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Curso online: Cálculo de dietas e adequação de macronutrientes
Docente: Daniela Seixas
Curso online: cálculo de dietas e adequação de 
macronutrientes
Aula teórica: parte 1
➢ Equações utilizadas para cálculo da TMB
➢ Gasto com atividade física
➢ Distribuição de macronutrientes
➢ Planilha
TÓPICOS: AULA TEÓRICA
PARTE 1
PARTE 2
➢ O cálculo da dieta é uma ferramenta do nutricionista
➢ Quanto mais ferramentas, melhor!
➢ O nutricionista vai determinar quando um ajuste qualitativo é suficiente e em quais
casos é importante um ajuste também quantitativo
➢ Muitas vezes, um mesmo paciente pode necessitar abordagens diferentes em
momentos/objetivos diferentes
PRECISO SABER CALCULAR DIETA?
NÃO BASTA FAZER UM AJUSTE QUALITATIVO?
PRECISO SABER CALCULAR DIETA?
NÃO BASTA FAZER UM AJUSTE QUALITATIVO?
➢ Claro que as calorias não são iguais, é importante no momento do ajuste do cardápio
priorizar a qualidade nutricional → alimentos naturais, fonte de fitoquímicos e com o
mínimo possível de industrializados, gorduras trans e aditivos.
PRECISO SABER CALCULAR DIETA?
NÃO BASTA FAZER UM AJUSTE QUALITATIVO?
➢ As abordagens qualitativa e quantitativa
são complementares
➢ Reflete a produção de calor pelo organismo
➢ Determinada em condições bastante rigorosas: jejum de pelo menos 12h, sem
atividade física, indivíduo precisa ficar em repouso (deitado) por 30min em
temperatura controlada (25 a 26ºC) e então determinada por calorimetria indireta
➢ TMB é a demanda energética mínima para manutenção da vida, representa ~50 a
75% do gasto energético diário (GED), dependendo do nível de atividade física
TAXA METABÓLICA BASAL (TMB)
➢ Dimensão e composição corporais:
➢ Gordura corporal: consumo de O2 desprezível
➢ Massa livre de gordura: responsável pelo maior consumo de O2
FATORES QUE INFLUENCIAM A TMB
➢ Idade: com envelhecimento ocorre uma ↓ da TMB
➢ Atividade física: atletas altamente treinados (VO2máx ≥ 70ml) pode ocorrer ↑
da TMB
➢ Tabagismo: ↑ da TMB
➢ Ciclo menstrual: ↑ da TMB no período pré menstrual
Wahrlich & Anjos. Cad Saúde Pública, RJ, 17, 2001.
COMPOSIÇÃO CORPORAL 
MLG
MASSA 
GORDA
- músculo
- água
- ossos
- tecidos
➢ Modelo de 2 componentes
Peso corporal – massa gorda = massa livre de gordura
➢ Condições menos rigorosas
➢ Repouso de pelo menos 30min, jejum de 2 a 3h
➢ ~10% superior à TMB
TAXA METABÓLICA DE REPOUSO (TMR)
GASTO ENERGÉTICO DIÁRIO (GET)
GASTO ENERGÉTICO DIÁRIO
TMB: calorimetria ou 
equação
GASTO TOTAL COM ATIVIDADE 
FÍSICA (exercício físico + 
atividades em geral)
Efeito térmico dos 
alimentos (~10%)
→ Eu não inclui na planilha porque normalmente o paciente subestima
o tamanho das porções!
GASTO ENERGÉTICO TOTAL (GET)
➢ Qualquer mudança no gasto energético induzida pela dieta.
➢ O maior aumento é ~1h depois da refeição e dura ~4h.
➢ Depende da composição da refeição
➢ ETA representa ~10% do GEDT, mas depende muito da composição da 
dieta
EFEITO TÉRMICO DOS ALIMENTOS (ETA) 
TERMOGÊNESE INDUZIDA PELA DIETA (TID)
TMR
Efeito térmico dos 
alimentos
refeição
gasto energético
tempo
MACRONUTRIENTES: BRUTO X LÍQUIDO
NUTRIENTE KCAL 100 g ETA “IN VIVO”
Carboidrato 4 kcal/g 400 kcal 6-8% = 24-32 kcal 376-368 kcal
Lipídeos 9 kcal/g 900 kcal 2-3% = 18-27 kcal 882-872 kcal
Proteína 4 kcal/g 400 kcal 25-30% = 100-120 kcal 300-280 kcal
EFEITO TÉRMICO DOS ALIMENTOS
Westerpet 2004.
➢ Gasto energético depende do tipo, intensidade, duração e 
condicionamento do indivíduo
➢ Representa de 15 a 30% do GED
ATIVIDADE FÍSICA
CALORIMETRIA DIRETA
➢ Mede diretamente a produção de calor, ou seja a 
transferência de energia do organismo para o meio 
ambiente.
CALORIMETRIA INDIRETA
➢ Indireta, pois a produção de energia é calculada a partir dos equivalentes calóricos
do oxigênio consumido e do gás carbônico produzido.
➢ Duração aproximada de 20min, sendo que é realizada uma média no intervalo de
10min mais constante → gasto desse período é extrapolado para 24h e é
considerado representativo do dispêndio energético basal ou de repouso diário.
Schneider & Meyer. Rev Bras Med Esporte, 11(3), 2005.
QR para CHO = 1,00
QR para PTN = 0,80
QR para LIP = 0,70
QUOCIENTE RESPIRATÓRIO VCO2/VO2
Diener JRC. Rev Med Brasil, 43(3): 245-253, 1997.
Conversão de VO2 e VCO2 → energia (tabela de Zuntz - Lusk 1917)
1L de O2 = ~5kcal
Projeto Diretrizes. Associação Brasileira de Nutrologia, 2009.
EQUAÇÕES PARA ESTIMAR TMB
EQUAÇÕES PARA ESTIMAR TMB
➢ Quantas equações existem?
➢ Onde e para quem elas foram desenvolvidas?
➢ Qual é a melhor?
➢ Existem mais dados para homens do que para mulheres
➢ Os R2 são maiores para homens que para mulheres
➢ Os R2 são baixos, principalmente após os 18 anos de vida
Harris & Benedict, 1919
- 136 homens
- 103 mulheres
- 94 recém nascidos
Laboratório de Nutrição do Carnegie Institution fo Washington
Quantas equações existem?
Homens TMB = 66.5 + ( 13.75 × P) + ( 5.003 × A) – ( 6.755 × I)
Mulheres TMB = 655.1 + ( 9.563 × P) + ( 1.85 × A) – ( 4.676 × I)
Homens TMB = 88.362 + (13.397 × P) + (4.799 × A) - (5.677 × I)
Mulheres TMB = 447.593 + (9.247 × P) + (3.098 × A) - (4.330 × I)
Harris & Benedict, 1919
Equação de Harris & Benedict revisada por Roza e Shizgal, 1984
Equação de Harris & Benedict revisada por Mifflin – St Jeor, 1990
P = peso em kg; A = altura em cm; I = idade em anos
Homens BMR = (10 × P) + (6.25 × A) - (5 × I) + 5
Mulheres BMR = (10 × P) + (6.25 × A) - (5 × I) - 161
*há outras revisões de Harris, ex: Brozek, 1963
Quantas equações existem?
Idade Mulheres Homens
3 a 10 anos 85 x P + 2033 95 x P + 2110
10 a 18 anos 56 x P + 2898 74 x P + 2754
18 a 30 anos 62 x P + 2036 63 x P + 2896
30 a 60 anos 34 x P + 3538 48 x P + 3653
> 60 34 x P + 2755 49 x P + 2459
Schofield, 1985
P = peso em kg
- Amostra de 7173 indivíduos , origem europeia ou norte-americana
- 4809 homens
- 2364 mulheres
Quantas equações existem?
Idade Mulheres Homens
3 a 10 anos [0,063 x P + 2,466] x 239 [0,113 x P + 1,689] x 239
10 a 18 anos [0,047 x P + 2,951] x 239 [0,084 x P + 2,122] x 239
18 a 30 anos [0,048 x P + 2,562] x 239 [0,056 x P + 2,800] x 239
30 a 60 anos [0,048 x P + 2,448] x 239 [0,046 x P + 3,160] x 239
Henry & Rees, 1991
P = peso em kg
Cunningham, 1991
GEDR = 370 + 21,6 x MLG
FAO/WHO/ONU 2004
Idade Mulheres Homens
0 a 3 anos 58,31 x P – 31,1 59,512 x P – 30,4
3 a 10 anos 20,315 x P + 485,9 22,706 x P + 504,3
10 a 18 anos 13,384 x P + 692,6 17,686 x P + 658,2
18 a 30 anos 14,818 x P + 486,6 15,057 x P + 692,2
30 a 60 anos 8,126 x P + 845,6 11,472 x P + 873,1
+ de 60 anos 9,082 x P + 658,5 11,711 x P + 587,1
P = peso em kg
➢ Ampliou a amostra de Schofield para 11000 indivíduos e modificou as equações
Qual a melhor equação?
Wahrlich V & Anjos LA. Cad Saúde Pública. RJ. 2001.
25 estudos avaliaram a equação de Harris & Benedict
Harris & Benedict, 1919
➢ 10 anos após a publicação o próprio Harris reportou que sua fórmula superestima a 
TMB em ~5% para homens
➢ Trabalho posterior em mulheres mostrou que a média de superestimação é de ~14%
Benedict FG. Am J Physiol, 85: 607-620, 1928.
Owen et al. Am J Clin Nutr, 1986
Harris & Benedict, 1919
Eu uso esses valores para correção da TMB na planilha, vocês podem usar outras fórmulas 
e/ou correções mais adequadas para seus pacientes!
➢ Estudo feito com 50 universitárias do Rio de Janeiro
➢ TMB por calorimetria indireta x fórmulas
➢ Harris & Benedict → superestimou em 17%
➢ FAO/WHO/ONU → 12,5%
➢ Henry & Rees→ 7,2%
- n reduzido
- apenas mulheres
E para atletas?
Jagim et al. Journalof Strength and Conditioning Research., no prelo, 2017.
➢ Objetivos: determinar a acurácia de 5 formulas para prever TMR em atletas de 
ambos os sexos
➢ 22 mulheres (19.7± 1.4 anos; 166.2 ± 5.5 cm; 63.5 ± 7.3 kg; 49.2 ± 4.3 kg of Fat-
Free Mass; 23.4 ± 4.4 BF%) 
➢ 28 homens (20.2 ± 1.6 yrs.; 181.9 ± 6.1 cm; 94.5 ± 16.2 kg; 79.1 ± 7.2 kg of FFM; 
15.1 ± 8.5% BF)
➢ TMR foi avaliada por calorimetria indireta e composição corporal por
plestimografia
Jagim et al. Journal of Strength and Conditioning Research., no prelo, 2017.
➢ Nelson 
TMR = 25.80 x MLG + 4.04 x MG 
➢ Mifflin-St. Jeor
TMR = 9.99 x P + 6.25 x A (cm) - 4.92 x I + 166 x sexo (homen, 1; mulher, 0) -161
➢ Harris-Benedict 
Homens: TMR = 66.47+ 13.75 x P + 5 x A (cm) – 6.76 x I; 
Mulheres: TMR = 655.1 + 9.56 x P + 1.85 x A (cm) – 4.68 x I
➢ De Lorenzo 
TMR = -857 + 9 x P (kg) + 11.7 x A (cm)
➢ Cunningham modificada
TMR = 500 + 22 x MLG (kg)
P = peso em kg; A = altura em cm; I = idade em anos
Cunningham, 1991
GEDR = 370 + 21,6 x MLG
Jamin et al. Journal of Strength and Conditioning Research., no prelo, 2017.
Todas as equações subestimaram a TMR!!
homens
mulheres
Thompson et al. J Am Diet Assoc, 96(1): 30-4, 1996.
HOMENS MULHERES
Cunningham
Carlsohn A, et al. Ann Nutr Metab, 58: 239-244, 2011.
- 17 atletas de remo e canoagem alemães
- Harris & Benedict, 1919 e Cunningham, 1991
- Não existe! Todas tem erros → podem ser minimizados – corrigir na planilha
- A melhor equação depende do sexo, idade, etnia, estado nutricional e
condições de saúde, composição corporal e provavelmente modalidade
esportiva praticada
Qual a melhor equação?
Wahrlich V & Anjos LA. Cad Saúde Pública. RJ. 2001.
O que há na literatura científica?
EXEMPLOS
MULHERES JOVENS E SAUDÁVEIS
- 6 equações: Nelson, 1992; Mifflin 1990; Owen, 1986; 
Schofield, 1985; Harris & Benedict, 1919
Todas superestimaram!
Nenhuma foi adequada
- Fizeram a proposta de uma 
nova equação!
TMR = 738 /(RMR(Harris-Benedict) - 738)
Cálculo da TMB por 8 equações:
Nenhuma foi capaz de prever adequadamente
É necessária uma equação para policiais coreanos!
ESTIMATIVA DO GASTO COM 
ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO FISICO?
ATIVIDADE FÍSICA x EXERCÍCIO FÍSICO
➢ Atividade física: qualquer movimento corporal realizado pela musculatura esquelética, que
leve a um gasto energético acima do repouso
➢ Exercício físico: sequencia sistematizada de movimentos que são executados de maneira
planejada e possuem objetivos específicos
COMO ESTIMAR O GASTO ENERGÉTICO?
➢ + de 50 técnicas diferentes para estimar atividade física e o gasto energético
➢ Os instrumentos podem ser classificados em 2 grandes grupos:
INFORMAÇÕES DADAS 
PELO SUJEITO
MARCADORES FISIOLÓGICOS
➢ Questionários
➢ Entrevistas
➢ Diários
➢ Calorimetria
➢ Monitoração da frequência cardíaca
➢ Marcadores fisiológicos
➢ Sensores de movimento
➢ Pedômetros
➢ Acelerômetros
➢ Monitores tridimensionais
Reis RS et al., Rev Bras Cineantrop & Desemp Humano, 2000.
COMO ESTIMAR O GASTO ENERGÉTICO?
Reis RS et al., Rev Bras Cineantrop & Desemp Humano, 2000.
VANTAGENS x DESVANTAGENS
MET: EQUIVALENTE METABÓLICO
➢ 1 MET equivale à energia suficiente para um indivíduo se manter em repouso,
representado pelo consumo de oxigênio (VO2) de ~ 3,5ml/kg/min (= 1kcal/kg/h)
1 MET = 1kcal/kg/h
Homem de 70kg = 70kcal/h
Sidney & Blümchen. Clin Cardiol, 13: 555-565, 1990.
MET: EQUIVALENTE METABÓLICO
➢ O ACSM sugere que a unidade MET seja utilizada como método para indicar e
comparar a intensidade absoluta e gasto energético de diferentes atividades físicas
Kcal = MET x Peso (kg) x tempo (h)
Byrne NM, et al. J Appl Physiol, 99: 1112-1119, 2005.
Gunn S et al. Med Sci Sports Exerc, 34: 895-902, 2004.
Gunn S et al. Eur J Appl Physiol, 91: 61-70, 2004
Os METs estão adequados?
➢ Os METS superestimam o real gasto energético em indivíduos com sobrepeso
➢ Valores médios encontrados em outros estudos:
➢ Valores medidos:
➢ 3,0 ± 0,3 mL O2/kg/min
➢ 2,8 ± 0,3 mL O2 /kg/min
➢ 2,6 ± 0,4 mL O2/kg/min
Os METs superestimam em ~20% 
quando os indivíduos tem sobrepeso 
ou obesidade
~ 3,5ml/kg/min (= 1kcal/kg/h)
Tabela completa com METS em português!
Anexo 4, págs 382-396.
PARTE 2: EXPLICAÇÃO TEÓRICA DA 
PLANILHA
Muito obrigada!
www.danielaseixas.com.br
@dfseixas
dseixas@yahoo.com

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