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TCC1_ALDRE_GIULIANE_FERREIRA_BARBOSA

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LUZ À VIDA:
MATERNIDADE
&
CENTRO DE BEM-ESTAR
LAGUNA-SC,2021
UMA PROPOSTA PARA:
Balneário Camboriú/SC
Aldre Giuliane Ferreira Barbosa
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC 
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA REGIÃO SUL - CERES 
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAGUNA 
2021
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC 
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA REGIÃO SUL - CERES 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
LUZ À VIDA: PROPOSTA DE MATERNIDADE E CENTRO DE BEM-ESTAR 
PARA A CIDADE DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ- SANTA CATARINA. 
ALDRE GIULIANE FERREIRA BARBOSA 
ALDRE GIULIANE FERREIRA BARBOSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Graduação em Arquitetura 
e Urbanismo do Centro de Educação 
Superior da Região Sul da Universidade do 
Estado de Santa Catarina como requisito 
parcial para obtenção do grau de Bacharel 
em Arquitetura e Urbanismo. 
Orientadora: Profa.Esp. Liriane Baungratz 
Coorientador:Prof.Me Erick Vicente 
 
 
 
 
LAGUNA 
2021 
 
 
LUZ À VIDA: PROPOSTA DE MATERNIDADE E CENTRO DE BEM-ESTAR 
PARA A CIDADE DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ- SANTA CATARINA. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus, por ter escrito esse caminho em minha vida 
de modo que me fez perceber o quanto serei feliz na profissão. Aos meus pais, 
Clemente e Regina por possibilitarem os meus estudos e por me darem todo o apoio 
necessário ao longo do curso. Aos meus familiares, amigos e colegas de faculdade, 
que sempre estiverem comigo nessa jornada, seja através de uma ligação, palavras 
confortantes e apoio emocional. 
Não poderia deixar de agradecer ao Movimento dos Focolares, minha segunda 
família, que esteve presente em cada momento da minha jornada na universidade 
através de conforto, amor e carinho. 
Um agradecimento especial à iDealize Júnior e a todas as pessoas da empresa 
que passaram pelo meu caminho, sem dúvida, tiveram um papel importantíssimo no 
meu crescimento pessoal e profissional. Ao Movimento Empresa Júnior, que me 
ensinou grandes preciosidades que me deram a oportunidade de evoluir. 
Também agradeço a todo o corpo docente do CERES, em especial as 
professoras Gabriela Morais e Danielle Benício por disponibilizarem arquivos que me 
ajudaram na produção deste trabalho, além de tempo para orientação e palavras de 
afeto. 
Com carinho, deixo meu agradecimento a minha orientadora, professora Liriane 
Baungratz, que me ajudou nessa jornada com conhecimento prático, com palavras e 
apoio emocional. Ao meu coorientador Erick Vicente por ter se disponibilizado a me 
auxiliar na construção deste trabalho trazendo conteúdos essenciais para a 
elaboração do mesmo. 
A Casa Angela, O Escritório Zanetinni e a minha mãe, Regina Maris, por terem 
me disponibilizado materiais, imagens, experiências e conhecimento técnico para as 
análises presentes neste trabalho. 
 Por fim, agradeço a vida, que me deu oportunidade de me ensinar a persistir 
e não desistir dos meus sonhos mesmos nos momentos mais difíceis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, 
construção concebida com o propósito primordial 
de ordenar e organizar o espaço para determinada 
finalidade e visando a determinada intenção. 
(COSTA, Lúcio, 1940. Considerações sobre arte 
contemporânea) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O Brasil é um dos países que mais realiza partos cesarianos no mundo, 
apresentando uma taxa superior a 50% enquanto, segundo a Organização Mundial 
da Saúde (OMS), à taxa ideal seria de 15%. Trazendo para o contexto catarinense, 
Balneário Camboriú é uma das cidades da mesorregião do vale do Itajaí que mais 
realiza partos cesarianos, visto que também atende as cidades de Itapema e 
Camboriú. Porém, com a utilização da internet no dia a dia possibilitou às gestantes 
acesso a informações de maneira rápida e fácil. Com isso, o parto natural, dentro de 
casa ou em locais que possuam uma característica acolhedora e humanizada, 
passam a ser uma opção para as gestantes. De toda forma, esses espaços não são 
provenientes de infraestrutura suficiente para acolher as gestantes de médio e alto 
risco, uma vez que estas precisam de auxílio hospitalar. A partir desta questão, a 
promoção da ambiência nos espaços e a possibilidade de a mulher trilhar o caminho 
gestacional em um único edifício traz a concepção da arquitetura hospitalar 
humanizada, trazendo a gestante, o acompanhante e o neonato como parte principal 
para criação de espaços confortáveis. Dessa forma, o trabalho tem como objetivo 
elaborar o partido arquitetônico para proposição de um espaço materno-infantil que 
atenda a necessidade das gestantes e puérperas de forma humanizada. Para isso, 
elaborou-se a revisão teórica do assunto, visando o entendimento da ambiência 
hospitalar e das legislações necessárias para a construção de uma maternidade e 
centro de bem-estar. Além disso, projetos de correlato e estudo de caso foram 
analisados nos diversos âmbitos (centro de parto normal, maternidades e hospital 
infantil) de modo a auxiliar na proposta. Através das diretrizes projetuais e análises 
previamente feitas, a área e o lote da proposta foram escolhidos. Por fim, de acordo 
com todos os estudos e análises, lançou-se o partido arquitetônico baseado nas 
diretrizes e estratégias projetuais, colaborando para a elaboração do anteprojeto no 
Trabalho de Conclusão de Curso 2 (TCC2). 
 
Palavras-chave: Arquitetura e Urbanismo. Arquitetura Hospitalar. Maternidade e 
Centro de bem-estar. Balneário Camboriú-SC 
 
ABSTRACT 
 
Brazil is one of the countries that most perform cesarean deliveries in the world, 
presenting a rate higher than 50%. According to the World Health Organization (WHO), 
much this rate is much higher than the ideal rate of 15%. Bringing to the context of 
Santa Catarina, Balneário Camboriú is one of the cities in the mesoregion of the Itajaí 
Valley that performs more cesarean deliveries, since it also serves the cities of Itapema 
and Camboriú. However, the use of the internet daily enabled pregnant women to 
access information quickly and easily. As a result, natural childbirth, indoors or in 
places that have a welcoming and humanized characteristic, become an option for 
pregnant women. In any case, these spaces do not come from sufficient infrastructure 
to accommodate pregnant women of medium and high risk, since they need hospital 
assistance. Based on this issue, the promotion of ambience in spaces and the 
possibility for women to walk the gestational path in a single building brings the 
conception of humanized hospital architecture, bringing the pregnant woman and the 
newborn as the main part for creating spaces. Thus, the work aims to elaborate on the 
architectural structure to propose a maternal and child space that meets the needs of 
pregnant women and postpartum women in a humanized way. For this purpose, a 
theoretical review of the subject was elaborated, aiming at understanding the hospital 
environment and the necessary legislation for the construction of a maternity hospital 
and a well-being center. In addition, correlate projects and case studies were analyzed 
in different areas (normal birth center, maternity hospitals, and children's hospital) to 
assist in this project. Through the design guidelines and analyzes previously made, the 
area of the project was chosen. Finally, according to all studies and analyzes, the 
architectural structure was launched based on design guidelines and strategies, 
collaborating for the elaboration of the preliminary project in Course Conclusion 
Report/Activity 2 (“Trabalho de Conclusão de Curso 2” - TCC2). 
 
Keywords: Architecture and Urbanism. Hospital Architecture. Maternity and Wellness 
Center. Balneário Camboriú-SC 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 8 
1.1 CARACTERIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ............................................ 8 
1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 10 
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................... 12 
1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................ 12 
1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................... 12 
1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................... 12 
2 O AMBIENTE DE NASCER ....................................................................... 13 
2.1 A EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS EM CONJUNTO COM A MEDICINA......... 14 
2.2 A HUMANIZAÇÃO DO AMBIENTE HOSPITALAR ..................................... 15 
2.3 AS LEGISLAÇÕES PARA O AMBIENTE HOSPITALAR ............................ 18 
3 ESTUDOS DE CORRELATOS E CASO.................................................... 20 
3.1 HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA MARIA, SÃO PAULO / SP ............. 20 
3.1.1 Ficha técnica ............................................................................................. 20 
3.1.2 Aspectos contextuais .............................................................................. 20 
3.1.3 Aspectos formais ..................................................................................... 20 
3.1.4 Aspectos construtivos ............................................................................. 21 
3.1.5 Aspectos funcionais ................................................................................ 22 
3.2 EKCHAI CHILDREN HOSPITAL, TAILÂNDIA ............................................ 26 
3.2.1 Ficha técnica ............................................................................................. 26 
3.2.2 Aspectos contextuais .............................................................................. 26 
3.2.3 Aspectos formais ..................................................................................... 26 
3.2.4 Aspectos construtivos ............................................................................. 26 
3.2.5 Aspectos funcionais ................................................................................ 27 
3.2.6 Aspectos bioclimáticos............................................................................ 27 
3.3 CENTRO DE PARTO HUMANIZADO:CASA ANGELA, SÃO PAULO/SP ... 28 
3.3.1 Ficha técnica ............................................................................................. 28 
3.3.2 Aspectos contextuais .............................................................................. 28 
3.3.3 Aspectos formais ..................................................................................... 28 
3.3.4 Aspectos construtivos ............................................................................. 29 
3.3.5 Aspectos funcionais ................................................................................ 30 
3.3.6 Aspectos bioclimáticos............................................................................ 31 
3.4 HOSPITAL MUNICIPAL MATERNIDADE DR. MARIO DE MORAES 
ALTEBFELDER SILVA, SÃO PAULO/SP .................................................................. 34 
3.4.1 Aspectos formais ..................................................................................... 34 
3.4.2 Aspectos construtivos ............................................................................. 34 
3.5 SÍNTESE CRÍTICA DOS ESTUDOS DE CORRELATOS E CASO ............. 35 
4 LEVANTAMENTOS E DIAGNÓSTICO ...................................................... 36 
4.1 CIDADE ...................................................................................................... 36 
4.2 LEVANTAMENTO/CONTEXTO URBANO ................................................. 37 
4.2.1 Área de estudo .......................................................................................... 37 
4.2.2 Infraestrutura e os pontos de interesse ................................................. 39 
4.2.3 Gabarito ..................................................................................................... 39 
4.2.4 Usos do solo ............................................................................................. 40 
4.2.5 Espaços construídos e não construídos ................................................ 41 
4.2.6 Sistema viário ........................................................................................... 41 
4.3 LEVANTAMENTO/CARACTERIZAÇÃO BIOCLIMÁTICA .......................... 42 
4.4 LEVANTAMENTO/LEGISLAÇÃO VIGENTE .............................................. 43 
4.5 DIAGNÓSTICO/SÍNTESE CRÍTICA ........................................................... 44 
5 DIRETRIZES PROJETUAIS ...................................................................... 46 
5.1 CONCEITO ................................................................................................. 46 
5.2 MATRIZ DE RELAÇÕES ............................................................................ 46 
5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES ............................................................ 46 
5.4 FLUXOGRAMA .......................................................................................... 47 
5.5 ORGANOGRAMA ...................................................................................... 47 
5.6 MALHA ESTRUTURAL .............................................................................. 47 
5.7 EVOLUÇÃO DA FORMA ............................................................................ 48 
5.8 IMPLANTAÇÃO .......................................................................................... 48 
5.9 SETORIZAÇÃO .......................................................................................... 48 
5.10 PRINCIPAIS SOLUÇÕES ADOTADAS ...................................................... 49 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 50 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51 
APÊNDICES ............................................................................................................. 55 
 
8 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A chegada de uma nova vida é um momento muito importante na vida de uma 
família, por isso, a humanização do parto se diz não somente do respeito à mulher, 
mas também de um direito quando se aborda aspectos legais. Segundo o programa 
nacional de Humanização da Assistência Hospitalar – PNHAH - humanizar significa 
aceitar a necessidade de resgate da articulação dos aspectos subjetivos 
indissociáveis dos aspectos físicos e biológicos. Além disso, O Ministério da Saúde 
diz que toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que esta seja 
realizada de forma humanizada e segura, de acordo com os princípios gerais e 
condições estabelecidas na prática médica. 
Por isto, este trabalho de conclusão de curso (TCC) constitui uma pesquisa 
relacionada à arquitetura hospitalar, especificamente sobre o ambiente de nascer, que 
dará base para uma proposta arquitetônica de uma maternidade humanizada com 
centro de apoio à gestante e ao neonatal em Balneário Camboriú, Santa Catarina. 
Assim, neste capítulo, apresenta-se o tema e problema, a justificativa, os objetivos e 
os procedimentos metodológicos utilizados para a realização deste trabalho. 
 
1.1 CARACTERIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA 
 
No histórico da humanidade, o parto normal esteve sempre presente. Segundo 
estudos mais antigos a mulher tinha não possuía amparo e com isso acabou 
entendendo sobre como cuidar de si e do recém-nascido, mesmo assim a taxa de 
mortalidade materna já era alta. Assim,segundo Ana Tanaka, obstetra, o parto 
cesáreo ganhou forças a partir da segunda metade do século XX, pois existia um novo 
conceito de assepsia relacionado ao parto e ao ambiente hospitalar. 
O Brasil, ocupa a posição de um dos países que mais realiza cesáreas no 
mundo. Segundo o Ministério da Saúde, em 2016, em cerca de 55% dos partos foram 
realizadas cesarianas, enquanto o número ideal, segundo a Organização Mundial de 
Saúde (OMS) seria de no máximo 15%. O que faz com que os números permaneçam 
altos é a existência de uma cultura relacionada ao parto cesariano, na qual as 
mulheres acreditam no bem próprio uma vez que é um parto mais rápido e menos 
dolorido. Segundo Moura, médica obstetra do Hospital Universitário de Brasília, em 
sua entrevista dada ao Senado Federal em 2018, existe uma epidemia de cesarianas 
9 
 
 
no Brasil, que muitas vezes são relacionadas ao poder convencedor dos médicos, por 
conta da praticidade. 
Santa Catarina, não se encontra entre um dos estados que mais realiza 
cesáreas no Brasil, mas ainda assim, traz números preocupantes. Na cidade de 
Balneário Camboriú, segundo os dados do Ministério da Saúde, em 2017, 
aproximadamente 52% dos partos realizados foram cesarianas, sendo que na região 
é a cidade que mais realiza partos cesarianos, seguida de Itapema e Camboriú. 
Atualmente, com a quantidade e facilidade de informações a mentalidade das 
mulheres acaba retornando ao fato de fazer acontecer o parto dentro da própria casa 
ou em ambientes que tenham essa característica acolhedora, como é o caso dos 
Centros de Parto Normal (CPN)1, uma vez que se sentem seguras e confiantes para 
ter o bebê nesses locais. Isso tem se dado também, pelas instruções de profissionais 
da área da saúde sobre a humanização do parto e o bem-estar tanto da mãe quanto 
do bebê. 
Porém, os CPN, além de não poderem acolher todas as mães pois não 
possuem estrutura física no local para prosseguir o parto caso aconteça alguma 
intercorrência, acabam atendendo somente as gestantes de baixo risco. Além disso, 
ainda existe um certo receio de algumas mães por não estarem em um ambiente com 
total estrutura. 
Diante da falta de espaços acolhedores como as casas de parto na região do 
litoral norte de Santa Catarina e na visão de conseguir acolher mais gestantes em um 
local que proporcione confiança e aconchego para esse momento tão especial na vida 
de uma família, propõe-se essa pesquisa que fundamenta a implantação de uma 
maternidade com centro de bem-estar. O intuito dessa proposta é que atenda 
gestantes de baixo, médio, e alto risco e que traz um viés diferente das maternidades 
tradicionais, uma vez que visa o fato da família se sentir acolhida mesmo estando em 
um ambiente hospitalar. O centro de bem-estar tem por objetivo acolher as outras 
fases da gestação, que são o pré-parto e o pós-parto. 
Sendo assim, a proposta é incluir no atendimento ambulatorial, um espaço com 
fisioterapia pélvica, estética, academia, consultas médicas, nutricionista, atendimento 
 
1 Os CPN, popularizados também como Casas de Parto, segundo o Ministério da Saúde, são locais 
para o atendimento à mulher e ao recém-nascido no momento do parto e do nascimento, oficializados 
pela portaria nº11 de 7 de janeiro de 2015. 
 
10 
 
 
psicológico, auditório para realização de cursos de capacitação e palestras, capela, 
dentre outros espaços que serviriam tanto para a mãe, quanto para o recém-nascido 
no momento do pós-parto. 
 
Figura 1 – Cesáreas no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Gráfico elaborado pela autora com base nos dados do SINASC/DATASUS (2020) 
 
 
Figura 2 – Porcentagem de partos normais no litoral norte 
 
 
Fonte: Gráfico elaborado pela autora com base nos dados do DATASUS (2020) 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
 
Considerando a problemática acima exposta, ainda devemos ressaltar que, a 
situação dos hospitais da região de Balneário Camboriú, de acordo com o DATASUS, 
e os parâmetros do Ministério da Saúde, se encontram com o número de leitos 
hospitalares obstétricos suficientes para acolher as gestantes de Balneário Camboriú 
11 
 
 
e Itapema2). Porém, deve-se levar em consideração que além de Balneário Camboriú 
e Itapema a cidade ainda acolhe gestantes de outros munícipios próximos, como é o 
caso de Camboriú por conta do fácil acesso, proximidade e infraestrutura que a cidade 
oferece. Nesse quesito destaca-se a abrangência de atendimento dos hospitais da 
região, uma vez que também atendem outras cidades, fazendo com este raio seja 
maior do que cinco quilômetros e por mais que as cidades sejam próximas, a distância 
a se percorrer ainda é considerável, ficando entre Itapema (Bairro do Centro) e a 
maternidade mais próxima (Hospital municipal Ruth Cardoso) uma distância de pelo 
menos 14 km. 
Com isso, ressaltamos que as cidades em épocas de veraneio recebem muitos 
turistas, o que faz com que as vias fiquem adensadas com veículos dificultando a 
chegada das mulheres à maternidade. 
Outro fator se dá pela questão da hospitalidade e infraestrutura dos ambientes 
hospitalares. Segundo, Marina Vieira, Mestra em turismo e hotelaria, através de uma 
pesquisa feita em 2018, o Hospital Municipal, Ruth Cardoso, possui itens relacionados 
à infraestrutura que precisam ser melhorados. Segundo a coordenadoria do hospital 
iluminação artificial é feita com lâmpadas amarelas, o que faz com que o ambiente 
não seja completamente adequado. Segundo Fábio Bitencourt, em ambientes como 
o centro obstétrico, em que o trabalho de parto pode demorar muitas horas, as 
condições de iluminação natural impactam não somente no conforto do espaço e na 
funcionalidade, como também no ciclo circadiano. 
Além disso, foi relatado que em alguns espaços a acessibilidade acaba sendo 
restrita, porém, isso não é adequado uma vez que acessibilidade é obrigatória por 
norma em Espaços Assistenciais de Saúde. A ventilação natural também foi relatada 
como um ponto a ser melhorado, no caso do ambiente hospitalar a ventilação natural 
contribui consideravelmente para a qualidade do ar. 
 Sendo assim trazendo para o contexto relacionado às fases da gestação, 
consegue-se perceber que o ambiente acolhedor é de extrema importância uma vez 
que está atrelado à humanização hospitalar e direito das gestantes segundo o 
Ministério da Saúde. Além disso, destaca-se que na cidade de Balneário Camboriú e 
região, não existe um espaço em que a gestante possa passar todo o ciclo 
gestacional, tendo também espaços para cuidados pessoais relacionados a saúde e 
 
2 Segundo a Secretaria de Saúde municipal, o hospital da cidade não possui leitos obstétricos, o que 
faz com que as gestantes tenham que se dirigir ao Hospital Municipal de Balneário Camboriú. 
12 
 
 
bem-estar. 
Visando atender o maior número de gestantes da região em todas as fases da 
gestação, desde o momento do pré-parto até o momento do pós-parto, justifica-se a 
criação de uma maternidade com centro de bem-estar (em conformidade com as 
normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA). Em concomitância, 
assegura-se que as gestantes tenham os direitos atendidos, tal como postulados pela 
OMS. Por isso, destaca-se a relevância desta pesquisa, ao oferecer estudos que 
embasem a proposta de espaços para a geração da vida em obediência às distintas 
legislações e, sobretudo, na disponibilização de ambientes para que as mulheres se 
sintam confiantes, ainda que estejam em uma instituição hospitalar. 
 
1.3 OBJETIVOS 
 
A seguir apresentam-se os objetivos geral e específicos. 
 
1.3.1 Objetivo geral 
 
Elaborar o partido arquitetônico para proposição de um espaço materno-infantil 
que atenda a necessidade das gestantes e puérperas de forma humanizada. 
 
1.3.2 Objetivos específicos 
 
a) Fundamentar através conceitos e teorias os espaços materno-infantis.; 
b) estudar projetos referenciais que contemplem espaços de pré e pós-parto; 
c) analisara área urbana de implantação do espaço materno-infantil na cidade 
de Balneário Camboriú; 
 
1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Diante dos objetivos definidos anteriormente, faz-se necessário adotar como 
procedimentos metodológicos: 
a) revisão de referenciais bibliográficos, tais como livros, trabalhos acadêmicos 
e artigos; 
b) análise documental sobre arquitetura hospitalar e os direitos das mulheres 
13 
 
 
gestantes e puérperas; 
c) pesquisa e análise de projetos referenciais através de diagramas gráficos 
que abordem o espaço materno-infantil e centros de bem-estar e o programa 
de necessidade desses espaços; 
d) análise documental e levantamentos fotográficos do Centro de Parto 
Humanizado – Casa Ângela, São Paulo/SP, a fim de identificar e analisar a 
correta organização do espaço de acolhimento à parturiente; 
e) realização de levantamentos do terreno e do contexto urbano de proposição 
da maternidade e centro de bem-estar; 
f) elaboração de conceito, programa, fluxograma, setorização, pré-
dimensionamento, diretrizes projetuais e partido, através de diagramas e 
gráficos textuais. 
Diante de todos os procedimentos expostos, apresenta-se em seguida a 
revisão teórica e/ou histórica do tema, estudo de caso e correlatos, levantamentos e 
diagnósticos do contexto de implantação da proposta e diretrizes projetuais para a 
elaboração da maternidade e centro de bem-estar na cidade de Balneário Camboriú. 
 
2 O AMBIENTE DE NASCER 
 
Inicialmente, no século XVI, os partos eram realizados em casa. É importante 
destacar que os homens não acompanhavam as mulheres neste momento, ou seja, 
os quartos eram ocupados somente por mulheres até que acontecesse o nascimento 
e a criança fosse levada para ser apresentada ao pai. O modelo de dar à luz em casa 
na presença de uma parteira se deu, até meados do século XX. 
 
“O Hospital que posteriormente se consolida na obstetrícia norte-americana, 
é visto como uma indústria de alta tecnologia para a produção de bebês 
perfeitos, levando às necessidades crescentes de incorporações 
tecnológicas no ambiente de nascer” (BITENCOURT,2008). 
 
É importante ressaltar que, com relação ao nascimento, existe uma variação 
cultural entre os povos e em cada uma dessas variações se encontra um tipo de 
configuração relacionado ao parto. Isso faz com que o ambiente de nascer 
acompanhe essas configurações e consequentemente, possíveis mudanças. Por 
exemplo, o Brasil é um dos países que mais realiza partos cesarianos no mundo, 
14 
 
 
diferente do continente Africano, que segundo a OMS é um dos países que menos 
realiza cesáreas, estando com uma taxa menor que 8%. 
Porém, mesmo com essas diferenças, a “medicalização” do parto e 
consequentemente o aumento do número de cesáreas em vários países do mundo, 
fez com que houvesse uma “banalização” nessa cultura específica de cada país 
relacionado ao parto, fazendo com que a cesariana virasse um tipo comum de parto, 
podendo as mães escolherem entre fazer ele ou um parto normal, ao invés de ser 
somente um parto emergencial. 
A partir disso, o espaço hospitalar foi acompanhando as mudanças que 
ocorriam no mundo da medicina fazendo com que ao longo do tempo o conceito de 
“humanizar” o ambiente hospitalar fosse perdido. Isso porque o hospital acabou 
virando um ambiente de “comercialização”, ou seja, era melhor ter mais pacientes 
fazendo cesarianas em um curto espaço de tempo do que mais mulheres optando 
pelo parto natural com uma permanência maior. 
 
2.1 A EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS EM CONJUNTO COM A MEDICINA 
 
Segundo Fábio Bitencourt (2008, p.34 apud MUSÉE, 2002, p.75-84), até 
meados do século XIX o hospital não era muito utilizado para o momento do 
nascimento, era mais habitual que as parteiras fossem até a casa da parturiente e o 
procedimento fosse realizado na própria casa. 
Porém, o parto domiciliar não possuía insumos para possíveis intercorrências 
médicas o que acabou causando altas das taxas de mortalidade materna. Sendo 
assim, os médicos começaram a questionar sobre o processo do nascimento, agindo 
para colocar seus conhecimentos dentro do ambiente obstétrico que até então, tinha 
as parteiras como protagonistas. Essa situação fez, com que aos poucos os partos 
fossem transferidos para o hospital. Sendo assim, ao final do século XVIII, na França, 
espaços destinados à maternidade começaram a surgir. 
A partir disso o número de cesarianas começou a crescer. Nos estudos da OMS 
apresentados na “Conferência sobre tecnologia apropriada para o parto”, percebeu-
se que em países que possuem um modelo de atenção médica altamente 
medicalizado a taxa de cesarianas tende a aumentar, consequentemente os hospitais 
são maiores e possuem maior infraestrutura. 
 A consolidação do espaço materno-infantil se dá somente a partir do século 
15 
 
 
XIX, sendo que, segundo Bitencourt (2008, p.36 apud MUSÉÉ, 2001) nos EUA um 
grande número de unidades obstétricas foi construído entre 1940 e 1970. No Brasil, 
segundo Vosne (2005) o parto hospitalar começou a ser recorrente na década de 60. 
Após os anos 2000, o Sistema Único de Saúde (SUS) começa a criar políticas 
públicas para a humanização do parto. Em paralelo a isso algumas enfermeiras 
aderem ao movimento e começam a prestar assistência ao parto em casa, ou até 
mesmo em um ambiente específico, onde seriam as futuras casas de parto, ou, como 
conhecidos atualmente Centros de Parto Normal. 
Porém, com quantidade de tecnologia e facilidade de acesso à internet, a busca 
por informações ficou mais fácil fazendo com que as gestantes se atentem a possíveis 
ambientes que não respeitam os seus direitos. Além disso, por conta da alta taxa de 
violência obstétrica que acontece nos hospitais a busca por partos humanizados tem 
aumentado. Deve-se lembrar que esse é um momento ímpar na vida de uma família, 
por isso o cuidado é fundamental. 
Por conta disso, o desejo do parto em casa, ou em centros de parto normal 
acabou aumentando, fazendo com que também aumentasse a procura por doulas, ou 
parteiras, como eram chamadas antigamente. 
Porém, muitas vezes o ambiente residencial não é adequado para o momento 
do parto, uma vez que a casa não possui espaços específicos para determinados tipos 
de emergência. Isso faz com que grávidas de médio e alto risco não tenham a 
oportunidade de dar à luz em casa, pois são grupos que precisam de infraestrutura no 
momento do parto e no pós-parto. 
Sendo assim, muitas acabam procurando as casas de parto, pois além de uma 
melhor infraestrutura tanto para mãe quanto para o acompanhante e recém-nascido, 
a gestante pode contar com apoio de uma doula, uma enfermeira obstétrica e na 
maioria das vezes de um pediatra. 
 
2.2 A HUMANIZAÇÃO DO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
É importante esclarecer que quando se fala de humanização do ambiente 
hospitalar se inclui a relação da humanização dos profissionais para com os pacientes, 
uma vez que o conceito de humanização está atrelado a forma como o paciente é 
atendido. Trazendo para o contexto das gestantes, as mesmas possuem os direitos 
de um parto humanizado, preconizados pela OMS que são: 
16 
 
 
 
• Respeitar a vontade da mulher e ter um acompanhante de sua escolha 
durante o trabalho de parto; 
• Monitorar o bem-estar físico e emocional durante todo o processo de 
atendimento; 
• Responder as informações e explicações solicitadas; 
• Permitir à mulher que ela caminhe durante o período de dilatação e adote 
a posição que desejar no momento da expulsão; 
• Orientar e oferecer métodos de alívio durante o trabalho de parto como: 
Massagens, banho morno e outras técnicas de relaxamento; 
• Permitir o contato pele a pele entre a mãe e o bebê e o início do aleitamento 
imediatamente após o nascimento.De acordo com o que foi citado acima observa-se que a arquitetura possui um 
papel muito importante para auxílio da humanização no ambiente hospitalar uma vez 
que tem o dever de criar espaços aconchegantes e ergonômicos para que tanto a 
gestante quanto o acompanhante e o futuro neonato se sintam confortáveis. 
Segundo Santos e Burstzyn (2004) os espaços que possuem jardins e áreas 
de convivência trazem uma sensação de bem-estar à paciente. Além disso, vários 
aspectos contribuem para que a sensação de ambiente hospitalar seja dissolvida, 
dentre eles: a iluminação natural, telhados verdes e a possibilidade de observação de 
outras famílias ajudam a fazer com que a sensação seja de estar em uma moradia 
com mobiliário confortável e aconchegante. 
Segundo Bitencourt, possibilitar espaços em que a gestante possa se sentir à 
vontade durante e após o parto também é essencial, por isso atentar-se a questão 
acústica é muito importante. Os níveis de ruído devem ser controlados não somente 
por questões normativas, mas também para que em uma situação de parto natural a 
gestante possa se sentir à vontade para reproduzir sons. Para que isso não seja 
propagado é necessária uma boa condição de conforto acústico, uma vez que o 
espaço comporta várias gestantes e cada uma merece ter sua individualidade. 
A mesma atenção se deve ao conforto no quesito visual. O desenho do espaço, 
os elementos que nele vão ter e a iluminação fazem com que a percepção espacial 
da pessoa mude completamente. Sobre o ambiente hospitalar é extremamente 
importante a defesa de iluminação natural através de janelas, o que também garante 
a boa qualidade do ar, mas principalmente, faz com que os pacientes tenham uma 
maior percepção do dia/noite fazendo com que o relógio biológico continue 
funcionando bem facilitando assim uma recuperação acelerada. Claro que, existem 
ambientes em que não é possível a circulação de ar natural por conta das normas e 
17 
 
 
da segurança, como é o caso do centro cirúrgico. Porém, isso não significa que a 
iluminação não deve estar adequada para as atividades que ali acontecem. 
A humanização hospitalar vai muito além das equipes, depende também do 
espaço, e o quanto ele acolhe o usuário. Coelho (2004), em sua participação no livro 
saúde e arquitetura, cita que existem alguns espaços que devem ser destacados por 
auxiliarem na questão da humanização das maternidades: 
• UTI neonatal aberta: A ideia de ter uma Unidade de Tratamento Intensiva 
aberta se dá a partir da valorização da presença dos familiares nesse 
momento da vida do neonato. Um recém-nascido muitas vezes exige 
cuidados específicos e por isso acabam ficando internados em uma UTI 
neonatal após o parto. É um momento delicado para os pais que também 
querem estar próximos ao neonato, sendo assim, a UTI neonatal aberta 
defende a ideia de recuperar a simplicidade que antes envolvia o ato de 
nascer, transformando a UTI neonatal em uma unidade interdisciplinar. 
(COELHO, 2004). 
• Sala de atividades: É um espaço em que são promovidas atividades físicas 
e educativas para as gestantes, muitas vezes a presença de diferentes 
profissionais, como por exemplo, educadores físicos, enfermeiras, médicos 
especialistas etc. é muito importante. O espaço auxilia no processo de 
gestação e faz com que as gestantes tenham a possibilidade de um parto 
mais estruturado. 
• Sala de atendimento diferenciada: São salas em que prestam o atendimento 
a mãe e/ou a população com serviços relacionados ao pré-parto, nascimento 
e pós-parto, oferecendo programas relacionados a amamentação, educação 
sexual e suporte a adolescentes. 
• Sala de relaxamento: Através de exercícios e equipamentos essa sala é 
essencial para auxiliar a gestante na hora do parto. É um local em que elas 
conseguem relaxar para diminuir a dor do trabalho de parto e auxiliar no 
processo de encaixe do bebê. 
Todos os espaços citados contribuem para um atendimento humanizado da 
gestante e para que se sinta em um ambiente acolhedor desde o momento do pré-
natal até o momento do pós-parto. 
A arquitetura serve como um grande auxílio para a humanização dos ambientes 
hospitalares. No caso das maternidades, o trabalho com o uso das cores e seus 
18 
 
 
significados podem fazer toda a diferença na hora de dar à luz, uma vez que a técnica 
de cromoterapia além de reduzir o custo com fármacos faz com que a gestante possa 
ter diferentes emoções e sentimentos ao longo do trabalho de parto. 
Além disso, segundo Fábio Bitencourt o desenho do espaço, os elementos 
funcionais e estéticos, a utilização de forma correta de iluminação natural e artificial, 
tudo vinculado ao conforto ambiental tem papel fundamental para a humanização dos 
ambientes de nascer. Ou seja, o desenho do ambiente deve manifestar a 
representação de que as demandas da parturiente são processos naturais. 
Ademais, ele também cita o quão importante é a visão das aberturas para o 
ambiente externo. De toda forma, isso deve ser feito com cuidado para respeitar a 
privacidade de todos as gestantes que utilizarão o centro obstétrico. 
Outra questão importante é a ergonomia dos espaços, a maioria dos 
profissionais de saúde pede para que a gestante permaneça em movimento para que 
o bebê consiga encaixar corretamente e mais facilmente na pelve, facilitando o 
trabalho de parto. Sendo assim, os aspectos de deambulação como procedimento 
complementar à qualidade do serviço de atenção ao parto e ao nascimento é uma das 
questões mais importantes a serem observadas na elaboração do projeto 
arquitetônico de centros obstétricos. 
 
“Refere-se, portanto, ao cuidado que se deve tomar para que a sua 
concepção promova a implantação de área de circulação que valorize e 
encoraje a atividade de andar” (BITENCOURT,2008). 
 
2.3 AS LEGISLAÇÕES PARA O AMBIENTE HOSPITALAR 
 
Quando se fala em Espaços Assistenciais a Saúde (EAS), independentemente 
de ser baixa, média ou alta complexidade, é necessário seguir algumas legislações 
para que o projeto seja aprovado diante a ANVISA. As normativas fazem parte de todo 
e qualquer tipo de projeto de qualidade de arquitetura. Os EAS merecem uma atenção 
específica, uma vez que se trata de ambientes propensos a algum tipo de infecção 
hospitalar e consequentemente risco de vida para os usuários. 
Segundo Bitencourt (2008), existem várias normas a serem seguidas para o 
projeto arquitetônico de um centro obstétrico. 
19 
 
 
Ainda de acordo com o autor a concepção de Gineceu3, o espaço da mulher, 
criada por Roberto Almendra de Almeida, deve permanecer como um conceito que a 
arquitetura pode oferecer para criar espaços materno-infantis confortáveis. Sendo 
assim, na Figura 3 apresenta-se as normas necessárias para a realização de um 
projeto de uma maternidade com centro de bem-estar. 
 
Figura 3 – Normativas para utilização neste trabalho 
Fonte: Elaborado pela autora com base nas normativas propostas. 
 
3 Conjunto do ambiente de circulação e das salas de parto do centro obstétrico. Espaço destinado a 
convivência, repouso e deambulação durante o trabalho de parto, provido de condições adequadas de 
conforto ambiental (BITENCOURT,2008). 
20 
 
 
3 ESTUDOS DE CORRELATOS E CASO 
 
Neste capítulo serão feitas análises que serviram de referencial para a 
elaboração da proposta desta pesquisa. 
 
3.1 HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA MARIA, SÃO PAULO / SP 
 
3.1.1 Ficha técnica 
 
• Projetado por Sérgio Luiz Salles de Souza juntamente com a equipe do ArqLab 
arquiteto. 
• Ano do projeto: 2017 
• Ano de conclusão da obra: 2018 
• Metragem do Terreno: 2.432,52 m² 
• Área Construída: 10.112,09 m² 
 
3.1.2 Aspectos contextuais 
 
O Hospital e Maternidade está situado no bairro Paraíso/SP, em uma rua 
transversal a Avenida Paulista, o que faz com que o entorno seja bastante diverso, 
estando cercado em sua maioria de edifícios institucionais, comerciais e residenciais. 
 
3.1.3Aspectos formais 
 
O Hospital foi adaptado a um edifício já existente. O volume é constituído por 
um bloco único (composto por 3 subsolos, Térreo, 7 pavimentos, Cobertura e Sala de 
Segurança) com um anexo somente no primeiro andar, acompanhando o formato do 
terreno. O edifício hospitalar possui 90 leitos, 04 salas de parto normal e 05 salas 
cirúrgicas, além de UTI, internação, ambulatório e ambientes de apoio. 
 
 
 
 
21 
 
 
Figura 4 – Edifício hospitalar adaptado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pereira (2018). Hospital e Maternidade Santa Maria/Arqlab. Acesso em 22 de março de 2021. Disponível em: 
https://www.archdaily.com.br/br/950589/hospital-e-maternidade-santa-maria-arqlab?ad_medium=gallery 
 
 
3.1.4 Aspectos construtivos 
 
Mesmo sendo um edifício existente, as intervenções para a construção do 
hospital foram mínimas. Na fachada principal, percebe-se a utilização de vidro 
estrutural (spider glass) causando uma boa percepção visual de interior x exterior, 
mais bem representada nas Figuras 5, 6 e 7. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
Fonte: Pereira (2018). Hospital e Maternidade Santa Maria/Arqlab. Acesso em 22 de março de 2021. Disponível em: 
https://www.archdaily.com.br/br/950589/hospital-e-maternidade-santa-maria-arqlab?ad_medium=gallery 
 
Nos espaços internos o vidro também foi bastante utilizado. Observa-se que, 
por exemplo, na parte de UTI neonatal e Quarto de isolamento neonatal (Figuras 8 e 
9) a presença deles, fazendo com que o conceito de UTI neonatal aberta seja real e 
os pais consigam estar em contato constante com os bebês. Além disso, a presença 
do inox e estruturas metálicas, juntamente com o uso de portas automatizadas faz 
com que a higienização do espaço se torne facilitada diminuindo os riscos de infecção 
hospitalar (Figura 10). 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pereira (2018). Hospital e Maternidade Santa Maria/Arqlab. Acesso em 22 de março de 2021. Disponível em: 
https://www.archdaily.com.br/br/950589/hospital-e-maternidade-santa-maria-arqlab?ad_medium=gallery 
 
3.1.5 Aspectos funcionais 
 
Por estar distribuído verticalmente, as circulações e fluxos do hospital acabam 
se tornando um pouco dificultadas. Por conta disso, os pavimentos foram divididos de 
forma a se tornarem o mais funcional possível, tanto para os pacientes quanto para 
os colaboradores. No pavimento térreo se encontra a parte de atendimento 
ambulatorial, onde se classificam os pacientes de acordo com o caso, se necessário 
a UTI está logo acima no primeiro pavimento. 
Figura 5 Figura 6 Figura 7 
Figura 8 Figura 9 Figura 10 
23 
 
 
No pavimento 2 a 7 se encontra a área de internação (olhar prancha 1- planta 
pavimento 2,3 e 4), que possui um espaço de berçário próximo aos quartos e próximo 
ao posto de enfermagem, facilitando cuidados e a humanização hospitalar. No 
pavimento 8 há uma grande área de UTI neonatal, o posto de enfermagem se localiza 
em uma área onde tem maior abrangência sob os leitos e a área de preparo de 
visitantes se localiza no espaço de forma a não se ter contato com os bebês antes da 
preparação (prancha 1- planta pavimento 8). No pavimento 9 se encontram os quartos 
PPP com a presença de banheiras e elementos que fazem com que a gestante tenha 
todas as opções para fazer com que o parto aconteça do modo como ela sonhou 
(Figura 11). Além disso, percebe-se como a ambiência hospitalar foi tratada através 
da iluminação focal e no teto (Figura 12). O quarto também possui maca específica 
para caso aconteça alguma intercorrência, não sendo necessário recorrer ao centro 
obstétrico, além de possuir espaços para auxílio ao recém-nascido permitindo a 
família que passe todo tempo com ele. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pereira (2018). Hospital e Maternidade Santa Maria/Arqlab. Acesso em 22 de março de 2021. Disponível em: 
https://www.archdaily.com.br/br/950589/hospital-e-maternidade-santa-maria-arqlab?ad_medium=gallery 
 
O centro obstétrico fica no último pavimento (olhar prancha 2 – planta 
pavimento 10). Isso se dá pelo fato de que as salas cirúrgicas precisam ter fácil acesso 
a manutenção, fazendo com que se tenha uma área técnica no pavimento acima não 
sendo necessário atrapalhar os fluxos hospitalares para possíveis manutenções. 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 Figura 12 
ESTUDO DE CORRELATO
1.9 HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA
MARIA,SÃO PAULO/SP
ÁREA DE ATENDIMENTO
AMBULATORIAL
PLANTA TÉRREO
RECEPÇÃO
1º PAVIMENTO
UTI ADULTO
ÁREA ADMINISTRATIVA
LEGENDA
ATENDIMENTO AO CLIENTE
PLANTA PAVIMENTO 2,3 e 4
POSTO DE ENFERMAGEM
INTERNAÇÃO
PLANTA PAVIMENTO 8 - UTI NEONATAL
ISOLAMENTO NEO
AMBIENTES DE APOIO
ÁREA TÉCNICA
UTI NEONATAL
NÚCLEO RÍGIDO
BERÇÁRIO
ÁREA VISITANTES
CIRCULAÇÃO SUJA
ADM
ALIMENTAÇÃO
PARENTERAL
FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA
FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA
FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA
24
PRANCHA 
01
1.9 HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA
MARIA,SÃO PAULO/SP
ESTUDO DE CORRELATO
PLANTA PAVIMENTO 9 - CENTRO DE
PARTO NORMAL
PLANTA PAVIMENTO 10 - CENTRO
OBSTÉTRICO
POSTO DE ENFERMAGEM
ASSISTÊNCIA AO
RECÉM NASCIDO
LEGENDA
ESPAÇO
COLABORADORES
QUARTOS PPP
LAVATÓRIO CIRÚRGICO
ACESSO LIMPO
SALA CIRÚRGICA
AMBIENTES DE APOIO
ÁREA TÉCNICA
NÚCLEO RÍGIDO
ÁREA DE ENFERMAGEM
CIRCULAÇÃO SUJA
RECUPERAÇÃO PÓS
ANESTÉSICA
1.9.6 ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS
FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA
FONTE: ESCRITÓRIO ARQLAB
FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA
FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA
Os ambientes foram voltados de modo a receberem o
máximo de iluminação e ventilação natural, para
trazer conforto aos pacientes sem prejudicar a
estética foram colocadas persianas nos ambientes de
modo que se pudesse controlar a iluminação (figura
A). A predominância dos ventos é sudeste e leste,
possibilitando a entrada de ventilação natural em boa
parte das áreas utilizadas pelos pacientes. De toda
forma condicionadores de ar também estão presentes
em todos os ambientes, mas a opção das janelas para
trazer ventilação natural é importante para trazer o
conceito de ambiência hospitalar e fazer com que
paciente continue tendo noção de tempo.
FONTE: ESCRITÓRIO ARQLAB
FIGURA A
FIGURA B
SEM ESCALA
25
PRANCHA 
02
26 
 
 
3.2 EKCHAI CHILDREN HOSPITAL, TAILÂNDIA 
 
3.2.1 Ficha técnica 
 
• Projetado pelo escritório S: CSB Co em conjunto com IF (Integrate Field) 
• Ano do projeto: 2017 
• Ano de conclusão da obra: 2019 
• Área Construída: 6.000 m² 
 
3.2.2 Aspectos contextuais 
 
O hospital está situado em Samut Sakhon, uma província da Tailândia situada 
a 40km da capital (Bangkok). O edifício se encontra em um entorno 
predominantemente institucional e comercial. 
 
3.2.3 Aspectos formais 
 
O volume da edificação é constituído por 5 pavimentos, de forma que a 
proposta foi mesclar o brincar infantil com aspectos da saúde. Por isso, no pavimento 
térreo e no primeiro pavimento percebe-se ao mesmo tempo áreas para brincar como 
playgrounds concomitantemente a consultórios, espaços para exame etc. Além disso, 
a diferença dos quartos se dá pelo nome de animais: baleia, coelho, leão e tartaruga. 
No teto se encontram desenhos de constelações com cada um dos animais que os 
quartos estão representados, onde através da iluminação e do anoitecer o desenho 
fica mais nítido, fazendo com que a criança tenha uma experiencia melhor. 
 
3.2.4 Aspectos construtivos 
 
O projeto foi pensado em estrutura metálica de modo que fosse possível criar 
formas mais orgânicas onde as crianças não se sentissem intimidadas e fosse 
possível criar uma perspectiva de mundo que elas têm (Figuras 13 e 14). Além disso, 
na parte externa fez o uso de vidro, metal e revestimento amadeirado (Figura 15) para 
que desde a entrada principal a criança conseguisse estar confortável entrando em 
um ambiente completamente diferente de um hospital convenciona 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Gentilmente cedido pelo Acervo do escritório“Integrated Field” – IF. 
https://www.integratedfield.com/ 
 
3.2.5 Aspectos funcionais 
 
O fluxo dos pacientes se dá por toda a parte do meio do hospital. O fluxo dos 
funcionários fica separado por corredores nas extremidades (olhar prancha 2 – planta 
primeiro andar) juntamente com os ambientes de apoio e elevadores de serviço. Os 
quartos se encontram nos últimos pavimentos de modo a se separar bem da parte 
ambulatorial, o posto de enfermagem na planta tipo dos quartos não se encontra tão 
centralizado, o que faz com que a área de UTI tenha maior visualização para o posto 
do que todos os quartos. Além disso, na planta tipo dos quartos a circulação de serviço 
se encontra em somente uma extremidade, o que faz com que caminhabilidade 
aumente não sendo tão funcional. 
 
3.2.6 Aspectos bioclimáticos 
 
Na Tailândia, a face que mais recebe insolação é a face sul por estar localizada 
no hemisfério norte. No caso do edifício, a alternativa foi o uso de brises móveis 
metálicos com desenhos de animais (Figura 16). Com relação a ventilação 
predominante se dá pelo lado sul, no edifício a ventilação natural não foi tão bem 
aproveitada uma vez que a maioria dos quartos se encontra para o lado norte, porém 
os quartos chamados VIP acabam tendo a opção de receber ventilação natural na 
maior parte do ano auxiliando na sensação de ambiência uma vez que se trata de um 
país quente e úmido. 
 
 
 
 
Figura 13 Figura 14 Figura 15 
28 
 
 
Figura 16 Figura 17 
 
 
 
 
 
Fonte: Gentilmente cedido pelo Acervo do escritório “Integrated Field” – IF. 
https://www.integratedfield.com/ 
 
3.3 CENTRO DE PARTO HUMANIZADO:CASA ANGELA, SÃO PAULO/SP 
 
3.3.1 Ficha técnica 
 
• Projetada pela Secretaria Municipal de Saúde juntamente com a médica alemã 
Anke Riedel 
• Obras iniciadas em 2006 e finalizadas em 2009 
• 2012: Inauguração da Casa Angela 
• Metragem do terreno: 751,57m² 
• Área construída: 438,30m² 
 
3.3.2 Aspectos contextuais 
 
A edificação está situada no Bairro Jardim Mirante/SP, especificamente na 
Comunidade Monte Azul, próximo à estação de metrô Giovanni Gronchi, o que facilita 
a mobilidade pelo local. O entorno é diverso, composto por edifícios residenciais, 
educacionais e comerciais. 
 
3.3.3 Aspectos formais 
 
A edificação está situada em um terreno trapezoidal, o que faz com que o 
volume venha a ter algumas quebras necessária para melhor aproveitamento do 
espaço. Os 438,30m² estão divididos em 392,60m² no térreo e 105,70m² no primeiro 
pavimento. O acesso principal se dá por uma rampa seguido de uma calçada com 
entremeios em grama (Figura 18) com vegetação ao redor, isso faz com que a primeira 
impressão do usuário seja bastante agradável, porém, por conta do tipo de piso e dos 
29 
 
 
Figura 18 Figura 19 Figura 20 
Figura 21 Figura 22 
entremeios de grama, o acesso principal acaba gerando dificuldade de locomoção 
ficando suscetível até mesmo a acidentes. Ao redor dos alojamentos existe o contato 
com a área externa (Figura 19), em que as gestantes podem fazem a deambulação. 
Esta área possui relação com os quartos através das janelas (Figura 20, indicada pelo 
número 1), que permitem a entrada de iluminação e ventilação natural e o contato com 
o espaço externo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo pessoal da autora (2020). 
 
3.3.4 Aspectos construtivos 
 
O Centro de Parto foi construído em formato de edifício residencial, pois, no 
acesso principal, encontra-se uma sala confortável com sofá, em seguida próximo a 
sala se encontra a cozinha e no outro sentido se encontram os quartos. Alguns 
aspectos interessantes a serem destacados, são: a utilização da madeira na sala de 
reuniões (Figura 21), presentes no forro e nas terças e vigas causa uma ambiência de 
conforto ao espaço; a utilização do piso com azulejos pintados por pessoas da 
comunidade (Figura 22) trazem valor afetivo, porém acabam dificultando a limpeza 
uma vez que em espaços de saúde os revestimentos devem priorizar a funcionalidade 
e higienização. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo pessoal da autora (2020). 
 
30 
 
 
Figura 23 Figura 24 
3.3.5 Aspectos funcionais 
 
Os acessos aos ambientes foram bem divididos. Sabe-se que, em um EAS é 
de extrema importância que ambientes de apoio devem ser restritos aos 
colaboradores. Além disso, devem estar próximos e com fácil acesso aos ambientes 
que necessitam de apoio para diminuição de risco hospitalar (prancha 3). A divisão 
dos acessos foi executada de modo que as pacientes e os acompanhantes não têm 
contato com os ambientes de apoio, apesar disso, a área de material sujo (expurgo e 
esterilização) se encontra um pouco distante dos quartos PPP (prancha 3 – planta 1), 
por ser uma área de acesso externo dificulta a diferenciação dos fluxos sujo e limpo. 
Apesar do ambiente ser um Centro de Parto Normal conta com toda a 
infraestrutura para atender a gestante e o neonato, iniciando pela sala de 
reuniões/acolhimento (Figura 23) as quais os revestimentos auxiliam na tranquilidade 
da gestante. A sala de espera possui sofás confortáveis, porém com revestimento 
convencional, o que acaba dificultando a higienização (Figura 24). 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Gentilmente cedido pelo Acervo Casa Angela – Centro de Parto Humanizado. 
http://www.casaangela.org.br/ 
 
Nos quartos PPP percebe-se a humanização do ambiente através dos 
equipamentos para alívio de dor (Figura 25, indicação pelo número 1) opções que a 
gestante possui na hora de dar à luz (Figura 25, indicação pelo número 2). A 
ambiência causada pela iluminação (Figura 26, indicação pelo número 3) faz com que 
o espaço fique mais aconchegante, ativando também a cor rosa presente no quarto, 
que, segundo a cromoterapia, além de significar amor e carinho também causa 
sensações como: animar, ativar a corrente sanguínea e equilibrar as emoções, 
auxiliando a gestante na hora do parto. Além disso, a presença da janela com cortina 
e do relógio (Figura 26, indicação pelo número 4) faz com que o ciclo circadiano 
continue funcionando perfeitamente fazendo com que a distinção de dia e noite se 
torne natural. 
31 
 
 
Figura 25 Figura 26 
Figura 27 Figura 28 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Gentilmente cedido pelo Acervo Casa Angela – Centro de Parto Humanizado. 
http://www.casaangela.org.br/ 
 
 
3.3.6 Aspectos bioclimáticos 
 
O edifício recebe insolação em boa parte do dia na maior parte dos cômodos 
utilizados pelos pacientes, principalmente na área externa onde as gestantes utilizam 
para deambulação. Com relação aos quartos, para maior conforto das gestantes são 
utilizadas cortinas (Figura 26) como barreira solar. Porém segundo a RDC50 os 
ambientes devem possuir elementos que sejam os mais fáceis de higienização 
possível não sendo cortinas as melhores opções. Com relação a ventilação se dá na 
maior parte pelo sudeste e leste, sendo possível a presença de ventilação cruzada na 
edificação deixando o ambiente mais agradável (Figuras 27 e 28). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes: CADMAPPER e INPE, Adaptado pela autora; 
 
 
 
1.10 HOSPITAL INFANTIL EKH, TAILÂNDIA
ESTUDO DE CORRELATO
AMBIENTES DE APOIO
ENTRADA PRINCIPAL
NÚCLEO RÍGIDO
LEGENDA
ESPAÇO TÉCNICO
REFEITÓRIO/CANTINA
ESPAÇO RECREATIVO
ATENDIMENTO
AMBULATORIAL
PLANTA PAVIMENTO TÉRREO
AMBIENTES DE APOIO
ÁREA ESPERA
NÚCLEO RÍGIDO
LEGENDA
ESPAÇO TÉCNICO
ATENDIMENTO
AMBULATORIAL
AMBIENTES DE APOIO
ENTRADA PRINCIPAL
NÚCLEO RÍGIDO
LEGENDA
ESPAÇO TÉCNICO
ÁREA ENFERMAGEM
ESPAÇO RECREATIVO
UTI PEDIÁTRICA
PLANTA PAVIMENTO TIPO - 3,4 E 5 
PLANTA PRIMEIRO ANDAR
ÁREA ADMINISTRATIVA
APOIO PACIENTES
(SANITÁRIOS,
FOYER)
ESTACIONAMENTO
FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA
FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA
FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA
32
PRANCHA 
03
ESTUDO DE CASO
CASA ANGELA : CENTRO DE PARTO
HUMANIZADO, SÃO PAULO/SP
Acesso restrito
(colaboradores)
LEGENDA
Acesso misto (pacientes,
acompanhantes e colaboradores)RECEPÇÃO E SALA DE
ESPERA
SALA DE CUIDADOS DO
NEONATO
DEPÓSITO MATERIAL DE
LIMPEZA
SALA DE EQUIPAMENTOS E
ROUPARIA
LAVANDERIA E SALA DE
ESTERELIZAÇÃO
1.9.5ASPECTOS FUNCIONAIS 
LEGENDA
Fluxo Serviço
Fluxo Profissionais
Fluxo Pacientes
Área externa
CONSULTÓRIO
ARQUIVO MORTO
SANITÁRIO
QUARTOS PPP
ALOJAMENTO CONJUNTO
BANHEIRO
POSTO DE ENFERMAGEM
SALA DE UTILIDADES
11
11
12
12
13
EXPURGO
13
14
14
COPA15
15
16
REFEITÓRIO16
QUARTO PLANTONISTA17
17
ÁREA EXTERNA DEAMBULAÇÃO18
18
19
20
19
20
GARAGEM/AMBULÂNCIA
ESTACIONAMENTO
20
FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA
33
PRANCHA 
04
34 
 
 
3.4 HOSPITAL MUNICIPAL MATERNIDADE DR. MARIO DE MORAES 
ALTEBFELDER SILVA, SÃO PAULO/SP 
 
Para auxílio na elaboração do partido fez-se um estudo de referencial pontual 
do Hospital Municipal Maternidade Vila Nova Cachoerinha, referência em 
humanização e utilização de medicinas alternativas. O hospital possui área construída 
de 8500m² e dispõe de 90 leitos hospitalares. 
 
3.4.1 Aspectos formais 
 
O edifício está distribuído em dois blocos retangulares de 22 m x 60 m cada um 
com dois pavimentos. Esses pavimentos são ligados por rampas que estão 
localizadas em seus extremos. Com isso, pode se dizer que foram criados espaços 
para deambulação de acordo com o conforto ambiental. A maternidade possui 
ambulatório que conta com quinze consultórios, além de 182 leitos planejados e 170 
leitos operacionais, sendo que: 
 
Figura 29 – Distribuição de leitos de acordo com o ambiente hospitalar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora de acordo com os dados fornecidos pelo hospital. 
 
3.4.2 Aspectos construtivos 
 
Concreto aparente foi utilizado na construção do hospital. Além disso, o 
arquiteto também desenhou um painel específico para a fachada principal que auxilia 
principalmente na questão térmica dos ambientes internos. Segundo Zanettini (2013), 
35 
 
 
Figura 30 Figura 31 Figura 32 
a obra foi um marco para época, uma vez que mudou o modo de projetar hospitais, 
pois o Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha. Além do que já foi citado, possuía 
em sua composição cores, aberturas para com visualização para a parte externa 
(Figura 30), vidros temperados, revestimentos com tinta epóxi (Figura 31) e foi o 
primeiro hospital Brasileiro a introduzir pisos plásticos na edificação. Também, possui 
uma circulação que conecta os dois blocos onde é possível ter o contato com o externo 
(Figura 32). 
Com isso, percebe-se que, não somente o conceito de projetar hospitais muda, 
mas a arquitetura funcional e própria para espaços de saúde também. Uma vez que 
como já citado neste trabalho, o contato com o ambiente externo é essencial para o 
paciente, além de que, os revestimentos auxiliam no processo de controle de infecção 
hospitalar, facilitando a higienização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Gentilmente cedido pelo Escritório Zanettini 
https://www.zanettini.com.br/ 
 
3.5 SÍNTESE CRÍTICA DOS ESTUDOS DE CORRELATOS E CASO 
 
Com a realização dos estudos de correlatos e caso, elaborou-se uma tabela 
(Figura 33) para definição da síntese crítica e ajuda na construção do partido 
arquitetônico, como observado abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
Figura 33 – Síntese crítica dos estudos de correlato e caso 
 
Fonte: Elaboração autoral (2021) 
 
4 LEVANTAMENTOS E DIAGNÓSTICO 
 
4.1 CIDADE 
 
Balneário Camboriú é reconhecida nacionalmente por conta do turismo e 
infraestrutura que a cidade oferece. O município está localizado na região do litoral 
norte, na mesorregião do vale do Itajaí e faz divisa com Itapema, Camboriú e Itajaí, 
mesmo tendo Itajaí (maior cidade do Litoral Norte) como polo, a cidade não deixa de 
ser referência em gastronomia e lazer, não somente para a região, mas também, para 
o estado e para o Brasil. Atualmente, segundo o IBGE (2020) possui 145.796 mil 
habitantes e uma área de 46,8km². 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
Figura 34 – Localização geográfica de Balneário Camboriú 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaboração autoral (2021) 
 
4.2 LEVANTAMENTO/CONTEXTO URBANO 
 
4.2.1 Área de estudo 
 
O bairro proposto é o da praia do Estaleiro, localizado na parte sul do município. 
As maternidades já existentes na cidade se encontram na parte norte e central, 
dificultando a chegada das gestantes, principalmente as provenientes de Itapema. 
Logo, a escolha do local de intervenção, mais ao sul, proporciona não só o 
atendimento de usuários no próprio município, como também dos municípios do 
entorno. Do centro de Itapema até o Hospital Municipal de Balneário Camboriú (Ruth 
Cardoso) há uma distância de 14 km. O acesso é dificultado principalmente em época 
de veraneio por conta do alto fluxo de veículos. Para a praia do Estaleiro existem dois 
acessos secundários (fora a utilização da Rodovia Governador Mario Covas) em que 
é possível que as gestantes utilizem sem necessitarem entrar na BR101, fazendo o 
caminho da marginal (para as gestantes de Itapema) e do Interpraias4 (Para as 
gestantes vindas do norte do estado) chegando ao bairro mais rápido. Estar próximo 
a BR também ajuda na questão da chegada de insumos hospitalares. Além disso, a 
área proposta encontra-se próxima ao mar. Destaca-se neste sentido a importância 
da natureza relacionada à qualidade no ambiente hospitalar. Existem vários estudos 
que indicam como o elemento água e a natureza podem causar resultados positivos 
 
4 Conjunto de seis praias em sequência da cidade de Balneário Camboriú: Praia do Estaleirinho, 
Estaleiro, Praia do Pinho, Taquaras, Taquarinhas e Laranjeiras. 
 
 
 
38 
 
 
na mente humana. Logo, seria muito importante para a gestante e para o bebê, no 
momento do nascimento, poder estar em um ambiente que proporcione calma, 
tranquilidade e concentração sem interferência de fatores externos. 
Percebe-se através dos visuais do terreno que ele se encontra em uma área 
entre morros e com muita vegetação. O terreno possui certo declive, porém o relevo 
será usado favoravelmente para a criação de acessos internos diferentes. Além disso, 
a visualização direta para o mar da saída do terreno faz com que o usuário tenha uma 
sensação de paz e tranquilidade. A presença de vegetação na parte frontal do terreno 
faz com que parte dos ventos sejam barrados. De toda forma é possível fazer o 
aproveitamento de forma a deixar o edifício termicamente confortável. 
 
Figura 35 e 36 – Localização e indicação das visuais do terreno 
 
 
 
 
 
 
Fonte:Elaboração autoral (2021) 
39 
 
 
4.2.2 Infraestrutura e os pontos de interesse 
 
Por ser uma região litorânea e ainda em expansão o bairro não possui muita 
infraestrutura no sentido de equipamentos urbanos, fazendo com que tudo de 
concentre no centro de Balneário Camboriú à 8km da área. Para a escolha do lote 
foram analisados: metragem quadrada, proximidade com o mar, proximidade com a 
via principal do bairro (Av. Rodesindo Pavan) que liga o bairro tanto a BR101 quanto 
ao restante do Interpraias levando a Balneário Camboriú. Sendo assim o lote 
selecionado possui aproximadamente 12.000m², 520m de perímetro e testada de 56m 
voltado para o mar. 
 
Figura 36 – Vista por satélite do lote com pontos de interesse 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado pela autora com base no google maps (2021) 
 
4.2.3 Gabarito 
Através do mapa de gabarito e visualização do skyline percebe-se que há uma 
regularidade de 2 pavimentos (no máximo). Além disso, o morro se encontra ao redor 
das edificações o que faz com que exista uma certa imponência e impacto no visual 
do skyline. Para o projeto proposto manter o gabarito de no máximo 2 pavimentos é 
essencial para que não somente mantenha a harmonia, mas também para que não 
prejudique a praia e nem a visual do morro. 
 
 
40 
 
 
Figura 37 – Mapa gabarito 
 
 
Fonte: Elaboração Autoral (2021) 
 
4.2.4 Usos do solo 
 
Analisando o mapa de usodo solo percebe-se que a área está inserida em um 
contexto predominantemente residencial. Apesar de ser um bairro turístico existem 
poucos edifícios comerciais ao redor, encontrando-se restaurantes e pousadas. A 
proposta de inserção de uma maternidade em um bairro predominantemente 
residencial auxilia com relação ao conforto acústico. Visto que o ambiente deve ser 
preservado de ruídos externos que prejudiquem ou que interfiram no período em que 
a gestante está no local. 
 
Figura 38 – Mapa de uso do solo 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaboração autoral (2021) 
 
 
41 
 
 
4.2.5 Espaços construídos e não construídos 
 
É possível perceber que a área possui muitos espaços não construídos, visto 
que ainda é um bairro em expansão. Por esse fator a maioria dos equipamentos 
públicos e urbanos se encontra no centro de Balneário Camboriú a aproximadamente 
8 km da área. 
 
Figura 39 – Mapa de edificação 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaboração autoral (2021) 
 
4.2.6 Sistema viário 
 
Através do mapa consegue-se perceber que a área possui vias 
predominantemente locais. Há uma via arterial que liga todas as vias e liga a BR101. 
O terreno se encontra a 4km da BR. As vias não possuem semáforos, somente alguns 
pontos de contenção (Quebra-molas, faixas elevadas etc.). O bairro possui fácil 
acesso pela BR101 e pelas vias do Interpraias. 
 
Figura 40 – Mapa de vias 
Fonte: Elaboração autoral (2021) 
42 
 
 
4.3 LEVANTAMENTO/CARACTERIZAÇÃO BIOCLIMÁTICA 
 
Os ventos predominantes são de origem sudoeste e nordeste. A temperatura 
média varia de 15°C podendo chegar até 26°C. Pelo estudo bioclimático feito no 
terreno percebe-se que há uma predominância de insolação na fachada norte ao 
longo do dia. A fachada leste recebe pouquíssima insolação. Por mais que o terreno 
esteja em frente à praia a predominância de árvores na parte leste faz com que a 
insolação seja reduzida. Com relação a fachada sul e a fachada oeste recebem 
insolação na parte da tarde, porém o fator das edificações ao lado, vegetação e morros 
fazem com que o nível de sol se reduza. 
 
Figura 41 – Caracterização bioclimática 
 
Fonte: Elaboração autoral (2021) 
 
 
 
43 
 
 
4.4 LEVANTAMENTO/LEGISLAÇÃO VIGENTE 
• Localização do Terreno: ZACI-B 
• Taxa de ocupação: 30% 
• Coeficiente de Aproveitamento: 1,5 
• Taxa de Permeabilidade: 15% 
• Gabarito: 2 pavimentos + 50% pavimento inferior 
• Recuos: Frontal - Não especificado; Lateral – 2 m; Posterior -2 m; Praia - 50m 
 
Figura 42 – Plano de massas 
 
Fonte: Elaboração autoral (2021) 
 
Baseado no conceito de proposta de um hospital horizontal e na máxima taxa 
de ocupação do terreno elaborou-se um plano de massas com taxas de ocupação de 
25%, 28% e 30% (Figura 42). Com a taxa de ocupação de 25% percebe-se uma maior 
taxa de permeabilidade, porém, a distinção de fluxos é dificultada uma vez que o 
edifício seria dividido. Com a taxa de ocupação de 28% percebe-se um volume mais 
denso o que facilita o controle de acessos e fluxos diferentes. Com a taxa de ocupação 
de 30% com um volume com algumas quebras, percebe-se a facilidade nos acessos 
e a relação com o exterior que o edifício traria. 
 
 
TO =28% 
TO =25% 
TO =30% 
44 
 
 
4.5 DIAGNÓSTICO/SÍNTESE CRÍTICA 
 
Para diagnóstico do terreno elaborou-se uma análise SWOT5, identificando as 
forças, fraquezas, ameaças e oportunidades do terreno, os quais podem ser 
observados na matriz abaixo, demonstrado na Figura 43. A seguir encontra-se 
também a planta com a espacialização dos pontos indicados na matriz. 
 
Figura 43 – Análise SWOT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaboração autoral (2021) 
 
Com base no diagnóstico do terreno foram criadas as diretrizes e estratégias 
projetuais presentes na tabela representada pela Figura 44. 
 
 
 
 
5 A Análise SWOT ou FOFA é uma técnica de planejamento estratégico usada para gestão de 
desempenho no ramo empresarial, onde é possível mapear fatores internos e externos (dentre eles 
forças, fraquezas, ameaças e oportunidades) para verificar a estratégia que será utilizada pela 
empresa. Recentemente a matriz swot também começou a ser utilizada na arquitetura como 
possibilidade de mapear os fatores do terreno ou da edificação. 
45 
 
 
 
 
 
Figura 44 – Diretrizes e estratégias projetuais 
 
Fonte: Elaboração autoral (2021) 
 
PARTIDO
PROGRAMA DE NECESSIDADESCONCEITO
A chegada de um bebê é um momento de mudanças na vida de uma família. Em momentos de
crises e pensando na teoria dos Hospitais do Futuro*, o conceito de ambiência hospitalar é
muito importante para que a família se sinta mais confortável possível mesmo estando em um
ambiente hospitalar.
Assim como o bebê se encontra confortável no útero a proposta se dá por trazer conforto aos
usuários do edifício, principalmente através do uso de domótica, fazendo com que o paciente
tenha diversas opções através de tecnologia.
A palavra domótica, vem do grego . onde domus significa casa e tica significa automática, a
partir disso, se traz o conceito de uma maternidade automatizada trazendo uma melhor
exploração dos confortos ambientais e relação do interior x exterior através do uso de
tecnologias, além de fazer com que o conceito de casa seja levado em consideração.
*Segundo a Deloitte US através de uma simulação feita com 33 especialistas de área médica ao
redor do mundo para entender quais seriam as próximas inovações para o design de hospitais
do futuro chegou-se a algumas premissas básicas, dentre elas : Redefinir a assistência, com
melhorias em monitoramentos clínicos, impressões 3D para cirurgias e centros digitais com
algoritmos que facilitem tomadas de decisões rápidas; Prover uma experiência digital para o
paciente, com aplicativos baseados em inteligência artificial, que permitem interação com o
hospital;Melhorar os resultados operacionais por meio da tecnologia, através de automação,
robótica e sistemas de dados integrados para gerenciamento de operações administrativas;.
O programa de necessidades foi elaborado com base na RDC50, juntamente com as premissas propostas de
mesclar uma maternidade e um centro de bem estar. Além disso, foram acrescidas as diretrizes e estratégias
propostas bem como análises dos referenciais projetuais e estudo de caso.
MATRIZ DE RELAÇÕES
TOTAL AMBIENTES =2054m²
*Acrescenta-se 15% de área de paredes
*Acrescenta-se 30% de área de circulação
TOTAL =3534m²
ÁREA EXTERNA:
Carga e descarga =38m²
Ambulância= 25m²
Estacionamento =400m²
46
PRANCHA 
05
PARTIDO ORGANOGRAMA
LEGENDA
Fluxo Pacientes
Fluxo Profissionais
Fluxo Resíduos
Fluxo Insumos/Matéria
Prima
FLUXOGRAMA PAVIMENTO TÉRREO
FLUXOGRAMA PRIMEIRO PAVIMENTO
FONTE: ELABORADO PELA AUTORA
FLUXOGRAMA
FONTE: ELABORADO PELA AUTORA
PROPOSTA MALHA ESTRUTURAL
O lançamento estrutural foi
baseado em estrutura mista
com pilares e vigas metálicas
a fim de atingir maiores vãos.
malha utilizada foi de 1mx1m
com distanciamento de no
máximo 14m entre os pilares,
gerando assim uma viga de
60 cm com perfil W 360
x110mm.
Acesso Misto
Acesso Restrito
FONTE: ELABORADO PELA AUTORA FONTE: ELABORADO PELA AUTORA
EXEMPLO DE ESTRUTURA METÁLICA
O fluxograma proposto tem como base separar os diferentes fluxos existentes em
um edifício hospitalar (Pacientes, Profissionais, Resíduos, Insumos/Matéria prima)
trazendo para a parte central o fluxo de profissionais, resíduos e insumos gerando
um acesso restrito e para as extremidades o fluxo misto onde os pacientes
conseguem ter acesso.
EXEMPLO DE ESTRUTURA MISTA
47
PRANCHA 
06
SEM ESCALASEM ESCALA
SEM ESCALA SEM ESCALA
PARTIDO
SETORIZAÇÃO
Premissa baseada na horizontalidade da arquitetura
hospitalar e em fazer o uso do terreno para criação de
acessos internos diferentes
Relação interno x externo. Fazer aberturas de modo
que a visualização do meio externo seja facilitada,
para que o usuário se aproprie melhor do espaço.
Criação de aberturas para os diferentes acessos e para
melhor aproveitamentode insolação e ventilação.
EVOLUÇÃO DA FORMA PROPOSTA IMPLANTAÇÃO
Evolução com recuo na parte
superior (fachada leste) para
melhorar ambiência.
Evolução com recuo na parte
superior (fachada oeste) para
melhorar aproveitamento do edifício
e criação de telhado verde.
FONTE: ELABORADO PELA AUTORA
SETORIZAÇÃO PAVIMENTO TÉRREO
FONTE: ELABORADO PELA AUTORA
SETORIZAÇÃO PRIMEIRO PAVIMENTO
Proposta de forma inicial
Recepção
Área Centro de Bem-Estar
LEGENDA
Área Ambulatorial
Área Apoio
Área Maternidade
48
PRANCHA 
07
SEM ESCALA
FONTE: ELABORADO PELA AUTORA
SEM ESCALA
SEM ESCALA
FONTE: ELABORADO PELA AUTORA
FONTE: ELABORADO PELA AUTORA
PARTIDO
FACHADA OESTE
FACHADA LESTE FONTE: ELABORADO PELA AUTORA
PALETA DE CORES
IMAGENS DA PROPOSTA
A utilização do vidro colorido
deu-se pelo trabalho com
cromoterapia desde a fachada do
edíficio.
A utilização do spiderglass deu-se
para facilitar a relação do interior
com o exterior do edfício, além
disso, para aproveitar a iluminação 
e a vista da praia.
Acalma e relaxa
Regenera
Otimismo
Equilíbrio e harmonia
PROPOSTA REVESTIMENTOS
Os revestimentos em um Edíficio Assistencial
a Saúde, segundo a RDC50 devem ser lisos,
laváveis e resistentes, para facilitar a
higienização e diminuir o risco de infecção
hospitalar. Dessa forma, foram escolhidos
revestimentos que auxiliassem na ambiência
hospitalar mas que fossem de fácil
higienização
PISO
TETO
ESQUADRIAS
PAREDES
Manta Vinílica Hospitalar
Gesso removível
Reboco Liso
Aplicação de domótica na
maioria delas, exemplo
utilizado "smartglass".
49
PRANCHA 
08
50 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A partir da revisão teórica e das análises realizadas neste trabalho 
compreende-se que o modelo de parto domiciliar natural tem voltado a ser uma opção 
para as gestantes. De toda forma, o parto domiciliar ou em CPN’s não são possíveis 
de ser realizados em gestantes de médio e alto risco, trazendo assim a problemática 
da falta de espaços acolhedores e humanizados onde todos os grupos de mulheres 
consigam trilhar todo o caminho da gestação em um único edifício, gerando assim 
ambiência hospitalar desde o momento do pré-natal. O levantamento preliminar 
realizado servirá de base para a elaboração de uma proposta de anteprojeto no TCC2. 
51 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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em 23 mar 2021. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/parto-e-normal> 
 
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Brasil em Regiões Geográficas Imediatas e Regiões Geográficas 
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<https://www.ibge.gov.br/apps/regioes_geograficas/> 
 
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Estimativa Censo, 2020. Acesso em 23 mar. 2021. Disponível em: 
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< https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/ministerio-da-saude-fara-
monitoramento-online-de-partos-cesareos-no-pais> 
 
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Brasília, DF. Acesso em 23 mar. 2021. Disponível em: 
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BRASIL. Ministério da Saúde – MS. Seção A – Atenção hospitalar (leitos e 
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23 mar 2021. Disponível em: 
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<http://bhpelopartonormal.pbh.gov.br/estudos_cientificos/arquivos/a_institucionalizac

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