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7-QUESTÃO AMBIENTAL

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QUESTÃO AMBIENTAL 
Faz apenas algumas décadas que os primeiros ambientalistas, cientistas e 
pesquisadores passaram a defender a preservação dos mananciais e dos 
biomas, a redução no consumo de energia, a deposição adequada do lixo e a 
reciclagem de materiais. 
A diferença, agora, é que essa visão ambientalista contamina a economia 
globalizada, levando empresas e governos a reconsiderarem seus modelos 
econômicos. Isso faz com que sejam promovidas campanhas de 
conscientização que atingem largamente a população. 
O meio ambiente transforma-se numa questão estratégica para a vida 
econômica, social e cultural, e o desenvolvimento tem de ser sustentável – ou 
seja, deve incluir em seus pressupostos a manutenção de recursos naturais e o 
bem-estar dos cidadãos. 
Mais difícil do que apontar os erros em relação à forma de tratar o meio 
ambiente é achar soluções possíveis dentro de realidades tão diversas. Na 
hora de aplicar medidas concretas, esbarra-se em diferentes interesses de 
cada país ou grupo social, e, como resultado, há políticas governamentais 
variadas, nas quais a grande questão é saber quem arca com o ônus das 
políticas de preservação. 
No plano mundial, os países mais desenvolvidos alegam que a crise 
econômica impede a implementação de medidas em larga escala, pois 
afetariam ainda mais sua economia, agora fragilizada. Por sua vez, as nações 
em desenvolvimento, que apresentam crescimento, não querem prejudicar 
sua economia, em expansão. Mas, felizmente, cresce a consciência em torno 
da sustentabilidade. 
Como tudo começou 
A ONU denominou a década de 1960 como a “Primeira Década das Nações 
Unidas para o Desenvolvimento”, acreditando que a cooperação internacional 
proporcionaria um crescimento econômico pela transferência de tecnologia, 
experiência e fundos monetários, de modo a resolver os problemas dos países 
mais pobres. 
Ao mesmo tempo, a questão ambiental, fundamental para qualquer plano de 
desenvolvimento, começou a ganhar destaque nos meios de comunicação. Na 
época, vários países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, consideravam 
inviável incluir grandes programas de conservação ambiental em seus 
programas nacionais, pois acreditavam que a poluição e a deterioração 
ambiental eram conseqüências inevitáveis do desenvolvimento industrial. 
Essa atitude foi conveniente para os países mais desenvolvidos. Por um lado, 
isso restringia a implantação de indústrias poluidoras em seus territórios. Por 
outro, eles tinham para onde transferir suas fábricas: os países menos 
desenvolvidos, que encorajavam a instalação dessas indústrias, para 
impulsionar seu próprio desenvolvimento. 
No final dos anos 1960, a humanidade ganhou um aliado importante para a 
melhor compreensão da dinâmica terrestre, o que também revelou a 
importância da criação de um programa de conservação ambiental. Com as 
missões espaciais e a implantação de um sistema de satélites para o 
sensoriamento remoto da Terra, tornou-se possível monitorar 
integradamente os vários processos atmosféricos e climáticos. Surgia uma 
nova perspectiva de se ver o planeta. 
A divulgação da primeira foto da Terra vista do espaço teve impacto 
psicológico sobre a humanidade, que passou a encarar seu planeta como um 
todo e a pensar a preservação do meio ambiente como responsabilidade do 
conjunto da humanidade. 
Começava assim uma crescente conscientização e mobilização da sociedade 
civil nas nações democráticas e desenvolvidas com relação à questão 
ambiental, a partir do início da década de 1970. O surgimento de organizações 
de defesa do ambiente que atuam em todo o mundo, como o Greenpeace e o 
WWF, é consequência dessa percepção de que problemas globais demandam 
soluções globais, ou seja, a visão de que o poder de degradação ambiental da 
humanidade só pode ser revertido por articulações que consigam ir além das 
iniciativas locais. 
Importante ressaltar que essa mobilização não se verificou em países do bloco 
socialista. Tais governos autoritários tinham um acentuado controle estatal 
sobre os cidadãos, através do truculento aparato policial-militar, que 
restringia a ação política da sociedade civil e impedia a formação de grupos 
ambientais capazes de pressionar o regime a reduzir os impactos ambientais 
resultantes das atividades econômicas. 
A questão 53 2º 2012 pergunta a causa dos impactos ambientais nos países do 
extinto bloco socialista em função das suas políticas de desenvolvimento. 
Mas somente em 1972, na Conferência Mundial de Estocolmo, abordou-se 
pela primeira vez a produção (principalmente industrial) dos países ricos 
como causa importante da degradação da natureza. Essa perspectiva marcou 
uma nova etapa de preocupação ambiental. 
A Conferência de Estocolmo constitui o grande marco da tomada de 
consciência, em escala mundial, de que o poder de interferência das 
atividades humanas sobre o meio ambiente é capaz de produzir efeitos muito 
mais graves do que se pensava anteriormente. 
A questão 50 1º 2015 pergunta quais as mudanças na percepção social da questão 
ambiental a partir da Conferência de Estocolmo. 
Depois, em 1987, a ONU resolveu criar uma comissão para efetuar um estudo 
dos problemas globais de ambiente e desenvolvimento. Essa comissão 
apresentou o Relatório Brundtland – “Our Commom Future” (Nosso Futuro 
Comum), lançando o conceito de desenvolvimento sustentável, cuja proposta 
visa a compatibilizar o crescimento econômico com o equilíbrio ambiental, de 
maneira a garantir a satisfação das necessidades das gerações presentes e 
futuras. 
Outro marco foi a Eco 92, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992. O 
encontro aprovou o documento Convenção sobre a Mudança do Clima, que 
trata do aquecimento global, e a Convenção sobre a Diversidade Biológica, 
que trata da preservação dos ecossistemas e habitats. 
O documento mais abrangente elaborado pelo encontro foi a Agenda 21, um 
plano que estabelece estratégias globais, nacionais e locais para promover o 
desenvolvimento sustentável no mundo. A Agenda 21 reconhece que os 
problemas de crescimento demográficos e da pobreza são globais. Para sua 
solução, devem-se desenvolver programas específicos locais e regionais, 
porém associados a projetos de meio ambiente e desenvolvimento 
integrados, com o apoio nacional e internacional. 
A partir de então, cada país signatário é considerado parte dessa convenção e 
indica representantes para as discussões, realizadas uma vez por ano, numa 
Conferência Geral das Partes (cuja sigla é COP). A mais importante delas, até 
hoje, foi a terceira conferência (COP-3), que ocorreu em 1997, em Kyoto no 
Japão. 
Criado no encontro, o Protocolo de Kyoto é um importante documento por 
ter sido o primeiro acordo oficial com metas e prazos para reduzir as emissões 
de gases do efeito estufa. O documento estabeleceu diferenças entre os países 
ricos, que tinham metas percentuais de redução por serem os principais 
responsáveis pelos gases emitidos nos últimos dois séculos, e aqueles em 
desenvolvimento e industrialização recentes, entre os quais Brasil, China e 
Índia, que se comprometiam a adotar medidas sem metas pré-estabelecidas. 
No entanto, qualquer redução significativa continuou dependendo dos 
grandes emissores – e nem todos ratificaram o acordo. A principal ausência foi 
dos Estados Unidos, que se recusaram a assinar o protocolo se não houver 
metas de redução obrigatórias para todos os países em desenvolvimento. Eles 
alegaram, ainda, que a economia do país seria bastante afetada. Mais tarde, 
com a não participação norte-americana, outras nações também 
abandonaram os compromissosfirmados no protocolo. 
Rio +20 – Vinte anos depois da Eco 92, as Nações Unidas promoveram um 
novo encontro na cidade do Rio de Janeiro com o propósito de discutir, 
avaliar e renovar os compromissos políticos com o desenvolvimento 
sustentável no mundo. A Conferência das Nações Unidas sobre 
Desenvolvimento Sustentável (CNUDS) ficou conhecida como Rio+20 e foi 
realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012. Firmou compromissos como 
a redução de emissões de poluentes pelas cidades e criação de fundos que 
disponibilizem recursos para investimentos verdes. É adotado o conceito de 
“economia verde”, que propõe a construção de uma sociedade sustentável, 
na qual haja uma palataforma social preocupada com o meio ambiente. 
Na prática, se não houver a conscientização e o reconhecimento da 
importância do desenvolvimento sustentável, sua complexidade e o 
interrelacionamento de seus pilares com as diversas questões ambientais, a 
geração presente deixará para trás solos pobres, falta de água, atmosfera 
poluída, enfim, um planeta todo alterado e sujo. 
Para evitar que isso ocorra os estilos de vida das nações ricas e a economia 
mundial têm de ser reestruturados, visando a preservação do meio ambiente, 
ainda que questões como essas esbarrem nos interesses de poderosos grupos 
econômicos. 
Mudança Climática 
Nos últimos anos muito se discute sobre as mudanças climáticas no planeta: 
suas causas, consequências, modos de atenuar o aquecimento, verdades, 
comprovações e mitos. Foram criados protocolos, leis e metas. Mas o tema 
continua levantando questionamentos de parte da comunidade científica. Um 
dos problemas ao abordar o assunto é que os fatores que influenciam o clima 
são de grande complexidade. 
Mudanças climáticas sempre aconteceram e são naturais, como mostram as 
eras glaciais e os períodos de aquecimento que ocorreram no passado da 
Terra. Assim, as divergências começam no entendimento sobre o significado e 
o funcionamento do aquecimento global. 
Os cientistas argumentam que não conhecemos ainda todos os mecanismos 
que regem o clima do planeta, e que, por isso, não daria para ter certeza de 
que as ações humanas interferem no clima global. 
Por dentro do problema 
O efeito estufa é um fenômeno natural que permite à atmosfera da Terra 
reter parte do calor que o Sol envia ao planeta. Depois que os raios do Sol 
chegam à Terra e atinge a superfície, cerca de 70% da radiação solar é retida 
na atmosfera, mantendo a temperatura média em torno de 14 ºC, o que é 
essencial para que a vida se desenvolva como a conhecemos hoje. Sem o 
efeito estufa, o planeta estaria gelado. 
Uma parte dos cientistas acredita que as ações humanas desde a Revolução 
Industrial, há mais de 200 anos, reforçam o efeito estufa e provocam 
o aquecimento global. 
Ele estaria ocorrendo por causa do acúmulo de carbono na atmosfera, 
presente em gases resultantes das atividades humanas: como o dióxido de 
carbono (CO2), liberado na queima de gasolina, carvão e madeira), o metano 
(CH4, liberado pelo esgoto, pela decomposição do lixo e pela digestão do 
gado) e o óxido nitroso (N2O, liberado por diferentes meios). 
A questão 57 2º 2016 pede para apontar uma consequência ambiental resultante das 
modalidades de transporte urbano. 
A questão 46 1º 2016 pede para identificar um problema ambiental atual, 
relacionado à indústria petroquímica. 
A questão 53 1º 2010 pergunta uma consequência sobre o meio ambiente decorrente 
do aumento de transporte rodoviário (e sua decorrente queima de combustível). 
Além disso, ao alterar o uso da terra, principalmente por meio do 
desmatamento e da agricultura, o homem lança no ar, por apodrecimento ou 
queima, o carbono acumulado nas plantas e no solo. 
Esses gases são transparentes à luz visível, como o vidro de uma estufa, 
permitindo que os raios de Sol aqueçam a superfície terrestre. Quando a Terra 
devolve o calor em excesso, não é mais sob a forma de luz, mas de radiação 
infravermelha. Como os gases poluentes absorvem essa radiação como calor, 
parte fica retida na atmosfera. 
Esse entendimento é expresso sobretudo pelos cientistas reunidos no Painel 
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), 
promovido por governos do mundo todo e pela ONU. 
As conclusões anunciadas pelo IPCC são que já existe um aquecimento global 
em andamento, com evidências de que é agravado pelas atividades humanas. 
Com base nisso, os cientistas do IPCC fizeram projeções dos efeitos do 
aumento da temperatura media global no planeta, e nenhuma delas é 
otimista. 
A crítica dos céticos 
A divulgação do relatório explicitou uma ameaça real sobre o clima do planeta 
e causou certa comoção mundial. Mas também provocou reações dos 
“céticos”: um grupo de cientistas tem publicado artigos questionando se há 
motivos para alarme. Eles dizem que a temperatura média do planeta subiu e 
desceu várias vezes nos últimos 150 anos. E que, mesmo que exista uma 
tendência para o aquecimento global, ela estaria ligada a fatores naturais, 
como a atividade solar. 
Como a discussão afeta diversos setores sociais, além dos cientistas, vários 
setores se aliam a um lado ou a outro, segundo seus interesses. A indústria 
dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás), por exemplo, tende 
a se alinhar com os céticos. 
Consequências e propostas 
O aquecimento global não afeta o mundo de maneira igual. os países do norte 
do planeta podem ser inicialmente beneficiados com o aquecimento (que 
reduz o frio que enfrentam em parte do ano), enquanto África e Ásia serão os 
continentes mais prejudicados. 
Há previsões de redução dos períodos de cultivo e agravamento da escassez 
de água, prejuízos para os ecossistemas terrestres e marinhos, mudanças de 
vegetação, alagamentos e chuvas. Segundo o relatório, “há um risco de perda 
significativa da biodiversidade por causa da extinção das espécies em muitas 
áreas tropicais”. 
No Brasil, o Nordeste é a região mais sensível. Com a elevação da temperatura 
em 1,5º C, parte do lençol freático poderá desaparecer. Os açudes correm o 
risco de secar. Ao mesmo tempo, chuvas incomuns podem ocorrer em 
algumas áreas, ampliando a erosão do solo. No Sul e no Sudeste, a 
quantidade de chuvas não deve diminuir, mas as precipitações poderão 
concentrar-se em períodos menores, com prejuízo para a agricultura. 
Os terríveis cenários previstos pelos cientistas do IPCC certamente teriam 
consequências em termos estratégicos e geopolíticos. O Departamento de 
Defesa dos Estados Unidos alerta para o fato de que, atingido pelas mudanças 
climáticas, o mundo seria mais instável e perigoso. 
Poderá agravar-se o derretimento do gelo nas regiões polares e nas 
montanhas com grandes altitudes, provocando o aumento do nível dos mares 
e inundando cidades litorâneas. Isso pode levar as populações que habitam as 
cidades que ficam na costa a migrar para as áreas com maiores altitudes, o 
que desorganizaria completamente a organização espacial mundial atual, já 
que a maioria da população mundial habita até trezentos metros de altitude 
em relação ao nível do mar. 
As neves eternas existentes nas montanhas, como é o caso da Cordilheira dos 
Andes, na América do Sul ou do Himalaia, na Ásia, entre outros, aos poucos vai 
degelando nas menores altitudes, garantindo o fornecimento de água de boa 
qualidade às cidades que estão nestas montanhas ou perto delas. No caso de 
haver um intenso degelo desses reservatórios, poderá provocar falta de água, 
destruindo plantações que não serão irrigadas e obrigando seus moradores a 
se dirigirem a outras regiões. 
Haveria um aumento de migrações e até mesmo invasões populacionais para 
obterrecursos como água e alimentos. E os maiores problemas ocorreriam 
justamente onde hoje já existem graves questões políticas, como e regiões da 
Ásia e da África. Para o órgão de governo dos EUA, em alguns locais, a tensão 
social causada pela fome poderia se tornar mais explosiva, combinada com a 
tensão étnico-religiosa. 
Essas previsões dão a base para as propostas de ações alternativas, com o 
objetivo de evitar a catástrofe climática. Elas implicam mudanças profundas 
no estilo de vida da humanidade. As economias teriam que fazer cortes 
significativos nas emissões de gases do efeito estufa, com o objetivo de 
manter o aquecimento no limite de 2º C nesse século. 
Na prática, isso significa que seria preciso reduzir a dependência econômica 
de combustíveis fósseis, promover a eficiência energética, ampliar o uso de 
energias renováveis e talvez de energia nuclear, além de aplicar novos 
padrões na agricultura, construção civil, transporte e coleta de lixo. 
Os representantes de mais de 120 países ratificaram o relatório do IPCC 
concordaram com a gravidade do aquecimento global e a necessidade 
urgente de conter seu avanço. Mas o acordo para por aí, pois a verdadeira 
questão é como fazer isso sem interromper o desenvolvimento. 
Problemas Ambientais 
Desde que o Homo Sapiens jogou a primeira casca de bana em algum rio, 
lago ou mar, nossa relação com o meio ambiente tem se pautado pelo 
binômio “consumir e poluir”. Como resultado de séculos dessa (im)postura 
utilitarista em relação à natureza – atitude levada a extremos nas últimas 
décadas -, todos os ecossistemas do planeta já dão sinais de esgotamento, o 
que, em última instância, representa o próprio esgotamento da vida. 
Os ecossistemas são sistemas dinâmicos que resultam da interdependência 
entre os fatores físicos do meio ambiente, como o solo e a atmosfera, e os 
seres vivos que o habitam – e isso inclui, é claro, os serem humanos. O 
problema é que, na dinâmica entre o ambiente e o homem, o primeiro tem 
levado a pior. 
Se, da sua parte, a natureza entra com a doação de toda sorte de riquezas 
animais, vegetais e minerais, o homem, em contrapartida, responde com 
todo tipo de impurezas, que vão desde a bituca de cigarro jogada no mar até 
bilhões de toneladas de CO2 lançadas na atmosfera. 
Confira a seguir as principais agressões perpetradas contra o meio ambiente 
e os frutos que já começamos a colher por causa delas. 
Ilhas de calor 
Os poluentes lançados na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono, 
ajudam a aumentar a temperatura do ar mais próximo da atmosfera. Em 
regiões urbanas, esse fato é agravado pela substituição da cobertura vegetal 
por prédios de concreto e cimento e ruas asfaltas. Esses materiais absorvem 
mais calor e o devolvem na forma na forma de radiação térmica. 
A combinação desses fenômenos tende a aumentar a temperatura nos 
grandes centros, criando as ilhas de calor. Outros fatores que influenciam o 
aparecimento desse fenômeno são o calor emitido por motores dos 
automóveis e aparelhos domésticos e industriais. 
Já nas áreas periféricas há uma maior quantidade de vegetação, o que deixa 
as temperaturas mais amenas por absorverem parte do calor emitido pelo 
Sol, às vezes havendo diferença de quatro ou cinco graus celsius no mesmo 
horário, dentro de uma mesma cidade. 
Essa combinação urbanização e poluição atmosférica pode trazer ainda 
outra consequência, de aumento dos índices pluviométricos, causados pela 
grande quantidade de materiais particulados na atmosfera, em virtude da 
poluição e da poeira, os quais servem como núcleos de condensação e 
favorecem a formação de nuvens de chuva. 
A questão 55 2º 2015 pergunta sobre um fator de aumento do índice 
pluviométrico em São Paulo. 
Inversão térmica 
Quando a estação do ano é o inverno e há um dia sem vento, a massa de ar 
fria que está sobre uma cidade, não vai ter capacidade de se dissipar, pois a 
ausência de vento impede que ela se movimente no sentido ascendente. 
Isso faz com que a poluição do ar que por ventura exista nessa cidade fique 
aprisionada e sua dispersão fica prejudicada, se estabelecendo próxima à 
superfície terrestre e provocando uma série de problemas de saúde para a 
população. 
É muito comum, nesses períodos, haver a superlotação de vários prontos 
socorros das cidades com, principalmente, crianças e idosos que sofrem com 
doenças respiratórias. Trata-se, portanto, de um problema de saúde pública 
de difícil solução. 
Chuva ácida 
A queima de combustíveis fósseis, feita principalmente pelas atividades 
industriais e pelos automóveis, libera dióxido de nitrogênio (NO2) e de 
dióxido de enxofre (SO2) na atmosfera. Esses compostos reagem com o 
vapor de água presente na atmosfera, formando o ácido nítrico (HNO3) e o 
ácido sulfúrico (H4SO4). 
Quando chove, essas substâncias atingem o solo e a água, alterando suas 
características e prejudicando lavouras, florestas e a vida aquática. Também 
danificam edifícios e monumentos históricos. 
Buraco na camada de ozônio 
A camada de ozônio localiza-se há aproximadamente quarenta e cinco 
quilômetros de altitude e exerce grande importância para os seres vivos de 
nosso planeta, pois é um filtro que absorve parte dos raios ultravioleta 
emitidos pelo Sol, que podem causar problemas para os seres humanos, 
como o câncer de pele. Além disso, com maior incidência dessa radiação 
solar, as plantas reduzem sua capacidade de fazer fotossíntese. 
O aparecimento de buracos na camada de ozônio é um processo natural, já 
que as reações químicas na atmosfera abrem buracos na camada, que depois 
se fecham. A atividade humana, contudo, vem acentuando esse processo. As 
emissões de substâncias químicas, como os clorofluorcarbonos (CFC), e o 
aquecimento global intensificam as reações químicas que destroem o 
ozônio. 
O gás CFC (cloro, flúor e carbono) serve para resfriar o ar das geladeiras, 
diminuir a temperatura do ar ao ser ligado o ar-condicionado, produzir 
materiais como o isopor ou aerossóis, entre outros. Esse gás tem a 
capacidade de se combinar com o ozônio (O3). Ao combinarem-se, o ozônio 
é anulado e aumenta-se o buraco nessa camada. 
A boa notícia é que, nos últimos anos, acordos internacionais permitiram a 
redução da emissão desses poluentes na atmosfera, e estudos indicam que o 
buraco na camada de ozônio vem reduzindo de tamanho desde 2006. Porém, 
como essas substâncias levam décadas para sumir, a solução definitiva para 
o problema ainda está longe de ser efetivada. 
Lixo 
O crescimento dos centros urbanos em diversos países ocasionou a 
ampliação em escala jamais vista da acumulação de detritos. E quanto mais 
urbanizada a sociedade, mais detritos decorrentes de produtos 
industrializados, que são mais difíceis de se degradarem, podendo ficar 
centenas e até milhares de anos acumulando-se até se decomporem por 
completo. 
Esse acúmulo de lixo se tornou um grave problema ambiental, tendo em 
vista a poluição derivada desses detritos nas áreas em que são descartados. 
O lixo espalhado pelas cidades pode causar uma série de problemas, tais 
como doenças provocadas por insetos e roedores, mau cheiro pela 
decomposição de matéria orgânica e contaminação do solo e das águas. Nos 
meios urbanos, os dejetos amontoados ao léu também colaboram para a 
ocorrência de enchentes, por obstruir os cursos de água. 
Frente à gravidade do problema, uma solução cada vez mais defendida e 
praticada é a do princípios dos “3 Rs”. Reduzir, Reutilizar e Reciclar. 
Reduzir a produção de resíduos, com a adoção de novos hábitos de compra; 
reutilizar potes, vasilhames, caixas e outros objetos de uso cotidiano e 
reciclar o lixo descartado após o consumo, transformando-o em matéria-
prima industrial para nova fabricação. 
Para que seja reciclado, o lixo deve ser descartado e coletadode forma 
seletiva, que possibilita a redução dos detritos por meio da reciclagem de 
materiais recicláveis, como plástico, papel, metal e vidro, e do uso de matéria 
orgânica como insumo orgânico, tais como adubos e fertilizantes. 
A questão 55 1º 2009 pede para explicar as mudanças ocorridas na composição do 
lixo na cidade de São Paulo em duas épocas diferentes. 
A questão 51 1º 2015 pede para apontar um problema e uma solução relativa ao 
acúmulo do lixo em áreas urbanas. 
Uma das principais soluções para o lixo que não pode ser reaproveitado e 
reciclado é a disposição final em aterros sanitários. São áreas nas quais os 
resíduos são compactados e cobertos por terra. Terrenos assim têm 
sistemas de drenagem que captam líquidos e gases resultantes da 
decomposição dos resíduos orgânicos, evitando poluição do solo e do ar. 
Outra porção do lixo ainda é destinada aos aterros controlados, que têm 
critérios menos rígidos de segurança. Apesar de cobrirem os resíduos e 
selecionarem o tipo de material que chega ao local, os aterros controlados 
não fazem o tratamento de gases e líquidos (chorume) ou o fazem 
parcialmente. 
Poluição das águas 
A poluição das águas é causada, sobretudo, pelo lançamento de dejetos 
industriais e agrícolas, esgoto doméstico e resíduos sólidos. Isso 
compromete a qualidade das águas superficiais e subterrâneas em inúmeros 
pontos do planeta. 
Os rios e lagos são considerados os ambientes mais ameaçados do globo. 
Sofrem, por exemplo, com o fenômeno conhecido como eutrofização: os 
esgotos domésticos são ricos em matéria orgânica, que passa pela ação de 
microrganismos, resultando na produção de nutrientes; assim, quando esse 
esgoto é lançado na água, gera um excesso de nutrientes que acaba 
provocando o crescimento extraordinário de algas – estas, por sua vez, 
impedem a passagem de luz e a transferência do oxigênio atmosférico para o 
meio aquático. 
Outros exemplos de poluição são os provenientes de contaminação por 
agrotóxicos em áreas de produção agrícola, ou ainda, a poluição em 
ambientes marinhos e costeiros, devido a superexploração da pesca e por 
acidentes ou descargas em alto-mar, como no caso dos catastróficos 
vazamentos de petroleiros. 
O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em 
novembro de 2015, no distrito de Bento Rodrigues, no município de Mariana 
em Minas Gerais é outro triste exemplo. A poluição do Rio Doce e de seus 
afluentes afetou a agricultura e a distribuição de água potável para várias 
cidades, além dos prejuízos incalculáveis para a flora e fauna fluviais. 
A questão 48 2º 2017 pede para apontar qual a mudança ocorrida nas condições 
de vida da população de Mariana (MG) após o rompimento da barragem de rejeitos 
da Mineradora Samarco. 
Assoreamento dos rios 
O assoreamento é o acúmulo de sedimentos (areia, terra, rochas), e outros 
materiais levados até o leito dos cursos d’água pela ação da chuva, do vento 
ou do ser humano. Trata-se de um processo natural que pode ser 
intensificado pela ação humana, sobretudo a partir da remoção da vegetação 
das margens dos rios. 
Quando se retira a cobertura vegetal, o solo e as rochas que estão nas 
margens são carregados com facilidade para o fundo dos rios. Esse 
fenômeno de desbarrancamento das margens é contínuo e, na ocorrência de 
chuvas, intensifica-se. 
O assoreamento reduz o volume de água, torna-a turva e impossibilita a 
entrada de luz, dificultando a fotossíntese e impedindo a renovação do 
oxigênio para algas e peixes. Por essa razão, em muitos casos, extingue-se a 
vida nesse curso d’água. 
Pode ocorrer escassez ou ausência de água para o abastecimento da cidade e 
do campo, pois, além da diminuição da capacidade hídrica do rio, muitas 
vezes, o lixo e o esgoto depositados nesses cursos d’água deixam a água 
imprópria para o consumo. 
Como o leito do rio está ocupado por detritos, o rio fica mais raso. Isso 
dificulta a navegação e intensifica as enchentes. 
Para combater o assoreamento, a melhor medida é a preservação de matas 
ciliares, pois elas barram a entrada de objetos sedimentares nos rios e 
conservam o solo das margens, evitando erosões fluviais. 
A questão 51 2º 2018 pede para apontar o efeito ambiental esperado da 
preservação da vegetação nas nascentes. 
 
AMAZONIA 
Pegue um modelo econômico que durante séculos foi baseado na extração da 
madeira. Junte com a agropecuária e sua insaciável demanda por extensas 
áreas para cultivo e pasto. Some a isso a expansão das cidades e suas obras de 
infraestrutura. Acrescente, por fim, a exploração mineral. 
Eis a receita do desmatamento. De um total de 64,2 milhões de quilômetros 
quadrados de florestas originais no mundo, restam apenas 15,5 milhões. A 
maior parte das florestas dos países ricos não existe mais. 
Com 5,5 milhões de quilômetros quadrados de mata, o Brasil é o segundo país 
com a maior cobertura florestal no mundo, atrás apenas da Rússia. Mas não 
há muitos motivos para comemorar, já que 30% das florestas originais 
brasileiras já foram derrubadas. 
Desde o período colonial (antes de 1822), a receita da produção agrícola 
brasileira consistia na derrubada da vegetação original e suas substituição 
pela lavoura e pela pecuária. Foi assim com a Mata Atlântica, que cobria a 
região mais próxima do litoral, e continuou com a marcha para o interior, na 
ocupação da região do cerrado, e, mais recentemente, no avanço sobre a 
floresta Amazônica. 
A maior vítima desse processo foi a Mata Atlântica. Explorada desde a época 
da colonização, a partir do século XVI, a região perdeu quase de 90% da 
cobertura original e hoje é um dos biomas mais ameaçados do planeta. O 
cerrado já perdeu mais da metade da vegetação, principalmente para as 
pastagens e as plantações. Se nada foi feito para reverter a situação, o bioma 
pode desaparecer até 2030. 
Amazônia 
As maiores atenções voltam-se para a Amazônia. Todos os anos, a região 
perde milhares de quilômetros quadrados de vegetação, pelo corte de árvores 
e pelas queimadas. 
O agronegócio responde por uma parcela significativa do desmatamento 
generalizado: nada menos do que cerca de 40% da produção de carne e soja 
do país se concentra na Amazônia Legal. 
E as duas atividades ganham cada vez mais espaço no norte do país, com o 
crescimento da fronteira agrícola. A despeito dos efeitos positivos de geração 
de empregos e de riquezas nas economizas locais, é visível uma mancha de 
mata derrubada, conhecida como Arco do Desflorestamento, que representa 
18% da cobertura original da Amazônia. 
O ritmo do desmatamento, que vinha diminuindo nos últimos anos, 
aumentou de acordo com o mais recente levantamento do Instituto nacional 
de Pesquisas Espaciais (Inpe). Pára e Mato Grosso são os estados que mais 
desmatam. 
A questão 51 1º 2016 pede para identificar aspectos negativos e positivos associados 
à expansão do agronegócio na região amazônica, na atualidade. 
Outro problema a ser combatido é o caos fundiário que alimenta a grilagem 
de terra e a consequente ação predatória na região, das quais a mais visível é 
o desmatamento. Segundo pesquisas do Instituto Imazon, cerca de um terço 
das terras nas quais há desmatamento está em situação irregular. 
Por isso é urgente um conjunto de medidas para garantir a posse da terra às 
populações mais pobres, que a ocupam às vezes há várias gerações (com 
frequência sem documento), e também para proteger as terras públicas, alvo 
de desmatadores e grileiros (ocupam as terras e falsificam títulos para 
assegurar a posse). 
Esse conjunto de irregularidades provoca conflitos associados ao acesso à 
terra e à exploração da mão de obra, devido a negligência quanto aos direitos 
trabalhistas e aos baixos ganhos auferidos com esse extrativismo. O líderseringueiro Chico Mendes tornou-se conhecido pela luta em defesa das 
reservas extrativistas na Amazônia, nas quais a floresta é preservada para que 
os trabalhadores possam manter suas atividades nas seringueiras: a extração 
do látex, matéria-prima da borracha. Em 1988 ele foi morto por fazendeiros 
que buscavam se apropriar de terras usadas pelos seringueiros. 
Outros crime de repercussão internacional foi o assassinato da missionária 
norte-americana Dorothy Stang, que implantava um programa de produção 
sustentável com pequenos agricultores. infelizmente, a violência prossegue: 
em maio de 2011, um casal de extrativistas de castanha e cupuaçu foi 
assassinado no Pará. Eles faziam um trabalho de exploração sustentável da 
floresta e denunciavam a extração ilegal de madeira. 
A questão 59 2º 2013 pede para apontar um fator dos problemas sociais que 
persistem na extração de recursos naturais da Floresta Amazônica. 
Amazônia no governo Vargas 
Com o objetivo de controlar a migração de nordestinos para os centros 
urbanos do sudeste, o governo de Getúlio Vargas elaborou um plano que ficou 
conhecido como “Marcha para o Oeste” que tinha como destino a 
Amazônia. 
A Amazônia ficou, assim, inserida na política de ocupação dos “espaços 
vazios” que pretendia mobilizar os migrantes nordestinos e de outras regiões 
do país, para o interior. Esta política previa a disponibilização de 
infraestrutura viária e de mercado de trabalho para tornar viável a 
sedentarização das famílias de trabalhadores rurais no interior do Brasil, 
através da concessão de lotes de terra onde o colono receberia incentivos 
para agricultura eliminando o nomadismo e relegando a economia 
extrativista a um segundo plano. 
Com a Segunda Guerra Mundial, os planos de colonização da Amazônia 
sofreram drásticas alterações. Os Acordos de Washington firmados entre 
Brasil e EUA transformaram o país no principal fornecedor de borracha 
para os EUA. A emergência da produção da goma elástica retomou o antigo 
modo de produção extrativista com o recrutamento de mão de obra, 
exclusivamente, masculina para os seringais amazônicos. 
O Governo Vargas na intenção de corresponder ao acerto feito através dos 
Acordos de Washington criou o Serviço de Mobilização de Trabalhadores para 
a Amazônia – SEMTA, que recrutava os nordestinos em sua região 
promovendo sua mudança para a Amazônia, tinha como finalidade principal o 
alistamento compulsório, treinamento e transporte de nordestinos para 
a extração da borracha na Amazônia, como intuito de fornecer matéria-prima, 
para os aliados da II Guerra Mundial. Os trabalhadores que se dirigiram aos 
seringais ficaram conhecidos como os “Soldados da Borracha”. 
A questão 57 2º 2012 pergunta sobre os objetivos do S.E.M.T.A, programa 
implementado no governo de Getúlio Vargas. 
Vargas criou também a Comissão Administrativa de Encaminhamento de 
Trabalhadores para a Amazônia – CAETA, que cuidava da burocracia em 
relação à transferência dos Soldados da Borracha, o Banco da Borracha, hoje 
Banco da Amazônia S.A. que financiava a economia da borracha. Ainda 
tivemos o Serviço de Abastecimento do Vale Amazônico – SAVA, que se 
preocupou em montar toda a infra-estrutura regional oferecendo as 
condições para a viabilização da produção e seu escoamento na região. 
Para convencer os nordestinos a “aderir à causa aliada” o governo 
estadonovista usou de eficiente propaganda e de promessas de melhores 
condições de vida em uma região “verde e frondosa” diferente da paisagem 
do sertão nordestino. 
A Amazônia, novamente ganhou importância e volta ao cenário Nacional e 
Internacional. Dentro dos planos Governamentais, foram criados cinco novos 
Territórios Federais: O Território Federal do Amapá, do Rio Branco, de Ponta 
Porã, do Iguaçu e finalmente o Território Federal do Guaporé, em 13 de 
Setembro de 1943. 
Apesar de o primeiro Código Florestal ter sido aprovado em 1934, ainda no 
início do governo do presidente Getúlio Vargas, determinando a manutenção 
de um mínimo de vegetação nativa em todas as propriedades rurais, sua 
aplicação sempre foi problemática. 
Dispositivos se sucederam no decorrer dos anos, com medidas ou políticas 
que fizeram com que a proteção da vegetação nativa fosse incorporada ao 
cotidiano do brasileiro. Mas, se por uma lado a lei previa a proteção das 
florestas, por outro, os governos, principalmente no período da ditadura 
militar (1964-1985), ofereciam incentivos aos interessados em ocupar as 
regiões da fronteira agrícola, como Pará, Mato Grosso e Rondônia. 
Amazônia na Ditadura Militar 
O caráter estratégico da região amazônica foi alvo de diversas ações do 
governo brasileiro, no decorrer do século XX. 
No caso dos governos militares (1964-1985), a ocupação e a exploração da 
Amazônia foram entendidas como questão de segurança nacional, tendo em 
vista as extensas fronteiras internacionais que a densa floresta abarcava e 
também seu potencial econômico, possibilitador de novos negócios que 
pudessem acelerar o desenvolvimento e a integração nacional. 
Durante o regime militar, foi implementada a mais ampla política estatal de 
incorporação socioeconômica do território amazônico ao espaço produtivo 
nacional. Essa política pode ser segmentada em dois momentos distintos. 
No primeiro, a ênfase se deu na colonização, tendo como eixo a rodovia 
transamazônica, criada para levar “homens sem terra (do Nordeste) para uma 
terra sem homens”, segundo o discurso oficial. O foco dessa ação 
governamental estava pautado na implantação das agrovilas ao longo da 
famosa rodovia. 
No segundo momento, a estratégia passou a ser a de “tornar a Amazônia uma 
fonte de divisas para o país”, ou seja, incorporá-la ao espaço de produção 
do capitalismo brasileiro, fosse com capitais nacionais ou estrangeiros. 
A questão 46 1º 2014 pede para apontar os dois momentos da política estatal dos 
governos militares em relação à Amazônia. 
Para isso, o governo passou a gerenciar e a incentivar grandes projetos 
empresariais, relacionados principalmente ao mapeamento e a exploração de 
recursos hídricos e minerais e para a promoção do uso do solo para a 
agricultura e a pecuária. 
Fosse por meio da criação de gado, fosse por meio da lavoura de soja, as 
terras amazônicas foram gradualmente sendo bastante utilizadas pelo 
agronegócio, fenômeno que se acelerou nas últimas duas décadas. 
Nessa época ainda não havia grande preocupação com a preservação na 
natureza, dos rios e dos solos, nem com a exploração equilibrada das áreas 
mais propensas à degradação do terreno e à exaustão da terra. A imagem que 
se tinha do Brasil era que sempre haveria terras e recursos para serem 
explorados. À medida que os solos se tornavam estéreis e a ocupação 
aumentava, a fronteira agrícola avançava em direção ás florestas e aos 
campos do interior. 
A questão 52 1º 2010 explora esse contraste entre a concepção do governo brasileiro 
em relação à Amazônia na década de 1970 e a concepção atual. 
Código Florestal 
Em 18 de outubro de 2012, a presidente Dilma Roussef sancionou o novo 
Código Florestal brasileiro, após longa tramitação no Congresso. As 
negociações para a aprovação das novas regras opuseram interesses 
conflitantes entre grandes proprietários, que defendiam a flexibilização da lei 
para a expansão agropecuária, e os ambientalistas, favoráveis a regras mais 
rígidas para o desmate. 
Os principais pontos da lei aprovada dizem respeito às regiões em que é 
permitido o desmate e às zonas que devem ser protegidas em uma 
propriedade particular. Ela regulamenta o uso da terra nas áreas de 
preservação permanentes (APP) e nas reservas legais. 
Mesmo após a aprovação,o novo Código Florestal foi contestado no Supremo 
Tribunal federal pela procuradoria-geral, que via inconstitucionalidade em 
algumas situações. A redução das áreas protegidas e a isenção de multa a 
quem desmatou até 2008 são os temas mais controversos.