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1 DIREITO DO TRABALHO II Semana 13 – O Direito Coletivo do Trabalho. Organização sindical; enquadramento sindical e contribuições sindicais. Semana 14 - Os conflitos coletivos de trabalho: formas de solução dos conflitos coletivos de trabalho, negociação coletiva – convenções e acordos coletivos de trabalho. Semana 15 – Greve: conceito, natureza jurídica, evolução histórica, tipos e finalidade da greve, lockout Semana 16: Revisão MARIA INÊS GERARDO www.mariainesgerardo.com.br DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais DIREITO COLETIVO (conceito) É a parte do Direito do Trabalho que trata da organização sindical, da negociação coletiva, dos acordos e convenções coletivas de trabalho, da representação dos trabalhadores e da greve. 2 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais RELAÇÕES INDIVIDUAIS RELAÇÕES COLETIVAS Os sujeitos são os trabalhadores singularmente considerados Os sujeitos são os grupos de trabalhadores, normalmente representados pelos sindicatos profissionais de um lado e os sindicatos patronais do outro, onde os interesses abrangem a coletividade DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Consiste na liberdade de associação. O direito de reunião e associação pacífica sem caráter paramilitar está assegurado no art. 5º, XVI e XVII, XX, CRFB/88 MOVIMENTO ASSOCIATIVISTA 3 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais CONVENÇÃO INTERNACIONAL 87, OIT SOBRE A LIBERDADE SINDICAL E A PROTEÇÃO DO DIREITO SINDICAL Art. 2º - Trabalhadores e os empregadores, sem nenhuma distinção e sem autorização prévia, têm o direito de constituir as organizações que estimem convenientes, assim como o de filiar-se a estas organizações, com a única condição de observar os estatutos das mesmas. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais É o direito dos trabalhadores e empregadores se organizarem e criar associações, sem qualquer interferência do Estado, visando atender aos seus interesses ou dos grupos que irão representar, compreendendo o direito de ingressar e retirar-se dos sindicatos. – art. 8º, V, CRFB/88 - LIBERDADE SINDICAL Convenção Internacional 87, OIT BRASIL AINDA NÃO RATIFICOU 4 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Unicidade sindical É o sindicato único por imposição legal. Só pode haver um único sindicato representativo da categoria profissional ou econômica na mesma base territorial. Pluralismo sindical quando se admite vários sindicatos representativos da mesma categoria profissional ou econômica na mesma base territorial. Unidade sindical – Forma-se um sindicato único, num movimento voluntário. É permitida a pluralidade sindical, mas eles preferem se reunir e formar um único sindicato. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais UNICIDADE SINDICAL O órgão competente para o registro do sindicato é o Ministério do Trabalho – Súmula 677, STF, que visa zelar pela observância da unicidade sindical ADOTADO PELO BRASIL 5 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais CONFEDER. FEDERAÇÕES SINDICATOS ORGANIZAÇÃO SINDICAL Federações e confederações entidades sindicais de grau superior art. 533, CLT DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais CENTRAIS SINDICAIS (Lei nº 11.648/08) Art. 1o A central sindical, entidade de representação geral dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional, terá as seguintes atribuições e prerrogativas: I - coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas; e II - participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores. Parágrafo único. Considera-se central sindical, para os efeitos do disposto nesta Lei, a entidade associativa de direito privado composta por organizações sindicais de trabalhadores. São órgãos de cúpula, de caráter político, intercategorias, estando acima das confederações. 6 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais ART. 8º DA CRFB/88 ✓ A lei não pode exigir autorização do Estado para fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente; ✓ É vedado ao Poder Público a interferência e intervenção na organização sindical; ✓ É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que não pode ser inferior a um município; ✓ Ninguém o obrigada a se filiar ou manter- se filiado a sindicato DIREITO COLETIVO (Regras gerais) DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais ART. 8º DA CRFB/88 ✓ Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos e individuais da categoria, inclusive em questões judiciais e administrativas ✓ É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletiva ✓ o aposentado filiado tem direito de votar e ser votado nas organizações sindicais ✓ vedada dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção e representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. DIREITO COLETIVO (Regras gerais) 7 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Sindicato é uma organização social constituída para defender os interesses trabalhistas e econômicos nas relações coletivas entre os grupos sociais. Reúne um grupamento de pessoas físicas ou jurídicas de uma mesma atividade profissional ou econômica, visando assegurar a defesa dos seus interesses. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais É o conjunto de pessoas que têm interesses profissionais ou econômicos em comum, decorrentes de identidade de condições ligadas ao trabalho CATEGORIA Categorias: profissionais, econômicas e diferenciadas. 8 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.brAula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais CATEGORIA ECONÔMICA (art. 511, §1º, CLT) “A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas” Quando a empresa desempenha diversas atividades o enquadramento será realizado pela atividade preponderante. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais CATEGORIA PROFISSIONAL (art. 511, §2º, CLT) “A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situações de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas” Foi mantido o sistema sindical organizado por categorias: para cada categoria econômica deveria haver uma correspondente categoria profissional 9 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais CATEGORIA PROFISSIONAL DIFERENCIADA (art. 511, §3º, CLT) “É a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força do estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares” Ver no anexo da CLT, o rol de categorias diferenciadas DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais FONTES DE RECEITAS DOS SINDICATOS A Lei nº 13.467, de 2017 promoveu mudanças nos artigos da CLT que versam sobre as contribuições devidas ao sindicato. Foram alterados os artigos 545; 578, 579, 582, 583, 587 e 602, todos da CLT. De acordo com essas alterações as contribuições devidas aos sindicatos dependem de prévia e expressa autorização, razão pela qual o desconto na contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinando categoria econômica ou profissional e, ainda, de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão, nos termos do art. 579 da CLT. 10 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais CONTRIBUIÇÃO SINDICAL - art. 8º, IV, CRFB/88 c/c art. 578, CLT – é anual – art. 579, CLT. Corresponde a um dia de trabalho. CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA - art. 8º, IV, CRFB/88 – visa custear o sistema confederativo. É compulsória para os associados – Precedente Normativo 119, TST e OJ – 17, SDC, TST FONTES DE RECEITAS DOS SINDICATOS DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL (desconto assistencial) – justifica-se em razão da participação em negociações coletivas ou para custear despesas assistenciais realizadas pelo sindicato. Obrigatória para associados – Precedente Normativo 119, TST e OJ – 17, SDC. MENSALIDADE SINDICAL - é a aquela prevista e fixada no estatuto ou pelas assembléias. Art. 548, “a”, CLT. Também chamada de mensalidade sindical. Só para associados. FONTES DE RECEITAS DOS SINDICATOS 11 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Aplicando o conhecimento – Questão objetiva ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA: O princípio de Direito Coletivo do Trabalho que prega a impossibilidade de existência de mais de um sindicato por base territorial é o da: a) Unicidade Sindical b) Liberdade de Associação c) Autonomia Sindical d) Interveniência Sindical DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Aplicando o conhecimento – Caso concreto – Semana 13 Benedito foi contratado pelo Banco Atenas S/A para trabalhar como vigilante. Trabalhou de 2ª a 6ª feira de 9h às 18h, com 1 (uma) hora de intervalo durante os 2 (dois) anos de duração do pacto laboral e nunca recebeu o pagamento de horas extras. Inconformado, ajuizou ação trabalhista postulando seu enquadramento como bancário e o pagamento das horas extras a partir da 6ª hora diária, na forma do art. 224, da CLT. Diante do caso apresentado, responda de forma justificada: A) Benedito deve ser enquadrado como bancário? B) São devidas as horas extras postuladas por Benedito? 12 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais 23 CONFLITOS Conflito individual É aquele que ocorre entre o empregado e empregador individualmente considerados. Conflitos coletivos É aquele que abrange a coletividade, envolvendo a categoria - uma comunidade específica de trabalhadores ou empregadores. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais 24 CONFLITOS COLETIVOS DE TRABALHO Conflito de natureza econômica (conflito de interesses) tem por fim a criação de novas normas de trabalho para a categoria Conflito de natureza jurídica (conflito de direito) tem o objeto a aplicação ou interpretação de normas jurídicas 13 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais 25 FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS COLETIVOS Autocomposição É a forma de solução dos conflitos trabalhistas realizada pelos próprios interessados, através da negociação coletiva, celebrando um documento de pacificação que consiste no diploma coletivo - acordo coletivo e convenção coletiva Heterocomposição É a forma de solução determinada por um terceiro. Ex: arbitragem, jurisdição ou tutela. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais 26 ❖Convenção Coletiva – Sind. Profissional X Sind. Econ. ❖Acordo Coletivo – Sind. Profissional. X empresa (s) Acordo de caráter normativo que visa estabelecer condições de trabalho aplicáveis no âmbito das respectivas representações (CC) ou no âmbito da (s) empresa (s) acordantes (AC) às respectivas relações de trabalho 14 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais ❖Convenção Coletiva – Sind. Profissional X Sind. Econ. ❖Acordo Coletivo – Sind. Profissional. X empresa (s) Convenção Coletiva art. 611, caput, CLT acordo normativo entre o sindicato da categoria econômica com o sindicato da categoria profissional visando estabelecer condições de trabalho Acordo Coletivo art. 611, § 1º, CLT acordo normativo realizado entre o sindicato profissional com a empresa ou empresas, visando estabelecer condições de trabalho DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais 28 Sujeitos – os acordos e convençõescoletivas aplicam-se àqueles que participaram da norma coletiva. Categoria diferenciada – o empregado de categoria diferenciada não tem direito de obter do seu empregador vantagens previstas no instrumento coletivo da qual a empresa não participou – Súmula 374 do TST Conteúdo – está disciplinado pelo art. 613 da CLT. As cláusulas dos acordos ou convenções coletivas podem ser: ➢ normativas – envolvem matéria que atinge os representados. ➢ obrigacionais – envolvem os sindicatos acordantes. Ex: multa pelo descumprimento da norma coletiva, etc. 15 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais 29 REQUISITOS DE VALIDADE ➢ tem que ser escrita; ➢ deve ser depositada na DRT, entrando em vigor 3 dias após o depósito – art. 614, § 1º, CLT; ➢ deve ser precedida de assembléia geral do sindicato; ➢ pode ser prorrogada – quando mantidas as mesmas condições anteriores; ➢ pode também ser revista, quando ocorrer necessidade de adaptação às novas situações fáticas existentes num determinado momento. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais 30 REGRAS GERAIS ➢ Art. 620, CLT – As condições estabelecidas em acordo coletivo sempre prevalecerão sobre a convenção coletiva; ➢ Acordo e convenção coletiva podem: ❖Reduzir salário – art. 7º, VI, da CRFB/88 ❖Aumentar jornada dos empregados que trabalhem em turnos ininterruptos de revezamento – art. 7º, XIV, da CRFB/88 ❖Compensar jornada – art. 7º, XIII, da CRFB/88. 16 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais 31 ❖Convenção Coletiva – Sind. Prof. X Sind. Econ. ❖Acordo Coletivo – Sind. Prof. X empresa (s) Art. 614, §3º da CLT (reforma trabalhista). Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a 2 (dois anos), sendo vedada a ultratividade. Significa dizer que os benefícios trazidos pelas normas coletivas cessam após o término da sua vigência, pois não se incorporam aos contratos de trabalho, razão pela qual podem ser suprimidos pelo empregador ao término da vigência. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Aplicando o conhecimento – Caso concreto – Semana 14 Sindicato dos bancários formalizou Convenção Coletiva de Trabalho com o Sindicato dos Bancos fixando a contribuição assistencial no percentual de 2% a ser descontado dos salários dos empregados no mês seguinte ao reajuste. Ana Maria, bancária do Banco Beta S/A, não é sindicalizada e teve descontado do seu salário a referida contribuição assistencial. Além desse desconto, no mês de março, seu empregador também efetuou desconto a título de contribuição sindical. 17 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Aplicando o conhecimento – Caso concreto – Semana 14 Diante do caso apresentado, responda as questões propostas, justificando suas respostas com os dispositivos legais pertinentes e o entendimento do TST sobre a matéria. a) Ana Maria poderá exigir a devolução dos valores descontos em seu salário a título de contribuição assistencial? b) A resposta seria a mesma na hipótese de contribuição sindical? DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Aplicando o conhecimento – Questão objetiva (OAB/FGV) Foi celebrada convenção coletiva que fixa jornada em sete horas diárias. Posteriormente, na mesma vigência dessa convenção, foi celebrado acordo coletivo prevendo redução da referida jornada em 30 minutos. Assim, os empregados das empresas que subscrevem o acordo coletivo e a convenção coletiva deverão trabalhar, por dia, (A) 8 horas, pois a CRFB prevê jornada de 8 horas por dia e 44 horas semanais, não podendo ser derrogada por norma hierarquicamente inferior. 18 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Aplicando o conhecimento – Questão objetiva (B) 7 horas e 30 minutos, porque o acordo coletivo, por ser mais específico, prevalece sobre a convenção coletiva, sendo aplicada a redução de 30 minutos sobre a jornada de 8 horas por dia prevista na CRFB. (C) 7 horas, pois as condições estabelecidas na convenção coletiva, por serem mais abrangentes, prevalecem sobre as estipuladas no acordo coletivo. (D) 6 horas e 30 minutos, pela aplicação do princípio da prevalência da norma mais favorável ao trabalhador. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Paralisação coletiva de trabalho visando obter melhores condições de trabalho – é um mecanismo de autotutela – exercício direto de coerção pelos trabalhadores Requisitos e regras gerais - Lei nº 7.783/89 GREVE 19 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais GREVE Conceito – a greve consiste na suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, da prestação pessoal de serviços ao empregador (art. 2º, Lei 7.783/89). Natureza jurídica – a greve é um direito fundamental de caráter coletivo, assegurado constitucionalmente (art. 9º, CRFB/88) DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais GREVE Finalidade da greve – a greve é instrumento de pressão, que visa alcançar certos resultados concretos, tais como: aumento salarial, redução da jornada, melhores condições de trabalho, etc. 20 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Requisitos para a validade do movimento paredista: Tentativa de negociação coletiva frustrada – art. 3º, Lei 7.783/89; Aprovação da greve pela Assembleia dos trabalhadores – art. 4º, Lei 7.783/89; Aviso prévio de no mínimo 48 horas ao empregador ou a entidade patronal da paralisação – art. 3º, parágrafo único, Lei 7.783/89. Na hipótese de atividade essenciais, o prazo mínimo é de 72 horas, devendo, ainda ser comunicada ao público (art. 13, Lei 7.783/89; Garantir o atendimento nos serviços inadiáveis da comunidade, durante a greve. Art. 11, Lei 7.783/89. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Art. 10, Lei nº 7.783/89 - São considerados serviços ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; II - assistência médica e hospitalar; III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV - funerários; V - transporte coletivo; VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; 21 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Art. 10, Lei nº 7.783/89 - São consideradosserviços ou atividades essenciais: VII - telecomunicações; VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; X - controle de tráfego aéreo; XI - compensação bancária. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Direitos e deveres durante a greve Utilização de meios pacíficos de persuasão. (art. 6º, I, Lei 7.783/89); Arrecadação de fundos por meios lícitos e divulgação da greve (art. 6º , inciso II); Proteção contra a contratação de substitutos durante a greve (art. 7, parágrafo único, Lei 7.783/89); salvo no caso de inexistir acordo sobre a organização de equipes para a manutenção de os serviços cuja paralisação poderá acarretar prejuízo irreparável, e na greve abusiva. (art. 7 e 14, Lei 7.783/89); Respeito aos direitos e garantias fundamentais de outrem (art. 6º, §1º, Lei 7.783/89). 22 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Efeitos da greve Suspensão do contrato de trabalho – art. 7º, Lei 7.783/89; Se houver acordo sobre o pagamento de salários, excepcionalmente será hipótese de interrupção do contrato de trabalho. A greve considerada abusiva não gera efeitos – OJ 10, SDC, TST. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Lockout (locaute) - greve do empregador “Locaute é a paralisação provisória das atividades da empresa, estabelecimento ou setor por determinação empresarial, com o objetivo de exercer pressões sobre os trabalhadores, frustrando negociação coletiva ou dificultando o atendimento a reivindicações coleivas obreiras” (Maurício Godinho Delgado). É vedada. (art. 17, Lei 7.783/89). Mesmo que o empregado não preste serviços, ele receberá salários, pois será considerado tempo à disposição do empregador – art. 4º, CLT. 23 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Aplicando o conhecimento – Caso concreto – Semana 15 OAB/FGV - O Banco Ômega S.A. ajuizou ação de interdito proibitório em face do Sindicato dos Bancários de determinado Município, nos termos do artigo 567 do CPC, postulando a expedição de mandado proibitório, para obrigar o réu a suspender ou a não mais praticar, durante a realização de movimento paredista, atos destinados a molestar a posse mansa e pacífica do autor sobre os imóveis de sua propriedade, com a retirada de pessoas, veículos, cavaletes, correntes, cadeados, faixas e objetos que impeçam a entrada de qualquer empregado ao local de trabalho, abstendo-se, também, de realizar piquetes com utilização de aparelhos de som, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por agência. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Em contestação, o sindicato-réu sustentou que a realização de piquetes decorre do legítimo exercício do direito de greve assegurado pelo artigo 9º da Constituição da República e que o fechamento das agências bancárias visa a garantir a adesão de todos os empregados ao movimento grevista. Com base na situação hipotética, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) Durante a greve, é lícita a realização de piquetes pelo Sindicato com utilização de carros de som? b) Procede a pretensão veiculada na ação judicial no sentido de que o réu se abstenha de impedir o acesso dos empregados às agências bancárias? 24 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Aplicando o conhecimento – Questão objetiva – Semana 15 (FCC-2013-TRT-9ª Região). De acordo com o previsto na Lei nº 7.783/89 (Lei de Greve), em relação à greve em serviços ou atividades essenciais, é INCORRETA a afirmação: a) São considerados serviços ou atividades essenciais, entre outros, transporte coletivo; captação e tratamento de esgoto e lixo; telecomunicações; processamento de dados ligados a serviços essenciais. b) Os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Aplicando o conhecimento – Questão objetiva – Semana 15 (c) As entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, ficam obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 48 horas da paralisação. d) São necessidades inadiáveis da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população. 25 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Revisão DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Aplicando o conhecimento – Questão objetiva – Semana 16 (OAB/FGV) As alternativas a seguir apresentam casos para os quais a Lei prevê garantia de emprego, à exceção de uma. Assinale-a. A) Dirigente de associação profissional. B) Membro representante dos empregados junto ao Conselho Nacional de Previdência Social. C) Representantes dos empregados em comissão de conciliação prévia de âmbito empresarial. D) Representante dos empregados no Conselho Curador do FGTS. 26 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Aplicando o conhecimento – Caso concreto – Semana 16 Janaina Lemos foi contratada em 10/05/1978 pela empresa Brasil XYZ S/A e não optou pelo sistema do FGTS. Em 08/05/2013, sob alegação de prática de ato de improbidade, o empregador dispensou sumariamente Janaina por justa causa. Inconformada Janaina ajuíza ação trabalhista postulando sua reintegração no emprego sob o argumento de nulidade da dispensa, em virtude da inobservância dos procedimentos previstos no diploma celetista para rompimento do contrato por justa causa. Pergunta-se: Janaina Lemos terá êxito na ação trabalhista? Fundamente. DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais Próxima aula: AV 2 Matéria toda ESTUDAR PARA A PROVA 27 DIREITO DO TRABALHO II Professora: Maria Inês Gerardo - www.mariainesgerardo.com.br Aula 13 – Direito Coletivo. Organização sindical. Contribuições sindicais “Que as derrotas da vida não sejam motivo para tristeza, lute, hoje e sempre, pois só assim você será um vencedor.” Autor desconhecido “Autorretrato” (1889) Vincent van Gogh Maria Inês Gerardo
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