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DIREITO TRIBUTÁRIO - Medida Cautelar Fiscal

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DIREITO TRIBUTÁRIO — TEMAS ESPECIAIS
MEDIDA CAUTELAR FISCAL
Regulação: Lei nº 8.397/1992
INTRODUÇÃO
A MEDIDA CAUTELAR FISCAL é uma ação de legitimidade ativa da Fazenda Pública em face dos contribuintes, com fim de garantir a execução fiscal de crédito tributário e não tributário. Quando a Fazenda Pública constata uma situação em que o contribuinte age para prejudicar a recuperação do crédito público, com dilapidação do patrimônio, tentativa de se ausentar para não pagar o débito, ou quando o débito possui grande monta comparada com seu patrimônio, pode ingressar com a medida para decretar a indisponibilidade dos bens do contribuinte/requerido, impedindo a dilapidação patrimonial.
A indisponibilidade deve se limitar ao valor da satisfação dos créditos públicos. Quando pessoa jurídica, deverá se limitar aos bens do ativo permanente, mas pode ser estendida até os bens dos seus gestores.
SUJEITO PASSIVO DA MEDIDA CAUTELAR FICAL
O artigo 2º da Lei nº 8.397/1992 determina que poderá ser sujeito passivo da medida cautelar fiscal, o sujeito passivo de crédito tributário ou não tributário, nas seguintes hipóteses:
Sujeito sem domicílio certo, que intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa de pagar a obrigação fixada no prazo.
Sujeito com domicílio certo, que se ausenta ou tenta se ausentar, visando a elidir o adimplemento da obrigação.
Sujeito que, caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens.
Sujeito que contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez de seu patrimônio.
Sujeito notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal (a) deixa de pagar no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade; (b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros.
Sujeito que possui débitos, inscritos ou não em dívida ativa, que somados ultrapassem trinta por centro de seu patrimônio.
Sujeito que aliena bens sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude da Lei.
Sujeito que tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta pelo órgão fazendário.
Sujeito que pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito.
RESPONSABILIDADE DOS GESTORES
Quanto aos gestores, deve-se observar que os legitimados passivos da ação cautelar devem poder ser legitimados passivos na execução fiscal, de acordo com a legislação material acerca da responsabilidade tributária (artigo 135 do CTN — exemplo: gerente que praticou algum ato de infração descrito no artigo poderá recair sobre si os efeitos da medida cautelar fiscal).
Uma vez deferida, a ordem de indisponibilidade é comunicada, de forma imediata, aos órgãos responsáveis pelo registro dos bens (exemplo: Registro de Imóveis, Banco do Brasil, etc).
RITO
A medida cautelar fiscal pode ser preparatória ou incidental, a depender da existência ou não de execuções fiscais ajuizadas, devendo ser dirigida ao juízo competente para o processamento das execuções fiscais ou ao respectivo Tribunal, acaso lá se encontre a execução fiscal.
Aplica-se à medida cautelar fiscal, tal como à execução fiscal, a opção de fora pela Fazenda Pública (artigo 578, parágrafo único, do CPC).
MODALIDADES
Preparatória
Não preparatória
Quando a medida cautelar fiscal for preparatória, deve a Fazenda Pública propor a execução fiscal no prazo de 60 (sessenta dias), contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível na esfera administrativa.
Independentemente de ser preparatória ou não, a ação de medida cautelar deve, por disposição legal, ser apensada às respectivas execuções fiscais.
DOCUMENTOS ESSENCIAIS
Na inicial, além de mostrar a existência de uma das hipóteses de cabimento, provando-a documentalmente, deve a Fazenda Pública, de forma literal, provar a constituição do crédito fiscal – dispensada na hipótese do art. 2º, V, “b” e VII.
A jurisprudência entende que a constituição do crédito não necessita ser definitiva, admitindo-se, assim, que o crédito tenha sido constituído pelo Fisco, mas aguarde o julgamento de recursos administrativos.
PROCEDIMENTO
A medida cautelar fiscal tem procedimento próprio.
Após o ajuizamento do feito, o juiz, se entender por conceder a liminar, o fará sem exigir da Fazenda Pública a justificação prévia ou prestação de caução e, sobre tal decisão, caberá Agravo de Instrumento.
Ademais, devidamente citado, o requerido poderá contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir em 15 (quinze) dias a contar da juntada da juntada aos autos do mandado de citação cumprido ou da execução da medida cautelar fiscal quando for concedida liminarmente.
Em caso de revelia, o juiz presumirá verdadeiros os fatos da inicial e decidirá em 10 (dez) dias.
Uma vez contestado e caso haja prova a ser produzida, será designada a audiência de instrução e julgamento.
GARANTIA
A garantia pode ser usada para substituir os efeitos da medida cautelar fiscal, ocasião em que a Fazenda Pública deve ser ouvida em cinco dias, e eventual silêncio configura anuência.
EFEITOS DO DEFERIMENTO OU INDEFERIMENTO
O eventual indeferimento da medida cautelar não obsta que a Fazenda Pública ajuíze execução fiscal, não influi no julgamento desta e nem sobre ela faz coisa julgada, salvo se o juiz, nos autos da cautelar fiscal, acolha alegação que acarrete a extinção da pretensão, como as de pagamento de compensação, de transação, de remissão, de prescrição ou decadência, de convenção do depósito em renda, etc.
Em caso de deferimento do pedido cautelar, não será atribuído efeito suspensivo à apelação, salvo quando o requerido oferecer garantia. A regra é que uma vez deferida a cautelar fiscal, ela conserve sua eficácia durante todo o curso da execução fiscal, inclusive acaso suspensa a exigibilidade do crédito. No entanto, a qualquer momento, a medida pode ser revogada ou modificada, ou substituída por garantia.
HIPÓTESES DE ENCERRAMENTO DA EFICÁCIA DA MEDIDA CAUTELAR FISCAL
A legislação prevê hipóteses em que cessa a eficácia da medida cautelar fiscal, ocasião em que a Fazenda Pública não poderá repetir o pedido pelo mesmo fundamento:
Se a Fazenda Pública não propuser a execução judicial da Dívida Ativa no prazo fixado no art. 11 da Lei nº 8.397/92 (60 dias);
Se não for executada dentro de trinta dias;
Se for julgada extinta a execução judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública;
Se o requerido promover a quitação do débito que está sendo executado.
DIFERENÇA ENTRE A MEDIDA CAUTELAR FISCAL A INDISPONIBILIDADE DO ARTIGO 185-A DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
A indisponibilidade do artigo 185-A, que se aplica apenas aos créditos tributários, é decretada, nos autos da execução fiscal, e condicionada à comprovação do esgotamento das diligências na busca de bens do executado, limitando-se ao valor exigível nos autos da execução.
A medida cautelar fiscal, por sua vez, se aplica aos créditos tributários e não tributários, pode ser ajuizada mesmo que ainda não exista qualquer ação de execução fiscal, abarcando todo o crédito constituído e existente em face do requerido e sem a necessidade de esgotamento da busca de bens, mas desde que preenchidas as hipóteses legais.

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