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KANT - MASCARO

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA FILOSOFIA GERAL E JURÍDICA
PROFESSOR: ROBERTO WÖHLKE. 
APRESENTAÇÃO DA TESE
ALUNA: ARIANE CIDRAL
REFERENCIA DO TEXTO: MASCARO, Alysson Leandro. Introdução à Filosofia do Direito: Dos modernos aos contemporâneos. 2ed. São Paulo: Atlas, 2006. (Cap. 2 Kant)
1. Questão / Tema - 
Identificar os fundamentos da Filosofia Moderna
2. Argumentos extraídos do Texto. (Fundamentos)
“Na primeira delas, durante sua juventude e sua primeira maturidade, Kant volta-se aos temas clássicos das ciências da natureza, Física, Astronomia, entre outros. Em sua segunda fase, Kant passa a tratar dos temas propriamente filosóficos, embora a característica fundamental de suas obras em tal período seja a da exposição de reflexões filosóficas tradicionais do pensamento moderno. Em sua terceira e última fase, nas décadas finais de sai vida, Kant elabora definitivamente os pressupostos de sua metodologia filosófica, tratando do criticismo filosófico de maneira ampla”. (Pag. 51)
“No contato com a filosofia inglesa, empirista, Kant absorveu muito das críticas ao modo filosófico idealista e racionalista que fora sempre a marca da filosofia da Europa continental”, (pag. 51 e 52).
“Era preciso, na idéia kantiana, descobrir o modo pelo qual relacionava-se no homem o conhecimento dessa percepção. Assim, procedeu, ao mesmo tempo afastando-se do radicalismo de Hume mas aceitando ainda, da parte deste, o conhecimento empírico”. (Pag. 53).
“Saindo da crítica empirista aos racionalistas e inatistas, Kant chegará a um modelo próprio de idealismo, que não lembrará o tradicional da época moderna mas que será ao mesmo tempo mais complexo que a pura afirmação da experiência”. (Pag. 53).
“Para ele, o que se conhece das coisas, com a percepção, é só o fenômeno que tais coisas representam para o sujeito do conhecimento. Fenômeno, nesta acepção kantiana, quer dizer daquilo que se apresenta da coisa para os sentidos do sujeito do conhecimento”. (Pag. 54).
“Kant exclui a possibilidade do conhecimento das coisas em si, rejeitando, assim, uma parte da teoria do empirismo”. (Pag. 54).
“Os conteúdos conhecidos advêm da apreensão dos fenômenos, mas tal apreensão só é racional porque há tais estruturas prévias, a priori, que possibilitam perfazer o conhecimento. Qualquer fenômeno que seja percebido só o será porque há essas estruturas apriorísticas”. (Pag. 55).
[...] “possibilitam o conhecimento empírico direto, Kant as denominará formas de sensibilidade. As estruturas que possibilitam o conhecimento intelectivo, o entendimento, Kant as denominarão categorias”. (Pag. 56).
 “Não cabe ao homem afirmar sobre o tempo em si ou o espaço em si, mas apenas asseverar que as formas do tempo e do espaço são universais e necessárias, vale dizer, organizam necessária e universalmente o conhecimento sensível”. (Pag. 56).
“Ao mesmo tempo, o sujeito do conhecimento possui categorias a priori que lhe dão a condição do entendimento, organizando o conteúdo advindo da percepção. (Pag. 57).
“A organização do entendimento faz-se em Kant, por meio de determinas categorias, como por exemplo as de quantidade, qualidade, causalidade, necessidade, etc.”. (Pag. 57).
Por isso, todo pensamento, para Kant, é na verdade um julgamento, é um juízo. “E, para cada categoria a priori, há um correspondente juízo possível”. (Pag. 57).
[...] triangulo tem três lados, esse conhecimento é meramente realizado pela extração de um dado pelo outro. Kant chamará esses juízos de analíticos, que não tem grande importância filosófica. Ao contrário destes, no entanto, haverá juízos sintéticos, que juntam elementos e que, portanto, produzem conhecimentos novos. “Esses juízos sintéticos, são ou a priori ou a posteriori”. (Pag. 57).
“Para Kant, sendo o universal o lastro do racional, à medida que a razão se põe a priori e para todos, somente as ações ou as máximas que puderem ser universalizadas poderão ser consideradas como justas e boas”. (Pag. 59).
“Se lei fosse mentir, não seria possível a vida em sociedade. Somente a verdade pode ser universalizada enquanto lei, e assim, somente ela é expressão de uma racionalidade que se compreende em todos os homens. Não mentir seria, pois, um imperativo categórico. (Pag.60).
“Na verdade, esse direito é muito mais de garantias, tendo em vista que somente as garantias podem ser universalizadas numa estrutura social burguesa”. (Pag.60).
“Universalizar a efetividade dos direitos é impossível nas estruturas capitalistas. Por isso, o direito universalizável acaba sendo sempre as garantias, e não a efetividade. Os direitos burgueses, de modo geral, são sempre tomados, historicamente, como garantias”. (Pag.61).
“(...) A boa vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza, pela aptidão para alcançar qualquer finalidade proposta, mas tão-somente pelo querer, isto é, em si mesma”. (Pag.62).
“[...] Crítica da razão prática: “Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre novas e crescentes, quanto mais frequentemente e com maior assiduidade delas se ocupa a reflexão: O céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim”. (Pag.64).
“Ao campo do direito, a legislação tem por motivo não a moralidade em si mesma, mas um princípio externo, vale dizer, causado pela sanção, e isso é diverso do campo moral, no qual o bem tem um fim em si e para si”. (Pag.65).
“Todas as disposições naturais de uma criatura estão determinadas a desenvolver-se alguma vez de um modo completo e apropriado.” (Pag.66).
“No homem (como única criatura racional sobre a terra), as disposições naturais que visam o uso da sua razão devem desenvolver-se integralmente só na espécie, e não no indivíduo.” (Pag.66).
“A natureza quis que o homem tire totalmente de si tudo o que ultrapassa o arranjo mecânico da sua existência animal, e que não compartilhe nenhuma outra felicidade ou perfeição exceto a que ele, liberto do instinto, conseguiu para si mesmo, mediante a própria razão”. (Pag.66).
“O meio de que a natureza se serve para obter o desenvolvimento de todas as suas disposições é o antagonismo destas na sociedade, na medida em que ele se torna, finalmente, causa de uma ordem legal das mesmas disposições”. (Pag.66).
“O maior problema do gênero humano, a cuja solução a Natureza o força, é a consecução de uma sociedade civil que administre o direito em geral”. (Pag.67).
“Este problema é, ao mesmo tempo, o mais difícil e o que mais tardiamente é resolvido pelo gênero humano”. (Pag.67).
“O problema da instituição de uma constituição civil perfeita depende, por sua vez, do problema de uma relação externa legal entre os Estados e não pode resolver-se sem esta última”. (Pag.67).
“Pode encarar-se a história humana no seu conjunto como a execução de um plano oculto da Natureza, a fim de levar a cabo uma constituição estatal interiormente perfeita e, com este fim, também perfeita no exterior, como o único estado em que aquela pode desenvolver integralmente todas as suas disposições na humanidade”. (Pag.67).
“Um ensaio filosófico que procure elaborar toda a história mundial segundo um plano da Natureza, em vista da perfeita associação civil no gênero humano, deve considerar-se não só como possível, mas também como fomentando esse propósito da Natureza”, (Pag.67).
“Esse mundo regido pelas normas de direito natural saídas racionalmente dos imperativos categóricos e seguidas pelo Estado conduziria, no fundo, a uma sociedade universal, em toda a terra”. (Pag.68).
3. Argumentos Pessoais. 
No caso em tela, O sentido do dever e a boa vontade se mostram como correntes kantianas, demonstrando a ideologia burguesa que reveste seu pensamento. 
Kant com sua razão pura e prática, fundamenta o direito privado e público, direito das gentes e direito cosmopolita, a questões de paz perpétua em diferentes problemas apresentados num curso regular de direito como se tratasse de uma necessária construção da razão, de toda razão,quando na verdade o autor revela que se trata de uma razão classista, do tipo burguesa.
Kant é considerado um típico representante da Modernidade do Iluminismo. Desta forma, também possui grande peso à crítica do positivismo jurídico. O idealismo filosófico alcança sua plena maturidade,

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