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Contação de histórias

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� PRAEGRESSUS TREINAMENTOS - CNPJ - 24.898.636/0001-60
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Bairro São Roque – Criciúma/SC – 88814-010
|48|9626.7620 – praegressustreinamentos@gmail.com
Contação de histórias: desafios e possibilidades na sala de aula.
RESUMO
Este trabalho se constitui como uma abordagem qualitativa, através do estudo bibliográfico objetivando investigar as concepções que alguns autores da educação, especialmente no campo infantil tem sobre a importância da contação de história e sobre a influência desta na formação de possíveis novos leitores, observando os espaços criativos para a contação de histórias e leituras presentes nas instituições educacionais. Julgamos que o resultado desta pesquisa contribui na reflexão da importância da contação de histórias para estimular a leitura, a imaginação, o desenvolvimento da oralidade e da escrita. Isso porque as narrativas condensam em si caminhos plurissignificativos e subjetivos para a leitura e compreensão de si e do mundo. 
Palavras-chave: Contação de história. Leitura. Formação do leitor. Educação infantil. 
INTRODUÇÃO
O presente artigo “Contação de histórias: possibilidades e desafios em sala de aula” tem por objetivo geral investigar as concepções que alguns autores da educação, especialmente no campo infantil tem sobre a importância da contação de história e sobre a influência desta na formação de possíveis novos leitores, buscando especificamente, compreender os espaços para a prática de leituras, e investigar os obstáculos e facilidades enfrentados pelas professoras na utilização da contação de historia.
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com uma abordagem qualitativa, e, por conseguinte interpretativa, com a intenção de investigar a contação de histórias como estratégia de estímulo e incentivo a leitura, e formação de futuros novos leitores. Observando a figura da professora, como mediadora desse processo de leitura e dos espaços disponíveis nas instituições educacionais para essa prática. 
Tendo por base que a escola enfrenta o grande desafio de alfabetizar crianças e estimular a leitura, surgem alguns questionamentos a estratégia da contação de histórias para essa finalidade: qual a concepção de contação de histórias que é discutida? É possível formar novos leitores, a partir dessa estratégia? Qual o papel das professoras narradora em sala de aula? Quais os desafios dessa estratégia de incentivo à leitura? 
Em face dessas questões, a identificação e análises das concepções e bem como, das consequências da contação de histórias em salas da educação infantil e o papel das professoras, como mediadoras desse processo parecem relevantes para atingir os objetivos propostos por este trabalho. 
LITERATURA INFANTIL E O CONCEITO DE INFÂNCIA
A educação infantil é marcada pela ludicidade e pelo desenvolvimento cognitivo das crianças. Faz parte da ludicidade e rotina da sala de aula a literatura infantil, por meio da contação de histórias. Personagens clássicos da literatura infantil, como princesas, príncipes, sapos e monstros fazem parte do universo imaginário dos pequenos, embora a literatura dos contos de tradição oral, não fosse dirigida inicialmente as crianças. 
Philippe Ariès, no livro História Social da Criança e da Família (1973), nos relata como eram percebidas as crianças:
Partimos de um mundo de representação onde a infância é desconhecida: os historiadores da literatura (Mgr. Calvé) fizeram a mesma observação a propósito da epopéia, em que crianças prodígio se conduziam com a bravura e a força física dos guerreiros adultos. (p. 42). 
O significado de infância até meados do século XII era desconhecido, e as crianças eram retratadas como miniaturas de adultos. Nesse período, todos os membros das famílias realizavam e participavam de atividades e programas sociais juntos. Partilhavam festas, brincadeiras, refeições, preocupações, mortes e aflições. As histórias contadas eram simultaneamente ouvidas pelas crianças e por adultos. Então, os narradores contavam histórias de bruxas, fadas, doentes, reis e rainhas. Não havia distinção de idades e as histórias tinham um caráter moralista. 
O aprendizado desses “miniadultos” dava-se, principalmente, na prática de um ofício e na convivência social, convivência esta fundamental na vida medieval. Nesse período, a criança participava ativamente da vida social dos adultos, que não a excluíam de nenhum assunto. (BRENMAN, 2012, p. 143). 
Os contos de fadas, os mitos, as fábulas, as lendas são o “primeiro conselheiro das crianças, por que foi outrora o primeiro da humanidade, permanece vivo, em segredo, na narrativa” (MATOS apud BENJAMIM - 1983). Antes do surgimento do objeto livro, as histórias moravam na memória dos contadores, que contavam a um, que contavam a outro e assim, de geração em geração, as histórias permaneceram vivas, sofrendo poucas alterações na sua estrutura. 
Os Irmãos Grimm, Charles Perrault e La Fontaine são os pioneiros no recolhimento dessas histórias para os livros. De acordo com Brenmam (2012) esses livros foram os considerados pioneiros do mundo literário infantil. Suas obras estavam contextualizadas no tempo em que ainda o conceito de infância era desconhecido. Porém, foi a partir desses livros, com as histórias coletadas, que apontaram-se a singularidade da literatura infantil. 
Além disso a maioria dos autores concordam em situar a origem da literatura infantil, no sentido moderno, na evolução dos contos de fada. Ressaltam, por outro lado, a extinção da linha de textos didáticos e moralizantes, que haviam sido escritos para crianças em épocas tão antigas como o século VI, e que possibilitou o reconhecimento de uma literatura para as crianças a partir do século XVIII. (COLOMER, 2003, P. 55). 
Após o surgimento dessa literatura infantil, houve protestos que permaneceram durante anos e anos, com autores que marginalizavam a literatura infantil, não a reconhecendo, como gênero específico, para um público historicamente vulnerável. Para Tereza Colomer (2003, p. 44) “a literatura infantil foi considerada um texto literário menor, já que se trata, geralmente, de um texto menos desviado da norma, menos que um poema vanguardista, por exemplo”. 
A criança, especialmente com a divulgação do conceito infância, ao passar dos tempos, tornou-se um sujeito com subjetividade e características próprias. A literatura relacionada ao adulto, não se aplicava mais a infância. O conceito de literatura infantil, nessa nova perspectiva de infância, é um recorte do conceito de literatura. Para Brenman apud Coelho (2000) conceitua a literatura: 
A literatura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível / impossível realização. (p. 140). 
A literatura infantil, sendo assim deve ser entendida, acima de tudo como literatura, pertencente ao campo das artes. Não é porque seja destinada a crianças que se torne uma literatura com menos significados ou inferior. A literatura infantil é parceira da fantasia e tem um objetivo nítido para os futuros leitores: imaginar um mundo diferente e livre. 
 LITERATURA INFANTIL E A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
A literatura infantil, que tem o imaginário, a ficção, a fruição como elementos essenciais na sua constituição, transfigura a realidade e a transforma em uma linguagem metafórica e plurissignificativa. A palavra dita, através da literatura não tem compromisso com o certo ou errado, pois trata-se de vários caminhos, e cada criança tem sua própria percepção. 
A literatura reelabora, recria e reinventa a realidade. Essa recriação é impessoal e intrasferível. Cada pessoa, a partir das experiências de vidas e contextos sociais, reinventa e imagina a história contada. Quem lê ou ouve histórias elabora com mais intimidade os pensamentos, repercutindo na argumentação e escrita. Quemlê ou ouve histórias, também, explora outras possibilidades para além do mundo real. 
É através duma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e ser, outra ética, outra ótica. É ficar sabendo historia, geografia, filosofia, sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula (ABRAMOVICH, 1995, p.17).
A literatura materializou-se pelo objeto livro. Concordamos com Ilan Brenman (2012, p. 93) que todos deveriam ter acesso às obras literárias e explorar os recursos da ilustração, texto e fruição. Com o livro, podemos armazenar e eternizar as histórias. Porém, não podemos ignorar e esquecer-se dos contadores de tradição oral que foram os responsáveis pela reprodução de centenas de histórias, espalhadas pelo mundo e que são fontes de inspiração para as gerações nos dias de hoje. 
Matos (2009, p 06) enfatiza a importância e diferencia a contação da literatura literária e a contação da história de tradição oral. A contação literária é produto de um (a) autor (a), que imprime na história sua subjetividade e perspectiva de mundo. As ilustrações são recursos visíveis que possibilitam outra leitura da história. A contação de tradição é marcada pela oralidade, pelo significado da história para o (a) contador (a) e por ter uma origem desconhecida. “Não é conveniente compararmos esses dois tipos de contos, pois os valores artísticos das culturas em que se encontram tampouco são comparáveis” (ibid., p. 13). 
Seja uma história literária ou uma história de tradição oral, a palavra contada não é simplesmente fala. A contação de história é um ato afetivo, que envolve a narradora e o leitor (a). A palavra é carregada de significados, imagens, experiências, sensações e partilhas. Para Marly Amarilha (1997) a literatura proporciona o contato com a palavra e a identificação, desencadeada pela imaginação, com os personagens ouvidos da narrativa contada (p. 55). 
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: UMA ARTE PERPETUADA PELO TEMPO 
A contação de histórias não é uma estratégia criada e exclusiva para o estímulo a leitura em sala de aula. Se olharmos e observarmos o nosso cotidiano, estamos cercados de histórias e mais histórias. Contamos histórias quando estamos entre amigos, contamos histórias do trabalho, contamos histórias para explicar algum fato ou acontecimento. Lemos histórias nos jornais e consumimos histórias pela TV, pelo rádio e pelas redes sociais. 
Antes de nascermos, há uma história entre duas pessoas que nos gerou, que já foram geradas por outro casal com outras histórias e assim é a humanidade. Na antiguidade, antes da invenção e produção da escrita, as pessoas se reuniam e contavam suas histórias. Reunir-se para ouvir as histórias era um ato de acolhimento, de prazer e de trocas de experiências. Na opinião de Ribeiro (2008, p. 21) “Contamos histórias porque sentimos prazer em dançar com as palavras, em sentir o ruído de seus passos em nossos ouvidos, pois contar histórias nada mais é do que dançar”. 
A arte de contar histórias foi (e continua) uma das soluções encontradas para educar e repassar valores, crenças e mitos para crianças em uma localidade. As histórias despertavam nos ouvintes, curiosidade e por vezes, conforto e reflexão. Enquanto seres humanos, carregados de defeitos, estresses, sonhos, desejos as sessões de histórias tinham a incrível magia de transportar as pessoas de um lugar ao outro e por algum tempo, essas pessoas alimentavam esses sentimentos. 
Com o avanço das tecnologias, êxodo rural e expansão dos centros urbanos, a contação de contos tradicionais ficou esquecida e subalterna. Porém, a contação de história ganhou cunhos pedagógicos e didáticos para incentivar e estimular a leitura de crianças e adolescentes. Os novos contadores, dos centros urbanos são chamados de contadores urbanos e suas histórias são contadas com algumas técnicas de voz, entonação e corpo. A pesquisadora Ramos (2011, p. 31) cita: 
Com o surgimento dos contadores urbanos, a arte de contar histórias passou a ser reconhecida também no campo pedagógico. Esses novos contadores já não realizam apenas a transmissão oral do que vivenciaram, mas, isso sim, a transmissão oral de histórias de outros autores e impressas. Suas performances, hoje, deixam de ser narrativas de experiências por eles vivenciadas; e dos contadores de histórias hoje é exigido o domínio de outras técnicas para que possam (re)contar as histórias narradas por outros, algumas impressas, outras disponíveis em espaços da web. 
A contação de história ganhou notoriedade no campo pedagógico, pois mostrou-se uma estratégica inovadora para o estimulo a leitura. Para Matos (2014) o sentimento de unidade que a contação de história possibilita em sala de aula, fortalece os vínculos entre as crianças, estreita as relações fora do ambiente escolar e diminuindo a indiferença e intolerância. 
Contudo, novos desafios e reflexões surgiram: como contar uma história? Uma história lida é diferente de uma história contada? Quais são as histórias apropriadas para a faixa etária das crianças? Como escolher uma história? Como eu me preparo para contar? 
Antes de buscarmos as respostas para tais indagações, precisamos compreender que, a contação de história é um ato afetivo e envolve uma relação entre o contador (a) e o leitor (a). Desde a escolha da história que será lida ou contada até a escolha do figurino é valido destacar que, o ponto de partida é o encantamento pela palavra. A palavra proferida, bendita, anunciada é o que alinha os ouvintes com o fio invisível da narrativa. Ficamos embalados pela voz do narrador, embevecidos pelas palavras, encantados com a beleza pronunciada. 
Existe na fala dos contadores de histórias uma constante que é sua “total entrega ao conto”. O conto para eles, mais que um texto, é uma mensagem ancestral que alimenta o espírito e deve ser transmitida. O conto é uma palavra viva e o contador, alguém que pode testemunhá-lo, pois foi escolhido por ele. (MATOS, 2014, p. 28). 
Entendendo a importância da palavra dita, partimos para o princípio dos contadores de histórias de que cada pessoa tem seu jeito singular de contar uma história. Não há fórmulas mágicas e prontas para uma história ser bem contada ou lida. Mas, um fator é essencial para uma história encantar os ouvintes: planejar a contação antes à apresentação. Isso sugere que, leiamos e absorvamos o texto, as palavras, as pausas, a entonação e intenção da palavra. Segundo Abramovich (2006, p. 18) seja qual for à história em sala de aula, a professora tem por compromisso com a mediação da leitura, ler e estudar a história antes de apresenta-la as crianças. Ou seja, práticas de buscar um livro na prateleira e lê-lo sem preparo na sala de aula é incabível e inaceitável. 
Não se pode fazer isso de qualquer jeito, pegando o primeiro volume que se vê na estante ... E aí, no decorrer da leitura, demonstrar que não está familiarizado com uma ou outra palavra (ou com várias), empacar ao pronunciar o nome dum determinado personagem ou lugar, mostrar que não percebeu o jeito como o autor construiu suas frases e ir dando as pausas nos lugares errados, fragmentando um parágrafo porque perdeu o fôlego ou fazendo ponto final quando aquela ideia continuava, deslizante, na página ao lado...(Id.). 
Algumas pessoas perguntam qual é a melhor maneira de transmitir uma história: lida ou contada? Acreditamos que não exista a “melhor”, mas que são duas formas de transmissão diferentes. Por exemplo, enquanto a contação de história o alvo do sentido é a audição, a história lida, torna-se a visão, mesmo não apresentando as ilustrações, pois o ouvinte estará vendo o objeto livro. A contação oral permite que adaptamos o texto e utilizamos o corpo, que também se expressa. A leitura da história torna-se inflexível, por usar o livro e não existem ou são pouquíssimas as adaptações da história. “Existe diferença entre uma história contada e uma história lida? Sim, existe diferenças entre contar e ler uma história,por que também existe uma diferença entre palavra oral e palavra escrita”. (MATOS, 2009, p. 06).
A literatura infantil, apesar do nome, destina-se apenas as crianças? Ilan Brenman relata, no livro Através da vidraça da escola: formando novos leitores (2012) que contava histórias para as crianças e os pais das crianças ficavam encantados. “Emoção, riso, susto e, de vez em quando, esses adultos brigavam com algumas crianças que falavam mais alto durante a apresentação” (p. 144). 
 Geralmente, os adultos encantam-se pelas histórias, pois retornam à infância. Então, qual a história indicada para as faixas etárias? Para Brenman (ibid) adultos ou crianças, enquanto sujeitos leitores deveriam escolher seus livros e suas histórias. Já que, crianças das mesmas idades não estão na mesma fase e no mesmo estágio cognitivo (p. 152). Porém, para Moraes (2012, p. 50) a faixa etária predominante, no momento da contação de história diz como será o ato de narrar, pois para as crianças menores, o tempo de duração de uma história deverá ser inferior, a uma história para adultos, por exemplo. 
Concordamos com Moraes visto que para contar histórias são necessários alguns fatores externos e internos à narradora. Por exemplo, a quantidade de crianças e a disparidade das idades entre elas influenciará a escolha das histórias. O tempo das narrativas, a entonação da voz, a escolha por músicas ou não. A intimidade da contadora com a história será decisiva para o ato de narrar. Porém, não podemos, em suposição nenhuma subestimar o nível de leitura de uma criança. 
Para as professoras, a indicação das escolhas das histórias é a partir das perspectivas e expectativas dos alunos (as). E o processo de encantamento pela leitura dar-se a partir das experiências enquanto sujeito protagonista da própria história. Então quer dizer que, numa sala de crianças economicamente vulneráveis contaremos apenas histórias de pobreza, fome e miséria? Claro que não! Isso seria até cruel com essas crianças. Mas o que queremos dizer, é que a escolha da história precisa ser socialmente referenciada, ou estar envolvida num contexto, ou fazer parte de uma explicação de conteúdos. “Geralmente, uma boa história agrada a todos. Ocorre, entretanto que, no caso de uma narrativa para crianças pequenas, é necessário respeitar-lhes as peculiaridades, sobretudo seu estágio emocional” (Coelho, 2010, p. 14). 
Os contadores de histórias de tradição tinham uma habilidade natural para contar as histórias. Alguns narradores defendem inclusive que, não aprende-se contar histórias, você nasce com esse dom. Já os contadores urbanos, ou professoras – mediadoras da leitura, necessitam preparar-se para contar uma história. Esse planejamento vai desde a escolha da história, a preparação de voz e corpo. Não podemos ignorar a expressividade corporal durante uma contação de histórias. A voz e o corpo são instrumentos fundamentais para uma professora e contadora de histórias. 
O PAPEL DA PROFESSORA NARRADORA EM SALA DE AULA
O ato de contar histórias é um ato afetivo, uma história contada por uma narradora, jamais será contada da mesma forma, pela mesma pessoa. Isso por que, em cada contação estamos envolvidos em atmosferas e momentos distintos. Quem conta história é chamado carinhosamente de contador(a) ou narrador (a).
No caso específico deste trabalho, o foco será a professora como contadora de histórias, então usaremos professora contadora. O papel da professora contadora não se resume a contar a história. Pois, ela molda a história, cria o ambiente no imaginário, reconhece e dialoga com os personagens, empresta-lhes a voz. Segundo Busatto (2003) narrar não é um ato simples e banal, é uma arte que requer preparo da professora.
Contar histórias em sala de aula com o objetivo de seduzir os alunos (as) para o universo da leitura significa contar com naturalidade, sem exageros e dramatização. A contação de história não é uma encenação teatral. Porém, utilizamos recursos cênicos para contar histórias, como gestos, expressões, marcação de palco, iluminação. O encanto das narrativas dar-se-á por meio da palavra do narrador. 
Em meio ao mundo digital e globalizado, o papel da professora narradora vai para além de ministrar aulas. É necessário ensinar as crianças questões básicas, de respeito ao próximo, solidariedade com outras pessoas, amor próprio e pela família. São valores necessários a vida humana e social, mas que infelizmente, pela correria do dia-a-dia não são prioridades. 
A professora narradora também deverá utilizar a contação de histórias como uma estratégia de incentivo a leitura, mas com objetivo especifico no planejamento da aula. Infelizmente, a contação de história é tida/vista como uma forma de “enrolar aula”, “acalmar as crianças”, “ganhar tempo por que está acabando a aula”. Essas práticas não condizem com o papel da professora, especialmente, da educação infantil. 
A narrativa é usada para acalmar as crianças quando estão muito inquietas e também para impor silêncio e disciplina ao caos que, às vezes, ocorre na sala de aula. Constata-se, então, que o conceito de atividade “sem significado”, que é atribuído à literatura, não corresponde à verdade. Ela é, de fato, utilitária, é instrumento de controle sobre a criança. (AMARILHA, 2005, p. 17). 
A autora afirma ainda que a contação de histórias em sala de aula possibilita que a criança amplie sua capacidade de antecipação da linguagem literária e da construção de sentidos. Ou seja, contar histórias em salas de aula enriquece a bagagem do futuro leitor, transporta as crianças para outras realidades e transformar o ambiente da sala de aula. 
Para COELHO (2000, p. 67) a professora que conta histórias ou narra é aquela que assume como testemunho ou mediador os fatos ouvidos e narrados por alguém ou lidos propriamente. Mediação, conceituada no dicionário mini Aurélio (2001) é 1. O ato ou efeito de mediar; 2. Intervenção, intercessão, intermediação. Ou seja, mediar sugere uma figura de mediador (a) e um sujeito que será mediado. Ramos (2011, p. 46) acrescenta que o mediador da leitura é uma pessoa capaz de aproximar o encontro entre o sujeito leitor e o objeto a ser lido ou ouvido. 
O AMBIENTE ESCOLAR: ESPAÇO PARA A NARRATIVA
Hoje a creche/escola é o espaço democrático e privilegiado para o estimulo e acesso a leitura. Também é na creche/escola, que meninos e meninas podem pegar um livro e folheá-lo pela primeira vez. Isso acontece por que, o livro apesar de uma mercadoria e objeto de consumo disponível para compras, não é priorizado por grande porcentagem das famílias brasileiras. Então, a creche/escola tornam-se co-responsável pelo estimulo e formação do leitor. 
A creche/escola no âmbito especifico de sua atuação, pode contribuir para a realização de ações educativas e lúdicas que visem a promoção da leitura. Essas ações podem ser desenvolvidas por meio de projetos e feiras, envolvendo todos os profissionais da instituição educacional, pois, desmistificar e romper com o mito de que a professora de português é a única responsável pelo estimulo a leitura é papel da gestão escolar. Todas as professoras, de quaisquer disciplinas são comprometidas com a formação de novos leitores. Conforme NEVES (1999) “Ler e escrever são tarefas da escola, questões para todas as áreas, uma vez que são habilidades indispensáveis para a formação de um estudante, que é responsabilidade da escola” (p. 13).
O interessante seria que cada instituição educacional de ensino tivesse um espaço para a leitura. Esse espaço poderia ser uma biblioteca, uma sala de aula, brinquedoteca ou o pátio com várias estantes cheias de livros acessíveis para as crianças. Esses espaços são fundamentais para a vivência da leitura, para trocas de saberes literários, para promover encontros e refletir. Isso, no entanto, não ocorre em todas as escolas, por diversos fatores: estruturais, financeiros, educativos e de gestão. Porém, algumas escolas contêm acervos literários, espaços de leituras, mas os livros estão guardados emcaixas, armários, estantes fechadas ou estão na sala dos professores. A pesquisa Avaliação diagnóstica do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) (2008) realizada pela Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação em parceria com uma equipe de pesquisadores ligados à Associação Latino-americana de Pesquisa e Ação Cultural (ALPAC), identificou essa realidade: 
Uma característica tristemente representativa desses variados espaços e desenhos de ambientes de leitura esteve simbolizada pela chave — a síntese do inacessível, do inatingível —, que vedava inúmeros espaços e acessos: de salas de leitura, de bibliotecas, de armários, todos eles fechados, com portas escondendo o enigma atrás de muralhas intransponíveis ao acesso e fruição dos usuários — estudantes, professores, comunidade. (p. 86). 
Os pesquisadores afirmam ainda, que essa atitude de extremo zelo com os livros, é compartilhada por professores e gestores educacionais. Ou seja, os principais mediadores para a formação de leitores, estão consciente ou inconscientemente, diminuindo as chances de crianças terem contatos com a leitura e com o fantástico universo das histórias. 
Compete à creche/escola despertar nas crianças o gosto pela leitura e o interesse pelo livro, mesmos as crianças que não estão ainda, alfabetizadas, mas compreendem e leem as ilustrações dos livros. O tocar/experimentar/folhear o livro é primordial para que as crianças sintam-se intimas deste objeto. Por isso, os cantinhos das leituras presentes nas salas de educação infantil devem estar organizados e acessíveis. Temos que pensar que essas crianças serão futuras leitoras. A pesquisa sobre o PNBE (2008) encontrou municípios com esse compromisso: 
Para além do espaço físico da leitura, observou-se, também, em algumas redes municipais, o espaço político que livro, leitura e formação do leitor assumiam na educação. Em Canoas, Rio Grande do Sul, pôde-se ouvir declarações de que “a biblioteca é um espaço importante mesmo antes de a criança saber ler. A Hora do conto é relevante neste sentido”. Um grupo de atendentes em biblioteca, entrevistado, disse que até mesmo “os alunos da educação infantil já têm acesso a uma política de leitura, pois longe ainda da 1ª. série têm acesso à fantasia literária. Eles visualizam o que um dia poderão ler”. (p. 88). 
É um desafio para as creche/escola que não possuem espaços destinados para a prática da leitura e contação de histórias realizem ações de estímulos. Porém, existem projetos e possibilidades de adaptações de espaços e encontrar soluções criativas de forma a oferecer as crianças o acesso à leitura e a contação de histórias. 
AS NARRATIVAS E O REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
Os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (RCNEI) integra a série de documentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais, desenvolvidos pelo Ministério da Educação em 1998. Essa demanda referencial surgiu após a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) que entendeu a educação infantil como a primeira etapa da educação básica. Os volumes do RCNEI são documentos orientadores para os profissionais da educação infantil e trás algumas reflexões e conteúdos. 
Conforme os referenciais a oralidade, a leitura e a escrita são trabalhados com conexão e em parceria. A contação de histórias é uma atividade sugerida para esse trabalho, pois envolve a criança com a comunicação, leitura de textos e imagens e inserção com os códigos da escrita. A roda de conversa torna-se também, uma atividade de produção de histórias, partilhas e escutas. 
O ato de leitura é um ato cultural e social. Quando o professor faz uma seleção prévia da história que irá contar para as crianças, independentemente da idade delas, dando atenção para a inteligibilidade e riqueza do texto, para a nitidez e beleza das ilustrações, ele permite às crianças construírem um sentimento de curiosidade pelo livro (ou revista, gibi etc.) e pela escrita. [...] Deixar as crianças levarem um livro para casa, para ser lido junto com seus familiares, é um fato que deve ser considerado. As crianças, desde muito pequenas, podem construir uma relação prazerosa com a leitura. (p, 135). 
A contação de histórias deve ser o primeiro contato das crianças com a literatura e com os livros. Alguns recursos podem ser utilizados para incrementar a contação, como marionetes, dedoches, fantoches e músicas. O “Era uma vez”, analisado pela Regina Machado (2004) é uma frase com tempo verbal indefinido cronologicamente, mas que compartilhado pelas histórias nos remota para lugares distantes, sensações desconhecidas e tempos que o relógio não pode marcar. A autora completa: “Quando ouvimos um conto – adultos ou crianças –, temos uma experiência singular, única, que particulariza para cada um de nós, no instante da narração, uma construção imaginativa que se organiza fora do tempo da história cotidiana, no tempo do “era”.”(ibid. p. 23). 
O momento da contação de histórias é esperado por todas as crianças em sala de aulas, pois configura-se como um momento mágico e cheio de descobertas. Conta-nos, Almir Mota, no livro Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes (2011), um relato de experiência: 
Veja o caso onde apresento uma professora e ela tem uma colega vizinha da sua sala que não conta histórias para sua turma de educação infantil, é uma professora dedicada, brinca, canta e assobia, mas não conta histórias para suas crianças de quatro e cinco anos. Quando chega a metade da tarde os seus alunos olham para a sala em frente que às vezes dá até para ver a professora que eles chamam de Kaka, e ficam apontando e balbuciando − história. É para a sala ao lado que sua professora e outras levam suas crianças para ouvir uma professora enfeitiçadora. (p. 123).
 
As crianças das outras salas já aguardavam, cheios de expectativas, o horário das histórias. O ato de ler pode estabelecer relações próximas e afetivas, com o ouvinte. Inclui nessa relação às crianças que ainda não são decodificadoras dos códigos do alfabeto, pois o ato de ouvir uma história é considerado pelo RCNEI uma leitura. 
AS NARRATIVAS E A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO
Ouvir histórias é imprescindível para a formação de novos leitores, pois as crianças perceberam que mesmo não contado histórias com o livro, a professora usa algum suporte com um texto para contar a história. E a partir desse encantamento que as histórias proporcionam, as crianças buscaram os livros e desejaram ler as histórias para além das ilustrações. Colomer (2007) explica:
A formação desse futuro “leitor-pescador” começa com um acúmulo de práticas sociais que o rodeiam desde seu nascimento. Os primeiros contatos com a leitura se produzem, em grande parte, através de formas orais e, inclusive, mediante narrativas audiovisuais. Mas também os livros para crianças que ainda não sabem ler são uma realidade bem consolidada na atual produção de literatura infantil [...] É, pois, através de distintos canais, dos livros infantis e das atividades proporcionadas pelos adultos, que as crianças começam a fixar as bases de sua educação literária. (p. 52). 
A autora afirma ainda, que a evolução dos interesses e habilidades das crianças, nos primeiros anos de vida é veloz e simbólica. Os livros para as crianças são ilustrados e com essas imagens é possível uma (re)leitura da história. As crianças percebem que, tanto as imagens, como o texto contido nos livros são representações do mundo. Considerando as crianças, sujeitos com experiências, os livros infantis, que geralmente abordam temas relacionados ao universo infantil, são instrumentos essenciais para ampliar esses repertórios de significados e experiências. 
Desde pequenos, antes mesmo ao processo de escolarização, as crianças tem contatos com o universo das narrativas, por exemplo, quando o pai conta uma história para dormir, ou sobre o desaparecimento de um animal de estimação ou para explicar um fato eaté mesmo para dizer um não, as vezes, as pais contam histórias. Para Teixeira (2011) nossa formação leitora tem início nas canções de ninar que, bebês ainda, nos acalantam o sono. 
As crianças vão construindo esquemas significativos que gradualmente são ampliados e transformados em conhecimento particular a cada um. O processo gradual para a formação do leitor literário deve ser respeitado para não atrapalhar a formação da sensibilidade emocional, afetiva, rítmica, cognitiva da criança. Isso significa que, as faixas etárias e a indicação dos livros para cada faixa é elemento indispensável no planejamento da leitura. 
No início de sua aquisição da estrutura narrativa, meninos e meninas dão-se por satisfeitos em reconhecer e nomear o conteúdo das imagens e veem as histórias como episódios desconexos. À medida que crescem, aumenta sua capacidade para estabelecer nexos causais entre as ações representadas e para colocar o que está ocorrendo nas ilustrações e no interior de um esquema progressivo. (COLOMER, 2007, p. 55). 
As instituições sociais em que as crianças estão inseridas, como as famílias, igrejas e clubes são importantes aliadas na construção de leitores. Nesses espaços pessoas contam e ouvem histórias, revelam segredos, consomem leituras, dialogam sobre os acontecimentos diários e essa interação envolvendo pessoas leitoras e não leitoras desperta nas crianças o interesse de participar dessas discussões e circundar pelo universo da leitura. Teixeira (idib) confirma que os incentivos do meio social e cultural provocam o amadurecimento do leitor. 
Dentre as instituições sociais, a escola abraçou para se a responsabilidade da formação de leitores. Talvez pelo fato de estar minimamente relacionado o ensino da língua portuguesa com a formação de leitores e pela escola possuir, mesmo que precário algum acervo literário ou no mínimo, os livros didáticos. Lajolo (2003) alega que o livro didático é o primo-pobre da literatura, pois seus textos são recursos estritamente ligados à ciência e ao conteúdo. A autora acrescenta ainda, que aparentemente os livros didáticos tem um período de validade, visto que praticamente, a cada ano as editoras relançam suas edições. 
O livro didático interessa igualmente a uma história da leitura porque ele, talvez mais ostensivamente que outras formas escritas, forma o leitor. Pode não ser tão sedutor quanto às publicações destinadas à infância (livros e histórias em quadrinhos), mas sua influência é inevitável, sendo encontrado em todas as etapas da escolarização de um indivíduo: é cartilha, quando da alfabetização; seleta, quando da aprendizagem da tradição literária; manual, quando do conhecimento das ciências ou da profissionalização adulta, na universidade. (p. 121). 
A escola ainda, historicamente no processo de formação de leitores, concentrou a importância da interpretação das histórias na imagem da professora. Ou seja, as discussões sobre os textos, a reflexão subjetiva e particular de cada pessoa, era colocada em segundo plano, pois o que prevalecia era a visão unilateral da professora. Quando mencionamos essa visão da professora, podemos ampliá-la para a visão de uma política educacional, que prevaleceu durante muitos anos no Brasil. 
Outra vertente que envolve as professoras é o exemplo, enquanto leitoras em sala de aula. Isso significa que, não há como formar novos leitores se as professoras das crianças não são leitoras. Então, surgem alguns questionamentos: as professoras da educação infantil são leitoras literárias? Gostam de ouvir histórias? Qual a relação delas com a leitura? Brenman apud Machado nos faz refletir:
Em termos bem simples, estou convencida de que o que leva uma criança a ler, antes de mais nada, é o exemplo. Da mesma forma que ela aprende a escovar os dentes, comer com garfo e faca, vestir-se, calçar sapatos, e tantas outras atividades quotidianas. Desde pequena, vê os adultos fazendo assim. Então, também quer fazer. Não é natural, é cultural. Nos povos onde se come com a mãos, não adianta dar garfos e colher aos meninos, se nunca viram ninguém utilizá-los. Isso é tão evidente que nem é o caso de insistir. Se nenhum adulto em volta da criança costuma ler, dificilmente vai se formar um leitor. (2012, p. 98). 
É evidente que não vamos menosprezar ou demonizar as crianças que não são ou não serão leitoras. Afinal, cada pessoa tem seu direito de escolher. Porém, a escola e as outras instituições sociais precisam democratizar o acesso e possibilitar o contato com as obras literárias. E as professoras deverão ser compromissadas e criar ações estratégicas para efetivar esse acesso e estímulo a leitura. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constatamos por meio da pesquisa bibliográfica que existe uma valorização sobre o ato de contar histórias com as crianças, observando sua importância na formação de futuros leitores e no desenvolvimento cognitivo, social e afetivo. 
É ouvindo histórias que as crianças podem expressar e sentir emoções importantes, viajar por lugares, sonhar alto, viver novas experiências a partir da imaginação. As professoras, enquanto mediadora da leitura precisam entender essa construção metafórica na criança e alimentar essas sensações. 
A formação de novos leitores não é uma ação imediatista. Há um processo histórico que negou esse acesso de muitas crianças à escola e a leitura e que não encantou quem estava na escola. Hoje, com a universalização das instituições educacionais o desafio estar em criar novas estratégias para o estimulo de pessoas leitores. E a contação de história mostrou-se uma saída para o desenvolvimento do gosto pelo encantamento das palavras. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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AMARILHA, Marly. Estão mortas as fadas? Literatura infantil e prática pedagógica. Petrópolis: Vozes, 1997.
ÁRIES, Philippe. A história social da criança e da família. 2 Ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981. 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 
BRASIL. Ministério da Educação. Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE): leitura e bibliotecas nas escolas públicas brasileiras / Secretaria de Educação Básica, Coordenação-Geral de Materiais Didáticos; elaboração Andréa Berenblum e Jane Paiva. –Brasília: Ministério da Educação, 2008.
BRENMAN, Ilan. Através da vidraça da escola: formando novos leitores. 2. ed. Belo Horizonte: Aletria, 2012. 
COELHO, Betty. Contar histórias uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1995.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria-análise-didática. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2000.
COLOMER, Tereza. A formação do leitor literário: narrativa infantil e juvenil atual. Tradução Laura Sandroni. São Paulo: Global, 2003. 
________________. Andar entre livros: a leitura literária na escola. [tradução: Laura Sandroni]. São Paulo: Global, 2007. 
MACHADO, Regina. Acordais: fundamentos teórico-poéticos da arte de contar histórias. São Paulo: DCL, 2004. 
MATOS, Gislayne Avelar. A palavra do contador de histórias: sua dimensão educativa na contemporaneidade. 2ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2014.
______________________. O ofício do contador de histórias: perguntas e respostas, exercícios práticos e um repertório para encantar. 3ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.
MORAES, Fabiano. Contar histórias: a arte de brincar com as palavras. Petrópolis: Vozes, 2012.
PRIETO, Benita (org). Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes. - Rio de Janeiro: s. ed, 2011. 
RAMOS, Ana Claudia. Contação de histórias: um caminho para a formação de leitores? 124f. 2011. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Londrina, 2011. 
RIBEIRO, Jonas. Colcha de leitura: ensaios para unir amores e alinhavar leitores. São Paulo: Editora MundoMirim, 2008.
______________. Ouvidos dourados – a arte de ouvir as historias (...para depois contá- las...). São Paulo: Editora Mundo Mirim, 2008.

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