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automedicação implicações idosos

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FIBRA - FACULDADE DO INSTITUTO BRASIL 
INSTITUTO BRASIL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA LTDA. - I.B.C.T. 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
FERNANDA SILVA VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
AUTOMEDICAÇÃO: O USO INDISCRIMINADO DE ANTI-
INFLAMATÓRIOS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA SAÚDE 
DOS IDOSOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁPOLIS 
DEZEMBRO / 2017 
 FERNANDA SILVA VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOMEDICAÇÃO: O USO INDISCRIMINADO DE ANTI-
INFLAMATÓRIOS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA SAÚDE 
DOS IDOSOS. 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Graduação em Farmácia da 
Faculdade do Instituto Brasil - FIBRA visando 
à obtenção do título de Bacharel em Farmácia 
Generalista. 
 
Orientação: Prof. Msc. Paulo Edson Fernandes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁPOLIS 
DEZEMBRO / 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Banca Examinadora: 
 
Prof. Msc. Paulo Edson Fernandes 
Orientador 
 
Prof. Esp. Giordana Pires Souza de Paula 
Membro da Banca 
 
Prof. Msc. Carlos Eduardo Peixoto Cunha 
Membro da Banca 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁPOLIS 
Dezembro/2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
“Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor de meu 
destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia, ao meu esposo Wesley por ter tido 
paciência nestes 5 anos, aos meus pais Maria Lucelma da Silva e Fabio Beltrancino da Silva e 
as minhas irmãs Cristiane e Rosana” 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao Professor orientador Paulo Edson Fernandes pela dedicação, orientação e pelo exemplo de 
trabalho árduo na busca constante da qualidade na pesquisa. 
 
Aos membros da banca pela disponibilidade do tempo cedido e por compartilharem sua 
experiência com correções e sugestões que visam aprimorar e contribuir para a melhoria deste 
trabalho. 
 
Ao Curso de Farmácia da Fibra; professores e funcionários do colegiado. 
 
A toda minha família pelo apoio e incentivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira 
que deu o seu Filho unigênito, para que todo 
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a 
vida eterna.” 
 
João 3:16 
RESUMO 
 
Com o envelhecimento populacional, observa-se o aparecimento de doenças crônicas não 
transmissíveis acompanhadas de aumento na incidência de doenças incapacitantes, crônicas e 
degenerativas, que resultam em dependência e são agravadas pelas queixas de dor. Estes 
agravos de saúde requerem o uso de medicamentos, dentre eles a classe dos anti-inflamatórios 
não esteroides (AINEs) destaca-se por serem utilizados com ou sem associação a outros 
medicamentos, podendo acarretar efeitos indesejados com importante impacto para a saúde dos 
idosos. O pouco conhecimento quanto aos riscos da utilização desta classe de medicamentos 
levam os fármacos desse grupo a serem extensivamente empregados pelos idosos, tornando-os 
suscetíveis a efeitos adversos e a interações medicamentosas. O presente trabalho teve como 
objetivo examinar as consequências do uso indiscriminado de AINEs e suas reações adversas 
para saúde dos idosos. Para tanto, foi realizada uma revisão da literatura com análise de artigos 
publicados em revistas indexadas entre 2006 e 2017, utilizando como descritores os termos 
automedicação, AINEs e idoso. Espera-se que a pesquisa possa contribuir ao campo de estudos 
sobre os riscos do uso de AINEs na terceira idade, através da identificação dos principais 
fármacos desta classe, suas reações adversas e apresentar informações relevantes aos 
profissionais farmacêuticos que realizam a orientação sobre uso racional de medicamentos. 
Pode-se concluir que os AINEs podem agravar problemas de saúde dos idosos e aumentar o 
risco de interações medicamentosas, cabe ao farmacêutico orientar durante a dispensação, como 
medidas de identificação e prevenção, garantindo uma utilização mais racional e segura dos 
medicamentos. 
 
Palavras-chave: Envelhecimento; AINEs; medicamentos; uso racional e reações adversas. 
ABSTRACT 
 
With the aging of the population, chronic no communicable diseases, accompanied by an 
increase in the incidence of incapacitating, chronic and degenerative diseases, result in 
dependence and are aggravated by complaints of pain. These health problems require the use 
of drugs, including the class of non-steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) it is notable 
for being used with or without association with other medications, and may have undesirable 
effects with an important impact on the health of the elderly. Little knowledge about the risks 
of using this class of drugs leads the drugs of this group to be extensively used by the elderly, 
making them susceptible to adverse effects and drug interactions. The present study had as 
objective to examine the consequences of the indiscriminate use of NSAIDs and their adverse 
reactions to health of the elderly. For this purpose, a review of the literature was carried out 
with an analysis of articles published in journals indexed between and 2016, using the terms 
self-medication, NSAIDs and the elderly as descriptors. It is expected that the research may 
contribute to the field of studies on the risks of using NSAIDs in the elderly by identifying the 
main drugs of this class, their adverse reactions and presenting relevant information to the 
pharmaceutical professionals who conduct the orientation on the rational use of medicines. It 
can be concluded that NSAIDs can aggravate elderly health problems and increase the risk of 
drug interactions, it is up to the pharmacist to guide during the dispensation as identification 
and prevention measures, ensuring a more rational and safe use of medicines. 
 
Keywords: Aging; NSAIDs; medicines; rational use and adverse reactions. 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Pirâmide etária absoluta da população brasileira 2013-2060.................................... 20 
Figura 2: Mostra a relação entre as alterações com a idade do sistema Cardiorrespiratório......22 
Figura 3: Diminuição de importantes funções fisiológicas com o avanço da idade...................22 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Comparação entre alguns anti-inflamatórios comuns, inibidores da ciclooxigenase.
 .................................................................................................................................................. 24 
Tabela 2: Principais subgrupos terapêuticos dos AINEs prescritos para idosos. ..................... 28 
Tabela 3: Interações Medicamentosas com AINEs .................................................................. 30 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ONU Organização das Nações Unidas 
OMS Organização Mundial da Saúde 
AINES Anti-inflamatórios não esteroides 
SINITOX Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicos 
RAM Reações Adversas a Medicamentos 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
COX Ciclooxigenase 
PGs Prostaglandinas 
AA Ácido Araquidônico 
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica 
ICC Insuficiência Cardíaca Congestiva 
AAS Ácido Acetilsalicílico 
TTPA Tempo de tromboplastina parcialmente ativada 
TAP Tempo de Ativação da Protrombina 
RNI Relação Normatizada Internacional 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13 
2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 15 
2.1. Objetivo geral .................................................................................................................... 15 
2.2. Objetivos específicos .........................................................................................................15 
3. METODOLOGIA DE PESQUISA ....................................................................................... 16 
3.1. Tipo de estudo ................................................................................................................... 16 
3.2. Local do estudo, população e amostra ............................................................................... 16 
3.3. Critérios de inclusão .......................................................................................................... 16 
3.4. Critérios de exclusão ......................................................................................................... 17 
3.5. Instrumentos para coleta de dados ..................................................................................... 17 
3.6. Coleta de dados .................................................................................................................. 17 
3.7. Tratamento estatístico dos dados ....................................................................................... 17 
3.8. Considerações éticas .......................................................................................................... 17 
4. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................. 19 
4.1. Aspectos demográficos do envelhecimento da população ................................................ 19 
4.2. Mudanças fisiológicas nos idosos que podem levar a reações adversas a medicamentos. 20 
4.3. Classificação dos AINEs ................................................................................................... 22 
4.4. Automedicação de AINEs: Risco para a saúde dos idosos ............................................... 26 
4.5. Atuação do farmacêutico nas interações medicamentosas com AINEs ............................ 29 
4.6 Atenção farmacêutica e a promoção do uso racional de AINEs em idosos ....................... 33 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 35 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 36 
 
 
 
13 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O envelhecimento da população brasileira está relacionado a um fenômeno mundial. 
No último relatório técnico do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais “Previsões 
sobre a população mundial” da Organização das Nações Unidas (ONU), aponta para três vezes 
maiores que o atual, o número de pessoas idosas. Os idosos representarão um quarto da 
população mundial, sendo, cerca de 2 bilhões de indivíduos (no total de 9,2 bilhões). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera idoso o residente de país em 
desenvolvimento com 60 anos ou mais e o residente de país desenvolvido com ou acima de 65 
anos e, até o ano de 2025 o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas 
idosas, (FELIX, 2008). 
Com o envelhecimento populacional, observa-se o aparecimento de doenças crônicas 
não transmissíveis, que vêm acompanhadas de aumento na incidência de doenças 
incapacitantes, crônicas e degenerativas, que resultam em dependência e são agravadas pelas 
queixas de dor (MORAES; BERLEZI, 2016). 
A presença destes problemas de saúde contribui para o aumento do consumo de 
medicamentos, incluindo a automedicação que vem se tornando um hábito da população nos 
últimos anos. Pesquisa recente realizada pelo ICTQ – Instituto de Ciências Tecnologia e 
Qualidade mapearam a situação no Brasil, aonde 76,4% dos brasileiros consomem 
medicamentos por indicação de familiares e amigos (ICTQ, 2014). 
Segundo Castro (2006), geralmente o indivíduo decide se tratar quando tem algum 
sintoma doloroso ou patológico, ainda que, sem a capacidade necessária para distinguir 
distúrbios ou determinar sua gravidade e escolher a terapêutica mais adequada, opta pelo 
consumo baseando-se em experiências anteriores, devido à eficiência do medicamento. Dentre 
os medicamentos mais prescritos e utilizados pelos idosos destaca-se a classe dos anti-
inflamatórios não esteróides (AINEs) (MOTA et al 2010). 
Segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicos (Sinitox), foram 
registrados no Brasil 22,01% casos em 2013 (Sinitox, 2017) e, a população idosa é mais 
susceptível aos eventos adversos, principalmente dos AINEs, em virtude das alterações 
farmacocinéticas e farmacodinâmicas inerentes do processo de envelhecimento, bem como da 
polifarmacoterapia (ASSIS et al 2015). 
Dentre os problemas que estão relacionados ao uso de medicamentos que contribuem 
para a não adesão medicamentosa, encontram se a automedicação, a interação medicamentosa 
e as reações adversas e os perigos de intoxicação (SILVA; FONTOURA, 2014). 
14 
 
 
 Quanto aos riscos da utilização de medicamentos de venda livre, que incluem os AINEs 
e suas indicações terapêuticas, levam os fármacos desse grupo a serem extensivamente 
empregados, expondo os usuários a muitos riscos, principalmente os idosos estando mais 
suscetíveis a efeitos adversos e a interações medicamentosas (ASSIS et al 2015). 
Considera-se que a pesquisa trará contribuições ao campo de estudos sobre os riscos da 
automedicação na terceira idade, levando também em consideração o fato de que é crescente o 
grupo de população de idosos no país. O uso indiscriminado de AINEs e suas reações adversas 
podem acarretar prejuízos para saúde do idoso. Diante disto, foi realizado um estudo 
bibliográfico sobre a automedicação e o uso indiscriminado de AINEs e suas reações adversas 
para saúde do idoso. 
. 
15 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1. Objetivo geral 
 
Realizar uma revisão de literatura e analisar dados que demonstram as consequências 
do uso indiscriminado de AINEs e suas reações adversas para saúde dos idosos. 
2.2. Objetivos específicos 
 
 Avaliar mudanças fisiológicas nos idosos que podem levar a Reações Adversas a 
Medicamentos (RAM); 
 Discriminar interações medicamentosas com AINEs que podem afetar a qualidade de 
vida dos idosos. 
16 
 
 
3. METODOLOGIA DE PESQUISA 
 
3.1. Tipo de estudo 
 
Trata-se de uma revisão sistemática por meio de artigos publicados em língua 
portuguesa entre os anos de 2006 a 2017, acerca de analises e experiências sobre o uso 
indiscriminado de anti-inflamatórios e suas implicações para saúde dos idosos. 
 
3.2. Local do estudo, população e amostra 
 
O estudo foi conduzido durante o período de Março a Novembro de 2017, tendo como 
objetivo de estudo o levantamento bibliográfico através da leitura exploratória de artigos e 
livros. A princípio a exploração dos textos baseou-se em analisar o título, resumo e resultados 
das pesquisas com a finalidade de organizar o material para leitura interpretativa e analise. 
Houve o levantamento de 60 artigos, 05 livros e 03 dados de órgãos / sites, o que 
proporcionou a amostragem conforme percentuais abaixo: 
 
Fonte: Autor. 
 
3.3. Critérios de inclusão 
 
Como critério de inclusão, definiu-se por artigos publicados em língua portuguesa entre 
os anos de 2006 a 2017, utilizando como palavras chave: automedicação, anti-inflamatório e 
Artigos Utilizados; 
43; 63%Livros; 5; 7%
Orgão / Site; 3; 
5%
Artigos não 
utilizados; 17; 
25%
Fontes Pesquisadas
Artigos Utilizados Livros Orgão / Site Artigos não utilizados
17 
 
 
idoso. Artigos e livros que englobam a temática proposta e que se encontram disponíveis na 
integra para consulta. 
 
3.4. Critérios de exclusão 
 
Como critério de exclusão definiu-se os artigos fora do período delimitado entre os anos 
de 2006 a 2017 e em língua estrangeira, bem como, artigos que as palavras chave e o tema 
central do artigo não estiverem diretamente ligados ao tema e ao objetivo geral da pesquisa ou 
não estejam disponíveis para consulta na integra. 
 
3.5. Instrumentos para coleta de dados 
 
As pesquisas foram realizadasatravés de artigos científicos, livros, revistas indexadas e 
publicações realizadas pelo Scielo (Scientific Eletronic Library Online), BVS (Biblioteca 
Virtual em Saúde) e OMS (Organização Mundial da Saúde). Ainda, foram utilizados dados 
obtidos pelos órgãos competentes, como ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), SINITOX - Sistema Nacional de 
Informações Tóxico-Farmacológicas entre outros, com a intenção de aprofundar os 
conhecimentos. 
 
3.6. Coleta de dados 
 
Os dados foram coletados mediante a leitura exploratória dos artigos que foram 
baixados no formato pdf e consulta aos livros acadêmicos. 
 
3.7. Tratamento estatístico dos dados 
 
Os dados levantados foram tratados na forma de textos, tabelas e gráficos, com o auxílio 
do programa Microsoft Word, Excel e Adobe Acrobat Reader DC – pdf, para leitura e analise 
dos artigos. 
 
3.8. Considerações éticas 
De acordo com a Resolução nº 466/12 e a Resolução n. 510/16, “toda pesquisa 
envolvendo seres humanos deve ser submetida à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa 
18 
 
 
(CEP)”, de forma que, caso receba sua aprovação, possa ser iniciada em seguida a coleta de 
dados, conforme prevê a resolução. Então, como em princípio todas as pesquisas envolvendo 
seres humanos devem ser analisadas pelo Sistema CEP/CONEP. Portanto, é importante 
compreendermos em que casos se faz a exceção a essa regra. 
19 
 
 
4. REVISÃO DA LITERATURA 
4.1. Aspectos demográficos do envelhecimento da população 
 
O aumento do número de idosos numa população é consequência da queda das taxas de 
natalidade e de mortalidade. Estima-se que a população de idosos (≥60 anos) deverá duplicar 
até o ano de 2050, alcançando 15% do total da população brasileira; a partir do envelhecimento, 
aumentam as chances de doenças e de prejuízos das funções físicas, psíquicas e sociais, 
aumentando assim o uso de medicamentos para as doenças que são adquiridas com avanço da 
idade, tornando-se um desafio conseguir uma sobrevida maior, com uma qualidade de vida cada 
vez melhor (NOVAES 2007). 
Atualmente, com a expectativa de vida prolongada, pode haver um aumento crescente 
de doenças crônicas, déficits físicos ou cognitivos e incapacidades (TOMOMITSU et al 2010). 
Os idosos frequentemente convivem com problemas crônicos de saúde, que podem 
afetar sua qualidade de vida, o que justifica uma maior procura e utilização de serviços de saúde, 
bem como a um elevado consumo de medicamentos. A grande maioria (mais de 85%) dos 
idosos no Brasil apresentam pelo menos uma enfermidade crônica e cerca de 15% tem pelo 
menos cinco dessas doenças, como hipertensão e diabetes (NOVAES, 2007). 
As pessoas vivem mais em razão de melhoras na nutrição, nas condições sanitárias, nos 
avanços da medicina, nos cuidados com a saúde, no ensino e no bem-estar econômico. A velhice 
é como qualquer outra etapa do ciclo de vida, com aspectos positivos e negativos e que chegará 
inevitavelmente (IBGE, 2010). 
O efeito da redução dos níveis da fecundidade e da mortalidade no Brasil resultou na 
alteração da faixa etária da população brasileira, fazendo com que a população idosa passasse 
a ser um componente cada vez mais expressivo dentro da população total. A redução da 
mortalidade trouxe como consequência o aumento no tempo vivido pelos idosos, alargando o 
topo da pirâmide (CAMARANO, 2013). 
A questão do envelhecimento populacional e sua relação com as necessidades 
específicas dos grupos vão adquirindo representatividade e, o número de pessoas idosas 
independentemente do sexo está aumentando mais rapidamente que qualquer outra faixa etária. 
Uma em cada nove pessoas no mundo tem 60 anos de idade ou mais, e estima-se um 
crescimento para uma em cada cinco por volta de 2050 (UNFPA; Help Age International, 
2012). 
20 
 
 
A mudança na estrutura da pirâmide brasileira, não ocorre somente pela diminuição da 
taxa de mortalidade ou melhorias na qualidade de vida, mas principalmente pela diminuição da 
taxa de fecundidade que pode ser observada nas figuras acima. 
 
Figura 1: Pirâmide etária absoluta da população brasileira 2013-2060 
 
 
Fonte: IBGE, 2013. Projeção da população por sexo e idade: Brasil 2013-2060. 
 
Segundo Camarano (2009) o envelhecimento populacional sob o prisma demográfico, 
é o resultado da manutenção por um período de tempo na qual as taxas de crescimento da 
população idosa tornam-se superiores às da população mais jovem. Segundo o IBGE (2010) os 
baixos índices de fecundidade somados com a queda da mortalidade e o aumento da expectativa 
de vida ao nascer conduzem ao Brasil a igualar as faixas etárias de sua população. 
 
4.2. Mudanças fisiológicas nos idosos que podem levar a reações adversas a medicamentos. 
 
Nos idosos, várias alterações fisiológicas decorrentes da própria senescência, como a 
redução de mecanismos homeostáticos e da função hepática, associados à deficiência visual e 
declínio cognitivo, podem levar ao aparecimento de RAM (VARALLO et al 2012). 
De acordo com Organização Mundial da saúde uma reação adversa a medicamento pode 
ser definida como “qualquer efeito nocivo, não desejado e não intencional de uma droga, que 
21 
 
 
ocorre em doses normalmente usadas no homem para profilaxia, diagnostico, terapia da doença 
ou pra a modificação de funções fisiológicas” (OLIVEIRA; JUNIOR, 2011). 
Destaca-se ainda o aumento do tecido adiposo, a perda de massa muscular e de água 
corporal como elementos que afetam diretamente a ação e duração de muitos fármacos. Com a 
idade avançada, ocorre redução do clearance renal, causando aumento plasmático dos 
medicamentos e, em consequência, uma resposta farmacológica maior, elevando o risco de 
toxicidade. Essas modificações acarretam mudanças na farmacocinética e farmacodinâmica de 
vários medicamentos (CASSONI et al 2014). 
Fatores que aumenta vulnerabilidade dos idosos a fármacos são alterações da massa 
corporal, diminuição da proporção de água, das taxas de excreção renal e do metabolismo 
hepático, contribuem para o aumento das concentrações plasmáticas dos medicamentos, 
incrementando as taxas de efeitos tóxicos (BARROS e Sá et al 2007). 
Os idosos normalmente tem múltiplas doenças crônicas e consomem grandes 
quantidades de medicamentos. Eles são particularmente vulneráveis aos efeitos adversos devido 
a mudanças fisiológicas que acompanha o envelhecimento. Reações adversas nesses pacientes 
estão de modo impreciso não especifico. Confusão mental, constipação, hipotensão podem 
ocorrer como manifestação de doença, mas também podem sugerir RAMs. Fármaco que 
comumente causam problemas em idosos de acordo com literatura AINES.A lista tem 
permanecido notavelmente constante (LEE ANNE et al 2009). 
Os pacientes idosos são mais susceptíveis a reações adversas desse grupo de fármacos 
em virtude da maior frequência de problemas hepáticos e renais, que afeta a depuração de 
medicamentos que são excretados pelos rins, podendo resultar em acúmulo e toxicidade. A 
elevada intolerância aos AINEs no trato gastrintestinal é, na maior parte das vezes, de caráter 
benigno, no entanto, pode ser grave em idosos, já que levam a ocorrência de hemorragias e 
perfurações gastrintestinais. Em idosos, os AINEs não apenas induzem a ulceração gástrica bem 
como ocultam a sintomatologia, acarretando um número de hemorragias gastrintestinais sete 
vezes maior que na população adulta (SANTOS, 2010). 
O uso crônico dos AINEs pode ocasionar lesões, erosões e úlceras no estômago e/ou 
duodeno em razão da ação corrosiva do medicamento na mucosa digestiva, como também o 
aumento da pressão arterial, falência renal e problemas cardíacos, sendo identificados como 
medicamentos inapropriados para idosos (BOTTOSSO; MIRANDA; FONSECA, 2012). 
 
 
 
22 
 
 
Figuras 2: Mostra a relação entre as alterações com a idade do sistema CardiorrespiratórioFonte:http://jotaetaineto.blogspot.com.br/2013/06/crianca-e-idoso-normal.html 
 
Figura 3:Diminuição de importantes funções fisiológicas com o avanço da idade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte:http://jotaetaineto.blogspot.com.br/2013/06/crianca-e-idoso-normal.html 
 
 
4.3. Classificação dos AINEs 
 
Os analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios são também designados de AINEs ou, 
anti-inflamatórios não esteróides. Este grupo de fármacos atua principalmente no local de 
iniciação do estímulo nociceptivo. O principal mecanismo de ação é a inibição da ação das 
ciclooxigenases (COXs), diminuindo a síntese de prostaglandinas (PGs). Estes compostos 
23 
 
 
endógenos estão envolvidos em mecanismos de hemóstase e em diversos processos 
fisiopatológicos (FERNANDES, 2006). 
Atualmente são conhecidas as COXs 1, 2 e 3. A maioria das células do organismo 
expressa a COX1, esta enzima está relacionada com aspectos de homeostasia, ligados à 
integridade da mucosa gástrica, função plaquetar, endotélio vascular e rim. A COX2 possui um 
papel mais ativo em processos inflamatórios, sendo expressa principalmente por macrófagos, 
sinoviócitos e fibroblastos. A síntese de PGs através destas enzimas tem ação na resposta 
inflamatória. A COX3 foi recentemente descoberta e ainda não existe evidencia científica 
suficiente da sua estrutura. 
 A maioria dos AINEs inibe ambas as COX1 e COX2. Os fármacos que inibem 
preferencialmente a COX2 afetam menos a síntese de PGs com funções fisiológicas, tendo 
assim, menos efeitos indesejáveis (MORENO, 2009). 
As PGs são produtos originados do AA, o qual é obtido da dieta ou do ácido linoléico, 
encontrando-se presentes em todos os tecidos animais exercendo várias funções. Quimicamente 
são parte de um grupo chamado eicosanóides, derivados do AA e liberado de fosfolipídeos de 
membrana de células lesadas, por ação catalítica da fosfolipase A2 (JÚNIOR et al 2007). 
Os tradicionais AINEs inibem as mesmas enzimas de forma reversível e não seletiva, 
portanto, existem fármacos que acetilam as isoenzimas (COX-1 e COX-2) de forma 
irreversível. As ações anti-inflamatória, antipirética e analgésica decorrem da inibição sobre a 
COX-2, enquanto os efeitos indesejáveis são resultantes da inibição da COX-1. Seus principais 
efeitos colaterais são gastrite, disfunção plaquetária, comprometimento renal e broncoespasmo 
(CARVALHO, 2010). 
A PG produzida pela COX está envolvida em diversos processos fisiológicos e 
patológicos. Na secreção gástrica, homeostasia e manutenção da função renal, as PGs 
participam de forma fisiológica mediada pela COX-1. Enquanto a COX-2 é induzida na 
inflamação, como resposta do tecido lesado, contribuindo para o desenvolvimento de alterações 
patológicas (CARVALHO, 2010). 
As reações inflamatórias são coordenadas por muitos mediadores e podem ser 
produzidas por vários mecanismos independentes. Os AINEs reduzem a resposta inflamatória 
em que as PGs derivadas da COX-2 desempenham papel significativo. A dor, o edema e o 
aumento de fluxo sanguíneo associado à inflamação, sofrem ação direta dos AINE, todavia o 
progresso da doença adjacente não sofre nenhuma interferência (RANG & DALE 2007). 
De acordo com RANG & DALE 2007 os AINEs constituem uma extensa classe de 
compostos heterogêneos com estruturas químicas variantes, podendo ser distribuídos em 
24 
 
 
classes, de acordo com seu grupo químico. As diferenças na ação primária entre fármacos estão 
na distribuição em subclasses de acordo com sua seletividade 
A diversidade química dos AINEs é responsável pela ampla variedade de características 
farmacocinéticas, mas de forma geral possuem propriedades básicas em comum, pois são ácidos 
orgânicos fracos (com exceção da nabumetona que é pró-fármaco). A maior parte dos 
medicamentos é bem absorvida por via oral, e a sua biodisponibilidade não é consideravelmente 
modificada pela presença de alimentos. 
 
Tabela 1: Comparação entre alguns anti-inflamatórios comuns, inibidores da 
ciclooxigenase. 
Fármaco Tipo Indicações 
Seletividade 
para isofarma 
de COX1 
Comentários 
Aceclofenaco Fenilacetato 
AR, AO, 
EA 
 
Acemetacina Éster indólico 
DR, AO, 
ME, PO 
 
Ester da 
indometacina 
Acido 
mefenâmico 
Fenamato 
AR, AO, 
PO, D 
 Atividade moderada 
Acido 
tiaprofênico 
Propionato 
AR, AO, 
ME 
 
Acido 
tolfenâmico 
Fenamato C&E 
Aspirina Salicilato 
Uso 
principal 
CV 
Fracamente 
seletiva para 
COX-1 
Principal uso 
isoladamente é 
cardiovascular 
componente de 
muitas preparações 
SPM 
Celecoxibe Coxibe 
AR, AO, 
EA, C&E 
Moderadamente 
seletivo para 
COX-2 
Menos efeitos 
gastrintestinais 
Cetoprofeno Propionato 
AR, AO, 
G, ME, 
PO 
 
Adequado para 
doença leve 
Cetorolaco Pirrolizina PO 
Altamente 
seletivo para 
COX-1 
 
Dexibuprofeno Propionato 
AO, ME, 
D, C&E 
 
Enantiômero ativo 
do ibuprofeno 
Dexcetoprofeno Propionato 
PO, D, 
C&E 
 
Isômero de 
cetoprofeno 
Diclofenaco Fenilacetato 
AR, AO, 
G, ME, 
PO 
Fracamente 
seletivo para 
COX-2 
Potencial moderada 
25 
 
 
Fármaco Tipo Indicações 
Seletividade 
para isofarma 
de COX1 
Comentários 
Etodolaco Piranocarcoxilato AR, OA 
Possivelmente 
menos efeitos 
gastrintestinais 
Etoricoxibe Coxibe 
AR, OA, 
G 
Altamente 
seletivo para 
COX-2 
 
Fenoprofeno Propionato 
AR, OA, 
ME, PO 
Não seletivo 
Pro fármaco ativado 
no fígado 
Flurbiprofeno Propionato 
AR, AO, 
ME, PO, 
D, C&E 
Altamente 
seletivo para 
COX-1 
 
Ibuprofeno Propionato 
AR, AO, 
ME, PO, 
D, C&E 
Fracamente 
seletivo para 
COX-1 
Adequado para 
crianças 
Indometacina Indol 
AR, AO, 
ME, PO, 
D 
Fracamente 
seletivo para 
COX-1 
Adequada para 
doença moderada a 
intensa 
Meloxicam Oxicam 
AR, AO, 
EA 
 
Possivelmente 
menos efeitos 
gastrointestinais 
Nabumetona Naftialcetona AR, OA 
Pró-fármaco ativado 
no fígado 
Naproxeno Propionato 
AR, OA, 
G, ME, 
PO, D 
Fracamente 
seletivo para 
COX-1 
 
Parecoxibe Coxibe PO 
Pró-fármaco ativado 
no fígado 
Piroxicam Oxicam 
AR, AO, 
G, ME, 
PO 
Fracamente 
seletivo para 
COX-2 
 
Sulindaco Indeno 
AR, AO, 
G, ME 
Fracamente 
seletivo para 
COX-2 
Pró-fármaco 
Tenoxicam Oxicam 
AR, AO, 
ME 
 
Legenda: AR: artrite reumatoide; C&E: cefaleia e enxaqueca; D: dismenorreia; DR: doença reumática; EA: espondilite anquilosante; G: gota 
aguda; ME: lesões musculoesqueléticas e dor; AO: osteortrite; PO: dor pós-operatório; SPM: sem prescrição médica.FONTE:RANG & 
DANLE 2007 
Os AINEs possuem propriedades anti-inflamatória, analgésica e antipirética e sua ação 
decorre da inibição da síntese de prostaglandinas (PG), mediante inibição das enzimas 
ciclooxigenase 1 (COX-1) e ciclooxigenase 2 (COX-2), criando subgrupos de anti-
inflamatórios seletivos e não seletivos para COX-2. A isoforma COX-1 encontrada em vários 
tecidos é uma enzima constitutiva, desempenhando função ao promover homeostasia. A COX-
26 
 
 
2 é uma enzima induzida na inflamação, influenciando os eventos vasculares (SILVA et al 
2014). 
A ação principal decorre da inibição da biossíntese de PG, efetuada mediante a 
inativação das COX. No entanto, alguns AINEs possuem mecanismos de ação adicionais como, 
inibição da quimiotaxia, infra-regulação da produção de interleucina1, diminuição na produção 
de radicais livres e superóxido e interferência nos eventos intravasculares mediados pelo cálcio 
(FURST; ULRICH, 2010) 
4.4. Automedicação de AINEs: Risco para a saúde dos idosos 
 
A automedicação é uma forma comum de cuidados à saúde, que consiste no consumo 
de um produto com o objetivo de tratar ou aliviar sintomas ou doenças percebidas, ou mesmo 
de promover a saúde, independentemente da prescrição profissional; podem-se utilizar 
medicamentos industrializados ou remédios caseiros. Várias são as maneiras de praticar a 
automedicação: adquirir o medicamento sem receita, compartilhar remédioscom outros 
membros da família ou do círculo social; utilizar sobras de prescrições; reutilizar antigas 
receitas; descumprir a prescrição profissional, prolongando ou interrompendo precocemente a 
dosagem e o período de tempo indicados na receita (NAVES et al, 2010). 
Segundo Souza (2008) uso racional de medicamentos parte do princípio que o paciente 
recebe o medicamento apropriado para suas necessidades clínicas, nas doses individualmente 
requeridas para um adequado período de tempo e a um baixo custo para ele e sua comunidade. 
O uso irracional de medicamentos por prescritores e consumidores é um problema muito 
complexo, o qual necessita da implementação de diferentes formas de intervenções ao mesmo 
tempo. O enfoque para promoção racional de medicamentos inclui também as ações em saúde 
que vem do balcão da farmácia a atenção primária. A busca da conscientização da população 
quanto ao perigo da automedicação pelos profissionais de saúde é de suma importância para a 
utilização de medicamentos de forma responsável 
A prescrição ao idoso deve considerar, além das peculiaridades farmacológicas, aspectos da 
farmacoeconomia. A dificuldade de acesso aos serviços de saúde e o aumento do déficit 
cognitivo e visual desses pacientes interferem diretamente no reconhecimento adequado do 
medicamento e na adesão à terapêutica. Um aspecto a ser considerado é a lista de medicamentos 
 inapropriados para essa faixa etária, quer por sua faixa terapêutica ou eventos adversos 
(BORTOLON et al 2008). 
27 
 
 
Dos medicamentos causadores de iatrogenias, destacam-se entre os idosos, os 
digitálicos e AINEs. A indometacina e fenilbutazona estão entre os AINEs classificados como 
impróprios para idosos, pelos riscos de reação adversa no sistema nervoso central e de 
ocorrência de agranulocitose respectivamente (MARIN et al 2008). 
A maior convivência com doenças crônicas da terceira idade tornam os idosos grandes 
consumidores de serviços de saúde e de medicamentos. A prática da polimedicação associada 
às alterações fisiológicas do processo de envelhecimento, que interferem na farmacocinética e 
na farmacodinâmica dos medicamentos, pode acarretar na ausência de efeitos farmacológicos 
esperados, bem como aumento da frequência de reações adversas e interações medicamento-
medicamento e medicamento-alimento (BORTOLON et al 2008). 
Ribas (2016) relatam o aumento do consumo indiscriminado de anti-inflamatório após 
abertura da RDC 20/2011- esta resolução exige a retenção de receita para antibióticos. Os 
pacientes acostumados a se automedicar com antibióticos passaram a recorrer aos anti-
inflamatórios, na expectativa de que um e outro apresentem a mesma indicação terapêutica. Nas 
farmácias e drogarias é comum encontrar pacientes em busca desses medicamentos para tratar 
inflamações, febres ou dores. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-
Farmacológicas (Sinitox), em 2003, os medicamentos foram os responsáveis por 28,2% dos 
casos de intoxicação registrado no país (SCHALLEMBERGER; PLETSCH, 2014). 
A prevalência de polifarmácia é de 26,4% e da automedicação de 35,7%, sendo que 
mulheres, viúvos, idosos com 80 anos ou mais e com pior autopercepção de saúde, praticavam 
mais a polifarmácia e o uso de AINEs de meia vida longa ou usam em doses elevadas por tempo 
prolongado, que podem causar sangramento gastrointestinal, insuficiência renal, insuficiência 
cardíaca e hipertensão arterial (SANTOS 2013). 
Todos os AINEs são irritantes gástricos e podem estar associados a úlceras e 
sangramento gastrointestinal, embora, os fármacos mais recentes tenham tendência a causar 
menos irritação gastrointestinal do que o ácido acetilsalicílico (KATZUNG et al 2014). 
O uso prolongado de doses anti-inflamatório pode levar ao aparecimento de salicismo, 
que é uma intoxicação crônica manifestada por zumbido no ouvido, confusão, hipoacusia, 
psicose, delírios, estupor, coma e edema pulmonar (BARROS et al 2011). 
Os efeitos colaterais costumam ser bastante semelhantes para todos os AINEs: 
 No sistema nervoso central: Cefaleia, zumbido e tontura. 
 Cardiovasculares: Retenção hídrica, hipertensão, edema e, raramente, infarto do 
miocárdio e insuficiência cardíaca congestiva. 
28 
 
 
 Gastrintestinais: Dor abdominal, displasia, náuseas, vômitos e, raramente, 
úlceras ou sangramento. 
 Hematológicos: Raramente, trombocitopenia, neutropenia ou até mesmo anemia 
aplástica. 
 Hepáticos: Provas de funções hepáticas anormais e, raramente, insuficiência 
hepática. 
 Pulmonares: Asma. 
 Cutâneos: Exantemas de todos os tipos, prurido. 
 Renais: Insuficiência renal, falência renal, hiperpotassemia e proteinúria 
(KATZUNG et al 2014). 
A introdução dos inibidores seletivos da COX-2 na prática clínica visa manter a eficácia 
anti-inflamatória sem os efeitos gastrintestinais indesejáveis. Existem alguns inibidores 
seletivos da COX-2, os coxibes, que se ligam seletivamente ao local ativo da enzima COX-2 e 
a bloqueia com mais eficácia que a COX-1. Essa subclasse tem efeito analgésico e anti-
inflamatório semelhante aos demais AINEs, estando em primeira escolha para o tratamento de 
idosos e pacientes predispostos a ulceração e sangramento digestivo, no entanto estudos 
sugerem toxicidade associado ao seu uso (WANNMACHER, 2006). 
 
Tabela 2: Principais subgrupos terapêuticos dos AINEs prescritos para idosos. 
SUBGRUPOS TERAPEUTICOS PRINCIPAIS EXEMPLOS 
 
Derivados do ácido propriónico 
 
-Ibuprofeno, naproxeno, cetoprofeno e 
flurbiprofeno 
 
Derivados do ácido acético -Diclofenaco, e aceclofenaco 
Inibidores seletivos da COX-2 -Etoricoxibe e celecoxibe 
Fonte: CASTEL-BRANCO (2013). 
 
Segundo Silva e Lourenço (2014) os anti-inflamatórios não hormonais, principalmente 
o diclofenaco, têm sido associados a graves quadros de hepatotoxicidade. Já indometacina e 
fenilbutazona estão entre os AINEs classificados como impróprios para idosos, devido aos 
efeitos adversos no sistema nervoso central e de ocorrência de agranulocitose respectivamente. 
Os idosos são os mais expostos à polifarmacoterapia na sociedade, tornando-os mais 
suscetíveis a reações adversas (RAMs) e interações medicamentosas advindos do uso 
medicamentos. Uma interação medicamentosa acontece quando os efeitos de uma droga são 
29 
 
 
alterados pela presença de outra, podendo ocorrer modificações na farmacodinâmica ou 
farmacocinética (HORN, 2010). 
4.5. Atuação do farmacêutico nas interações medicamentosas com AINEs 
 
Os AINEs são medicamentos frequentemente utilizados em diferentes condições 
inflamatórias, assim como para alívio de febre e dor na ausência de inflamação (OSORIO; 
OTERO; GÓMEZ, 2014). 
Entende-se por interação medicamentosa a alteração do efeito desejado de um fármaco 
pela presença de outro fármaco, alimentos ou substâncias diversas essas interações pode ocorrer 
tanto na farmacodinâmica como na farmacocinética (DAWOUD et al 2015). 
As interações farmacodinâmicas observam-se quando, na presença da mesma 
concentração de fármaco nos tecidos, o efeito do fármaco é alterado pela presença de outro 
fármaco. Podem verificar-se efeitos antagonistas (quando um ou ambos os fármacos são 
sujeitos a uma redução do seu efeito), sinérgicos ou de adição, quando os fármacos, com iguais 
características farmacodinâmicas, podem ter uma reação exacerbada nos tecidos e conduzir 
também a um aumento dos níveis tóxicos (BERTOLLO; DEMARTINI; PIATO, 2013). 
As interações na farmacocinética de um fármaco são aquelas em que a concentração de 
um fármaco é aumentada ou diminuída no seu local de ação. Podem observar-se na fase de 
absorção do fármaco, normalmente no lúmen intestinal ou no estomago, na distribuição, na 
transformação, frequentemente a nível hepático e associado ao citocromo CYP450, e na 
excreção, principalmente a nível renal (DAWOUD et al 2015). 
 Aproximadamente, 15% das internações por RAMs são decorrentes das interaçõesmedicamentosas (VARALLO, 2013). O risco de RAMs é de 13% quando o indivíduo consome 
dois medicamentos, 58% quando utiliza cinco medicamentos e sobe para 82% nos casos em 
que são consumidos sete ou mais medicamentos (SECOLI, 2010). 
O potencial para a ocorrência de interações medicamentosas é aumentado na população 
idosa decorrente da politerapia e, ainda como fator adicional, o número de médicos que assistem 
a um mesmo indivíduo. Na população idosa tem-se a prevalência de doenças crônicas e 
degenerativas, como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), diabetes mellitus, doenças 
coronarianas, depressão, doença de Alzheimer, entre outras; constituindo-se em contínuos 
usuários de medicamentos, e consequentemente, estão expostos aos seus riscos. (OSORIO; 
OTERO; GÓMEZ, 2014). 
30 
 
 
Tabela 3: Interações Medicamentosas com AINEs 
AINES Interage com Efeito Clínico 
Grau de 
Interação 
Recomendações 
Farmacêuticas 
Diclofenaco 
Ibuprofeno 
Naproxeno 
Aminoglicosídeos: 
Amicacina 
Gentamicina 
Ocorrência de 
nefrotoxicidade 
Moderada 
Monitorar 
aumento dos 
efeitos 
nefrotóxicos dos 
aminoglicosídeos 
Diclofenaco 
Ibuprofeno 
Naproxeno 
Anlodipino 
Nifedipino 
Nimodipino 
Ditiazem 
Verapamil 
Efeito anti-hipertensivo 
dos bloqueadores de 
canal de cálcio 
Leve 
Monitorar 
pressão arterial 
Diclofenaco 
Ibuprofeno 
Naproxeno 
Captopril 
Enalapril 
Resposta anti-
hipertensiva; 
Risco de disfunção 
renal 
Moderada 
Monitorar 
pressão arterial. 
Considerar 
terapia anti-
inflamatória 
alternativa 
(principalmente 
pacientes com 
ICC) 
Diclofenaco 
Ibuprofeno 
Naproxeno 
Cilostozol 
do risco de 
sangramento 
Moderada 
Monitorar 
aumento de 
evidências de 
redução da 
função 
plaquetária 
Diclofenaco 
Ibuprofeno 
Naproxeno 
Clipidogrel Risco hemorragico Moderada 
Monitorar a 
evidencia de 
redução da 
função 
plaquetária 
(hemorragia) 
Diclofenaco 
Ibuprofeno 
Naproxeno 
Furosemida da diurese Moderada 
Monitorar 
diurese. Evitar 
uso concomitante 
de Furosemida e 
Aines em 
pacientes com 
insuficiência 
cardíaca e cirrose 
com ascite 
(pacientes 
sensíveis a 
alterações de 
diurese) 
 
31 
 
 
AINES Interage com Efeito Clínico 
Grau de 
Interação 
Recomendações 
Farmacêuticas 
AAS 
Diclofenaco 
Ibuprofeno 
Naproxeno 
Heparina Risco de hemorragias Moderada 
Evitar uso 
concomitante de 
AINEs 
principalmente 
quando uso 
crônico ou em 
doses altas. 
Quando uso 
concomitante for 
necessário, 
monitorar sinais 
clínicos 
(hemorragias) e 
laboratoriais 
(TTPA e RNI) de 
alterações 
hematológicas 
Diclofenaco 
Ibuprofeno 
Naproxeno 
Hidroclorotiazida 
Aumenta o risco de 
nefropatia aguda 
(insuficiencia renal 
aguda; proteinuria 
minima) 
Grave 
Monitorar 
eletólitos séricos. 
Administração de 
uma solução de 
reidratação 
eletrólito pode 
atenuar as 
alterações de 
eletrólitos e 
hipovolemia. 
Diclofenaco 
Ibuprofeno 
Naproxeno 
Propanolol 
Metropolol 
Efeito anti-hipertensivo 
dos beta-bçoqueadores 
(propanolol/metropolol) 
Moderada 
Monitorar 
pressão arterial 
Diclofenaco 
Ibuprofeno 
Naproxeno 
Vancomicina 
Toxicidade da 
Vancomicina 
Moderada 
Monitorar 
terapia. Interação 
prevalente em 
neonatos. 
 
AAS Varfarina Risco hemorragico Grave 
Monitorar tempo 
de protrombina 
(TAP); 
Monitorar 
aumento das 
evidencias de 
sangramento 
AAS Varfarina Risco hemorragico Moderado 
Monitorar 
evidencia de 
sangramento 
Diclofenaco 
Ibuprofeno 
Naproxeno 
Varfarina Risco hemorragico Moderado 
Monitorar tempo 
de protrombina 
(TAP); Monitorar 
32 
 
 
AINES Interage com Efeito Clínico 
Grau de 
Interação 
Recomendações 
Farmacêuticas 
aumento das 
evidências de 
sangramento. 
AAS 
Captopril 
Enalapril 
Resposta anti-
hipertensiva 
Moderada 
Monitorar 
pressão arterial 
AAS Cilostozol 
Do risco de 
sangramento 
Moderada 
Monitorar 
aumento de 
evidências de 
redução da 
função 
plaquetária 
AAS Clopidrogrel Risco hemorrágico Moderada 
Monitorar a 
evidencia de 
redução da 
função 
plaquetária 
(hemorragia) 
AAS 
Diltiazem 
Verapamil 
risco de hemorragias 
anormais e equimoses 
Moderada 
Monitorar 
aumento dos 
efeitos 
antiplaquetários 
dos AAS 
(hemorrarias e 
equimose) 
AAS 
Hidrocortizona 
Dexametasona 
Metilprednisolona 
Betametasona 
Prednisolona 
Ulcerações e 
sangramentos 
gastrintestinais Filtação 
glomerular 
Metabolismo do AAS 
Moderada 
Monitorar 
terapia. Redução 
gradativa da dose 
do AAS 
juntamente com 
a redução 
gradativa dos 
corticosteroides. 
AAS 
Captopril 
Enalapril 
Resposta anti-
hipertensivo do beta-
bloqueador (atenolol) 
Moderada 
Monitorar 
pressão arterial 
FONTE:UFG 2011 
A frequência do uso de AINEs, incluindo os inibidores não seletivos (cetoprofeno, 
diclofenaco, ibuprofeno, paracetamol, meloxicam, piroxicam, entre outros) e os inibidores 
seletivos da COX-2 (celecoxibe e etoricoxibe), tem aumentado nos últimos anos (BATLOUNI, 
2010). 
Dentre as principais causas para esse crescimento, destacam-se a facilidade de acesso 
ao fármaco, sendo alguns de venda livre, e uma população mais idosa com concomitantes 
doenças inflamatórias (MELGAÇO, 2010). Os anti-inflamatório estão entre os principais 
33 
 
 
causadores de RAMs, sendo responsáveis por 20 a 25% dos casos (SCHALLEMBERGER; 
PLETSCH, 2014). 
Os AINEs não seletivos para a ciclooxigenase inibem a produção de PGs na mucosa 
gastrointestinal, podendo causar desconforto e dor abdominal, úlcera gástrica e até sangramento 
digestivo. Os inibidores seletivos para a COX-2 são mais seguros no aspecto gástrico, no 
entanto aumenta o risco cardiovascular, o que conduziu a retirada de vários deles do mercado 
farmacêutico mundial (BATLOUNI, 2010). 
A análise de potenciais interações medicamentosas deve ser avaliada pelo farmacêutico 
no momento da dispensação dos medicamentos e, assim, os resultados das análises que 
oferecem risco ao paciente devem ser informados para otimização da farmacoterapia e garantia 
da segurança dos pacientes, principalmente em idosos, que geralmente apresentam doenças 
crônicas concomitantes. Cabe ao farmacêutico identificar possíveis interações, sendo que esse 
é o profissional com contato na última etapa do ciclo do medicamento, a dispensação. Desta 
forma, pode-se reduzir a ocorrência desses problemas por meio de medidas de prevenção, 
garantindo-se uma utilização mais racional e segura dos medicamentos (LIMA et al 2016). 
4.6 Atenção farmacêutica e a promoção do uso racional de AINEs em idosos 
 
Ao praticar a atenção farmacêutica, o profissional deve ter sempre em mente que o 
objetivo principal não é intervir no diagnostico ou na prescrição de medicamentos, atribuição 
do médico, mas garantir uma farmacoterapia racional, e segura e custo-efetivo e o primeiro 
passo para o uso racional que deve acompanhar farmacoterapia (NOVAES, 2007). 
 A utilização de medicamentos de venda livre, que incluem os AINEs e suas indicações 
terapêuticas, levam os fármacos desse grupo a serem extensivamente empregados, expondo-os 
a muitos riscos, principalmente devido polimedicação, estando mais suscetíveis a efeitos 
adversos e a interações medicamentosas aos idosos (BANDEIRA, 2013). 
Uma forma de ajudar o farmacêutico com as interações e as reações adversas e uso 
racional é utilização dos critérios de Beers-Fick, apesar de não contemplarem a análise de 
alguns fármacos passíveis de reações adversas, podem ser úteis para se avaliar a terapêutica 
farmacológica em indivíduos idosos e para identificar possíveis reações adversas provocadas 
por determinados tipos de medicamentos. Por meio desse instrumento, é possível melhorar a 
qualidade de vida dos idosos, além de diminuir os custos financeiros com a saúde 
(STROHER,2014). 
34 
 
 
Há aproximadamente duas décadas surgiram instrumentos visando detectar potenciais 
riscosde iatrogenia que é uma doença com efeitos e complicações causadas como resultado de 
um tratamento médico medicamentosa em idosos, sendo o de Beers-Fick o mais utilizado deles 
estabeleceram critérios, baseados em trabalhos publicados sobre medicamentos e farmacologia 
do envelhecimento, para definir lista de fármacos potencialmente inapropriados a adultos com 
65 ou mais anos (GORZONI,2008). 
Pelo risco de efeitos adversos, há fármacos não apropriados para idosos (critérios de 
Beers-Fick): 
a) Medicamentos ou classes que deveriam ser evitados em idosos, independentemente 
do diagnostico ou da condição clínica, devido ao alto risco dos efeitos colaterais e 
pela existência de outros fármacos mais seguros; 
b) Medicamentos ou classes que não devem ser usados em determinadas circunstancias 
clinicas. 
As drogas que estão com maior risco desses efeitos adversos são anti-inflamatórios (BARROS, 
Elvino 2007). 
O acompanhamento farmacoterapêutico é importante para a promoção do uso racional 
de medicamentos como os AINEs contribuindo no processo de informação ao usuário em 
questões como a automedicação, interrupções e substituição de medicamentos prescritos, assim 
como, permite a orientar a forma correta do uso do medicamento, o tempo ideal para melhora 
dos sintomas, a fim de evitar custos desnecessários à saúde, interações medicamentosas, efeitos 
adversos e polifarmácia no idoso (BANDEIRA, 2013) 
Contudo, constitui-se desafio no Brasil o aprimoramento e a consolidação da prática da 
atenção farmacêutica ao idoso com atuação do profissional na promoção da saúde e do uso 
racional dos medicamentos (NOVAES, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O envelhecimento é um processo complexo e multifatorial e o idoso deve ser analisado 
sob olhares multiprofissional, e junto com envelhecimento surge o aparecimento de doenças 
crônicas não transmissíveis, com aumento das doenças incapacitantes, crônicas e degenerativas, 
que resultam em dependência medicamentosa. Os anti-inflamatórios estão na lista de 
medicamentos isentos de prescrição médica, fato que contribui para o uso irracional destes 
fármacos e, seu uso tem aumentado gradualmente, principalmente por idosos. 
As mudanças fisiológicas nos idosos observada ao longo da pesquisa provam que o uso 
indiscriminado de medicamentos como anti-inflamatórios podem agravar as condições de saúde 
dos idosos, visto que, já é um paciente polimedicado que utiliza cerca de 3 a 5 medicamentos, 
e incluir mais um medicamento na terapia desse paciente sem conhecer as interações, podem 
provocar efeitos adversos. 
Os AINEs podem agravar problemas de saúde, principalmente em idosos que além de 
aumentar o risco de interações medicamentosas, esses pacientes normalmente apresentam 
doenças crônicas concomitantes, como HAS e diabetes, geralmente são acompanhados por mais 
de um especialista, sendo polimedicados e esses fatores favorecem a ocorrência de interações e 
reações adversas aos medicamentos. 
Cabe ao farmacêutico orientar, utilizando atenção e promoção a saúde sobre os 
problemas de interação medicamentosa durante a dispensação, como medidas de identificação 
e prevenção, garantindo uma utilização mais racional e segura dos medicamentos e, dentre as 
recomendações, pode-se indicar a ingestão de alimentos antes da tomada do AINE, para evitar 
os efeitos gastrintestinais. Deve-se alertar sobre a interação medicamentosa entre o AINEs e 
outros medicamentos de uso diário. Compete ao farmacêutico assegurar ao paciente estas 
informações para evitar ocorrência de problemas relacionados com os medicamentos, 
assegurando a qualidade de vida ao paciente idoso. 
 
 
 
 
 
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