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SUELI ZAFALON MENON, ET AL. Saúde em Revista 71 REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS (RAMS) Reações Adversas a Medicamentos (RAMs) Adverse Reactions to Medicines (ARMS) RESUMO Os agentes terapêuticos modernos têm contribuído favoravel- mente contra as várias morbidades que acometem a humanidade. No en- tanto, em algumas situações, seu uso cria efeitos indesejáveis à saúde, por exemplo, o desenvolvimento de reações adversas a medicamentos (RAMs). No Brasil, tais reações são responsáveis por 4% a 11% das internações hos- pitalares, sendo que, em alguns casos, podem levar ao aumento do tempo de permanência hospitalar e até mesmo ao óbito. Em adição, nosso país é um dos dez maiores mercados consumidores de medicamentos do mundo, o que o coloca como alvo para a ocorrência de RAMs. O objetivo deste tra- balho foi levantar na literatura os aspectos conceituais das RAMs, visto ser essas reações uma conseqüência inesperada aos tratamentos medicamento- sos. Utilizou-se como metodologia o levantamento em livros textos da área, além de pesquisa em sites diversos e na base de dados MedLine. Os resultados obtidos foram organizados didaticamente, privilegiando-se con- ceitualmente as RAMs pelos diversos órgãos legisladores. Conclui-se como necessária a implantação de uma política de farmacovigilância que leve em consideração quatro princípios básicos: segurança, eficácia, racionalidade e qualidade no mercado de medicamentos. Só assim os fármacos atingirão a sua finalidade no combate às doenças. Palavras-chave REAÇÕES ADVERSAS – MEDICAMENTOS – FARMACOVIGILÂNCIA. ABSTRACT Modern therapeutic agents have contributed favorably against several diseases that affect humanity. However, in some situations, some undesirable effects result from its use, as for example, the development of adverse reactions to medicines (ARMs). In Brazil, the adverse reactions are responsible for 4 to 11% of the internments, being that in some cases they can lead to death or increase in the permanence time in the hospital. In addition, our country is one of the ten largest consuming markets of medicine of the world, which places it as a target for the occurrence of ARMs. The objective of this work was to raise in the literature the conceptual aspects of the ARMs, seeing this reaction as an unexpected consequence of the medicinal treatment. The methodology used was a survey in textbooks of the area, researches in several sites and in the MedLine database. The results obtained were didactically organized, conceptually privileging the ARMs by several legislating agencies. It was concluded that it is necessary the implementation of a pharmacovigilance policy considering four basic principles: security, effectiveness, rationality and quality in the medicine market. In this way, the medicines will achieve its purpose against the diseases. Keywords ADVERSE REACTIONS – MEDICINES – PHARMACOVIGILANCE. REVISÃO DE LITERATURA / BIBLIOGRAPHY REVIEW SUELI ZAFALON MENON Farmacêutica graduada pela Universidade de Sorocaba (Uniso/SP) ANDRÉA CRISTINA DE LIMA Departamento de Fármacos e Medicamentos – Faculdade de Ciências Farmacêuticas (Unesp/SP) MARLUS CHORILLI Departamento de Fármacos e Medicamentos – Faculdade de Ciências Farmacêuticas (Unesp/SP) YOKO OSHIMA FRANCO* Curso de Farmácia – Faculdade de Ciências da Saúde (UNIMEP/SP) Curso de Farmácia – Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde (Uniso/SP *Correspondências: Rua das Garças, 80, Nova Piracicaba, 13405-132, Piracicaba/SP yofranco@terra.com.br 0000116saude16.book Page 71 Thursday, September 8, 2005 5:51 PM SUELI ZAFALON MENON, ET AL. 72 SAÚDE REV., Piracicaba, 7(16): 71-79, 2005 INTRODUÇÃO s agentes terapêuticos medicamentosos modernos têm contribuído favoravelmente contra as várias moléstias que acometem a humanidade. No entanto, em algumas situações seu uso cria efeitos indesejáveis à saúde.1 Nos Estados Unidos, aproximadamente 10% a 30% dos pacientes hospitalizados desenvolvem reações adversas aos medicamentos (RAMs); 3% a 6% das admissões hospitalares relacionam-se pri- mariamente às reações com medicamentos e 30% desses internados têm uma segunda reação du- rante sua permanência no hospital. Além das con- seqüências terapêuticas, há também um custo anual estimado em US$ 3 milhões, decorrente do longo período de internações associadas à toxici- dade dos medicamentos. Com base em vários es- tudos feitos nos Estados Unidos e na Europa, nas últimas duas décadas, estima-se que 20% a 30% dos pacientes hospitalizados apresentam efeitos indesejáveis após o uso de medicamentos e que esse número deva ser ainda maior em pacientes ambulatoriais.2 Segundo publicação de 1998, cerca de 100 mil mortes ocorreram em pacientes hospitaliza- dos nos Estados Unidos, em 1994, em razão das RAMs, colocando-se entre a quarta e sexta causa de morte naquele país.3 No Brasil, as reações ad- versas são responsáveis por 4% a 11% das inter- nações e vem recebendo constantes alertas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Orga- nização Panamericana de Saúde (OPAS), por ter sido um dos dez maiores mercados consumidores de medicamentos do mundo, em 2003.1 De acordo com a OMS, reação adversa a medi- camento é qualquer efeito prejudicial ou inde- sejável, não intencional, que aparece após a administração de um medicamento, em doses normalmente utilizadas no homem, para profila- xia, diagnóstico e tratamento de uma moléstia, ou ainda para a modificação de uma função fisio- lógica. Ela ocorre freqüentemente em pacientes com hipersensibilidade ou que tiveram alguma reação adversa anterior, ou após a tolerância ao medicamento com o aumento de dose, podendo predispor um quadro de toxicidade.4 As RAMs constituem um problema importante na prática do profissional da saúde. Sabe-se que essas reações são causas significativas de hospitali- zação, de aumento do tempo de permanência hospitalar e até mesmo de óbito. Além disso, elas afetam negativamente a qualidade de vida do pa- ciente, influenciam na perda de confiança dele para com o médico e aumentam custos, além de atrasar os tratamentos, uma vez que podem asse- melhar-se a enfermidades.4, 5 O objetivo deste trabalho foi pesquisar na lite- ratura os aspectos conceituais da RAM, com a fi- nalidade de melhor informar a população e os prescritores em geral sobre tal problemática. METODOLOGIA A metodologia adotada baseou-se em levanta- mento em livros textos da área, pesquisa na inter- net em sites diversos e na base de dados MedLine, no período de agosto a novembro de 2003. Todo o material obtido foi didaticamente organizado, privilegiando-se os aspectos conceituais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Orga- nização Panamericana de Saúde (OPAS). RESULTADOS O referencial teórico a respeito de reações ad- versas a medicamentos (RAMs) é a seguir abordado. Sua classificação segue as seguintes nomenclaturas:4 1. reação ou hipersensibilidade alérgica: sua produ- ção exige a sensibilização prévia do sistema imu- nitário do indivíduo ao componente de algum medicamento. Trata-se de uma reação de inten- sidade claramente não relacionada com a dose administrada. Exemplo disso seria a hipersensi- bilidade do tipo I (anafilaxia), uma resposta súbi- ta e potencialmente letal provocada pela liberação de histamina e de outros mediadores químicos. As principais características dessa rea- ção incluem erupções cutâneas urticariformes, edema, broncoconstrição e hipotensão;6 2. tolerância: fenômeno pelo qual a administração re- petida, contínua ou crônica de um medicamento, na mesma dose, diminui progressivamente a in- tensidade dos efeitos farmacológicos, sendo ne- cessário aumentar gradualmente a dose para manter os efeitos na mesma intensidade. Ela leva dias ou semanas para acontecer; como exemplo, cita-se a tolerância produzida pelos barbitúricosreduzindo seu efeito anticonvulsivante;6 3. efeito colateral: é o inerente à própria ação far- macológica do fármaco, porém, seu apareci- mento é indesejável num determinado momento de sua aplicação. É considerado um prolongamento da ação farmacológica principal do medicamento e expressa um efeito farmaco- lógico menos intenso. Como exemplos, têm-se O 0000116saude16.book Page 72 Thursday, September 8, 2005 5:51 PM SUELI ZAFALON MENON, ET AL. Saúde em Revista 73 REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS (RAMS) o broncoespasmo produzido pelos bloqueado- res ß-adrenérgicos, o bloqueio neuromuscular produzido por aminoglicosídeos, sonolência pe- los benzodiazepínicos e arritmias cardíacas com os glicosídeos;7, 8, 9 4. evento adverso: considerado uma injúria sofrida pelo paciente resultante de erros no uso de me- dicamentos (dose incorreta, dose omitida, su- perdose, via de administração não especificada, horário de administração incorreto e outros) e que resulta em falha terapêutica.10, 11 As RAMs podem classificar-se, segundo Maga- lhães e Carvalho,4 em leve, moderada, grave e letal. As leves não requerem tratamentos especí- ficos ou antídotos, não sendo necessária a sus- pensão do fármaco. As moderadas exigem modificação da terapêutica medicamentosa, ape- sar de não exigir a suspensão do fármaco agres- sor, podendo-se prolongar a hospitalização e demandar tratamento específico. As graves são potencialmente fatais, requerem a interrupção da administração do medicamento e tratamento específico da reação adversa, hospitalização ou prolongamento da internação de pacientes já in- ternados. As letais, por sua vez, contribuem direta ou indiretamente para a morte do paciente. De acordo com Weser,12 existem muitas clas- sificações para efeitos indesejáveis com medica- mentos, entre elas: 1ª categoria: refere-se à dosagem inadequada do medicamento e ao emprego deliberado (uso cri- minal, suicídio ou outros empregos ilícitos); 2ª categoria: abrange aqueles efeitos indesejáveis devidos à ação farmacológica do medicamento. São “dose-relacionadas” a todos os indivíduos, quando expostos à concentração suficiente do medicamento; 3ª categoria: inclui todo efeito indesejável, não relatado na ação farmacológica do medicamen- to em questão. Nessa categoria, não são “dose- relacionadas” e são imprevisíveis. O maior nú- mero de doses não-relacionadas de efeito inde- sejável medicamentoso representa reações alérgicas com bases imunológicas. Em 2000, publicou-se nova classificação com seis categorias (tab. 1), contendo exemplos de fár- macos e a forma de gerenciar a RAM.13 Tabela 1. Classificação de RAMs.13 ISRS: inibidores seletivos de recaptação de serotonina. TIPO DE REAÇÃO MNEMÔNICA OCORRÊNCIAS EXEMPLOS GERENCIAMENTO (A) Relacio- nada à dose Aumentada • Comum • Relacionada à ação farmacoló- gica • Previsível • Baixa mortalidade • Efeitos tóxicos: digoxina; síndrome serotoninérgica com ISRS • Efeitos colaterais: efeitos anticolinér- gicos dos antidepressivos tricíclicos • Reduzir ou retirar dose • Considerar efeitos de terapia concomitante (B) Não relacionada à dose Bizarra • Incomum • Não relacionada à ação farma- cológica • Imprevisível • Alta mortalidade • Reações imunológicas: hipersensibili- dade à penicilina • Reações idiossincráticas: porfiria aguda, hipertermia maligna, pseudoaler- gia (rash por ampicilina) • Retirar e impedir no futuro (C) Relacio- nada à dose e ao tempo Crônica • Incomum • Relacionada a doses cumulati- vas • Supressão do eixo hipotálamo-pituitá- ria-adrenal por corticosteróides • Reduzir ou retirar dose; retirada precisa ser prolongada (D) Relacionada ao tempo Tardia • Incomum • Usualmente dose-relacionada • Ocorre ou torna-se aparente após algum tempo de uso do fár- maco •Teratogênese (adenocarcinoma com dietilestilbestrol) • Carcinogênese • Discinesia tardia • Freqüentemente não tratável (E) Relacionada à retirada do fármaco Fim do uso • Incomum • Ocorre logo após a retirada do fármaco • Síndrome de retirada de opióides • Isquemia miocárdio (retirada de beta- bloqueador) • Reintroduzir o fármaco e retirar lentamente (F) Relacionada à falha inespe- rada da terapia Falha • Comum • Dose-relacionada • Freqüentemente causada por interações medicamentosas • Dosagem inadequada de um contra- ceptivo oral particularmente quando usado com específica enzima indutora • Aumentar a dosagem Considerar efeitos de terapia concomitante 0000116saude16.book Page 73 Thursday, September 8, 2005 5:51 PM SUELI ZAFALON MENON, ET AL. 74 SAÚDE REV., Piracicaba, 7(16): 71-79, 2005 Efeitos das doenças nas reações medicamentosas Estados patológicos podem modificar a res- posta do medicamento. Algumas doenças pare- cem predispor uma reação medicamentosa, podendo ser divididas em duas categorias:14 • 1ª categoria: inclui as doenças com múlti- plas terapias (por exemplo, doenças infeccio- sas, desordens psiquiátricas e doenças do sistema cardiovascular). Digitálicos, quinidi- na, antimicrobianos, insulina e antihiperten- sivos produzem 60% desse tipo de reação; • 2ª categoria: compreende o grupo das doen- ças que primariamente afetam os órgãos de absorção, metabolismo ou excreção. Nas doen- ças hepáticas, deficiência renal adquirida ou do- ença renal congênita (acidose tubular renal), o metabolismo, a excreção e o produto dos medi- camentos podem ser alterados. Fatores de risco nas RAMs Segundo alguns autores,15, 16, 17 as RAMs ocorrem mais freqüentemente na presença de um ou mais dos seguintes fatores: • extremos de idade: neonatos e idosos são grandes riscos de experiências com RAMs, em virtude da imaturidade de enzimas hepáticas (neonatos) e da grande exposição de idosos a medicamentos; • gênero: as mulheres apresentam porcenta- gem de RAMs maiores do que nos homens. Isso é relatado pelas diferenças corpóreas e pela distribuição, mas alguns refletem em polimorfis- mo farmacocinético e farmacodinâmico; • múltipla medicação: existe uma relação direta entre o número de medicamentos que um paci- ente toma e o risco de uma RAM; • estado patológico: doenças do fígado, rins e coração podem afetar a depuração, resultando em acúmulo do medicamento; • histórico passado de RAMs ou alergias: RAMs são mais freqüentemente encontradas em pa- cientes que sofreram anteriormente RAMs ou alergias; • fatores genéticos: existe um número de poli- morfismo genético na população que aponta certos pacientes com maiores riscos de experiên- cias com RAMs; • grandes doses: há uma relação direta entre o risco de experiências com RAMs e as doses admi- nistradas do medicamento. Incidências das RAMs As RAMs ocorrem por diversos fatores; po- rém, alguns deles predispõem maior incidência em certos grupos de indivíduos.18 1. Incidência em mulheres: as mulheres geralmente usam mais os serviços de saúde e tomam mais medicamentos que os homens. Elas metaboli- zam os medicamentos de forma diversa, em ra- zão da diferença de massa corpórea em relação aos homens e das diferenças hormonais. Outro fator pode ser a desnutrição, já que ela tem mai- or prevalência no sexo feminino. Há mais de três décadas, a segurança do medicamento tem sido uma preocupação muito importante para as mulheres. Em 1960, com a tragédia da talido- mida, deu-se maior atenção para o risco de to- mar medicamentos durante a gravidez.18 2. Incidência em homens: nos homens a incidência de RAMs é menor, por conta da massa corpórea, mas existem algumas situações ligadas à raça que favorecem o aparecimento de reações ad- versas. Por exemplo: • fármaco antimalárico primaquina, embora bem tolerado pela maioria dos indivíduos, causa hemólise em 5% a 10% dos negros do sexo masculino e leva a uma grave anemia. Essarea- ção em indivíduos sensíveis também ocorre com outros derivados de anilina, inclusive com sulfo- namidas. A anormalidade subjacente correspon- de a uma deficiência eritrocitária da enzima glicose – seis fosfato desidrogenase (G6PD), traço herdado na forma recessiva ligada ao sexo. Essa enzima é necessária para manter o teor de gluta- tion reduzido (GSH) nas hemáceas, e o GSH é es- sencial para prevenir a hemólise. Os derivados da anilina fazem com que o GSH caia de maneira inócua em células normais, mas o suficiente para causar hemólise nas células deficientes em G6PD;18 • Viagra®, cujo princípio ativo é o Sildenafil, causou vários casos de letalidade nos Estados Unidos. Receitado para seis milhões de pacien- tes, originou a morte de 130 indivíduos, a maio- ria por complicações cardiovasculares. O fármaco isolado não provoca efeitos adversos, mas, associado a fatores intrínsecos como risco para doenças cardio ou cerebrovasculares (hi- 0000116saude16.book Page 74 Thursday, September 8, 2005 5:51 PM SUELI ZAFALON MENON, ET AL. Saúde em Revista 75 REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS (RAMS) pertensão, hipercolesterolemia, Diabetes melli- tus, obesidade) e fatores extrínsecos (tabagismo), pode causar RAMs graves.18 3. Incidência em idosos: os idosos têm uma preva- lência maior de problemas de saúde que os de- mais grupos etários. Cerca de 80% dos idosos possuem uma ou mais enfermidades crônicas e consomem grandes quantidades de medicamen- tos. Tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos, eles consomem pelo menos 30% dos medicamentos receitados. Na Itália, 40% das pessoas acima de 70 anos toma de quatro a cin- co medicamentos diariamente e 12% toma mais de nove tipos diferentes de medicamentos.19 O elevado consumo de medicamentos leva geralmente a um grande número de RAMs. Um estudo feito no Reino Unido demonstrou que as RAMs eram exclusivas ou parcialmente responsá- veis por 10% das admissões nas unidades de geri- atria. No Canadá, estima-se que 20% das internações de idosos relacionam-se a complica- ções com medicamentos prescritos.19 No Brasil, as RAMs são responsáveis por 10% das internações de indivíduos na faixa etária de 40 a 50 anos e de 25% nas pessoas acima de 80 anos de idade. Fazer uso de muitos medicamen- tos é apenas uma parte do problema, já que um só medicamento pode causar um efeito dramáti- co no idoso, em razão de várias mudanças físicas que afetam a maneira como ele os processa biolo- gicamente. Entre elas, incluem-se:20 • redução do fluxo sanguíneo e da motilidade do trato gastrintestinal, refletindo em absorção mais lenta do fármaco; • diminuição do peso, da água do corpo e das proteínas sanguíneas, aumentando, assim, a pro- babilidade de uma maior concentração de mui- tos fármacos, particularmente aqueles mais hidrossolúveis (cimetidina, digoxina, gentamici- na, fenitoína, teofilina); • aumento da gordura corpórea, fazendo com que os fármacos lipossolúveis alcancem menor concentração, mas com acúmulo no tecido gor- duroso, podendo levar à toxicidade (diazepam, oxazepam, prazosin, tiopental); • redução da função renal e da eliminação dos fármacos do organismo (ampicilina, atenolol, digoxina, doxiciclina, furosemida, gentamicina, hidroclorotiazida, fenobarbital); • menos receptores e transmissores no cérebro e em todo o sistema nervoso central (SNC), de ma- neira que os fármacos que atuam no SNC podem ter um efeito mais pronunciado e duradouro. Por conta do grande risco de acúmulo de me- dicamentos no organismo, os idosos necessitam de um cuidado especial para que as doses estejam de acordo com sua necessidade particular, estado de saúde e circunstâncias sociais. Quando esses cuidados não são seguidos, podem ocasionar re- sultados trágicos, como intoxicação medicamen- tosa e até mesmo a morte.19 Outro fator capaz de conduzir a complicações no tratamento e possivelmente a RAMs é a falha do paciente em tomar os medicamentos apro- priadamente. Esse é um problema comum nos pacientes de qualquer idade. Nos idosos, o pro- blema pode ser maior pela diminuição da memó- ria, má audição e visão e por ter de se adequar a regimes e doses terapêuticas complexas.19 Os medicamentos devem ser bem analisados, antes de receitados a idosos, pois grande parte de- les causa problemas graves. Alguns exemplos:19 • os medicamentos psicotrópicos podem cau- sar efeitos secundários bastante perturbadores. Os tranqüilizantes benzodiazepínicos têm sido associados por muito tempo com efeitos adver- sos sobre as atividades psicomotoras, do apren- dizado e na memória. O diazepam apresenta elevada associação com quedas e algumas inves- tigações sugerem que ele não deveria ser usado em idosos; • os AINES (antiinflamatórios não esteroidais) têm originado grandes danos aos idosos. No Reino Unido, cerca de 1.500 casos de hemorra- gia por perfuração de úlcera péptica causadas por AINES são notificadas anualmente pelo Co- mitê de Segurança de Medicamentos. Isso ocor- re predominantemente em pessoas com idade superior a 60 anos; • os idosos apresentam alto risco de infeções e uma porcentagem elevada de mortalidade por infeções, comparando-os aos adultos jovens, o que conduz ao uso freqüente de antibióticos. A diminuição natural da função renal em virtude da idade aumenta o tempo em que o organismo leva para eliminar um antibiótico. Por isso, os idosos geralmente precisam de doses baixas, já que neles há chances de acúmulo no organismo e conseqüente toxicidade; 0000116saude16.book Page 75 Thursday, September 8, 2005 5:51 PM SUELI ZAFALON MENON, ET AL. 76 SAÚDE REV., Piracicaba, 7(16): 71-79, 2005 • os aminoglicosídeos também devem ser usa- dos com cautela em idosos, pelo fato de prejudi- car os rins e da perda da audição. Como a freqüência de efeitos adversos encon- trados nos idosos é alta, antes de receitar algum medicamento é primordial verificar sua real ne- cessidade. Além disso, deve-se limitar os medica- mentos a tão poucos quanto possível e às doses mais baixas. A menor quantidade de medicamen- tos deve ser administrada aos pacientes idosos, e em doses mínimas efetivas para eles.19 4. Incidência em crianças: os bebês e as crianças re- cebem demasiados medicamentos. De acordo com a OMS, 2/3 de todos os medicamentos usa- dos nas crianças podem ser de pouco ou ne- nhum valor.19 O perigo potencial do uso inapropriado de medicamentos foi responsável por mais de 12% das internações em um hospital no México, de- correntes de efeitos adversos a medicamentos usados antes da internação. Nos Estados Unidos, um estudo feito em 1988 apontou que cerca de 2% das admissões pediátricas em hospitais se de- vem às RAMs.19 As crianças biotransformam os fármacos de maneira diferente dos adultos. Entre essas dife- renças, destacam-se: o gradiente do metabolismo das crianças geralmente é reduzido; especialmen- te em bebês a barreira sanguínea hematoencefáli- ca é mais permeável; os rins e o fígado estão desenvolvendo os processos de síntese e depura- ção, resultando em baixa eliminação de medica- mentos.19, 20 Alguns exemplos comuns do mau uso de me- dicamentos em crianças, de acordo com Rylan- ce,21 são: antibacterianos para as infecções virais das vias respiratórias altas, descongestionantes para resfriados, antieméticos orais para vômitos, agentes antipiréticos, antidepressivos tricíclicos para enurese noturna, espasmolíticos para dores abdominais e estimulantes de apetite. Os antibióticos constam entre os medica- mentos mais receitados para crianças. Nos Esta- dos Unidos, cerca de 35% das prescrições para menores de três anos de idade está nessa classe te- rapêutica. Os antibióticos são usados indevida- mente em infecções virais. No Brasil, uma pesquisa feita em drogarias constatou que os bal- conistas geralmente recomendam antibióticos para pacientes com infecções respiratórias agudase quadros de diarréia.19 Os analgésicos e os medicamentos para febre também são muito usados em crianças. A maioria das dores nelas é aguda e autolimitante, causadas por infecção, trauma, cirurgia ou exacerbação de uma enfermidade crônica. Dores de cabeça, cóli- cas abdominais e dores de membros raras vezes necessitam de medicamentos, a menos que sejam causadas por uma enfermidade ou condição que requeira intervenção farmacológica.19, 20 Notificações de RAMs Os métodos mais rápidos para se produzirem hipóteses de causas relacionadas entre a adminis- tração de um medicamento e o aparecimento de determinado efeito adverso são a notificação de casos clínicos suspeitos de RAMs e a reunião de classes de pacientes com patologia e exposição farmacológica prévia comum. O primeiro passo para confirmar dados gerados pelas notificações e pela seqüência de casos é a comparação de expe- riências acumuladas em um país com os registros de outros. Entre os sistemas de detecção e quanti- ficação de reações adversas, o mais expandido in- ternacionalmente é o da notificação voluntária, realizada pelo prescritor, das suspeitas de efeitos indesejáveis provocados pelos medicamentos em seus pacientes. Obtêm-se as informações por meio de notifi- cações recebidas dos centros nacionais. Os for- mulários de notificações são praticamente iguais em todos os países. O que varia ligeiramente de um para outro é o tipo de reação notificada e os profissionais que notificam, dentre os quais geral- mente aparecem sexo, idade, descrição da reação adversa (seguindo uma terminologia consensual entre os países participantes e compilada no Dici- onário de Reações Adversas da OMS), informa- ções sobre os medicamentos administrados (com menção de suas doses e posologia de administra- ção, assim como data de início e final da adminis- tração e indicação do seu motivo) e outros dados básicos (sobre reexposição e desenvolvimento das complicações).22, 23, 24 Medicamentos notificados com suspeita de RAM Em vários países, a colaboração entre os ór- gãos do governo e a farmacovigilância das indús- trias farmacêuticas é bastante estreita e proveitosa. Exemplo típico ocorre nos Estados Unidos, onde, no período de 1980 a 1989, notificaram-se 261.515 suspeitas de RAMs, 89% delas proveni- entes da indústria farmacêutica.25 A tabela 2 0000116saude16.book Page 76 Thursday, September 8, 2005 5:51 PM SUELI ZAFALON MENON, ET AL. Saúde em Revista 77 REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS (RAMS) exemplifica algumas notificações de RAMs da Agência Regulamentória da Austrália. Tabela 2. Exemplos de medicamentos que desencadearam RAMs. Farmacovigilância No final de 1999, o Ministério da Saúde criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), com a missão de proteger e promover a saúde, garantindo a segurança sanitária dos pro- dutos e serviços. Ela contempla, em sua estrutura organizacional, a Unidade de Farmacovigilância, atribuindo-lhe a responsabilidade institucional pela formulação e estruturação das ações de far- macovigilância no País. A criação do Centro Na- cional de Monitorização de Medicamentos (CNMM),27 sediado na Unidade de Farmacovigi- lância (UFARM), por meio da Portaria n.º 696, de 7 de maio de 2001, possibilitou as ações de far- macovigilância no âmbito do Sistema Nacional de Farmacovigilância. A UFARM vem implementando metas e ações para o desenvolvimento de diretrizes que as- segurem o controle de riscos e qualidade de medi- camentos comercializados no mercado farmacêutico brasileiro. Caracterizada como uma atividade de saúde pública, a farmacovigilância visa a identificação, a avaliação e a prevenção dos riscos associados aos medicamentos comercializados. A ANVISA pro- põe-se não só a orientar e estimular o exercício das atividades de rotina inerentes à prática da no- tificação de RAMs, mas também a disseminar in- formações sobre a eficácia dos medicamentos para a população em geral. O programa de farmacovigilância é planejado para integrar estrategicamente quatro princípios: segurança, eficácia, racionalidade e qualidade no mercado de medicamentos.28, 29 Trata-se de um sistema pelo qual identificam-se e respondem-se sistematicamente as questões de segurança de me- dicamentos comercializados, quanto à possível relação causa-efeito entre a ingestão ou uso de um medicamento e o surgimento de efeitos inde- sejáveis, além de monitorar-lhe o processo de fa- bricação, por meio de possíveis alterações em sua embalagem, conteúdo e/ou produto final.30, 31 Desde 1970, a OMS mantém um Programa In- ternacional de Notificações Espontâneas de RA- Ms. Atualmente, esse sistema integra cerca de 45 nações e funciona com sede na Suécia. A OMS re- cebe relatos de todos os países interligados, ofere- cendo feedback e treinamento a seus membros, tendo recebido mais de dois milhões de relatos até hoje.1 Foram criados muitos centros e cada país utiliza um sistema de notificação específico. O Brasil não fazia parte desse banco de dados in- ternacionais, pois não contava com um programa estabelecido, tampouco com um centro reconhe- cido pelo Ministério da Saúde como Centro Na- cional de Vigilância Farmacológica. A primeira tentativa oficial no Brasil deu-se em 1979, com a implantação do Sistema Nacio- nal de Vigilância Farmacológica. Dez anos de- pois, nova portaria emitida pelo Conselho Nacional de Saúde recomendou-o à Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária como instituição de manutenção e eficiente sistema de farmacovi- gilância. Em 1995, a Secretaria Nacional de Vi- gilância Sanitária, após considerar as reações adversas como responsáveis por 4% a 11% das internações, que vêm recebendo constantes aler- tas da OMS e da OPAS, e o Brasil como um dos dez maiores mercados consumidores de medicamen- tos do mundo, criou uma comissão para harmo- nizar as ações com outros países (Europa, Estados Unidos, Mercosul) e estabeleceu o Centro Nacio- nal de Farmacovigilância. O prazo para a real efetivação do programa era maio de 1996, mas infelizmente o projeto não chegou a ser concluído. Em 30 de outubro de 1998, a publicação da Portaria 3916 criou a Polí- tica Nacional de Medicamentos e estabeleceu as ações de farmacovigilância, tendo como atribui- ções: estabelecer, coordenar e monitorar os siste- mas de vigilância toxicológica e farmacológica.1, 5 A partir da Portaria 696, de 7 de maio de 2001, e com o surgimento do Centro Nacional de Moni- torizarão de Medicamentos, o Brasil passou a ser membro integrante do Programa Internacional de Monitorizarão de Medicamentos da OMS.27 PRINCÍPIO ATIVO NOME COMERCIAL PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS Cefaclor Ceclor® Hipersensibilidade, rash cutâneo Coumarin Lodema® Icterícia Donezepil Aricept® Síncope, edemas, taquicar-dia Ácido Valpróico Depakene® Pancreatite Olanzapina Zyprexa® Agranulocitose, anemia Cisapride Prepulsid® Arritmias cardíacas Pemoline Cylert® Complicações hepáticas Nefazodone Serzone® Icterícia Sildenafil Viagra® Infarto do miocárdio 26 0000116saude16.book Page 77 Thursday, September 8, 2005 5:51 PM SUELI ZAFALON MENON, ET AL. 78 SAÚDE REV., Piracicaba, 7(16): 71-79, 2005 CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de, nos últimos tempos, ter-se no mer- cado um arsenal terapêutico cada vez maior con- tra as várias enfermidades que acometem a humanidade, e de tal arsenal, na maioria das ve- zes, contribuir favoravelmente no combate às moléstias, aumentam também os registros de ca- sos de pacientes que apresentam RAMs. No Brasil, segundo dados publicados em 2003, 4% a 11% das internações hospitalares de- correm de reações adversas. Como agravante des- se quadro, tem-se também o fato de que somos um dos dez maiores mercados consumidores de medicamentos do mundo. Com base nesses dados, uma política de far- macovigilância deve ser implementada, inte- grando estrategicamentequatro princípios: segurança, eficácia, racionalidade e qualidade no mercado de medicamentos, contribuindo para uma maior segurança dos usuários de medica- mentos em nosso país. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Dainesi SM, Juquiram AB, Biazetti L. Farmacovigilância: um dever de todos. Revista da Sociedade Brasileira de Cancerologia 2003; 13: 1-7. 2. Pearson TF, Pittman DG, Longrey JM. Factors Associated with Preventable Adverse Drug Reactions. American Society of Hospital Pharmacysts 1994; 51: 2.268-72. 3. Lazarou J, Pomeranz BH, Corey PN. Incidence of Adverse Drug Reactions in Hospitalized Patients. Jama 1998; 279 (15): 1.200-5. 4. Magalhães SMS, Carvalho WS. Reações Adversas a Medicamentos. Ciências Farmacêuticas. 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Ministério da Saúde. Portaria n.º 3916, de 30 de outubro de 1998. Dispõe sobre a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), devendo ser a base para a organização de listas estaduais e municipais, visando o processo de descentralização da gestão, tornando-se, portanto, meio fundamental para orientar a prescrição, a dispensação e o abastecimento de medicamentos, particularmente no âmbito do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília (DF) 30 out. 1998. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 13/5/04. Submetido: 19/jul./2004 Aprovado: 24/fev./2005 0000116saude16.book Page 79 Thursday, September 8, 2005 5:51 PM
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