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GLAUCIA REIS TCC2 2016

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Faculdade Redentor 
Arquitetura e Urbanismo 
Trabalho de Conclusão de Curso I 
 
 
 
 
 
 
 
Clínica Psiquiátrica 
 
 
 
 
 
 
 
Glaucia Reis da Silva 
Orientador: Thiago Maia 
 
 
 
 
Itaperuna 2015 
 
 
Resumo 
 O presente trabalho tem como proposta a elaboração de um projeto 
arquitetônico clínico especializado em doenças psiquiátricas, tais como depressão, 
 transtorno bipolar, esquizofrenia, demência e os transtornos de ansiedade, afim de 
oferecer o melhor para a saúde e bem-estar dos pacientes através da arquitetura, 
pois o ambiente interfere muito sobre o sentimento das pessoas, e não é diferente 
no ambiente clínico ou hospitalar. A cidade escolhida para realização do projeto é 
Bom Jesus do Itabapoana - RJ, pois havia uma clínica que fechou por motivos 
financeiros deixando os pacientes sem assistência necessária. 
Palavras chave: Clínica, Saúde, Psiquiatria, Arquitetura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1. Introdução........................................................................................................05 
2. Justificativa geral.............................................................................................08 
3. Local da Intervenção.......................................................................................10 
3.1 Condicionantes Naturais e vegetativos.................................................10 
3.2 Cheios e vazios.....................................................................................11 
3.3 Classificação das Vias..........................................................................12 
3.4 Sentido das Vias...................................................................................13 
3.5 Gabaritos..............................................................................................14 
3.6 Estabelecimentos de Saúde..................................................................15 
3.7 Pontos Nodais.......................................................................................16 
4. Evolução da arquitetura dos espaços psiquiátricos........................................17 
4.1 Idade Antiga..........................................................................................17 
4.2 Idade Média..........................................................................................18 
4.3 Renascimento.......................................................................................20 
4.4 Absolutismo..........................................................................................21 
4.5 Revolução Industrial.............................................................................22 
5. Hospitais Psiquiátricos no Brasil......................................................................23 
6. Reforma Psiquiátrica.......................................................................................30 
7. Legislação. ......................................................................................................30 
7.1 Plano Diretor de Bom Jesus do Itabapoana..........................................30 
7.2 Código de obras de Bom Jesus do Itabapoana - RJ.............................31 
7.3 Lei do Parcelamento do Solo Urbano...................................................31 
7.4 Acessibilidade – ABNT NBR 9050:2004...............................................31 
7.5 RDC Nº. 50, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2002. ...................................31 
 
 
7.6 RDC Nº 306, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004. ...................................31 
7.7 LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001. ...........................................31 
8. Visita técnica....................................................................................................32 
8.1 Hospital Psiquiátrico Espírita Dr. João Viana........................................32 
8.2 IPUB - Instituto de Psiquiatria da UFRJ................................................36 
9. Referências projetuais específicas..................................................................40 
9.1 Hospital Psiquiátrico Helsingør - Dinamarca.........................................40 
9.2 Centro Psiquiátrico e Lar de Idosos - Bolzano (BZ), Italia....................45 
9.3 Comparativo crítico...............................................................................51 
10. Referências projetuais gerais..........................................................................52 
10.1 Unidade psiquiátrica adulta de Craigavon – Reino Unido.....................52 
 
11. Programa de Necessidades............................................................................54 
12. Referências......................................................................................................55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. Introdução 
 Durante muito tempo na história os doentes mentais foram excluídos da 
sociedade, pois eram vistos como uma ameaça social, sendo obrigados a viverem 
isolados em hospícios e manicômios, onde eram destinados à péssimas condições 
de saúde, torturas, recebiam maus tratos, e em muitas vezes morriam por conta 
dessas situações precárias. O ambiente se assemelhava muito aos presídios, com 
grades de barra de ferro na janela, cores "sem vida" nas paredes e o uso de pátios 
internos para garantir que não teriam contato algum com o mundo exterior. O que 
era pra ser um local para tratar e cuidar dessas pessoas passou uma ser um 
ambiente de total desespero. A medida que o tempo foi passando, as formas de 
tratamentos psiquiátricos foram sendo reavaliadas, o "louco" passou a ser visto de 
uma forma mais humana, e aos poucos foram conquistando seu espaço na 
sociedade. 
 A reforma psiquiátrica surgiu trazendo uma inovação no ramo da psiquiatria, 
propondo melhorias pra saúde dos doentes mentais, buscando novas maneiras para 
tratamento dos pacientes pois as que foram usadas até o momento não surtiram 
muito efeito, portanto essa nova Política de Saúde Mental do Ministério de Saúde 
tem como principal objetivo o fim do aparato manicomial, repugnando assim toda 
prática de internação psiquiátrica, abrindo exceção somente aos pacientes que 
estejam em situação crítica e precisem ficar em observação, não excedendo ao 
prazo de 24 horas. A proposta da reforma é de inserir as pessoas que sofrem de 
transtorno mental na sociedade, com isso surgiu a ideia de que os pacientes devem 
ser tratados em suas residências. Àqueles que perderam contato com seus 
familiares serão destinados às residências terapêuticas, que é um serviço gratuito 
mantido pelo Sistema Único de Saúde. 
 De acordo com o Ministério da Saúde, as residências terapêuticas são uma 
alternativa de moradia para àqueles que por muito tempo estiveram internados em 
estabelecimentos psiquiátricos e por consequência perderam contato com seus 
familiares. Esse serviço dispõe casas localizadas no meio urbano, compradas ou 
construídas através de convênios com entidades, podendo abrigar em cada unidade 
de 5 à 8 pessoas que recebem benefícios do governo como o LOAS(Lei Organica da 
6 
 
Assistência Social) e o De Volta Para Casa, cada residência tem um funcionário de 
nível médio denominado de Cuidador. 
 A proposta do projeto de uma clínica psiquiátrica surgiu com o intuito de 
melhorar a saúde mental da população que sofre com transtornos mentais em Bom 
Jesus do Itabapoana - RJ, cuja deficiência de tratamentos nessa área é precária, 
pois a clínica que havia no local foi desativada por motivos financeiros, deixando 
assim os pacientes sem assistência necessária, grande parte deles retornaram para 
o convíviofamiliar, os demais, que perderam total contato com seus parentes, foram 
destinados a residência terapêutica da cidade, administrada por uma enfermeira que 
trabalha no CAPS (Centro de Apoio Psicossocial). Esses residências, porém, não 
tem função de serviço de saúde e sim de um suporte psicossocial. De acordo com a 
Portaria nº 106, de 11 de fevereiro de 2000, as residências terapêuticas não podem 
ser situadas dentro do mesmo espaço físico ou terreno de ambientes hospitalares, 
seja eles gerais ou específicos; são destinadas a pacientes que passaram muito 
tempo internados em hospitais psiquiátricos e conseqüentemente tiveram a perda 
total de contato com seus familiares. Essas residências são casas normais, sem 
qualquer tipo de assistência de saúde e são mantidas pelo S.U.S. (Sistema Único de 
Saúde). 
 O projeto é destinado à população que sofre de qualquer tipo de transtorno 
mental e não tem condições financeiras de pagar para receber o tratamento 
adequado, portanto será um serviço totalmente gratuito, destinado à homens e 
mulheres na idade adulta. A idéia é fazer uma clínica com total suporte para 
tratamento dos pacientes, sendo que para isso não seja necessária a internação, 
apenas os pacientes que estiverem sobre alguma crise que poderão ser internados. 
O prazo de internação não poderá exceder o tempo de 24 horas, somente para se 
recomporem e voltarem para casa, seguindo, no entanto o método proposto pela 
reforma psiquiátrica de acabar com a internação psiquiátrica, tratando-as em casa, 
inserindo-as de volta a sociedade. O paciente passará o dia na clínica, onde será 
oferecido as principais refeições do dia e atividades, como terapia ocupacional, 
supervisionadas para acompanhamento do desenvolvimento além de atendimento 
médico especializado. 
7 
 
O terreno é bem localizado pois fica no centro de Bom Jesus do Itabapoana - 
RJ, um local de fácil acesso situado em uma das principais ruas da cidade e fica 
próximo ao hospital geral, o que ajuda no foco principal que é a inserção social. A 
arquitetura será usada de forma a projetar da melhor maneira possível os fluxos e 
acessos de pessoas e veículos, além de planejar ambientes alegres, minimizando a 
preocupação e tensão causado pelo ambiente clínico e hospitalar. O ideal é que elas 
se sintam confortáveis no ambiente e possam querer continuar o tratamento até se 
curarem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
2. Justificativa geral 
 A cidade escolhida para a proposta do projeto é Bom Jesus do Itabapoana -
RJ, com uma estimativa de população em 2014 de 35.896 habitantes e uma área de 
598,825 km² (IBGE). 
 
Bom Jesus do Itabapoana 
Fonte: Google Maps 
 
 A escolha do tema se deu pela deficiência no atendimento de pessoas com 
doenças mentais, pois havia uma clínica que por motivos financeiros, encerrou suas 
atividades na cidade. Segundo dados oferecidos pela chefe do CAPS e responsável 
pelo programa de saúde mental da cidade, Roberta Barreto, em setembro de 2014 a 
clínica atendia um total de 120 pacientes diagnosticados com demência, em outubro 
do mesmo ano esse número regrediu para 17, quando logo após procedeu-se seu 
fechamento, 11 pacientes foram levados para residências terapêuticas, que são 
destinados a pessoas que perderam total contato com suas famílias. Esse serviço 
não tem função de atendimento de saúde e sim de um suporte psicossocial. Os 
demais pacientes voltaram para o convívio familiar. 
O projeto tem o intuito de oferecer tratamento adequado para essas pessoas. 
Os pacientes que perderam total contato com suas famílias irão receber todo 
9 
 
tratamento adequado, e depois serão destinados à residências terapêuticas, que de 
acordo com a Portaria nº 106, de 11 de fevereiro de 2000, deve ser em um local 
onde não tenha atividades hospitalares. Aqueles que tem suas famílias, após o 
tratamento estarão retornando pra suas residências. 
O terreno escolhido fica no centro da cidade, próximo ao hospital local, e em 
umas das principais ruas, é a melhor forma de fazer com que os pacientes sejam 
inseridos na sociedade, pois está em um lugar de fácil acesso em uma área que 
possui grande fluxo de pessoas. Opta-se por não utilizar o antigo local da clínica 
devido ao difícil acesso, que se dá por uma rua estreita e sem saída, o que acaba 
debilitando o acesso de carros e principalmente de ambulâncias para casos de 
emergência, além disso deixa os pacientes isolados da sociedade, diferente da 
proposta sugerida. 
 
Entorno do Terreno 
Fonte: Prefeitura Municipal de Bom Jesus do Itabapoana (editado pela autora) 
 
LEGENDA: 
 
 Terreno Hospital São Vicente de Paula 
 
 
 
10 
 
3. Local de Intervenção 
 3.1. Condicionantes Naturais e Vegetação 
 
 
 Escala Gráfica 
Mapa 01 Fonte: Prefeitura Municipal de Bom Jesus do Itabapoana (editado pela autora) 
 
LEGENDA: 
 
 Massa Vegetativa Sol Nascente 
 Terreno Sol Poente 
 Córrego Vento dominante (S.O.) 
0 50 150 300 
11 
 
Com o estudo das condicionantes naturais percebe-se a incidência do sol 
sobre o terreno, mostrando que a fachada principal do terreno é tomada pelo sol da 
manhã, ficando a posterior com o sol da tarde, observa-se também a massa 
vegetativa num raio de 600 m, sendo a maioria vegetação de grande porte, o que 
possibilita o sombreamento do passeio público. 
3.2. Cheios e Vazios 
 
 Escala Gráfica 
Mapa 02 Fonte: Prefeitura Municipal de Bom Jesus do Itabapoana (editado pela autora) 
 
LEGENDA: 
 Construído 
 Terreno 
0 50 150 300 
12 
 
Por sua localização ser no centro da cidade, a área construída é alta, o que 
justifica a idéia de inserção social dos pacientes. 
 3.3. Classificação das Vias 
 
 Escala Gráfica 
Mapa 03 Fonte: Prefeitura Municipal de Bom Jesus do Itabapoana (editado pela autora) 
LEGENDA: 
 
 Via Arterial Via Local 
 Via Coletora Terreno 
 O terreno fica em umas das vias principais da cidade, fazendo com que tenha 
fácil acesso.O fluxo das vias varia de acordo com sua classificação. A cidade por ter 
uma população pequena não possui transporte público circular. 
0 50 150 300 
13 
 
 3.4. Sentido das Vias 
 
 Escala Gráfica 
Mapa 04 Fonte: Prefeitura Municipal de Bom Jesus do Itabapoana (editado pela autora) 
LEGENDA: 
 
 Sentido Duplo 
 Sentido Único 
 Terreno 
 A maioria das vias dentro do raio de 600 metros são de sentido duplo, sendo 
apenas algumas com sentido único para controle do fluxo, o que facilita o acesso ao 
terreno, tanto de funcionários, como de pacientes e visitantes. 
0 50 150 300 
14 
 
 3.5. Gabarito 
 
 
 
 Escada Gráfica 
Mapa 05 Fonte: Prefeitura Municipal de Bom Jesus do Itabapoana (editado pela autora)LEGENDA: 
 Terreno 03 Pavimentos 
0 50 150 300 
15 
 
 01 Pavimento 04 Pavimentos 
 02 Pavimentos 05 ou mais Pavimentos 
 De acordo com o mapa de gabaritos percebe-se que a maior parte das 
construções são de até 02 pavimentos, não havendo muitas edificações altas. O que 
permite a melhor circulação do vento. 
 3.6. Estabelecimentos de Saúde 
 
 Escala Gráfica 
 Mapa 06 Fonte: Prefeitura Municipal de Bom Jesus do Itabapoana (editado pela autora) 
 A concentração de estabelecimentos de saúde ficam na mesma rua onde o 
terreno está localizado 
 
0 50 150 300 
16 
 
LEGENDA: 
 
 Terreno Posto de Saúde/Secretaria de Saúde 
 Hospital São Vicente de Paula CAPS 
 Clínicas Médicas Farmácias 
 Os espaços de saúde da cidade ficam próximos ao terreno, o que facilita no 
acesso dos pacientes que necessitem de algum atendimento que a clínica não 
oferece. A maioria das farmácias se concentram na mesma rua onde está localizado 
o terreno. 
 3.7. Pontos Nodais 
 
 Escala Gráfica 
0 50 150 300 
17 
 
Mapa 06 Fonte: Prefeitura Municipal de Bom Jesus do Itabapoana (editado pela autora) 
LEGENDA: 
 
 Terreno Igreja Matriz 
 Rodoviária Tênis Clube 
 Colégio Estadual E. F. T. Olímpico Futebol Clube 
 Praça da Bíblia Praça Governador Portela 
 Colégio Estadual Roberto Silveira Fórum 
 Prefeitura Municipal Praça dos Namorados 
 
4. Evolução da arquitetura dos espaços psiquiátricos 
 Com o tempo as áreas destinadas a tratamentos de pessoas que sofrem com 
transtorno mental sofreram mudanças que foram influenciadas por vários fatores, 
entre eles a religião, a medicina, os pensamentos filosóficos e as políticas de cada 
época. 
 
 4.1. Idade Antiga 
 Segundo Rosen (1968, p. 96, apud FONTES, 2003, p. 9), na Idade Antiga, 
período que se compreende entre 4000 a.C. até a queda do Império Romano em 
476 a.C., a idéia de loucura estava relacionada com duas teorias distintas. A 
primeira delas considerava que a causa da loucura estava diretamente ligada à 
eventos naturais físicos, pois a medicina da época era baseada nos humores, que 
eram apenas quatro, o sangue, o fleuma, a bílis amarela e a bílis negra, no entanto 
qualquer alteração ou desequilíbrio que afetasse uma dessas substâncias causaria 
seqüelas físicas e mentais e poderia portanto causar algum tipo de “loucura”. A 
segunda teoria acreditava que a insanidade era ligada à atividades sobrenaturais, 
que só ocorriam por possessão de espíritos ou por intervenção divina, foi a partir 
desse momento que surgiu o termo “loucura divina”, pois para a população o “louco” 
era visto como um ser superior aos demais com poder sobre-humano. 
18 
 
 Na época não havia local apropriado para assistência a saúde, segundo 
Miquelin (1992, p. 29, apud FONTES, 2003, p. 10), os espaços utilizados para tal 
fins eram casas ou lojas, onde além dos pacientes serem atendidos por médicos, 
eram também abrigados. Tal forma de assistência se estendeu mais adiante durante 
o Império Romano. Além dos espaços ditos anteriormente, utilizavam também 
templos que eram consagrados a Asclépio, que era conhecido por ser o deus da 
medicina. Segundo Antunes (1991, p.20, apud FONTES, 2003, p. 10), nesses 
templos eram realizadas terapias do sono, onde acreditavam que a resposta para a 
cura da insanidade viria durante o sonho, sendo denominados como loucura ritual ou 
loucura divina. Segundo Rosen (1968, p. 164, , apud FONTES, 2003, p. 12), as 
pessoas que sofriam com transtorno mental esperavam encontrar a cura através da 
igreja ou por magia. A própria maneira como a doença se manifestava em suas 
mentes fazia com que eles não acreditassem muito que algum médico poderia 
ajudar no caso. 
 
Portal do tempo de Asclépio 
Fonte: Mundo Além das Palavras 
19 
 
 
Templo de Asclepius, em Epidauro, Grécia, século V a.C. 
Fonte: Ebah 
 
 A arquitetura era típica da época com a predominância de colunas gregas, 
usado em todo o perímetro da construção, com a demarcação de um portal principal 
que tem sua forma circular, seguindo por um alongamento retangular, onde fica os 
demais ambientes do templo, era uma mistura de religião com saúde. 
 
 4.2. Idade Média 
 
 No período medieval, data que compreende o período de 500 a 1500 d.C., 
segundo Rosen (1994, p. 52, apud. FONTES, 2003, p. 13), a relação entre a razão 
e a fé era estabelecida pela filosofia da época, no entanto os médicos não tinham 
influência sobre o tratamento dos enfermos, esse papel era exercido por sacerdotes 
e monges, pois a enfermidade era vista como um castigo por algum ato de pecado 
cometido ou mesmo como uma possessão demoníaca. Segundo Miquelin (1992, p. 
35, apud. FONTES, 2003, p. 14), as condições para a realização de tratamentos 
hospitalares eram precárias, as únicas maneiras existentes para realizar tal tarefa 
era através das enfermarias, das farmácias e das hortas medicinais, que eram 
localizadas em anexos existentes em abadias ou mosteiros. O atendimento que 
antes era restrito a membros da igreja foi com o tempo expandido e oferecido a 
viajantes e peregrinos. 
 Segundo Miquelin (1992,p.35, apud FONTES,2003, p.14), quando o número 
de peregrinos teve um aumento significativo, a partir do século VIII, foram 
construídos locais para fins hospitalares durante o percurso que faziam parte das 
20 
 
rotas comerciais e religiosas. A partir de 816, as catedrais foram obrigadas a terem 
hospitais juntamente à elas, ficaram conhecidas na época pelo nome de Domus Dei 
que significa casa de Deus. 
 
Domus Dei - Royal Garrison Church 
Fonte: Welcome To Ports Mouth 
 A arquitetura desses espaços eram caracterizadas por elementos triangulares 
nas fachadas, o que passava uma característica de igreja, a entrada é bem 
demarcada por um portal muitas das vezes central, e por vitrais de vidro que 
levavam a luminosidade para dentro da capela. 
 Segundo Miquelin (1992, p. 67-68, apud FONTES, 2003, pg.16), a partir do 
século XIII, os hospitais deixam de ser domínio da igreja e passam a ser controlados 
pelo município, já no final do século XV o número de hospitais existentes era bem 
significativo. 
 
Hospital em Santiago - erguido no fim do século XV 
Fonte: Todo Coleccion 
21 
 
 Nota-se que a arquitetura do hospital não tinha mais características de 
capela, sua fachada era alongada horizontalmente demarcada por um portal central, 
onde se localizava a entrada principal, que dividia a fachada em dois planos 
simétricos, direito e esquerdo 
 
 4.3. Renascimento 
 Na era renascentista, período que foi do século XV ao XVI, segundo Rosen 
(1994, p.103, apud FONTES, 2003, p.16), foi o época que teve grandes influências 
para as transformações ocorridas no século XVII, tanto na área de saúde quanto no 
modo de pensar das pessoas, por conta disso o período ficou conhecido por ser o 
período da transição. 
 Segundo Miquelin (1992, p. 41, apudFONTES, 2003, p. 17), neste período a 
arquitetura dos espaços hospitalares sofrem grandes mudanças, seus ambientes 
foram melhor divididos, os pátios eram internos com galerias que rodeavam todo seu 
perímetro composto de pórticos .Os espaços eram simétricos em relação a entrada 
principal da edificação que se demarcava por um portal central. 
 
Ospedalle Maggiore de Milão, de 1456 - Fachada principal 
Fonte: Pinterest 
22 
 
 
Ospedalle Maggiore de Milão, de 1456 - Vista aérea 
Fonte: Ub 
 
 
Ospedalle Maggiore de Milão, de 1456 - Planta baixa 
Fonte: Ub 
 
 
 
23 
 
 4.4. Absolutismo 
Segundo Rosen (1994, apud FONTES, 2003), durante o período do 
Absolutismo (séculos XVI e XVII), o poder que a igreja tinha sobre a saúde pública 
foi reduzido e destinado aos médicos com intuito de garantir que estivesse bem 
administrada. Foi a partir desse momento que surgiu os primeiros hospitais gerais na 
França. Possuíam as mesmas características que os asilos, de isolamento, segundo 
Focault (2000, apud FONTES, 2003), eram recolhidos a esses hospitais os 
marginais, delinquentes, miseráveis e os loucos. 
 
 
Hospital dos Inválidos, 1670 
Fonte: Vitruvius (Editado pela autora) 
 
 A arquitetura do hospital é marcada pela presença de pátios internos, e pela simetria 
da fachada, onde observa-se a existência de um portal que demarca a entrada principal. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 4.5. Revolução Industrial 
 
 Durante o período industrial, nos séculos XVIII e XIX, segundo Amarantes (1996, 
apud FONTES, 2003), foi o período que houve a medicalização do espaço hospitalar, onde 
o hospital se tornou lugar de prática exclusiva da medicina. Segundo Rosen (1994, apud 
FONTES, 2003), foi nesse mesmo período que foram criados hospitais, dispensários e 
presídios, onde eram levados os loucos que apresentavam perigo para a sociedade e lá 
eram enclausurados. 
 
 
Hospital Middlesex - Londres século XIX 
Fonte: Seguindo Passos Historia 
 
 De acordo com o que é observado na imagem, nota-se na arquitetura um portal 
central que dá acesso ao pátio frontal existente antes da entrada principal do edifício, 
percebe-se que as características das épocas anteriores ainda permanecem de certa forma, 
como por exemplo a simetria existente do ponto central para as duas faces da fachada. 
 
 
 
 
25 
 
5. Hospitais Psiquiátricos no Brasil 
 Segundo Machado (1978, apud FONTES, 2003), Durante o período colonial 
no Brasil, que foi de 1500 a 1530, surgiram os primeiros registros de assistência à 
saúde no país, realizado nos hospitais coloniais que no entanto não possuia 
medicamentos, à assistência aos enfermos era oferecida por religiosos, que 
buscavam a preparar os doentes, de acordo com as práticas religiosas da época, 
para terem uma boa morte. 
 Somente no século XIX, segundo Resende (1990, apud FONTES, 2003), que 
iniciou-se a abordagem dos "loucos", que até o dado momento, tinham a liberdade 
de poder andar livremente pelas cidades e caso viessem a praticar qualquer tipo de 
ato violento eram levados presos e permaneciam ali um curto período de tempo. 
Com o passar o tempo, passaram a ser vistos como uma ameaça para a sociedade, 
e como medida preventiva foram retirados das ruas e destinados a um processo de 
exclusão do meio social. Para que a segurança das ruas pudesse se estabelecer, os 
"loucos" foram levados aos hospitais gerais, que na maioria das vezes tinham 
ligação com ordens religiosas e filantrópicas. No Rio de Janeiro, muitos deles 
ficaram abrigados na Santa Casa de Misericórdia, mas não era estruturada para tal 
fim. 
 
Santa Casa de Misericórdia - Rio de Janeiro 
Fonte: HC Gallery 
 
 Segundo Machado (1978, apud FONTES, 2003), as primeiras práticas da 
psiquiatria foram iniciadas no ano de 1841, por D. Pedro II, com a construção do 
26 
 
primeiro hospital para assistência às pessoas que sofriam com doenças mentais. Foi 
a partir desse momento que a loucura foi diagnosticada como doença e portanto 
podia ser tratada com medicamentos. 
 
 Hospital Pedro II - Rio de Janeiro 
Fonte: EEAP 
 
 No dia 8 de dezembro de 1852, foi inaugurado o Hospício Pedro II, no Rio de 
Janeiro, também conhecido como Hospital Nacional dos Alienados, que segundo a 
Fiocruz (2000, apud FONTES, 2003), tinha sua arquitetura baseada nos modelos 
asilares, defendidos por Phelippe Pinel, na Europa. Na época a prática que seria 
eficiente para o tratamento dos doentes mentais, segundo Machado (1978, apud 
FONTES, 2003), seria o total afastamento dos pacientes da sociedade, até mesmo 
de seus familiares, pois acreditavam que dessa forma eles seriam incentivados a 
mudar os seus comportamentos insano, que eram provenientes do transtorno de 
suas mentes. 
 
 
 
27 
 
"O hospício é [...] dividido em duas partes simétricas. Tem a forma de 
um retângulo com um bloco central separando essas duas alas laterais, 
cada uma contendo dois pátios internos. Cada divisão está ainda 
subdividida em três classes. A primeira classe que dispõe de quarto 
individual; a segunda, com um quarto para dois alienados e a terceira, 
que congrega também os indigentes, dispõe de enfermarias gerais para 
quinze pessoas. E a distribuição dos indivíduos ainda se refina pela 
divisão dos pensionistas de primeira e segunda classes em tranqüilos e 
agitados e os de terceira classe e indigentes em tranqüilos limpos, 
agitados, imundos e afetados de moléstias contagiosas." (Machado, 
1978, p. 433, apud FONTES, 2003, p. 39) 
 
 Segundo Machado (1978, apud FONTES, 2003), as críticas da época foram 
surgindo, pois o que era observado é que a arquitetura dos espaços estava sendo 
supervalorizada e o tratamento que era o mais necessário era insuficiente. A 
importância do hospício era reconhecida, portanto cabia aos médicos a definição 
para que o espaço pudesse funcionar de forma terapêutica. 
 Segundo Amarante (1994, apud FONTES, 2003), no ano de 1890 foi criada a 
Assistência Médico-legal a Alienados. Na época o modelo das colônias de serem 
afastadas da cidade estava elevado, também pelo fato de que dessa forma era 
possível a realização de atividades agrícolas, que era recomendada pelo tratamento 
moral de Pinel. Esse processo de criação da Assistência foi um dos fatores que 
representou a primeira reforma psiquiátrica no Brasil. Durante a década de 30 foram 
descobertas novas formas de tratamento psiquiátrico, como: o choque insulínico, o 
choque cardiazólico, a eletroconvulsoterapia e a lobotomia. 
28 
 
 
Hospital Psiquiátrico de Juqueri - São Paulo, 1898 
Fonte: Último Segundo (Editado pela autora) 
 
 O hospital Psiquiátrico de Juqueri, em São Paulo, é composto por um pátio 
central com várias alas de construções com seus respectivos pátios descobertos, o 
que nos remete uma ideia de uma malha quadricular. Essa mesma característica de 
divisão é encontrada também no Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre. 
 
 
Hospital Psiquiátrico São Pedro - Porto Alegre, 1884 
Fonte: Saúde (Editado pela autora) 
29 
 
 Na década de 60, de acordo com Amarante (1994, apud FONTES, 2003), o 
destaque foi a privatização da psiquiatria, onde o Estado comprou os serviços 
psiquiátricos através do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social). A partir 
desse momento a doença foi vista como uma maneira de gerar lucro, o que 
contribuiu para que a chama "indústria da loucura", que marcou os anos 60 e 70, se 
desenvolvesse. 
 
 
Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena - 
Fonte: Colonia a Casa dos Horrores 
 O hospital psiquiátrico de Barbacena, também conhecido como Colônia,funcionou até os anos 80, suas características arquitetônicas possuem o padrão de 
isolamento do paciente, que constituem em usos de pátios internos. 
 De acordo com Amarante (1994, apud FONTES, 2003), maior parte dos 
recursos que eram destinados à saúde mental, estavam sendo usados para 
internação hospitalar, o que contribuiu para que a crise da Previdência ocorresse 
durante o período da década de 80. O fato fez com que o Estado tomasse medidas 
de racionalização que envolveu o Ministério da saúde e a Previdência social, o que 
acarretou na criação do CONASP - Conselho Consultivo da Administração de saúde 
Previdenciária. 
 
30 
 
6. Reforma Psiquiátrica 
 A reforma psiquiátrica surgiu com o intuito de acabar de vez com os 
manicômios, incentivando a prática de uma nova forma de tratamento dos pacientes 
diagnosticados com algum tipo de transtorno mental, o que acarretou em uma 
grande revolução na história da psiquiatria. Para obter sucesso nesse novo método 
é necessário pensar mais adiante do que somente na saúde, pois como o objetivo 
principal é a inserção dessas pessoas que, durante muito tempo na história, foram 
segregadas, de volta a sociedade, a atenção deve ser voltada também para outras 
atividades que são indispensáveis para tal método, como por exemplo as questões 
de habitação, lazer, cultura, trabalho, entre outros. Com isso surgiram os serviços de 
residências terapêuticas, que por sua vez não possuem função de serviço de saúde 
e sim de um suporte para a reabilitação psiquiátrica, são destinadas à pacientes que 
passaram um longo período em internação psiquiátrica e consequentemente 
perderam contato com suas famílias, são estabelecimentos de natureza pública 
mantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).(BRASIL, 2004) 
’’O doente mental, ao invés de estigmatizado, isolado e destituído de 
direitos, deve ser respeitado pela sociedade pela diferença que tem das 
demais pessoas’’(COSTA, 2003). 
 
 
7. Legislação 
 7.1. Plano Diretor de Bom Jesus do Itabapoana 
 O plano diretor será usado para entendimento da Política de Desenvolvimento 
Urbano do Município. 
 
 7.2. Código de obras de Bom Jesus do Itabapoana - RJ: 
 O Código de obras será usado para melhor entendimento das leis instituídas 
que diz respeito a construção, como afastamentos, altura das edificações, normas 
ABNT, inclinação de rampa, entre outros. 
 
31 
 
 7.3. Lei do Parcelamento do Solo Urbano 
 Será usada para entendimento do parcelamento do solo urbano de acordo 
com as zonas, que são divididas em: Zona de Ocupação Prioritária (ZOP), Zona de 
Ocupação Secundária (ZOS), Zona Paisagística (ZP) e Zona de Proteção (ZP) 
 
 7.4 Acessibilidade – ABNT NBR 9050:2004 
 Para que a clínica possa ser acessível a todos, inclusive por pessoas 
portadores de deficiência física (permanente ou temporária), seguindo as normas 
estabelecidas para que todos possam ter facilidade no acesso ou deslocamento no 
local . 
 
 7.5. RDC Nº. 50, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2002. 
 Compreende na aprovação do regulamento técnico que diz respeito a 
estabelecimentos assistenciais de saúde. 
 
 7.6. RDC Nº 306, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004 
 Diz a respeito do regulamento técnico para a administração de resíduos de 
serviços de saúde. 
 
 
 
 
 
 
32 
 
8. Visita técnica 
 8.1. Hospital Psiquiátrico Espírita Dr. João Viana 
 
Fachada Principal do Hospital psiquiátrico Espírita Dr. João Viana 
Fonte: Ururau 
O hospital fica na cidade de Campos dos Goytacazes - RJ, é mantido pela 
liga Espírita de Campos, e integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS). 
 A atividade se iniciou com a oferta de sopão em uma casa em frente onde 
hoje é o hospital. Entre as pessoas que iam receber o alimento haviam muitos 
doentes mentais, que por sua vez também eram moradores de rua, que começaram 
a se abrigar nessa casa de onde surgiu a ideia de fazer um hospital psiquiátrico. 
Primeiramente construiu-se uma enfermaria menor, mas com o tempo o número de 
pacientes foram aumentando e com isso o local teria que aumentar também, 
portanto o prédio não foi totalmente projetado para ser um hospital psiquiátrico, foi 
sendo adaptado as suas necessidades. 
 No começo, o hospital era sem vida, as paredes cinzas e grades com barras 
grossas de ferro nas janelas, parecia uma prisão, conta o enfermeiro chefe local, 
porém com a reforma psiquiátrica pediu-se que fosse assemelhado à um hospital 
33 
 
clínico, sendo portanto necessário mudar as cores das paredes e a troca das 
grades. 
 A fachada principal do hospital é composta por um grande portão de correr, 
que permanece aberto na parte do dia e fecha a noite por segurança, onde funciona 
o acesso principal de pessoas e da ambulância, porém a saída do veículo é por um 
portão secundário. Ao passar pelo portão principal chega-se a uma área descoberta 
e logo a frente localiza-se a área de espera coberta, onde é feito o contato com a 
recepção através de um vidro, e aguarda a ser chamado, essa área possui bancos, 
bebedouro e um banheiro. A porta de entrada principal fica ao lado da recepção, 
podendo ser aberta apenas pela recepção por um sistema eletrônico ou com chave, 
já a entrada secundária fica ao lado da garagem da ambulância, para facilitar o fluxo 
de pacientes que chegam ou saem. A entrada para visita fica em outro local, com 
acesso direto para o pátio onde os pacientes se encontram com amigos ou 
familiares. 
 
Fonte: Esquema feito pela autora no AutoCad, de acordo com o observado na visita. 
 
 O hospital atende um total de 120 pacientes, sendo os quartos divididos em 
masculino e feminino contendo em cada um deles uma área de sol. O local possui 
também sala de terapia ocupacional, quadra de esportes, e oferecem passeios como 
cinema, sítio, super mercado, sempre supervisionados, mas afim de fazerem com 
que eles fiquem mais autônomos. 
34 
 
 Na enfermaria clínica, possui uma pia dentro, uma sala de expurgo ao lado, 
onde o material é limpo e desinfetado antes de ir para a sala de esterilização, logo 
ao lado fica o banheiro, e na entrada tem o quarto onde fica o médico de plantão. 
 
Fonte: Esquema feito pela autora no AutoCad, de acordo com o observado na visita. 
*Obs: Não foi autorizado tirar fotos do local. 
35 
 
 
Fonte: Esquema feito pela autora no AutoCad, de acordo com o observado na visita. 
 
 Os quartos possuem uma porta única de acesso, e a única mobília existente 
são as camas, de dentro do quarto é possível observar a área de sol através de uma 
janela, o acesso a essa área se dá por uma porta lateral, que é aberta durante o 
tempo que os pacientes tem para descanso. 
 
 
36 
 
8.2. IPUB - Instituto de Psiquiatria da UFRJ 
 O IPUB é composto por uma área o com vários prédios distintos, como a 
enfermaria, o hospital-dia, a biblioteca, a oficina de música, o hospital da criança, a 
administração, etc. O acesso aos prédios se dá a partir de um pátio central, onde 
são realizadas as visitas. A entrada principal para o campo se da por uma porta ao 
lado do portão de entrada e saída de ambulâncias, onde há uma recepção. 
 
IPUB - Entrada principal 
Fonte: Foto tirada pela autora - 08/05/2015 
 
IPUB - Pátio Interno 
Fonte: Foto tirada pela autora - 08/05/2015 
 
37 
 
 As enfermarias são divididas em feminino e masculino, cada uma delas é 
composta por um corredor coberto que dá acesso aos quartos e banheiros, que por 
sua vez não possuem portas para a segurança dos pacientes. Cada quarto acomoda 
entre 3 e 4 pessoas. De frente ao corredor fica o pátio descoberto que é de uso 
exclusivo dos pacientes de cada enfermaria. O acesso às enfermariasse dá pela 
sala de descanso no espaço destinado ao apoio. 
 
Fonte: Esquema feito pela autora no AutoCad, de acordo com o que foi visto na visita. 
 
38 
 
As salas que dão o suporte necessário às enfermarias são acessadas por um 
corredor, que os levam direto às salas de atendimento médico e a sala de descanso, 
que possui banheiro, rouparia e dão acesso para a enfermaria. 
 
Os refeitórios são divididos em feminino e masculino, sendo que o acesso de 
pacientes e demais funcionários são separados, os pacientes tem acesso direto da 
ala onde ficam os dormitórios, e os demais funcionários passam por dentro do prédio 
onde tem acesso a uma circulação interna que liga direto a um pátio e a partir deste 
acessarão os refeitórios. Os horários para as refeições são separados por grupos, 
como por exemplo: funcionários, pacientes, estagiários. 
39 
 
 
Fonte: Esquema feito pela autora no AutoCad, de acordo com o que foi visto na visita. 
 
 A lavanderia é terceirizada, tendo apenas a rouparia para armazenagem das 
roupas que chegam limpas. 
 
 
40 
 
9. Referências específicas 
 9.1. Hospital Psiquiátrico Helsingør - Dinamarca 
 O projeto do hospital foi feito na ideia de que o ambiente hospitalar deve 
manter seu controle e proteção sem que para isso tenha que abrir mão de um 
ambiente livre e aberto. Foi realizado por BIG - Bjarke Ingels Grupo + JDS Architects 
e está localizado em Helsingør, na Dinamarca. 
 
Vista Frontal - Hospital Helsingør 
Fonte: JDSA 
 Em sua fachada frontal é possível ver o acesso principal ao hospital que se da 
através de um longo corredor 
 
Vista do Lago - Hospital Helsingør 
Fonte: JDSA 
41 
 
 As fachadas são de vidro, parte fixo e parte móvel, o que valoriza a vista para 
o lago, e aproveita a iluminação natural da melhor forma e permitindo a ventilação 
natural da obra. 
 
Um hospital psiquiátrico requer uma funcionalidade clara e centralizada. 
Ao mesmo tempo ele precisa olhar e sentir como nada além de um 
hospital. A estrutura do floco de neve permite que todos os 
departamentos irradiar em direções distintas de um nó central, deixando 
espaços informais dentro e ao redor deles. Além disso, torna a dobra do 
hospital para a paisagem montanhosa circundante, disfarçando-se de 
forma a optimizar a cura da doença mental. (Courtesy of BIG - Bjarke 
Ingels Group) 
 
 
 
Vista Superior em 3D - Hospital Helsingør 
Fonte: JDSA 
 
 
42 
 
 
Planta Baixa do primeiro e segundo pavimento (respectivamente) 
Fonte: JDSA 
 
 
 
Pátios Internos 
Fonte: Architonic 
43 
 
 
 
Vista Superior 
Fonte: JDSA 
 
 Em seu interior foi usado uma combinação da cor branca com detalhes de 
cores vivas, como por exemplo verde, amarelo, laranja e vermelho, trazendo vida 
pra dentro do hospital,além de elementos de concreto aparente. Seus grandes 
corredores com painéis dá a sensação de amplitude no interior, dando um certo ar 
de liberdade aos pacientes e até mesmo aos funcionários. 
44 
 
 
Hall da escada 
Fonte: JDSA 
 
Seus grandes corredores com painéis de vidro dão a sensação de amplitude 
no interior, causando um ar de liberdade aos pacientes e até mesmo aos 
funcionários. As aberturas são formadas por painéis de vidro fixo e móveis 
permitindo a incidência de luz natural para o interior da construção. 
 
Área de Circulação 
Fonte: JDSA 
45 
 
 9.2. Centro Psiquiátrico e Lar de Idosos - Bolzano (BZ), Italia 
 
Fachada Principal 
Fonte: Divisare 
 A edificação é um centro de reabilitação psiquiátrica e ainda conta com uma 
unidade de habitação para idosos. É um projeto da Modus Architects da Itália e 
apesar de funcionar como uma forma de unidade de saúde, suas características 
arquitetônicas são de edifícios residenciais e sua localização é em uma zona 
residencial. O prédio é composto por dois blocos de 3 andares que são ligados por 
um pátio interno. Observa-se que a maior parte de aberturas está situada na lateral 
da obra, afim de garantir a privacidade dos pacientes, deixando a fachada mais livre, 
com poucas aberturas. A visão do pátio interno é valorizada através de painéis de 
vidro, que também é uma maneira de aproveitar ao máximo a iluminação natural 
para dentro dos ambientes. 
 
Pátio Interno 
Fonte: Divisare 
46 
 
 O térreo funciona como um embasamento, é onde o edifício de une e 
aparenta ser um só, a separação dos blocos só nota a partir do andar seguinte. 
 
Planta Baixa Térreo 
Fonte: Divisare 
 
47 
 
 A ligação entre os dois blocos pode ser notada também nos outros andares, 
de forma mais discreta do que no térreo. 
 
Pátio Interno 
Fonte: Divisare 
 No primeiro, segundo e terceiro pavimentos é observada a mudança que 
ocorre da planta baixa do térreo, onde o prédio fica dividido em dois blocos, ligados 
por uma área externa em comum. 
 
Planta Baixa Primeiro Pavimento 
Fonte: Divisare 
48 
 
 
Planta Baixa Segundo Pavimento 
Fonte: Divisare 
 
Planta Baixa Terceiro Pavimento 
Fonte: Divisare 
 Em seu interior é notado a presença de grandes painéis de vidro que dão 
vista para a área externa, e permite grande incidência de luz natural pra dentro da 
edificação. A circulação vertical é feita por uma escada com guarda-corpo todo em 
vidro, da escada é possível visualizar a área externa por causa dos painéis de vidro 
que a acompanham. 
49 
 
 
Fonte: http://divisare.com/ 
Acesso: 19/05/2015 às 01:04 
 
Sala de estar/ quarto 
Fonte: Divisare 
 As cores predominantes em sua estrutura interna são os tons pastéis, sendo 
apenas alguns detalhes em cores fortes, como visto na imagem acima, o uso da 
madeira é bem intenso, em móveis, janelas, e pisos. 
 A partir da planta de implantação/situação, pode-se perceber melhor como 
funciona a volumetria da edificação, no térreo não é perceptível a separação dos 
blocos, apenas nos demais andares, onde a ligação entre um bloco e outro é feito 
através de pátios externos. 
50 
 
 
Planta de Situação 
Fonte: Divisare 
 
 Através do corte é possível observar a predominância de aberturas. 
 
Corte AA' 
Fonte: Divisare 
 
 
 
 
 
51 
 
 9.3. Comparativo Crítico 
 
Hospital Psiquiátrico Helsingør Centro Psiquiátrico e Lar de Idosos - Bolzano 
Fonte: JDSA Fonte: Divisare 
 
 A principal diferença vista claramente entre as duas obras é o meio físico em 
que estão instaladas, uma num ambiente afastado da cidade inserido na natureza, 
características típicas de SPA, pois é um ambiente calmo e apropriado para quem 
procura relaxar. A outra é inserida num meio totalmente rural em área 
predominantemente residencial, que geralmente é um local mais tranquilo com 
movimento regular durante o dia e a noite sem muita agitação, um local ideal para 
que os pacientes possam ser inseridos na sociedade e possam relaxar. 
 A composição formal é bem diferenciada, uma delas tem o centro como ponto 
focal e a partir dele surgem as alas, e a outra são duas formas que possuem uma 
certa ligação, o centro é visto apenas como uma ponte de transição de um lado para 
o outro. Ambas possuem painéis de vidro, porém de formas e tamanhos diferentes, 
que dão vista para os pátios internos e por isso possuem grande incidência de luz 
natural no interior das edificações. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Esquema feito pela autora 
 
52 
 
10. Referências gerais 
 10.1. Unidade psiquiátrica adulta deCraigavon – Reino Unido 
 
Fachada Principal 
Fonte: Heron Bros 
É conhecido como The Unit Bluestone, o projeto foi desenvolvido por David 
Morley Architects, de Londres, onde umas das principais características é o uso de 
pátios jardinados. Foi projetado para ser acolhedor com forte ênfase na legibilidade 
para usuários e visitantes 
 
Vista Lateral 
Fonte: Michael Nugent 
53 
 
 A edificação foi projetada com divisão em alas. O edifício principal possui a 
forma retangular, que se conecta a uma ala em formato de semi círculo que dão 
acesso as alas de dormitório,que são divididas em quatro, com três destinadas à 
adultos e uma para idosos O formato côncavo da planta permite que todos os 
ambientes tenham visão voltada para os jardins que circundam a edificação. 
 
Planta de Implantação 
Fonte: Open Buildings 
 O seu interior conta com a presença de cores claras, juntamente com o uso 
da madeira, e painéis de vidro, que permitem maior aproveitamento da iluminação 
natural 
 
Àrea de Circulação 
Fonte: Michael Nugent 
54 
 
11. Programa de necessidades 
 O programa conta com um total de 240 pacientes e 40 funcionários de ambos 
os sexos. 
 
 Almoxarifado - 14 m² 
 Sala administrativa - 17 m² 
 Banheiro - 14 m² 
 Copa - 10 m² 
 Cozinha industrial - 89 m² 
 Depósito de material de limpeza 
(DML) - 4 m² 
 Enfermaria clínica - 39 m² 
 Farmácia - 15 m² 
 Posto de Enfermagem - 11 m² 
 Recepção/Sala de espera - 91 
m² 
 Refeitório - 105 m² 
 Rouparia - 4 m² 
 Sala de utilidades - 5 m² 
 Sanitário - 2,5 m² 
 Vestiário de funcionários 
masculino - 19 m² 
 Vestiário de funcionários 
feminino - 38 m² 
 Guarda maca e cadeira de 
rodas - 9 m² 
 Sala do médico plantonista - 12 
m² 
 Sala de educação e saúde - 35 
m² 
 Consultório - 12m² 
 Posto de enfermagem - 15 m² 
 Sala de jogos - 45m² 
 Sala de reuniões - 12 m² 
 Sala de música - 52 m² 
 Garagem - 1115 m² 
 Sala de pintura - 26 m² 
 Sala de artesanato - 48 m² 
 Sala de tv - 51 m² 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
12. Referências 
BERTOLETTI, Roberta - Uma contrubuição da arquitetura para a reforma 
psiquiátrica: estudo no residencial terapêutico Morada São Pedro em Porto Alegre. 
Roberta Bertoletti - Programa de pós graduação em arquitetura, 29 de junho de 2011 
FONTES, Maria Paula Zambrano - IMAGENS DA ARQUITETURA DA SAÚDE 
MENTAL: Um Estudo sobre a Requalificação dos Espaços da Casa do Sol, Instituto 
Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, Janeiro de 2003 
HELIX, Forensic Psychiatric Clinic of Stockholm / BSK Arkitekter, 15 Dec 2012 
PAULIN, Luiz Fernando; TURATO, Egberto Ribeiro - Antecedentes da reforma 
psiquiátrica no Brasil: As contradições dos anos 1970. In: História, ciência, saúde-
Manguinhos. 11 (2), 2004. Recuperado em 20 de maio de 2012, da SciELO 
(Scientific Eletronic Library OnLine): www.scielo.com.br 
S A N A R E, Sobral, v.10, n.1, p.28-34, jan./jun. 2011 - DO AMBIENTE 
MANICOMIAL AOS SERVIÇOS SUBSTITUTIVOS: A EVOLUÇÃO NAS PRÁTICAS 
EM SAÚDE MENTAL 
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psiquiátrica sob o olhar da psicologia ambiental - Programa de Pós Graduação em 
Arquitetura e Urbanismo, 2008. 
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profile-3801 - Acesso: 23/04/15 às 09:04 
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Planalto - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm - Acesso: 
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Ub - http://www.ub.edu/geocrit/aracne/aracne-123.htm - Acesso: 17/05/2015 às 
10:13 
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fechamento-juquery-agoniza-e-ve-funcionarios-virarem-pacientes.html - Acesso: 
02/05/2015 às 18:09 
Welcome to ports mouth - 
www.welcometoportsmouth.co.uk/royal_garrison_church_old_portsmouth.html - 
Acesso: 16/05/2015 às 21:39

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