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LUZ À VIDA: MATERNIDADE & CENTRO DE BEM-ESTAR LAGUNA-SC,2021 UMA PROPOSTA PARA: Balneário Camboriú/SC Aldre Giuliane Ferreira Barbosa UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA REGIÃO SUL - CERES DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO LAGUNA 2021 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA REGIÃO SUL - CERES CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO LUZ À VIDA: PROPOSTA DE MATERNIDADE E CENTRO DE BEM-ESTAR PARA A CIDADE DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ- SANTA CATARINA. ALDRE GIULIANE FERREIRA BARBOSA ALDRE GIULIANE FERREIRA BARBOSA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Centro de Educação Superior da Região Sul da Universidade do Estado de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Profa.Esp. Liriane Baungratz Coorientador:Prof.Me Erick Vicente LAGUNA 2021 LUZ À VIDA: PROPOSTA DE MATERNIDADE E CENTRO DE BEM-ESTAR PARA A CIDADE DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ- SANTA CATARINA. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ter escrito esse caminho em minha vida de modo que me fez perceber o quanto serei feliz na profissão. Aos meus pais, Clemente e Regina por possibilitarem os meus estudos e por me darem todo o apoio necessário ao longo do curso. Aos meus familiares, amigos e colegas de faculdade, que sempre estiverem comigo nessa jornada, seja através de uma ligação, palavras confortantes e apoio emocional. Não poderia deixar de agradecer ao Movimento dos Focolares, minha segunda família, que esteve presente em cada momento da minha jornada na universidade através de conforto, amor e carinho. Um agradecimento especial à iDealize Júnior e a todas as pessoas da empresa que passaram pelo meu caminho, sem dúvida, tiveram um papel importantíssimo no meu crescimento pessoal e profissional. Ao Movimento Empresa Júnior, que me ensinou grandes preciosidades que me deram a oportunidade de evoluir. Também agradeço a todo o corpo docente do CERES, em especial as professoras Gabriela Morais e Danielle Benício por disponibilizarem arquivos que me ajudaram na produção deste trabalho, além de tempo para orientação e palavras de afeto. Com carinho, deixo meu agradecimento a minha orientadora, professora Liriane Baungratz, que me ajudou nessa jornada com conhecimento prático, com palavras e apoio emocional. Ao meu coorientador Erick Vicente por ter se disponibilizado a me auxiliar na construção deste trabalho trazendo conteúdos essenciais para a elaboração do mesmo. A Casa Angela, O Escritório Zanetinni e a minha mãe, Regina Maris, por terem me disponibilizado materiais, imagens, experiências e conhecimento técnico para as análises presentes neste trabalho. Por fim, agradeço a vida, que me deu oportunidade de me ensinar a persistir e não desistir dos meus sonhos mesmos nos momentos mais difíceis. Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção. (COSTA, Lúcio, 1940. Considerações sobre arte contemporânea) RESUMO O Brasil é um dos países que mais realiza partos cesarianos no mundo, apresentando uma taxa superior a 50% enquanto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), à taxa ideal seria de 15%. Trazendo para o contexto catarinense, Balneário Camboriú é uma das cidades da mesorregião do vale do Itajaí que mais realiza partos cesarianos, visto que também atende as cidades de Itapema e Camboriú. Porém, com a utilização da internet no dia a dia possibilitou às gestantes acesso a informações de maneira rápida e fácil. Com isso, o parto natural, dentro de casa ou em locais que possuam uma característica acolhedora e humanizada, passam a ser uma opção para as gestantes. De toda forma, esses espaços não são provenientes de infraestrutura suficiente para acolher as gestantes de médio e alto risco, uma vez que estas precisam de auxílio hospitalar. A partir desta questão, a promoção da ambiência nos espaços e a possibilidade de a mulher trilhar o caminho gestacional em um único edifício traz a concepção da arquitetura hospitalar humanizada, trazendo a gestante, o acompanhante e o neonato como parte principal para criação de espaços confortáveis. Dessa forma, o trabalho tem como objetivo elaborar o partido arquitetônico para proposição de um espaço materno-infantil que atenda a necessidade das gestantes e puérperas de forma humanizada. Para isso, elaborou-se a revisão teórica do assunto, visando o entendimento da ambiência hospitalar e das legislações necessárias para a construção de uma maternidade e centro de bem-estar. Além disso, projetos de correlato e estudo de caso foram analisados nos diversos âmbitos (centro de parto normal, maternidades e hospital infantil) de modo a auxiliar na proposta. Através das diretrizes projetuais e análises previamente feitas, a área e o lote da proposta foram escolhidos. Por fim, de acordo com todos os estudos e análises, lançou-se o partido arquitetônico baseado nas diretrizes e estratégias projetuais, colaborando para a elaboração do anteprojeto no Trabalho de Conclusão de Curso 2 (TCC2). Palavras-chave: Arquitetura e Urbanismo. Arquitetura Hospitalar. Maternidade e Centro de bem-estar. Balneário Camboriú-SC ABSTRACT Brazil is one of the countries that most perform cesarean deliveries in the world, presenting a rate higher than 50%. According to the World Health Organization (WHO), much this rate is much higher than the ideal rate of 15%. Bringing to the context of Santa Catarina, Balneário Camboriú is one of the cities in the mesoregion of the Itajaí Valley that performs more cesarean deliveries, since it also serves the cities of Itapema and Camboriú. However, the use of the internet daily enabled pregnant women to access information quickly and easily. As a result, natural childbirth, indoors or in places that have a welcoming and humanized characteristic, become an option for pregnant women. In any case, these spaces do not come from sufficient infrastructure to accommodate pregnant women of medium and high risk, since they need hospital assistance. Based on this issue, the promotion of ambience in spaces and the possibility for women to walk the gestational path in a single building brings the conception of humanized hospital architecture, bringing the pregnant woman and the newborn as the main part for creating spaces. Thus, the work aims to elaborate on the architectural structure to propose a maternal and child space that meets the needs of pregnant women and postpartum women in a humanized way. For this purpose, a theoretical review of the subject was elaborated, aiming at understanding the hospital environment and the necessary legislation for the construction of a maternity hospital and a well-being center. In addition, correlate projects and case studies were analyzed in different areas (normal birth center, maternity hospitals, and children's hospital) to assist in this project. Through the design guidelines and analyzes previously made, the area of the project was chosen. Finally, according to all studies and analyzes, the architectural structure was launched based on design guidelines and strategies, collaborating for the elaboration of the preliminary project in Course Conclusion Report/Activity 2 (“Trabalho de Conclusão de Curso 2” - TCC2). Keywords: Architecture and Urbanism. Hospital Architecture. Maternity and Wellness Center. Balneário Camboriú-SC SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 8 1.1 CARACTERIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ............................................ 8 1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 10 1.3 OBJETIVOS ............................................................................................... 12 1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................ 12 1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................... 12 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................... 12 2 O AMBIENTE DE NASCER ....................................................................... 13 2.1 A EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS EM CONJUNTO COM A MEDICINA......... 14 2.2 A HUMANIZAÇÃO DO AMBIENTE HOSPITALAR ..................................... 15 2.3 AS LEGISLAÇÕES PARA O AMBIENTE HOSPITALAR ............................ 18 3 ESTUDOS DE CORRELATOS E CASO.................................................... 20 3.1 HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA MARIA, SÃO PAULO / SP ............. 20 3.1.1 Ficha técnica ............................................................................................. 20 3.1.2 Aspectos contextuais .............................................................................. 20 3.1.3 Aspectos formais ..................................................................................... 20 3.1.4 Aspectos construtivos ............................................................................. 21 3.1.5 Aspectos funcionais ................................................................................ 22 3.2 EKCHAI CHILDREN HOSPITAL, TAILÂNDIA ............................................ 26 3.2.1 Ficha técnica ............................................................................................. 26 3.2.2 Aspectos contextuais .............................................................................. 26 3.2.3 Aspectos formais ..................................................................................... 26 3.2.4 Aspectos construtivos ............................................................................. 26 3.2.5 Aspectos funcionais ................................................................................ 27 3.2.6 Aspectos bioclimáticos............................................................................ 27 3.3 CENTRO DE PARTO HUMANIZADO:CASA ANGELA, SÃO PAULO/SP ... 28 3.3.1 Ficha técnica ............................................................................................. 28 3.3.2 Aspectos contextuais .............................................................................. 28 3.3.3 Aspectos formais ..................................................................................... 28 3.3.4 Aspectos construtivos ............................................................................. 29 3.3.5 Aspectos funcionais ................................................................................ 30 3.3.6 Aspectos bioclimáticos............................................................................ 31 3.4 HOSPITAL MUNICIPAL MATERNIDADE DR. MARIO DE MORAES ALTEBFELDER SILVA, SÃO PAULO/SP .................................................................. 34 3.4.1 Aspectos formais ..................................................................................... 34 3.4.2 Aspectos construtivos ............................................................................. 34 3.5 SÍNTESE CRÍTICA DOS ESTUDOS DE CORRELATOS E CASO ............. 35 4 LEVANTAMENTOS E DIAGNÓSTICO ...................................................... 36 4.1 CIDADE ...................................................................................................... 36 4.2 LEVANTAMENTO/CONTEXTO URBANO ................................................. 37 4.2.1 Área de estudo .......................................................................................... 37 4.2.2 Infraestrutura e os pontos de interesse ................................................. 39 4.2.3 Gabarito ..................................................................................................... 39 4.2.4 Usos do solo ............................................................................................. 40 4.2.5 Espaços construídos e não construídos ................................................ 41 4.2.6 Sistema viário ........................................................................................... 41 4.3 LEVANTAMENTO/CARACTERIZAÇÃO BIOCLIMÁTICA .......................... 42 4.4 LEVANTAMENTO/LEGISLAÇÃO VIGENTE .............................................. 43 4.5 DIAGNÓSTICO/SÍNTESE CRÍTICA ........................................................... 44 5 DIRETRIZES PROJETUAIS ...................................................................... 46 5.1 CONCEITO ................................................................................................. 46 5.2 MATRIZ DE RELAÇÕES ............................................................................ 46 5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES ............................................................ 46 5.4 FLUXOGRAMA .......................................................................................... 47 5.5 ORGANOGRAMA ...................................................................................... 47 5.6 MALHA ESTRUTURAL .............................................................................. 47 5.7 EVOLUÇÃO DA FORMA ............................................................................ 48 5.8 IMPLANTAÇÃO .......................................................................................... 48 5.9 SETORIZAÇÃO .......................................................................................... 48 5.10 PRINCIPAIS SOLUÇÕES ADOTADAS ...................................................... 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 50 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51 APÊNDICES ............................................................................................................. 55 8 1 INTRODUÇÃO A chegada de uma nova vida é um momento muito importante na vida de uma família, por isso, a humanização do parto se diz não somente do respeito à mulher, mas também de um direito quando se aborda aspectos legais. Segundo o programa nacional de Humanização da Assistência Hospitalar – PNHAH - humanizar significa aceitar a necessidade de resgate da articulação dos aspectos subjetivos indissociáveis dos aspectos físicos e biológicos. Além disso, O Ministério da Saúde diz que toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que esta seja realizada de forma humanizada e segura, de acordo com os princípios gerais e condições estabelecidas na prática médica. Por isto, este trabalho de conclusão de curso (TCC) constitui uma pesquisa relacionada à arquitetura hospitalar, especificamente sobre o ambiente de nascer, que dará base para uma proposta arquitetônica de uma maternidade humanizada com centro de apoio à gestante e ao neonatal em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Assim, neste capítulo, apresenta-se o tema e problema, a justificativa, os objetivos e os procedimentos metodológicos utilizados para a realização deste trabalho. 1.1 CARACTERIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA No histórico da humanidade, o parto normal esteve sempre presente. Segundo estudos mais antigos a mulher tinha não possuía amparo e com isso acabou entendendo sobre como cuidar de si e do recém-nascido, mesmo assim a taxa de mortalidade materna já era alta. Assim,segundo Ana Tanaka, obstetra, o parto cesáreo ganhou forças a partir da segunda metade do século XX, pois existia um novo conceito de assepsia relacionado ao parto e ao ambiente hospitalar. O Brasil, ocupa a posição de um dos países que mais realiza cesáreas no mundo. Segundo o Ministério da Saúde, em 2016, em cerca de 55% dos partos foram realizadas cesarianas, enquanto o número ideal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) seria de no máximo 15%. O que faz com que os números permaneçam altos é a existência de uma cultura relacionada ao parto cesariano, na qual as mulheres acreditam no bem próprio uma vez que é um parto mais rápido e menos dolorido. Segundo Moura, médica obstetra do Hospital Universitário de Brasília, em sua entrevista dada ao Senado Federal em 2018, existe uma epidemia de cesarianas 9 no Brasil, que muitas vezes são relacionadas ao poder convencedor dos médicos, por conta da praticidade. Santa Catarina, não se encontra entre um dos estados que mais realiza cesáreas no Brasil, mas ainda assim, traz números preocupantes. Na cidade de Balneário Camboriú, segundo os dados do Ministério da Saúde, em 2017, aproximadamente 52% dos partos realizados foram cesarianas, sendo que na região é a cidade que mais realiza partos cesarianos, seguida de Itapema e Camboriú. Atualmente, com a quantidade e facilidade de informações a mentalidade das mulheres acaba retornando ao fato de fazer acontecer o parto dentro da própria casa ou em ambientes que tenham essa característica acolhedora, como é o caso dos Centros de Parto Normal (CPN)1, uma vez que se sentem seguras e confiantes para ter o bebê nesses locais. Isso tem se dado também, pelas instruções de profissionais da área da saúde sobre a humanização do parto e o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê. Porém, os CPN, além de não poderem acolher todas as mães pois não possuem estrutura física no local para prosseguir o parto caso aconteça alguma intercorrência, acabam atendendo somente as gestantes de baixo risco. Além disso, ainda existe um certo receio de algumas mães por não estarem em um ambiente com total estrutura. Diante da falta de espaços acolhedores como as casas de parto na região do litoral norte de Santa Catarina e na visão de conseguir acolher mais gestantes em um local que proporcione confiança e aconchego para esse momento tão especial na vida de uma família, propõe-se essa pesquisa que fundamenta a implantação de uma maternidade com centro de bem-estar. O intuito dessa proposta é que atenda gestantes de baixo, médio, e alto risco e que traz um viés diferente das maternidades tradicionais, uma vez que visa o fato da família se sentir acolhida mesmo estando em um ambiente hospitalar. O centro de bem-estar tem por objetivo acolher as outras fases da gestação, que são o pré-parto e o pós-parto. Sendo assim, a proposta é incluir no atendimento ambulatorial, um espaço com fisioterapia pélvica, estética, academia, consultas médicas, nutricionista, atendimento 1 Os CPN, popularizados também como Casas de Parto, segundo o Ministério da Saúde, são locais para o atendimento à mulher e ao recém-nascido no momento do parto e do nascimento, oficializados pela portaria nº11 de 7 de janeiro de 2015. 10 psicológico, auditório para realização de cursos de capacitação e palestras, capela, dentre outros espaços que serviriam tanto para a mãe, quanto para o recém-nascido no momento do pós-parto. Figura 1 – Cesáreas no Brasil Fonte: Gráfico elaborado pela autora com base nos dados do SINASC/DATASUS (2020) Figura 2 – Porcentagem de partos normais no litoral norte Fonte: Gráfico elaborado pela autora com base nos dados do DATASUS (2020) 1.2 JUSTIFICATIVA Considerando a problemática acima exposta, ainda devemos ressaltar que, a situação dos hospitais da região de Balneário Camboriú, de acordo com o DATASUS, e os parâmetros do Ministério da Saúde, se encontram com o número de leitos hospitalares obstétricos suficientes para acolher as gestantes de Balneário Camboriú 11 e Itapema2). Porém, deve-se levar em consideração que além de Balneário Camboriú e Itapema a cidade ainda acolhe gestantes de outros munícipios próximos, como é o caso de Camboriú por conta do fácil acesso, proximidade e infraestrutura que a cidade oferece. Nesse quesito destaca-se a abrangência de atendimento dos hospitais da região, uma vez que também atendem outras cidades, fazendo com este raio seja maior do que cinco quilômetros e por mais que as cidades sejam próximas, a distância a se percorrer ainda é considerável, ficando entre Itapema (Bairro do Centro) e a maternidade mais próxima (Hospital municipal Ruth Cardoso) uma distância de pelo menos 14 km. Com isso, ressaltamos que as cidades em épocas de veraneio recebem muitos turistas, o que faz com que as vias fiquem adensadas com veículos dificultando a chegada das mulheres à maternidade. Outro fator se dá pela questão da hospitalidade e infraestrutura dos ambientes hospitalares. Segundo, Marina Vieira, Mestra em turismo e hotelaria, através de uma pesquisa feita em 2018, o Hospital Municipal, Ruth Cardoso, possui itens relacionados à infraestrutura que precisam ser melhorados. Segundo a coordenadoria do hospital iluminação artificial é feita com lâmpadas amarelas, o que faz com que o ambiente não seja completamente adequado. Segundo Fábio Bitencourt, em ambientes como o centro obstétrico, em que o trabalho de parto pode demorar muitas horas, as condições de iluminação natural impactam não somente no conforto do espaço e na funcionalidade, como também no ciclo circadiano. Além disso, foi relatado que em alguns espaços a acessibilidade acaba sendo restrita, porém, isso não é adequado uma vez que acessibilidade é obrigatória por norma em Espaços Assistenciais de Saúde. A ventilação natural também foi relatada como um ponto a ser melhorado, no caso do ambiente hospitalar a ventilação natural contribui consideravelmente para a qualidade do ar. Sendo assim trazendo para o contexto relacionado às fases da gestação, consegue-se perceber que o ambiente acolhedor é de extrema importância uma vez que está atrelado à humanização hospitalar e direito das gestantes segundo o Ministério da Saúde. Além disso, destaca-se que na cidade de Balneário Camboriú e região, não existe um espaço em que a gestante possa passar todo o ciclo gestacional, tendo também espaços para cuidados pessoais relacionados a saúde e 2 Segundo a Secretaria de Saúde municipal, o hospital da cidade não possui leitos obstétricos, o que faz com que as gestantes tenham que se dirigir ao Hospital Municipal de Balneário Camboriú. 12 bem-estar. Visando atender o maior número de gestantes da região em todas as fases da gestação, desde o momento do pré-parto até o momento do pós-parto, justifica-se a criação de uma maternidade com centro de bem-estar (em conformidade com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA). Em concomitância, assegura-se que as gestantes tenham os direitos atendidos, tal como postulados pela OMS. Por isso, destaca-se a relevância desta pesquisa, ao oferecer estudos que embasem a proposta de espaços para a geração da vida em obediência às distintas legislações e, sobretudo, na disponibilização de ambientes para que as mulheres se sintam confiantes, ainda que estejam em uma instituição hospitalar. 1.3 OBJETIVOS A seguir apresentam-se os objetivos geral e específicos. 1.3.1 Objetivo geral Elaborar o partido arquitetônico para proposição de um espaço materno-infantil que atenda a necessidade das gestantes e puérperas de forma humanizada. 1.3.2 Objetivos específicos a) Fundamentar através conceitos e teorias os espaços materno-infantis.; b) estudar projetos referenciais que contemplem espaços de pré e pós-parto; c) analisara área urbana de implantação do espaço materno-infantil na cidade de Balneário Camboriú; 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Diante dos objetivos definidos anteriormente, faz-se necessário adotar como procedimentos metodológicos: a) revisão de referenciais bibliográficos, tais como livros, trabalhos acadêmicos e artigos; b) análise documental sobre arquitetura hospitalar e os direitos das mulheres 13 gestantes e puérperas; c) pesquisa e análise de projetos referenciais através de diagramas gráficos que abordem o espaço materno-infantil e centros de bem-estar e o programa de necessidade desses espaços; d) análise documental e levantamentos fotográficos do Centro de Parto Humanizado – Casa Ângela, São Paulo/SP, a fim de identificar e analisar a correta organização do espaço de acolhimento à parturiente; e) realização de levantamentos do terreno e do contexto urbano de proposição da maternidade e centro de bem-estar; f) elaboração de conceito, programa, fluxograma, setorização, pré- dimensionamento, diretrizes projetuais e partido, através de diagramas e gráficos textuais. Diante de todos os procedimentos expostos, apresenta-se em seguida a revisão teórica e/ou histórica do tema, estudo de caso e correlatos, levantamentos e diagnósticos do contexto de implantação da proposta e diretrizes projetuais para a elaboração da maternidade e centro de bem-estar na cidade de Balneário Camboriú. 2 O AMBIENTE DE NASCER Inicialmente, no século XVI, os partos eram realizados em casa. É importante destacar que os homens não acompanhavam as mulheres neste momento, ou seja, os quartos eram ocupados somente por mulheres até que acontecesse o nascimento e a criança fosse levada para ser apresentada ao pai. O modelo de dar à luz em casa na presença de uma parteira se deu, até meados do século XX. “O Hospital que posteriormente se consolida na obstetrícia norte-americana, é visto como uma indústria de alta tecnologia para a produção de bebês perfeitos, levando às necessidades crescentes de incorporações tecnológicas no ambiente de nascer” (BITENCOURT,2008). É importante ressaltar que, com relação ao nascimento, existe uma variação cultural entre os povos e em cada uma dessas variações se encontra um tipo de configuração relacionado ao parto. Isso faz com que o ambiente de nascer acompanhe essas configurações e consequentemente, possíveis mudanças. Por exemplo, o Brasil é um dos países que mais realiza partos cesarianos no mundo, 14 diferente do continente Africano, que segundo a OMS é um dos países que menos realiza cesáreas, estando com uma taxa menor que 8%. Porém, mesmo com essas diferenças, a “medicalização” do parto e consequentemente o aumento do número de cesáreas em vários países do mundo, fez com que houvesse uma “banalização” nessa cultura específica de cada país relacionado ao parto, fazendo com que a cesariana virasse um tipo comum de parto, podendo as mães escolherem entre fazer ele ou um parto normal, ao invés de ser somente um parto emergencial. A partir disso, o espaço hospitalar foi acompanhando as mudanças que ocorriam no mundo da medicina fazendo com que ao longo do tempo o conceito de “humanizar” o ambiente hospitalar fosse perdido. Isso porque o hospital acabou virando um ambiente de “comercialização”, ou seja, era melhor ter mais pacientes fazendo cesarianas em um curto espaço de tempo do que mais mulheres optando pelo parto natural com uma permanência maior. 2.1 A EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS EM CONJUNTO COM A MEDICINA Segundo Fábio Bitencourt (2008, p.34 apud MUSÉE, 2002, p.75-84), até meados do século XIX o hospital não era muito utilizado para o momento do nascimento, era mais habitual que as parteiras fossem até a casa da parturiente e o procedimento fosse realizado na própria casa. Porém, o parto domiciliar não possuía insumos para possíveis intercorrências médicas o que acabou causando altas das taxas de mortalidade materna. Sendo assim, os médicos começaram a questionar sobre o processo do nascimento, agindo para colocar seus conhecimentos dentro do ambiente obstétrico que até então, tinha as parteiras como protagonistas. Essa situação fez, com que aos poucos os partos fossem transferidos para o hospital. Sendo assim, ao final do século XVIII, na França, espaços destinados à maternidade começaram a surgir. A partir disso o número de cesarianas começou a crescer. Nos estudos da OMS apresentados na “Conferência sobre tecnologia apropriada para o parto”, percebeu- se que em países que possuem um modelo de atenção médica altamente medicalizado a taxa de cesarianas tende a aumentar, consequentemente os hospitais são maiores e possuem maior infraestrutura. A consolidação do espaço materno-infantil se dá somente a partir do século 15 XIX, sendo que, segundo Bitencourt (2008, p.36 apud MUSÉÉ, 2001) nos EUA um grande número de unidades obstétricas foi construído entre 1940 e 1970. No Brasil, segundo Vosne (2005) o parto hospitalar começou a ser recorrente na década de 60. Após os anos 2000, o Sistema Único de Saúde (SUS) começa a criar políticas públicas para a humanização do parto. Em paralelo a isso algumas enfermeiras aderem ao movimento e começam a prestar assistência ao parto em casa, ou até mesmo em um ambiente específico, onde seriam as futuras casas de parto, ou, como conhecidos atualmente Centros de Parto Normal. Porém, com quantidade de tecnologia e facilidade de acesso à internet, a busca por informações ficou mais fácil fazendo com que as gestantes se atentem a possíveis ambientes que não respeitam os seus direitos. Além disso, por conta da alta taxa de violência obstétrica que acontece nos hospitais a busca por partos humanizados tem aumentado. Deve-se lembrar que esse é um momento ímpar na vida de uma família, por isso o cuidado é fundamental. Por conta disso, o desejo do parto em casa, ou em centros de parto normal acabou aumentando, fazendo com que também aumentasse a procura por doulas, ou parteiras, como eram chamadas antigamente. Porém, muitas vezes o ambiente residencial não é adequado para o momento do parto, uma vez que a casa não possui espaços específicos para determinados tipos de emergência. Isso faz com que grávidas de médio e alto risco não tenham a oportunidade de dar à luz em casa, pois são grupos que precisam de infraestrutura no momento do parto e no pós-parto. Sendo assim, muitas acabam procurando as casas de parto, pois além de uma melhor infraestrutura tanto para mãe quanto para o acompanhante e recém-nascido, a gestante pode contar com apoio de uma doula, uma enfermeira obstétrica e na maioria das vezes de um pediatra. 2.2 A HUMANIZAÇÃO DO AMBIENTE HOSPITALAR É importante esclarecer que quando se fala de humanização do ambiente hospitalar se inclui a relação da humanização dos profissionais para com os pacientes, uma vez que o conceito de humanização está atrelado a forma como o paciente é atendido. Trazendo para o contexto das gestantes, as mesmas possuem os direitos de um parto humanizado, preconizados pela OMS que são: 16 • Respeitar a vontade da mulher e ter um acompanhante de sua escolha durante o trabalho de parto; • Monitorar o bem-estar físico e emocional durante todo o processo de atendimento; • Responder as informações e explicações solicitadas; • Permitir à mulher que ela caminhe durante o período de dilatação e adote a posição que desejar no momento da expulsão; • Orientar e oferecer métodos de alívio durante o trabalho de parto como: Massagens, banho morno e outras técnicas de relaxamento; • Permitir o contato pele a pele entre a mãe e o bebê e o início do aleitamento imediatamente após o nascimento.De acordo com o que foi citado acima observa-se que a arquitetura possui um papel muito importante para auxílio da humanização no ambiente hospitalar uma vez que tem o dever de criar espaços aconchegantes e ergonômicos para que tanto a gestante quanto o acompanhante e o futuro neonato se sintam confortáveis. Segundo Santos e Burstzyn (2004) os espaços que possuem jardins e áreas de convivência trazem uma sensação de bem-estar à paciente. Além disso, vários aspectos contribuem para que a sensação de ambiente hospitalar seja dissolvida, dentre eles: a iluminação natural, telhados verdes e a possibilidade de observação de outras famílias ajudam a fazer com que a sensação seja de estar em uma moradia com mobiliário confortável e aconchegante. Segundo Bitencourt, possibilitar espaços em que a gestante possa se sentir à vontade durante e após o parto também é essencial, por isso atentar-se a questão acústica é muito importante. Os níveis de ruído devem ser controlados não somente por questões normativas, mas também para que em uma situação de parto natural a gestante possa se sentir à vontade para reproduzir sons. Para que isso não seja propagado é necessária uma boa condição de conforto acústico, uma vez que o espaço comporta várias gestantes e cada uma merece ter sua individualidade. A mesma atenção se deve ao conforto no quesito visual. O desenho do espaço, os elementos que nele vão ter e a iluminação fazem com que a percepção espacial da pessoa mude completamente. Sobre o ambiente hospitalar é extremamente importante a defesa de iluminação natural através de janelas, o que também garante a boa qualidade do ar, mas principalmente, faz com que os pacientes tenham uma maior percepção do dia/noite fazendo com que o relógio biológico continue funcionando bem facilitando assim uma recuperação acelerada. Claro que, existem ambientes em que não é possível a circulação de ar natural por conta das normas e 17 da segurança, como é o caso do centro cirúrgico. Porém, isso não significa que a iluminação não deve estar adequada para as atividades que ali acontecem. A humanização hospitalar vai muito além das equipes, depende também do espaço, e o quanto ele acolhe o usuário. Coelho (2004), em sua participação no livro saúde e arquitetura, cita que existem alguns espaços que devem ser destacados por auxiliarem na questão da humanização das maternidades: • UTI neonatal aberta: A ideia de ter uma Unidade de Tratamento Intensiva aberta se dá a partir da valorização da presença dos familiares nesse momento da vida do neonato. Um recém-nascido muitas vezes exige cuidados específicos e por isso acabam ficando internados em uma UTI neonatal após o parto. É um momento delicado para os pais que também querem estar próximos ao neonato, sendo assim, a UTI neonatal aberta defende a ideia de recuperar a simplicidade que antes envolvia o ato de nascer, transformando a UTI neonatal em uma unidade interdisciplinar. (COELHO, 2004). • Sala de atividades: É um espaço em que são promovidas atividades físicas e educativas para as gestantes, muitas vezes a presença de diferentes profissionais, como por exemplo, educadores físicos, enfermeiras, médicos especialistas etc. é muito importante. O espaço auxilia no processo de gestação e faz com que as gestantes tenham a possibilidade de um parto mais estruturado. • Sala de atendimento diferenciada: São salas em que prestam o atendimento a mãe e/ou a população com serviços relacionados ao pré-parto, nascimento e pós-parto, oferecendo programas relacionados a amamentação, educação sexual e suporte a adolescentes. • Sala de relaxamento: Através de exercícios e equipamentos essa sala é essencial para auxiliar a gestante na hora do parto. É um local em que elas conseguem relaxar para diminuir a dor do trabalho de parto e auxiliar no processo de encaixe do bebê. Todos os espaços citados contribuem para um atendimento humanizado da gestante e para que se sinta em um ambiente acolhedor desde o momento do pré- natal até o momento do pós-parto. A arquitetura serve como um grande auxílio para a humanização dos ambientes hospitalares. No caso das maternidades, o trabalho com o uso das cores e seus 18 significados podem fazer toda a diferença na hora de dar à luz, uma vez que a técnica de cromoterapia além de reduzir o custo com fármacos faz com que a gestante possa ter diferentes emoções e sentimentos ao longo do trabalho de parto. Além disso, segundo Fábio Bitencourt o desenho do espaço, os elementos funcionais e estéticos, a utilização de forma correta de iluminação natural e artificial, tudo vinculado ao conforto ambiental tem papel fundamental para a humanização dos ambientes de nascer. Ou seja, o desenho do ambiente deve manifestar a representação de que as demandas da parturiente são processos naturais. Ademais, ele também cita o quão importante é a visão das aberturas para o ambiente externo. De toda forma, isso deve ser feito com cuidado para respeitar a privacidade de todos as gestantes que utilizarão o centro obstétrico. Outra questão importante é a ergonomia dos espaços, a maioria dos profissionais de saúde pede para que a gestante permaneça em movimento para que o bebê consiga encaixar corretamente e mais facilmente na pelve, facilitando o trabalho de parto. Sendo assim, os aspectos de deambulação como procedimento complementar à qualidade do serviço de atenção ao parto e ao nascimento é uma das questões mais importantes a serem observadas na elaboração do projeto arquitetônico de centros obstétricos. “Refere-se, portanto, ao cuidado que se deve tomar para que a sua concepção promova a implantação de área de circulação que valorize e encoraje a atividade de andar” (BITENCOURT,2008). 2.3 AS LEGISLAÇÕES PARA O AMBIENTE HOSPITALAR Quando se fala em Espaços Assistenciais a Saúde (EAS), independentemente de ser baixa, média ou alta complexidade, é necessário seguir algumas legislações para que o projeto seja aprovado diante a ANVISA. As normativas fazem parte de todo e qualquer tipo de projeto de qualidade de arquitetura. Os EAS merecem uma atenção específica, uma vez que se trata de ambientes propensos a algum tipo de infecção hospitalar e consequentemente risco de vida para os usuários. Segundo Bitencourt (2008), existem várias normas a serem seguidas para o projeto arquitetônico de um centro obstétrico. 19 Ainda de acordo com o autor a concepção de Gineceu3, o espaço da mulher, criada por Roberto Almendra de Almeida, deve permanecer como um conceito que a arquitetura pode oferecer para criar espaços materno-infantis confortáveis. Sendo assim, na Figura 3 apresenta-se as normas necessárias para a realização de um projeto de uma maternidade com centro de bem-estar. Figura 3 – Normativas para utilização neste trabalho Fonte: Elaborado pela autora com base nas normativas propostas. 3 Conjunto do ambiente de circulação e das salas de parto do centro obstétrico. Espaço destinado a convivência, repouso e deambulação durante o trabalho de parto, provido de condições adequadas de conforto ambiental (BITENCOURT,2008). 20 3 ESTUDOS DE CORRELATOS E CASO Neste capítulo serão feitas análises que serviram de referencial para a elaboração da proposta desta pesquisa. 3.1 HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA MARIA, SÃO PAULO / SP 3.1.1 Ficha técnica • Projetado por Sérgio Luiz Salles de Souza juntamente com a equipe do ArqLab arquiteto. • Ano do projeto: 2017 • Ano de conclusão da obra: 2018 • Metragem do Terreno: 2.432,52 m² • Área Construída: 10.112,09 m² 3.1.2 Aspectos contextuais O Hospital e Maternidade está situado no bairro Paraíso/SP, em uma rua transversal a Avenida Paulista, o que faz com que o entorno seja bastante diverso, estando cercado em sua maioria de edifícios institucionais, comerciais e residenciais. 3.1.3Aspectos formais O Hospital foi adaptado a um edifício já existente. O volume é constituído por um bloco único (composto por 3 subsolos, Térreo, 7 pavimentos, Cobertura e Sala de Segurança) com um anexo somente no primeiro andar, acompanhando o formato do terreno. O edifício hospitalar possui 90 leitos, 04 salas de parto normal e 05 salas cirúrgicas, além de UTI, internação, ambulatório e ambientes de apoio. 21 Figura 4 – Edifício hospitalar adaptado Fonte: Pereira (2018). Hospital e Maternidade Santa Maria/Arqlab. Acesso em 22 de março de 2021. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/950589/hospital-e-maternidade-santa-maria-arqlab?ad_medium=gallery 3.1.4 Aspectos construtivos Mesmo sendo um edifício existente, as intervenções para a construção do hospital foram mínimas. Na fachada principal, percebe-se a utilização de vidro estrutural (spider glass) causando uma boa percepção visual de interior x exterior, mais bem representada nas Figuras 5, 6 e 7. 22 Fonte: Pereira (2018). Hospital e Maternidade Santa Maria/Arqlab. Acesso em 22 de março de 2021. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/950589/hospital-e-maternidade-santa-maria-arqlab?ad_medium=gallery Nos espaços internos o vidro também foi bastante utilizado. Observa-se que, por exemplo, na parte de UTI neonatal e Quarto de isolamento neonatal (Figuras 8 e 9) a presença deles, fazendo com que o conceito de UTI neonatal aberta seja real e os pais consigam estar em contato constante com os bebês. Além disso, a presença do inox e estruturas metálicas, juntamente com o uso de portas automatizadas faz com que a higienização do espaço se torne facilitada diminuindo os riscos de infecção hospitalar (Figura 10). Fonte: Pereira (2018). Hospital e Maternidade Santa Maria/Arqlab. Acesso em 22 de março de 2021. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/950589/hospital-e-maternidade-santa-maria-arqlab?ad_medium=gallery 3.1.5 Aspectos funcionais Por estar distribuído verticalmente, as circulações e fluxos do hospital acabam se tornando um pouco dificultadas. Por conta disso, os pavimentos foram divididos de forma a se tornarem o mais funcional possível, tanto para os pacientes quanto para os colaboradores. No pavimento térreo se encontra a parte de atendimento ambulatorial, onde se classificam os pacientes de acordo com o caso, se necessário a UTI está logo acima no primeiro pavimento. Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 23 No pavimento 2 a 7 se encontra a área de internação (olhar prancha 1- planta pavimento 2,3 e 4), que possui um espaço de berçário próximo aos quartos e próximo ao posto de enfermagem, facilitando cuidados e a humanização hospitalar. No pavimento 8 há uma grande área de UTI neonatal, o posto de enfermagem se localiza em uma área onde tem maior abrangência sob os leitos e a área de preparo de visitantes se localiza no espaço de forma a não se ter contato com os bebês antes da preparação (prancha 1- planta pavimento 8). No pavimento 9 se encontram os quartos PPP com a presença de banheiras e elementos que fazem com que a gestante tenha todas as opções para fazer com que o parto aconteça do modo como ela sonhou (Figura 11). Além disso, percebe-se como a ambiência hospitalar foi tratada através da iluminação focal e no teto (Figura 12). O quarto também possui maca específica para caso aconteça alguma intercorrência, não sendo necessário recorrer ao centro obstétrico, além de possuir espaços para auxílio ao recém-nascido permitindo a família que passe todo tempo com ele. Fonte: Pereira (2018). Hospital e Maternidade Santa Maria/Arqlab. Acesso em 22 de março de 2021. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/950589/hospital-e-maternidade-santa-maria-arqlab?ad_medium=gallery O centro obstétrico fica no último pavimento (olhar prancha 2 – planta pavimento 10). Isso se dá pelo fato de que as salas cirúrgicas precisam ter fácil acesso a manutenção, fazendo com que se tenha uma área técnica no pavimento acima não sendo necessário atrapalhar os fluxos hospitalares para possíveis manutenções. Figura 11 Figura 12 ESTUDO DE CORRELATO 1.9 HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA MARIA,SÃO PAULO/SP ÁREA DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL PLANTA TÉRREO RECEPÇÃO 1º PAVIMENTO UTI ADULTO ÁREA ADMINISTRATIVA LEGENDA ATENDIMENTO AO CLIENTE PLANTA PAVIMENTO 2,3 e 4 POSTO DE ENFERMAGEM INTERNAÇÃO PLANTA PAVIMENTO 8 - UTI NEONATAL ISOLAMENTO NEO AMBIENTES DE APOIO ÁREA TÉCNICA UTI NEONATAL NÚCLEO RÍGIDO BERÇÁRIO ÁREA VISITANTES CIRCULAÇÃO SUJA ADM ALIMENTAÇÃO PARENTERAL FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA 24 PRANCHA 01 1.9 HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA MARIA,SÃO PAULO/SP ESTUDO DE CORRELATO PLANTA PAVIMENTO 9 - CENTRO DE PARTO NORMAL PLANTA PAVIMENTO 10 - CENTRO OBSTÉTRICO POSTO DE ENFERMAGEM ASSISTÊNCIA AO RECÉM NASCIDO LEGENDA ESPAÇO COLABORADORES QUARTOS PPP LAVATÓRIO CIRÚRGICO ACESSO LIMPO SALA CIRÚRGICA AMBIENTES DE APOIO ÁREA TÉCNICA NÚCLEO RÍGIDO ÁREA DE ENFERMAGEM CIRCULAÇÃO SUJA RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA 1.9.6 ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ESCRITÓRIO ARQLAB FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA Os ambientes foram voltados de modo a receberem o máximo de iluminação e ventilação natural, para trazer conforto aos pacientes sem prejudicar a estética foram colocadas persianas nos ambientes de modo que se pudesse controlar a iluminação (figura A). A predominância dos ventos é sudeste e leste, possibilitando a entrada de ventilação natural em boa parte das áreas utilizadas pelos pacientes. De toda forma condicionadores de ar também estão presentes em todos os ambientes, mas a opção das janelas para trazer ventilação natural é importante para trazer o conceito de ambiência hospitalar e fazer com que paciente continue tendo noção de tempo. FONTE: ESCRITÓRIO ARQLAB FIGURA A FIGURA B SEM ESCALA 25 PRANCHA 02 26 3.2 EKCHAI CHILDREN HOSPITAL, TAILÂNDIA 3.2.1 Ficha técnica • Projetado pelo escritório S: CSB Co em conjunto com IF (Integrate Field) • Ano do projeto: 2017 • Ano de conclusão da obra: 2019 • Área Construída: 6.000 m² 3.2.2 Aspectos contextuais O hospital está situado em Samut Sakhon, uma província da Tailândia situada a 40km da capital (Bangkok). O edifício se encontra em um entorno predominantemente institucional e comercial. 3.2.3 Aspectos formais O volume da edificação é constituído por 5 pavimentos, de forma que a proposta foi mesclar o brincar infantil com aspectos da saúde. Por isso, no pavimento térreo e no primeiro pavimento percebe-se ao mesmo tempo áreas para brincar como playgrounds concomitantemente a consultórios, espaços para exame etc. Além disso, a diferença dos quartos se dá pelo nome de animais: baleia, coelho, leão e tartaruga. No teto se encontram desenhos de constelações com cada um dos animais que os quartos estão representados, onde através da iluminação e do anoitecer o desenho fica mais nítido, fazendo com que a criança tenha uma experiencia melhor. 3.2.4 Aspectos construtivos O projeto foi pensado em estrutura metálica de modo que fosse possível criar formas mais orgânicas onde as crianças não se sentissem intimidadas e fosse possível criar uma perspectiva de mundo que elas têm (Figuras 13 e 14). Além disso, na parte externa fez o uso de vidro, metal e revestimento amadeirado (Figura 15) para que desde a entrada principal a criança conseguisse estar confortável entrando em um ambiente completamente diferente de um hospital convenciona 27 Fonte: Gentilmente cedido pelo Acervo do escritório“Integrated Field” – IF. https://www.integratedfield.com/ 3.2.5 Aspectos funcionais O fluxo dos pacientes se dá por toda a parte do meio do hospital. O fluxo dos funcionários fica separado por corredores nas extremidades (olhar prancha 2 – planta primeiro andar) juntamente com os ambientes de apoio e elevadores de serviço. Os quartos se encontram nos últimos pavimentos de modo a se separar bem da parte ambulatorial, o posto de enfermagem na planta tipo dos quartos não se encontra tão centralizado, o que faz com que a área de UTI tenha maior visualização para o posto do que todos os quartos. Além disso, na planta tipo dos quartos a circulação de serviço se encontra em somente uma extremidade, o que faz com que caminhabilidade aumente não sendo tão funcional. 3.2.6 Aspectos bioclimáticos Na Tailândia, a face que mais recebe insolação é a face sul por estar localizada no hemisfério norte. No caso do edifício, a alternativa foi o uso de brises móveis metálicos com desenhos de animais (Figura 16). Com relação a ventilação predominante se dá pelo lado sul, no edifício a ventilação natural não foi tão bem aproveitada uma vez que a maioria dos quartos se encontra para o lado norte, porém os quartos chamados VIP acabam tendo a opção de receber ventilação natural na maior parte do ano auxiliando na sensação de ambiência uma vez que se trata de um país quente e úmido. Figura 13 Figura 14 Figura 15 28 Figura 16 Figura 17 Fonte: Gentilmente cedido pelo Acervo do escritório “Integrated Field” – IF. https://www.integratedfield.com/ 3.3 CENTRO DE PARTO HUMANIZADO:CASA ANGELA, SÃO PAULO/SP 3.3.1 Ficha técnica • Projetada pela Secretaria Municipal de Saúde juntamente com a médica alemã Anke Riedel • Obras iniciadas em 2006 e finalizadas em 2009 • 2012: Inauguração da Casa Angela • Metragem do terreno: 751,57m² • Área construída: 438,30m² 3.3.2 Aspectos contextuais A edificação está situada no Bairro Jardim Mirante/SP, especificamente na Comunidade Monte Azul, próximo à estação de metrô Giovanni Gronchi, o que facilita a mobilidade pelo local. O entorno é diverso, composto por edifícios residenciais, educacionais e comerciais. 3.3.3 Aspectos formais A edificação está situada em um terreno trapezoidal, o que faz com que o volume venha a ter algumas quebras necessária para melhor aproveitamento do espaço. Os 438,30m² estão divididos em 392,60m² no térreo e 105,70m² no primeiro pavimento. O acesso principal se dá por uma rampa seguido de uma calçada com entremeios em grama (Figura 18) com vegetação ao redor, isso faz com que a primeira impressão do usuário seja bastante agradável, porém, por conta do tipo de piso e dos 29 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 entremeios de grama, o acesso principal acaba gerando dificuldade de locomoção ficando suscetível até mesmo a acidentes. Ao redor dos alojamentos existe o contato com a área externa (Figura 19), em que as gestantes podem fazem a deambulação. Esta área possui relação com os quartos através das janelas (Figura 20, indicada pelo número 1), que permitem a entrada de iluminação e ventilação natural e o contato com o espaço externo. Fonte: Acervo pessoal da autora (2020). 3.3.4 Aspectos construtivos O Centro de Parto foi construído em formato de edifício residencial, pois, no acesso principal, encontra-se uma sala confortável com sofá, em seguida próximo a sala se encontra a cozinha e no outro sentido se encontram os quartos. Alguns aspectos interessantes a serem destacados, são: a utilização da madeira na sala de reuniões (Figura 21), presentes no forro e nas terças e vigas causa uma ambiência de conforto ao espaço; a utilização do piso com azulejos pintados por pessoas da comunidade (Figura 22) trazem valor afetivo, porém acabam dificultando a limpeza uma vez que em espaços de saúde os revestimentos devem priorizar a funcionalidade e higienização. Fonte: Acervo pessoal da autora (2020). 30 Figura 23 Figura 24 3.3.5 Aspectos funcionais Os acessos aos ambientes foram bem divididos. Sabe-se que, em um EAS é de extrema importância que ambientes de apoio devem ser restritos aos colaboradores. Além disso, devem estar próximos e com fácil acesso aos ambientes que necessitam de apoio para diminuição de risco hospitalar (prancha 3). A divisão dos acessos foi executada de modo que as pacientes e os acompanhantes não têm contato com os ambientes de apoio, apesar disso, a área de material sujo (expurgo e esterilização) se encontra um pouco distante dos quartos PPP (prancha 3 – planta 1), por ser uma área de acesso externo dificulta a diferenciação dos fluxos sujo e limpo. Apesar do ambiente ser um Centro de Parto Normal conta com toda a infraestrutura para atender a gestante e o neonato, iniciando pela sala de reuniões/acolhimento (Figura 23) as quais os revestimentos auxiliam na tranquilidade da gestante. A sala de espera possui sofás confortáveis, porém com revestimento convencional, o que acaba dificultando a higienização (Figura 24). Fonte: Gentilmente cedido pelo Acervo Casa Angela – Centro de Parto Humanizado. http://www.casaangela.org.br/ Nos quartos PPP percebe-se a humanização do ambiente através dos equipamentos para alívio de dor (Figura 25, indicação pelo número 1) opções que a gestante possui na hora de dar à luz (Figura 25, indicação pelo número 2). A ambiência causada pela iluminação (Figura 26, indicação pelo número 3) faz com que o espaço fique mais aconchegante, ativando também a cor rosa presente no quarto, que, segundo a cromoterapia, além de significar amor e carinho também causa sensações como: animar, ativar a corrente sanguínea e equilibrar as emoções, auxiliando a gestante na hora do parto. Além disso, a presença da janela com cortina e do relógio (Figura 26, indicação pelo número 4) faz com que o ciclo circadiano continue funcionando perfeitamente fazendo com que a distinção de dia e noite se torne natural. 31 Figura 25 Figura 26 Figura 27 Figura 28 Fonte: Gentilmente cedido pelo Acervo Casa Angela – Centro de Parto Humanizado. http://www.casaangela.org.br/ 3.3.6 Aspectos bioclimáticos O edifício recebe insolação em boa parte do dia na maior parte dos cômodos utilizados pelos pacientes, principalmente na área externa onde as gestantes utilizam para deambulação. Com relação aos quartos, para maior conforto das gestantes são utilizadas cortinas (Figura 26) como barreira solar. Porém segundo a RDC50 os ambientes devem possuir elementos que sejam os mais fáceis de higienização possível não sendo cortinas as melhores opções. Com relação a ventilação se dá na maior parte pelo sudeste e leste, sendo possível a presença de ventilação cruzada na edificação deixando o ambiente mais agradável (Figuras 27 e 28). Fontes: CADMAPPER e INPE, Adaptado pela autora; 1.10 HOSPITAL INFANTIL EKH, TAILÂNDIA ESTUDO DE CORRELATO AMBIENTES DE APOIO ENTRADA PRINCIPAL NÚCLEO RÍGIDO LEGENDA ESPAÇO TÉCNICO REFEITÓRIO/CANTINA ESPAÇO RECREATIVO ATENDIMENTO AMBULATORIAL PLANTA PAVIMENTO TÉRREO AMBIENTES DE APOIO ÁREA ESPERA NÚCLEO RÍGIDO LEGENDA ESPAÇO TÉCNICO ATENDIMENTO AMBULATORIAL AMBIENTES DE APOIO ENTRADA PRINCIPAL NÚCLEO RÍGIDO LEGENDA ESPAÇO TÉCNICO ÁREA ENFERMAGEM ESPAÇO RECREATIVO UTI PEDIÁTRICA PLANTA PAVIMENTO TIPO - 3,4 E 5 PLANTA PRIMEIRO ANDAR ÁREA ADMINISTRATIVA APOIO PACIENTES (SANITÁRIOS, FOYER) ESTACIONAMENTO FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA 32 PRANCHA 03 ESTUDO DE CASO CASA ANGELA : CENTRO DE PARTO HUMANIZADO, SÃO PAULO/SP Acesso restrito (colaboradores) LEGENDA Acesso misto (pacientes, acompanhantes e colaboradores)RECEPÇÃO E SALA DE ESPERA SALA DE CUIDADOS DO NEONATO DEPÓSITO MATERIAL DE LIMPEZA SALA DE EQUIPAMENTOS E ROUPARIA LAVANDERIA E SALA DE ESTERELIZAÇÃO 1.9.5ASPECTOS FUNCIONAIS LEGENDA Fluxo Serviço Fluxo Profissionais Fluxo Pacientes Área externa CONSULTÓRIO ARQUIVO MORTO SANITÁRIO QUARTOS PPP ALOJAMENTO CONJUNTO BANHEIRO POSTO DE ENFERMAGEM SALA DE UTILIDADES 11 11 12 12 13 EXPURGO 13 14 14 COPA15 15 16 REFEITÓRIO16 QUARTO PLANTONISTA17 17 ÁREA EXTERNA DEAMBULAÇÃO18 18 19 20 19 20 GARAGEM/AMBULÂNCIA ESTACIONAMENTO 20 FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA FONTE: ADAPTADO PELA AUTORA 33 PRANCHA 04 34 3.4 HOSPITAL MUNICIPAL MATERNIDADE DR. MARIO DE MORAES ALTEBFELDER SILVA, SÃO PAULO/SP Para auxílio na elaboração do partido fez-se um estudo de referencial pontual do Hospital Municipal Maternidade Vila Nova Cachoerinha, referência em humanização e utilização de medicinas alternativas. O hospital possui área construída de 8500m² e dispõe de 90 leitos hospitalares. 3.4.1 Aspectos formais O edifício está distribuído em dois blocos retangulares de 22 m x 60 m cada um com dois pavimentos. Esses pavimentos são ligados por rampas que estão localizadas em seus extremos. Com isso, pode se dizer que foram criados espaços para deambulação de acordo com o conforto ambiental. A maternidade possui ambulatório que conta com quinze consultórios, além de 182 leitos planejados e 170 leitos operacionais, sendo que: Figura 29 – Distribuição de leitos de acordo com o ambiente hospitalar Fonte: Elaborado pela autora de acordo com os dados fornecidos pelo hospital. 3.4.2 Aspectos construtivos Concreto aparente foi utilizado na construção do hospital. Além disso, o arquiteto também desenhou um painel específico para a fachada principal que auxilia principalmente na questão térmica dos ambientes internos. Segundo Zanettini (2013), 35 Figura 30 Figura 31 Figura 32 a obra foi um marco para época, uma vez que mudou o modo de projetar hospitais, pois o Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha. Além do que já foi citado, possuía em sua composição cores, aberturas para com visualização para a parte externa (Figura 30), vidros temperados, revestimentos com tinta epóxi (Figura 31) e foi o primeiro hospital Brasileiro a introduzir pisos plásticos na edificação. Também, possui uma circulação que conecta os dois blocos onde é possível ter o contato com o externo (Figura 32). Com isso, percebe-se que, não somente o conceito de projetar hospitais muda, mas a arquitetura funcional e própria para espaços de saúde também. Uma vez que como já citado neste trabalho, o contato com o ambiente externo é essencial para o paciente, além de que, os revestimentos auxiliam no processo de controle de infecção hospitalar, facilitando a higienização. Fonte: Gentilmente cedido pelo Escritório Zanettini https://www.zanettini.com.br/ 3.5 SÍNTESE CRÍTICA DOS ESTUDOS DE CORRELATOS E CASO Com a realização dos estudos de correlatos e caso, elaborou-se uma tabela (Figura 33) para definição da síntese crítica e ajuda na construção do partido arquitetônico, como observado abaixo. 36 Figura 33 – Síntese crítica dos estudos de correlato e caso Fonte: Elaboração autoral (2021) 4 LEVANTAMENTOS E DIAGNÓSTICO 4.1 CIDADE Balneário Camboriú é reconhecida nacionalmente por conta do turismo e infraestrutura que a cidade oferece. O município está localizado na região do litoral norte, na mesorregião do vale do Itajaí e faz divisa com Itapema, Camboriú e Itajaí, mesmo tendo Itajaí (maior cidade do Litoral Norte) como polo, a cidade não deixa de ser referência em gastronomia e lazer, não somente para a região, mas também, para o estado e para o Brasil. Atualmente, segundo o IBGE (2020) possui 145.796 mil habitantes e uma área de 46,8km². 37 Figura 34 – Localização geográfica de Balneário Camboriú Fonte: Elaboração autoral (2021) 4.2 LEVANTAMENTO/CONTEXTO URBANO 4.2.1 Área de estudo O bairro proposto é o da praia do Estaleiro, localizado na parte sul do município. As maternidades já existentes na cidade se encontram na parte norte e central, dificultando a chegada das gestantes, principalmente as provenientes de Itapema. Logo, a escolha do local de intervenção, mais ao sul, proporciona não só o atendimento de usuários no próprio município, como também dos municípios do entorno. Do centro de Itapema até o Hospital Municipal de Balneário Camboriú (Ruth Cardoso) há uma distância de 14 km. O acesso é dificultado principalmente em época de veraneio por conta do alto fluxo de veículos. Para a praia do Estaleiro existem dois acessos secundários (fora a utilização da Rodovia Governador Mario Covas) em que é possível que as gestantes utilizem sem necessitarem entrar na BR101, fazendo o caminho da marginal (para as gestantes de Itapema) e do Interpraias4 (Para as gestantes vindas do norte do estado) chegando ao bairro mais rápido. Estar próximo a BR também ajuda na questão da chegada de insumos hospitalares. Além disso, a área proposta encontra-se próxima ao mar. Destaca-se neste sentido a importância da natureza relacionada à qualidade no ambiente hospitalar. Existem vários estudos que indicam como o elemento água e a natureza podem causar resultados positivos 4 Conjunto de seis praias em sequência da cidade de Balneário Camboriú: Praia do Estaleirinho, Estaleiro, Praia do Pinho, Taquaras, Taquarinhas e Laranjeiras. 38 na mente humana. Logo, seria muito importante para a gestante e para o bebê, no momento do nascimento, poder estar em um ambiente que proporcione calma, tranquilidade e concentração sem interferência de fatores externos. Percebe-se através dos visuais do terreno que ele se encontra em uma área entre morros e com muita vegetação. O terreno possui certo declive, porém o relevo será usado favoravelmente para a criação de acessos internos diferentes. Além disso, a visualização direta para o mar da saída do terreno faz com que o usuário tenha uma sensação de paz e tranquilidade. A presença de vegetação na parte frontal do terreno faz com que parte dos ventos sejam barrados. De toda forma é possível fazer o aproveitamento de forma a deixar o edifício termicamente confortável. Figura 35 e 36 – Localização e indicação das visuais do terreno Fonte:Elaboração autoral (2021) 39 4.2.2 Infraestrutura e os pontos de interesse Por ser uma região litorânea e ainda em expansão o bairro não possui muita infraestrutura no sentido de equipamentos urbanos, fazendo com que tudo de concentre no centro de Balneário Camboriú à 8km da área. Para a escolha do lote foram analisados: metragem quadrada, proximidade com o mar, proximidade com a via principal do bairro (Av. Rodesindo Pavan) que liga o bairro tanto a BR101 quanto ao restante do Interpraias levando a Balneário Camboriú. Sendo assim o lote selecionado possui aproximadamente 12.000m², 520m de perímetro e testada de 56m voltado para o mar. Figura 36 – Vista por satélite do lote com pontos de interesse Fonte: Adaptado pela autora com base no google maps (2021) 4.2.3 Gabarito Através do mapa de gabarito e visualização do skyline percebe-se que há uma regularidade de 2 pavimentos (no máximo). Além disso, o morro se encontra ao redor das edificações o que faz com que exista uma certa imponência e impacto no visual do skyline. Para o projeto proposto manter o gabarito de no máximo 2 pavimentos é essencial para que não somente mantenha a harmonia, mas também para que não prejudique a praia e nem a visual do morro. 40 Figura 37 – Mapa gabarito Fonte: Elaboração Autoral (2021) 4.2.4 Usos do solo Analisando o mapa de usodo solo percebe-se que a área está inserida em um contexto predominantemente residencial. Apesar de ser um bairro turístico existem poucos edifícios comerciais ao redor, encontrando-se restaurantes e pousadas. A proposta de inserção de uma maternidade em um bairro predominantemente residencial auxilia com relação ao conforto acústico. Visto que o ambiente deve ser preservado de ruídos externos que prejudiquem ou que interfiram no período em que a gestante está no local. Figura 38 – Mapa de uso do solo Fonte: Elaboração autoral (2021) 41 4.2.5 Espaços construídos e não construídos É possível perceber que a área possui muitos espaços não construídos, visto que ainda é um bairro em expansão. Por esse fator a maioria dos equipamentos públicos e urbanos se encontra no centro de Balneário Camboriú a aproximadamente 8 km da área. Figura 39 – Mapa de edificação Fonte: Elaboração autoral (2021) 4.2.6 Sistema viário Através do mapa consegue-se perceber que a área possui vias predominantemente locais. Há uma via arterial que liga todas as vias e liga a BR101. O terreno se encontra a 4km da BR. As vias não possuem semáforos, somente alguns pontos de contenção (Quebra-molas, faixas elevadas etc.). O bairro possui fácil acesso pela BR101 e pelas vias do Interpraias. Figura 40 – Mapa de vias Fonte: Elaboração autoral (2021) 42 4.3 LEVANTAMENTO/CARACTERIZAÇÃO BIOCLIMÁTICA Os ventos predominantes são de origem sudoeste e nordeste. A temperatura média varia de 15°C podendo chegar até 26°C. Pelo estudo bioclimático feito no terreno percebe-se que há uma predominância de insolação na fachada norte ao longo do dia. A fachada leste recebe pouquíssima insolação. Por mais que o terreno esteja em frente à praia a predominância de árvores na parte leste faz com que a insolação seja reduzida. Com relação a fachada sul e a fachada oeste recebem insolação na parte da tarde, porém o fator das edificações ao lado, vegetação e morros fazem com que o nível de sol se reduza. Figura 41 – Caracterização bioclimática Fonte: Elaboração autoral (2021) 43 4.4 LEVANTAMENTO/LEGISLAÇÃO VIGENTE • Localização do Terreno: ZACI-B • Taxa de ocupação: 30% • Coeficiente de Aproveitamento: 1,5 • Taxa de Permeabilidade: 15% • Gabarito: 2 pavimentos + 50% pavimento inferior • Recuos: Frontal - Não especificado; Lateral – 2 m; Posterior -2 m; Praia - 50m Figura 42 – Plano de massas Fonte: Elaboração autoral (2021) Baseado no conceito de proposta de um hospital horizontal e na máxima taxa de ocupação do terreno elaborou-se um plano de massas com taxas de ocupação de 25%, 28% e 30% (Figura 42). Com a taxa de ocupação de 25% percebe-se uma maior taxa de permeabilidade, porém, a distinção de fluxos é dificultada uma vez que o edifício seria dividido. Com a taxa de ocupação de 28% percebe-se um volume mais denso o que facilita o controle de acessos e fluxos diferentes. Com a taxa de ocupação de 30% com um volume com algumas quebras, percebe-se a facilidade nos acessos e a relação com o exterior que o edifício traria. TO =28% TO =25% TO =30% 44 4.5 DIAGNÓSTICO/SÍNTESE CRÍTICA Para diagnóstico do terreno elaborou-se uma análise SWOT5, identificando as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades do terreno, os quais podem ser observados na matriz abaixo, demonstrado na Figura 43. A seguir encontra-se também a planta com a espacialização dos pontos indicados na matriz. Figura 43 – Análise SWOT Fonte: Elaboração autoral (2021) Com base no diagnóstico do terreno foram criadas as diretrizes e estratégias projetuais presentes na tabela representada pela Figura 44. 5 A Análise SWOT ou FOFA é uma técnica de planejamento estratégico usada para gestão de desempenho no ramo empresarial, onde é possível mapear fatores internos e externos (dentre eles forças, fraquezas, ameaças e oportunidades) para verificar a estratégia que será utilizada pela empresa. Recentemente a matriz swot também começou a ser utilizada na arquitetura como possibilidade de mapear os fatores do terreno ou da edificação. 45 Figura 44 – Diretrizes e estratégias projetuais Fonte: Elaboração autoral (2021) PARTIDO PROGRAMA DE NECESSIDADESCONCEITO A chegada de um bebê é um momento de mudanças na vida de uma família. Em momentos de crises e pensando na teoria dos Hospitais do Futuro*, o conceito de ambiência hospitalar é muito importante para que a família se sinta mais confortável possível mesmo estando em um ambiente hospitalar. Assim como o bebê se encontra confortável no útero a proposta se dá por trazer conforto aos usuários do edifício, principalmente através do uso de domótica, fazendo com que o paciente tenha diversas opções através de tecnologia. A palavra domótica, vem do grego . onde domus significa casa e tica significa automática, a partir disso, se traz o conceito de uma maternidade automatizada trazendo uma melhor exploração dos confortos ambientais e relação do interior x exterior através do uso de tecnologias, além de fazer com que o conceito de casa seja levado em consideração. *Segundo a Deloitte US através de uma simulação feita com 33 especialistas de área médica ao redor do mundo para entender quais seriam as próximas inovações para o design de hospitais do futuro chegou-se a algumas premissas básicas, dentre elas : Redefinir a assistência, com melhorias em monitoramentos clínicos, impressões 3D para cirurgias e centros digitais com algoritmos que facilitem tomadas de decisões rápidas; Prover uma experiência digital para o paciente, com aplicativos baseados em inteligência artificial, que permitem interação com o hospital;Melhorar os resultados operacionais por meio da tecnologia, através de automação, robótica e sistemas de dados integrados para gerenciamento de operações administrativas;. O programa de necessidades foi elaborado com base na RDC50, juntamente com as premissas propostas de mesclar uma maternidade e um centro de bem estar. Além disso, foram acrescidas as diretrizes e estratégias propostas bem como análises dos referenciais projetuais e estudo de caso. MATRIZ DE RELAÇÕES TOTAL AMBIENTES =2054m² *Acrescenta-se 15% de área de paredes *Acrescenta-se 30% de área de circulação TOTAL =3534m² ÁREA EXTERNA: Carga e descarga =38m² Ambulância= 25m² Estacionamento =400m² 46 PRANCHA 05 PARTIDO ORGANOGRAMA LEGENDA Fluxo Pacientes Fluxo Profissionais Fluxo Resíduos Fluxo Insumos/Matéria Prima FLUXOGRAMA PAVIMENTO TÉRREO FLUXOGRAMA PRIMEIRO PAVIMENTO FONTE: ELABORADO PELA AUTORA FLUXOGRAMA FONTE: ELABORADO PELA AUTORA PROPOSTA MALHA ESTRUTURAL O lançamento estrutural foi baseado em estrutura mista com pilares e vigas metálicas a fim de atingir maiores vãos. malha utilizada foi de 1mx1m com distanciamento de no máximo 14m entre os pilares, gerando assim uma viga de 60 cm com perfil W 360 x110mm. Acesso Misto Acesso Restrito FONTE: ELABORADO PELA AUTORA FONTE: ELABORADO PELA AUTORA EXEMPLO DE ESTRUTURA METÁLICA O fluxograma proposto tem como base separar os diferentes fluxos existentes em um edifício hospitalar (Pacientes, Profissionais, Resíduos, Insumos/Matéria prima) trazendo para a parte central o fluxo de profissionais, resíduos e insumos gerando um acesso restrito e para as extremidades o fluxo misto onde os pacientes conseguem ter acesso. EXEMPLO DE ESTRUTURA MISTA 47 PRANCHA 06 SEM ESCALASEM ESCALA SEM ESCALA SEM ESCALA PARTIDO SETORIZAÇÃO Premissa baseada na horizontalidade da arquitetura hospitalar e em fazer o uso do terreno para criação de acessos internos diferentes Relação interno x externo. Fazer aberturas de modo que a visualização do meio externo seja facilitada, para que o usuário se aproprie melhor do espaço. Criação de aberturas para os diferentes acessos e para melhor aproveitamentode insolação e ventilação. EVOLUÇÃO DA FORMA PROPOSTA IMPLANTAÇÃO Evolução com recuo na parte superior (fachada leste) para melhorar ambiência. Evolução com recuo na parte superior (fachada oeste) para melhorar aproveitamento do edifício e criação de telhado verde. FONTE: ELABORADO PELA AUTORA SETORIZAÇÃO PAVIMENTO TÉRREO FONTE: ELABORADO PELA AUTORA SETORIZAÇÃO PRIMEIRO PAVIMENTO Proposta de forma inicial Recepção Área Centro de Bem-Estar LEGENDA Área Ambulatorial Área Apoio Área Maternidade 48 PRANCHA 07 SEM ESCALA FONTE: ELABORADO PELA AUTORA SEM ESCALA SEM ESCALA FONTE: ELABORADO PELA AUTORA FONTE: ELABORADO PELA AUTORA PARTIDO FACHADA OESTE FACHADA LESTE FONTE: ELABORADO PELA AUTORA PALETA DE CORES IMAGENS DA PROPOSTA A utilização do vidro colorido deu-se pelo trabalho com cromoterapia desde a fachada do edíficio. A utilização do spiderglass deu-se para facilitar a relação do interior com o exterior do edfício, além disso, para aproveitar a iluminação e a vista da praia. Acalma e relaxa Regenera Otimismo Equilíbrio e harmonia PROPOSTA REVESTIMENTOS Os revestimentos em um Edíficio Assistencial a Saúde, segundo a RDC50 devem ser lisos, laváveis e resistentes, para facilitar a higienização e diminuir o risco de infecção hospitalar. Dessa forma, foram escolhidos revestimentos que auxiliassem na ambiência hospitalar mas que fossem de fácil higienização PISO TETO ESQUADRIAS PAREDES Manta Vinílica Hospitalar Gesso removível Reboco Liso Aplicação de domótica na maioria delas, exemplo utilizado "smartglass". 49 PRANCHA 08 50 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da revisão teórica e das análises realizadas neste trabalho compreende-se que o modelo de parto domiciliar natural tem voltado a ser uma opção para as gestantes. De toda forma, o parto domiciliar ou em CPN’s não são possíveis de ser realizados em gestantes de médio e alto risco, trazendo assim a problemática da falta de espaços acolhedores e humanizados onde todos os grupos de mulheres consigam trilhar todo o caminho da gestação em um único edifício, gerando assim ambiência hospitalar desde o momento do pré-natal. O levantamento preliminar realizado servirá de base para a elaboração de uma proposta de anteprojeto no TCC2. 51 REFERÊNCIAS BITERCOURT, F. Arquitetura ambiente de nascer. Rio de Janeiro, 1. Ed., 2008. BRASIL. Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS. Parto é normal. Acesso em 23 mar 2021. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/parto-e-normal> BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Divisão Regional do Brasil em Regiões Geográficas Imediatas e Regiões Geográficas Intermediárias, 2017. Acesso em 23 mar. 2021. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/apps/regioes_geograficas/> BRASIL. 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