes de trânsito em rodovias mais 
isoladas de grandes centros urbanos, é aconselhável solicitar o serviço da Polícia 
Rodoviária Federal.
Quando se tratar de um acidente de trânsito, a PRF será o serviço de 
socorro especializado que, provavelmente estará mais próxima da ocorrência, 
pois é responsável por administrar o bom andamento do fluxo em rodovias 
nacionais.
É uma instituição que atende em todo o território nacional, sendo 
responsável por planejar, executar e acompanhar ações de prevenções de 
acidentes e acidentes naturais ou de grandes dimensões e serviços de resposta a 
essas situações.
Ações de contenção de desastres naturais, como providências de 
transferência das pessoas envolvidas, em áreas de situações de risco, como 
desmoronamentos, deslizamentos e alagamentos.
FIGURA 8 - VIATURA DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL
FONTE: Disponível em: <http://silvanalves.com.br/site>. Acesso em: 18 jun. 2016.
TÓPICO 2 | TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
19
3 ETAPAS BÁSICAS DE SERVIÇO ESPECILIAZADO
2.6 ATENDIMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS POR 
INTOXICAÇÃO
O atendimento aos casos de intoxicação é um serviço prestado pela Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma agência associada ao Ministério 
da Saúde, e tem a finalidade de controlar e sistematizar a área sanitária de serviços 
e produtos.
A prioridade será nos casos de atendimento às ocorrências, compreendendo 
os casos de intoxicações dos mais diversos tipos, sendo os casos mais comuns: 
• Intoxicação, por uso de produtos químicos utilizados em limpeza doméstica e 
de laboratório. 
• Por venenos utilizados, entorpecentes e medicamentos em geral, alimentos e 
gases tóxicos.
FIGURA 9 - VIATURA DA DEFESA CIVIL
FONTE: Disponível em: <http://www.botucatu.sp.gov.br/home>. Acesso em: 18 
jan. 2016.
Quando o socorrista se depara com um caso de acidente, as primeiras 
atitudes a serem realizadas no local é analisar possíveis riscos à pessoa que prestará 
os procedimentos de primeiros socorros. 
Caso o socorrista detectar perigo em potencial, analisando a possível 
causa do acidente, o número total de vítimas e a sua gravidade e todas as 
outras informações que possam ser úteis para a notificação do acidente, 
sendo assim, aconselha-se aguardar a chegada do atendimento e socorro 
especializado (VENDRAME, 2013, p. 308).
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
20
3.1 ORIENTAÇÕES PARA CONTROLE DA SITUAÇÃO
3.2 PROTEÇÃO À VÍTIMA
O socorrista deve seguir algumas orientações para manter o controle da 
situação, quando se deparar com um caso de acidente, entre elas:
• Caso a vítima já estiver deitada, mantenha-a nesta posição, pois é confortável 
para repouso, até que o socorrista possa constatar que o ferimento não tem 
gravidade.
• Apurar detalhadamente a existência de hemorragia, se o caso é de envenenamento, 
se houve parada respiratória, ferimentos, queimaduras ou fraturas.
• Procure dar prioridade para os casos em que há hemorragia excessiva; quando a 
vítima estiver inconsciente; com parada cardiorrespiratória; se estiver em estado 
de choque, pois, nestes casos, é necessário socorro imediato.
• Examinar e analisar se há lesão na cabeça, principalmente se a vítima estiver 
inconsciente ou semiconsciente, caso houver hemorragia por um ou ambos os 
ouvidos, nariz e olhos, há possibilidade de ter sofrido fratura no crânio.
• Não deve dar líquidos ao acidentado que tiver inconsciente.
• Nos casos em que tiver amputação de algum membro da pessoa, o socorrista 
deve recolher a parte que foi decapitada, deve ser envolvida em um pano limpo, 
para posteriormente ser entregue ao médico.
• Assegure-se que todos os procedimentos a serem tomados não tenham 
consequências que possam agravar o estado da vítima.
• Quando o atendimento especializado chegar, forneça as seguintes informações: 
local do acidente, horário e estado em que a vítima foi encontrada e quais 
procedimentos de primeiros socorros foram prestados até o momento.
A proteção à pessoa acidentada precisa ser realizada com muito cuidado, 
avaliar a circunstância e afastar pessoas curiosas que claramente estejam sem 
controle e possam atrapalhar o atendimento aos primeiros socorros.
Para Fernandes e Silva (2007, p. 113), “outra regra básica para garantir a 
qualidade no atendimento, o socorrista deve iniciar o socorro à vítima, através do seu 
contato com ela, com base em quatro fases: informar, ouvir, aceitar e ser solidário”.
Ao iniciar o atendimento à vítima, é importante realizar os procedimentos 
e as técnicas com atenção, e executar as orientações:
TÓPICO 2 | TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
21
3.3 AVALIAÇÃO DE CABEÇA
• INFORMAR à vítima o que está fazendo, para ajudá-la. Desta forma, o acidentado 
será mais receptivo aos seus cuidados.
• OUVIRe ACEITAR as queixas e a expressão de ansiedade da vítima, respondendo 
as suas perguntas com calma e de forma simples.
• Não mentir e não repassar informações que possam causar impacto, ou 
estimulem a discussão sobre a causa do acidente.
• Em solidariedade à vítima, o socorrista deve permanecer com a ela, sem colocar 
em risco a sua própria segurança. 
No momento de socorro ao acidentado e vítima de acidente de trânsito, é 
imprescindível verificar se o cinto de segurança está dificultando a respiração da 
vítima, e em caso positivo, soltar o acessório, sem movimentar o corpo dela.
Conforme orientação de Fernandes e Silva (2007), é necessário impedir os 
movimentos da cabeça da vítima, segurando-a e pressionando a região das orelhas. 
Além disso, deve-se analisar a posição da vítima:
• No caso de o acidentado estar de bruços ou de lado, e o socorrista julgar 
necessário, deverá ser virada a vítima. Em geral, o acidentado deverá ser virado 
apenas se não estiver respirando.
• Na situação em que a vítima estiver de bruços e respirando, o socorrista deverá 
sustentar a cabeça nesta posição e aguardar o atendimento especializado chegar.
• Se a vítima estiver sentada no carro, mantenha a cabeça na posição em que estiver.
Considera-se que uma vítima está protegida, quando:
• Porventura, a retirada de emergência acontecer quando ela não estiver apta a se 
proteger.
• Quando estiver acolhida em um abrigo que proporcione a mesma proteção contra 
outras lesões, relacionadas à violência e à natureza (temperaturas extremas, sol, 
chuva, vento, entre outros).
• Quando o próprio socorrista estiver protegido, contra qualquer doença 
contagiosa, assim como de outros riscos.
Os tipos de lesões que causam danos ao couro cabeludo, no crânio ou no 
cérebro requerem cuidados especiais, pois o tipo de lesão pode ser apenas uma 
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
22
pequena batida no crânio, ou uma lesão cerebral grave, podendo ser do tipo de 
lesão fechada ou aberta (penetrante).
No traumatismo craniano fechado significa que a vítima recebeu uma 
pancada muito forte na cabeça, mas não quebrou o crânio. No caso de traumatismo 
craniano aberto ou penetrante significa que o ferimento na cabeça causou a quebra 
do crânio e pode ter afetado o cérebro.
O atendimento especializado, bombeiros, paramédicos e enfermeiros, 
conforme a necessidade, deverão examinar a vítima, iniciando pela cabeça e 
pescoço, conforme as etapas:
• Verificar a permeabilidade das vias aéreas e se há existência de corpos estranhos, 
fratura de face, traqueia, laringe ou maxilar que possam levar à obstrução ou 
dificultar a entrada de ar nas vias aéreas.
• Não podem ser hiperestendidos e hiperflertidos ou rodados para estabelecer 
a permeabilidade das vias aéreas. Neste caso, recomendam-se as manobras 
de elevação do queixo e tração da mandíbula, imobilizar a coluna com o colar 
cervical e a cabeça fixar com coxim.
3.4 FRATURAS DE PESCOÇO E COLUNA VERTEBRAL
Durante a avaliação das vítimas de um acidente, quando há suspeita de 
fraturas no pescoço e na coluna vertebral, que se caracterizam como as rupturas 
de ossos mais graves que existem em virtude do potencial que têm para causar a 
invalidez permanente da pessoa.
A coluna desempenha uma função muito importante no transporte das 
informações nervosas a todas as partes do corpo. Quando a coluna sofre uma 
compressão ou separação algumas partes do corpo, interligadas pelos nervos 
espinhais, desprendem-se da parte inferior da lesão e se desligam do cérebro. 
As incidências que têm como consequência fraturas no pescoço ou na 
coluna resultam em danos provocados por acidentes de carro, de moto, queda de 
escada, mergulho em piscina. Os sintomas de atenção de uma possível fratura de 
pescoço ou coluna incluem:
1. Quando há um posicionamento diferente da cabeça ou do pescoço. 
2. Imobilidade ou dormência dos braços, pernas ou outras partes do corpo.
3. A vítima apresenta dor no pescoço ou na coluna.
TÓPICO 2 | TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
23
4 ORIENTAÇÕES PARA TRANSPORTE
Quando for realizado o transporte da vítima pela equipe especializada, 
todos os cuidados devem ser adotados, com o objetivo de evitar uma lesão maior, 
que coloque em risco a vida do acidentado. 
O crescente número de vítimas que apresentam infecção pelo vírus da 
imunodeficiência humana (HIV) aumenta o risco de contaminação ao entrar em 
contato com sangue e outras secreções orgânicas, em decorrência de acidentados 
infectados; nestes casos, é muito importante seguir as orientações para 
movimentação e transporte de acidentados. 
 
Para qualquer movimento realizado na vítima, certifique-se de que a 
cabeça, o pescoço e a coluna estão devidamente alinhados. 
FIGURA 10 - MOVIMENTAÇÃO DE VÍTIMA DE ACIDENTE
FONTE: Disponível em: <http://www.racconet.com.br/revistas/
Infoseg_Edicao28>. Acesso em:10 jun. 2016.
É importante que o socorrista tenha todo o cuidado. Para evitar que a 
vítima faça qualquer movimento com a cabeça, caso o atendimento especializado 
ainda não esteja no local, o socorro deverá proceder da seguinte maneira:
 
• Antes de iniciar a movimentação da vítima, firme o pescoço com o auxílio de 
um colar improvisado, poderá utilizar uma toalha, como apoio, sem possibilitar 
qualquer movimento da cabeça.
• Quando necessitar mover a vítima, é necessário garantir que a cabeça e o restante do 
corpo estejam retos, é recomendado que a vítima seja orientada a não dirigir o olhar 
para o que estiver a sua volta, para evitar o movimento da cabeça para os lados.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
24
• Solicite auxílio para outras pessoas, a fim de deslizar com cuidado a vítima sobre 
uma superfície reta e lisa, produzida com material rígido estabilizador. 
• Tome cuidado ao iniciar o transporte do acidentado. Procure fixar a vítima à 
prancha através de tiras ou faixas, principalmente a parte superior do corpo. 
• Após o processo de imobilizar, cubra a vítima, para conservar o aquecimento do 
corpo.
5 FUNDAMENTOS DO SOCORRO: FRATURAS E TRAUMAS
5.1 LESÃO DE TÓRAX E MEMBROS
Para que seja possível prestar um atendimento correto e aplicar as técnicas 
de primeiros socorros, é importante que o socorrista tenha conhecimentos básicos 
de alguns tipos de fraturas e traumas que podem acontecer no corpo humano.
Os traumatismos de tórax são responsáveis por aproximadamente 25% das 
mortes nos pacientes politraumatizados, sendo que 60% dos politraumatizados se 
desenvolvem para o óbito. 
FIGURA 11 - TRAUMA TORÁCICO
FONTE: Disponível em: <http://clubemontanhismodebraga.blogspot.com.
br/2013/02/socorro-em-montanha-13-parte.html>. Acesso em: 10 jun. 2016.
TÓPICO 2 | TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
25
5.2 FRATURA NAS COSTELAS
5.3 TÓRAX INSTÁVEL
São os tipos mais comuns de trauma torácico, ocorrendo em mais de 60% 
dos pacientes admitidos com lesão fechada de tórax. As mais frequentes são as 
secundárias, entre a terceira e oitava costela, são consideradas de complexidade 
simples isoladas e dificilmente representam risco de morte à vítima.
É originado por uma pancada no esterno ou na parede lateral, tem como 
consequências lesão de duas ou mais costelas, é considerada uma lesão de grau 
grave, se não tratada corretamente.
Como orientação de tratamento é indicado o apoio ventilatório, limpeza 
das secreções do pulmão, através da tosse, respiração profunda e aspiração suave, 
e aliviar a dor com fisioterapia respiratória.
FIGURA 12 - FRATURA NAS COSTELAS
FONTE: Disponível em: <http://www.vidalsaude.com.br/patologias/toracica/
fratura-das-costelas/>. Acesso em: 10 jun. 2016.
Segundo Oliveira (1998), os tipos de lesões características no trauma de 
tórax são: fratura de costelas, tórax instável, contusão pulmonar, pneumotórax 
hipertensivo, pneumotórax aberto e contusão cardíaca.Se o paciente estiver consciente, com este tipo de trauma apresentará dor 
intensa, sensibilidade e espasmo muscular sobre a área da fratura, que se agravam 
pela tosse, respiração profunda e movimentação. 
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
26
5.3.1 Contusão pulmonar
5.3.2 Pneumotórax hipertensivo
5.3.3 Pneumotórax aberto
5.3.4 Contusão cardíaca
A pressão do pulmão pode apresentar hemorragia, reduzindo a capacidade 
do pulmão de transferir oxigênio para o sangue. No caso de suspeita e sinais 
de trauma, o tratamento próprio para a lesão deve ser realizado em ambiente 
hospitalar ou por unidade de suporte especializado.
A lesão torácica pode interferir na função normal do pulmão, e a gravidade 
do problema depende da quantidade e da velocidade do sangramento torácico, 
conforme a evolução do quadro.
Ocorre quando há existência de ar no espaço existente entre as pleuras 
(membrana que envolve o pulmão), pode ser o resultado de uma lesão aberta no 
tórax ou lesão do próprio pulmão. 
Um dos sintomas é a grande dificuldade para respirar, taquicardia, 
hipotensão arterial e distensão, o pneumotórax hipertensivo pode até levar a 
vítima à morte, caso não for identificada a tempo.
Acontece quando uma abertura na parede do tórax é suficientemente 
grande para permitir que o ar se desloque livremente para dentro e para fora da 
cavidade torácica em cada movimento de respiração.
É causada quando um ferimento profundo liga a superfície pleural com a 
atmosfera. Nestes casos, o ar tem uma tendência a entrar pela ferida e não pelas 
vias aéreas. 
Exigem algumas intervenções de emergência, que podem ser realizadas 
ainda no local do acidente. Para facilitar o fluxo do ar nos pulmões, faz-se uma 
abertura na parede torácica.
Pode desenvolver lesão no miocárdio. O profissional pode detectar este 
diagnóstico quando a vítima tem fratura esternal, tem problemas como arritmias, 
hipotensão e rupturas de miocárdio ou válvulas. Neste caso, apresenta compressão 
TÓPICO 2 | TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
27
5.4 EXAME DA VÍTIMA INCONSCIENTE
5.4.1 Respiração artificial
no coração em consequência do ferimento, causada por trauma no tórax, está 
associada a altos índices de mortalidade.
Dependendo da velocidade, o acúmulo de líquido pode aumentar a pressão 
intrapericárdia. Importantes sinais incluem: hipertensão arterial, pressão venosa 
aumentada, veias do pescoço distendidas e batimentos cardíacos fracos.
Como primeira ação que o socorrista deve realizar, na presença de uma 
vítima que não tem comunicação, é avaliar o grau de consciência. Para analisar a 
intensidade, é importante saber se ela:
• Fala e comunica-se.
• Responde ao estímulo de toque.
• Atende à dor.
Caso o acidentado estiver inconsciente, não atende ao toque ou dor, 
examinar se ele respira, se estiver respirando, a musculatura mantém-se relaxada 
e a língua pode deslizar para trás e impossibilitar a passagem do ar.
A causa mais frequente de obstrução das vias aéreas é a inconsciência, de 
qualquer origem, em que a língua da pessoa relaxa contra o fundo da garganta 
(palato) ocluindo a entrada de ar.
A orientação, segundo Oliveira (1998), para prevenir que isto aconteça, 
é deixar a vítima na posição deitada. Caso a vítima estiver inconsciente e sem 
respiração, é recomendável estender a cabeça da vítima para trás e se ainda não 
retornarem os movimentos respiratórios, deve-se iniciar a respiração artificial.
Caso a vítima não recuperar pronta e adequadamente a respiração 
espontânea, normal após a abertura das vias aéreas, inicia-se a respiração artificial, 
conforme algumas técnicas:
• Respiração boca a boca: coloca-se uma das mãos abaixo da mandíbula da pessoa 
e com a outra mão apertar as narinas com o polegar e o indicador, exercer uma 
pressão na região frontal, para obter a extensão da cabeça e a abertura da boca. 
Fazer a inspiração profunda e adaptar firmemente a sua boca a boca da vítima e 
soprar, injetando ar nas vias aéreas.
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
28
FIGURA 13 - RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA
FIGURA 14 - RESPIRAÇÃO BOCA A NARIZ
FONTE: Disponível em: <http://www.tuasaude.com/respiracao-boca-a-
boca/>. Acesso em: 10 jun. 2016.
FONTE: Disponível em: <http://geicpe.tripod.com/clin_emerg_parada.
htm>. Acesso em: 10 jun. 2016.
• Respiração boca a nariz: em alguns casos, a respiração boca a nariz é mais 
eficiente que a boca a boca, e é recomendada quando é impossível abrir ou 
ventilar através da boca, por estar seriamente lesada. Recomenda-se manter a 
cabeça da vítima estendida para trás com uma das mãos na região frontal e 
usar a outra mão para levantar a mandíbula, fechando-lhe os lábios, em seguida, 
respirar fundo, adaptar os seus lábios em torno do nariz da vítima e soprar duas 
vezes seguidas, até que os pulmões se expandam.
• Manobras para liberação das vias aéreas obstruídas: quatro manobras manuais 
são recomendadas para remover a obstrução das vias aéreas por corpos 
estranhos: palmadas nas costas, compressão manual do abdômen, compressão 
manual do tórax e remoção com os dedos.
TÓPICO 2 | TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
29
• Manobras para respiração boca a máscara: o socorrista deverá ficar ajoelhado 
atrás da cabeça da vítima, estendendo-a para abrir as vias aéreas, posicionar a 
máscara sobre a face da vítima, sobre a ponta do nariz e a base entre os lábios 
e o queixo. O socorrista inspira profundamente e expira através da abertura 
da máscara; em seguida, remove-se a sua boca e permite que a vítima expire 
passivamente. 
6 O CORPO HUMANO EM EMERGÊNCIAS BÁSICAS
Em uma situação de emergência, muitas vezes não só o corpo físico se 
encontra debilitado, deve-se também considerar o estado mental e espiritual da 
vítima. Em resumo, a emergência, ao se instalar, pode ser de ordem interna ou 
externa ao corpo, advinda de um ambiente real.
O profissional que atuará em emergência deve:
• Conhecer as diferentes transformações no corpo humano e suas consequências 
no organismo.
• Possuir competência, conhecimento técnico e habilidade com as tecnologias de 
apoio.
• Possuir habilidade e prática manual e corporal.
• Possuir disposição para trabalhar com situações extremas, de risco, não 
consideradas normais.
Uma emergência pode se instalar a partir de diversos tipos de 
traumatismos, como:
• Traumatismo cranioencefálico (da cabeça).
• Raquimedular (da coluna).
• Tórax, do abdome.
• Muscoesquelético.
• Hemorragias.
• Queimaduras.
• Choque elétrico.
• Afogamento.
• Ataque cardíaco.
• Convulsão.
• Dificuldades no parto.
• Mordidas por animais peçonhentos.
30
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, aprendemos que:
• Para que seja possível realizar um atendimento específico para cada tipo de 
atendimento, existem equipes de pronto atendimento e serviços especializados.
• A equipe de atendimento dos bombeiros deve ser solicitada em situações de 
emergência, em casos como incêndios e resgate de vítimas, quando não há 
possibilidade de proceder com os primeiros socorros.
• São apresentados alguns serviços especializados: Corpo de Bombeiros, Polícia 
Militar, SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, Polícia Rodoviária 
Federal, Defesa Civil e Atendimento de Primeiros Socorros por Intoxicação.
• Durante a realização das técnicas de primeiros socorros, a segurança e a proteção 
da vítima e do socorrista devem ser uma preferência constante.
• A avaliação do estado da vítima deve ser realizada de forma imediata, com a 
vítima, tendo como objetivo detectar as ocorrências de perigo de vida. 
• Os tipos de lesões causadas no couro cabeludo, no crânio ou no cérebro 
demandam cuidados especiais.
• Quando há suspeita de fraturas no pescoço e na coluna vertebral da vítima, 
deve-se ter muitos cuidados, pois é uma das rupturas de ossos mais graves que 
existem, podendo causara invalidez permanente da pessoa.
• Durante o transporte, qualquer movimento realizado na vítima é necessário que 
seja avaliado se a cabeça, o pescoço e a coluna estão devidamente alinhados. 
31
1 Quais são os tipos mais comuns de trauma torácico, que acontece em mais de 
60% dos pacientes com diagnóstico de lesão fechada de tórax? 
a) ( ) Fratura nas Costelas.
b) ( ) Lesão nos Pulmões.
c) ( ) Fratura na Coluna. 
2 Como o socorrista deve proceder para o transporte seguro da vítima para 
evitar que a vítima faça qualquer movimento com a cabeça?
3 Com relação às orientações sobre posição das vítimas, durante a movimentação 
da vítima, é correto afirmar:
a) ( ) São medidas aplicadas às vítimas somente dentro dos hospitais.
b) ( ) No caso do acidentado estiver de bruços ou de lado, deverá ser virada a 
vítima, em caso em que não estiver respirando.
c) ( ) Movimentar a vítima para um local seguro rapidamente. 
4 Para o socorrista iniciar o atendimento à vítima, é importante realizar os 
procedimentos e técnicas com atenção. Quais orientações devem ser seguidas?
AUTOATIVIDADE
32
33
TÓPICO 3
ASPECTOS LEGAIS DE PRIMEIROS 
SOCORROS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
2 LEIS DA CONSTITUIÇÃO EM PRIMEIROS SOCORROS
2.1 OMISSÃO DE SOCORRO
As pessoas próximas ao local do acidente não são legalmente obrigadas a 
realizar os procedimentos de primeiros socorros, porém, quando o fizerem, devem 
ter conhecimento de como agir para que não aconteçam futuros processos judiciais.
Em casos de emergência e prestação de socorro, algumas pessoas procuram 
não se envolver nos procedimentos de prestação de socorro, com receio de se 
envolverem em processos judiciais.
No entanto, nem sempre este momento não está justificado em aspectos 
reais, na realidade, podem acontecer processos indenizatórios contra instituições, 
caso não tenham exercido as normas técnicas ou legislações referentes à segurança 
dos envolvidos no processo.
Nos termos da Constituição da República, é correto afirmar, nos termos do 
artigo 5º, que os Direitos e Deveres Individuais e Coletivos são:
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
Da Saúde Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido, 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de 
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1988).
Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro representa: 
"deixar de prestar assistência, mesmo quando for possível realizar, sem risco 
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em 
desamparo ou em momento grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o 
socorro da autoridade pública”.
34
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
Esta orientação não consiste em parecer ser um herói e colocar a própria 
segurança em risco ou, até mesmo, de outra pessoa, para defender quem precisa 
de socorro, não seria prudente colocar a sua própria vida em perigo para proteger 
o outro. Portanto, nestes casos, não há característica de crime.
Entretanto, se há possibilidade de socorrer ou de solicitar um atendimento 
especializado, o socorro deve ser realizado, e caso a pessoa não o fizer, estará 
praticando omissão de socorro, que, neste caso, é considerado crime.
No caso de concreta omissão de socorro, a pessoa que o fizer, irá arcar com 
as consequências, com determinação de: 
• Pena com detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único: A pena 
é aumentada de metade, se da omissão tiver resultado uma lesão corporal de 
natureza grave, e triplicada, se tiver como consequência a morte da vítima.
2.2 DIREITOS DA VÍTIMA
Um dos conhecimentos dos procedimentos de primeiros socorros deve ser o 
direito legal da vítima, que deve possuir o direito de se recusar a ter o atendimento.
Quando for realizado atendimento em pessoas adultas, este direito é 
levado em consideração somente quando o acidentado estiver consciente, estiver 
em perfeito juízo e consciente. 
A definição do direito à prestação de socorro pode acontecer por diversos 
motivos, como crendices religiosas ou a falta de segurança na pessoa que prestará 
o socorro. 
Caso a vítima se recuse a aceitar o atendimento ela não pode ser pressionada 
a ir contra a sua vontade. O papel do socorrista nesse caso é garantir que o socorro 
especializado seja acionado, porém, o socorrista deve permanecer monitorando a 
vítima.
Porventura, a vítima estiver incapaz de falar, em consequência do acidente, 
como uma lesão na boca, mas está demonstrando através de sinais que não permite o 
atendimento do socorrista, nesta situação, recomenda-se agir da seguinte maneira:
• Não é indicado discutir com a vítima sobre qualquer que seja o motivo.
• Não faça interrogações, sobre os motivos pelo qual levam o acidentado a não 
querer que seja prestado os primeiros socorros.
• A orientação é que a vítima não seja tocada sem o seu consentimento, isto pode 
ser considerado como ofensa aos seus direitos.
TÓPICO 3 | ASPECTOS LEGAIS DE PRIMEIROS SOCORROS
35
2.3 CASOS DE NEGLIGÊNCIA
2.4 DIREITO DE SIGILO
• Dialogar com a vítima, informar que está qualificado para os procedimentos 
em primeiros socorros, e que respeitará o seu direito se ainda assim continuar 
recusando o atendimento, mas que está a sua disposição para ajudá-lo no que 
for preciso.
• É importante informar às testemunhas que o atendimento foi disponibilizado, 
mas recusado por parte do acidentado.
• Quando o acidente envolver crianças e ela se recusar a receber o atendimento, 
esta decisão cabe aos pais ou ao responsável legal.
• A aprovação para proceder com o atendimento de ações de primeiros socorros 
pode ser informal, ou seja, o acidentado pode apenas falar ou sinalizar que 
admite o atendimento, mas o prestador de socorro deve ter se identificado como 
qualificado para realizar os procedimentos de primeiros socorros.
• A autorização pode ser implícita, quando for o caso de acidentes envolvendo 
menores de idade e que estejam desacompanhados dos pais ou responsáveis 
legais.
A negligência é uma atitude que está em evidência nos processos judiciais 
que compreendem o atendimento de emergência. Este termo significa prestar 
atendimento a uma vítima sem ter conhecimento das técnicas adequadas e 
os procedimentos estabelecidos, ocasionando, em muitos casos, o agravamento ou 
lesões adicionais.
As características de negligência compreendem: 
• Cometer ação de omissão de socorro, quando há necessidade implícita à 
realização dos procedimentos.
• Proporcionar socorro, com qualidade nas ações de atendimento, inferior à que 
seria possível realizar.
• Ocasionar lesões ou traumas adicionais ou intensificar ferimentos já existentes. 
O acidentado tem o direito de solicitar sigilo, nos acontecimentos realizados 
durante a prestação de assistência a uma vítima, e caso seja solicitado, o socorrista 
não deve relatar os detalhes deste fato com terceiros. 
36
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
O caso do acidentado não deverá ser exposto, a vítima não pode ser 
identificada, senão pelo atendimento especializado, caso assim for de sua vontade. 
O que for falado pela vítima deverá ficar em sigilo, assim como seu comportamento 
ou aparência pessoal.
A necessidade do sigilo não se aplica quando o socorrista é questionado 
pelos policiais, pessoal do resgate e atendimento especializado, ou ao testemunhar 
em cortes judiciais. Poderá ser solicitado ainda que se relatem as informações 
obtidas junto à vítima,a sua família e a acompanhantes.
3 SEGURO DE ACIDENTES DE TRABALHO
3.1 LEGISLAÇÃO VIGENTE
O Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) tem sua base constitucional 
descrita no inciso I do art. 195 e inciso I do artigo 201, da Constituição de 1988, 
garantindo ao empregado um seguro contra acidente de trabalho, à perícia do 
empregador.
Mediante pagamento de um adicional sobre a folha de salários, com 
administração atribuída à previdência social. A Lei nº 8.212/91 define as alíquotas 
do SAT, segundo uma predeterminada graduação de riscos.
A legislação em vigor determina o recolhimento com base em alíquotas, 
fixadas em razão do grau de risco da atividade em que o contribuinte realiza no 
seu ambiente de trabalho. 
Este percentual varia de 1% para risco leve, 2% para risco médio e de 3% para 
risco grave, porém, não foram definidas as definições de risco leve, médio e grave.
A elevação no percentual da alíquota da contribuição foi ordenada em 12,6% 
ou 6%, conforme a atividade exercida pelo segurado, que permite a concessão da 
aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. 
A fiscalização dos recolhimentos das contribuições será feita através 
da GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e informações à Previdência Social, 
assinalando-se no campo de ocorrências o código correspondente.
37
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, aprendemos que:
• Conforme as Leis da Constituição Brasileira, existem direitos e deveres 
estabelecidos para o atendimento aos primeiros socorros, conforme detalhado 
nos Art. 5º e Art. 196.
• Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro significa não 
oferecer assistência, sem risco pessoal em uma situação grave.
• Em casos de explícita omissão de socorro, o indivíduo que o cometer, arcará com 
as consequências.
• Um dos conhecimentos dos procedimentos de primeiros socorros deve 
ser o direito legal da vítima, que deve possuir o direito de se recusar a ter o 
atendimento.
• Os casos de negligência consistem em: praticar ação de omissão de socorro; 
possibilitar socorro, de forma insuficiente à que seria possível realizar; produzir 
lesões ou traumas em ferimentos já existentes. 
• A vítima de acidente tem o direito de solicitar sigilo nas ocorrências realizadas 
durante a prestação de assistência e socorro.
• O Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) visa garantir ao empregado um seguro 
contra acidente de trabalho e a perícia do empregador.
38
1 Com relação à lei do Código Penal Brasileiro, descrita no Artigo 135 a respeito 
de omissão de primeiros socorros, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Não é obrigatório prestar socorro às vítimas quando não formos os 
culpados pelo acidente.
b) ( ) Deixar de prestar socorro à vítima de acidente, ou pessoas em perigo 
eminente, podendo fazê-lo é crime, com penas que variam de seis meses 
a quatro anos.
c) ( ) Somente devemos socorrer as vítimas se tivermos noções de primeiros 
socorros.
2 Sobre os direitos legais da vítima, de se recusar a ter o atendimento, assinale 
a alternativa CORRETA:
a) ( ) É uma atitude que está em evidência nos processos judiciais e que 
compreende o atendimento de emergência.
b) ( ) O socorrista deve convencer a vítima a querer, obrigatoriamente, o 
atendimento de primeiros socorros.
c) ( ) A aprovação para realizar as ações de primeiros socorros pode ser 
informal, o prestador de socorro deve se identificar como qualificado.
3 Quais as características da negligência ao atendimento de vítimas, em caso 
de primeiros socorros?
AUTOATIVIDADE
39
TÓPICO 4
FUNÇÕES E SINAIS VITAIS DO 
CORPO HUMANO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Toda lesão ou doença tem formas e características de se manifestar e isso 
poderá ajudar o socorrista a diagnosticar a vítima. Essas indicações são divididas 
em dois grupos: sinais e sintomas.
Os sinais são detalhes que você poderá detectar, fazendo o uso dos 
sentidos da visão, tato, audição e olfato durante a avaliação das vítimas. Sinais 
comuns de lesão incluem sangramento, inchaço, aumento de sensibilidade ou 
deformação.
A realização de ações de primeiros socorros implica no conhecimento dos 
sinais que o corpo manifesta, e funciona como informação para entender o seu 
estado físico. Os sinais mais comuns de doenças são a pele pálida ou avermelhada, 
suor, temperatura elevada e pulso rápido.
Já os sintomas são sensações que a vítima sente e é capaz de descrever, 
sendo possível o socorrista fazer perguntas e definir a presença ou ausência desses 
sentimentos.
Podemos definir como socorros de urgência as medidas iniciais e imediatas 
aplicadas a uma vítima fora do ambiente hospitalar, executadas por pessoas 
treinadas, para realizar a manutenção dos sinais vitais e evitar o agravamento das 
lesões já existentes.
Alguns detalhes importantes sobre as funções vitais, os sinais vitais e 
sinais de proteção do corpo humano precisam ser compreendidos para que sejam 
realizados os procedimentos adequados. 
Para prestar o auxílio de primeiros socorros é importante que o socorrista 
tenha conhecimento das funções básicas do corpo e os sinais vitais. Este 
entendimento atua como suporte para definir o estado do acidentado e facilita a 
atenção, resultante do atendimento.
40
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
2 FUNÇÕES VITAIS DO CORPO HUMANO
2.1 RINS
2.2 APARELHO DIGESTIVO
2.3 FÍGADO
As funções do cérebro e do coração são vitais para que o ser humano 
permaneça vivo, pois esses órgãos proporcionam o desempenho de todas as 
funções do corpo, são transitados pelos capilares, vasos sanguíneos em frequência 
direta com o sangue arterial.
No entanto, para que o corpo humano tenha condições de desempenhar suas 
funções específicas e possa produzir atividades físicas e químicas, se faz presente 
uma reprodução das atividades da menor unidade funcional do corpo: a célula.
Algumas práticas resultam da concentração entre o interior e exterior da 
célula, para possibilitar o equilíbrio do acúmulo dos componentes do líquido 
intersticial, os tecidos do organismo circulam por uma espessa rede de vasos 
microscópicos, que são chamados de capilares.
 
No corpo humano, o sangue arterial contém grande concentração de 
nutrientes e oxigênio, e o venoso transmite gás carbônico e catabólico. Diversos 
órgãos têm a responsabilidade de proteger e conservar o sangue com as propriedades 
fundamentais, como rins, aparelho digestivo, fígado, pulmão e coração.
Contribuem para o controle hidroeletrolítico do corpo e na eliminação 
espontânea de substâncias tóxicas do metabolismo, como a ureia e creatina, 
eliminando-as através da bexiga.
Tem a capacidade de filtrar substâncias, além de manter o PH sanguíneo 
e regular a osmolaridade e o volume do líquido do corpo, excluindo o excesso de 
água do organismo.
Tem a função de transportar o sangue essencial orgânico, o agente 
metabólico e as vitaminas, digerindo os alimentos, que são absorvidos, ligando o 
intestino delgado ao intestino grosso.
É a maior glândula e o segundo maior órgão do corpo humano, tendo a 
capacidade de armazenar substâncias essenciais, assim como destruir substâncias 
tóxicas. Tem a função de condensar e transformar a composição do sangue.
TÓPICO 4 | FUNÇÕES E SINAIS VITAIS DO CORPO HUMANO
41
2.6 SISTEMA NERVOSO CENTRAL
3.1 TEMPERATURA CORPORAL
3 SINAIS VITAIS
2.4 PULMÃO
2.5 CORAÇÃO
As funções vitais do corpo são controladas pelo Sistema Nervoso Central, 
formado por células caracterizadas, ordenadas e de alto grau de complexidade. 
Esses órgãos são muito sensíveis à falta de oxigênio e podem provocar alterações 
funcionais.
Além disso, é importante saber que a hipóxia (falta de ar) prolongada, tem 
como sequela a morte do Sistema Nervoso Central, em aproximadamente três 
minutos e, em consequência, a falência geral dos órgãosdo corpo.
Produz oxigênio e retira a ventosidade resultante da respiração, é o principal 
órgão do sistema respiratório, tendo como missão absorver o oxigênio e transferir 
para o sangue, além de retirar o dióxido de carbono através da expiração.
É o principal órgão do sistema circulatório, pois tem a função de receber, 
filtrar e bombear o sangue para todo o corpo. Desta forma, transporta nutriente e 
oxigênio para outros órgãos e células do corpo humano.
Os sinais vitais fornecem informações importantes sobre as funções básicas 
do corpo: pressão arterial, pulso (frequência cardíaca), respiração (presença 
respiratória) e temperatura corporal.
Os sinais vitais estabelecem a existência da vida, são reflexos ou sintomas 
que proporcionam entender sobre o estado geral de uma pessoa. 
A seguir, veremos as definições dos sinais vitais e dos diagnósticos mais 
comuns.
A temperatura normal do corpo humano é de 37 graus Celsius, sendo a pele 
responsável, em grande parte, pela regulação desta temperatura, emitindo o calor 
através dos vasos sanguíneos subcutâneos e evaporando água sob a forma de suor.
42
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
Uma pele fria e úmida, geralmente de cor pálida, é uma indicação de uma 
reação do sistema nervoso, predisposto a um traumatismo ou perda sanguínea 
(estado de choque).
A intensa exposição ao frio produz uma pele fria e seca, em casos de uma 
pele quente e seca, pode originar febre, ou ser o resultado de uma exposição 
excessiva ao calor, como caso de insolação. 
3.2 PULSO
O pulso é uma intensidade de sangue gerada pelos batimentos cardíacos 
e difundido no decorrer das artérias. A frequência comum de pulsos em adultos é 
de 60 a 100 batimentos por minuto, a frequência de pulso nas crianças em geral é 
superior a 80 batimentos por minuto.
O pulso é sensível em qualquer área do corpo, onde a artéria passa sobre a 
saliência óssea ou que se localize próxima à pele.
FIGURA 15 - LOCALIZAÇÃO DO PULSO CORPO HUMANO
FONTE: Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/1270117/>. Acesso em: 10 
mar. 2016.
A alteração na frequência e no volume do pulso representa dados 
importantes no atendimento aos primeiros socorros. Um pulso rápido ou fraco 
geralmente é resultado de um estado de choque por perda sanguínea.
TÓPICO 4 | FUNÇÕES E SINAIS VITAIS DO CORPO HUMANO
43
3.3 RESPIRAÇÃO
3.4 PRESSÃO ARTERIAL
A respiração normal é identificada quando for fácil, sem esforço aparente 
e sem dor, sendo que a frequência pode variar. Uma pessoa adulta respira 
normalmente de 12 a 20 vezes por minuto.
O termo respiração e ventilação significa a mesma coisa, a ação de inspirar 
e expirar o ar. Em alguns casos é possível levantar algumas suspeitas a partir do 
odor da respiração, no caso de estado de choque, observam-se respirações rápidas 
e superficiais.
A identificação de uma respiração profunda, com dificuldades e esforço 
pode identificar que há uma obstrução nas vias aéreas, uma possível doença 
cardíaca ou pulmonar.
A pressão arterial é a velocidade que o sangue circula sobre as paredes 
internas das artérias do corpo, as mudanças na pressão sanguínea indicam 
mudanças no volume do sangue, na capacidade dos vasos ou ainda na capacidade 
de o coração funcionar.
A pressão arterial é caracterizada por níveis altos e baixos, a leitura da 
pressão arterial é feita em milímetros (mm) de mercúrio (Hg). A leitura da pressão 
arterial é feita através de um aparelho conhecido como esfigmomanômetro, que é 
usado em conjunto com o estetoscópio.
No caso de ausência de pulsação, pode significar que um vaso sanguíneo 
está bloqueado ou lesado, ou ainda, que o coração da vítima parou de funcionar e 
está evoluindo para uma parada cardíaca.
FIGURA 16 - VERIFICANDO A PRESSÃO ARTERIAL DE UMA PESSOA
FONTE: Disponível em: <http://patrocinioonline.com.br/noticias-locais/
index/page/184>. Acesso em: 10 mar. 16.
44
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
A pressão arterial de uma pessoa adulta normal é de 120x80 mm Hg, pode 
diminuir acentuadamente em estado de choque, após uma hemorragia grave, 
como após um infarto no miocárdio.
3.5 PUPILAS
3.7 ESTADO DE CONSCIÊNCIA
3.6 COLORAÇÃO DA PELE
As pupilas, quando em estado normal, são do mesmo diâmetro e possuem 
contornos regulares. Quando as pupilas estiverem contraídas pode dignificar que 
a vítima é viciada em drogas.
As pupilas indicam o estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente 
tal dilatação ocorre rapidamente após uma parada cardíaca. Quando as pupilas 
estiverem diferentes, caracterizam que a vítima teve lesões no crânio ou acidente 
vascular cerebral.
Quando a pessoa está morta, os estados das pupilas estão totalmente 
dilatados e não responde ao sinal de luz.
Quando a pessoa está consciente, está alerta, orientada e responde aos 
estímulos verbais e físicos. Quando houver modificação deste estado, pode ser 
alusivo a uma doença ou trauma.
O estado de consciência é provavelmente um sinal particular mais seguro 
na avaliação do sistema nervoso de uma pessoa, que pode apresentar desde breve 
confusão mental até inconsciência total.
A cor da pele do ser humano depende, primeiramente, da presença de 
sangue circulante nos vasos sanguíneos subcutâneos. Uma pele pálida ou branca 
pode indicar circulação de sangue insuficiente.
Uma cor de pele azulada é analisada quando a vítima estiver com 
insuficiência cardíaca, consequência da obstrução das vias aéreas, e também em 
alguns casos de envenenamento.
TÓPICO 4 | FUNÇÕES E SINAIS VITAIS DO CORPO HUMANO
45
3.8 CAPACIDADE DE MOVIMENTAÇÃO
4 PRINCÍPIOS DE REANIMAÇÃO
A incapacidade da vítima, que esteja consciente e não consegue se 
movimentar, é conhecida tecnicamente como paralisia, pode ser a consequência 
de uma doença ou traumatismo.
A falta de capacidade em mover os membros superiores e inferiores após 
um acidente pode ser indicada por uma lesão na medula espinhal, na altura do 
pescoço (coluna vertical).
A inabilidade de a vítima movimentar somente os membros inferiores 
pode indicar uma lesão medular abaixo do pescoço. A paralisia apenas de um lado 
do corpo, incluindo a face, pode acontecer como resultado de uma hemorragia ou 
acidente vascular cerebral.
Para que a vida possa ser preservada, é necessário que se mantenha um 
fluxo constante de oxigenação no cérebro. O oxigênio é transportado para os 
tecidos cerebrais através da circulação sanguínea.
As manobras de ressuscitação cardiopulmonar referem-se à sequência de 
origem norte-americano “ABC da vida”, as quais podem adaptar para a nossa 
língua:
A = Airway = Abertura das vias aéreas.
B = Breathing = Respiração.
C = Circulation = Circulação.
A correta aplicação das etapas da ressuscitação cardiopulmonar poderá 
manter a vida, até que a vítima se recupere o suficiente para ser transportada para 
uma unidade hospitalar, ou até que possa receber o tratamento pré-hospitalar por 
uma equipe especializada.
As manobras de suporte básico de vida são diferentes das manobras de 
suporte avançado de vida, que consistem na prestação de serviços de profissionais 
capacitados e no uso de equipamentos adicionais, como: monitores, cardíacos, 
desfibriladores, terapêutica líquida intravenosa, infusão de medicamentos e 
entubação orotraqueal.
46
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, vimos que:
• As funções do cérebro e do coração são vitais para que o ser humano permaneça 
vivo.
• Vários órgãos têm a responsabilidade de preservar o sangue com as propriedades 
essenciais, como: rins, aparelho digestivo, fígado, pulmão e coração.
• Os sinais vitais indicam a existência da vida, são reflexos ou sintomas que 
possibilitam entender sobre o estado geral de uma pessoa.
• Os sinais sobre o funcionamento do corpo humano são: temperatura corporal, 
pulso e respiração.
• As manobras deressuscitação cardiopulmonar consistem em: abertura das vias 
aéreas, respiração e circulação.
• A correta aplicação dos procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar poderá 
preservar a vida até que a vítima se reabilite o suficiente para ser transportada 
para uma unidade hospitalar.
47
AUTOATIVIDADE
1 Com relação às funções do aparelho digestivo, assinale a alternativa 
CORRETA:
 
a) ( ) Condensa e transforma a composição do sangue, facilitando a eliminação 
de substâncias tóxicas.
b) ( ) Tem a capacidade de filtrar substâncias, regular a osmolaridade e o 
volume do líquido do corpo, excluindo o excesso de água do organismo.
c) ( ) Transportar o sangue e tem como função digerir os alimentos, que são 
absorvidos.
2 Sobre as atribuições dos pulmões, assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) Produz oxigênio e retira a ventosidade resultante da respiração, tem 
como objetivo absorver o oxigênio e transferir para o sangue.
b) ( ) Tem a capacidade de filtrar substâncias, regular a osmolaridade e o 
volume do líquido do corpo, excluindo o excesso de água do organismo.
c) ( ) Transportar o sangue e tem como função digerir os alimentos, que são 
absorvidos.
3 O pulso é uma intensidade de sangue, originada pelos batimentos cardíacos 
e distribuído nas artérias. A respeito da frequência dos pulsos, assinale a 
alternativa CORRETA: 
a) ( ) A frequência em adultos é de 70 a 110 batimentos por minuto, a 
frequência de pulso nas crianças em geral é superior a 60 batimentos 
por minuto.
b) ( ) A frequência em adultos é de 60 a 100 batimentos por minuto, a 
frequência de pulso nas crianças em geral é superior a 80 batimentos 
por minuto.
c) ( ) A frequência em adultos é de 80 a 120 batimentos por minuto, a 
frequência de pulso nas crianças em geral é superior a 90 batimentos 
por minuto.
4 Quais são as funções básicas do corpo avaliadas, através dos sinais vitais?
48
49
TÓPICO 5
ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
2 PARADA RESPIRATÓRIA
Os socorros de urgência e emergência são as atitudes que uma pessoa 
treinada deverá realizar com relação à pessoa acidentada ou que tenha sofrido um 
mal súbito, antes da chegada do atendimento especializado.
O socorrista é um indivíduo capacitado para praticar procedimentos e 
técnicas de primeiros socorros, esta pessoa deverá ter conhecimentos básicos sobre 
o assunto e treinamento que o prepara para a execução das ações.
Após a confirmação da situação de emergência, o atendimento deverá ser 
instantâneo e realizado de acordo com as características de cada caso. No entanto, 
existem regras gerais de atendimento.
Estas normas são importantes, pois fornecem uma orientação com relação 
às condições que precisam ser identificadas e tratadas com prioridade, conforme a 
gravidade, analisando os riscos de vida imediata. 
O objetivo inicial do atendimento a ser prestado é a preservação da vida, 
desta forma, assim que vão sendo avaliadas as lesões da vítima, procedimentos de 
socorro com o objetivo de controlar a lesão deverão ser realizados.
A parada respiratória pode ser definida como uma supressão imediata dos 
movimentos respiratórios, podendo ser ou não acompanhada de parada cardíaca. 
Em caso de um diagnóstico de parada respiratória, siga as instruções descritas. 
O termo Parada Cardiorrespiratória (PCR) significa a ausência total de 
sinais de circulação (ausência de pulso), ou seja, a falta de batimentos cardíacos, 
de pulsação e de movimentos respiratórios.
É um problema que ainda se torna um desafio para a equipe que presta 
assistência nos momentos de emergências. Este quadro é considerado uma 
emergência médica extrema, que consiste de um adequado restabelecimento do 
fluxo sanguíneo e da ventilação para evitar lesão cerebral que pode ser irreversível.
50
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
2.1 DEFINIR O ESTADO DE CONSCIÊNCIA DA VÍTIMA
2.2 POSICIONAR A VÍTIMA
2.3 VERIFICAR SE A VÍTIMA ESTÁ RESPIRANDO
O socorrista deve chamar e movimentar a vítima, levemente, em casos de 
parada respiratória, após um acidente traumático (em especial nos traumas de 
cabeça e pescoço).
A insuficiência respiratória acontece quando há troca de oxigênio por 
dióxido de carbono, nos pulmões pode ser compatível com a velocidade de 
oxigênio e de produção de dióxido de carbono nas células do organismo. 
A reanimação ou ressuscitação cardiopulmonar é denominada como um 
conjunto de procedimentos realizados após um acontecimento de RPC, com o 
objetivo de manter a circulação do sangue arterial até o retorno espontâneo da 
circulação no corpo da vítima.
Para que seja possível realizar o procedimento correto de assistência na 
reanimação cardiopulmonar, é necessário que existam condições mínimas de 
equipamento, material e pessoas qualificadas para que o resultado satisfatório seja 
alcançado.
Segundo Oliveira (1998), deve-se movimentar a cabeça da vítima o mínimo 
possível, para evitar o agravamento dos ferimentos que já existem, ou mesmo uma 
paralisia por compressão da medula espinhal.
Caso a vítima se encontre inconsciente, não responder aos estímulos 
sonoros e físicos, o socorrista é orientado a deitar a vítima de costas sobre uma 
superfície plana e abrir as vias aéreas, elevando o queixo e inclinando a cabeça 
para trás (extensão da cabeça).
Para avaliar se as vias aéreas estão obstruídas, deve-se prestar atenção 
quando o paciente para subitamente de respirar, torna-se cianótico e inconsciente, 
sem uma razão aparente.
O socorrista deve posicionar o seu ouvido sobre a boca e o nariz da 
vítima e verificar se ela respira (ver, ouvir e sentir). Tente ouvir e sentir o ar 
expirado pela vítima, observando ainda se o peito está se movimentando, se há 
expansão do tórax.
TÓPICO 5 | ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
51
2.4 REALIZAR A RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL
3 PARADA CARDÍACA
Caso seja identificado que a vítima não respira, deve-se proceder da 
seguinte maneira:
• Fechar as narinas da vítima com os seus dedos (polegar e indicador).
• Colocar a sua boca com firmeza sobre a boca da vítima.
• Soprar lentamente até o peito dela se encher de ar, em seguida, retire sua boca e 
deixe o ar sair livremente.
No caso de socorro de adultos, deve-se manter a frequência de uma 
ventilação a cada 5 segundos e, uma ventilação a cada 3 segundos para crianças e 
um sopro bem suave a cada 3 segundos para bebês de 0 a 2 anos.
Se não houver retorno espontâneo da respiração, mantenha a respiração 
artificial durante todo o transporte, até a chegada da vítima na unidade hospitalar 
para atendimento especializado. 
A parada cardíaca é determinada como uma cessação instantânea e 
inesperada na duração dos batimentos cardíacos. Segundo Oliveira (1998), o 
coração para de bombear o sangue para o organismo e os tecidos começam a sentir 
os efeitos da falta de oxigênio.
O cérebro, que é o centro essencial do organismo, começa a morrer após, 
em média, três minutos sem oxigênio. O socorrista deverá caracterizar e realizar 
ações de imediato para corrigir a falha no sistema circulatório.
Em caso de demora na recuperação da vítima, esta poderá sofrer lesões 
graves e irreversíveis. A compressão na torácica externa é suficiente na substituição 
dos batimentos do coração.
A técnica de compressão torácica é eficiente por duas razões principais:
1ª o coração está situado entre o osso esterno (que é móvel) e a coluna vertebral 
(que é fixa); e
2ª porque o coração, quando na postura de relaxamento, fica sobrecarregado de 
sangue.
Portanto, o coração, ao ser comprimido pelo osso esterno elimina o sangue 
e depois, ao relaxar, novamente se enche, possibilitando uma circulação sanguínea 
suficiente para a assistência à vida. 
52
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
3.1 INSTRUÇÕES PARA O SOCORRISTA3.2 TÉCNICA DE COMPRESSÃO TORÁCICA
Em caso de o socorrista identificar a parada cardíaca na vítima, deverá 
seguir as seguintes instruções:
• Posicionar a vítima e deitá-la sobre uma superfície plana e rígida.
• Verificar o pulso da vítima na artéria carótida, localizada no pescoço, para 
certificar-se da ausência de batimentos cardíacos, mas, atenção, somente deverá 
iniciar a compressão torácica externa quando for constatada a ausência de 
pulsação.
• Localizar a borda das costelas da vítima e deslizar os dedos da mão esquerda 
sobre ela.
O socorrista deverá localizar a mão para o centro do tórax, identificando 
por apalpação o final do osso esterno (apêndice xifoide), marcando dois dedos a 
partir do final do osso esterno e posicionar a mão direita logo acima deste ponto, 
bem no meio do peito da vítima.
A compressão cardíaca é produzida pela compressão vertical para baixo, 
deverá exercer através de ambos os braços do socorrista, comprimindo o osso 
esterno sobre o coração da vítima.
FIGURA 17 - TÉCNICA DE APALPAÇÃO DA ARTÉRIA CARÓTIDA
FONTE: Disponível em: <http://passeconcursosenfermagem.blogspot.
com.br/>. Acesso em: 20 mar. 2016.
TÓPICO 5 | ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
53
FIGURA 18 - PONTO DE COMPRESSÃO SOBRE O OSSO ESTERNO
FONTE: Disponível em: <http://lifesavers.com.br/r/Parada-
Cardiorrespiratoria-11.html>. Acesso em: 20 mar. 2016.
A compressão torácica externa deve ser realizada com os braços esticados, 
usando o peso do corpo do socorrista, que não deve se esquecer de realizar as 
compressões com a respiração de boca a boca.
Quando o socorrista estiver socorrendo a vítima sozinho, deverá dar dois 
sopros (ventilações) e fazer quinze compressões, em um ritmo de oitenta a cem 
compressões por minuto.
Se o socorro estiver sendo realizado em dupla, para cada ventilação dada 
pelo primeiro socorrista, o segundo deverá executar cinco compressões (ritmo de 
80 a 100 por minuto). 
Em casos de dois socorristas estarem atendendo a vítima, a ressuscitação 
cardiopulmonar (RPC) deve ser realizada com um socorrista posicionado de cada 
lado da vítima, podendo trocar de posição quando necessário sem, no entanto, 
interromper a frequência de cinco compressões por uma ventilação (5x1).
O pulso carotídeo deve ser tocado constantemente durante a realização 
de ressuscitação cardiopulmonar (RPC), com o objetivo de verificar se houve o 
retorno dos batimentos cardíacos.
O socorrista deve avaliar o pulso após o primeiro minuto que realizar o RPC, 
e assim a cada minuto depois. É indicado não demorar mais de cinco segundos 
para verificar a pulsação, para não comprometer o ritmo das compressões. 
54
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
3.3 COMPRESSÃO TORÁXICA EXTERNA
3.4 POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO
A compressão e a descompressão devem ser realizadas de forma 
compassada, e com proporcional duração. A palma da mão do socorrista não deve 
ser retirada de sua posição, sobre o osso esterno, porém, a pressão sobre ela não é 
necessária ser realizada de maneira que possa retornar a sua posição normal.
No caso de uma vítima criança, a massagem cardíaca deve ser feita com 
apenas uma das mãos, posicionada sobre o meio do peito da vítima, no terço 
inferior do osso esterno.
Quando houver socorro em bebês, o socorrista deverá apalpar o pulso na 
artéria braquial, e realizar a massagem cardíaca com apenas dois dedos, sobre o 
peito do bebê. A técnica é indicada, comprimindo o peito do bebê, um dedo abaixo 
da linha entre os mamilos.
Qualquer vítima, quando estiver inconsciente, deverá ser posicionada na 
postura de recuperação, pois esta posição impede que a língua bloqueie a passagem 
do ar. Nesta posição a cabeça deve permanecer, ligeiramente mais baixa do que o 
restante do corpo, facilitando a saída de líquidos da boca da vítima.
Esta ação reduz o risco de aspiração de objetos gástricos, também a cabeça 
e a região dorsal (coluna vertebral) devem ficar alinhadas, enquanto os membros 
inferiores e posteriores dobrados, mantendo o corpo apoiado de forma segura e 
confortável.
FIGURA 19 - DEMONSTRAÇÃO DO MÉTODO DE COMPRESSÃO EM BEBÊS
FONTE: Disponível em: <http://cantinhodaenfermeiraregina.blogspot.
com.br/2011/03/se-o-bebe-engasgar.html>. Acesso em: 26 mar. 2016.
TÓPICO 5 | ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
55
3.5 COMPLICAÇÕES POR REALIZAÇÃO DE MANOBRAS 
INADEQUADAS
As complicações mais comuns, produzidas por realização de manobras 
inadequadas de ressuscitação cardiopulmonar (RPC), são:
• A vítima não estar posicionada sobre uma superfície rígida.
• A vítima não estar em posição horizontal (se a cabeça estiver elevada, o fluxo 
sanguíneo cerebral ficará inadequado).
• As vias aéreas não estarem permeáveis.
• A boca ou a máscara não estar de forma apropriada (fechada) na vítima e o ar 
escapar.
• As narinas da vítima não estarem devidamente fechadas.
• As mãos forem posicionadas de modo incorreto ou em local inadequado sobre o 
tórax da vítima.
• As compressões forem muito longas ou muito rápidas, pois desta forma não 
impulsionam volume sanguíneo adequado.
• O princípio entre os movimentos de ventilações e compressões for realizado de 
forma inadequada.
• A ressuscitação cardiopulmonar (RPC) deixar de ser executada por mais de 5 
segundos, gera um alto risco de lesão cerebral.
FIGURA 20 - DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://fa.billycheck.com/previews/firstaidDE.
html>. Acesso em: 26 jun. 2016.
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UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
As manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RPC) não são indicadas 
para serem executadas em vítimas que se encontram em fase terminal de uma 
condição de saúde irreversível e incurável, porém, uma vez iniciada a manobra, 
deve-se mantê-la até que:
• Aconteça o retorno espontâneo da circulação, retorno da pulsação, deve-se 
continuar a ventilação.
• Quando houver o retorno da respiração e da circulação.
• Profissional socorrista estiver completamente exausto e não conseguir executar 
as manobras de ressuscitação.
QUADRO 1 - TÉCNICAS PARA MANOBRAS DE RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR 
(RPC)
FONTE: Oliveira (1998)
Os conhecimentos sobre ressuscitação cardiopulmonar (RPC) necessitam 
de práticas com manequins, supervisionada por profissionais técnicos 
especializados.
TÓPICO 5 | ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
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4 HEMORRAGIAS
4.1 TIPOS DE HEMORRAGIAS
4.1.1 Anatomia das hemorragias
A hemorragia ou o sangramento representam o mesmo caso, isto é, quando 
o sangue vaza das artérias, veias ou vasos capilares. As hemorragias podem ser 
especificadas como um excesso de perda no volume sanguíneo circulante no corpo 
do ser humano.
Segundo Fernandes e Guimarães (2007), a hemorragia é a perda de 
sangue em consequência da ruptura, dilaceração ou corte, através de ferimentos e 
cavidades naturais. 
Em todos os casos de hemorragia, o quadro deve ser controlado 
imediatamente, pois pode causar um estado de choque na vítima e o quadro pode 
agravar e provocar a morte.
O seu quadro inicial aparenta palidez, sudorese, agitação, pele fria, 
fraqueza, pulso fraco e rápido, baixa pressão arterial e sede excessiva. Desta forma, 
caso não forem controladas imediatamente o estado da vítima pode se agravar.
As hemorragias podem ser:
• Interna: é caracterizada pelo resultado de um ferimento interno profundo, 
causado por lesão de um órgão.
• Externa: é causado por um ferimento externo no corpo, com visualização de 
sangue.
Anatomicamente as hemorragias podem ser:
• Arteriais: quando há a perda de um sangue vermelho vivo, saindo do corpo de 
forma intensa.
• Venosas: quando há saída de sangue na cor vermelho escuro, escorrendo de 
forma contínua e lenta.
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UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
4.1.2 Hemorragia nasal (epistaxe)
4.1.3 Hemorragia do conduto auditivoexterno (otorragia)
A hemorragia nasal é a perda de sangue pelo nariz em leves ou intensos 
fluxos, pode ser causada quando as pessoas ficam expostas a altas temperaturas ou, 
então, são provocadas por choque traumático, por acidentes e por determinadas 
doenças.
São indicadas algumas ações de socorro:
• Sentar a vítima em uma cadeira, em local fresco e arejado, com a parte do tórax 
recostado e a cabeça elevada, tentado acalmá-la.
• Desapertar as roupas, que estejam apertando o pescoço e o tórax da vítima.
• Apertar a narina que está sangrando com os dedos, fazendo uma ativa pressão 
sobre a lateral do orifício nasal onde há fluxo de sangue, para que suas paredes 
estejam em contato e, por pressão direta, controlar o sangramento.
• Utilizar uma bucha de algodão ou gazes para tapar a narina que está sangrando.
• Aplicar compressa de pano frio ou bolsa de gelo no nariz e no rosto.
• Não girar a cabeça para trás.
• Conduzir a vítima para o hospital mais próximo.
A otorragia acontece, geralmente, em casos em que há um quadro de 
fratura no crânio ou em traumatismo do conduto auditivo externo, por exemplo, 
quando há uma introdução de objetos no ouvido.
Este tipo de hemorragia pode ser classificado como simples ou composta. 
No caso de otorragia simples, pode ser introduzido no ouvido um pequeno 
pedaço de material para estancar o sangue e no caso de hemorragia composta, não 
é indicado ações para estancar este tipo de sangramento e a procura pelo socorro 
médico deve ser imediata. 
São indicadas algumas medidas de socorro:
• Permanecer com o canal auditivo aberto.
• Deitar a vítima em posição de decúbito lateral, virada para o lado do ouvido que 
está sangrando.
• Conduzir a vítima para o hospital mais próximo.
TÓPICO 5 | ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
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4.1.4 Hemorragia dos pulmões (hemoptise)
4.1.5 Hemorragia do sistema digestivo (hematêmese)
A hemoptise é uma hemorragia grave, que pode ser de pequena ou grande 
quantidade e fluxo, também pode vir acompanhada de tosse com expectoração, 
de escarro sanguinolento e espumoso, saindo pela boca, sendo um sangue 
vermelho vivo.
As causas mais frequentes da hemoptise são: bronquectasia (obstrução dos 
brônquios pelo sangue, sem passagem de ar), tuberculose, abscesso pulmonar, 
tumores pulmonares, embolia pulmonar, entre outros.
São indicadas algumas ações de socorro:
• Acalmar a vítima.
• Posicionar a vítima em repouso, em decúbito lateral, com a cabeça mais baixa 
que o corpo.
• Não oferecer líquidos à vítima, por via oral.
• Colocar uma bolsa de gelo no tórax.
• Conduzir a vítima para o hospital mais próximo. 
A hematêmese é a perda de sangue através do vômito de origem gástrica 
(perfuração por úlcera) ou esofagiana (ruptura das varizes esofagianas). Outro 
tipo de hemorragia considerada grave que necessita de cuidados médicos.
Como característica deste quadro, a vítima se queixa de enjoo e apresenta 
vômito de cor escura, como uma borra de café, com resíduos ou não de alimentos. 
Este tipo de hemorragia é muito comum em situações de ingestão de produtos 
químicos corrosivos, em acidentes, ou também pode ser de origem de alguma 
doença no estômago.
Segundo Fernandes e Guimarães (2007), algumas orientações devem ser 
seguidas:
• Deitar, no mesmo instante a vítima, buscando acalmá-la.
• Afrouxar as roupas da vítima.
• Impedir a ingestão de qualquer tipo de líquido ou alimento.
• Utilizar compressas frias ou bolsa de gelo na região abdominal.
60
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
• Ofertar somente pequenas quantidades de água gelada.
• Posicionar a vítima em decúbito lateral, para evitar aspiração de vômito.
• Solicitar assistência médica especializada.
4.1.6 Hemorragia intracraniana
A hemorragia intracraniana é o tipo de sangramento que acontece na parte 
interna do crânio e é um quadro de emergência médica, com risco de morte. O 
atendimento médico da equipe de emergência deve ser acionado, caso existir 
desconfiança de que uma pessoa esteja indicando hemorragia intracraniana. Pode 
acontecer na parte interna do cérebro ou envolta, no caso de que se originam no 
interior do cérebro e têm as seguintes nomenclaturas, dependendo da área em que 
acontecem: 
• No interior do cérebro, designam-se hemorragias intracerebrais. 
• Se acontecer entre o cérebro e o espaço subaracnóideo, hemorragias 
subaracnóideas. 
• Entre as divisões do revestimento do cérebro, hemorragias subdurais. 
• Os casos em que se originam entre o crânio e o revestimento do cérebro 
são hemorragias epidurais. 
Independentemente da área do crânio em que acontecer a hemorragia, as 
células do cérebro são destruídas, pois o crânio não possibilitar a dilatação dos 
tecidos, assim a hemorragia aumenta de maneira significativa e crítica a pressão 
no cérebro.
Na hemorragia intracraniana, as causas mais frequentes são o traumatismo do 
crânio (fratura), com pressão óssea e o acidente vascular cerebral (hipertensão arterial).
Segundo Fernandes e Guimarães (2007), algumas orientações devem ser 
seguidas:
• Posicionar a vítima em posição de decúbito lateral.
• Cobrir a boca da vítima, colocando um lenço entre os dentes.
• Limitar os movimentos da vítima, para impedi-la de provocar lesões.
• Soltar as roupas da vítima, deixando-a confortável.
• Conduzir a vítima para o hospital mais próximo.
TÓPICO 5 | ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
61
4.1.7 Hemorragia interna
4.1.8 Melena
A hemorragia interna é causada pela ruptura dos vasos (veias ou artérias), 
ou de órgãos importantes como fígado ou baço, causado por algum tipo de choque 
por algum objeto muito pesado.
A vítima evidencia os seguintes sintomas:
• Pulsação muito fraca ou acelerada.
• Pele fria, cor pálida, excesso de suor. 
São indicadas algumas ações de socorro:
• Estender a vítima com a cabeça em um nível mais baixo que o corpo, mantendo- 
o mais imobilizado possível.
• Pôr uma bolsa de gelo ou compressas frias no local do ferimento.
• Conduzir a vítima para o hospital mais próximo.
Melena é a perda de sangue, pelo orifício anal, eliminado com as fezes, 
que se apresentam no estado pastoso, de cor escura e de cheiro fétido. É sinal de 
sangramento baixo, porém lento o suficiente para possibilitar a oxidação do sangue.
Segundo Fernandes e Guimarães (2007), algumas orientações devem ser 
seguidas:
• Acalmar a vítima e conquistar a sua cooperação.
• Colocar a vítima deitada, em posição de barriga para cima.
• Posicionar bolsa de gelo sobre o abdômen, na região gástrica e intestinal.
• Utilizar compressas geladas na região anal (em caso de sangramento por 
hemorroidas).
• Conduzir a vítima com urgência para um local onde possa receber assistência 
especializada.
62
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
4.2 MEDIDAS DE SOCORRO
4.3 TÉCNICAS PARA CONTROLES DA HEMORRAGIA
4.3.1 Técnica de compressão direta sobre o ferimento
Para que o socorrista consiga realizar as ações e os procedimentos de forma 
correta e no momento certo, algumas medidas de socorro devem ser tomadas:
• Sentar a vítima em uma cadeira, em local fresco e arejado, com a parte do tórax 
recostado e a cabeça elevada, buscando acalmar a vítima.
• Afrouxar a roupa que esteja comprimindo o pescoço e o tórax da vítima.
• Comprimir a narina que estiver sangrando com o auxílio dos dedos, fazendo 
ligeira compressão sobre o ferimento de onde flui o sangue, de forma que suas 
paredes se toquem, e por compressão direta, contenha o sangue.
• Utilizar um chumaço de algodão ou gases para tapar o orifício que está 
sangrando.
• Colocar compressa de pano frio ou bolsa de gelo no nariz e fronte.
• Não virar a cabeça da vítima para trás.
Para que os socorristas tenham condições de controlar o quadro de 
hemorragia, devem-se conhecer algumas técnicas, como: 
• Técnicade compressão direta sobre o ferimento.
• Técnica da elevação do ponto de sangramento.
Para que se tenha um controle da hemorragia, aplicando a técnica de 
compressão direta, deve-se fazer compressão sobre o ferimento, com a mão 
(devidamente protegida por luva descartável), ou com o auxílio de um pano limpo 
ou gaze esterilizada, para prevenir a infecção e a contaminação.
TÓPICO 5 | ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
63
4.3.2 Técnica da elevação do ponto de sangramento
4.3.3 Técnica da compressão sobre os pontos arteriais
Como procedimento padrão, deve-se manter a região que está sangrando 
em uma posição mais elevada que o restante do corpo, pois este método 
contribuirá para diminuir o fluxo de sangue circulante no corpo da vítima, e como 
consequência, o sangramento, conforme demonstra a figura a seguir.
Nos casos em que a hemorragia acontecer de forma muito intensa e o 
socorrista não conseguir estancar a saída do sangue, utilize a técnica de compressão 
sobre os pontos arteriais, pressionando o local diretamente sobre as artérias 
principais, que passam os nutrientes do sangue no local lesionado.
FIGURA 21 - TÉCNICA DE COMPRESSÃO DIRETA SOBRE O FERIMENTO
FIGURA 22 - TÉCNICA DE COMPRESSÃO SOBRE AS ARTÉRIAS
FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/lucasddsilva/primeiros-
socorros-prs-71-hemorragia>. Acesso em: 18 jun. 2016.
FONTE: Disponível em: <epralima.com/inforadapt2europe/manuaisweb/
MANUAL4/page6.html>. Acesso em: 18 jun. 2016.
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UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
Em caso de não cessar o sangramento, com o uso de nenhum dos métodos, 
o socorrista deve aplicar um torniquete no membro lesado. Este procedimento não 
é recomendado para uso geral, pois algumas vezes pode causar mais danos na 
extremidade do ferimento do que as que já existiam pela própria lesão inicial.
Por outro lado, um torniquete realizado de forma correta pode salvar a 
vida da vítima quando a hemorragia em um vaso sanguíneo principal não pode 
ser controlada por outra técnica.
4.3.4 Técnica de torniquete
O torniquete, ou garrote, como chamados em algumas regiões, é uma faixa 
de tecido ou outro material que possa servir para amarrar alguma parte do corpo, 
desta forma, buscando ter o controle da hemorragia.
Este método deverá ser utilizado como uma última opção e somente para 
controle do sangramento provocado por ferimentos graves nas extremidades, 
apenas quando todos os outros procedimentos de controle não forem suficientes.
Não se deve aplicar torniquetes sobre as áreas de articulação, sobre os 
cotovelos e joelhos. A localização segura e eficiente para colocação do torniquete é 
de cerca de 5 centímetros acima do local da lesão.
Se realmente o torniquete tiver que ser utilizado, deverá ser aplicado de 
forma correta, seguindo as orientações:
• Uma faixa larga deve ser dobrada até que fique com aproximadamente 10 
centímetros de largura, após amarrar esta faixa larga, duas vezes ao redor da 
extremidade lesada.
• Faça um nó bem firme na faixa, coloque um bastão de madeira ou outro material 
similar sólido sobre o nó e amarre novamente com uma segunda amarração.
• Aproveite o bastão de madeira para fazer uma manivela para rodar e apertar a 
faixa.
• Pressione o torniquete até o sangramento interromper, uma vez controlada a 
hemorragia pare de apertar o bastão e o mantenha firme no lugar.
TÓPICO 5 | ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
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FIGURA 23 - TÉCNICA DE TORNIQUETE
FONTE: Disponível em: <doutissima.com.br/2014/02/17/hemorragia-sintomas-
causas-e-tratamento-46524/>. Acesso em: 18 jun. 2016.
São identificadas algumas precauções e observações quanto ao uso do 
torniquete:
• Nunca deve ser utilizado qualquer material cortante para aplicar a técnica, use 
ataduras largas de panos leves.
• Não desaperte ou afrouxe a atadura depois da finalização do procedimento.
• Após a aplicação do torniquete, identifique com as letras “TQ” e a hora em que 
foi aplicado, em um local visível, próximo à vítima.
5 ESTADO DE CHOQUE 
O estado de choque é um quadro grave, de origem imprevista e caracteriza-
se por uma falência no sistema circulatório, que tem a função de compartilhar 
sangue com oxigênio e nutrientes para as partes do corpo.
Intercorre quando a passagem de oxigênio para as células do corpo diminui 
de intensidade ou para completamente. A situação pode ir se agravando de forma 
gradativa e ocasionando anomalias nos tecidos, conforme a sua extensão, até o 
momento em que o coração não recebe oxigênio de forma satisfatória e para de bater.
Em caso de, por qualquer causa, começar a faltar oxigênio nos tecidos 
corporais, acontece o que é determinado estado de choque, ou seja, as células 
começam a entrar em sofrimento e, se esta situação não for revertida, as células do 
corpo morrerão.
66
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
5.1 CAUSAS DO ESTADO DE CHOQUE
Como existe circulação insuficiente de sangue através dos tecidos para 
distribuir os nutrientes e oxigênio necessários, todos os processos corporais 
normais ficam comprometidos.
Segundo Oliveira (1998), quando uma pessoa está em estado de 
choque, suas funções vitais reduzem a capacidade, e se o estado que causa 
o choque não for cessado e revertido de forma imediata, pode ocasionar a 
morte da vítima.
Este tipo de caso de emergência também pode ter outras causas, como: 
• Excessiva perda de sangue.
• Infarto agudo no miocárdio.
• Aceleração cardíaca.
• Queimaduras graves. 
• Processos inflamatórios do coração. 
• Traumatismos no crânio, tórax ou abdômen. 
• Envenenamentos. 
• Afogamento. 
• Choque elétrico. 
• Picadas de animais venenosos. 
• Alteração inesperada de temperatura e sinais de infecção. 
Nas indústrias, todas as causas acima citadas podem acontecer, requerendo 
atenção especial para os trabalhadores expostos a substâncias tóxicas, choque 
elétrico, moinhos e temperaturas externas.
Os casos de estado de choque em que se segue de algum acidente 
traumático são geralmente resultantes de uma perda excessiva de sangue. Apesar 
dos diferentes tipos de choque, o atendimento pré-hospitalar é sempre realizado 
da mesma maneira.
TÓPICO 5 | ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
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5.2 TRATAMENTO PARA O ESTADO DE CHOQUE
A etapa inicial para o tratamento é reconhecer o quadro, sendo que a vítima 
em choque apresenta pulso acelerado, respiração rápida e superficial, palidez na 
pele, agitação intensa, muita sede, pele fria e úmida, náusea, pressão arterial abaixo 
do limite da normalidade e perda de consciência.
Fernandes e Guimarães (2007) descrevem algumas medidas de socorro:
• Deitar a vítima com a cabeça mais baixa que os pés.
• Afrouxar as roupas da vítima.
• Agasalhar a vítima.
• Estancar a hemorragia (se houver).
• Analisar os sinais vitais (respiração, pulso, entre outros).
• Encaminhar a vítima ao hospital.
Após o diagnóstico do estado de choque, posicione a vítima deitada e 
desobstrua suas vias aéreas (fazer esta ação antes de qualquer outra manobra 
de socorro).
FIGURA 24 - VÍTIMA EM ESTADO DE CHOQUE COM VIAS AÉREAS 
DESOBSTRUÍDAS E PERNAS ELEVADAS
FONTE: Disponível em: <//pt.wikihow.com/Tratar-uma-V%C3%ADtima-em-
Estado-de-Choque>. Acesso em: 20 jun. 2016.
68
UNIDADE 1 | ASPECTOS GERAIS DO PRIMEIRO SOCORRO
6 CHOQUE ANAFILÁTICO
Este tipo de choque pode ser definido como uma intensa reação alérgica, 
com potencial de morte, que poderá acontecer em pessoas mais sensíveis, após a 
ingestão de certos alimentos, a injeção de medicamentos específicos ou picada de 
alguns insetos.
Este tipo de reação alérgica faz com que determinadas substâncias sejam 
liberadas na corrente sanguínea da vítima, gerando uma dilatação nas veias e 
uma obstrução respiratória na altura do pescoço, que como consequência poderá 
originar uma asfixia. 
Além dos sinais e sintomascaracterísticos do choque, nestes casos, o 
socorrista poderá caracterizar também ansiedade, lesão avermelhada na pele, 
inchaço na região do rosto e pescoço.
Em seguida, o socorrista deve elevar as pernas da vítima, aproximadamente 
30 centímetros (se não houver fraturas), afrouxar as roupas e impedir a perda de 
calor do corpo, colocando cobertas ou agasalhos sobre a vítima. 
Além do conforto físico, é importante promover o suporte emocional, 
mantendo um atendimento constante, buscando tranquilizar a vítima. Buscar 
controlar os sangramentos aparentes, por compressão e não dar alimentos ou 
líquidos à vítima. 
O atendimento médico emergencial imediato se faz necessário, a vítima 
deve ser transportada para um hospital mais próximo ou deve-se solicitar socorro 
especializado para ela. 
O resultado de uma pesquisa realizada aponta que aproximadamente 20% 
das vítimas que entram em estado de choque acabam morrendo. Uma das causas 
revela que quanto mais tempo o atendimento demorar, aumenta o risco de lesões 
permanentes aos órgãos do corpo humano. 
69
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, vimos que:
• Parada cardiorrespiratória significa a ausência total de sinais de circulação, a 
falta de batimentos cardíacos, de pulsação e de movimentos respiratórios.
• O socorrista deve estimular e movimentar a vítima levemente, o mínimo possível, 
para evitar o agravamento dos ferimentos que já existem e também em casos de 
parada respiratória.
• Para verificar se a vítima está respirando, o socorrista deve posicionar o seu 
ouvido sobre a boca e o nariz da vítima e verificar se ela respira (ver, ouvir e 
sentir).
• Em caso de o socorrista identificar a parada cardíaca na vítima, deverá seguir as 
seguintes instruções: posicionar a vítima e deitá-la sobre uma superfície plana 
e rígida; verificar o pulso na artéria carótida e localizar a borda das costelas da 
vítima e deslizar os dedos da mão esquerda sobre ela.
• Em casos de socorros em bebês, o socorrista deverá apalpar o pulso na artéria 
braquial e realizar a massagem cardíaca com apenas dois dedos, sobre o peito do 
bebê.
• As hemorragias são caracterizadas como o excesso de perda do volume 
sanguíneo circulante no corpo do ser humano.
• As hemorragias podem ser classificadas em interna: resultado de um ferimento 
interno profundo, causado por lesão de um órgão, e externa, que é provocada 
por um ferimento externo no corpo.
• As hemorragias podem ser: arteriais, quando há a perda de sangue do corpo 
de forma intensa e venosa, quando há saída de sangue, que escorre de forma 
contínua e lenta.
70
1 Com relação à manobra de reanimação ou ressuscitação cardiopulmonar, é 
correto afirmar que: 
a) ( ) Procedimentos realizados após um acontecimento de parada 
cardiorrespiratória, com a finalidade de manter a circulação do sangue 
arterial.
b) ( ) Bloqueio da passagem de ar; paralisia do centro respiratório no cérebro.
c) ( ) A realização de compressas ritmadas nos pulmões.
2 Caso seja analisado que a vítima não respira, o socorrista deve: 
a) ( ) Posicionar o seu ouvido sobre boca e o nariz da vítima e verificar se ela 
respira (ver, ouvir e sentir).
b) ( ) Fechar as narinas da vítima com os seus dedos, colocar a sua boca com 
firmeza sobre a boca da vítima e soprar lentamente até o peito se encher 
de ar, em seguida, retire sua boca e deixe o ar sair livremente.
c) ( ) Fechar os olhos da vítima, colocar os dedos sobre a boca da vítima e 
soprar, em seguida apoiar a mão sobre o peito da vítima.
3 Quais os sintomas de uma parada cardiorrespiratória?
AUTOATIVIDADE
71
UNIDADE 2
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• compreender as emergências clínicas respiratórias e circulatórias;
• identificar os sintomas e sinais de vítimas de insuficiência respiratória, a 
asma, a embolia pulmonar e edema agudo de pulmão;
• conhecer os fatores de agravamento de algumas emergências respiratórias;
• realizar os primeiros socorros em casos de emergências respiratórias;
• identificar os sintomas e sinais de vítimas de angina de peito, arritmias 
cardíacas, infarto agudo do miocárdio (infarto do coração), crise hiperten-
siva e o acidente vascular cerebral;
• conhecer os fatores de agravamento de algumas emergências circulatórias;
• compreender e reconhecer cada uma das emergências clínicas gerais, 
que são: cólica renal, diabetes: coma diabético e hipoglicemia, insolação, 
exaustão pelo calor, cãibras de calor, diarreia e desmaio;
• identificar quando a vítima possui algum sintoma de alguma das emer-
gências clínicas gerais;
• compreender cada uma das alterações mentais, que são: convulsão, neuro-
se histérica e alcoolismo agudo;
• identificar quando a vítima apresenta sintomas de alterações mentais;
• reconhecer as lesões traumáticas nos ossos, músculos e articulações;
• demonstrar, em situações emergenciais, a capacidade de atender com me-
didas de primeiros socorros, às lesões traumáticas nas vítimas;
• avaliar uma pessoa vítima de uma lesão traumática;
• detectar rapidamente os sinais e sintomas de uma vítima de uma lesão 
traumática.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. Em cada um deles você encon-
trará atividades que o auxiliarão a fixar os conhecimentos abordados.
TÓPICO 1 – EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS E 
 CIRCULATÓRIAS
TÓPICO 2 – EMERGÊNCIAS CLÍNICAS GERAIS
TÓPICO 3 – ALTERAÇÕES MENTAIS
TÓPICO 4 – PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
72
73
TÓPICO 1
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS 
E CIRCULATÓRIAS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
2 EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS
Caro acadêmico! Os primeiros socorros são indispensáveis para salvar 
vidas, seja em casos de acidentes de trabalho ou mal súbito. Os primeiros socorros 
têm como finalidade manter as funções vitais e evitar que a condição da vítima 
se agrave antes da chegada do serviço especializado. É de suma importância que 
existam pessoas treinadas na empresa para prestar esse atendimento.
As emergências são situações que precisam de ação imediata e que não 
podem se estender. Em situações de emergência, as manifestações são repentinas 
e inesperadas, necessitando de ações rápidas e urgentes. Nessas circunstâncias é 
primordial a aplicação de práticas de primeiros socorros para tentar minimizar 
os efeitos do quadro até a chegada da equipe especializada para realizar o 
atendimento. Uma das causas de maior procura por pronto atendimento são as 
emergências clínicas.
Para compreendermos sobre as emergências clínicas respiratórias e 
circulatórias, traremos, neste tópico, as causas, fatores de risco e primeiros socorros 
para cada tipo de emergência. É importante ressaltar que, mesmo nas emergências 
clínicas mais simples, a aplicação adequada dos primeiros socorros pode salvar a 
vida da vítima.
Em cada fase é importante: 
Avaliar ------> Classificar ------> Decidir -------> Agir 
Propiciando atendimento e abordagem adequados ao paciente.
Em casos de emergências respiratórias, o socorrista deve identificar os 
sintomas e sinais da complicação respiratória, podendo a respiração estar mais lenta 
ou mais rápida. Neste caso, os primeiros socorros têm como propósito conservar 
ATENCAO
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
74
as vias respiratórias desobstruídas, posicionando a vítima em uma posição que 
contribua para a respiração. 
Você lembra qual é a função do sistema respiratório? Abastecer o organismo 
com oxigênio e eliminar o excesso de gás carbônico das células. É importante 
lembrar que “Em um ciclo respiratório normal, cerca de 500 ml de ar entram e 
saem dos pulmões” (BRUNET et al., 2014, p. 85).
Dentre as emergências respiratórias destacamos a insuficiência respiratória, 
a asma, a embolia pulmonar e edema agudo de pulmão.
2.1HIPERVENTILAÇÃO
A hiperventilação se caracteriza pela respiração muito rápida, acarretando 
uma instabilidade entre as concentrações de oxigênio e dióxido de carbono no 
sangue.
Pode ocorrer devido a um choque emocional, excesso de esforço físico, 
dor intensa, sobreoxigenação, abstinência por drogas, práticas de respiração 
artificial por longos períodos, pessoas que já possuem algum tipo de perturbação 
respiratória relacionada ao sono. De acordo com Brunet et al. (2014, p. 92), os 
sintomas e sinais são:
• Respiração rápida, profunda e ofegante. A vítima tem a sensação de 
falta de ar, de não ser capaz de inspirar ar suficiente, apenas de aspirar 
uma quantidade superior à habitual.
• Dor torácica que se intensifica com a respiração.
• Formigamento, entorpecimento.
• As mãos e os pés podem estar frios e os dedos curvos e fletidos para 
a mão.
• Fraqueza, tonturas.
• Perda de consciência.
Pacientes de hiperventilação podem apresentar ainda confusão mental e 
conversa confusa.
A avaliação da vítima de forma adequada é de fundamental importância 
para a aplicação dos primeiros socorros. O socorrista deve assegurar que os 
sintomas e sinais de uma hiperventilação não sejam confundidos com os de uma 
crise de asma ou traumatismo torácico. Neste caso, os primeiros socorros objetivam 
diminuir o ritmo da frequência respiratória.
E quais são os primeiros socorros a serem aplicados em casos de 
hiperventilação?
Ainda seguindo o que diz Brunet et al. (2014, p. 93, grifo do original), a 
sequência a ser seguida é:
TÓPICO 1 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS E CIRCULATÓRIAS
75
2.2 ASMA
1. Sente a vítima numa posição o mais confortável possível.
2. Tranquilize-a quanto ao seu estado físico, para que a ansiedade não 
aumente ainda mais sua frequência respiratória.
3. Incentive a vítima a abrandar a frequência respiratória retendo a 
respiração, mesmo que isso seja difícil no início. Peça-lhe para respirar 
ao mesmo tempo que você.
Se estas intervenções forem ineficazes:
4. Faça a vítima respirar (inspirar e expirar) num espaço confinado, por 
exemplo, para as mãos (fechadas em torno da boca e do nariz), por baixo 
de um colete, para uma manga ou por baixo de cobertores. Quanto mais 
ela expirar, mais aumenta a percentagem de dióxido de carbono em 
cada inspiração, equilibrando assim as trocas gasosas. Interrompa esta 
manobra logo que a respiração retome a frequência normal.
5. Em seguida, coloque a vítima em repouso, pois sentir-se-á cansada e 
atordoada.
Caso o estado da vítima não voltar ao normal ou se agravar, chame o serviço 
especializado. Poderá ser necessária a administração de um sedativo.
A crise de asma ocorre devido a estreitamento dos brônquios decorrente 
de espasmos musculares, normalmente associados a processos inflamatórios ou 
irritação pulmonar. A crise asmática pode ocorrer devido a:
• Alergias, pólens, pó, pelos de animais, medicamentos, picadas de 
insetos.
• Fumo dos cigarros.
• Vapores tóxicos, gases irritantes, odores fortes e poluição atmosférica.
• Estresse, emoções fortes e fadiga.
• Vento, o abaixamento brusco e acentuado de temperatura, atividades 
ao ar livre com o tempo frio.
• Esforços violentos e exercícios em certos casos.
• Infecções virais (BRUNET et al., 2014, p. 92).
Existem ainda fatores que podem agravar a asma, tais como:
• História familiar de asma e outras manifestações de atopias.
• Exposição precoce ao cigarro (gestação e ao nascimento). 
• Infecções virais, principalmente o VSR (Vírus Sincicial Respiratório).
• IgE elevada.
• Rinite e/ou dermatite atópica. 
• Sibilância desencadeada por alérgenos.
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
76
Os sintomas e sinais são:
• Angústia muito forte e sensação de opressão no peito.
• Respiração difícil, sibilante e rápida (mais de 30 respirações por 
minuto).
• Esforço para respirar, com distensão dos vasos do pescoço, quando a 
vítima está sentada ou inclinada para frente.
• Sensação de sufocamento, de falta de ar, quando na realidade há 
demasiado ar nos pulmões e esse ar não pode sair.
• Azulamento dos lábios e batimento das asas do nariz.
• Tosse que por vezes produz escarros, sobretudo esbranquiçados 
(BRUNET et al., 2014, p. 92).
Normalmente, vítimas de crises asmáticas já sabem como agir. O objetivo 
dos primeiros socorros é fazer com que a respiração da pessoa volte ao normal. 
Para isso devem ser observadas duas situações:
Se a vítima não tiver na sua posse um medicamento de urgência 
(bronquiodilatadores):
1. Tranquilize-a e permaneça junto dela.
2. Procure a causa externa da crise de asma e tome as medidas necessárias 
para a eliminar, caso seja ambiental: fumo de tabaco, animais, tapetes.
3. Se a vítima estiver num grupo, isole-a das outras pessoas e areje o 
local.
4. Sente a vítima numa posição o mais confortável possível. Por vezes, 
sente necessidade de se inclinar para a frente.
5. Assegure-se de que nenhuma peça de roupa no pescoço ou na cintura 
impede a respiração.
6. Coloque a vítima num local úmido para lhe facilitar a respiração.
7. Se não houver melhoria do estado respiratório, chame o 192. Em 
seguida, avalie o seu estado até a chegada dos Serviços de Emergência.
Se a vítima tiver na sua posse um medicamento de urgência 
(bronquiodilatadores):
8. Siga as etapas 1 a 6, em seguida, administre por meio de um dilatador 
o medicamento prescrito, ou ajude a vítima a administrá-lo.
9. Chame o 192 se a dificuldade respiratória se agravar apesar da tomada 
do medicamento (BRUNET et al., 2014, p. 94, grifo do original).
Lembre-se de que o frio é uma das causas do desencadeamento de uma 
crise asmática, logo, evite expor a vítima ao frio.
A reação inflamatória deve ser tratada juntamente com a crise asmática. Caso, 
após medicado, os sintomas permaneçam, significa que apenas o bronquiodilatador não é 
suficiente, sendo necessário ministrar medicação para a inflamação.
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS E CIRCULATÓRIAS
77
2.3 INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
A insuficiência respiratória (IR) é uma das emergências que requer maior 
atenção devido à sua gravidade. Ela refere-se à dificuldade no transporte e captação 
do oxigênio ou na eliminação do gás carbônico devido à falta de capacidade 
do sistema respiratório em preservar as trocas gasosas em níveis aceitáveis. A 
insuficiência respiratória pode ser aguda ou crônica.
A IR pode ser causada por doenças relacionadas ao sistema respiratório 
ou não. De acordo com Melo, Dias e Pancieri (2011, p. 116), as enfermidades mais 
comuns são “doença pulmonar obstrutiva crônica, a asma, a insuficiência cardíaca, 
a pneumonia, dispneia de origem psicogênica (causada por estresse e choque 
emocional) e o uso de sedativos em altas doses”.
Para Fortes et al. (2010, p. 74), ainda existem os motivos indiretos para 
manifestação da insuficiência respiratória, que podem ser:
• Obstrução da via aérea: Obstrução por corpo estranho, broncoaspiração, 
asma, bronquiolite, bronquite crônica, enfisema, bronquiectasia, fibrose 
cística. 
• Dificuldade respiratória: Apneia do sono, obesidade, intoxicação por 
substâncias tóxicas ou medicamentos. 
• Debilidade da musculatura respiratória/acessória: Lesão da medula 
espinhal, miastenia, distrofia muscular, poliomielite, esclerose lateral 
amiotrófica, síndrome de Guillain-Barré. 
• Alteração do tecido pulmonar: Reação a fármacos, tumores, 
queimaduras, radiação, fibrose pulmonar, doença pulmonar de origem 
ocupacional. 
• Alteração da caixa torácica: Ferida aberta no tórax (trauma penetrante).
Conforme Melo, Dias e Pancieri (2011, p. 116), os sintomas podem ser:
• Dificuldade respiratória.
• Sensação de cansaço e ansiedade ou agitação (devido à falta de O2 no 
sistema nervoso central).
• Sons atípicos durante a respiração.
• Antecedente de crises semelhantes prévias.
• Tosse.
• Cianose (faltade O2 no sangue).
• Formigamento e contratura muscular em extremidades na dispneia 
de origem psicogênica (causada por fatores emocionais).
Caso a IR progrida de forma lenta, ocorre o aumento na pressão nos vasos 
sanguíneos dos pulmões, ocasionando a hipertensão pulmonar, que, se não tratada 
corretamente, poderá acarretar em uma insuficiência cardíaca.
Ainda segundo Melo, Dias e Pancieri (2011, p. 116), os primeiros socorros 
podem ser:
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
78
1. Afrouxar as roupas e transmitir segurança.
2. Posicionar na maca, sem prancha, em decúbito dorsal com cabeceira 
elevada;
3. Administrar oxigênio a 15 l/min.
4. Monitorar a vítima com oxímetro de pulso, tentando manter saturação 
de oxigênio além de 94%.
5. Permitir que a vítima, caso possuir e fizer uso habitual de medicação 
inalatória em spray ou em cápsula, realize uma dose antes do transporte.
6. Observar sinais de insuficiência respiratória. Em caso de hipoxemia 
(saturação de oxigênio menor que 90%) associado à redução da 
frequência respiratória, proceder à administração de ventilações com 
AMBU e oxigênio a 15 litros por minuto e solicitar apoio da unidade de 
suporte avançado de vida. 
7. Observar se ocorre redução do nível de consciência ou confusão 
mental. Solicitar apoio da unidade de suporte avançado de vida nestes 
casos.
8. Transportar a vítima ao encontro de uma unidade de suporte 
avançado ou proceder ao transporte para hospital de referência, 
segundo orientação do médico regulador.
Em casos de IR pode ser realizada a ventilação boca a máscara ou a 
ventilação com unidade bolsa-válvula-máscara. 
FIGURA 25 - UNIDADE BOLSA-VÁLVULA-MÁSCARA (AMBU)
FONTE: Disponível em: <http://www.buscahospitalar.com.br/images/
produtos/4206_20130328034440G.jpg>. Acesso em: set. 2016.
TÓPICO 1 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS E CIRCULATÓRIAS
79
FONTE: Disponível em: <http://www.salademergenciashop.com/
imagem/index/10964726/G/pocket_mask_rcp_cpr_mascara_
ressuscitaco_envio_imediato_12240_mlb20056070841_032014_o.jpg>. 
Acesso em: set. 2016.
FIGURA 26 - VENTILAÇÃO BOCA A MÁSCARA
2.4 EDEMA AGUDO DE PULMÃO
O edema agudo de pulmão (EAP) é o acúmulo de líquido no interior dos 
alvéolos pulmonares, que, segundo Fortes et al. (2010, p. 74), pode ocorrer devido 
à “[...] insuficiência cardíaca, principalmente a insuficiência cardíaca esquerda, 
coronariopatias, valvopatias, arritmias e crise hipertensiva; ou não cardiogênicas, 
como a hipoxemia, afecções respiratórias em que haja diminuição da complacência 
pulmonar e alterações da relação ventilação perfusão”.
Segundo Valente et al. (2012, p. 19), os sintomas e sinais para casos de 
edema agudo do pulmão podem ser: 
• Dispneia. 
• Cianose.
• Ansiedade e agitação. 
• Expectoração rosada e espumosa. 
• Sensação de afogamento.
• Aumento da frequência respiratória.
• Aumento da frequência cardíaca.
• Aumento da pressão arterial (na maioria dos casos).
• Palidez e sudorese.
• Respiração ruidosa tipo farfalheira, comparável ao som provocado por 
uma panela de água a ferver.
Ainda de acordo com Valente et al. (2012, p. 19), os primeiros socorros são: 
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
80
1. Abordagem da vítima segundo a metodologia ABCDE: 
A - Permeabilizar a via aérea com controle da coluna cervical 
B - Ventilação e oxigenação 
C - Assegurar a circulação com controle da hemorragia 
D - Disfunção neurológica 
E - Exposição com controle da temperatura. 
2. Sentar o doente com as pernas pendentes, numa posição confortável, 
minimizando os esforços.
3. Administrar oxigênio: 
- Garantir oximetria ≥ 95% (se grávida ≥ 97%; se DPOC entre 88-92%); 
- 15L/min; 
4. Acalmar a vítima. 
5. Manter a temperatura corporal.
6. Verificar e registar os sinais vitais - ter especial atenção às características 
da respiração e do pulso.
7. Prosseguir com o exame da vítima, dando especial atenção à recolha 
do máximo de informação.
8. Passagem de dados ao atendimento especializado. 
9. Solicitar apoio diferenciado.
O edema agudo pulmonar é considerado uma emergência clínica 
importante devido à sua gravidade.
3 EMERGÊNCIAS CIRCULATÓRIAS
Enquanto as emergências respiratórias impedem a passagem de oxigênio 
e, consequentemente, a sua absorção pelos pulmões, as emergências circulatórias 
interferem na distribuição de oxigênio no sangue, afetando coração, cérebro e 
vasos sanguíneos.
Quando existe deficiência de oxigênio no músculo cardíaco ou no cérebro, 
pode desencadear um ataque cardíaco ou um AVC (Acidente Cardiovascular), 
por exemplo. No caso de uma hemorragia ou estado de choque fisiológico, e 
consequente baixa de oxigênio no sistema circulatório, pode ocorrer uma parada 
cardiorrespiratória ou lesão irreversível no cérebro (BRUNET et al., 2014).
Existem alguns fatores que podem agravar as doenças cardiovasculares, 
sejam controláveis ou não. O quadro a seguir nos traz esses fatores.
QUADRO 2 - FATORES DE RISCO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Fatores Controláveis Fatores não controláveis
Tabagismo Idade
Taxa de colesterol elevada Sexo
Alimentação inadequada rica em gorduras 
trans e saturadas Antecedentes familiares
Obesidade Origem étnica
Consumo excessivo de álcool AVC e acidente isquêmico transitório (AIT)
TÓPICO 1 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS E CIRCULATÓRIAS
81
3.1 ANGINA DE PEITO
FONTE: FMCC (2010 apud BRUNET et al., 2014, p. 97)
Fatores Controláveis Fatores não controláveis
Sedentarismo
Estresse
Diabetes
Hipertensão arterial (HTA)
Dentre as emergências clínicas associadas ao sistema cardiovascular, 
estudaremos a angina de peito, arritmias cardíacas, infarto agudo do miocárdio 
(infarto do coração), crise hipertensiva e o acidente vascular cerebral.
A insuficiência de oxigênio no músculo do coração pode gerar uma sensação 
de pressão e/ou uma dor torácica, o que caracteriza a angina. Estresse emocional 
ou esforços físicos exigem maior desempenho do coração, assim, maior fluxo de 
sangue e oxigênio para o músculo cardíaco. Logo, a deficiência de oxigênio no 
miocárdio fará a vítima sentir dor.
A angina de peito é causada pela obstrução das artérias coronárias, 
tornando o fluxo de sangue insuficiente na região do miocárdio. Normalmente, isso 
ocorre devido ao acúmulo de gordura e outros sedimentos nas artérias coronárias. 
Como já mencionado, o estresse e o esforço físico intenso agravam o problema, 
pois requerem maior concentração de oxigênio nessa região. Outro fator que pode 
gerar a angina é o excesso de trabalho e as condições extremas de temperatura, 
pois aumentam a frequência cardíaca. Os principais sintomas e sinais são:
• Dor torácica retroesternal ou precordial (às vezes, desconforto), de-
sencadeada por esforço físico, estresse, refeição volumosa ou exposição 
a temperaturas muito frias.
• A dor pode irradiar-se para membros superiores, ombros, mandíbula e 
porção superior do abdome. Raramente ultrapassa dois a cinco minutos, 
desaparecendo com repouso e uso de vasodilatador sublingual (SIATE, 
2006, p. 312). 
Os primeiros socorros são:
1. Confortar e acalmar o paciente. 
2. Mantê-lo em repouso, em posição confortável. 
3. Informar-se sobre o uso do vasodilatador sublingual e se o tem. 
4. Passar os dados clínicos para o médico e aguardar instruções.
5. Se houver necessidade de transportá-lo, fazê-lo sem sirene, devagar e 
monitorando sinais vitais e, se possível, monitorização cardíaca (SIATE, 
2006, p. 312).
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
82
A angina pode surgir de duas formas: a angina variante e a instável. Na 
angina variante a dor surge mesmo a vítima estando em repouso e é causada por 
contrações nas artérias coronárias e se deslocam ao longo da superfície do coração. 
Já na angina instável ocorre a variação dos sintomas clássicos e podem demonstrar 
uma evolução rápida da doença, seja devido a um avançona obstrução da artéria 
pelo rompimento de um ateroma ou pela criação de um coágulo. A angina instável 
é uma urgência médica, pois o risco de ocorrer um enfarte é alto.
3.2 ARRITMIAS CARDÍACAS
As arritmias cardíacas são alterações na geração, condução e/ou propagação 
do impulso elétrico variando o ritmo cardíaco. Sua gravidade é decorrente 
ao “risco iminente de morte quando associada a agravos, como insuficiência 
cardíaca congestiva (ICC), tromboembolismo e choque cardiogênico” (FORTES 
et al., 2010, p. 82).
A arritmia pode variar conforme o batimento cardíaco. Quando os 
batimentos são mais acelerados, chamamos de taquicardia, e quando os batimentos 
são mais lentos, temos a braquicardia. Já quando o coração apresenta batimentos 
irregulares, a iminência de morte súbita cardíaca (MSC) aumenta.
As arritmias podem ser assintomáticas ou apresentar alguns sintomas, 
tais como:
• Incômodos como peso ou dor no peito. 
• Batimentos cardíacos acelerados ou lentos. 
• Palpitações ou taquicardias.
• Falta de ar.
• Tonturas.
• Desmaios. 
• Palidez.
• Sudorese. 
• Confusão mental. 
• Fraqueza.
• Pressão baixa.
TÓPICO 1 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS E CIRCULATÓRIAS
83
3.3 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
Emergência desencadeada pela obstrução de uma das artérias coronárias 
(artérias que irrigam o músculo cardíaco) por um coágulo, formado devido à 
não oxigenação da região, gerando uma necrose no local afetado. Mesmo se 
tratando de uma lesão grave, a vítima de infarto agudo de miocárdio não sofre, 
necessariamente, uma parada cardíaca. A parte comprometida com a lesão não 
bombeará sangue de forma eficaz, podendo acarretar uma parada cardíaca. A 
chance de uma parada cardíaca causada por uma arritmia é maior.
Normalmente o ventrículo esquerdo é o mais acometido por essa doença, 
pois apresenta a pressão arterial mais elevada devido ao fato de sua parede ser mais 
espessa. Conforme Melo, Dias e Pancieri (2011, p. 116), os sintomas podem ser:
• Dor intensa no peito, podendo irradiar-se para ombros, região cervical, 
mandíbula, abdome e braço esquerdo. 
• Dificuldade respiratória.
• Pele fria, úmida e pálida. 
• Fraqueza, perda da consciência.
• Ansiedade, náuseas e vômitos.
• Pulso fraco.
• Parada cardiopulmonar.
Ainda segundo Melo, Dias e Pancieri (2011, p. 116), os primeiros socorros 
podem ser:
1. Acionar suporte avançado de vida.
2. Afrouxar as roupas e transmitir segurança.
3. Posicionar na maca, sem prancha, em decúbito dorsal com cabeceira 
elevada.
4. Não elevar os membros inferiores (o aumento de retorno do sangue 
venoso pode piorar a congestão pulmonar).
5. Administrar oxigênio a 15 l/min.
6. Monitorar a vítima com Oxímetro de pulso, tentando manter 
saturação de oxigênio além de 94%.
7. Se a vítima possuir e fizer uso habitual de medicação sublingual, e 
ainda não tiver usado a medicação, o socorrista pode auxiliar para sua 
administração.
8. Iniciar suporte básico de vida em caso de parada respiratória ou 
cardiorrespiratória.
9. Transportar a vítima ao encontro de uma unidade de suporte 
avançado ou proceder ao transporte para hospital de referência, 
segundo orientação do médico regulador.
Alguns serviços especializados recomendam que sejam administrados na 
vítima dois comprimidos de ácido acetilsalicílico (Aspirina ou AAS), podendo essa 
medicação desmanchar o coágulo e, portanto, desbloquear a artéria, conservar o 
músculo cardíaco.
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
84
“Toda pessoa com suspeita de edema agudo de pulmão ou de infarto 
agudo do miocárdio deve ser encaminhada com a maior urgência para atendimento 
especializado em hospitais, serviço de emergência ou unidade de emergência cardíaca” 
(BRASIL, 2003, p. 90).
Brunet et al. (2014, p. 100) apresenta uma sequência de atendimento a 
vítimas acometidas por doenças cardíacas. É importante sabermos:
1. Avalie a situação e verifique a segurança do local.
2. Responsabilize-se pela situação: apresente-se à vítima e ofereça-lhe a 
sua ajuda.
3. Nomeie uma pessoa, se possível, para o ajudar e peça-lhe para chamar 
o 192.
4. Incentive a pessoa a interromper qualquer atividade e coloque-a 
numa posição confortável.
5. Avalie os sintomas e sinais da vítima e recolha as informações 
necessárias com a ajuda do SAMPLE.
6. Desaperte-lhe as roupas no pescoço e na cintura.
7. Se a vítima tiver medicamentos para sua doença cardíaca, como a 
nitroglicerina em pulverizador, ajude-a a tomá-los. Ela deverá tomar 
uma dose a cada vez, num máximo de três doses com intervalos de 
cinco minutos.
8. Observe a vítima: tranquilize-a de modo a acalmar-lhe a ansiedade e 
os receios.
9. Mantenha-se calmo e repare em qualquer alteração do seu estado, 
enquanto aguarda pela chegada do 192.
Se a vítima estiver inconsciente:
10. Avalie a vítima de acordo com as prioridades e pergunte a uma 
testemunha do episódio as informações necessárias com a ajuda do 
método SAMPLE.
11. Execute as manobras de RCR se a vítima estiver em parada 
cardiorrespiratória.
12. Observe a vítima; se ficar consciente, tranquilize-a de modo a 
acalmar-lhe a ansiedade e os receios.
13. Mantenha-se calmo e repare em qualquer alteração do seu estado, 
enquanto aguarda pela chegada do 192.
14. Proceda regularmente ao exame primário da vítima, pois seu estado 
pode deteriorar-se rapidamente.
Algumas vezes se falou no método SAMPLE, você sabe que método é esse? 
Vamos lhe explicar: Esse método se refere às seguintes observações:
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS E CIRCULATÓRIAS
85
QUADRO 3 – MÉTODO SAMPLE
FONTE: Matsuno (2012, p. 165)
Sinais e sintomas
Dificuldade para respirar 
Alteração do nível de consciência
Agitação, ansiedade 
Febre 
Redução da ingestão por via oral 
Diarreia, vômitos 
Sangramentos 
Fadiga 
Tempo de evolução dos sintomas
Alergias Medicações, alimentos, látex
Medicações Uso de medicações
Última dose e horário das medicações
Passado médico
Condições de nascimento e antecedentes 
mórbidos 
Cirurgias anteriores
Imunização
Líquido e última refeição Horário e natureza do último sólido ou líquido 
ingerido
Eventos
Eventos que levaram à doença ou lesão atual 
Perigos no local 
Tratamento durante o intervalo desde o início 
da doença ou da lesão até o momento 
Tempo estimado de chegada
3.4 CRISE HIPERTENSIVA
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui um dos grandes problemas 
de saúde pública no Brasil e no mundo. 
Representa um dos mais importantes fatores de risco para o 
desenvolvimento das doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e 
renais, sendo responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente 
vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronariana e, 
em combinação com diabete, 50% dos casos de insuficiência renal terminal 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006 apud FONTES et al., 2010, p. 91).
A crise hipertensiva caracteriza-se pela elevação súbita da pressão arterial, 
podendo gerar danos a órgãos importantes, tais como o sistema nervoso central, 
coração e rins. O aumento rápido da pressão sistólica a níveis superiores a 169 
mmHg e da pressão diastólica além de 109 mmHg são considerados prejudiciais. 
A crise hipertensiva pode ocorrer em qualquer idade. 
Alguns fatores geram maior risco para o desencadeamento de uma crise 
hipertensiva, são eles: 
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
86
• Glomerulonefrite (inflamação no interior dos rins) 
• Pielonefrite (inflamação do sistema excretor renal) 
• Arteriosclerose 
• Diabete 
• Sedentarismo e obesidade 
• Liberação de catecolaminas secretadas por tumores das glândulas 
suprarrenais (feocromocitomas) 
• Ingestão de inibidor da monoaminoxidase 
• Colagenose 
• Toxemia da gravidez (pré-eclâmpsia leve e pré-eclâmpsia grave) 
• Mulheres após a menopausa 
• Fumo 
• Dieta rica em sal e gorduras (BRASIL, 2003,p. 91).
Os principais sintomas e sinais são:
• Vítima normalmente tem história de hipertensão arterial, em 
tratamento medicamentoso ou não. 
• Cefaleia.
• Náuseas. 
• Ansiedade. 
• Zumbido nos ouvidos. 
• Alteração visual (turvação visual ou pontos brilhantes no campo visual).
• Hemorragia nasal.
• Formigamento em face e extremidades (MELO; DIAS; PANCIERI, 
2011, p. 114).
O cuidado com esse tipo de emergência é que a crise hipertensiva é 
capaz de avançar para um acidente vascular cerebral, edema agudo do pulmão e 
encefalopatia.
Os primeiros socorros a serem adotados são:
1. Afrouxar as roupas e transmitir segurança. 
2. Posicionar na maca, sem prancha, em decúbito dorsal com cabeceira 
elevada. 
3. Não elevar os membros inferiores (o aumento de retorno do sangue 
venoso pode piorar a congestão pulmonar). 
4. Administrar oxigênio a 15 l/min.
5. Monitorar a vítima com Oxímetro de pulso, tentando manter 
saturação de oxigênio além de 94%.
6. Se a vítima possuir e fizer uso habitual de medicação anti-hipertensiva, 
e ainda não tiver usado a medicação, o socorrista pode auxiliar para sua 
administração.
7. Observar sinais de insuficiência respiratória. Em caso de hipoxemia 
(saturação de oxigênio menor que 90%) associado à redução da 
frequência respiratória, proceder à administração de ventilações com 
AMBU e oxigênio a 15 litros por minuto e solicitar apoio da unidade de 
suporte avançado de vida.
8. Observar se ocorrem sintomas neurológicos ou dor torácica. Solicitar 
apoio da unidade de suporte avançado de vida nestes casos.
9. Transportar a vítima ao encontro de uma unidade de suporte 
avançado ou proceder ao transporte para hospital de referência, 
segundo orientação do médico regulador (MELO; DIAS; PANCIERI, 
2011, p. 115).
TÓPICO 1 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS E CIRCULATÓRIAS
87
3.5 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Acidente Vascular Encefálico (AVE) 
é responsável pelo grande número de invalidez precoce. Geralmente, a vítima fica 
dependente de cuidadores, pois ocorrem déficits neurológicos frequentemente. 
Esse problema requer que a família crie estratégias para auxiliar o paciente, uma 
vez que ele pode apresentar vários graus de severidade da lesão e pode se estender 
por longos períodos de tempo. 
O AVC é caracterizado por um mal súbito que se desenvolve rapidamente e 
pode prejudicar um ou mais vasos sanguíneos que fornecem oxigênio e nutrientes 
a alguma região do cérebro. Essa interrupção gera alterações histopatológicas, 
ocasionando déficits neurológicos. Fortes et al. (2010, p. 100) explicam que:
Esse acometimento vascular inclui aspectos funcionais e estruturais, 
bem como o fluxo sanguíneo e distúrbios de coagulação, podendo 
originar duas situações: o AVE isquêmico, que corresponde de 80% a 
85% dos casos, e o AVE hemorrágico, que acomete em torno de 10% 
a 15% da população. Ambos causam sequelas distintas e de extensão 
variável, conforme a região afetada. 
O AVC isquêmico produz lesões estruturais irreversíveis devido a um 
infarto cerebral ocasionado pelo bloqueio do fluxo sanguíneo. Fortes et al. (2010, 
p. 100) dizem ainda que: 
A principal causa do AVE isquêmico é o tromboembolismo arterial 
em decorrência de embolias cardíacas ou ainda de grandes vasos, 
que incluem as artérias aorta, carótida e vertebrais. Situações de 
oclusão de pequenos vasos, vasculites, dissecção vascular e ainda 
discrasias sanguíneas, enxaqueca, cardiopatias congênitas também são 
consideradas fatores etiológicos.
Já o Ataque Isquêmico Transitório (AIT) é caracterizado pela reversibilidade 
da lesão, na qual sinais e sintomas desaparecem em menos de 24 horas. Estudos 
recentes mostram, através de exames adequados, que uma porcentagem (15% a 
20%) dos pacientes acometidos por AIT apresenta algum tipo de infarto cerebral. 
Os principais sintomas e sinais de um AVC e AIT são:
Fraqueza – perda repentina da força ou dormência súbita no rosto, num 
braço ou numa perna, ainda que temporária.
Dificuldade de falar – dificuldade súbita de elocução ou de compreensão, 
confusão súbita, ainda que temporária.
Perturbações de Visão – problemas de visão repentinos, ainda que 
temporários.
Dor de cabeça – dor de cabeça repentina, intensa e anômala.
Tonturas – perda súbita do equilíbrio, em especial se se fizer acompanhar 
por outros sinais (BRUNET et al., 2014, p. 111, grifo do original).
Como podemos verificar se existe um acidente vascular cerebral? 
Observando os seguintes sinais:
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
88
QUADRO 4 - VERIFICAÇÃO DA PRESENÇA DE AVC
FONTE: Brunet et al. (2014, p. 112)
Peça à vítima para fazer as seguintes ações Resultado em caso de AVC
Sorrir Um dos lados do rosto não sorrirá.
Dizer: “Está bom tempo” Terá dificuldade de elocução.
Levantar os braços
Não será capaz de levantar um dos braços ou não 
conseguirá levantá-lo tão alto quanto o outro.
FONTE: Disponível em: <http://saudealemfronteiras.com/ficheiros/
uploads/images/Sintomas-do-AVC(1).gif>. Acesso em: set. 2016.
FIGURA 27 - SINAIS DE AVC
Detectada a presença do AVC, como agir? Quais os primeiros socorros 
aplicáveis: 
1. Avalie a situação.
2. Proceda ao exame da vítima.
3. Chame o 192.
4. Não desloque a vítima, a não ser por motivos de segurança. Uma 
manipulação demasiadamente brusca poderia agravar o seu estado. 
Proteja-a de eventuais ferimentos causados por objetos próximos de si.
Se a vítima estiver consciente:
5. Instale-a confortavelmente, em posição semissentada.
6. Mantenha as suas vias respiratórias desobstruídas.
7. Assegure-se de que ela não tenha nada na boca.
8. Desaperte-lhe as roupas no pescoço e na cintura.
Se a vítima não conseguir engolir a saliva ou se vomitar, coloque-a em 
posição lateral de segurança, sobre o lado não afetado, para permitir o 
escoamento dos fluidos e prevenir complicações respiratórias.
9. Se ver que a vítima tem um corpo estranho na boca (alimento, pastilha, 
elástico etc.), retire-o.
10. Não dê nada à vítima pela boca, pois existe um risco elevado de 
engasgamento.
11. Se a vítima tiver sede, umedeça-lhe apenas os lábios.
TÓPICO 1 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS E CIRCULATÓRIAS
89
12. Reconforte a vítima falando com ela ou agarrando-lhe na mão, pois 
é possível que não reaja à sua voz. A tranquilização da vítima tem uma 
importância vital, uma vez que impede a deterioração do seu estado.
13. Mantenha a vítima quente, tampando-a.
14. Efetue frequentemente o exame primário da vítima a fim de detectar 
qualquer alteração do seu estado enquanto aguardar pela chegada do 
serviço de emergência (192).
Se a vítima estiver inconsciente:
15. Mantenha as vias respiratórias desobstruídas instalando a vítima 
na posição lateral de segurança, sobre o lado não afetado, de modo a 
facilitar sua respiração e escoamento das secreções.
16. Tape a vítima.
17. Tranquilize-a, uma vez que há a possibilidade de ela ouvir o que se 
passa à sua volta.
18. Efetue frequentemente o exame primário da vítima a fim de detectar 
qualquer alteração do seu estado e, se necessário, aplique as técnicas de 
RCR (BRUNET et al., 2014, p. 112-113, grifos do original).
90
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os primeiros socorros são indispensáveis para salvar vidas, seja em casos de 
acidentes de trabalho ou mal súbito. É de suma importância que existam pessoas 
treinadas para prestar esse atendimento.
• As emergências clínicas respiratórias e circulatórias, suas principais causas, 
sintomas, sinais e as sequências de pronto atendimento. Dentre as emergências 
respiratórias destacamos a insuficiência respiratória, a asma, a embolia pulmonar 
e edema agudo de pulmão. Dentre as emergências clínicas associadas ao sistema 
cardiovascular, vimos a angina de peito, arritmias cardíacas, infarto agudo do 
miocárdio (infarto do coração),crise hipertensiva e o acidente vascular cerebral.
• São tipos de emergências bastante complexas devido à gravidade de muitas 
delas, e se não prestado o primeiro atendimento de forma adequada, a vítima 
poderá ir a óbito. Para algumas destas emergências, cada segundo é de suma 
importância.
• Algumas medidas iniciais são comuns a todas as emergências e não precisam de 
muito treinamento, dentre elas podemos destacar: 
o avaliar a situação e verificar a segurança do local; você, como socorrista, 
deverá manter a segurança da vítima e a sua própria;
o apresente-se à vítima de forma a tranquilizá-la;
o afrouxe as roupas da vítima no pescoço e na cintura;
o chame o serviço especializado (192).
• A avaliação dos sintomas e sinais é relevante para que você consiga definir como 
irá agir em determinada situação. A partir disso, para que seja realizado um 
atendimento adequado, a pessoa que for socorrer já necessita de algum tipo de 
treinamento para aplicar as técnicas cabíveis para cada caso. As empresas devem 
possuir pessoas capazes de realizar esse atendimento, a fim de salvar vidas.
• Em muitas emergências a vítima já possui um problema de saúde que vem a se 
agravar devido a outro fator externo, por isso é importante estarmos preparados 
para atuar em casos de mal súbito, pois não há como prevermos o que poderá 
ocorrer.
91
AUTOATIVIDADE
1 Dentre as emergências respiratórias e circulatórias, quais podemos presenciar 
no nosso ambiente de trabalho?
2 Para que possamos prestar os primeiros socorros de forma adequada, quais 
etapas devem ser seguidas, independentemente do tipo de emergência?
3 Quando do atendimento de uma vítima, algumas perguntas devem ser 
realizadas, caso a vítima esteja consciente; ou investigadas, em casos de 
inconsciência. Em algumas sequências de primeiros socorros fala-se no 
método SAMPLE. O que é esse método?
92
93
TÓPICO 2
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS GERAIS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
2 CÓLICA RENAL
Caro acadêmico! Este tópico traz uma contextualização sobre os primeiros 
socorros que devem ser prestados às vítimas de emergências clínicas gerais.
O Tópico 2, aqui apresentado, está subdividido em itens para ressaltar e 
facilitar o entendimento e aprendizado do conteúdo. O primeiro item a ser abordado 
é sobre a cólica renal, depois temos a diabetes: coma diabético e hipoglicemia, 
insolação, exaustão pelo calor, cãibras de calor, diarreia e, por fim, desmaio.
Para melhor entendimento sobre as emergências clínicas gerais, este tópico 
abordará as possíveis causas, sintomas e primeiros socorros para cada tipo de 
emergência. Devemos ter ciência de que o primeiro socorro bem aplicado salva a 
vida da vítima.
“A cólica renal é uma síndrome extremamente dolorosa, de caráter 
espasmódico, que aparece subitamente” (BRASIL, 2003, p. 92).
“Na maioria das vezes essas crises dolorosas são provocadas por distúrbios 
renais ligados à presença de concreções ou cálculos urinários e processos 
puramente nervosos; existem outras patologias que podem levar à cólica renal, 
como infecções” (BRASIL, 2003, p. 92).
Os sinais e sintomas da cólica renal são bastante intensos, iniciando pelas 
dores que a vítima sente. O paciente pode sentir latejadas e também acompanhar 
um quadro de enjoos e vômitos, por vezes aumento da temperatura corporal. O 
paciente pode também ficar pálido e suar mais do que o comum.
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
94
FONTE: Disponível em: <http://qualidadeemsaude.com.br/medicina/486-pacientes-
que-sofrem-com-calculo-renal-aumentam-no-verao>. Acesso em: 18 set. 2016.
FIGURA 28 – CÓLICA RENAL
O manual de primeiros socorros da Fiocruz (BRASIL, 2003, p. 92) diz que:
A dor pode localizar-se na região lombar, iniciando-se em uma área 
junto ao ângulo costovertebral. A irradiação da dor renal é comum, 
principalmente na fase aguda. Costuma-se dizer que não há cólica sem 
dor irradiada. Ocasionalmente as manifestações à distância dominam 
o cenário sintomatológico. A dor irradiada localiza-se, principalmente, 
no hipogástrio (em cima da bexiga), e flanco, é comum aos dois sexos e 
ocorre com a migração do cálculo desde o rim até a bexiga; no homem 
aparece a hipersensibilidade do testículo; na mulher pode irradiar-se 
para a vagina (vulva).
O paciente que sentir as dores e sintomas relacionados deve ficar atento aos 
sinais e procurar atendimento médico especializado.
Para que os primeiros atendimentos sejam realizados precisamente 
devemos iniciar pelo conforto à vítima de cólica renal, que é muito importante, pois 
ela sente dores muito fortes, sendo difícil até para falar ou andar. Deve-se deitar a 
vítima em um local cômodo e folgar as roupas caso não tenha como transportar o 
paciente imediatamente para atendimento médico especializado. As compressas 
quentes podem ser aplicadas onde o paciente sente a dor.
Caso o paciente já tenha algum remédio para cólica renal, pode tomar. 
Quando não possui, não se deve oferecer remédios para o paciente. Lembrando 
que o quanto antes for possível, o paciente deve receber atendimento médico.
Devemos lembrar que somente o médico é capaz de diagnosticar e 
indicar qual o melhor tratamento para o paciente portador de cólica renal. Não 
faça automedicação e também não interrompa o tratamento antes de consultar o 
médico, para que os sintomas não voltem.
TÓPICO 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS GERAIS
95
3 DIABETES: COMA DIABÉTICO E HIPOGLICEMIA
“O diabetes mellitus (também chamado de diabetes sacarino) é uma 
doença na qual o sangue é incapaz de utilizar normalmente o açúcar como fonte 
de energia, devido a uma deficiência de insulina, um hormônio produzido pelo 
pâncreas” (BRASIL, 2003, p. 94).
“A insulina é uma substância necessária para permitir a entrada, nas 
células do organismo, do açúcar existente no sangue. O diabetes mellitus ocorre 
quando são secretadas quantidades insuficientes de insulina pelo pâncreas” 
(BRASIL, 2003, p. 94).
Conforme o manual da Fiocruz, o diabetes mellitus pode tornar-se uma 
emergência devido a uma das duas condições: coma diabético (hiperglicêmico) ou 
coma hipoglicêmico.
Coma Diabético
O organismo tentará superar a falta de açúcar em suas células usando 
outros alimentos como fonte de energia, e isto será feito através da 
gordura armazenada. O uso desta fonte é ineficaz, os produtos de 
degradação da gordura usada para fornecimento de energia normal 
aumentam acentuadamente a acidez do sangue. Se a perda de líquidos e 
o aumento da acidose forem muito intensos, haverá o desenvolvimento 
de coma diabético. Nesta condição, o nível sanguíneo de açúcar é muito 
alto, porém não é ele que causa diretamente o coma. A presença no 
sangue de produtos ácidos de degradação e a perda de líquidos é que 
leva o diabético ao coma.
O desenvolvimento do coma geralmente ocorre quando um paciente 
diabético não tratado, ou que não faz uso da insulina prescrita, sofre 
algum tipo de estresse, ou uma infecção. 
O paciente pode apresentar torpor, com os seguintes sinais físicos:
1. Falta de ar, manifestada por respiração suspirosa rápida e profunda.
2. Desidratação (pele seca e quente e olhos afundados).
3. Odor peculiar (cetônico) causado pelos ácidos acumulados no sangue.
4. Pulso rápido e fraco.
5. Pressão arterial normal ou ligeiramente baixa.
6. Graus variáveis de diminuição das respostas aos estímulos.
7. Coma.
8. Óbito.
Hipoglicemia e Coma Hipoglicêmico
O coma hipoglicêmico pode ocorrer quando a insulina é administrada 
em excesso, ou quando o paciente não se alimenta adequadamente ou 
se exercita demais. O açúcar é rapidamente retirado do sangue para 
as células, faltando então, em quantidade suficiente no sangue para a 
nutrição do cérebro. Uma vez que este requer um suprimento constante 
de glicose assim como de oxigênio, pode haver o desenvolvimento 
rápido de inconsciência e lesão cerebral permanente,se o nível 
sanguíneo de açúcar permanecer baixo. 
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
96
O açúcar baixo no sangue (hipoglicemia) está associado aos seguintes 
sinais e sintomas:
1. Respiração normal.
2. Pele pálida e úmida.
3. Confusão; cefaleia; raciocínio prejudicado; riso despropositado; 
resistência ao auxílio. 
4. Pulso rápido e cheio. 
5. Pressão arterial normal. 
6. Desmaio; convulsões e coma.
7. Óbito (BRASIL, 2003, p. 94).
Os primeiros socorros indicados pelo Manual da Fiocruz para vítimas que 
apresentam sintomas de diabetes são:
Se um paciente diabético se tornar um caso de emergência, pode ser 
difícil para uma pessoa inexperiente, mesmo sabendo que o paciente é 
diabético, fazer a diferenciação entre os sinais do pré-coma diabético ou 
hiperglicêmica e do pré-coma hipoglicêmico. 
Nos casos de desequilíbrio de açúcar, se a vítima ainda não tiver 
alcançado a fase de coma, ela pode sentir-se doente ou estar apenas 
semiconsciente; porém, quase sempre pode informar a quem a está 
socorrendo a causa exata de sua doença. 
No tratamento de um paciente diabético, deve-se fazer as seguintes 
perguntas a ele ou à sua família: Alimentou-se hoje? Tomou insulina hoje? 
Se o paciente se alimentou e não tomou insulina, provavelmente está 
evoluindo para coma diabético; se tomou insulina e não se alimentou, 
provavelmente está evoluindo para coma hipoglicêmico. 
Se o paciente estiver inconsciente, pode-se fazer o diagnóstico de coma 
diabético ou de coma hipoglicêmico, baseando-se nos sinais e sintomas 
acima. É muito difícil o diagnóstico diferencial. A diferença primária 
visível será a respiração do paciente, respirações suspirosas profundas 
no coma diabético e respirações normais no coma hipoglicêmico. Um 
paciente diabético inconsciente e com convulsões provavelmente estará 
em coma hipoglicêmico.
O tratamento destas condições inclui os seguintes itens:
1. O paciente em coma diabético ou hiperglicêmico (muito açúcar 
no sangue) necessita de insulina e, talvez, de outros medicamentos. 
Transportá-lo imediatamente para o hospital, para cuidados médicos 
apropriados. 
2. O paciente em coma hipoglicêmico (nível sanguíneo de açúcar baixo) 
necessita de açúcar. A administração de qualquer solução glicosada 
pode reverter imediatamente o coma hipoglicêmico.
3. Deve-se procurar qualquer identificação de emergência do paciente, 
que pode ser encontrada sob a forma de cartão, colar ou pulseira. 
Este cartão informará se o paciente possui um problema médico 
e, possivelmente, poupará tempo em se pesquisar um diagnóstico 
(BRASIL, 2003, p. 95).
Existe tratamento para o diabetes mellitus. Vários pacientes conseguem 
controlar a doença através de alimentação balanceada, já outros são obrigados a 
tomar remédios orais e também injetáveis, que é o caso da injeção de insulina. A 
insulina injetável tem uma ação parecida com a insulina produzida pelo pâncreas. 
Para que tenhamos uma quantidade de insulina correta no organismo, devemos 
balancear a dose de insulina aplicada ao organismo com a alimentação, pois não 
podemos esquecer que todos os alimentos possuem açúcar (BRASIL, 2003).
TÓPICO 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS GERAIS
97
4 INSOLAÇÃO
É causada pela ação direta e prolongada dos raios de Sol sobre o 
indivíduo. É uma emergência médica caracterizada pela perda súbita de 
consciência e falência dos mecanismos reguladores da temperatura do 
organismo. Este tipo de incidente afeta, geralmente, as pessoas que 
trabalham com exposição excessiva a ambientes muito quentes ou que 
sofrem exposição demorada e direta aos raios solares (BRASIL, 2003).
Nos casos muito graves de insolação pode haver lesões generalizadas 
nos tecidos do organismo, principalmente nos tecidos nervosos; morbidade 
e morte podem ocorrer como resultado de destruição das funções renal, 
hepática, cardiovascular e cerebral (BRASIL, 2003).
Conforme o Manual da Fiocruz (BRASIL, 2003, p. 98), os sintomas da 
insolação são:
1. Surgem lentamente:
• Cefaleia (dor de cabeça)
• Tonteira
• Náusea
• Pele quente e seca (não há suor)
• Pulso rápido
• Temperatura elevada
• Distúrbios visuais
• Confusão
2. Surgem bruscamente:
• Respiração rápida e difícil
• Palidez (às vezes desmaio)
• Temperatura do corpo elevada
• Extremidades arroxeadas
Eventualmente pode ocorrer coma. A ocorrência de hiperventilação 
causa alcalose respiratória inicial.
Devemos sempre ficar atentos aos primeiros sintomas e logo após iniciar os 
primeiros socorros, que segundo o Manual da Fiocruz são:
• O objetivo inicial é baixar a temperatura corporal, lenta e 
gradativamente. 
• Remover o acidentado para um local fresco, à sombra e ventilado.
• Remover o máximo de peças de roupa do acidentado.
• Se estiver consciente, deverá ser mantido em repouso e recostado 
(cabeça elevada). 
• Pode-se oferecer bastante água fria ou gelada ou qualquer líquido 
não alcoólico para ser bebido. 
• Se possível, deve-se borrifar água fria em todo o corpo do 
acidentado, delicadamente. 
• Podem ser aplicadas compressas de água fria na testa, pescoço, 
axilas e virilhas. Tão logo seja possível, o acidentado deverá ser imerso 
em banho frio ou envolto em panos ou roupas encharcadas (BRASIL, 
2003, p. 98).
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
98
5 EXAUSTÃO PELO CALOR
6 CÃIBRAS DE CALOR
“A exaustão pelo calor é outro tipo de reação sistêmica à prolongada 
exposição do organismo a temperaturas elevadas, que ocorre devido à 
eliminação de sódio, desidratação ou combinação de ambas” (BRASIL, 2003, p. 99).
“O trabalhador que exerce a sua atividade em ambientes cuja 
temperatura é alta está sujeito a uma série de alterações em seu organismo, 
com graves consequências à sua saúde” (BRASIL, 2003, p. 99). Podemos citar 
como exemplos de ambientes quentes os locais de trabalho que possuem caldeiras, 
fornos e fundições. 
Quando a origem dos sintomas for devida predominantemente à 
perda de água, o acidentado reclama de sede intensa, fraqueza e acentuados 
sintomas nervosos, que podem incluir falta de coordenação muscular, 
distúrbios psicológicos, hipertermia, delírio e coma. Se a falência circulatória 
sobrevier, a situação pode progredir rapidamente para golpe de calor (BRASIL, 2003).
Devemos sempre ficar atentos aos primeiros sintomas e logo após iniciar os 
primeiros socorros, que segundo o Manual da Fiocruz são:
• Remover o acidentado para um local fresco e ventilado, longe da 
fonte de calor.
• Deve ser colocado em repouso, recostado.
• Afrouxar as roupas do acidentado.
• Oferecer líquido em pequenas quantidades, repetidas vezes, se 
possível com uma pitada de sal. Se o acidentado não 
conseguir tomar líquidos oralmente, não insistir para não piorar suas 
condições.
• Providenciar para que o acidentado, neste caso, tenha atendimento 
especializado, pois a ele terá de ser administrada solução salina 
fisiológica ou glicose isotônica, por via intravenosa. 
• Observar os sinais vitais para a necessidade de ressuscitação 
cardiorrespiratória, e remoção para atendimento especializado, se 
os primeiros socorros não melhorarem o estado geral do acidentado 
(BRASIL, 2003, p. 99).
Estas cãibras são provocadas por uma perda excessiva de líquidos e de 
sais (eletrólitos) como o sódio, o potássio e o magnésio, devido a uma 
sudação intensa, tal como acontece durante a prática de uma atividade 
física extenuante. [...] 
As cãibras provocadas pelo calor são muito comuns entre os 
trabalhadores manuais, como o pessoal das casas das máquinas, os 
ferreiros e os mineiros. O excesso de proteção, como o vestuário que os 
alpinistas ou os esquiadores usam, pode ocultar uma grande sudação. 
[...]
As cãibras musculares se caracterizam por uma contratura dolorosa 
repentina, por exemplo, após um esforço físico (durante a prática de um 
esporte) ou durante o sono, à noite (CRIA SAÚDE, 2016, s.p.).
TÓPICO 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS GERAIS99
7 DIARREIA
“O que caracteriza a diarreia é o número excessivo de evacuações e a mudança 
de consistência das fezes. Ir ao banheiro muitas vezes e apresentar fezes muito 
amolecidas ou praticamente líquidas são sinais de diarreia” (CONTE, 2016, s.p.). 
“O funcionamento normal dos intestinos varia de pessoa para pessoa. A 
própria definição precisa de diarreia deverá levar em conta este dado” (BRASIL, 
2003, p. 101).
Conforme o Manual de Primeiros Socorros da Fiocruz, existem diversas 
causas que podem provocar diarreia, entre uma infinidade de exemplos:
• Desordens psicogênicas ou diarreia "nervosa".
• Infecções intestinais bacterianas, viróticas ou parasitárias de diversas 
origens.
• Fatores intestinais como envenenamento por metal pesado, terapia 
antibiótica, fístula gastrocólica e carcinoma do intestino.
• Efeitos adversos de medicamentos.
• Doença pancreática (diarreia gordurosa).
• Atresia biliar.
• Reflexos de outras vísceras.
• Doença neurológica.
• Hipertireoidismo ou tumores gastrointestinais, benignos ou malignos, 
que produzem substâncias causadoras de diarreia.
• Deficiência nutricional.
• Alergia alimentar.
• Fatores dietéticos. O exagero na ingestão de fibras pode ocasionar 
diarreia transitória.
• Ingestão excessiva de laxativo (BRASIL, 2003, p. 101).
O Manual da Fiocruz relata que:
Em caso de diarreia existe o risco de desidratação, principalmente 
em pessoas debilitadas por outras doenças, em idosos e em crianças. Para 
A dor causada por uma crise de cãibra é muito forte. As cãibras são 
passageiras e não apresentam quadros de consequências complicadas. 
Devemos sempre ficar atentos aos primeiros sintomas e logo após iniciar os 
primeiros socorros, que segundo o Manual da Fiocruz são:
• A vítima de cãibras deve ser colocada em repouso, confortavelmente 
em local fresco e arejado.
• Pode-se tentar massagear suavemente os músculos atingidos para 
promover alívio localizado.
• Pode-se dar à vítima água com uma pitada de sal, que muitas 
vezes faz o acidentado melhorar quase que imediatamente.
• Pode-se oferecer alimento salgado.
Dependendo da gravidade do ataque, a vítima precisará ser mantida 
em repouso por vários dias (BRASIL, 2003, p. 100).
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
100
controlar a situação até o recebimento de socorro médico especializado, 
deve-se acalmar a vítima, mantê-la em repouso confortavelmente e, 
sempre que possível, iniciar imediatamente a hidratação oral com 
soro caseiro, dando à vítima três colheres de sopa a cada 15 minutos. 
Receita para o soro caseiro: 
• 1 copo de 250 ml de água fervida ou filtrada
• 1 colher de sopa de açúcar
• 1 colher de chá de sal de cozinha (BRASIL, 2003, p. 101).
Devemos lembrar sempre a importância dos primeiros socorros em casos 
de diarreia. A desidratação é um dos piores problemas da diarreia.
Adultos são mais resistentes, mas bebês, crianças e idosos desidratam-se com 
facilidade. Boca seca, lábios rachados, letargia, confusão mental e diminuição da urina são 
sintomas de desidratação que, além de diminuir as reservas de água do corpo humano, 
constituído por cerca de 75% de água, reduzem os níveis de dois importantes minerais: sódio 
e potássio (VARELLA, 2011, s.p.).
8 DESMAIO
“É a perda súbita, temporária e repentina da consciência, devido à 
diminuição de sangue e oxigênio no cérebro” (BRASIL, 2003, p. 105). Varella (2012, 
s.p.) descreve as principais causas e sintomas do desmaio como:
Causas
O desmaio em si não é uma doença, mas pode ser manifestação de 
inúmeras alterações orgânicas, tais como:
- Doenças cardiovasculares: arritmias, distúrbios hemodinâmicos, 
paradas cardiorrespiratórias, porque comprometem o fluxo normal do 
sangue para os tecidos, em especial para o cérebro.
- Distúrbios metabólicos: hipoglicemia (falta de açúcar no sangue 
causada por jejum prolongado ou diabetes descompensado), anemia 
intensa, hemorragias, desidratação e desequilíbrio na composição dos 
sais minerais da corrente sanguínea.
- Uso de medicações: diversos medicamentos, entre eles os diuréticos, 
podem provocar desmaios, quando usados em doses mais altas.
- Hipotensão ortostática: a queda brusca da pressão arterial provocada 
pela mudança repentina de posição (a pessoa estava sentada ou deitada 
e fica em pé de repente). A hipotensão ortostática frequentemente 
está associada à desidratação, ao uso de diuréticos e aos distúrbios 
cardiovasculares.
- Outras causas: cansaço extremo, emoções súbitas, nervosismo intenso, 
dores fortes e permanência prolongada em lugares fechados e quentes.
IMPORTANT
E
TÓPICO 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS GERAIS
101
Sintomas
Existem alguns sintomas que prenunciam a perda da consciência e do 
tônus postural. Os mais indicativos são palidez, fraqueza, suor frio, 
náusea e ânsia de vômito, pulso fraco, tontura, visão turva, pressão 
arterial baixa e respiração lenta.
Os primeiros socorros para uma vítima acometida de desmaio devem ser 
ágeis, para que a vítima não sofra maiores consequências.
O Manual da Fiocruz traz os seguintes primeiros socorros para uma pessoa 
desmaiada: 
A. Se a pessoa apenas começou a desfalecer:
• Sentá-la em uma cadeira, ou outro local semelhante.
• Curvá-la para frente.
• Baixar a cabeça do acidentado, colocando-a entre as pernas e 
pressionar a cabeça para baixo.
• Manter a cabeça mais baixa que os joelhos.
• Fazê-la respirar profundamente, até que passe o mal-estar.
B. Havendo o desmaio:
• Manter o acidentado deitado, colocando sua cabeça e ombros em 
posição mais baixa em relação ao resto do corpo.
• Afrouxar a sua roupa.
• Manter o ambiente arejado.
• Se houver vômito, lateralizar-lhe a cabeça, para evitar sufocamento.
• Depois que o acidentado se recuperar, pode ser dado a ela café, 
chá ou mesmo água com açúcar.
• Não se deve dar jamais bebida alcoólica (BRASIL, 2003, p. 106).
FIGURA 29 – VÍTIMA DE DESMAIO
FONTE: BRASIL (2003)
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
102
FIGURA 30 – VÍTIMA DE DESMAIO
FONTE: BRASIL (2003)
O atendimento especializado quando uma pessoa desmaia é essencial, pois 
o médico deverá fazer exames e tomar as providências que achar importantes para 
o diagnóstico.
103
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• “A cólica renal é uma síndrome extremamente dolorosa, de caráter espasmódico, 
que aparece subitamente” (BRASIL, 2003, p. 92).
• “O diabetes mellitus (também chamado de diabetes sacarino) é uma doença na 
qual o sangue é incapaz de utilizar normalmente o açúcar como fonte de energia, 
devido a uma deficiência de insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas” 
(BRASIL, 2003, p. 94).
• A insolação é causada pela ação direta e prolongada dos raios de Sol sobre o 
indivíduo. É uma emergência médica caracterizada pela perda súbita de 
consciência e falência dos mecanismos reguladores da temperatura do 
organismo. Este tipo de incidente afeta, geralmente, as pessoas que 
trabalham com exposição excessiva a ambientes muito quentes ou que 
sofrem exposição demorada e direta aos raios solares (BRASIL, 2003).
• “A exaustão pelo calor é outro tipo de reação sistêmica à prolongada 
exposição do organismo a temperaturas elevadas, que ocorre devido à 
eliminação de sódio, desidratação ou combinação de ambas” (BRASIL, 2003, 
p. 99).
• As cãibras são provocadas por uma perda excessiva de líquidos e de sais 
(eletrólitos), como o sódio, o potássio e o magnésio, devida a uma sudação 
intensa, tal como acontece durante a prática de uma atividade física extenuante 
(MANUAL MSD, 2016).
• “O que caracteriza a diarreia é o número excessivo de evacuações e a mudança 
de consistência das fezes. Ir ao banheiro muitas vezes e apresentar fezes muito 
amolecidas ou praticamente líquidas são sinais de diarreia” (CONTE, 2016, s.p.).
• “O desmaio é a perda súbita, temporária e repentina da consciência, devido à 
diminuição de sanguee oxigênio no cérebro” (BRASIL, 2003, p. 105).
104
AUTOATIVIDADE
1 Após o estudo do Tópico 2, qual é o órgão do corpo humano responsável 
pela produção de insulina?
a) ( ) Rim.
b) ( ) Fígado.
c) ( ) Pulmão.
d) ( ) Pâncreas.
2 No que diz respeito às cólicas renais, você, acadêmico, em uma situação de 
atendimento a uma vítima com sintomas de cólica renal, ofereceria algum 
medicamento seu para diminuir a dor da vítima? Justifique sua resposta.
3 A diarreia é perigosa e pode ser um problema para a vítima. Qual é o maior 
risco para vítimas que apresentam sintomas de diarreia? Qual a importância 
do soro caseiro?
105
TÓPICO 3
ALTERAÇÕES MENTAIS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
2 CONVULSÃO
Caro acadêmico! Este tópico traz uma contextualização sobre os primeiros 
socorros que devem ser prestados às vítimas que apresentam algum tipo de 
alteração mental.
O Tópico 3, aqui apresentado, está subdividido em itens para ressaltar 
e facilitar o entendimento e aprendizado do conteúdo. O primeiro item a ser 
abordado é sobre a convulsão, depois temos a neurose histérica e, por fim, o 
alcoolismo agudo.
Para melhor entendimento sobre as emergências clínicas gerais, este tópico 
abordará as possíveis causas, sintomas e primeiros socorros para cada tipo de 
emergência. Devemos ter ciência de que o primeiro socorro bem aplicado salva a 
vida da vítima.
A convulsão é uma alteração que é apresentada por a pessoa expor 
retraimento muscular involuntário. Sobre as convulsões, Brunet et al. (2014, p. 247) 
dizem que:
As convulsões podem ter origem cerebral ou medular (epilepsia, tumor, 
traumatismo cerebral devido a um acidente rodoviário, acidente vascular 
cerebral, febre, insolação), anóxica (síncope), tóxica (medicamentos, 
tétano, raiva, privação de drogas, diabetes) ou psíquica (histeria).
Geralmente, após a crise de convulsão, a pessoa não se lembra do ocorrido 
e na maioria das vezes fica assustada. A pessoa que acompanhou o paciente com 
crise de convulsão deve ajudá-lo a se orientar e compreender o ocorrido.
Quando a vítima sofre de epilepsia, pode, por vezes, manter-se consciente, 
continuar a atividade que estava a fazer e sentir tremores involuntários em um 
membro. O quadro a seguir mostra os sinais e sintomas dos vários tipos de 
convulsão.
106
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
QUADRO 5 – SINAIS E SINTOMAS DOS VÁRIOS TIPOS DE CONVULSÃO
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
Sinais Sintomas
A pessoa epilética pode ficar ligeiramente 
inconsciente sem cair para o chão. Trata-se de 
uma crise parcial complexa, mais frequente 
nos adultos.
- A vítima fica atordoada, confusa e irritada.
- Vê pontos negros e ouve tinidos.
- Faz gestos descoordenados, bizarros e 
incongruentes.
- Brinca com as peças de roupa ou mexe os 
braços e as pernas de um lado para o outro sem 
objetivo preciso.
- Pode ocorrer igualmente uma deformação do 
rosto.
- Não tem consciência dos seus atos nem do 
meio envolvente.
- A crise dura em média entre dois a cinco 
minutos. Terminada a crise, a vítima não se 
lembra, muitas das vezes, de nada.
Pode ocorrer igualmente, sobretudo nas crianças 
e nos adolescentes, uma crise a que chamamos 
ausência epilética. Esta crise faz-se acompanhar 
por uma breve perda de consciência. A sua 
duração é de tal modo curta que passa, por vezes, 
despercebida: dura em média 5 a 15 segundos.
- Habitualmente a vítima não cai para o chão.
- Tem o olhar fixo durante os segundos da crise, 
como se estivesse a sonhar.
- Pa r a e l a , a r e a l i d a d e d e f o r m a - s e 
momentaneamente.
- Pode ter alucinações visuais ou auditivas, 
sentir medo, tristeza, cólera ou uma alegria 
inexplicável.
- Pode ter igualmente náuseas, sentir odores 
estranhos e experimentar uma estranha sensação 
no estômago.
- Os seus olhos podem parecer estar revirados 
(piscar dos olhos).
- Em seguida, recomeça o que estava a fazer.
- Não há movimentos bruscos dos braços ou 
das pernas, mas existe a possibilidade de ligeira 
perda do controle muscular.
A pessoa epilética pode sofrer igualmente 
uma crise generalizada, precedida de um 
pressentimento, de uma sensação particular ou 
de um grito a que chamamos de aura.
- A vítima perde repentinamente a consciência 
e desmaia.
- O corpo torna-se rígido durante alguns 
segundos e o rosto e o pescoço ficam azulados.
- Em seguida surgem as convulsões: tremores 
generalizados durante cerca de dois a três 
minutos, acompanhados por uma respiração 
ruidosa e saliva espumosa a sair pela boca.
- Pode acontecer de a vítima deixar de respirar 
durante alguns instantes ou tornar-se pálida e 
azulada de forma temporária.
Estes sinais não constituem perigo. São fases normais de uma crise. No final da crise, ocorre um 
relaxamento muscular, por vezes acompanhado de incontinência urinária. A vítima readquire 
gradualmente a consciência e pode apresentar-se desorientada quando acorda. Não se lembra da 
crise e não compreende por que está deitada no chão. Tem uma sensação de esgotamento e pode 
ter necessidade de dormir. Poderá retomar as suas atividades depois de repousar.
TÓPICO 3 | ALTERAÇÕES MENTAIS
107
Quando nos depararmos com uma pessoa que está passando por uma crise 
de convulsão, devemos manter a calma e nunca deixar a pessoa sozinha, enquanto 
ela não melhorar e receber atendimento médico. Conforme Fernandes e Silva 
(2012, p. 146), os primeiros socorros para vítimas de convulsão são:
• Amparar e lateralizar sua cabeça.
• Não segurá-la.
• Colocar um lenço entre seus dentes para evitar que morda a língua.
• Afrouxar suas roupas.
• Acomodá-la, deixando-a deitada de lado.
• Retirar sua(s) prótese(s) dentária(s), quando possível.
• Afastá-la de objetos pontiagudos, para evitar traumatismos durante 
as contrações.
• No caso de criança com febre, colocar toalhas úmidas pelo corpo, 
sacos de gelo nas axilas, nas virilhas e na testa, ou até mesmo banhá-la 
em água fria.
• Não estimular a vítima com sacudidas, álcool, amoníaco, vinagre etc.
• Não jogar água.
• Não ficar receoso com a salivação.
• Deixar repousar até que a consciência retorne.
• Certificar-se de que a vítima respira bem.
• Realizar a limpeza corporal.
• Oferecer líquidos.
• Após a convulsão, deixar a vítima respirar livremente.
• Encaminhar ao serviço médico.
A vítima que acabou de passar por uma crise de convulsão não pode 
fazer grandes esforços e atividades de atenção, como: trabalhos com máquinas 
ou equipamentos, dirigir veículos, entre outras, antes de passar por uma 
avaliação médica.
3 NEUROSE HISTÉRICA
“A neurose histérica, ou crise de ansiedade, é uma síndrome psiconeurótica 
caracterizada por estados de expectativa, apreensão, muita tensão e nervosismo” 
(BRASIL, 2003, p. 110).
A vítima que está passando por um quadro de neurose histérica pode 
também sentir ansiedade juntamente com palpitações e também apresentar 
expressões físicas de pânico.
No quadro de um ataque de histeria, a vítima, aparentemente normal, 
não consegue controlar satisfatoriamente algum tipo de conflito interno, 
esporádico ou instalado, entra repentinamente numa sequência de 
distúrbios psiconeuróticos e psicofisiológicos (BRASIL, 2003, p. 110).
Os sintomas e primeiros socorros a serem analisados e aplicados à vítima 
de neurose histérica, segundo o Manual da Fiocruz, são:
108
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
A pessoa que for prestar os primeiros socorros pode reconhecer uma 
crise histérica ao notar na vítima as seguintes características:
• Pestanejar intenso
• Hipersensibilidade emocional
• Autopreservação exacerbada
• Respiração acelerada
• Crise de choro ou de riso
• Gritos estridentes
• Olhar observador
• Mãos em garra.
- Todos os sintomas de neurose histérica podem ser modificados por 
sugestão. O ataque histérico é um desequilíbrio da vontade, ou uma 
ausência de vontade.A calma e a persuasão são fundamentais como 
primeiros socorros. 
- Durante a crise, a vítima de neurose histérica não perde a consciência, 
mantém o olhar atento, especialmente observador da reação das pessoas 
à sua volta. A vítima também se autopreserva para não ser presa, 
agarrada, cair ou se machucar. 
- Deve-se agir com tranquilidade, demonstrando não dar muita 
importância ao estado aparente do acidentado. Afastá-la da presença 
de outras pessoas, conversando amigavelmente. Afrouxar-lhe as 
roupas e fazer com que se sente ou deite, demonstrando solidariedade 
e segurança. 
- Não se deve discutir com a vítima de histeria. Pode-se deixá-la chorar 
à vontade, se for o caso, ficando sempre por perto em sinal de apoio e 
compreensão. Não se deve dar medicamentos, especialmente calmantes 
e tranquilizantes, mesmo que o acidentado peça. Pode ser oferecida 
água, ou água com açúcar para ser bebida devagar e com calma. 
- Com estes cuidados a vítima histérica geralmente volta ao seu estado 
normal, se acalma e se contém. Todavia, se o descontrole emocional 
persistir, não desaparecer totalmente ou retornar na forma de uma segunda 
crise, deve-se procurar auxílio especializado (BRASIL, 2003, p. 111).
4 ALCOOLISMO AGUDO
Quando uma pessoa ingere uma quantidade excessiva de bebida alcoólica, 
seu corpo sofre grandes consequências e ter o que podemos chamar de alcoolismo 
agudo.
“O estado de alcoolismo agudo deixa a pessoa com um comportamento 
geralmente violento, anormal, em relação a seu estado de sobriedade, confuso, 
agitado e instável” (BRASIL, 2003, p. 112).
São vários os sinais e sintomas que podem ser indicados em caso de 
alcoolismo agudo. Entre os mais importantes, temos: coordenação motora alterada, 
vertigens, olhos vermelhos, dificuldades de falar e se locomover.
Esses sintomas podem ficar piores, tudo depende da quantidade de bebida 
alcoólica ingerida. Podem aparecer sintomas mais fortes, como enjoos, vômitos e 
até levar o paciente ao coma.
TÓPICO 3 | ALTERAÇÕES MENTAIS
109
Quando uma pessoa está com os sintomas de alcoolismo agudo, a primeira 
atitude a ser tomada é evitar que seja ingerida mais bebida alcoólica. Nesses casos 
também não podem ser oferecidos à pessoa alimentos, líquidos ou remédios.
É importante, nessas horas, o atendimento médico especializado, para 
serem tomadas as devidas providências com o paciente.
110
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A convulsão é uma alteração que é apresentada por a pessoa expor retraimento 
muscular involuntário.
• As convulsões podem ter origem cerebral ou medular (epilepsia, tumor, 
traumatismo cerebral devido a um acidente rodoviário, acidente vascular 
cerebral, febre, insolação), anóxica (síncope), tóxica (medicamentos, tétano, 
raiva, privação de drogas, diabetes) ou psíquica (histeria).
• “A neurose histérica, ou crise de ansiedade, é uma síndrome psiconeurótica 
caracterizada por estados de expectativa, apreensão, muita tensão e nervosismo” 
(BRASIL, 2003, p. 110).
• “No quadro de um ataque de histeria, a vítima, aparentemente normal, não 
consegue controlar satisfatoriamente algum tipo de conflito interno, esporádico 
ou instalado, entra repentinamente numa sequência de distúrbios psiconeuróticos 
e psicofisiológicos” (BRASIL, 2003, p. 110).
• Quando uma pessoa ingere uma quantidade excessiva de bebida alcoólica, seu 
corpo sofre grandes consequências e ter o que podemos chamar de alcoolismo 
agudo.
• O estado de alcoolismo agudo deixa a pessoa com um comportamento, 
geralmente, violento, anormal em relação a seu estado de sobriedade, confuso, 
agitado e instável (BRASIL, 2003, p. 112).
111
1 Sabemos que as convulsões podem ter várias fontes de origem. Após o estudo 
deste tópico, quais são os sinais de convulsão?
2 Quando nos deparamos com uma vítima que está com sintomas de alcoolismo 
agudo, qual a primeira atitude que deve ser tomada?
a) ( ) Não deixar mais a pessoa ingerir bebida alcoólica.
b) ( ) Fazer a vítima beber bastante água, para induzir ao vômito.
c) ( ) Dar um banho gelado na vítima para ela melhorar.
d) ( ) Dar medicamento para amenizar os sintomas.
3 A neurose histérica também é conhecida como:
a) ( ) Crise de dores.
b) ( ) Crise de ansiedade.
c) ( ) Crise de nervosismo.
d) ( ) Crise de pânico.
AUTOATIVIDADE
112
113
TÓPICO 4
PRIMEIROS SOCORROS EM 
EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
2 LESÕES TRAUMÁTICAS NOS OSSOS
Caro acadêmico! Este tópico traz uma contextualização sobre os primeiros 
socorros que devem ser prestados às vítimas de acidentes que apresentam lesões 
traumáticas nas articulações, nos ossos e nos músculos.
O Tópico 4, aqui apresentado, está subdividido em itens para ressaltar e 
facilitar o entendimento e aprendizado do conteúdo. O primeiro item a ser abordado 
é sobre as lesões traumáticas nos ossos, depois temos as lesões traumáticas nos 
músculos e articulações, nos olhos e, por fim, as lesões de cabeça e coluna vertebral.
O sistema locomotor do corpo humano é todo sustentado e articulado 
pelos ossos. A organização óssea tem ainda a função de proteger certas 
partes do corpo. O crânio protege o cérebro; o tórax protege o aparelho 
cardiorrespiratório; grande parte do fígado e todo o baço são protegidos 
pelas costelas inferiores; a medula encontra-se dentro do canal medular, 
formado pelas vértebras (BRASIL, 2003, p. 151).
As lesões traumáticas podem assumir proporções desastrosas se não 
atendidas com o primeiro socorro adequado. A maioria das lesões traumato-
ortopédicas não apresenta muita gravidade (BRASIL, 2003).
As lesões musculoesqueléticas não constituem necessariamente urgências 
vitais. Todavia, estão no topo da lista de problemas físicos associados às atividades 
profissionais (HÁ; ROQUELAURE, 2010 apud BRUNET et al., 2014).
Na maioria dos casos, a conduta final mais importante é a imobilização 
da parte afetada. A imobilização é, muitas vezes, suficiente para aliviar a dor e 
estabelecer condições favoráveis à cura da lesão (BRASIL, 2003).
Quando se trata de situações de urgência, estas lesões têm de ser tratadas 
com diligência para evitar complicações ou lesões (BRUNET et al., 2014). 
“A ruptura, a fragmentação e a fissura (racha) de um osso são outros 
tipos de lesões nos ossos. Estas lesões são graves porque se fazem acompanhar 
114
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
frequentemente com lesões dos tecidos moles envolventes, como os nervos, os 
tendões, os ligamentos e os vasos sanguíneos” (BRUNET et al., 2014, p. 178). Os 
mesmos autores ainda discorrem que, por vezes, também os músculos, a pele e 
alguns órgãos podem sofrer as consequências. As lesões ósseas podem ser infligidas 
de diferentes formas, como:
• As pancadas diretas: são uma das causas habituais de fraturas; por 
exemplo, um trabalhador que é ferido na perna pelo para-choques de 
um automóvel.
• As pancadas indiretas: podem causar igualmente lesões nos ossos 
e nas articulações. Nestas situações, a força é exercida sobre uma 
parte do membro e a lesão ocorre a uma certa distância do ponto de 
impacto, habitualmente mais acima; por exemplo, um desportista ou 
um trabalhador que cai sobre o cotovelo ou sobre a mão pode fraturar a 
clavícula (2014, p. 178).
Segundo Fernandes e Silva (2012, p. 134), a fratura é o rompimento total 
ou parcial de um osso ou de uma cartilagem, isto é, a sua quebra. Há dois tipos de 
fraturas:
• Fraturas fechadas ou internas, quando a pele não é rompida pelos 
ossos quebrados, apenas sentindo-se o desnível e o movimento anormal 
dos ossos.
• Fraturas abertas ou expostas, quando o osso aparece na superfície 
corporal, pelo rompimento dos músculos e da pele.
“Nas indústrias, a fratura pode ocorrer como consequência das quedas e 
movimentos bruscos dos trabalhadores, das batidas contra objetos,ferramentas, 
maquinários ou da queda destes sobre o empregado” (FERNANDES; SILVA, 2012, 
p. 134). Segundo Brunet et al. (2014, p. 176), os sinais e sintomas de uma fratura são:
• Coloração da pele: azulada ou negra no local da fratura, palidez no 
membro afetado.
• Edema (inchaço): presente no sítio da fratura.
• Movimentos funcionais: ausentes (por vezes parciais numa fratura 
sem deslocamento).
• Dor: intensa e persistente, sobretudo no local da fratura, aumentando 
com o movimento.
• Temperatura da pele: mais frequentemente fria na parte distal do 
membro, mas quente no local da fratura.
• Deformação: possível.
• Encurtamento relativamente ao membro intacto: possível se houver 
fratura com deslocamento.
• Feridas associadas: ferida no local da fratura, com ou sem presença de 
fragmentos ósseos no caso de fraturas expostas.
• Outros: possível estado de choque hipovolêmico, sobretudo no caso 
de fratura da bacia ou fêmur; sensação de rangido ou estado do osso no 
momento da fratura.
As autoras Fernandes e Silva (2012, p. 135) especificam as medidas de 
socorro em caso de fratura, que são:
• Colocar a vítima deitada em posição confortável.
• Estancar eventual hemorragia.
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
115
• Não se deve massagear nem friccionar o local afetado.
• Nos casos de fraturas especiais, o socorrista deverá identificar os sinais e sintomas prováveis 
de cada uma delas.
• Na fratura de crânio, a vítima queixa-se de dores e inconsciência, e pode ocorrer parada 
respiratória e hemorragia pela narina, pela boca e pelo ouvido.
• Na fratura de coluna, a vítima refere formigamento e incapacidade de movimento dos 
membros.
• Na fratura de costela e esterno há queixas de respiração difícil e dor a cada movimento 
respiratório. Deve-se imobilizar, utilizando-se como tala o próprio corpo da vítima, e fixar o 
braço no tronco com um tecido sob a forma de tipoia.
• Na fratura de fêmur e bacia a vítima queixa-se de dor no local, de dificuldade de movimentos 
e de andar.
• Na fratura de braço, deve-se respeitar a posição na qual o braço foi encontrado. Se ele estiver 
estendido ao longo do corpo e se estiver dobrado, utiliza-se rouparia para fazer uma tipoia e 
depois outras duas amarrações acima e abaixo da lesão.
FONTE: Adaptado de Fernandes e Silva (2012).
Qualquer objeto suficientemente comprido, largo e sólido para 
sustentar a região lesionada pode servir de tala. Utilize talas 
prontas a usar, se as tiver à disposição, caso contrário pode 
improvisá-las com a ajuda de materiais apropriados: peças de 
vestuário, almofadas, travesseiros, cobertor enrolado, jornais, 
revistas, pranchas de madeira estreitas, ramos de árvore, cartão 
rígido dobrado etc. (BRUNET et al., 2014, p. 184).
• Imobilizar as articulações mais próximas do local com suspeita de 
fratura, a fim de restringir movimentos, utilizando jornais, revistas, 
tábuas, papelão etc. Acolchoar com algodão ou trapos os pontos em que 
os ossos ficarão em contato com a tala.
• Não deslocar nem arrastar a vítima antes de imobilizar o segmento 
fraturado.
• Deixar os dedos para fora para verificação de edema, inchaço ou 
adormecimento.
• Conversar com a vítima.
• Encaminhar a vítima para o tratamento especializado.
As instruções fundamentais para a imobilização de supostas fraturas serão 
apresentadas a seguir, e diferenciadas conforme o membro/local da lesão. Para 
tanto, observe o quadro a seguir. 
IMPORTANT
E
ATENCAO
116
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
QUADRO 6 - TIPOS DE LESÕES E AS INSTRUÇÕES PARA IMOBILIZAÇÃO
Tipo de lesão Instruções para imobilização
Fraturas de 
clavículas, braços e 
omoplata e lesões 
das articulações do 
ombro e do cotovelo
O braço, colocado dobrado na frente do peito, é sustentado com uma 
atadura triangular dobrada. É uma lesão que pode se relacionar a fraturas, 
e também pode ser considerada um tipo de cirurgia reconstrutiva drástica. 
• Um dos vértices da atadura triangular deve ser colocado sobre o ombro 
lesionado, base atingindo o cotovelo.
• O segundo vértice deve ser colocado no outro ombro.
• Faz-se um nó com os dois vértices junto ao pescoço.
• Os vértices da atadura podem ser presos com um nó ou com um alfinete 
de segurança.
Deve-se colocar duas ataduras ou faixas:
• A primeira, colocada o mais próximo possível e paralelamente ao braço.
• A segunda, paralelamente à primeira, porém, um pouco mais alta em 
relação a ela.
Fraturas de 
antebraço e de mão
• Colocar o antebraço sobre uma tábua, um cartão ou um jornal dobrado, 
suficientemente longos para suportar a parte do membro, desde a ponta 
dos dedos até o cotovelo, sem deixar uma sobra.
• Colocar sob a mão da pessoa acidentada um rolo de pano ou algodão, 
para se manter em posição anatômica.
• Deixar o braço e a tela sustentados por uma tipoia e duas ataduras ou faixas.
Fraturas de perna
Para que uma fratura em qualquer parte da perna possa ser imobilizada 
corretamente, o socorrista precisa de alguém que o ajude. É necessário o 
seguinte material, que deve ser preparado antes de se proceder à imobilização:
• Talas ou outro material adequado (tábua, pedaço de vara, papelão 
grosso, varas de bambu).
• Material de recheio (algodão, lã, tecido e outros semelhantes).
• Ataduras triangulares dobradas ou tiras largas de tecido.
Utilizam-se ripas ou varas para imobilizar supostas fraturas de pernas. 
O socorrista deve proceder da seguinte maneira:
• Colocar material de recheio em quantidades suficientes na face interna 
e externa da perna, para proteger a pele: cuidar especialmente das 
regiões próximas ao tornozelo, ao joelho e à extremidade superior da 
tala colocada na face interna da perna, a qual deve ser recoberta.
• Colocar uma tala ao longo da face interna da perna. Essa tala deve 
estender-se da região inguinal até a planta do pé.
• Colocar uma segunda tala ao longo da face externa da perna, que deve 
estender-se da cintura à planta do pé.
• Orientar o ajudante para que mantenha a tala e o material de recheio 
nos lugares corretos e não mova a perna da vítima.
• Colocar cuidadosamente, sob a perna, tantas ataduras triangulares 
dobradas e talas quantas forem necessárias para imobilizar o membro. 
As ataduras dobradas devem ser colocadas por cima e por baixo da 
suposta fratura das articulações.
• Não se deve colocar ataduras no joelho, pois o edema que se forma 
imediatamente após a fratura tende a expandir. É contraindicada 
a aplicação de atadura ou bandagem, o que viria a comprimir 
excessivamente o local da fratura, agindo como torniquete.
• Se possível, devem ser colocadas ataduras triangulares:
- sobre a região do membro com suspeita de fraturas;
- sob a região do membro com suspeita de fraturas;
- ao redor do tornozelo, cruzando sobre a parte posterior do pé;
- na extremidade superior da parte externa da tala.
• Após colocar cada atadura para fixar as talas, amarre-as de modo que 
fiquem sobre as talas.
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
117
QUADRO 7 - OS DIVERSOS TRATAMENTOS CONSOANTE OS TIPOS DE LESÕES
Tipo de lesão Instruções para imobilização
Fratura de coxa e 
quadril
As supostas fraturas de coxa devem ser imobilizadas da mesma maneira 
que as fraturas de perna. As únicas diferenças que devem ser observadas 
são as seguintes:
• O exterior da tala deve atingir desde a axila até o pé;
• As ataduras triangulares dobradas ou as faixas devem ser colocadas da 
maneira seguinte:
- sobre a suposta fratura;
- sob a suposta fratura;
- ao redor da perna;
- ao redor do tornozelo, cruzando sobre a parte posterior do pé;
- ao redor da cintura;
- sobre o extremo superior da parte da tala.
FONTE: Adaptado de Fernandes e Silva (2012)
Para facilitar o entendimento, Brunet et al. (2014) expõem um quadro para 
caracterizar os diferentes tratamentos que devem ser proporcionadosconsoante os 
tipos de lesões encontradas nas vítimas, veja a seguir.
Tipos de lesões
Tratamento
Nas articulações
Luxação Fratura
Ruptura Entorse
Imobilização 
– membro 
superior (MS)
Imobilização 
ou 
impedimento 
do 
movimento
Estabilização
Imobilização 
e vigilância 
do estado 
circulatório 
(sinais 
neurovasculares)
Imobilização e vigilância 
do estado circulatório
Imobilização – 
membro inferior 
(MI)
Não Estabilização 
Imobilização 
e vigilância 
do estado 
circulatório 
(sinais 
neurovasculares)
Imobilização e vigilância 
do estado circulatório
Compressão 
com ligadura 
elástica 
Não Sim Não Não
Elevação Sim Sim
30 a 60 cm 
(pernas)
Sim
Repouso Sim Sim Sim Sim
Frio (15 minutos 
de hora a hora)
Sim Sim Sim Sim
Cuidados 
médicos
Sim Sim Sim Sim
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
118
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
Dando continuidade, veremos que os autores Brunet et al. (2014) ainda 
abordam algumas sequências de intervenções para imobilização das seguintes 
lesões.
QUADRO 8 - LESÕES TRAUMÁTICAS E A SEQUÊNCIA DE INTERVENÇÕES
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
Tipo de lesão Sequência de intervenção
Fratura exposta
• Manipule a vítima com o maior cuidado possível, a fim de evitar 
o deslocamento do osso ou a formação de uma ferida no decurso da 
imobilização.
• Bloqueie a articulação situada acima e abaixo da fratura através da 
colocação de uma tala.
Fratura do maxilar
• Mantenha as vias respiratórias abertas. Assegure-se de que a língua não 
caiu para o fundo da garganta e de que não existe qualquer obstrução 
na boca.
Se a vítima estiver consciente, sem outra lesão grave:
• Mantenha-a sentada, com a cabeça inclinada para frente a fim de facilitar 
a drenagem das secreções.
• Sustente o maxilar com um pano macio, mantida no lugar com a mão 
ou com uma ligadura apropriada, se necessário, ou peça à vítima para 
segurar o maxilar.
Se a vítima estiver inconsciente:
• Coloque-a na posição lateral de segurança e sustente sua cabeça com 
a ajuda de uma almofada improvisada.
Fratura das costelas
• Não intervenha diretamente na região da lesão; peça à vítima para não 
se mexer e instale-a numa posição confortável, habitualmente sentada ou 
semissentada, para facilitar a respiração. 
Fratura da bacia
• Mantenha a vítima deitada de costas, com as pernas retas.
• Coloque sob os joelhos um travesseiro, uma almofada ou peças de 
roupas dobradas, de modo a diminuir a dor e os espasmos.
• Estabilize o corpo colocando apoios de ambos os lados.
• Volte a efetuar o exame primário e vigie os sinais do estado de 
choque hipovolêmico enquanto aguarda pela chegada dos Serviços de 
Emergência. Uma fratura da bacia pode conduzir a lesões perfurantes 
nos órgãos desta região.
Na sequência, serão apresentados os tipos de lesões traumáticas e as figuras 
que orientam e demonstram os procedimentos de imobilização dos membros 
lesionados.
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
119
QUADRO 9 - TIPOS DE LESÕES E AS IMAGENS DOS PROCEDIMENTOS DE IMOBILIZAÇÃO DOS 
MEMBROS
Tipo de lesão Imagem de imobilização
Lesão nos 
músculos, nas 
articulações e 
nos ossos
Fratura de mão 
ou dos dedos
Fratura de 
antebraço
120
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
Tipo de lesão Imagem de imobilização
Fratura de 
cotovelo
Fratura do 
braço
Fratura de 
tornozelo ou 
pé
Fratura da 
perna
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
121
Tipo de lesão Imagem de imobilização
Fratura da coxa 
ou fêmur
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014, p. 182-199)
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
2.1 AMPUTAÇÕES
A amputação pode ser de todo o membro ou de parte dele. Ela pode 
ser criminosa ou ser consequência de acidentes variados, como os de trabalho. 
A prevenção desse grave traumatismo está no manuseio correto das máquinas e 
das ferramentas potencialmente mutiladoras, na utilização dos equipamentos de 
proteção e na máxima cautela do trabalhador.
Qualquer parte do corpo parcial ou totalmente amputada deve ser 
preservada, seja qual for o seu estado, e conduzida ao serviço de urgência com a 
vítima. A amputação pode ser parcial ou total, como já mencionado anteriormente. 
O quadro a seguir nos mostra a sequência de intervenções nesses dois casos.
QUADRO 10 - TIPOS DE AMPUTAÇÃO E A SEQUÊNCIA DE INTERVENÇÕES
Tipo de lesão Sequência de intervenção
Amputação parcial
Quando uma parte do corpo é parcialmente amputada, deve ser:
• Mantida na sua posição fisiológica, ou seja, na sua posição de 
funcionamento.
• Coberta com um penso constituído por compressas esterilizadas.
• Retida e suportada por ligaduras.
• Mantida fria por meio de um saco de gelo ou de uma compressa fria 
colocada sobre a ligadura.
Amputação total 
Quando uma parte do corpo é totalmente amputada, deve ser:
• Envolvida em gaze esterilizada seca e colocada num saco de plástico limpo 
e impermeável, que deve ser cuidadosamente selado.
• Colocada num segundo saco de plástico ou num recipiente parcialmente 
cheio de gelo triturado, de água fria ou contendo uma bolsa refrigerante.
As medidas de socorro, segundo Fernandes e Silva (2012, p. 136), são:
122
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
• Estancar a hemorragia.
• Realizar a compressão no local quando possível.
• Recolher o membro amputado e acondicioná-lo adequadamente em 
um pano seco (gases estéreis ou ataduras), depois colocá-lo em saco 
plástico para que possa ser reimplantado.
• Buscar ajuda médica.
3 LESÕES TRAUMÁTICAS NOS MÚSCULOS
A ruptura muscular, por vezes denominada ‘distensão muscular’, resulta 
de uma distensão das fibras musculares ou dos tendões, que servem de 
ligação entre o osso e o músculo. Muitas vezes, as rupturas acontecem na 
sequência do levantamento de um objeto demasiado pesado ou durante a 
execução de movimentos bruscos e incorretos (BRUNET et al., 2014, p. 176).
“Pode acontecer de as fibras musculares serem esmagadas na sequência 
de um choque violento. A gravidade da lesão depende do tipo e dos danos 
produzidos no músculo ou no tendão” (BRUNET et al., 2014, p. 176). Os mesmos 
autores afirmam que as rupturas mais frequentes são as dos músculos do pescoço, 
das costas, das partes anterior e posterior da coxa ou da parte posterior da perna. 
De acordo com Brunet et al. (2014, p. 177), os sinais e os sintomas das lesões 
musculares são: “Edema (inchaço): presente, músculo muito duro; Movimentos 
funcionais: mais ou menos difíceis devido aos espasmos e à fraqueza muscular; 
Dor: presente, por vezes acompanhada de cãibras”.
Segundo Brasil (2003), as lesões contusas podem ser tratadas de maneira 
simples, desde que não apresentem gravidade.
• Aplicar bolsa de gelo ou compressa de água gelada por 15 minutos de forma 
intermitente nas primeiras 24 horas e repouso da parte lesada é suficiente.
• Se persistirem sintomas de dor, edema, hiperemia, pode-se aplicar compressas 
de calor úmido.
• Deve ser procurado auxílio especializado. As contusões simples, de um modo 
geral, não apresentam complicações, nem necessitam de cuidados especiais. 
Todavia, deve-se ficar alerta para contusões abdominais, mesmo que não 
apresentem nenhum sintoma ou sinal, pois poderá ter havido complicações 
internas mais graves.
4 LESÕES TRAUMÁTICAS NAS ARTICULAÇÕES
Nesta categoria, geralmente estão inclusas as entorses e luxações. Na 
sequência tomaremos conhecimento sobre estas lesões e saberemos identificar os 
principais sintomas e sinais.
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
123
4.1 AS ENTORSES
Uma entorse é uma “lesão traumática de uma articulação resultante da sua 
distorção brusca com alongamento (distensão), uma contusão ou arrancamento 
dos ligamentos, mas sem deslocamento permanente das superfícies articulares”(GARNIER; DELAMARE, 2010 apud BRUNET et al., 2014, p. 177). Segundo o 
Manual de Primeiro Socorros da Fiocruz, as entorses e luxações:
São lesões dos ligamentos das articulações, onde estes esticam além de 
sua amplitude normal, rompendo-se. Quando ocorre entorse há uma 
distensão dos ligamentos, mas não há o deslocamento completo dos 
ossos da articulação. As formas graves produzem perda da estabilidade 
da articulação às vezes acompanhada por luxação. As causas mais 
frequentes da entorse são violências como puxões ou rotações, que 
forçam a articulação. No ambiente de trabalho a entorse pode ocorrer 
em qualquer ramo de atividade (BRASIL, 2003, p. 153).
“A entorse ocorre na sequência de um movimento executado incorretamente 
ou exagerado que produz uma distensão, uma contusão ou, até mesmo, um 
rompimento dos ligamentos” (BRUNET et al., 2014, p. 177).
“Os locais mais frequentes de entorses são as regiões cervical e dorso lombar 
e as articulações do punho, dos dedos, do joelho e do tornozelo. As entorses dos 
tornozelos representam a lesão mais frequente no continente norte-americano” 
(BRUNET et al., 2014, p. 177). Os sinais e sintomas da entorse são:
• Coloração da pele: vermelha ou azulada.
• Edema (inchaço): presente, muitas vezes com equimose.
• Movimentos funcionais: quase ou totalmente ausentes.
• Dor: aumenta com o movimento ou ao simples toque.
• Temperatura da pele: quente.
As medidas de primeiros socorros englobam:
• Aplicar gelo ou compressas frias durante as primeiras 24 horas. Após este tempo, 
aplicar compressas mornas.
• Imobilizar o local como nas fraturas. A imobilização deverá ser feita na posição 
que for mais cômoda para o acidentado (BRASIL, 2003).
124
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
Antes de enfaixar uma entorse ou distensão, aplicar bolsa de gelo 
ou compressa de água gelada na região afetada para diminuir o 
edema e a dor. Caso haja ferida no local da entorse, agir conforme 
indicado no item referente a ferimentos; cobrir com curativo seco e 
limpo, antes de imobilizar e enfaixar. Ao enfaixar qualquer membro 
ou região afetada, deve ser deixada uma parte ou extremidade à 
mostra para observação da normalidade circulatória. As bandagens 
devem ser aplicadas com firmeza, mas sem apertar, para prevenir 
insuficiência circulatória (BRASIL, 2003, p. 154).
4.2 AS LUXAÇÕES
Uma luxação é o “deslocamento permanente de duas superfícies articulares 
que perdem completamente o contato normal que mantinham entre si” (GARNIER; 
DELAMARE, 2010 apud BRUNET et al., 2014, p. 177).
A luxação é frequentemente o resultado de uma torção excessiva da 
articulação e a consequência de uma força direta ou indireta causada por 
uma queda. As articulações mais vulneráveis às luxações são as do ombro, 
do cotovelo, do polegar, dos dedos e do joelho. Por vezes, a contração 
súbita de um músculo causa uma luxação, por exemplo, a luxação do 
maxilar inferior durante um bocejo (BRUNET et al., 2014, p. 178).
Os sinais e sintomas da luxação, segundo Brunet et al. (2014, p. 178), são:
• Edema (inchaço): presente.
• Movimentos funcionais: por vezes ausentes, outras parciais.
• Dor: viva e persistente, ou sensação de compressão intensificada com 
qualquer tentativa de movimento.
• Deformação: presente.
• Encurtamento relativamente ao membro intacto: presença mais ou 
menos acentuada consoante a gravidade.
O tratamento de uma luxação (redução) é atividade exclusiva de pessoal 
especializado em atendimento a emergências traumato-ortopédicas. 
Os primeiros socorros limitam-se à aplicação de bolsa de gelo ou 
compressas frias no local afetado e à imobilização da articulação, 
preparando o acidentado para o transporte.
[...]
A imobilização e o enfaixamento das partes afetadas por luxação 
devem ser feitos da mesma forma que se faz para os casos de entorse. 
A manipulação das articulações deve ser feita com extremo cuidado e 
delicadeza, levando-se em consideração, inclusive, a dor intensa que o 
acidentado estará sentindo (BRASIL, 2003, p. 155). 
IMPORTANT
E
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
125
5 LESÕES TRAUMÁTICAS NOS OLHOS
“A visão é um dos sentidos mais importantes para a maioria das pessoas. 
Nas vítimas de uma lesão ocular, a integridade e a qualidade da visão podem ser 
gravemente ameaçadas” (BRUNET et al., 2014, p. 196).
Por exemplo, uma lesão ocular grave pode levar à cegueira e causar 
uma ansiedade extrema na vítima. Deste modo, o interveniente em 
primeiros socorros ou socorrista deve avaliar adequadamente a vítima e 
agir de forma apropriada e rápida, contribuindo assim para diminuir a 
sua ansiedade (BRUNET et al., 2014, p. 196).
Brunet et al. (2014) citam como os tipos de lesões oculares as seguintes:
• Corpos estranhos depositados: são inofensivos quando se trata de poeiras 
depositadas sobre a córnea, sob as pálpebras ou nos cantos do olho. Na presença 
destes se observa um lacrimejo. Quando é visível e móvel, é possível removê-lo.
• Corpos estranhos cravados: infelizmente, por vezes, acontece que corpos 
estranhos, como fragmentos de metal, de madeira, de vidro etc., mais ou menos 
grossos, são introduzidos em maior e menor profundidade no globo ocular. O 
sinal mais conclusivo é, evidentemente, a presença do próprio corpo estranho 
no olho. O socorrista não deverá, em hipótese alguma, removê-lo. É necessário 
providenciar o transporte para este tipo de vítima numa ambulância dos Serviços 
de Emergência.
• Contusões no olho: resultam de uma pancada direta infligida por um objeto que 
pisa o olho sem provocar feridas. A equimose nem sempre surge de imediato, 
mas pode haver efusão sanguínea no olho (hifema) e danos na sua parte interna. 
A vítima com este tipo de lesão deverá ser transportada para o hospital/centro 
de saúde com a cabeça imobilizada. 
• As lacerações no olho: as lacerações, as esfoladelas e as escoriações nas 
pálpebras ou no olho podem causar lesões oculares, por vezes acompanhadas 
por hemorragia abundante ou escoamento do líquido do globo ocular. Este tipo 
de feridas é frequentemente causado por um choque direto, por óculos partidos 
ou por diversos objetos em movimento, por exemplo, os estilhaços projetados de 
E que, nos casos de luxações recidivantes:
O próprio acidentado, por vezes, já sabe como reduzir a luxação. Neste 
caso, o socorrista deverá auxiliá-lo. O acidentado deverá ser mantido 
em repouso, na posição que lhe for mais confortável até a chegada 
de socorro especializado ou até que possa ser realizado o transporte 
adequado para atendimento médico (BRASIL, 2003, p. 155).
126
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
uma explosão. Na presença deste gênero de traumatismos, deve-se considerar 
sempre a presença de corpos estranhos no olho. É necessário, portanto, 
providenciar o transporte da vítima pelos Serviços de Emergência.
• As queimaduras no olho: as queimaduras oculares podem ser térmicas, 
químicas ou resultantes de uma radiação luminosa intensa. É sempre necessário 
encaminhar a vítima para um hospital/centro de saúde.
Segundo o Manual do SENAI (2014), em ferimentos nos olhos produzidos 
por corpos estranhos, queimaduras por luz excessiva, calor ou produtos químicos, 
lacerações ou contusões é preciso observar os cuidados relacionados a seguir:
• Irrigar o olho com soro fisiológico durante vários minutos se for o caso 
de lesão por agentes químicos ou corpos estranhos.
• Não utilizar medicamentos tópicos (colírios ou anestésicos) sem 
avaliação do oftalmologista.
• Não remover objetos, estabilizá-los com curativo sem pressionar os 
olhos.
• Ocluir os dois olhos, com gaze umedecida, mesmo em lesões de apenas 
um olho. Essa conduta reduz a movimentação ocular e o agravamento 
da lesão.
• Em caso de o globo ocular sair, não tentar recolocá-lo.
• Efetuar a oclusão dos dois olhos.
Um traumatismo no olho, por mais insignificanteque possa ser, pode causar 
muita ansiedade na vítima; o socorrista deverá, portanto, tranquilizá-la. Deverá 
explicar-lhe bem o que se passa e manter um contato verbal constante, mas também 
um contato não verbal, como segurar-lhe a mão, para tranquilizá-la ainda mais.
No caso dos primeiros socorros em caso de lesões oculares, segundo Brunet 
et al. (2014), as sequências de intervenção devem ser executadas independentemente 
do tipo de lesão. Veja o quadro a seguir, que apresenta a sequência de intervenção 
para os diferentes casos de lesões oculares.
QUADRO 11 - OS TIPOS DE LESÕES E AS SEQUÊNCIAS DE INTERVENÇÕES
Tipo de lesão Sequência de intervenção
Geral, em caso de lesão 
ocular
• Impeça a vítima de esfregar ou tocar no olho afetado, pois isso 
poderá agravar a situação.
• Tranquilize-a, conversando com ela e explicando-lhe as 
intervenções realizadas.
• Deite-a e recomende-lhe que mantenha a cabeça imóvel e evite 
mexer os olhos.
• Providencie o seu transporte para o hospital; a maioria das lesões 
oculares exige que a vítima seja transportada pelos Serviços de 
Emergência.
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
127
Tipo de lesão Sequência de intervenção
Em caso de corpo estranho 
depositado no olho
• Deixe atuar o mecanismo de lacrimejo natural durante alguns 
segundos e peça à vítima para rodar o olho, olhando lentamente 
da direita para a esquerda e de cima para baixo, para que consiga 
examinar corretamente todas as partes do olho.
• Faça um exame minucioso do olho de modo a determinar o local 
onde se encontra o corpo estranho.
• Segure-lhe no queixo com uma das mãos e, com o polegar e o 
indicador da outra mão, afaste as pálpebras do olho atingido ou 
utilize os polegares para puxar as pálpebras inferiores para baixo. 
Em caso de corpo estranho 
cravado no olho
• Os primeiros socorros têm por objetivo prevenir qualquer lesão 
permanente no olho atingido. Não se deve exercer pressão sobre 
o corpo estranho, pois poderá perfurar o globo ocular. Nesse caso, 
haveria o risco de o olho se esvaziar do seu conteúdo líquido (humor 
vítreo), conduzindo à perda de visão.
• Coloque compressas de gaze molhadas, com orifícios ao centro 
ou dobradas em duas à volta do corpo estranho, para evitar que o 
olho seque. Evitar exercer a mínima pressão sobre o corpo estranho 
ou o globo ocular.
• Cubra o corpo estranho cravado com um cone ou um copo de 
papel, ou envolva-o com pensos sobrepostos, para impedir que se 
enterre mais profundamente no olho. Veja na figura.
• Assegure-se de que a vítima fique deitada de costas e com a cabeça 
bem estabilizada por apoios colocados de ambos os lados, a fim de 
ser transportada pelos Serviços de Emergência.
Em caso de contusão no 
olho
• Instale confortavelmente a vítima em posição semissentada, de 
modo a reduzir o sangramento ou a pressão intraocular.
• Tape o olho atingido com um tampão ocular ou compressas limpas 
de modo a evitar qualquer pressão sobre o olho.
• Fixe a ligadura de apoio (concha ocular).
• Chame imediatamente os Serviços de Emergência.
128
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
Tipo de lesão Sequência de intervenção
Em caso de laceração no 
olho
• Feche a pálpebra e incline ligeiramente a cabeça da vítima para 
o lado do sangramento.
• Tape o olho com um tampão ocular ou com compressas, 
idealmente esterilizadas, sem exercer compressão local e tape 
também o olho intacto.
• Fixe o penso com uma ligadura de apoio ou uma concha de 
plástico.
Se o olho tiver saído da órbita:
• Faça deitar a vítima. Não toque no olho.
• Coloque delicadamente compressas molhadas sobre o olho, 
tapando-o completamente. Proteja-o em seguida com um cone.
• Faça transportar a vítima em posição deitada, com a cabeça 
imobilizada, para receber tratamento hospitalar, evitando os 
choques e os movimentos bruscos. Se necessário, recorra aos 
Serviços de Emergência.
Em caso de queimadura 
química nos olhos
• Identifique bem o produto em causa. Consulte o Centro de 
Informação Antivenenos de sua área e siga rigorosamente as 
instruções dadas pelos médicos e enfermeiros.
• Se a vítima usar lentes de contato, retire-as imediatamente. Se forem 
difíceis de retirar, deixe-as ficar, a fim de não danificar a córnea.
• Se as queimaduras forem causadas por produto químico em 
pó ou grânulos: limpe primeiro o produto a seco, usando luvas 
descartáveis; irrigue imediatamente os olhos com água corrente fria, 
ou melhor, com ducha lava-olhos, como as existentes na maioria 
das empresas que trabalham com produtos químicos; se necessário, 
auxilie a vítima a manter as pálpebras afastadas, pois muitas vezes 
a dor impede a abertura dos olhos; antes de terminar a irrigação 
ocular, não se esqueça de falar com um socorrista do Centro de 
Informação Antivenenos; e tape o(s) olho(s) com uma compressa 
de gaze depois de terminada a irrigação.
Em caso de queimadura 
térmica nos olhos
• Reconstitua as circunstâncias do acidente para determinar a 
possibilidade da existência de um corpo estranho nos olhos.
• Enxágue abundantemente os olhos com água fria, até que a dor 
diminua ou, se isso não for possível, coloque compressas úmidas 
frias sobre os olhos. Evite esfregá-los.
Em caso de queimadura por 
radiação intensa nos olhos
• Tape imediatamente os dois olhos com compressas de gaze 
esterilizadas (se possível), úmidas e espessas, para impedir a 
passagem de luz.
• Fixe as compressas com uma ligadura de gaze.
• Se a queimadura for causada por raio laser: para o transporte da 
vítima, estabilize a cabeça, colocando apoio de ambos os lados, 
e evite os choques e os movimentos bruscos; e forneça à equipe 
médica as seguintes informações: características do aparelho de 
laser utilizado e distância que separava a vítima do mesmo.
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
129
Os ferimentos externos e internos podem ou não ser acompanhados de 
hemorragias. Em caso de contato com sangue e secreções, é preciso proteger-se para 
evitar possível contaminação com vírus, como os da hepatite B e do HIV, e bactérias 
patogênicas (SENAI, 2014).
6 LESÕES TRAUMÁTICAS NA CABEÇA E NA COLUNA 
VERTEBRAL
6.1 LESÕES NA CABEÇA
Inúmeros acidentes desportivos, de trabalho e rodoviários são suscetíveis 
de causar lesões no cérebro e na coluna dorsal. Esses ferimentos podem 
causar traumatismos ligeiros a graves e ter como consequência efeitos 
reversíveis ou irreversíveis, dependendo de sua natureza. [...]
As lesões na cabeça devem ser sempre consideradas graves. Mesmo 
que, habitualmente, as vítimas sobrevivam a este tipo de ferimentos, 
algumas poderão, mais tarde, sofrer sequelas físicas e mentais, tais 
como paralisia, dificuldades de elocução e problemas de memória 
ou comportamentais. Estas lesões exigem uma observação minuciosa 
do estado da vítima e requerem a rápida intervenção dos Serviços de 
Emergência Pré-hospitalar (BRUNET et al., 2014, p. 196).
Segundo Brunet et al. (2014, p. 162), existem quatro tipos de lesões na 
cabeça, cujos sinais e sintomas variam consoante o seu tipo e gravidade:
• Lacerações do couro cabeludo.
• Comoção cerebral.
• Compressão cerebral.
• Fratura craniana.
Os sinais e sintomas de uma laceração no couro cabeludo são:
• Ferida no couro cabeludo que se abre facilmente e pode permanecer 
aberta, podendo, por vezes, haver deslocamento e levantamento do 
couro cabeludo.
• Dor de cabeça.
• Sangramento, muitas vezes abundante, pois o couro cabeludo é muito 
vascularizado e frágil (pode produzir-se rapidamente uma hemorragia 
grave e provocar estado de choque) (BRUNET et al., 2014, p. 163).
Os sinais e sintomas de uma comoção cerebral, a compressão cerebral e a 
fratura craniana são:
DICAS
130
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
Lesão Cerebral Sinais e sintomas
Comoção cerebral• Perda de memória passageira relativamente às circunstâncias do 
acidente.
• Tonturas, vertigens, perturbações do equilíbrio.
• Dores de cabeça e zumbidos nos ouvidos.
• Repetição de perguntas sobre o que se passou.
No caso de agravamento da comoção cerebral:
• Incapacidade de responder às questões colocadas ou de obedecer 
corretamente às ordens.
• Alterações do comportamento: violência verbal, agitação, agressividade.
• Sonolência.
• Estado de semiconsciência ou de inconsciência intermitente com a 
duração de alguns minutos.
• Estado de inconsciência progressivo que se pode prolongar por um 
longo período.
• Náuseas e vômitos, por vezes em jato, que se manifestam quando a 
vítima readquire a consciência.
• Pele fria e úmida.
• Palidez no rosto.
• Pulsação fraca e rápida.
Compressão cerebral
• Confusão, discurso incoerente.
• Vômitos em jato, em especial no adulto.
• Variação do estado de consciência, que vai de uma tendência crescente 
para adormecer cada vez mais profundamente até ao estado de 
inconsciência profunda.
• Sobressaltos ou espasticidade dos membros.
• Pupilas com espessura desigual ao serem examinadas com o auxílio 
de uma luz.
• Respiração irregular e ruidosa e, por vezes, paragem respiratória.
• Pulsação lenta, que habitualmente assinala uma hemorragia 
intracraniana.
• Subida ou diminuição da temperatura corporal.
• Rosto azulado ou avermelhado.
• Redução da motricidade e sensibilidade e, por vezes, paralisia total ou 
de um lado do corpo.
Fratura craniana
• Pupilas desiguais e possível estado de inconsciência.
• Edema, ferida ou contusão no couro cabeludo, no rosto ou nos maxilares.
• Dor intensa ou forte pressão na cabeça.
• Afundamento ou deformação do osso.
No caso de fratura na base do crânio, a vítima apresenta:
• Escoamento de sangue ou de líquido cefalorraquidiano (ou dos dois em 
simultâneo) pelo ouvido ou pelo nariz.
• Coloração anormal e azulada da pele debaixo dos olhos e atrás das 
orelhas.
No caso de fratura perto da órbita, verificamos os seguintes sinais:
• Olho injetado de sangue.
• Respiração rápida, difícil, com excesso de saliva, por vezes sanguinolenta 
(o reflexo da tosse pode estar ausente e a vítima pode sufocar com suas 
secreções).
• Náuseas e vômitos em jato.
• Dificuldade em falar.
QUADRO 12 - TIPO DE LESÃO CEREBRAL E OS SINAIS E SINTOMAS
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
131
uma lesão na cabeça é considerada grave até prova em contrário. Em caso de 
comoção cerebral sem outra lesão associada, não é preciso manter a vítima acordada, mas é 
preciso vigiar o seu estado de perto durante as primeiras 24 horas. O aumento progressivo da 
sonolência é um sinal do agravamento do estado, podendo indicar o desenvolvimento de uma 
compressão cerebral (BRUNET et al., 2014).
Os primeiros socorros em caso de comoção cerebral, a compressão cerebral 
e a fratura craniana precisam levar em consideração que o socorrista deverá 
seguir determinados passos se julgar que a vítima pode sofrer de um traumatismo 
craniano.
Se houver suspeita de lesão na cabeça:
• Garanta a segurança do local.
• Chame o Serviço de Atendimento de Emergência.
• Mantenha a vítima na posição em que a encontrou. Se a cabeça estiver desviada 
do seu eixo, não mexa nela, exceto se for necessário recorrer à reanimação 
cardiorrespiratória (RCR) e se estiver apto a realizar esta intervenção.
• Se a vítima estiver consciente, aproxime-se dela de frente, para que o veja sem 
ter de voltar a cabeça.
• Mantendo a vítima na mesma posição, estabilize-lhe a cabeça e o pescoço para 
evitar qualquer movimento, colocando as mãos e os joelhos de cada lado da 
cabeça. Na presença de sangue, é necessário usar luvas descartáveis.
• Em seguida, estabilize a cabeça e o pescoço com objetos que estejam à disposição, 
como sacos de areia, mochilas escolares ou qualquer objeto similar.
• As intervenções seguintes são as mesmas da sequência de intervenção para uma 
lesão na coluna vertebral, explicada no próximo item.
Segundo o Manual da Fiocruz, os cuidados com vítimas de ferimento na 
cabeça são:
• Deitar o acidentado de costas (em caso de inconsciência ou 
inquietação).
• Afrouxar as roupas do acidentado.
• Colocar compressa ou pano limpo sobre o ferimento (em caso de 
hemorragia).
• Prender a compressa com esparadrapo ou tira de pano (BRASIL, 2003, 
p. 115).
DICAS
132
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
6.2 LESÕES NA COLUNA VERTEBRAL
“As diferentes lesões que podem ocorrer a nível da coluna vertebral são as 
fraturas, os deslocamentos dos discos intervertebrais (luxações) e as entorses. Se o 
socorrista tiver dúvidas quanto à natureza da lesão, deverá intervir sempre como 
se se tratasse de uma fratura” (BRUNET et al., 2014, p. 167).
O Manual da Fiocruz especifica que na avaliação da vítima se deve 
perguntar ao acidentado se sente dor na coluna dorsal e correr a mão pela espinha 
do acidentado desde a nuca até o sacro. A presença de dor pode indicar lesão da 
coluna dorsal (BRASIL, 2003).
“A coluna vertebral constitui um canal dentro do qual passa a medula 
espinhal, que assegura a transmissão do influxo nervoso entre o cérebro e as 
diferentes partes do corpo e controla inúmeras funções do organismo” (BRUNET 
et al., 2014, p. 167).
Brunet et al. (2014, p. 168) ainda citam que “as duas regiões mais vulneráveis 
da coluna vertebral são a cervical e a lombar. É, portanto, nestas regiões que ocorre 
a maioria das lesões”.
São diversas as situações que podem conduzir a uma lesão na coluna 
vertebral. Um choque direto ou indireto força a coluna a curvar-se para além dos 
seus limites anteriores ou posteriores. Brunet et al. (2014) descrevem algumas 
situações que podem causar uma lesão na coluna vertebral:
• Mergulhos em que a cabeça bate no fundo de uma piscina ou de um lago e 
acidentes de mergulho.
• Acidentes rodoviários em que uma paragem brusca ou uma desaceleração 
violenta provoca a flexão da cabeça seguida de hipertensão violenta para trás, 
torções repentinas da coluna ou a ejeção da vítima para fora do veículo.
• Quedas em que a vítima cai pesadamente sobre os pés, sobre as costas ou em 
posição sentada.
• Pancadas violentas na cabeça, no pescoço ou nas costas desferidas com objetos 
pesados.
• Lesões resultantes de pancadas ou de agressões violentas ou ferimentos causados 
por armas de fogo na cabeça, no pescoço, nos ombros, no tórax e no abdômen.
Na sequência, veremos os sinais e sintomas que identificam as lesões na 
coluna vertebral, conforme Brunet et al. (2014).
• Edema (inchaço): presente ao longo da coluna.
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
133
• Dor: pode ser viva, como se a vítima estivesse a ser cortada em duas, ou estar 
completamente ausente.
• Deformação: possível.
• Feridas associadas: pisaduras (feridas simples) ou feridas complexas (como um 
osso exposto ao longo da coluna vertebral).
Existem outros elementos que podem sugerir a existência de uma lesão na 
coluna vertebral, que são:
Pode ocorrer perda parcial ou total da motricidade e da sensibilidade 
dos membros inferiores se o traumatismo for na região lombar, e dos 
membros superiores e inferiores se a lesão for a nível cervical.
Estado de choque neurológico.
Em caso de atingimento da medula espinhal na sequência de um 
traumatismo da região cervical, ao nível do bulbo raquidiano, os 
movimentos torácicos da respiração podem ser difíceis. Neste caso, 
apenas o diafragma assegura a respiração. Os outros músculos do tórax 
encontram-se paralisados. [...]
Os primeiros socorros em caso de lesões na coluna vertebral têm por 
objetivo prevenir o seu agravamento (que pode ir até a paralisia) através 
da imobilização da vítima. O socorrista só pode deslocar a vítima se a 
vida desta estiver em perigo, como no caso de um incêndio,de perigo 
iminente de derrocada ou aluimento de terras ou na presença de um gás 
tóxico (BRUNET et al., 2014, p. 169).
Brunet et al. (2014, p. 169) relatam que em caso de suspeita de fratura 
craniana:
Além da lesão na coluna vertebral, é preferível elevar-lhe a cabeça num 
ângulo de 30°, depois de imobilizada, sobre uma maca ou prancha 
dorsal. A inclinação da maca ou prancha tem como objetivo diminuir 
a pressão intracraniana durante o transporte da vítima para o hospital 
mais próximo. [...]
Se suspeitar de fratura a nível cervical, o socorrista pode utilizar um 
colar cervical para estabilizar a vítima. É importante salientar que 
apenas os socorristas especializados podem imobilizar a cabeça com 
um colar cervical.
A sequência de intervenções necessárias em caso de lesão na coluna 
vertebral, conforme Brunet et al. (2014, p. 169), é:
• Garanta a segurança do local.
• Chame o Serviço Móvel de Urgência (102).
• Não desloque nem mexa a vítima, exceto se a sua vida estiver em 
risco.
Se a vítima estiver inconsciente:
• Interrogue as testemunhas sobre as circunstâncias do acidente, que 
podem levar a supor uma lesão na coluna vertebral (por exemplo, uma 
pessoa encontrada no chão junto do banco).
• Anote a hora, a duração e a frequência dos estados de inconsciência.
• Fale continuamente com a vítima mesmo que ela esteja inconsciente. 
134
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
Ela poderá conseguir ouvir, uma vez que a audição é o último sentido 
a ser afetado.
• Se a vítima vomitar, coloque luvas de vinil descartáveis e coloque-a 
em posição lateral de segurança, assegurando-se de que virará 
simultaneamente a cabeça e o corpo, se possível com a ajuda de outros 
socorristas.
• Observe se existe líquido a sair pelos ouvidos ou pelo nariz. Em caso 
afirmativo, não tente parar o escoamento. Cubra ligeiramente o ouvido 
ou o nariz com uma compressa esterilizada para prevenir uma infecção.
• Observe a respiração da vítima: é ruidosa por causa das secreções 
acumuladas na boca ou de um traumatismo cerebral? É rápida ou 
superficial? Retire da boca qualquer objeto causador de obstrução, 
incluindo dentes partidos ou próteses dentárias se estiverem a perturbar 
a respiração.
• Se houver parada respiratória, proceda a respiração artificial abrindo 
as vias respiratórias através do traço maxilar, sem inclinação da cabeça, 
se conhecer esta técnica específica.
• Observe também os sinais de circulação sanguínea, a reação à dor, 
qualquer subida da temperatura e qualquer alteração do estado 
neurológico.
• Não deixe a vítima sozinha.
• Tape-a para evitar o estado de choque e a perda de calor. Nunca 
lhe eleve as pernas. Esta manobra aumentará a pressão sanguínea na 
cabeça e provocará complicações em caso de hemorragia cerebral, de 
compressão cerebral e fratura craniana.
• Enquanto aguarda pelos Serviços de Emergência, vigie constantemente 
o estado da vítima. Volte a efetuar o exame primário e verifique 
regularmente o seu estado de consciência, continuando a falar sempre 
com ela.
• Se a vítima estiver consciente:
• Insista na importância de permanecer imóvel, para não agravar o seu 
estado.
• Proceda a um exame neurológico. Este exame é um bom indicador 
do funcionamento cerebral, uma vez que este pode ser afetado em caso 
de traumatismo na coluna vertebral. Verifique se a vítima apresenta 
entorpecimento, formigamento ou perda de sensibilidade ou de 
atividade muscular nas extremidades. Na sequência de uma ruptura 
da medula espinhal, a vítima poderá ter dificuldade ou ser incapaz de 
executar movimentos. Peça à vítima para mexer levemente os dedos das 
mãos e dos pés e toque neles para ver se ela sente. Em caso afirmativo, 
peça-lhe para apertar ligeiramente a sua mão. Verifique igualmente a 
orientação T-E-P (tempo, espaço, pessoas) e a dimensão das pupilas. A 
escala de coma de Glasgow pode fazer igualmente parte da avaliação 
neurológica do socorrista.
Se a vítima estiver usando capacete:
Não tire o capacete se ela estiver respirando. Levante apenas a viseira. 
Se existir uma amarração no queixo, desaperte-a, retirar um capacete 
é uma manobra delicada. Quando um motociclista tem um acidente, 
apenas um socorrista com formação especializada poderá tirar-lhe o 
capacete, caso contrário este deve ser mantido na cabeça. Se a vítima 
não respirar e o socorrista tiver a formação necessária, pode tirar-lhe o 
capacete para efetuar as manobras de RCR. Caso não tenha formação 
especializada para retirar o capacete, limitar-se-á a fazer compressões 
torácicas.
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
135
O deslocamento de vítimas com lesões na cabeça e na coluna 
vertebral requer um treino especial. Recorra sempre aos Serviços 
de Emergência para realização desta manobra. Existem, todavia, 
situações específicas (acidentes em piscinas, em pista de esqui 
etc.) em que os socorristas têm de proceder à evacuação da 
vítima. Porém, terão de ter formação especializada para deslocar 
a vítima de forma segura, utilizando material especializado para a 
realização dessas manobras (BRUNET et al., 2014, p. 171).
7 LESÃO TRAUMÁTICA NO TÓRAX
Os traumatismos torácicos são provocados, segundo o Manual da Fiocruz:
Em sua maior frequência, por acidentes de trânsito e acidentes industriais. 
A gravidade dos traumatismos torácicos é diretamente proporcional 
aos tipos de lesões associadas, que podem levar à morte ou dificultar 
o diagnóstico preciso da lesão traumática e, consequentemente, o 
tratamento adequado para o caso (BRASIL, 2003, p. 116).
“Um atendimento precipitado, ou conduzido sem a correção técnica adequada 
pode levar à morte, quando, em vez disso, medidas terapêuticas com bases seguras 
seriam capazes de resguardar a vida e evitar complicações” (BRASIL, 2003, p. 116).
Segundo o Manual de Primeiros Socorros da Fiocruz:
Um traumatizado de tórax poderá chegar até o socorro especializado 
em condições clínicas consideradas boas, se for atendido corretamente, 
ou evoluir rapidamente para a morte, muitas vezes por pequenos 
enganos que jamais serão descobertos. O acidentado deverá ser 
sempre considerado em estado grave, mesmo que não apresente sinais 
clínicos aparentes. É prudente recomendar que se dedique à vítima 
de traumatismo torácico a máxima atenção possível, sob observação 
permanente e bem orientada, até que se possa entregá-lo ao socorro 
médico especializado (BRASIL, 2003, p. 116).
Este mesmo manual aborda que:
Nos traumatismos fechados de tórax, ou contusões torácicas, não 
há solução de continuidade da pele. Nos traumatismos abertos ou 
ferimentos torácicos, podem surgir complicações maiores. Eles são 
chamados de penetrantes quando atingem a pleura, o pericárdio ou o 
mediastino. De acordo com a localização do ferimento ele poderá ser 
chamado de torácico, cérvico-torácico e tóraco-abdominal. [...]
As lesões anatômicas da caixa torácica e dos órgãos localizados em 
seu interior levam a alterações respiratórias e metabólicas acentuadas. 
DICAS
136
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
A idade do acidentado ou a existência de processos patológicos 
cardiopulmonares anteriores são, muitas vezes, responsáveis pelo 
agravamento dessas alterações. Podem ocorrer hipoxemia e hipercapnia 
que, dadas certas condições de choque, chegam a levar ao sofrimento do 
encéfalo e coração (BRASIL, 2003, p. 116).
Condições precárias de atendimento ou desorientação na condução 
adotada durante os primeiros socorros aumentam os riscos dos traumatismos e 
suas complicações, podendo favorecer sequelas. A seguinte conduta básica deve 
ser observada, enquanto providencia-se para que o socorro especializado seja 
chamado com a maior urgência: 
• É preciso ter cautela, estar calmo e agir com rapidez.
• O acidentado consciente ou inconsciente deve ser deitado sobre o lado 
ferido, na posição lateral de segurança.
• Aplica-se curativode gaze ou compressa de pano, desde que esteja 
limpo.
• Com este curativo, procura-se vedar totalmente a abertura do 
ferimento para impedir a entrada de ar.
• O curativo deverá ser preso e fixo firmemente com o cinto ou faixa de 
pano em torno do tórax, sem apertar.
• O acidentado deve ser encaminhado com urgência para atendimento 
especializado (BRASIL, 2003, p. 117).
8 LESÃO TRAUMÁTICA DE ABDÔMEN
Segundo o Manual da Fiocruz, mais de 60% dos traumatismos abdominais 
são causados por acidentes automobilísticos, mas podem ocorrer em ambientes de 
trabalho devido a pancadas de objetos pesados ou quedas violentas amparadas 
pelo choque do abdômen contra alguma superfície dura. 
Os traumatismos abdominais são classificados em abertos ou fechados. 
Os traumatismos fechados ou contusões caracterizam-se pela atuação 
do agente traumático sobre a parede abdominal, sem provocar solução 
de continuidade da pele. Estes traumatismos, no entanto, podem 
apresentar lesões viscerais graves. Os traumatismos abdominais com 
lesão visceral evoluem para a síndrome de perfuração, resultante de 
lesão da víscera oca; e para a síndrome hemorrágica quando provocam 
ruptura de víscera maciça ou de vaso sanguíneo (BRASIL, 2003, p. 117).
Ainda, a Fiocruz, através de seu Manual de Primeiros Socorros (BRASIL, 
2003, p. 117), ensina que: 
As vítimas de ferimentos abdominais correm sério risco de entrar 
em estado de choque, devendo ser encaminhadas para assistência 
qualificada com urgência, pois é considerada como emergência. 
Qualquer que seja a causa, o agente traumático atua por percussão 
ou pressão, resultando sempre em lesões parietais, importantes 
para a identificação de lesão visceral. A parede pode ser atingida 
perpendicularmente ou tangencialmente. No primeiro caso, deve-se 
considerar sempre a possibilidade de lesão visceral.
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
137
“Os traumatismos abertos ou feridas podem ocorrer de forma simples, 
como um ferimento qualquer, ou de forma mais grave, quando ocorre ruptura de 
músculos e da parede abdominal em grande extensão, suficiente para provocar 
uma evisceração” (BRASIL, 2003, p. 118). Nos casos de evisceração não devemos, 
de forma alguma, tocar nas vísceras, nem tentar colocá-las de volta, para dentro da 
cavidade abdominal.
A primeira coisa a ser feita é providenciar para que seja encontrado socorro 
médico ou remoção especializada o mais rápido possível. Em seguida, colocar o 
acidentado em local confortável, em decúbito dorsal, colocando uma manta ou 
cobertor enrolado sob seus joelhos, para diminuir a pressão sobre o ventre e 
impedir o afastamento muscular (BRASIL, 2003). Observe a figura a seguir. 
FIGURA 31 - POSIÇÃO DO ACIDENTADO
FONTE: Brasil (2003)
O Manual da Fiocruz (BRASIL, 2003, p. 118) ainda determina que:
O ferimento deverá então ser coberto com curativo ou compressa, ou 
pano limpo umedecido em solução salina; caso não seja possível, em 
água limpa. Estas compressas não devem ser de materiais aderentes. 
Envolver o curativo cuidadosamente com bandagens fixadas 
firmemente, mas nunca apertada. Não dar nada para o acidentado 
beber ou comer, ainda que se queixe de muita fome ou sede.
LEITURA COMPLEMENTAR
INTEGRAÇÃO DOS PRIMEIROS SOCORROS NA EMPRESA
Os “Primeiros Socorros” integram-se ao conjunto mais amplo das iniciativas 
da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores 
e, principalmente, ao que dispõem as Normas Regulamentadoras do Ministério 
do Trabalho, vinculadas à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Assim, 
devem estar articulados, não só com o Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO), previsto na NR-7, que estabeleceu a obrigatoriedade do 
138
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
serviço de “Primeiros Socorros” na empresa, mas também com as demais NR, em 
especial, a NR-4, NR-6, NR-9, NR-15 e a NR-17. A NR-4 estabelece que:
 
As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração 
direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam 
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, 
manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover 
a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
 
Assim, todos os empregados da empresa ou serviços, independentemente 
do vínculo de emprego têm que estar abrangidos por medidas de Higiene e 
Segurança no Trabalho estruturadas em um Serviço organizado, com prioridade 
para as medidas de proteção coletiva. A este serviço, devem estar vinculados, 
necessariamente, os “Primeiros Socorros” da empresa, numa perspectiva não só 
corretiva e de atendimento individual, mas eminentemente preventiva e visando o 
conjunto dos trabalhadores principalmente. 
No que se refere à NR-6, que estabelece que a empresa é obrigada a fornecer 
equipamento de proteção individual (EPI) adequado ao risco ocupacional e em 
perfeito estado de conservação e funcionamento, os “Primeiros Socorros” podem 
participar, principalmente, em relação aos seguintes aspectos: 
a) na seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador 
está exposto e à atividade exercida, considerando-se a eficiência 
necessária para o controle da exposição ao risco e ao conforto oferecido 
segundo avaliação do trabalhador usuário; 
b) no programa de treinamento dos trabalhadores quanto a sua correta 
utilização e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece; 
c) no estabelecimento de normas ou procedimentos para promover 
o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a 
manutenção e a reposição do EPI, visando garantir as condições de 
proteção originalmente estabelecidas; na caracterização das funções 
ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva identificação do EPI 
utilizado para os riscos ambientais; 
d) no estabelecimento de critérios e mecanismos de avaliação da eficácia 
das medidas de proteção implantadas considerando os dados obtidos 
no atendimento aos trabalhadores. 
Já a NR-7 estabelece:
 
A obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos 
os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como 
empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
- PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do 
conjunto dos seus trabalhadores. 
Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem 
observados na execução do PCMSO, podendo os mesmos ser ampliados mediante 
negociação coletiva de trabalho. 
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
139
O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico 
precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, além da constatação da 
existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos 
trabalhadores. Logo, deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à 
saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas 
nas demais NRs. 
Portanto, são obrigações gerais da entidade patronal, entre outras: 
• na concepção das instalações, locais e processos de trabalho, identificar os riscos 
e combatê-los na origem, eliminando ou limitando os seus efeitos; 
• proceder à avaliação dos riscos em todos os níveis da empresa e adotar medidas 
de prevenção adequadas; 
• assegurar que a exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nos locais de 
trabalho não constitua risco para a saúde dos trabalhadores; 
• dar prioridade à proteção coletiva em relação à proteção individual; 
• organizar o trabalho de modo a minimizar os efeitos nocivos do trabalho 
monótono e cadenciado; 
• substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso; 
• tomar medidas relativas a primeiros socorros, combatea incêndios e evacuação 
de trabalhadores e identificar os responsáveis pela sua realização. 
A organização das atividades de Higiene e Segurança no local de trabalho 
são de responsabilidade da entidade patronal, devendo garantir, entre outros: 
• a identificação e avaliação dos riscos; 
• o planejamento e programação de medidas de prevenção a adotar na empresa; 
• a promoção e vigilância da saúde dos trabalhadores; 
• organização de todos os meios destinados à proteção e prevenção e coordenação 
das medidas a adotar em caso de perigo grave e iminente; 
• prestação de informação e formação sobre os riscos e as medidas de proteção e 
prevenção; 
• afixação da sinalização de segurança nos locais de trabalho; 
• análise dos acidentes de trabalho e doenças profissionais; 
140
UNIDADE 2 | EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
• coordenação de inspeções internas de segurança; 
• manutenção de registros atualizados sobre vários elementos relevantes para a 
situação da empresa no domínio de SHST. 
Finalmente, convém salientar que, segundo a NR-7, além dos serviços de 
Prevenção e proteção a acidentes; Higiene e segurança; Medicina do trabalho; Saúde 
ocupacional; Luta contra incêndio, deverá ser organizado na empresa o serviço 
de “Primeiros Socorros”. Para tanto, todo estabelecimento deverá estar equipado 
com material necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-se as 
características da atividade desenvolvida; manter esse material guardado em local 
adequado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim. 
Ressalta-se que são serviços que devem ser dirigidos e acompanhados 
por técnicos com curso superior e/ou formação específica, segundo esta Norma. 
Já a NR-9:
Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte 
de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores 
como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
- PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos 
trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e 
consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou 
que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a 
proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. 
Riscos ambientais são considerados os agentes físicos, químicos e 
biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, 
concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos 
à saúde do trabalhador. Os agentes físicos as diversas formas de energia a que 
possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões 
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, 
bem como o infrassom e o ultrassom. Agentes químicos são as substâncias, 
compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, 
nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela 
natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo 
organismo através da pele ou por ingestão. Agentes biológicos são as bactérias, 
fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. 
No desenvolvimento do PPRA, os riscos ambientais devem ser antecipados 
e reconhecidos, as metas e prioridades devem ser estabelecidas, devem ser 
avaliados os riscos e a exposição dos trabalhadores, implantadas medidas de 
controle e avaliação da eficácia, monitorada a exposição dos trabalhadores aos 
riscos. Os “Primeiros Socorros” devem participar de todo o processo de elaboração, 
implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA. 
TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
141
A NR-17 diz respeito à Ergonomia, que visa estabelecer parâmetros que 
permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas 
dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e 
desempenho eficiente; os “Primeiros Socorros” também podem integrar-se em sua 
aplicação, no sentido de auxiliar na definição daqueles parâmetros, a partir dos 
dados e informações obtidos. 
Estes serão importantes para a análise ergonômica do trabalho, no que 
se refere ao levantamento, transporte e descarga individual de materiais; ao 
mobiliário dos postos de trabalho; aos equipamentos dos postos de trabalho; às 
condições ambientais de trabalho; e à organização do trabalho.
FONTE: MANCINI, H. B.; ROSENBAUM, J. L.; FERRO, M. A. C. Organização de um 
Serviço de Primeiros Socorros em uma Empresa. Campo Grande - MS. 2002.
142
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• O sistema locomotor do corpo humano é todo sustentado e articulado pelos ossos. 
A organização óssea tem ainda a função de proteger certas partes do corpo. O 
crânio protege o cérebro; o tórax protege o aparelho cardiorrespiratório; grande 
parte do fígado e todo o baço são protegidos pelas costelas inferiores; a medula 
encontra-se dentro do canal medular, formado pelas vértebras (BRASIL, 2003).
• As lesões traumáticas podem acometer os membros superiores, inferiores, 
cabeça, coluna vertebral e olhos, com maior ou menor grau de gravidade, 
dependendo do tipo de acidente e da lesão.
• As lesões traumáticas podem afetar os músculos, as articulações e os ossos, 
sendo que na classe dos trabalhadores, as fraturas apresentam um índice de 
frequência bastante significativo.
• O deslocamento de vítimas com lesões na cabeça e na coluna vertebral requer 
um treino especial. Recorra sempre aos Serviços de Emergência para realização 
desta manobra.
• Se suspeitar de fratura a nível cervical, o socorrista pode utilizar um colar cervical para 
estabilizar a vítima. É importante salientar que apenas os socorristas especializados 
podem imobilizar a cabeça com um colar cervical (BRUNET et al., 2014).
• São diversas as situações que podem conduzir a uma lesão na coluna vertebral. 
Um choque direto ou indireto força a coluna a curvar-se para além dos seus 
limites anteriores ou posteriores.
• Os primeiros socorros em caso de comoção cerebral, a compressão cerebral e a 
fratura craniana precisam levar em consideração que o socorrista deverá seguir 
determinados passos se julgar que a vítima pode sofrer de um traumatismo craniano.
• Uma lesão na cabeça é considerada grave até prova em contrário. Em caso de 
comoção cerebral sem outra lesão associada, não é preciso manter a vítima 
acordada, mas é preciso vigiar o seu estado de perto durante as primeiras 24 horas.
• Qualquer objeto suficientemente comprido, largo e sólido para sustentar a região 
lesionada pode servir de tala. Utilize talas prontas a usar, se as tiver à disposição, 
caso contrário pode improvisá-las com a ajuda de materiais apropriados: peças de 
vestuário, almofadas, travesseiros, cobertor enrolado, jornais, revistas, pranchas de 
madeira estreitas, ramos de árvore, cartão rígido dobrado etc. (BRUNET et al., 2014).
143
• As lesões traumáticas podem assumir proporções desastrosas se não atendidas 
com o primeiro socorro adequado. A maioria das lesões traumato-ortopédicas 
não apresenta muita gravidade (BRASIL, 2003).
• Os traumatismos torácicos são provocados, em sua maior frequência, por 
acidentes de trânsito e acidentes industriais. A gravidade dos traumatismos 
torácicos é diretamente proporcional aos tipos de lesões associadas, que 
podem levar à morte ou dificultar o diagnóstico preciso da lesão traumática e, 
consequentemente, o tratamento adequado para o caso (BRASIL, 2003).
• As lesões anatômicas da caixa torácica e dos órgãos localizados em seu interior 
levam a alterações respiratórias e metabólicas acentuadas. A idade do acidentado 
ou a existência de processos patológicos cardiopulmonares anteriores são, 
muitas vezes, responsáveis pelo agravamento dessas alterações (BRASIL, 2003).
• As vítimas de ferimentos abdominais correm sério risco de entrar em estado dechoque, devendo ser encaminhadas para assistência qualificada com urgência, 
pois é considerada como emergência.
• Os traumatismos abdominais abertos ou feridas podem ocorrer de forma 
simples, como um ferimento qualquer, ou de forma mais grave, quando ocorre 
ruptura de músculos e da parede abdominal em grande extensão, suficiente 
para provocar uma evisceração (BRASIL, 2003).
144
Estamos chegando ao final desta unidade, e você, acadêmico, deve 
realizar as autoatividades para complementar seus estudos, relembrar os 
assuntos estudados, efetivar e testar seu conhecimento. Boa atividade!
1 Estudamos até agora sobre as lesões traumáticas e as medidas de primeiros 
socorros que devem ser realizadas em vítimas que apresentam este tipo de 
lesão. Com relação aos tipos de lesões traumáticas, assinale a alternativa correta:
a) ( ) Podem acometer ossos, músculos e articulações.
b) ( ) Acometem somente ossos e músculos.
c) ( ) Por serem consideradas traumas, acometem somente ossos.
d) ( ) Por serem consideradas traumas, acometem somente articulações.
2 Na fratura fechada e desalinhada de osso longo, deve-se:
a) ( ) Colocar gelo no local e não imobilizar, uma vez que a fratura está 
desalinhada.
b) ( ) Realinhar a fratura bem lentamente e imobilizar o local atingindo a 
articulação acima e abaixo da lesão.
c) ( ) Colocar gelo sobre a área em desalinho e fazer curativo compressivo 
antes de imobilizar apenas o local da fratura.
d) ( ) Imobilizar o local, atingindo a articulação acima e abaixo da lesão, sem 
realinhar a fratura.
3 Ao socorrer uma vítima com fratura no braço é importante imobilizar o 
membro até que chegue o socorro especializado ou a vítima seja transportada 
para o hospital. Sobre a forma correta de realizar essa imobilização, analise 
as afirmativas a seguir. 
I. A tala utilizada para realizar a imobilização deve ultrapassar as articulações 
acima e abaixo da fratura. 
II. Em caso de fratura exposta, deve-se tentar recolocar o osso no lugar correto 
antes de realizar a imobilização. 
III. Para improvisar uma tala pode-se usar qualquer material rígido ou 
semirrígido como madeira ou papelão. 
Assinale a alternativa correta: 
( ) As sentenças I e III estão corretas.
( ) As sentenças I e II estão corretas.
( ) Apenas a sentença I está correta.
( ) Apenas a sentença III está correta.
AUTOATIVIDADE
145
UNIDADE 3
PRIMEIROS SOCORROS EM 
EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• compreender o choque elétrico;
• identificar os efeitos gerais e principais complicações do choque elétrico;
• realizar os primeiros socorros às vítimas de acidente com choque elétrico;
• reconhecer os diferentes tipos de queimaduras e a sua gravidade;
• avaliar o estado de uma vítima com queimaduras com diferentes graus;
• avaliar a situação em caso de vítima com queimaduras e aplicar as inter-
venções necessárias;
• compreender as vias de intoxicação e envenenamento;
• identificar os sintomas e sinais em casos de intoxicação e envenenamento;
• realizar os primeiros socorros às vítimas em casos de intoxicação e enve-
nenamento;
• identificar os animais peçonhentos que provocam acidentes;
• identificar os sintomas e sinais para cada caso de acidente com animais 
peçonhentos;
• realizar os primeiros socorros às vítimas de acidente com animais peço-
nhentos.
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles você 
encontrará atividades que o auxiliarão na apropriação dos conhecimentos.
TÓPICO 1 – CHOQUE ELÉTRICO
TÓPICO 2 – PRIMEIROS SOCORROS PARA QUEIMADURAS
TÓPICO 3 – ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
146
147
TÓPICO 1
CHOQUE ELÉTRICO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
2 CHOQUE ELÉTRICO
Caro acadêmico! Nesse tópico, você irá estudar sobre o choque elétrico e 
seus primeiros socorros. Sabemos que são muito comuns acidentes com choque 
elétrico em empresas de diversos ramos de atividades. Mesmo a legislação sendo 
vigorosa em relação à eletricidade, as fatalidades ainda existem. 
 Neste contexto, podemos ver a importância de você, acadêmico, entender 
melhor sobre o choque elétrico, quais são as principais causas que provocam 
os acidentes, qual o efeito que a eletricidade causa no organismo, sintomas e os 
primeiros socorros para essa situação.
Quando uma corrente elétrica percorre o corpo humano, ela produz 
calor, queimando seriamente os tecidos, a ponto de destruir. A descarga elétrica 
pode ocasionar diversos problemas no sistema elétrico do corpo, gerando assim 
problemas no desempenho do coração, como uma parada cardíaca.
“O choque elétrico ocorre quando uma corrente elétrica (I) passa pelo 
corpo humano e a diferença de potencial – tensão (V) – é capaz de vencer a 
resistência elétrica desse corpo” (SALIBA, 2015, p. 47). Em outras palavras, 
podemos complementar que “o choque elétrico ocorre quando há passagem de 
uma corrente elétrica pelo corpo em contato com um objeto eletrificado, o que 
pode provocar queimaduras, parada respiratória e outras lesões” (FERNANDES; 
SILVA, 2012, p. 86).
Conforme Fernandes e Silva (2012, p. 86), os acidentes com eletricidade 
ocorrem de várias maneiras e as causas mais comuns são:
• Defeitos nos fios elétricos causados pelos roedores e pelo 
envelhecimento.
• Fiação imprópria.
• Diâmetro ou material do fio inadequados.
• Corrosão dos contatos.
• Rompimento da linha por queda de galhos.
• Falta de aterramento do equipamento elétrico e outras mais.
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
148
Fernandes e Silva (2012, p. 87) também descreve algumas recomendações 
que devem ser tomadas antes do contato com a energia elétrica:
• Qualquer pessoa deve considerar todo fio elétrico como um provável 
causador de um choque mortal.
• Todos os fios e dispositivos elétricos devem ser checados, consertados 
ou substituídos, se for necessário.
• Antes de operar uma ferramenta elétrica, certifique-se de que ela está 
desligada.
• Em caso de reparo de circuitos elétricos, solicite o serviço de 
profissional capacitado.
• Use os fios recomendados para o tipo de serviço elétrico a que eles 
vão servir.
• Use ferramentas “isoladas”, que fornecem uma barreira adicional 
entre você e a corrente elétrica.
• Não é recomendado sobrecarregar uma única tomada com vários 
aparelhos elétricos.
• É necessário que se tome cuidado ao substituir a resistência 
queimada de um chuveiro, pois o ambiente molhado aumenta o risco 
de choque elétrico.
As sinalizações de segurança também são muito importantes e evitam 
vários acidentes. Quando as empresas possuem treinamentos de segurança, em 
geral os trabalhadores sabem que em locais onde há tais sinalizações o acesso é 
restrito ou não se pode encostar. A seguir, o símbolo da eletricidade.
FIGURA 32 – SÍMBOLO DA ELETRICIDADE
FONTE: LTA (2014)
A Norma Regulamentadora nº 10, no item 10.12, deixa claro alguns itens 
que podem também auxiliar na questão de primeiros socorros em vítimas com 
choque elétrico:
10.12 - SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA 
10.12.1 As ações de emergência que envolvam as instalações ou serviços 
com eletricidade devem constar do plano de emergência da empresa. 
10.12.2 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o 
resgate e prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente por 
meio de reanimação cardiorrespiratória. 
TÓPICO 1 | CHOQUE ELÉTRICO
149
10.12.3 A empresa deve possuir métodos de resgate padronizados e 
adequados às suas atividades, disponibilizando os meios para a sua 
aplicação. 
10.12.4 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e 
operar equipamentos de prevenção e combate a incêndio existentes nas 
instalações elétricas.
O anexo III da Norma Regulamentadora nº 10 trata sobre o treinamento para 
os trabalhadores autorizados.Na programação mínima, contém o treinamento de 
primeiros socorros, onde os trabalhadores aprendem sobre: noções sobre lesões; 
priorização do atendimento; aplicação de respiração artificial; massagem cardíaca; 
técnicas para remoção e transporte de acidentados e práticas. 
“A gravidade dos efeitos (danos) causados pela passagem de corrente 
elétrica no corpo humano dependerá da intensidade dessa corrente (I) e do seu 
percurso” (SALIBA, 2015, p. 48).
QUADRO 13 – DANOS PROVOCADOS PELA PASSAGEM DA CORRENTE ELÉTRICA NO CORPO
FONTE: Adaptado de Saliba (2015, p. 48)
Intensidade da 
corrente mA Efeitos no organismo
0,4 Não perceptíveis ao corpo humano
0,5 – 1,0 Leves sensações e formigamentos
2,0 – 9,0 Choques dolorosos sem causas de perda de contração muscular
10 – 16 Aumento da tensão sanguínea e de contrações musculares
17 – 24 Perturbações no ritmo cardíaco, contrações, parada temporária do coração e asfixia
25 – 100 Possível fibrilação ventricular, conforme o tempo de exposição
100 – 250
Atuação no sistema nervoso, gerando perturbações no ritmo cardíaco, com 
possibilidade de paralisação respiratória
> 250
Morte imediata, se o acidentado ficar exposto à corrente por, pelo menos, três 
segundos
“Quanto maior for o tempo de exposição à corrente, maior será seu efeito 
no organismo e maiores serão as consequências do choque. Assim, o acidente de 
maior gravidade normalmente ocorre quando o trabalhador fica preso ao circuito 
elétrico” (SALIBA, 2015, p. 51).
Quando a vítima sofreu uma eletrocussão quer dizer que ela foi exposta a 
uma dose de energia elétrica que foi fatal, ocasionando a sua morte. Essa energia 
geralmente é fornecida pelos fios de alta tensão e também pelos raios, que possuem 
uma voltagem maior do que 600 volts.
Sabemos que o choque elétrico não é uma situação fácil de lidar. Uma 
pessoa que levou um choque elétrico pode se apavorar, deixando a situação mais 
complicada ainda, pois além de levar o choque, a pessoa pode deslocar ou até 
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
150
fraturar alguma parte do corpo, pode a vítima ficar inconsciente, entre outras 
situações complicadas.
Conforme Brasil (2003, p. 103), os efeitos gerais e principais complicações 
do choque elétrico são:
Efeitos gerais: 
• Mal-estar geral 
• Sensação de angústia
• Náusea 
• Cãibras musculares de extremidades 
• Parestesias (dormência, formigamento) 
• Ardência ou insensibilidade da pele 
• Escotomas cintilantes (visão de pontos luminosos) 
• Cefaleia 
• Vertigem 
• Arritmias (ritmo irregular) cardíacas (alteração do ritmo cardíaco) 
• Falta de ar (dispneia). 
Principais complicações 
• Parada cardíaca 
• Parada respiratória 
• Queimaduras 
• Traumatismo (de crânio, ruptura de órgãos internos etc.) 
• Óbito.
FIGURA 33 – TRAJETO DE UM CHOQUE ELÉTRICO NO CORPO
FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_6oLN9gArRqE/
R8kiBqXL8HI/AAAAAAAAAxI/MhYg2IkJcJU/s1600/eletrica-Raio-Corpo.jpg>. 
Acesso em: 15 set. 2016.
A imagem acima retrata o trajeto que uma queimadura elétrica pode 
percorrer pelo corpo. É possível notar quão nítido é o percurso da queimadura.
Quando nos deparamos com um acidente envolvendo eletricidade, 
devemos primeiramente ter calma e controle da situação. Ter as informações 
necessárias para atuar nesses momentos é muito importante, visto que podem ser 
prevenidas diversas consequências e sequelas para a vítima. Ter conhecimento em 
primeiros socorros para choque elétrico também auxilia na proteção da pessoa que 
TÓPICO 1 | CHOQUE ELÉTRICO
151
FIGURA 34 – PROCEDIMENTO PARA AFASTAR A VÍTIMA DA CORRENTE
FONTE: Brasil (2003)
vai socorrer a vítima. Os primeiros socorros para choque elétrico são:
• Antes de socorrer a vítima, cortar a corrente elétrica, desligando a 
chave geral de força, retirando os fusíveis da instalação ou puxando o 
fio da tomada (desde que esteja encapado). 
• Se o item anterior não for possível, tentar afastar a vítima da fonte de 
energia utilizando luvas de borracha grossa ou materiais isolantes, e que 
estejam secos (cabo de vassoura, tapete de borracha, jornal dobrado, pano 
grosso dobrado, corda etc.), afastando a vítima do fio ou aparelho elétrico.
• Não tocar na vítima até que ela esteja separada da corrente elétrica ou 
que esta seja interrompida. 
• Se o choque for leve, seguir os itens aplicados em estado de choque. 
• Em caso de parada cardiorrespiratória, iniciar imediatamente as 
manobras de ressuscitação. 
• Insistir nas manobras de ressuscitação, mesmo que a vítima não esteja 
se recuperando, até a chegada do atendimento especializado. 
• Depois de obtida a ressuscitação cardiorrespiratória, deve ser feito um 
exame geral da vítima para localizar possíveis queimaduras, fraturas ou 
lesões que possam ter ocorrido no caso de queda durante o acidente. 
• Deve-se atender primeiro a hemorragias, fraturas e queimaduras, 
nesta ordem (BRASIL, 2003, p. 104).
Acadêmicos! Não podemos esquecer que as pessoas que socorrem as vítimas 
de um choque elétrico também podem sofrer um acidente! Em casos de primeiros socorros 
para choque elétrico, a atenção é primordial.
IMPORTANT
E
152
Neste tópico, você aprendeu que:
• O choque elétrico ocorre quando uma corrente elétrica (I) passa pelo corpo 
humano e a diferença de potencial – tensão (V) – é capaz de vencer a resistência 
elétrica desse corpo.
• Os acidentes com eletricidade ocorrem de várias maneiras e as causas mais 
comuns são: Defeitos nos fios elétricos causados pelos roedores e pelo 
envelhecimento; Fiação imprópria; Diâmetro ou material do fio inadequados; 
Corrosão dos contatos; Rompimento da linha por queda de galhos; Falta de 
aterramento do equipamento elétrico e outras mais.
• Quanto maior for o tempo de exposição à corrente, maior será seu efeito no 
organismo e maiores serão as consequências do choque. Assim, o acidente 
de maior gravidade normalmente ocorre quando o trabalhador fica preso ao 
circuito elétrico.
• Os efeitos gerais e principais complicações do choque elétrico são: Mal-estar 
geral; Sensação de angústia; Náusea; Cãibras musculares de extremidades; 
Parestesias (dormência, formigamento); Ardência ou insensibilidade da pele; 
Escotomas cintilantes (visão de pontos luminosos); Cefaleia; Vertigem; Arritmias 
(ritmo irregular) cardíacas (alteração do ritmo cardíaco); Falta de ar (dispneia).
• Antes de socorrer a vítima, deve-se cortar a corrente elétrica, desligando a chave 
geral de força, retirando os fusíveis da instalação ou puxando o fio da tomada 
(desde que esteja encapado). 
• Não tocar na vítima até que ela esteja separada da corrente elétrica ou que esta 
seja interrompida.
RESUMO DO TÓPICO 1
153
1 Qual a Norma Regulamentadora que trata sobre trabalhos com eletricidade?
a) ( ) NR-1.
b) ( ) NR-5.
c) ( ) NR-10.
d) ( ) NR-22.
2 Na sua opinião, qual a importância da sinalização de segurança para evitar 
acidentes?
3 Explique, com suas palavras, qual a importância de conhecer sobre os 
primeiros socorros para choque elétrico.
AUTOATIVIDADE
154
155
TÓPICO 2
PRIMEIROS SOCORROS PARA 
QUEIMADURAS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
2 QUEIMADURAS
Neste tópico, veremos sobre as queimaduras e as medidas de primeiros 
socorros prestadas às vítimas acometidas por essas lesões, independentemente se 
o acidente foi no ambiente de trabalho ou doméstico.
“Queimadura é toda e qualquer lesão sofrida pelos tecidos, ocasionada 
pela ação do calor em todas suas modalidades (seco ou úmido), por contato direto; 
por radiação e até mesmo por meio de alguns animais e plantas, como: as larvas, a 
água viva e a urtiga” (FERNANDES; SILVA, 2012, p. 140).
As queimaduras podem ser causadas por fontes térmica, química, elétrica, 
e pelo frio, e ainda classificadas quanto à profundidade, que pode ser: de primeiro 
grau,segundo e terceiro grau. Já quanto à extensão, é determinada pela regra dos 
nove, que veremos com detalhes no decorrer deste tópico.
O objetivo deste tópico é identificarmos os diferentes tipos de queimaduras, 
para que o socorrista possa prestar melhor atendimento e os primeiros socorros às 
vítimas.
A temperatura – calor ou frio – e os contatos com gases, eletricidade, 
radiação e produtos químicos podem causar lesões diferenciadas no corpo humano 
(BRASIL, 2003).
A temperatura do corpo humano, em um determinado momento, é 
o resultado de vários agentes que atuam como fatores internos ou 
externos, aumentando ou reduzindo a temperatura. Mecanismos 
homeostáticos internos atuam para manter a vida com a constância da 
temperatura corporal dentro de valores ideais para a atividade celular. 
Estes valores oscilam entre 34,4 e 400 ºC (BRASIL, 2003, p. 126).
Segundo o Manual da Fiocruz, as queimaduras são lesões provocadas pela 
temperatura, geralmente calor, que podem atingir graves proporções de perigo 
para a vida ou para a integridade da pessoa, dependendo de sua localização, 
extensão e grau de profundidade (BRASIL, 2003).
156
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
As queimaduras representam um tipo de trauma comumente 
encontrado, envolvendo principalmente as crianças e o ambiente 
domiciliar. As lesões são produzidas por ação de agentes físicos 
térmicos (calor ou frio), tais como fogo, vapores, eletricidade, gelo; por 
irradiação (ex.: raios solares); ou agentes químicos, como ácidos ou 
soluções básicas fortes (ex.: soda cáustica) (ROCHA, 2011, p. 60).
O efeito inicial e local, comum em todas as queimaduras, é a desnaturação 
de proteínas, com consequente lesão ou morte celular, por este motivo elas têm o 
potencial de desfigurar, causar incapacitações temporárias ou permanentes ou até 
mesmo a morte (BRASIL, 2003).
A pele é o maior órgão do corpo humano e a barreira contra a perda 
de água e calor pelo corpo, tendo também um papel importante na 
proteção contra infecções. Acidentados com lesões extensas de pele 
tendem a perder temperatura e líquidos corporais, tornando-se mais 
propensos a infecções (BRASIL, 2003, s.p.).
Na sequência, veremos a classificação das queimaduras quanto à sua 
origem, quanto à profundidade e quanto à extensão. Analise o quadro a seguir.
QUADRO 14 – CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS
FONTE: Adaptado de Fernandes e Silva (2012)
As queimaduras podem ser 
de origem:
• Química: são provocadas por substância química em contato com 
a pele ou até pelas roupas.
• Térmica: são provocadas por fontes de calor como o fogo, líquidos 
ferventes, vapores, objetos quentes e excesso de exposição ao Sol.
• Elétrica: são provocadas por descargas elétricas.
• Frio: são provocadas por fonte de frio, quando em ponto de 
congelamento ou abaixo deste.
As queimaduras podem 
ser classificadas quanto à 
profundidade:
• Primeiro grau: quando a lesão é superficial, provocando apenas 
vermelhidão e ligeiro inchaço na área, dor local suportável sem 
formação de bolhas, os sintomas desaparecem espontaneamente e em 
pouco tempo. Exemplo: queimaduras causadas pelos raios solares.
• Segundo grau: quando as lesões provocam a formação de bolhas, 
pele avermelhada, manchada e com coloração variável, dor, inchaço, 
provável estado de choque, com os restos da pele queimada soltos. 
Quando atingem grande área do corpo, podem provocar alterações 
do estado geral do organismo.
• Terceiro grau: além de formarem bolhas, as lesões atingem 
músculos e a camada interna do corpo, apresentam pouca ou 
nenhuma dor e a pele branca ou carbonizada, gerando perda 
funcional total da área afetada.
As queimaduras podem 
ser classificadas quanto à 
extensão:
• Quanto maior a extensão da queimadura, maior o risco, ou seja, 
uma queimadura de primeiro grau que abranja uma grande extensão 
do corpo será considerada de muita gravidade.
• Para avaliar a extensão de uma queimadura, utiliza-se a regra dos 
nove, que consiste em dividir o corpo em partes: cabeça e pescoço 
= 9%; membros superiores = 9% cada; membros inferiores = 18% 
cada; região anterior do tronco = 18%; região posterior do tronco = 
18%; genitália = 1%. 
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS PARA QUEIMADURAS
157
A figura a seguir faz a ilustração da regra dos nove para determinar a 
extensão das queimaduras em uma vítima.
FIGURA 35 – REGRA DOS NOVE
FONTE: Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/9730903/>. Acesso em: 24 set. 2016.
Segundo Brunet et al. (2014), são consideradas graves as queimaduras com 
uma extensão superior a:
• 15% da superfície corporal num adulto;
• 10% da superfície corporal numa criança;
• 5% da superfície corporal num bebê. 
A extensão de uma queimadura exige uma avaliação regular, pois as feridas 
permanecem ativas e a pele iniciou um processo inflamatório para combater a deterioração 
(LEWIS et al., 2011 apud BRUNET et al., 2014).
A figura a seguir nos mostra de que modo a profundidade da destruição 
cutânea difere consoante ao grau da queimadura (BRUNET et al., 2014).
IMPORTANT
E
158
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
FIGURA 36 – PROFUNDIDADE CUTÂNEA DA QUEIMADURA
QUADRO 15 – A CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS CONSOANTE A SUA PROFUNDIDADE
FONTE: Disponível em: <http://fisioterapia.com/fisioterapia-nas-queimaduras/>. Acesso 
em: 25 set. 2016.
Os autores Brunet et al. (2014, p. 210) classificam as queimaduras quanto à 
profundidade da seguinte forma, como mostra o Quadro 3.
Classificação Aspecto clínico Possíveis causas Estruturas afetadas
Primeiro grau
E r i t e m a ; p e l e 
esbranquiçada quando 
é exercida pressão; pele 
dolorosa e ligeiramente 
inchada; ausência de 
vesículas ou de flictenas 
(bolhas).
• Insolação superficial.
• Descarga térmica 
rápida.
Danos superficiais da 
epiderme com hiperemia. 
Segundo grau 
superficial
Epiderme danificada; 
vesículas cheias de 
l íquido, vermelhas , 
brilhantes e úmidas (se 
romperem); dor intensa 
causada pela lesão dos 
nervos; edema ligeiro a 
moderado.
• Chama.
• Faísca.
• Escaldão.
• Q u e i m a d u r a s d e 
contato.
• Produto químico.
• Alcatrão.
• Corrente elétrica.
Totalidade da epiderme 
e não mais um terço 
da derme; presença de 
papilas epidérmicas 
em torno das glândulas 
sebáceas e dos folículos 
pilosos.
Segundo grau 
profundo
Pele seca, com tonalidade 
branca cérea; trombose 
v a s c u l a r v i s í v e l ; 
insensibilidade à dor ou 
redução da sensibilidade 
devido à destruição 
dos nervos; músculos, 
t e n d õ e s e o s s o s 
possivelmente afetados; 
enchimento capilar lento.
• Chama.
• Escaldão.
• Produto químico.
• Alcatrão.
• Corrente elétrica.
Toda a epiderme e quase 
toda totalidade da derme; 
presença de papilas 
epidérmicas em torno 
das glândulas sebáceas e 
dos folículos pilosos.
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS PARA QUEIMADURAS
159
Ao intervir num caso de queimadura, tenha como prioridade a sua proteção 
e a das pessoas presentes. Uma avaliação rápida e precisa da situação, antes de iniciar as 
manobras de intervenção, tem uma importância vital tanto para a vítima como para si 
(BRUNET et al., 2014, p. 212).
Terceiro grau
Pele com aspecto de cera 
e com tonalidade branca 
marmoreada; se o tecido 
adiposo for afetado, tom 
acastanhado, negro e 
com aspecto de couraça, 
indolor , insensível , 
ausência de enchimento 
c a p i l a r ; a u s ê n c i a 
d e f l i c t e n a s ; r i s c o 
importante de infecção; 
possibilidade de enxerto 
cutâneo, autoenxerto.
• As mesmas do segundo 
grau. A profundidade 
pode variar consoante a 
duração do contato.
E p i d e r m e , d e r m e e 
hipoderme, incluindo 
as glândulas sebáceas e 
sudoríparas, bem como 
os folículos pilosos.
Quarto grau
Tecidos carbonizados,secos, castanhos ou 
brancos; perda total 
d a s e n s i b i l i d a d e , 
diminuição ou perda 
do movimento se a 
queimadura at ingir 
uma extremidade de 
um membro; retalhos 
cutâneos necessários; 
risco de amputação.
• Queimadura elétrica.
• Incineração.
A pele é atingida até os 
tecidos hipodérmicos: 
fáscia, músculo, tendões 
e osso.
Na sequência, veremos sobre os fatores de risco que influenciam na gravidade 
das queimaduras e, então, dando continuidade, veremos cada tipo de queimadura.
3 FATORES DE RISCO
“Fatores de risco como a idade, a presença de doenças cardiovasculares, 
respiratórias ou renais, de diabetes ou de problemas arteriais, o enfraquecimento 
generalizado e a má nutrição tornam as vítimas menos aptas a se recuperarem de 
uma queimadura” (BRUNET et al., 2014, p. 212).
As pessoas idosas e as crianças são, portanto, mais vulneráveis às 
complicações, pois têm uma pele muito fina. Além disso, as crianças têm 
uma superfície corporal muito pequena, o que aumenta rapidamente a 
extensão (percentagem) das queimaduras. Quanto às pessoas idosas, 
têm muitas dificuldades em restabelecer-se, pois a recuperação é mais 
difícil e lenta (BRUNET et al., 2014, p. 212).
DICAS
160
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
Dando continuidade, veremos os tipos de queimaduras: as térmicas, as 
químicas, as elétricas e as por frio.
3.1 QUEIMADURAS TÉRMICAS
As queimaduras térmicas são as mais frequentes. O quadro a seguir 
apresenta as causas desses tipos de queimaduras e indica como intervir para 
reduzir os riscos.
QUADRO 16 – AS QUEIMADURAS E AS ESTRATÉGIAS DE REDUÇÃO DO RISCO
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
Causa da 
queimadura Estratégias de redução do risco
Chama ou contato
• Nunca deixar velas acesas sem vigilância ou próximo de uma janela aberta 
ou de cortinados.
• Incentivar a utilização de isqueiros a prova de crianças.
• Incentivar os exercícios regulares de evacuação em caso de incêndio.
• Nunca utilizar gasolina ou outros líquidos inflamáveis como aceleradores.
• Nunca deixar óleo ou azeite quente sem vigilância na cozinha.
• Nunca fumar na cama.
• Considerar o uso de um avental com materiais ignífugos (que evitam 
incêndio) pelas pessoas com funções cognitivas diminuídas e outros fumadores 
em risco.
• Ser prudente durante a preparação de alimentos ou de bebidas no forno 
micro-ondas.
Escaldões 
• Regular o depósito de água quente para a temperatura mais baixa (40 °C).
• Utilizar reguladores termostáticos no chuveiro e nas torneiras.
• Supervisionar o banho das crianças pequenas, dos idosos e de qualquer 
pessoa portadora de deficiência física, motora ou mental.
• Verificar a temperatura da água do banho com as costas da mão ou com 
um termômetro.
Inalação química
• Instalar detectores de fumo e de monóxido de carbono.
• Arrumar os produtos químicos com segurança, em recipientes aprovados 
e adequadamente rotulados.
• Garantir a segurança de trabalhadores ou de pessoas que manipulem 
produtos químicos (ensino de medidas de segurança, como: uso de óculos, 
luvas, máscaras e vestuário de proteção).
Elétrica 
• Manusear com cuidado fios desencapados ou não os utilizar.
• Desligar o quadro elétrico antes de iniciar qualquer reparação.
• Usar óculos e luvas de proteção para efetuar reparações elétricas.
• Evitar atividades ao ar livre durante tempestades elétricas.
As queimaduras térmicas são classificadas em quatro graus de gravidade. 
Quanto mais profunda for uma queimadura, maior é a sua gravidade. O quadro a 
seguir indica as características clínicas e o tipo de cicatrização.
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS PARA QUEIMADURAS
161
QUADRO 17 – A GRAVIDADE E AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DAS QUEIMADURAS TÉRMICAS
Classificação 
Características 
clínicas Tipo de cicatrização Exemplos 
Primeiro grau
Comparável ao 
eritema
Saram geralmente 
no espaço de cinco a 
seis dias sem deixar 
cicatrizes.
Primeiro grau
FONTE: Disponível em: < http://
slideplayer.com.br/slide/1875991/>. 
Acesso em: 30 set. 2016.
Segundo grau 
superficial
Epiderme 
danificada; 
presença de 
vesículas.
Dor intensa 
devido ao 
atingimento 
das terminações 
nervosas
Cicatrizam, 
habitualmente, no 
espaço de três a 
quatro semanas.
Segundo grau superficial
FONTE: Disponível em: < http://
slideplayer.com.br/slide/1875991/>. 
Acesso em: 30 set. 2016.
162
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
Segundo grau 
profundo
Pele seca, com 
tonalidade 
branca cérea. 
Insensibilidade 
à dor ou 
redução da 
sensibilidade 
devido à 
destruição dos 
nervos. 
Músculos, 
tendões e ossos 
possivelmente 
afetados.
Deixam cicatrizes 
permanentes.
Segundo grau profundo e terceiro 
grau
FONTE: Disponível em: < http://
slideplayer.com.br/slide/2457494/>. 
Acesso em: 30 set. 2016.
Terceiro grau
Pele com 
aspecto de cera e 
com tonalidade 
branca 
marmoreada.
Se os tecidos 
adiposos forem 
afetados, tom 
acastanhado e 
negro e textura 
semelhante à do 
couro.
Indolor.
Deixam cicatrizes 
permanentes.
Necessitam 
frequentemente 
de enxertos para 
substituir a pele 
calcinada.
Quarto grau
Tecidos 
carbonizados, 
secos, castanhos 
ou brancos.
Perda total da 
sensibilidade.
Diminuição 
ou perda dos 
movimentos se 
a queimadura 
atingir uma 
extremidade de 
um membro.
Risco de 
amputação.
Quarto grau
 
FONTE: Disponível em: < http://
slideplayer.com.br/slide/390936/>. 
Acesso em: 30 set. 2016.
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS PARA QUEIMADURAS
163
Os primeiros socorros gerais em caso de queimaduras térmicas visam, 
entre outros, afastar a vítima da fonte da queimadura, aliviar-lhe a dor e prevenir 
complicações. No quadro a seguir veremos a sequência de intervenções em caso 
de queimadura térmica. 
QUADRO 18 – SEQUÊNCIA DE INTERVENÇÃO
Em caso de 
queimadura 
térmica de 
primeiro grau
• Mergulhe a região atingida em água fria (cerca de 15 °C) ou aplique 
compressas úmidas e frias e volte a arrefecê-las logo que estejam quentes, 
até que a dor diminua.
• Em seguida, aplique um penso esterilizado ou um pano branco e limpo 
para proteger a pele, pois a pele fragilizada é uma porta de entrada para os 
microrganismos.
Em caso de 
queimadura 
térmica de 
segundo grau 
superficial
• Faça correr água fria (cerca de 15 °C) sobre a região atingida, sem pressão, 
a uma altura de 10 a 15 cm da queimadura e sem dirigir o jato diretamente 
sobre a mesma. O frio aliviará a dor e diminuirá o risco de estado de choque 
fisiológico.
• Se a roupa não estiver colada à pele e, se for possível, retire as peças que 
estiverem a cobrir as queimaduras, tendo o cuidado de usar luvas descartáveis 
em vinil. Não tente retirá-las se estiverem coladas.
• Aplique compressas esterilizadas úmidas e frias, se possível, ou um pano 
branco e limpo e arrefeça-os logo que estejam quentes, até que a dor diminua. 
Se a dor voltar, aplique novamente compressas frias. Este procedimento 
impedirá que o ar entre em contato com a queimadura, diminuirá a dor e 
prevenirá a infecção.
• Nunca perfure as bolhas (empolas), pois elas constituem uma barreira 
natural contra a infecção.
• Se as queimaduras forem nas mãos ou nos pés, retire os objetos de adorno, 
se isso for possível, pois os dedos incharão rapidamente. Coloque compressas 
de gaze esterilizadas úmidas entre cada dedo da mão ou do pé, para evitar 
que se colem. 
• Fixe o penso com uma ligadura triangular ou uma ligadura de gaze em 
rolo tipo Kling e evite exercer pressão.
Se a queimadura cobrir uma grande área corporal (mais de 10% da superfície 
corporal total):
• Proceda ao exame primário e vigie os sinais e os sintomas de estado de 
choque fisiológico.
• Não arrefeça a parte atingida com água fria durantemais de 10 minutos e 
não mergulhe completamente o corpo da vítima, de modo a evitar uma perda 
significativa do calor e uma eventual hipotermia.
• Não aplique gelo sobre a queimadura, pois, conforme afirmam Lewis e 
seus colaboradores (2011): “O gelo pode causar hipotermia e reduzir ainda 
mais a circulação sanguínea para o local da queimadura devido à constrição 
dos vasos sanguíneos”.
Se houver alcatrão quente sobre a pele:
• Aplique gelo sobre o alcatrão o mais rapidamente possível. O alcatrão 
congelará. Muitas vezes, forma-se uma bolha por baixo e o alcatrão solta-se.
• Aplique um penso úmido e frio e fixe-o com uma ligadura em rolo.
Se houver óleo quente sobre a queimadura:
• Retire delicadamente o excesso de óleo com uma compressa esterilizada ou 
pano branco limpo. O óleo retém o calor e agrava a queimadura.
• Aplique um penso úmido e frio e fixe-o com uma ligadura em rolo. Se a 
região afetada for muito grande, tape a vítima para evitar perdas de calor, 
pois existe o risco de hipotermia.
164
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
Em caso de 
queimadura 
térmica de 
segundo grau 
profundo
• Chame o Serviço de Emergência.
• Proceda ao exame primário.
• Se possível, retire os objetos não aderentes, como óculos, sapatos etc.
• Coloque luvas de vinil descartáveis e cubra as regiões queimadas com 
pensos limpos, brancos e secos ou com um lençol limpo, para permitir à 
vítima conservar o calor corporal. Considerando a profundidade desse tipo 
de queimadura, os pensos úmidos e frios podem provocar um estado de 
choque fisiológico e estão proibidos.
Em caso de 
queimadura 
térmica de terceiro 
ou de quarto grau
• Chame o Serviço de Emergência.
• Coloque luvas de vinil descartáveis e proceda ao exame primário, deitando 
a vítima ao comprido com a cabeça assentada no chão. Esteja pronto a intervir 
se a vítima se queixar de tonturas, fraqueza ou dor de cabeça, que podem 
levar a suspeitar de estado de choque fisiológico ou de hipertermia (choque 
dos queimados). Procure acalmar a vítima e dê-lhe explicações simples sobre 
as intervenções em curso.
• Não toque diretamente na queimadura, pois com a destruição da pele os 
micróbios podem entrar facilmente no organismo. Não retire as peças de 
vestuário coladas à queimadura. Não mergulhe o membro atingido em água 
fria, pois esta poderá penetrar no interior dos tecidos sob a pele.
• Tape a queimadura com um pano branco, seco e não poroso, pois as 
compressas frias podem provocar estado de choque fisiológico.
• Tape a vítima com um cobertor para prevenir a hipotermia.
• Mantenha a vítima em jejum, pois, num queimado com gravidade, há o risco 
de dilatação gástrica e a absorção de água é feita, então, de forma anômala.
Em caso de uma 
vítima em chamas
Quando uma vítima está em chamas é preciso agir rapidamente, mas sem 
entrar em pânico. É necessária uma intervenção imediata (sem, todavia, 
colocar a sua própria vida em perigo), pois a vítima arrisca-se a ficar com 
queimaduras de terceiro e quarto grau numa grande extensão do corpo, 
acompanhadas por um estado de choque fisiológico.
• Evite, a qualquer custo, que a vítima se mantenha em pé, ande ou corra, de 
modo a não ativar as chamas. Pode correr o risco de se asfixiar e de queimar 
o rosto.
• Cubra a vítima com um cobertor de lã ou com uma peça de roupa em fibras 
naturais (lã, linho, algodão) para abafar as chamas.
• Imobilize a vítima deitando-a no chão e force-a a rolar sobre si mesma.
• Deixe a vítima deitada ao comprido e tape-a da cabeça aos pés para prevenir 
o estado de choque fisiológico.
Caro acadêmico! Dando continuidade à nossa unidade, veremos o tipo de 
queimadura química. Já vimos muito conteúdo sobre as queimaduras, alguns tipos, 
sua classificação quanto à profundidade e a extensão do corpo atingida, mas fique 
atento e siga com seus estudos, pois temos ainda muito conteúdo para estudarmos.
3.2 QUEIMADURAS QUÍMICAS
“Os ácidos ou álcalis fortes podem queimar qualquer área do organismo 
com a qual entrem em contato. Este contato é mais frequente com a pele, boca e 
olhos, afetando estes órgãos” (BRASIL, 2003, p. 137).
 
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS PARA QUEIMADURAS
165
Segundo o Manual da Fiocruz, as substâncias químicas podem queimar 
rapidamente, portanto:
Não há tempo a perder, porém a pessoa que estiver atendendo o 
acidentado deverá, basicamente, saber que as tentativas de neutralização 
química da substância podem gerar reações com produção de calor 
e piora da lesão e que pode se contaminar ao fazer este atendimento 
(BRASIL, 2003, p. 137).
Segundo Brunet et al. (2014), as bases ou álcalis, como os existentes nos 
produtos de limpeza de fornos ou indústrias, causam uma destruição profunda 
mais rápida. As queimaduras com esses produtos são mais graves e causam lesões 
importantes.
Quanto aos ácidos - como o ácido clorídrico existente em alguns 
produtos de remoção do calcário, o ácido oxálico encontrado em alguns 
produtos para desenferrujar e o ácido sulfúrico contido nas baterias 
dos automóveis -, eles atuam em menos de 15 minutos e podem causar 
igualmente queimaduras graves. Os compostos orgânicos, como o fenol 
existente nos desinfetantes químicos, ou produtos petrolíferos, como o 
creosoto e a gasolina, provocam, por seu turno, queimaduras de contato 
e são igualmente tóxicos (BRUNET et al., 2014, p. 217-218).
“As lesões das queimaduras ocasionadas por agentes químicos aparecem 
quase que imediatamente após o acidente; há dor e visível destruição dos tecidos” 
(BRASIL, 2003, p. 137).
Os cuidados subsequentes às queimaduras produzidas por ácidos e álcalis 
são semelhantes: cobrir a queimadura com curativo esterilizado e transportar o 
acidentado imediatamente para atendimento especializado.
O diagnóstico de queimadura do trato respiratório por inalação de 
substâncias de combustão incompleta (potentes irritantes da mucosa 
respiratória) será feito através do histórico de exposição a vapores ou 
gases tóxicos, em acidentes em ambientes fechados ou não. Alguns gases 
provocam distúrbios sensoriais que só se manifestam algumas horas 
após o acidente. Presença de hiperemia (vermelhidão) da mucosa nasal 
e faríngea, rouquidão, dispneia, tosse com expectoração sanguinolenta. 
A principal complicação deste tipo de queimadura é o risco de edema 
pulmonar até 72 horas após o acidente. Observa-se que somente a 
inalação de vapor destas substâncias causa lesão térmica direta no trato 
respiratório (BRASIL, 2003, p. 137).
No quadro a seguir veremos a sequência de intervenções em caso de 
queimaduras químicas.
166
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
QUADRO 19 – SEQUÊNCIA DE INTERVENÇÃO EM CASO DE QUEIMADURA QUÍMICA
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
Em caso de queimadura 
química
• Neste tipo de queimadura é primordial chamar o Serviço de 
Emergência.
• Não toque na substância tóxica com as mãos nuas e assegure-se de 
que mais ninguém o faça. O uso de luvas é essencial.
• Preste especial atenção à proteção dos olhos, da boca, da pele e do 
vestuário, evitando os salpicos, de modo a não espalhar o agente químico. 
Não descuide das medidas de proteção do ambiente envolvente.
• Se for possível, retire os objetos não aderentes, como: adorno, sapato, 
relógio, óculos etc.
Em caso de queimadura 
por um agente químico 
líquido
Se tiver atingido uma pequena superfície do corpo (mãos, rosto, olhos):
• Irrigue a parte atingida com água corrente durante, pelo menos, 20 
minutos, após a exposição.
• No caso de queimadura nos olhos, enxágue do canto interno para o 
externo com água corrente.
• Faça transportar a vítima para o hospital mais próximo, para uma 
avaliação do seu estado.
Se tiver atingido uma superfície grande do corpo:
• Se o exame primário apresentar alterações, inicie as manobrasde 
reanimação cardiorrespiratória.
• Se a vítima estiver consciente e alerta, coloque-a toda vestida debaixo 
do chuveiro sem perder tempo, ou irrigue todo o corpo ou a parte 
atingida durante, pelo menos, 20 a 30 minutos, sem se esquecer de 
lavar o cabelo e de limpar as unhas. Ao tratar-se de uma base ou de 
um ácido forte, a lavagem deve prosseguir, mesmo que os Serviços de 
Emergência tenham de esperar um pouco.
• Logo que iniciar a irrigação, retire todas as peças de roupa, exceto as 
que tiverem coladas à pele. É preferível retirá-las rasgando-as em vez 
de tirá-las pela cabeça, pois isso poderá provocar outras queimaduras 
graves no rosto ou no tórax.
Em caso de queimadura 
por um agente químico 
em pó
• Proceda ao exame primário, de modo a detectar qualquer alteração 
no estado da vítima.
• Retire a substância em pó com a ajuda de luvas de vinil descartáveis, 
e não de algodão, escovando-a o mais delicadamente possível.
• Retire as peças de vestuário contaminadas antes de banhar 
copiosamente a vítima.
• Cubra a queimadura com pensos ou com um pano limpo, de 
preferência branco, de modo a evitar infecção.
• Vigie os sintomas de estado de choque fisiológico, que poderá afetar 
a vítima caso a intervenção tenha demorado alguns minutos, o que 
significa que o produto químico foi absorvido pela pele.
• Deite a vítima, com a cabeça no chão, e tape-a enquanto aguarda pela 
chegada do Serviço de Emergência. É sempre preferível deitar sem o 
vestuário contaminado.
Dando continuidade, veremos o tipo de queimadura por eletricidade e na 
sequência a queimadura por frio.
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS PARA QUEIMADURAS
167
3.3 QUEIMADURAS POR ELETRICIDADE
Lesões induzidas pela passagem de corrente elétrica pelo corpo de uma pessoa 
que, dependendo da intensidade da corrente, da resistência, da voltagem e do tempo 
de exposição, podem ser mais, ou menos graves. Algumas literaturas classificam a 
queimadura produzida por corrente elétrica como sendo de quarto grau. 
Os sinais e sintomas dependem do tipo da lesão e das circunstâncias, 
podendo surgir ferimentos incisivos isquêmicos, carbonizados, 
deprimidos ou amarelo-esbranquiçados. O ferimento de entrada da 
corrente geralmente é pequeno e mascara uma lesão tecidual profunda. 
O ferimento de saída pode ser do tamanho do de entrada ou maior 
(ROCHA, 2011, p. 63).
 
Evite o contato direto com a vítima se ela ainda estiver sofrendo o choque 
elétrico; procure desligar a fonte de energia e, se não for possível, afaste-a da fonte da 
corrente, utilizando um mau condutor de energia, como madeira, pedaços de tecidos 
fortes, luvas, conforme podemos visualizar na Figura 6. Mantenha a vítima deitada.
FIGURA 37 – AFASTAMENTO DA VÍTIMA DA FONTE DA CORRENTE ELÉTRICA
FONTE: Disponível em: <http://lms.ead1.com.br/webfolio/Mod5986/mod_suporte_
basico_v5.pdf>. Acesso em: 29 set. 2016.
Mesmo que apresentem sinais exteriores pouco evidentes, as queimaduras 
elétricas podem ser extremamente graves, e até mortais, visto a eletricidade 
percorrer o corpo através dos nervos e dos vasos sanguíneos. Os sinais visíveis das 
queimaduras elétricas verificam-se nos pontos de entrada e de saída da corrente: 
manchas necrosadas rodeadas de pele esbranquiçada e por uma zona de pele 
avermelhada (BRUNET et al., 2014). Observe a figura a seguir.
168
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
FIGURA 38 – QUEIMADURA POR CORRENTE ELÉTRICA
FONTE: Disponível em: <http://zonaderisco.blogspot.com.br/2016/07/choque-eletrico-
queimaduras-e-ferimentos.html>. Acesso em: 29 set. 2016.
“A maioria dos danos é interna, danos esses que podem ser mais extensos 
e profundos do que aparentam, pois estão associados à intensidade e trajetória da 
corrente e à duração da exposição” (BRUNET et al., 2014, p. 221).
“A passagem da corrente elétrica pode perturbar o ritmo das contrações 
cardíacas e provocar uma parada cardiorrespiratória ou uma paralisia provisória 
que conduz a uma parada respiratória” (BRUNET et al., 2014, p. 221).
Eventualmente, a vítima sofre parada cardiorrespiratória, portanto, 
esteja preparado para iniciar as manobras de suporte básico de vida. 
Se não for o caso, monitore os sinais vitais e proceda aos cuidados para 
queimaduras e prevenção do estado de choque. Encaminhe a vítima 
para o hospital o mais rápido possível (ROCHA, 2011, p. 63).
No interior do corpo, a corrente elétrica é convertida em calor intenso, 
podendo destruir, à sua passagem, os nervos e os vasos sanguíneos, 
causando placas necrosadas em alguns locais, por exemplo, no cérebro, 
no coração, na medula espinhal, nos intestinos e nos vasos sanguíneos. 
Sob o impacto do choque elétrico, pode acontecer que a vítima seja 
projetada para o chão ou que a exposição à corrente provoque contrações 
musculares suficientemente fortes para causar fratura nas vértebras e 
nos ossos longos do corpo. A exposição a uma corrente elétrica pode 
conduzir ainda à amputação dos dedos das mãos ou dos pés ou de 
outros membros (BRUNET et al., 2014, p. 221). 
Na sequência, o Quadro 20 nos mostra os sinais e os sintomas comumente 
encontrados em vítimas de queimaduras elétricas.
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS PARA QUEIMADURAS
169
QUADRO 20 – SINAIS E SINTOMAS DAS QUEIMADURAS ELÉTRICAS
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
Atenção:
• Pequenos pontos calcinados com aspecto oco, rodeados de pele esbranquiçada 
e por uma zona de pele vermelha nos pontos de entrada e saída da corrente 
elétrica.
• Ausência frequente de dor, devido à destruição das fibras nervosas pela 
passagem da eletricidade.
• A vítima pode estar estupefata (espantada) e confusa.
• Inconsciência e parada cardiorrespiratória possíveis.
• Possibilidade de fraturas ou deslocamentos por causa da força da corrente.
• Eventual lesão na cabeça ou no pescoço na sequência de uma queda.
“Antes de qualquer intervenção junto de uma vítima de queimaduras 
elétricas, o socorrista deverá assegurar-se de que ele próprio ou outra pessoa não 
serão eletrocutados” (BRUNET et al., 2014, p. 222).
Além disso, as funções vitais da vítima podem estar perturbadas e, em alguns 
casos, podem surgir complicações nas primeiras 24 horas após a eletrocussão. Ainda 
podemos ter os casos de queimaduras elétricas causadas por relâmpagos.
Um relâmpago (raio) é uma descarga elétrica causada pela acumulação 
de eletricidade estática entre as nuvens ou entre as nuvens e a Terra. 
Acompanha todas as trovoadas, sobretudo as violentas. Causa 
sensivelmente o mesmo tipo de lesões que a eletrocussão, por exemplo, 
fraturas e parada cardiorrespiratória. As queimaduras causadas pelos 
relâmpagos conferem à pele um aspecto marmoreado e um tom 
vermelho-escuro ou esbranquiçado (BRUNET et al., 2014, p. 223).
Como no caso das queimaduras elétricas, as funções vitais de uma 
vítima atingida por um raio podem ficar perturbadas. Efetuar regularmente 
o exame primário é, portanto, primordial, pois existe sempre o risco de parada 
cardiorrespiratória (BRUNET et al., 2014).
Veja no Quadro 21 a sequência de intervenções em caso de vítima de 
queimaduras elétricas causadas por relâmpagos.
170
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014)
Em caso de 
queimadura elétrica 
• Chame o Serviço de Emergência.
• Verifique bem se a vítima continua em contato com a fonte elétrica. Em 
caso afirmativo, corte a corrente elétrica na fonte (entrada elétrica). Se a 
corrente não puder ser interrompida (cabo de alta tensão), avise os Serviços 
de Emergência desta situação no momento do pedido de socorro. Em caso 
de dúvida, não corra qualquer risco.
• Procure o local de entrada da corrente elétrica no corpo, bem como o seu 
ponto de saída (geralmente pelas mãos e pés).
• Proceda ao exame primário, tendo o cuidado de usar luvas de vinil 
descartáveis.• Se a vítima estiver inconsciente e respirar, coloque-a na posição lateral 
de segurança.
• Se a vítima tiver sido projetada, proceda a um exame secundário. Não a 
desloque e mantenha-a imóvel. É possível que tenha uma lesão na cabeça 
ou na coluna vertebral. Após o exame primário, o socorrista deverá ter esta 
possibilidade em conta ao aplicar os cuidados necessários, no momento da 
abertura das vias respiratórias.
• Se a vítima estiver consciente, deite-a imediatamente.
• Tranquilize-a, pois pode ficar agitada.
• Cubra a queimadura com um penso limpo e seco. 
• Tape a vítima.
• Volte a proceder ao exame primário, de modo a detectar qualquer 
alteração no estado da vítima, enquanto aguarda pela chegada dos Serviços 
de Emergência.
Em caso de 
queimadura elétrica 
causada por um 
relâmpago 
• Chame o Serviço de Emergência.
• Avalie a situação e assegure-se de que o ambiente está em segurança.
• Proceda ao exame primário e administre os cuidados necessários. É 
importante considerar a possibilidade de fratura na coluna vertebral e ter 
isso em conta no momento de abertura das vias respiratórias.
• Proceda ao exame secundário e trate os ferimentos usando luvas de vinil 
descartáveis. Na presença de uma queimadura, os cuidados são idênticos 
aos prestados no caso de queimaduras por eletrocussão.
• Proceda regularmente ao exame primário, de modo a detectar qualquer 
alteração no estado da vítima, enquanto aguarda pelos Serviços de 
Emergência. Uma parada cardiorrespiratória tardia é sempre possível.
• Evite colocar a vítima debaixo ou nas proximidades de uma árvore. Em 
caso de novo relâmpago, a arvore transfere a carga para o solo e transforma-
se num para-raios natural. O seu ambiente imediato fica, então, carregado 
de eletricidade e há a possibilidade de se formar aquilo a que chamamos 
“arco de tensão”.
QUADRO 21 – SEQUÊNCIA DE INTERVENÇÃO
Dando continuidade, veremos o tipo de queimadura por frio e as 
intervenções que devem ser prestadas à vítima em caso de queimaduras por frio. 
Ainda veremos as queimaduras por inalação.
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS PARA QUEIMADURAS
171
QUADRO 22 – INTERVENÇÕES EM CASO DE QUEIMADURAS POR FRIO
3.4 QUEIMADURAS POR FRIO
O frio também pode causar queimaduras e lesões nas partes do corpo expostas 
por muito tempo a baixas temperaturas ou umidade excessiva (BRASIL, 2003).
 
“A exposição a temperaturas no ponto de congelamento ou abaixo deste, 
ou mesmo ao frio extremo, ainda que por curto período de tempo, pode causar 
geladuras. Podem ocorrer lesão tecidual local delimitada e resfriamento corporal 
generalizado, que pode causar morte (hipotermia)” (BRASIL, 2003, p. 140).
Na improbabilidade de acidentes graves devido à exposição ao frio intenso 
em nosso país, é conveniente apenas lembrar alguns detalhes importantes, segundo 
o Manual da Fiocruz:
• Lesões pelo frio dependem da temperatura, da umidade relativa do 
ar, da velocidade do vento.
• O uso de roupas adequadas para condições ambientais extremas 
deverá ser observado por todos que tenham que trabalhar sob estas 
circunstâncias. Os equipamentos de proteção individual, que servem 
para isolar o frio, podem causar dificuldades na movimentação, quer 
para segurar objetos, quer porque a visão fica prejudicada. As luvas e as 
botas, com a umidade, podem congelar as mãos e os pés. Isso pode levar a 
acidentes de trabalho, como quedas, quedas de materiais, congelamento 
das mãos e dos pés, desmaios etc. Cremes e óleos protetores para nariz, 
lábios e face também são usados nestas condições.
Dependendo do tipo de exposição ao frio, podem ocorrer as seguintes 
lesões:
• Úlceras;
• Pé-de-trincheira;
• Hipotermia sistêmica.
As lesões causadas pelo frio são extremamente dolorosas.
• Deve-se ficar atento para a insuficiência cardiorrespiratória em caso 
de hipotermia sistêmica.
• Há risco de infecção grave no descongelamento de uma área lesada.
• A hipotermia é uma gravíssima emergência médica. 
• O atendimento médico especializado deverá ser prioritário (BRASIL, 
2003, p. 141-142).
O Manual da Fiocruz aborda os primeiros socorros em caso de queimaduras 
por frio, conforme o Quadro 22.
Em caso de 
congelamento dos 
pés ou das mãos
• Levar o acidentado a um local aquecido, mantendo-o deitado.
• Tirar imediatamente os equipamentos de segurança.
• Aquecer as partes congeladas com água quente (não fervente) ou panos 
molhados com água quente, realizando massagens delicadas para ativar a 
circulação nas partes próximas do membro congelado (nunca massagear 
diretamente a parte congelada).
• Dar bebidas quentes, como chá ou café (nunca bebidas alcoólicas).
• Pedir ao acidentado para movimentar os pés ou as mãos, para ajudar na 
recuperação da circulação.
172
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
Em caso de 
desmaio em 
ambientes frios
• Retirar imediatamente o acidentado do ambiente de trabalho.
• Retirar todos os equipamentos de segurança, incluindo a roupa (nunca 
deixar o acidentado com as mesmas roupas).
• Cobrir com um cobertor quente, ou dar um banho de água quente.
• Fornecer bebidas quentes como chá ou café, se estiver consciente (nunca 
bebidas alcoólicas).
• Levar imediatamente ao atendimento especializado.
FONTE: Adaptado de Brasil (2003)
Veja alguns cuidados básicos que se deve tomar em caso de socorro à vítima 
de queimaduras.
• Os métodos de prestação de primeiros socorros começam a ser 
aplicados somente depois de termos realizado as manobras de suporte 
básico à vida, hemostasia, prevenção de choque e assistência a outras 
lesões que possam colocar em risco a vida do acidentado ou piorar 
seu estado clínico. Queimaduras podem ser lesões extremamente 
dolorosas e com sérias consequências psicológicas, dependendo de sua 
localização, extensão e profundidade.
• Não demonstrar apreensão. Atuar com calma, rapidez, segurança e 
bastante compreensão. A tranquilidade do acidentado é fundamental.
• Nunca romper as bolhas.
• Não retirar as roupas queimadas que estiverem aderidas à pele.
• Não submeter à ação da água uma queimadura com bolhas rompidas.
• Separar a causa do acidentado ou o acidentado da causa.
• Cobrir cuidadosamente com um pano limpo as partes queimadas, 
pois estes ferimentos são vulneráveis à infecção.
• Tomar medidas apropriadas para prevenção do choque.
• Ajudar o acidentado a obter atendimento qualificado (BRASIL, 2003, 
p. 141-142).
Na sequência, veremos algumas situações e intervenções em caso de 
socorro à vítima de queimaduras por inalação.
3.5 QUEIMADURAS POR INALAÇÃO
“A inalação de vapor de água, de ar muito quente, de produtos tóxicos e a 
intoxicação por monóxido de carbono podem causar queimaduras na boca e nas 
vias aéreas” (BRUNET et al., 2014, p. 218).
“No decurso de um incêndio, o fumo mistura-se com o ar quente. Irrita 
a garganta e acentua a obstrução respiratória. As manifestações de obstrução 
respiratória podem surgir de imediato ou várias horas a seguir à inalação” 
(BRUNET et al., 2014, p. 218). Veja um exemplo de queimadura por inalação na 
figura a seguir.
TÓPICO 2 | PRIMEIROS SOCORROS PARA QUEIMADURAS
173
FIGURA 39 – CRIANÇA COM QUEIMADURA FACIAL E LESÃO DE VIAS 
AÉREAS
FONTE: Disponível em: <http://www.saj.med.br/uploaded/File/artigos/
Queimados.pdf>. Acesso em: 30 set. 2016.
Os autores Brunet et al. (2014, p. 219) esclarecem que os sinais e sintomas 
das queimaduras por inalação são:
Os sinais e os sintomas das queimaduras por inalação:
• Respiração rápida e superficial.
• Rouquidão acentuada.
• Tosse produtiva com expectoração carbonizada ou sanguinolenta.
• Pelos nasais ou faciais chamuscados.
• Mucosas orais ou nasais enegrecidas.
• Hálito com odor a fumo.
• Possível ansiedade.
• Possível presença de sinais e sintomas de estado de choque fisiológico 
e degradação do estado de consciência até a inconsciência, consoante a 
gravidadeda queimadura.
De um modo geral, os primeiros socorros em caso de queimaduras por 
inalação visam afastar, em primeiro lugar, a vítima da fonte de queimaduras e, em 
seguida, utilizar o método O’ABC, vigiando particularmente a respiração, conforme 
nos mostram Brunet et al. (2014, p. 220-221, grifos do original), acompanhe:
• Chame o Serviço de Emergência.
• Avalie se o local lhe oferece segurança, antes de intervir junto à vítima.
• Proceda ao exame primário, particularmente da respiração.
• No caso de ter de prestar socorro a uma vítima num ambiente em 
chamas ou cheio de fumo, tape a boca e o nariz com um pano úmido e 
mantenha-se junto ao chão. 
• Retire, o mais rapidamente possível, a vítima do local com fumo, 
trazendo-a junto ao chão, pois o fumo é mais leve do que o ar.
• Retire todos os objetos não aderentes, como peças de vestuário e 
objetos de adornos que possam comprimir o pescoço ou o peito da 
vítima.
174
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
Se a vítima estiver consciente:
• Sente-a para facilitar a respiração.
• Tranquilize-a de modo a evitar que entre em pânico, o que agravaria 
o seu estado.
Se a vítima estiver inconsciente e respirar, instale-a na posição lateral 
de segurança.
Se a vítima estiver inconsciente e não respirar, proceda à reanimação 
cardiorrespiratória.
• Tape a vítima para impedir o desperdício de calor que pode ocorrer na 
sequência de um choque.
• Proceda regularmente ao exame primário, de modo a detectar 
qualquer alteração no estado da vítima, enquanto aguarda pela chegada 
do Serviço de Emergência.
FIGURA 40 – SOCORRO À VÍTIMA EM UM AMBIENTE EM CHAMAS OU COM FUMO
FONTE: Disponível em: <https://www.tuasaude.com/primeiros-socorros-em-caso-de-incendio/>. 
Acesso em: 30 set. 2016.
175
Neste tópico, você viu que:
• Queimadura é toda e qualquer lesão sofrida pelos tecidos, ocasionada pela ação 
do calor em todas suas modalidades (seco ou úmido), por contato direto; por 
radiação e até mesmo por meio de alguns animais e plantas, como: as larvas, a 
água viva e a urtiga (FERNANDES; SILVA, 2012).
• As queimaduras podem ser causadas por fontes térmica, química, elétrica, e 
pelo frio, e ainda classificada quanto à profundidade, que pode ser: de primeiro 
grau, segundo e terceiro grau. Já quanto à extensão, é determinada pela regra 
dos nove.
• A temperatura, calor ou frio, e os contatos com gases, eletricidade, radiação 
e produtos químicos, podem causar lesões diferenciadas no corpo humano 
(BRASIL, 2003).
• O efeito inicial e local, comum em todas as queimaduras, é a desnaturação de 
proteínas, com consequente lesão ou morte celular, por este motivo elas têm o 
potencial de desfigurar, causar incapacitações temporárias ou permanentes ou 
mesmo a morte (BRASIL, 2003).
• A pele é o maior órgão do corpo humano e a barreira contra a perda de água 
e calor pelo corpo, tendo também um papel importante na proteção contra 
infecções. Acidentados com lesões extensas de pele tendem a perder temperatura 
e líquidos corporais, tornando-se mais propensos a infecções (BRASIL, 2003).
• As queimaduras podem ser de origem: Química - são provocadas por substância 
química em contato com a pele ou até pelas roupas; Térmica - são provocadas 
por fontes de calor como o fogo, líquidos ferventes, vapores, objetos quentes e 
excesso de exposição ao Sol; Elétrica - são provocadas por descargas elétricas; e 
Frio - são provocadas por fonte de frio, quando em ponto de congelamento ou 
abaixo deste.
• As queimaduras podem ser classificadas quanto à profundidade: 
o Primeiro grau: quando a lesão é superficial, provocando apenas vermelhidão 
e ligeiro inchaço na área, dor local suportável sem formação de bolhas, os 
sintomas desaparecem espontaneamente e em pouco tempo. Exemplo: 
queimaduras causadas pelos raios solares. 
RESUMO DO TÓPICO 2
176
o Segundo grau: quando as lesões provocam a formação de bolhas, pele 
avermelhada, manchada e com coloração variável, dor, inchaço, provável 
estado de choque, com os restos da pele queimada soltos. Quando atingem 
grande área do corpo, podem provocar alterações do estado geral do 
organismo.
o Terceiro grau: além de formarem bolhas, as lesões atingem músculos e a 
camada interna do corpo, apresentam pouco ou nenhuma dor e a pele branca 
ou carbonizada, gerando perda funcional total da área afetada.
• As queimaduras podem ser classificadas quanto à extensão: Quanto maior a 
extensão da queimadura, maior o risco, ou seja, uma queimadura de primeiro 
grau que abranja uma grande extensão do corpo será considerada de muita 
gravidade.
• Fatores de risco com a idade, a presença de doenças cardiovasculares, 
respiratórias ou renais, de diabetes ou de problemas arteriais, o enfraquecimento 
generalizado e a má nutrição tornam as vítimas menos aptas a se recuperarem 
de uma queimadura (BRUNET et al., 2014).
• Ao intervir num caso de queimadura, tenha como prioridade a sua proteção 
e a das pessoas presentes. Uma avaliação rápida e precisa da situação, antes 
de iniciar as manobras de intervenção, tem uma importância vital tanto para a 
vítima como para si (BRUNET et al., 2014).
• As queimaduras térmicas são as mais frequentes e são classificadas em quatro 
graus de gravidade. Quanto mais profunda for uma queimadura, maior é a sua 
gravidade.
• Os ácidos ou álcalis fortes podem queimar qualquer área do organismo com a 
qual entrem em contato. Este contato é mais frequente com a pele, boca e olhos, 
afetando estes órgãos (BRASIL, 2003).
• As lesões das queimaduras ocasionadas por agentes químicos aparecem quase 
que imediatamente após o acidente; há dor e visível destruição dos tecidos 
(BRASIL, 2003).
• Lesões induzidas pela passagem de corrente elétrica pelo corpo de uma pessoa 
que, dependendo da intensidade da corrente, da resistência, da voltagem e do 
tempo de exposição, podem ser mais, ou menos graves. Algumas literaturas 
classificam a queimadura produzida por corrente elétrica como sendo de quarto 
grau (ROCHA, 2011).
• A passagem da corrente elétrica pode perturbar o ritmo das contrações cardíacas 
e provocar uma parada cardiorrespiratória ou uma paralisia provisória que 
conduz a uma parada respiratória (BRUNET et al., 2014).
177
• Antes de qualquer intervenção junto de uma vítima de queimaduras elétricas, 
o socorrista deverá assegurar-se de que ele próprio ou outra pessoa não serão 
eletrocutados (BRUNET et al., 2014).
• Um relâmpago (raio) é uma descarga elétrica causada pela acumulação de 
eletricidade estática entre as nuvens ou entre as nuvens e a Terra. Acompanha 
todas as trovoadas, sobretudo as violentas. Causa sensivelmente o mesmo 
tipo de lesões que a eletrocussão, como fraturas e parada cardiorrespiratória. 
As queimaduras causadas pelos relâmpagos conferem à pele um aspecto 
marmoreado e um tom vermelho-escuro ou esbranquiçado (BRUNET et al., 
2014).
• A exposição a temperaturas no ponto de congelamento ou abaixo deste, ou 
mesmo ao frio extremo, ainda que por curto período de tempo, pode causar 
geladuras. Podem ocorrer lesão tecidual local delimitada e resfriamento corporal 
generalizado, que pode causar morte (hipotermia) (BRASIL, 2003).
178
AUTOATIVIDADE
1 Os primeiros socorros são procedimentos básicos de emergência que devem 
ser aplicados a uma pessoa em situação de risco de vida, procurando manter 
os sinais vitais, bem como impedir o agravamento, até que a vítima receba 
adequada assistência. Com relação a alguns procedimentos em caso de 
queimaduras, avalie as sentenças e considere as CORRETAS.
I - Isolar a vítima do agente causador do acidente.
II - Lavar a área queimada com água corrente limpa.
III - Colocar compressa de água fria sobre o ferimento.
IV - Se houver tecido da vestimenta aderido ao ferimento, este pode ser retirado 
de forma a não aumentar a lesão, no instante em que seestiver lavando o local.
Assinale a alternativa correta:
a) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças I, III e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença IV está correta.
2 Ao socorrer uma vítima de queimadura térmica, a conduta correta inicial 
deve ser:
a) ( ) Cobrir o local com um saco plástico.
b) ( ) Aplicar borra de café no local.
c) ( ) Lavar o local com água corrente.
d) ( ) Cobrir o local com pomada antibacteriana.
3 No que se refere às queimaduras químicas, é correto afirmar:
a) ( ) As lesões de 3º e 4º graus são as mais dolorosas, por serem mais graves.
b) ( ) O atendimento inicial deverá ser lavar o local afetado abundantemente 
com água corrente.
c) ( ) Deve-se furar as bolhas e retirar o tecido necrosado do local da lesão 
para evitar sequelas.
d) ( ) A área corporal afetada não tem relevância na avaliação da gravidade 
desse tipo de lesão.
179
TÓPICO 3
ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
2 INTOXICAÇÃO POR AGENTES NOCIVOS
Quando se ouve falar em intoxicação e envenenamento, pensamos logo 
em veneno, mas o que é um veneno? Podemos definir veneno como substâncias 
que, devido a suas propriedades e dose, quando absorvidas pelo corpo, podem 
produzir lesões temporárias ou permanentes. Devido a esses danos, a intoxicação 
ou envenenamento pode ser considerada uma emergência médica.
As intoxicações humanas podem ser acidentais, ocupacionais e intencionais, 
e geralmente envolvem substâncias de uso diário. A prevalência de casos é 
acidental, porém temos que nos lembrar de casos de tentativa de suicídio. Drogas e 
álcool, consumidos de forma excessiva, também podem provocar envenenamento.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas 
(SINITOX), em 2013 foram registrados 42.128 casos de intoxicação humana por 
agente tóxico, nos quais 1.324 referem-se à intoxicação ocupacional. Dentro dos 
casos de intoxicação ocupacional, 356 são causadas por animais peçonhentos, 242 
por produtos químicos industriais e 214 por agrotóxicos de uso agrícola. Desses 
42.128 casos registrados, 209 resultaram em óbitos.
Sociedade Brasileira de Toxicologia: <http://www.sbtox.org/>.
Centros de Informação e Assistência Toxicológica: <http://www.cit.rs.gov.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=7&Itemid=12>
Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox): <http://sinitox.icict.fiocruz.br/>.
Segundo Rocha (2011), existem quatro vias de administração de uma 
substância tóxica entrar no organismo. 
• Ingestão: Normalmente ocorre com medicamentos, derivados de petróleo, 
agrotóxicos, raticidas, plantas, alimentos contaminados etc.
DICAS
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
180
• Inalação: gases tóxicos. 
• Absorção pela pele ou mucosa: inseticidas, agrotóxicos e outras substâncias 
químicas.
• Injetada: toxinas de diversas fontes, como cobras, aranhas, escorpiões ou drogas 
injetadas com seringa e agulha.
Alguns fatores devem ser observados e considerados em casos de 
intoxicação: tempo de exposição, concentração do agente, toxicidade e natureza 
do agente e suscetibilidade do indivíduo. Para relembrar esses conceitos, você 
poderá revisitar a disciplina de Toxicologia e Segurança, onde foram amplamente 
discutidos.
Existe uma sequência de primeiros socorros gerais para casos de 
envenenamento e intoxicação, segundo Brunet et al. (2014):
1. Garanta a segurança do local antes de intervir.
2. Se a pessoa apresentar dificuldades respiratórias, chame o 192 e efetue as 
manobras necessárias.
3. Comunique o mais rapidamente possível o Centro de Informação e Assistência 
Toxicológica (através do número 0800 721 3000). Os profissionais do centro são 
as pessoas mais habilitadas para orientar no tratamento a administrar, seja qual 
for o tipo de envenenamento ou intoxicação.
Em seguida, serão apresentados os sinais e sintomas de uma intoxicação, 
que variam conforme a via de absorção e tipo de substância, e os primeiros socorros 
para cada via de intoxicação. No quadro a seguir são apresentadas as causas dos 
sinais e sintomas para ingestão, no Quadro 24 para inalação, no Quadro 25 para 
absorção pela pele e no Quadro 26 para a injeção. 
2.1 INTOXICAÇÕES POR INGESTÃO
QUADRO 23 – CAUSAS, SINTOMAS E SINAIS DE ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO ATRAVÉS 
DE INGESTÃO
Ingestão
Causas
- Produtos corrosivos: produtos de desentupimento de canos, produtos de limpeza 
de fornos; produtos derivados de petróleo, como gasolina.
- Produtos não corrosivos: alimentos estragados, plantas tóxicas, inseticidas etc.
- Medicamentos.
- Produtos irritantes, não corrosivos: lixívia de uso doméstico, xampus, colas e tintas.
TÓPICO 3 | ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
181
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014, p. 238)
Ingestão
Sinais
- Vestígios do veneno em torno e no interior da boca.
- Lábios inchados, vermelhos e manchados.
- Saliva excessiva.
- Hálito com odor particular (nos derivados de petróleo).
- Transpiração abundante.
- Vômitos.
- Convulsão.
- Sonolência com possível deterioração de estado de consciência.
Sintomas
- Dificuldade respiratória (possível inchaço da laringe).
- Calafrios.
- Náuseas.
- Queimaduras na boca e em torno desta, se o produto for corrosivo.
- Dores na boca, no estômago e no abdômen (cãibras).
Primeiros socorros em vítimas de intoxicação ou envenenamento por ingestão:
1. Não faça a vítima vomitar. Se, no entanto, ela vomitar, conserve uma 
amostra do vômito.
2. Nos primeiros minutos após a absorção de uma substância corrosiva, 
faça-a beber uma ou duas goladas de água com a maior brevidade 
possível; após os cinco minutos, não lhe dê nada.
3. Não dê leite: o leite não é antiveneno. Pelo contrário, favorece a 
absorção das substâncias lipossolúveis (por exemplo: bolas de naftalina 
e cânfora).
4. Em alguns casos, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica 
recomenda a administração de um xarope vomitivo (ipeca), quando o 
produto ingerido não é corrosivo e a vítima não está sonolenta. Esse 
vomitivo só deve ser dado por indicação do Centro de Informação e 
Assistência Toxicológica (BRUNET et al., 2014, p. 240).
Plantas venenosas 
As plantas venenosas crescem nos campos, jardins, casas e no local do trabalho. Sua ingestão pode 
causar alterações nos sistemas circulatórios, gastrointestinal ou nervoso central. Cerca de meia 
hora após a ingestão de uma planta venenosa, a vítima pode apresentar sinais clássicos de colapso 
circulatório; frequência cardíaca alta; queda de pressão arterial; sudorese; cianose e fraqueza. 
A diefembácia ("comigo-ninguém-pode") é uma planta encontrada com muita frequência em 
casa e nos escritórios e outros ambientes de trabalho. A ingestão de uma dessas plantas pode 
causar edema das membranas mucosas, provocando dificuldade de deglutição. Se o edema 
for intenso, a vítima corre risco de vida devido à total obstrução das vias aéreas. O atendimento 
especializado é urgente após a aplicação do suporte básico da vida. 
As seguintes plantas são exemplos de agentes que podem causar distúrbios circulatórios ou 
irritação cutânea nas vítimas: Nabo venenoso; Lírio-do-vale; Coração-de-Maria; Íris; Loureiro; 
Erva-de-passarinho; Pedófilo; Trepadeira venenosa; Cogumelos; Cicuta venenosa; Quatro 
horas; Broto de batata; Maconha; Caroço de pêssego; Diefembácia; Caroço de cereja; Caroço 
de damasco (BRASIL, 2003, p. 175).
ATENCAO
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
182
2.2 INTOXICAÇÕES POR INALAÇÃO
QUADRO 24 – CAUSAS, SINTOMAS E SINAIS DE ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO ATRAVÉS 
DE INALAÇÃO
Inalação
Causas
- Fumos associados ao calor intenso, gás natural, gás amoníaco, monóxido de 
carbono, vapores de cloro, vapores de produtos domésticosou industriais, como 
solas, tintas e solventes de limpeza, gás de esgoto (ácido sulfídrico) etc.
Sinais
- Sonolência e alteração de consciência.
- Pele com tom azulado ou violáceo.
- Tosse.
- Queimadura no rosto.
- Partículas de fuligem no rosto, na garganta e na expectoração.
Sintomas
- Fraqueza, tontura.
- Dor de cabeça, dores torácicas.
- Dificuldades respiratórias devido a um espasmo ou a inchaço dos tecidos das 
vias respiratórias.
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014, p. 238)
Primeiros socorros em vítimas de intoxicação ou envenenamento por 
inalação:
1. Avalie a situação: poderá correr o risco de ficar intoxicado com os 
vapores, o gás ou fumo. Não tente armar-se em herói: proteja-se antes 
de mais nada.
2. Se possível, coloque uma máscara antes de entrar no local ou respire 
fundo e tape o nariz e a boca com compressas úmidas.
3. Se possível, elimine a fonte de intoxicação.
4. Areje o local abrindo as janelas e portas.
5. Retire imediatamente a vítima do local; não a deixe andar.
Se a vítima estiver consciente e tiver acabado de inalar o produto 
tóxico:
6. Telefone imediatamente para o Centro de Informação e Assistência 
Toxicológica, forneça-lhes as informações necessárias e siga as suas 
recomendações.
7. Sente a vítima para lhe facilitar a respiração.
8. Tranquilize-a para evitar que entre em pânico, o qual agravará o seu 
estado.
9. Vigie atentamente a vítima e refaça o exame primário com frequência 
(BRUNET et al., 2014, p. 240-241).
TÓPICO 3 | ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
183
2.3 INTOXICAÇÕES POR CONTATO
QUADRO 25 – CAUSAS, SINTOMAS E SINAIS DE ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO ATRAVÉS 
DE CONTATO
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014, p. 238)
Contato
Causas
- Manipulação de substâncias tóxicas com as mãos sem a devida proteção, sobretudo 
se houver lesões na pele ou por contaminação do vestuário.
- Salpicos nos olhos.
- Herbicidas, inseticidas etc.
- Vários solventes existentes em colas, tintas, vernizes etc.
Sinais
- Lesão cutânea: irritações, vermelhidões ou descoloração branca e queimaduras.
- Vômitos e diarreias.
- Alteração do estado de consciência.
- Hipersecreção brônquica.
Sintomas
- Regiões afetadas dolorosas.
- Cefaleias e tonturas.
- Náuseas.
Primeiros socorros em vítimas de intoxicação ou envenenamento por 
contato:
1. Retire e lave as peças de vestuário contaminadas. Use luvas para se 
proteger.
2. Evite que a vítima se coce.
3. Lave a pele contaminada com água fria e sabão e enxague bem 
durante 20 a 30 minutos. Não esfregue.
4. Aplique compressas frias e úmidas para diminuir o prurido.
5. Evite rebentar bolhas da pele.
6. Se uma bolha rebentar, lave a região com água e sabão e cubra com 
uma gaze esterilizada (BRUNET et al., 2014, p. 241).
Em casos de queimaduras aparentes, proceda conforme primeiros socorros 
para queimaduras. 
Se o contato de substâncias químicas for com os olhos, dar atenção redobrada 
ao caso. Esses agentes, além de serem absorvidos rapidamente pela mucosa, podem produzir 
irritação intensa e causar a perda da visão. Lavar os olhos abundantemente com água corrente, 
durante pelo menos 15 minutos. Encaminhar o acidentado com urgência para atendimento 
especializado com curativo oclusivo (BRASIL, 2003, p. 173).
IMPORTANT
E
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
184
2.4 INTOXICAÇÕES POR INJEÇÃO
3 ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E 
VENENOSOS
QUADRO 26 – CAUSAS, SINTOMAS E SINAIS DE ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO ATRAVÉS 
DE INJEÇÃO
FONTE: Adaptado de Brunet et al. (2014, p. 238)
Injeção
Causas
- Picadas de abelhas ou vespas, por exemplo. 
- Mordeduras de animais.
- Drogas injetadas por agulhas.
Sinais
- Vermelhidão e inchaço no local da injeção.
- Perda de consciência e eventuais convulsões.
Sintomas
- Prurido e dor no ponto da injeção.
- Cefaleias.
- Sensação de fraqueza.
- Dificuldades respiratórias.
Primeiros socorros em vítimas de intoxicação ou envenenamento por injeção:
1. Se possível, retire o ferrão agarrando-o com as pontas das unhas ou 
com uma pinça, no sentido contrário à sua entrada, de modo a evitar a 
injetar mais o veneno na ferida.
2. Não aperte a pele neste local, nem faça qualquer incisão.
3. Lave a região afetada com água e sabão e cubra-a com um pano limpo.
4. Aplique gelo ou compressas úmidas e frias sobre a picada.
5. Se possível, mantenha a região afetada mais baixa do que o coração.
6. Mantenha a vítima em repouso.
7. Vigie os eventuais sinais e sintomas de reação alérgica.
Se for uma reação grave, chame o 192.
8. Deite a vítima ao comprido.
9. Em caso de dificuldades respiratórias, efetue as intervenções apropriadas.
10. Vigie atentamente a vítima. Em alguns casos, as mordeduras de 
animais transmitem raiva à vítima. Este vírus pode ser mortal. É 
necessário, portanto, consultar rapidamente os serviços médicos para 
a vítima ser vacinada (BRUNET et al., 2014, p. 241, grifo do original).
Em muitos casos, não se sabe o agente nocivo ingerido, inalado, absorvido 
pela pele ou injetado, nesses casos chame imediatamente o socorro especializado 
ou leve a vítima imediatamente ao hospital mais próximo, não dê nada para a 
vítima beber e nem induza o vômito.
O animal peçonhento e o animal venenoso produzem seu próprio veneno, 
porém, o que os difere é que o animal peçonhento transfere o veneno para a vítima 
através de dentes ocos, ferrões ou aguilhões, por exemplo: cascavel, aranha marrom, 
escorpiões, abelhas etc. Já o animal venenoso ocasiona o envenenamento por contato 
(lagartas), por compressão (sapo) ou ingestão (peixe baiacu) (ROCHA, 2011).
TÓPICO 3 | ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
185
3.1 OFIDISMO – ACIDENTE COM SERPENTES
QUADRO 27 – DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE ALGUMAS COBRAS VENENOSAS MAIS COMUNS
FONTE: Brasil (2003, p. 190)
Acesse os sites:
Animais peçonhentos, suas características, distribuição geográfica, manifestações clínicas de 
envenenamento e produção de soros (antiveneno). 
Instituto Butantan <http://www.butantan.gov.br/>. 
Instituto Vital Brazil <http://www.ivb.rj.gov.br/>. 
CEVAP – Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos – Centro Virtual de Toxinologia 
(Unesp) <http://www.cevap.org.br/>.
Trata-se de acidentes ocasionados pelas mordidas de cobras peçonhentas 
e são consideradas urgências médicas devido à grande incidência e gravidade. A 
mordida, por si só, é considerada ferimento leve.
Normalmente, os membros inferiores são mais afetados, por isso o uso dos 
equipamentos de proteção individual (sapatos, botas, luvas de couro, perneiras) 
pode reduzir o número desse tipo de acidente. A faixa etária mais afetada é de 15 a 
49 anos e em trabalhos no campo. Em 2013, segundo o SINITOX, foram registrados 
983 acidentes com serpentes.
No Brasil, temos as cascavéis, jararacas, surucucus e as corais verdadeiras 
que são consideradas peçonhentas. Identificar corretamente a espécie responsável 
pelo acidente é imprescindível, pois assim é possível administrar o soro antiofídico 
correto e imediato.
Gênero Nome Vulgar Região Encontrada
Micrurus (21 espécies) Coral Verdadeira Litoral Sul e Centro-Oeste
Crotalus (5 espécie) Cascavel Sul, Nordeste e Centro-Oeste
Lachesis (2 espécies) Surucucu Amazônia
Bothrops (32 espécies) Jararaca Sudeste, Sul e Centro-Oeste
Bothrops (32 espécies) Caiçaca Sul e Sudeste
Bothrops (32 espécies) Urutu e Cotiara Sul e Sudeste
DICAS
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
186
FIGURA 41 – CORAL VERDADEIRA
FIGURA 42 – CASCAVEL
FONTE: Disponível em: <http://sinitox.icict.fiocruz.br/animais-peconhentos>. 
Acesso em: set. 2016.
FONTE: Disponível em: <http://sinitox.icict.fiocruz.br/animais-peconhentos>. 
Acesso em: set. 2016.
TÓPICO 3 | ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
187
FIGURA 43 – JARARACUÇU
FIGURA 44 – SURUCUCU
FONTE: Disponívelem: <http://sinitox.icict.fiocruz.br/animais-peconhentos>. 
Acesso em: set. 2016.
FONTE: Disponível em: <http://sinitox.icict.fiocruz.br/animais-peconhentos>. 
Acesso em: set. 2016.
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
188
FIGURA 45 – CAIÇARA
FIGURA 46 – COTIARA
FONTE: Disponível em: <http://cobrasvenenosas.com/wp-content/
uploads/2015/03/Cai%C3%A7aca.jpg>. Acesso em: set. 2016.
FONTE: Disponível em: <http://cobrasvenenosas.com/wp-content/
uploads/2015/03/Cobra-Cotiara.jpg>. Acesso em: set. 2016.
TÓPICO 3 | ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
189
FIGURA 47 – CARACTERÍSTICAS DAS MORDIDAS DE SERPENTES VENENOSAS 
E NÃO VENENOSAS
QUADRO 28 – SINTOMAS E SINAIS EM ACIDENTES ENVOLVENDO SERPENTES
FONTE: Brasil (2003, p. 192)
* Nos acidentes causados por filhotes de Bothrops o edema e a dor no local da picada podem 
estar ausentes, predominando a ação coagulante do veneno. 
FONTE: Adaptado de Brasil (2003, p. 195)
Gênero de 
serpente
Ação do 
veneno
Alterações 
locais
Sintomas e Sinais 
Precoces (até 6 horas 
após o acidente)
Sintomas e Sinais Tardios (de 6 
a 12 horas após o acidente)
Bothrops
Proteolítica 
Coagulante 
Hemorrágica
Evidentes
Dor, edema, calor e 
rubor no local da picada 
imediatos. Aumento do 
tempo de coagulação. 
Hemorragias. Choque 
nos casos graves *
Bolhas, equimose, necrose, 
oligúria e anúria (insuficiência 
renal aguda).
Lachesis
Proteolítica 
Hemorrágica 
Neurotóxica
Coagulante
Evidentes
Poucos casos estudados: manifestações clínicas semelhantes 
ao acidente por Bothrops, acrescidas de sinais de excitação 
vagal (bradicardia, hipotensão arterial e diarreia).
Neurotóxica
Discretas ou 
ausentes
Ptose palpebral (fácies miastênica - neurotóxica). Diplopia, 
oftalmoplegia e visão turva por dificuldade de acomodação 
visual. Relatos de insuficiência agudo em casos graves.
Crotalus
Miotóxica
Discretas ou 
ausentes
Dor muscular 
generalizada. Urina 
avermelhada ou 
marrom. Edema discreto 
no local da picada.
Urina avermelhada ou marrom 
escura (hemoglobinúria e 
mioglobinúria). Oligúria e 
anúria (Insuficiência renal 
aguda).
Hemolítica Urina avermelhada
Coagulante
Aumento do tempo de coagulação. Raramente, ocorrem 
hemorragias.
Micrurus Neurotóxica Discretas ou 
ausentes
Ptose palpebral (fácies miastênicas - neurotóxica), diplopia, 
oftalmoplegia, silorreia, dificuldade de deglutição e 
insuficiência respiratória aguda de instalação precoce.
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
190
Uma dica importante é que em casos de acidentes com Crotalus a vítima 
parecerá estar embriagada, apresentando fala arrastada e dificuldade para abrir os 
olhos, franzindo a testa numa tentativa de manter os olhos abertos (ROCHA, 2011).
O tratamento para picada de serpentes deve ser realizado através da 
administração de soro antiofídico por via intravenosa o mais rápido possível. 
Primeiros socorros:
Deve-se:
- Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão.
- Manter o paciente deitado.
- Manter o paciente hidratado.
- Procurar o serviço médico mais próximo.
- Se possível, levar o animal para identificação.
O que não se deve:
- Fazer torniquete nem garrote.
- Cortar o local da picada.
- Perfurar ao redor do local da picada.
- Colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes.
- Oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos (FERNANDES; 
SILVA, 2012, p. 163, grifo do original).
Lembre-se de acalmar a vítima, evitar que a vítima caminhe ou corra, 
mantendo-a em repouso; manter elevado o membro afetado; monitorar os sinais 
vitais e o volume de urina da vítima; caso necessário, proceder com as manobras 
de apoio respiratório; nunca aplicar gelo no local; passados 30 minutos do acidente 
não é mais admissível nenhuma medida de primeiros socorros no local, levar a 
vítima o mais rápido possível para uma unidade de atendimento de urgência 
especializada (BRASIL, 2003).
Algumas ações podem ser tomadas a fim de prevenir esse tipo de acidente, 
tais como:
• Evitar andar descalço, pois as porções inferiores do corpo (pés e 
pernas) são os locais mais atingidos nas picadas; o uso de botas é 
aconselhado nos locais de ocorrência de ofídios. 
• Observação cuidadosa ao caminhar em locais de mata e capinzais, 
área na qual podem ser encontradas serpentes. 
• Uso de luvas resistentes (raspas de couro) para determinadas atividades 
laboratoriais e de trabalho de campo. Cobras gostam de abrigar-se em 
locais quentes, escuros e úmidos, cuidado ao revirar montes de lenhas 
ou inspecionar buracos na terra com as mãos desprotegidas. 
• Cuidado ao subir em árvores, pois foram descritos acidentes na 
cabeça, ombros e braços.
• Onde há rato, há cobra. Manter limpos terrenos, evitando acúmulo 
de madeira, tijolos, pedras, entulhos de construção civil, lixos etc., 
além de se evitar trepadeiras que encostem nas paredes ou alcancem 
telhados e forros.
• A criação de determinadas aves afiófagas (como gansos, emas, dentre 
outras) ajuda a afugentar as serpentes. 
• Evitar caminhadas desnecessárias noturnas em locais de mata e 
capinzais, dados os hábitos noturnos (saída para alimentação) de boa 
parte das serpentes peçonhentas (BRASIL, 2003, p. 197-198).
TÓPICO 3 | ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
191
3.2 ACIDENTES COM ESCORPIÕES
3.3 ACIDENTES COM ARANHAS
Os escorpiões possuem hábitos noturnos e são muito agressivos, escondem-
se em pilhas de madeiras, cercas, sob pedras e se adaptam a ambientes domésticos. 
Segundo o SINITOX, em 2013 foram registrados 5.903 acidentes com escorpiões. 
Minas Gerais e São Paulo são os estados que mais registram esse tipo de acidente. 
Bahia, Rio Grande do Norte e Alagoas vêm apresentando um aumento significativo 
em seus registros. Normalmente, as picadas atingem os membros superiores. 
Dentre as 50 espécies existentes, duas espécies merecem maior atenção médica: 
Tityusserralatus (amarelo) e Tityusbahiensis (marrom).
O escorpião possui uma pequena bolsa localizada no final da cauda, onde 
está armazenado o veneno. Na ponta da cauda possui um ferrão (aguilhão), que 
é utilizado para transferir o veneno para a vítima. O veneno é neurotóxico e os 
sintomas e sinais são:
[...] dor local de intensidade variável (pode chegar a ser insuportável), 
em queimação ou agulhada, irradiando para o membro afetado. 
Parestesia (sensação de formigamento ou dormência) também é referida 
no local da picada. Nos acidentes moderados e graves, principalmente 
em crianças, podem surgir manifestações sistêmicas, tais como: 
sudorese profusa, tontura, visão turva, tremores, espasmos musculares, 
confusão mental, hiper ou hipotermia, sialorreia, náuseas, vômitos, 
dor abdominal, diarreia, priapismo (ereção dolorosa e involuntária 
do pênis) e convulsões. Podem ocorrer ainda arritmias cardíacas, 
hipertensão ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva, 
taquipneia, dispneia, edema agudo de pulmão, choque, coma, parada 
respiratória e cardíaca (ROCHA, 2011, p. 58).
Os primeiros socorros gerais são iguais aos de acidentes com serpentes e 
o tratamento se concentra na administração de soro antiescorpiônico específico.
No Brasil, em 2013, foram registrados 774 casos de acidentes com aranhas. 
Dentre as espécies existentes, as Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus são as que 
possuem importância médica. As aranhas são animais carnívoros e se alimentam 
de insetos, possuem hábitos mais domésticos. Os ferrões estão localizados nas 
quelíceras, no encefalotórax. 
Os primeiros socorros gerais para acidentes com aracnídeos são iguais aos 
de acidentes com serpentes e o tratamento se concentra na administração de soro 
específico. A seguir vamos conhecer algumas informações relevantes sobre cada 
gênero e os sintomas e sinais em caso de picada desses animais.
UNIDADE 3 | PRIMEIROSSOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
192
3.3.1 Phoneutria – Aranha-armadeira
3.3.2 Loxosceles – Aranha marrom
São responsáveis pelo maior número de acidentes no Brasil, possuem 
hábitos noturnos e são bastante agressivas. Não tecem teias para caça e podem ser 
encontradas dentro ou nas proximidades de residências, em entulho de materiais 
de construção e lenhas, dentro de sapatos e em bananeiras e folhagens. Os sintomas 
e sinais são:
Dor é imediata e geralmente intensa, podendo irradiar para a raiz 
do membro acometido. Ocorre edema, vermelhidão, sensação de 
anestesia e sudorese (transpiração) no local da picada, onde podem 
ser encontradas duas marcas em forma de pontos. Nos casos graves, 
geralmente restritos às crianças, registram-se sudorese, náuseas, 
vômitos, diarreia, priapismo (ereção involuntária e dolorosa do pênis), 
hipertonia muscular, hipotensão arterial, choque e edema agudo de 
pulmão (ROCHA, 2011, p. 55).
Possuem hábitos noturnos e são pouco agressivas. Suas teias são irregulares 
e parecidas com flocos de algodão. Podem ser encontradas em pilhas de tijolos, 
telhas, beira de barrancos e interior das residências. Geralmente picam apenas 
quando comprimidas contra o corpo, por isso devemos ter o cuidado de examinar 
e sacudir as roupas, cortinas e lençóis. Ocorre essencialmente em Santa Catarina 
e Paraná, possui uma espécie que é encontrada em São Paulo, e é considerado o 
acidente mais grave com aracnídeos. Os sintomas e sinais são:
A evolução mais frequente é a forma “cutânea” (87% a 98% dos casos): 
a manifestação local se acentua nas primeiras 24 – 72 horas, podendo 
ocorrer edema, calor e rubor, com ou sem dor em queimação, inchaço 
duro e aparecimento de bolha com conteúdo seroso; aparece um ponto 
de necrose central (escuro); surgem outros sinais e sintomas como febre, 
mal-estar geral e ulceração local.
Na forma “cutâneo-visceral” (mais grave), além do quadro descrito 
acima, entre 12 e 24 horas após a picada podem surgir manifestações 
clínicas de hemólise intravascular (anemia, icterícia e hemoglobinúria), 
cefaleia, náuseas, vômitos, urina escura (cor de coca-cola), volume 
urinário diminuído significativamente e insuficiência renal aguda 
(principal causa de óbito no loxoscelismo) (ROCHA, 2011, p. 56).
Ainda segundo Rocha (2011, p. 56), “o tratamento consiste em antissepsia, 
curativo local, uso de compressas frias, corticoides e antibióticos, além de 
administração de soroterapia específica (soro antiloxoscélico) conforme a 
necessidade do caso”.
TÓPICO 3 | ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
193
A tarântula e caranguejeira não representam risco de saúde pública, elas causam 
mais danos “psicológicos” por seu aspecto assustador e por serem de grande porte. Em contato 
com a pele, algumas podem gerar algum tipo de reação dermatológica e alérgica, porém, seu 
veneno não possui importância médica, por não ser tóxico (ROCHA, 2011).
3.3.3 Latrodectus - Viúva-negra
3.4 ACIDENTE COM HIMENÓPTEROS
3.4.1 Apidae – Abelhas
São aracnídeos pouco agressivos e geralmente atacam quando se sentem 
ameaçadas ou comprimidas com o corpo. Possuem teias irregulares e extremamente 
fortes, tecidas entre arbustos e gramíneas, mas também podem ser encontradas em 
residências ou em suas proximidades.
Seu veneno possui ação neurotóxica e é extremamente tóxico. Dentre os 
sintomas e sinais, destacam-se:
[...] pequenas marcas vermelhas de presas, espasmos musculares graves 
(especialmente nos ombros, nas costas, no peito e no abdome, que se 
iniciam dentro de 1 a 4 horas após a picada), febre e calafrios, dor de 
cabeça e tontura, náuseas e vômitos, irritabilidade, insônia, aumento da 
pressão arterial, parada cardiorrespiratória etc. (ROCHA, 2011, p. 57).
De acordo com Rocha (2001), o tratamento é basicamente pela aplicação de 
soro específico, podem ser tomadas algumas medidas, como: uso de analgésicos 
sistêmicos, sedativo, monitorização dos sinais vitais e suporte cardiorrespiratório, 
se necessário.
Remete-se a acidentes com insetos, em especial Apidae, Vespidae e Formicidae.
Na família das Apidae (abelhas e mamangavas), um grupo da Aculeata 
possui um sistema de autoamputação do ferrão após a injeção do veneno, por isso 
acabam morrendo após a ferroada. O outro grupo não faz a amputação, fazendo 
uso do aparelho de ferroar várias vezes.
NOTA
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
194
Em 1839 chegaram ao Brasil as abelhas alemãs (Apismellifera melífera), em 
1870 as abelhas italianas (Apismellifera ligustica) e em 1956 foram identificadas 
as Apismellifera scutellata (abelhas africanas). A hibridização destas abelhas deu 
origem às abelhas africanizadas (FUNASA, 2001). 
FIGURA 48 – PICADA DE ABELHA
FONTE: Disponível em: <https://wbrasiljr.files.wordpress.com/2011/05/ferroada-
de-abelha.jpg>. Acesso em: set. 2016.
Os sintomas e sinais desse tipo de acidente variam conforme o número de 
picadas, o local das picadas e as características alérgicas da vítima, podendo ser 
alérgica ou tóxica. Os sintomas e sinais alérgicos locais são dor aguda local, que 
tende a desaparecer espontaneamente em poucos minutos, deixando vermelhidão, 
prurido e edema por várias horas ou dias. Estas reações devem ser observadas, 
pois podem evoluir para uma reação alérgica. As manifestações sistêmicas, com 
sintomas que se iniciam em dois a ou três minutos, podem apontar manifestações 
de anafilaxia. Outros sintomas são: cefaleia, vertigens e calafrios, agitação 
psicomotora e sensação de aperto no peito (FERNANDES; SILVA, 2012). O mesmo 
autor (2012, p. 180-181) ainda traz outras manifestações:
a) Manifestações Tegumentares: prurido generalizado, eritema, urticária 
e angioedema. 
b) Manifestações Respiratórias: rinite, edema de laringe e árvore 
respiratória, trazendo como consequência dispneia, rouquidão, estridor 
e respiração asmatiforme. Pode haver broncoespasmo. 
c) Manifestações Digestivas: prurido no palato ou na faringe, edema dos 
lábios, língua, úvula e epiglote, disfagia, náuseas, cólicas abdominais ou 
pélvicas, vômitos e diarreia. 
d) Manifestações Cardiocirculatórias: a hipotensão é o sinal maior, 
manifestando-se por tontura ou insuficiência postural até colapso 
vascular total. Podem ocorrer palpitações e arritmias cardíacas e, 
quando há lesões preexistentes (arteriosclerose), infartos isquêmicos no 
coração ou cérebro.
TÓPICO 3 | ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
195
Os sinais regionais surgem de forma mais lenta. São eritemas, prurido e 
edemas flogísticos que podem evoluir para o endurecimento dos tecidos locais, 
aumentando de tamanho em 24-48h e diminuir paulatinamente. Das vítimas que 
apresentam grandes reações locais, apenas 10% manifestarão reações sistêmicas. 
Em raros casos, as vítimas irão apresentar reações alérgicas tardias, como artralgias, 
febre e encefalite, quadro semelhante à doença do soro (FUNASA, 2001).
As manifestações tóxicas, causadas por ataque de enxames, são denominadas 
síndrome de envenenamento, devido à quantidade de veneno injetado. De acordo 
com FUNASA (2001, p. 63), “além das manifestações já descritas, há dados 
indicativos de hemólise intravascular e rabdomiólise. Alterações neurológicas 
como torpor e coma, hipotensão arterial, oligúria/anúria e insuficiência renal 
aguda podem ocorrer”.
O tratamento baseia-se na retirada dos ferrões, administração de analgésico 
(em casos de dor), administração subcutânea de solução aquosa de adrenalina (em 
casos de reação alérgica), entre outras medidas gerais de suporte à vida.
O acidente com abelhas poderá levar a complicações como choque 
anafilático, a insuficiência respiratória e a insuficiência renal aguda. Vítimas de 
enxames devem ser levadas imediatamente ao hospital mais próximo e mantidas 
em UTI devido à gravidade e alto risco de morte.
3.4.2 Vespidae – Vespas
Pouco se conhece sobre o seu veneno. Sabe-seque apresentam reações 
similares aos das abelhas, porém menos intensas. O tratamento também é similar, 
se não idêntico aos de acidente com abelhas. As vespas (marimbondos ou cabas) 
não possuem ferrão. Como prevenir acidentes com Apidae eVespidae:
• Remover as colônias de abelhas e vespas situadas em lugares públicos 
ou em residências. Isto deve ser efetuado por profissionais devidamente 
treinados e equipados.
• Evitar a aproximação de colmeias de abelhas africanizadas Apismellifera 
sem estar com vestuário e equipamentos adequados (macacão, luvas, 
máscaras, botas, fumigador etc.).
• Evitar a aproximação de ninhos quando as vespas estiverem em 
intensa atividade, cujo pico é atingido geralmente entre as 10 e 12 horas.
• Evitar caminhar e correr na rota de voo percorrida pelas vespas e 
abelhas.
• Evitar aproximar o rosto de determinados ninhos de vespas, pois 
algumas esguicham o veneno no rosto do operador, podendo provocar 
sérias reações nos olhos.
• Evitar a aproximação dos locais onde as vespas estejam coletando 
materiais: hortaliças e outras plantações, onde procuraram por lagartas 
e outros insetos para alimentar a sua prole; flores (coletar néctar); 
galhos, troncos e folhas (coletam tiras para construir ninhos de celulose); 
locais onde haja água, principalmente em dias quentes, outras fontes de 
proteína animal e carboidratos, como frutas caídas, caldo de cana-de-
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
196
açúcar (carrinhos de garapeiros), pedaços de carne e lixo doméstico.
• Barulhos, perfumes fortes, desodorantes, o próprio suor do corpo e 
cores escuras (principalmente o preto e azul-marinho) desencadeiam 
comportamento agressivo e, consequentemente, o ataque de vespas e 
abelhas (FERNANDES; SILVA, 2012, p.180-181).
3.4.3 Formicidae – Formigas
3.5 ACIDENTES POR LEPIDÓPTEROS
As formigas da subfamília Ponerinae (tocandira, cabo-verde ou vinte-
e-quatro horas) apresentam uma picada extremamente dolorosa, podendo 
causar edema e eritema no local, e ainda calafrios, sudorese e taquicardia, como 
manifestações sistêmicas. Já as formigas de correição (gênero Eciton), possuem 
uma picada pouco dolorosa. Porém, são as formigas da subfamília Myrmicinae, 
como as formigas-de-fogo ou lava-pés (gênero Solenopsis) e as formigas saúvas 
(gênero Atta) que possuem relevância médica (FUNASA, 2001).
O quadro clínico apresenta a formação de uma pápula urticariforme no 
local e sensação pruriginosa, após a picada. Podem ocorrer infecções secundárias 
devido ao ato de coçar as lesões. Utilização de compressas frias locais logo após a 
picada é uma das medidas de primeiros socorros para acidentes por Solenopsis sp 
(lava-pés), seguido da administração de analgésicos, anti-histamínicos e corticoides 
tópicos (FERNANDES; SILVA, 2012).
Em casos de ataque maciço, indica-se a administração de prednisona. 
Anafilaxia ou reações respiratórias do tipo asmático devem ser tratadas 
prontamente, por se tratar de uma emergência, assim como acidentes por 
Paraponeraclavata (tocandira) (FUNASA, 2001).
Esse tipo de acidente é um assunto ainda pouco estudado, sabe-se que 
podem ocorrer lesões cutâneas devido ao contato com as cerdas irritantes de 
algumas lagartas.
Segundo a FUNASA (2001), a maioria dos acidentes é causado por contato 
com lagartas (taturana ou tataranha), recebendo a denominação de erucismo. 
Megalopygidae, Saturniidae e Arctiidae são as principais famílias de lepidópteros 
causadoras de erucismo.
TÓPICO 3 | ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
197
FIGURA 49 – FAMÍLIA MEGALOPYGIDAE
FONTE: Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/ACS/NotaTecnicaLepidopteros.
pdf>. Acesso em: set. 2016.
Os acidentes ocasionam dor intensa, edema e eritema locais, como sinais e 
sintomas. Podem aparecer vesículas, bolhas, erosões, petéquias, necrose superficial 
cutânea, ulcerações e linfangite. A presença de sensibilização pode causar rinite 
e asma. Arritmias, dor torácica, dispneia, distúrbios hemorrágicos, neuropatias 
periféricas, choque, paralisia de membros e convulsões são sintomas e sinais 
apresentados em casos mais graves (CARDOSO; JUNIOR, 2005). A FUNASA 
(2001, p. 71) indica como tratamento:
• lavagem da região com água fria; 
• infiltração local com anestésico tipo lidocaína a 2%; 
• compressas frias; 
• elevação do membro acometido; 
• corticosteroides tópicos; 
• anti-histamínico oral. 
Por causa da possibilidade de se tratar de acidente hemorrágico por 
Lonomiasp, todo o paciente que não trouxer a lagarta para identificação 
deve ser orientado para retorno, no caso de apresentar sangramentos 
até 48 horas após o contato.
Já foram registrados casos graves de hemorragias causadas pelo contato 
com lagartas do gênero Lonomia, que parasitam seringueiras e árvores frutíferas 
como o pessegueiro, o abacateiro e a ameixeira. Dependendo da idade da lagarta, 
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
198
a toxina do veneno varia e pode ocasionar fibrinólise primária ou secundária, que 
pode ser mais intensa ou não, dependendo do grau de contato. Podem acontecer 
desde equimoses até hemorragias intensas, choque, insuficiência renal aguda e 
óbito (CARDOSO; JUNIOR, 2005).
FIGURA 50 – GÊNERO LONOMIA
FONTE: Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/ACS/NotaTecnicaLepidopteros.
pdf>. Acesso em: set. 2016.
Nesses casos, a FUNASA (2001, p. 75) indica como tratamento:
O tratamento do quadro local segue as mesmas orientações para a 
dermatite urticante provocada por outros lepidópteros.
Nos acidentes com manifestações hemorrágicas, o paciente deve ser 
mantido em repouso, evitando-se traumas mecânicos.
Agentes antifibrinolíticos têm sido utilizados, como:
• ácido épsilon-aminocaproico (Ipsilon, ampola de 1g e 4g) 30 mg/kg de 
peso como dose inicial por via IV, seguida de 15 mg/kg a cada quatro 
horas até a normalização da coagulação;
• aprotinina (Trasylol), utilizada na Venezuela, porém não disponível 
no nosso meio.
A correção da anemia deve ser instituída por meio da administração 
de concentrado de hemácias. Sangue total ou plasma fresco são 
contraindicados, pois podem acentuar o quadro de coagulação 
intravascular.
Reação inflamatória crônica nas articulações interfalangeanas que podem 
gerar anquilose e são ocasionadas pelo contato com a lagarta ou o casulo da família 
Premolissemirufa. A pararamose é classificada como uma doença ocupacional, pois 
afeta principalmente os seringueiros de seringais artificiais do Pará. Em pesquisas 
realizadas, foram identificados: edema com infiltração leucocitária aguda e a 
TÓPICO 3 | ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
199
presença das cerdas, após 24-48 horas do contato e infiltração histiocitária, células 
gigantes e granulomas envolvendo as cerdas com fibrose variável em danos tardios 
(CARDOSO; JUNIOR, 2005). A FUNASA (2001, p. 74) indica como tratamento:
Não há conduta terapêutica específica. 
No pós-contato imediato o tratamento segue o descrito para dermatite 
por contato com larvas urticantes. 
As formas crônicas, com artropatia, deverão ter acompanhamento 
especializado.
3.6 EMERGÊNCIA ESPECIAL: O CHOQUE ANAFILÁTICO
Picadas de vespas e abelhas, alimentos e medicamentos podem provocar 
uma reação alérgica intensa, de hipersensibilidade (choque anafilático). Esta reação 
se caracteriza como uma emergência devido à sua gravidade e risco de morte, e 
tem seu início imediatamente após o contato da vítima alérgica com o veneno. A 
reação anafilática possui alguns sinais e sintomas característicos, que incluem: 
Pele avermelhada, com prurido generalizado ou queimação, placas 
semelhantes à urticária em relevo; edema na face, língua e glote; 
respiração ruidosa e difícil (devido ao edema das cordas vocais); 
sensação dolorosa de aperto no peito; tosse e espirro; náuseas, vômitos, 
cólicas abdominais e diarreia; hipotensãoarterial, pulso filiforme, 
tontura, palidez e cianose; inquietação, desmaio, convulsões e coma; 
parada cardiorrespiratória e morte (ROCHA, 2011, p. 59).
O transporte da vítima ao hospital mais próximo deve ser realizado o mais 
rápido possível, desobstrução das vias aéreas, folgar as roupas da vítima, caso 
necessário, iniciar a respiração de salvamento ou aplicar as manobras de RCP 
(ROCHA, 2011).
Caso a reação seja decorrente de picada de abelha, o ferrão deverá ser 
retirado delicadamente e sem espremer a glândula de veneno que está localizada 
logo acima do ferrão, por isso não se recomenda a utilização de pinças ou dos dedos 
para retirá-lo. Recomenda-se a utilização de canivete, papel, cartão de crédito, ou 
a própria unha empurrando o ferrão para cima (ROCHA, 2011).
Como evitar acidentes, atitudes que evitam o aparecimento de animais 
peçonhentos:
• Não acumular entulho, lixo doméstico, ferro velho, telhas e tijolos, mantendo 
limpos quintais, jardins e terrenos baldios.
• Ao aparar a grama, recolher as folhas caídas.
• O lixo deve sempre ser mantido fechado em sacos plásticos.
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
200
• Andar sempre calçado.
• Ao trabalhar com construção, usar luva de raspa de couro para proteção.
• Não usar inseticida contra o animal.
• Jamais introduzir a mão em frestas ou buracos no chão, como tocas de tatus e 
cupinzeiros.
• Olhar por onde caminha atenciosamente e em locais onde se deseja apanhar 
pequenos objetos ou animais.
• Fazer a limpeza de locais com vasta folhagem, usando botas, luvas e calças 
compridas.
• Os jardins devem ser limpos, a grama aparada e as plantas ornamentais e 
trepadeiras devem ser afastadas das casas e podadas para que os galhos não 
toquem o chão.
• Matagais e montes de folhas mais ou menos secas merecem atenção redobrada.
• Muros e calçamentos devem ser cuidados para que não apresentem frestas 
onde a umidade se acumule e os animais possam se esconder.
• Por telas nas janelas, vedar ralos de pia, tanque, chão e soleiras de portas com 
saquinhos de areia ou frisos de borracha.
• Combater a infestação de baratas e roedores.
• Não tentar diferenciar cobras venenosas das não venenosas. Somente um 
especialista pode verificar a diferença entre as duas.
• Não manusear animais peçonhentos vivos ou mortos.
• Evitar o amontoamento de sapatos, roupas e utensílios domésticos.
• Manter berços e camas afastados da parede.
• Evitar lençóis que toquem o chão.
• Bater colchões antes de usá-los.
• Limpar constantemente ralos de banheiros, cozinhas, caixas de gordura e 
esgoto, mantendo fechados quando não em uso.
TÓPICO 3 | ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
201
• Mudar periodicamente de lugar materiais de construção sem uso, lembrando 
de proteger as mãos com luvas.
• Evitar queimar terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões e outros animais.
• Roupas, calçados e toalhas devem sempre ser examinados antes de usados.
• Importantíssimo preservar os predadores naturais dos escorpiões: corujas, 
macacos, sapos, galinhas e gansos.
• Acidentes com animais peçonhentos não são muito frequentes, mas ao se 
deparar com os mesmos, mantenha a calma.
FONTE: Disponível em: <http://www.bombeiros.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.
php?conteudo=86>. Acesso em: 15 set. 2016.
LEITURA COMPLEMENTAR
Como coletar esses animais?
Lagartas Urticantes
• Use luva e camisa de manga longa para sua proteção.
• Use pinça longa ou graveto.
• Coloque em frasco com tampa furada ou com garrafa de refrigerante cortada ao 
meio e furada com algumas folhas da vegetação onde se encontrava.
• Acondicione em potes com no máximo 20 lagartas e em garrafas com no máximo 
50 lagartas.
• Não esqueça de tampar firmemente a embalagem.
UNIDADE 3 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS NA INDÚSTRIA
202
Aranhas
• Coloque uma embalagem plástica ou de vidro sobre o animal.
• Passe, cuidadosamente, uma folha de papel firme (duro) entre a embalagem e a 
superfície onde o animal se encontra e inverta o conjunto (embalagem e papel).
• Faça furos na tampa para ventilar.
Escorpiões
• Utilize uma pinça longa (ou gravetos).
• Coloque em embalagem plástica transparente com tampa de boca larga e furada.
 
Serpentes
• Use um gancho ou galho de árvore resistente.
• Coloque o animal em caixa de madeira ou de plástico, de tamanho adequado, 
com abertura (furos) para ventilar.
• Verifique se a caixa está bem fechada.
FONTE: Disponível em: <http://www.cit.rs.gov.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=38&Itemid=24>. Acesso em: 15 set. 2016.
203
Neste tópico, você aprendeu que:
• Casos de intoxicação e envenenamento são mais frequentes do que imaginamos. 
A intoxicação pode ser causada por produtos químicos, alimentos, plantas, 
animais, medicamentos, e podem ser acidentais, ocupacionais ou intencionais.
• São graves e frequentes os acidentes com animais peçonhentos, e você aprendeu 
o quanto é importante identificar a espécie para que a administração do 
antiveneno seja correta.
• As medidas de primeiros socorros, nesses casos, são um pouco mais complexas, 
pois muitas vezes não são identificados os causadores da intoxicação e 
envenenamento. Quando identificado o agente de intoxicação, deve-se 
ligar para o Centro de Informação Toxicológica para que sejam indicadas as 
medidas a serem adotadas. Quando não identificados, deve-se chamar o serviço 
especializado e, quando possível, remover a vítima o mais rápido possível para 
o hospital.
• Nunca devemos nos esquecer de que, antes de prestar o socorro à vítima, temos 
que assegurar a nossa segurança para que possamos atuar de maneira adequada.
RESUMO DO TÓPICO 3
204
AUTOATIVIDADE
1 Em casos de picada de serpentes, deve ser administrado o soro antiofídico o 
mais rápido possível. Como esse tipo de acidente pode ocorrer em lugares 
distantes desse recurso, faz-se necessária a aplicação de primeiros socorros. 
Existem atitudes que podem ser tomadas nesse tipo de acidente, descreva-as:
2 Em casos de intoxicação e envenenamento existem medidas de primeiros 
socorros gerais. Cite-as:
3 Qual é a importância da coleta do agente causador de uma intoxicação ou 
envenenamento?
205
REFERÊNCIAS
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em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. 
Acesso em: 26 jan. 2016.
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Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível 
em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm>. Acesso em: 15 
nov. 2016.
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- Segurança em instalações e serviços em eletricidade. 2016. Disponível em: 
<http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR-10-atualizada-2016.
pdf>. Acesso em: 2 set. 2016.
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VENDRAME, A. C. F. Livro de bolso do técnico de segurança do trabalho. São 
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208
ANOTAÇÕES
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