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20-CONFLITOS E TENSÕES MUNDIAIS

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CONFLITOS E TENSÕES MUNDIAIS 
As divisões territoriais sempre fizeram parte da história da humanidade, das 
tribos primitivas até os estados absolutos. Estas divisões podem ser feitas de 
inúmeras formas, por mares, fronteiras, culturas, idiomas, religiões e riquezas. 
Segundo dados da Central de Inteligência Americana (CIA), o planeta tem 189 
pontos de disputa de territórios e fronteiras. Entram na lista disputa por ilhas, 
territórios marítimos e redefinição de fronteiras no mapa. 
Algumas disputas acabam sendo pacificamente resolvidas, outras terminam 
em guerra, e algumas continuam até hoje. Veremos alguns casos mais 
notáveis que tem aparecido no exame de qualificação. 
A questão 57 2º 2011 faz uma relação entre a violência dos conflitos pela posse da terra e as 
intervenções militares das grandes potências mundiais em defesa de seus interesses. 
África 
A África é o segundo maior e mais populoso continente do mundo. É também 
o continente com maior número de conflitos duradouros em todo o planeta, 
de acordo com a ONU. 
Esses combates envolvem milícias, guerrilhas, grupos separatistas ou facções 
criminosas. São disputas que, neste século 21, carecem de contornos 
ideológicos ou claras motivações sociais e políticas. 
Os países em guerra ficam na chamada África Subsaariana, que compreende 
os territórios que não fazem parte da África do Norte e do Oriente Médio. A 
região é caracterizada pela pobreza, instabilidade política, economia precária, 
epidemias, baixos indicativos sociais e constantes embates entre governos e 
rebeldes. 
As raízes dos conflitos remontam ao neocolonialismo europeu no século XIX. 
Os países europeu realizaram, em 1884 e 1885, a Conferência de Berlim. No 
congresso ficou estabelecida uma partilha do território africano. 
Ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), vários movimentos 
nacionalistas e anticolonialistas travaram guerras para conquistar a 
independência das nações africanas. 
Como a partilha do continente pelos colonizadores europeus não respeitou os 
territórios originais dos diversos povos, tampouco suas divisões linguísticas 
e étnicas, agrupando-os ou separando-os de forma arbitrária, com a 
independência, as hostilidades étnicas e culturais foram acentuadas e 
desencadearam duradouros e violentos conflitos. 
A questão 08 2º 2018 pede para apontar uma explicação para os problemas sociais 
encontrados na região do “Chifre da África”. 
A questão 47 1º 2010 relaciona a descolonização africana à guerra civil na Ruanda. 
A questão 49 2º 2010 relaciona a ocupação imperialista na África ao baixo IDH da região. 
A questão 55 2º 2014 relaciona a divisão arbitrária do território africano á instabilidade 
política da região. 
Nos anos 1970 e 1980, sucessivos golpes militares e disputas étnicas 
impediram a continuidade política e, consequentemente, o desenvolvimento 
da região. 
De modo geral, as guerras africanas não são guerras entre países, 
mas conflitos internos. Eles têm como principais causas a falência do 
Estado, batalhas pelo controle do governo e a luta por autonomia de grupos 
étnicos. 
O que mais chama atenção, contudo, é a brutalidade dessas disputas, 
sobretudo aquelas travadas após os anos 1990. Genocídios, massacres, 
estupros em massa, exército de crianças e extermínio de comunidades 
inteiras com facões e machados compõem a barbárie. A fome é outro 
instrumento usado pelas facções, que destroem as plantações e expulsam 
populações de seus lares. 
Como podemos ver, os valores étnicos e religiosos sempre foram aspectos 
centrais das mobilizações sociais e políticas na África. Porém o conflito 
ocorrido no Quênia, em 2008, chamou atenção e caiu no exame de 
qualificação da UERJ. 
A razão é que, diferente da maioria dos casos de conflitos no continente 
africano, o conflito queniano se apresentava no contexto de uma democracia, 
por meio de questões eleitorais, onde se questionava a legitimidade de 
vitórias nas urnas, e só a partir daí os clássicos confrontos reapareceram. 
A questão 51 1º 2009 pergunta as causas de conflitos sociais que ocorriam no Quênia, no ano 
da aplicação da prova. Questão que necessitava de conhecimento específico sobre o 
episódio. 
Rússia 
O conflito da Rússia mais recente foi a anexação da Crimeia em 2014. O 
território da Crimeia está no centro da atual disputa entre a Ucrânia e a 
Rússia. 
Os problemas começaram quando multidões começaram a ir às ruas da 
capital ucraniana, Kiev, para pressionar o então presidente ucraniano, Viktor 
Yanukovich, a fechar um acordo comercial com a União Europeia em 
detrimento de um com a Rússia. 
Yanukovich, que é de etnia russa e só aprendeu a falar ucraniano na vida 
adulta, porém, acabou dando as costas à UE e fechando com Moscou, que lhe 
prometeu um pacote de ajuda financeira incluindo um empréstimo bilionário 
e desconto no preço do gás natural. 
O movimento se fortaleceu diante da derrota e ocupou a Prefeitura de Kiev e a 
Praça da Independência. O governo reagiu com violência e prisões arbitrárias, 
além de uma lei que proibia o uso de capacetes, a reunião de grupos de mais 
de cinco pessoas e a ocupação de prédios públicos. Os manifestantes 
reagiram com força dobrada. 
No fim de fevereiro, governo e oposição assinaram um acordo de paz que, no 
entanto, não durou 24 horas. Yanukovich deixou o país, e um governo interino 
pró-UE assumiu o poder. 
O Ocidente reconheceu a troca, mas o governo russo viu nela um golpe de 
Estado. Com base nisso, alegou que havia ameaça aos cidadãos de etnia russa 
que vivem na Crimeia e foi, aos poucos, tomando o controle da área. 
Das cerca de 2 milhões de pessoas que moram naquela península, mais da 
metade se considera de origem russa e, inclusive, fala russo no dia a dia. 
Simferopol é a capital da Crimeia, onde fica o Parlamento, e Sebastopol é a 
sede da poderosa Frota do Mar Negro, que pertence à Rússia. 
Isso não surpreende, já que a Crimeia foi transferida à Ucrânia pela União 
Soviética só em 1954, e a Ucrânia em si se tornou independente só em 1991. 
Na verdade, a Crimeia resume uma divisão política e cultural que acontece em 
toda a Ucrânia. O leste do país tende a ser pró-Rússia e o oeste, pró-UE. Isso se 
reflete, por exemplo, nos resultados das eleições. A maioria dos votos de 
Yanukovich saiu do leste. 
A anexação da Crimeia atende claramente a dois grandes objetivos do 
governo de Vladimir Putin. O primeiro é o de ampliar a sua base política 
interna, desgastada nos últimos anos pelos problemas econômicos. A tradição 
de nacionalismo russo que conta muitos pontos com o eleitorado daquele 
país. 
Ao mesmo tempo, garantir a plena autonomia sobre a região que tem saída 
para o Mar Negro, onde a Rússia tem o único porto, é o que lhe dá relevância 
comercial e militar, seja para entrada e saída de cargas como para ter controle 
do canal que liga o Mar Negro ao Mar de Arzov. 
A questão 53 1º 2015 pede para apontar fatores motivadores da anexação da Criméia pela 
Rússia em 2014 
Outra questão estratégica para a Rússia é o controle sobre o Ártico. Tendo em 
vista que interesses de muitos Estados convergem para o Ártico, a Rússia se 
sente obrigada a agir de forma decisiva a manter seu controle sobre uma 
vasta área na região de mais de 1 milhão de km². 
A importância geopolítica do Ártico cresce significantemente a cada dia. A 
principal razão disso são as mudanças climáticas que estão possibilitando a 
execução de atividades econômicas de grande escala na região. Neste 
contexto, é possível o agravamento da rivalidade internacional para o 
controle dos recursos árticos e do acesso à região. 
Dois fatores relevantes apontam para novas possibilidades de ganhos 
econômicos:o primeiro é a exploração de recursos minerais, até então 
inviabilizada pelos altos custos de extração decorrentes das condições 
climáticas e da extensão da calota polar; o segundo é o controle de novas 
rotas marítimas, até então bloqueadas pelo gelo durante a maior parte do 
ano. 
Essas vias marítimas, uma vez concretizadas, possibilitarão uma brutal 
redução do tempo e dos custos de transporte de mercadorias, o que é vital 
para as estratégias de produção e circulação de riquezas das grandes 
corporações. 
No final de 2012, o presidente russo Vladímir Pútin disse que a Rota do Mar do 
Norte permite uma navegação mais econômica do que aquela praticada 
através do Canal do Suez, reafirmando a extrema importância daquela área 
para a Rússia. 
O presidente ainda afirmou durante o Fórum Ártico Internacional Ártico – 
Território do Diálogo, realizado em 2013 na cidade de Salekhard, que “a 
Rússia tem a intenção de expandir a rede de reservas naturais protegidas, 
bem como reforçar a segurança na região ártica, que produz 80% do gás 
russo, mais de 90% de níquel e cobalto, ou seja, riquezas que representam de 
12% a 15% do PIB e cerca de um quarto das exportações russas”. 
A questão 48 2º 2009 pergunta quais os interesses estratégicos que podem produzir uma 
redefinição da geopolítica do Ártico. 
Guerra das Malvinas 
Ocupadas pelos britânicos a partir da década de 1830, ainda hoje as Ilhas 
Malvinas (Falkland Islands) são disputadas entre Reino Unido e Argentina. 
A ilha originalmente pertencia à França, e o controle dela mudava 
constantemente entre Espanha, Inglaterra e Argentina até 1833, quando o 
Reino Unido alegou soberania e ordenou a saída dos argentinos. 
As ilhas permaneceram sob o controle britânico até 1982, quando a Argentina 
invadiu as ilhas, assim começou a guerra das Malvinas. 
Em 1982, a Argentina vivia sob uma ditadura militar, estabelecida por um 
golpe de Estado em 1976. O regime já estava desgastado, especialmente pela 
crise econômica a que arrastara o país. 
Atacar as ilhas foi uma forma de estimular o nacionalismo dos argentinos, 
angariando simpatias ao governo e canalizando os descontentamentos para 
um inimigo externo, no caso os ingleses. 
Na época da guerra, entre abril e junho de 1982, o governo argentino 
mobilizou a população por meio de denúncias contra a interferência 
imperialista inglesa nas ilhas. 
Depois de um embate que envolveu países como França, Nova Zelândia e 
Estados Unidos, no dia 20 de junho a guerra acabou e as ilhas continuam sob 
controle britânico, mas a Argentina não mostra nenhum sinal de renunciar a 
sua reivindicação. 
Na atualidade, a valorização do nacionalismo ainda alimenta as rivalidades. 
Para o Reino Unido, trata-se de afirmar seu passado e dar apoio aos cerca de 3 
mil habitantes da ilha, todos de origem britânica e falantes do inglês (consta 
que a maior parte deles tem árvore genealógica que remonta ao século 19). 
Já para os argentinos, trata-se mais de uma questão de orgulho nacional e da 
proximidade das ilhas em relação ao seu território continental. 
A questão 51 1º 2013 pede uma característica da disputa entre Reino Unido e Argentina pelo 
controle das Ilhas Malvinas (Falkland Islands) 
As Malvinas também tem certa importância estratégica, por serem passagem 
para a Antárdida e possibilitariam acesso a riquezas minerais. 
Conflitos Árabes-Israelense 
O moderno estado de Israel está situado em um território que já foi 
conquistado por muitos povos: assírios, babilônios, persas, gregos, romanos, 
árabes muçulmanos e turcos otomanos. O país, localizado na costa oriental 
do Mar Mediterrâneo, é conhecido como a Terra Santa. 
Para os judeus, a terra é santa porque lhes foi prometida por Deus; para os 
cristãos, porque Jesus, sendo judeu, nasceu e viveu lá; para os muçulmanos, 
porque Jerusalém é o local da subida do profeta Maomé aos Céus. 
Os conflitos têm diferentes motivos. O principal deles diz respeito ao 
território: israelenses e palestinos lutam para assegurar terras sobre as quais, 
segundo eles, têm direito milenar. 
Outra questão diz respeito à cultura e à imposição de valores ocidentais às 
milenares tradições orientais. Pode-se ainda mencionar o fator econômico – 
talvez o preponderante: potências capitalistas desejam estabelecer um ponto 
estratégico na mais rica região petrolífera do planeta. E ainda existe a questão 
política. 
Raízes históricas 
O conflito Árabe-Israelense ocorre desde o final do século XIX, com a 
reivindicação de direitos sobre a área da Palestina por parte de judeus e 
árabes. Este conflito resultou no início de, ao menos, cinco grandes guerras, 
um número significativo de conflitos armados e duas Intifadas (levantamentos 
populares). 
Os judeus foram expulsos da Palestina pelos romanos no século I da Era Cristã 
e, durante séculos, sonharam com o retorno à “Terra Prometida”. 
O Império Romano dominou essa área e, ao eliminar várias rebeliões judaicas, 
destruiu o templo judaico em Jerusalém, matou uma grande quantidade de 
judeus e forçou outros a deixarem a sua terra – êxodo denominado diáspora. 
Nessa ocasião, o Império Romano mudou o nome da região de Terra de Israel 
para Palestina. Alguns judeus permaneceram na região, outros só retornaram 
nos séculos XIX e XX. No século VII, a Palestina foi invadida pelos árabes 
muçulmanos. 
Após a derrota do Império Otomano na 1ª Guerra Mundial, a Palestina ficou 
sob o domínio dos ingleses, que se comprometeram a ajudar na construção 
de um estado livre e independente para os judeus. 
Os britânicos permitiram que os judeus comprassem terras na Palestina, e 
essa maciça migração recebeu o nome de Sionismo, fazendo referência à 
Colina de Sion, em Jerusalém. 
No entanto, as áreas de assentamento de árabes e israelenses (dois grupos de 
características étnicas e religiosas bastante distintas) no mesmo território não 
foram delimitadas e os violentos conflitos tiveram início. 
Com a ascensão do nazismo, a constante perseguição aos judeus e o massacre 
deste povo nos campos de concentração durante a 2ª Guerra Mundial, o apoio 
da comunidade internacional à criação de um Estado judaico aumentou. 
Em 1947, a recém-criada ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu a 
divisão do território palestino entre judeus (ocupariam 57% das terras com 
seus 700 mil habitantes) e palestinos, que ocuparia o restante do território. O 
Estado de Israel foi proclamado no ano seguinte. 
Insatisfeitos, a Liga Árabe (Egito, Líbano, Jordânia, Síria e Iraque) invadiu 
Israel, em 1948, com o objetivo de reconquistar o território, iniciando 
a Guerra de Independência. 
Os israelenses saíram vitoriosos e aumentaram a ocupação da área para 75%. 
Nesse mesmo período, o Egito assumiu o controle da Faixa de Gaza e a 
Jordânia criou a Cisjordânia. 
Após a Guerra de 48, ainda vieram vários outros conflitos, como a Guerra de 
1956, a de 1967, a guerra de 1968-1970, a de 1973 e a guerra de 1982, além de 
diversos outros conflitos armados e Intifadas. 
A Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967, teve como consequência o controle 
por Israel dos territórios palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. 
A manutenção desse controle espacial pelos israelenses resultou na 
impossibilidade de acesso à nacionalidade jurídica por parte da população 
palestina ali existente, uma vez que esse estatuto não lhe foi concedido pelo 
Estado de Israel, nem existe um Estado palestino formalmente constituído 
para fazê-lo. 
Este é o quadro de assimetria de forças no embate territorial entre os dois 
povos: de um lado uma das mais sofisticadas e treinadas forças armadas do 
mundo, de outro uma população sem Estado próprio e com escassos meioseconômicos, já que seu espaço vital se encontra sob domínio de uma 
poderosa força de ocupação. 
A questão 58 1º 2018 pede para apontar um aspecto do conflito árabe-israelense 
relacionadas à manifestação artística apresentada. 
Razões do povo judeu 
O povo judeu baseia suas reivindicações por Israel em diversos fatores: 
1. A Terra de Israel foi prometida por Deus aos judeus. Esta é a antiga terra dos 
patriarcas e profetas bíblicos. Na Bíblia, inúmeras passagens citam Israel e 
Jerusalém como sagrados ao povo judeu e as principais orações judaicas 
falam sobre o retorno do povo à sua cidade sagrada. As orações judaicas são 
feitas em direção a Jerusalém. Durante as festas judaicas, as orações são 
encerradas recitando a frase “ano que vem em Jerusalém”. 
2. Desde que os judeus foram exilados pelos romanos, a Terra de Israel nunca 
foi estabelecida como um estado. A região foi colonizada por diversos 
impérios, mas nunca voltou a ser um estado soberano. Foram imigrantes 
judeus que desenvolveram a agricultura e construíram cidades para 
restabelecer um estado no seu lar histórico. 
3. O estado de Israel foi criado pelas Nações Unidas em 1947. É um estado 
democrático, moderno e soberano. 
4. Toda a Terra de Israel foi comprada pelos judeus ou conquistada por Israel 
em guerras de defesa, após o país ter sido atacado por seus vizinhos árabes. 
5. Os árabes controlam 99.9% do território no Oriente Médio. Israel representa 
apenas um décimo de 1 % da região. 
6. A história demonstrou que a segurança do povo judeu apenas pode ser 
garantida através da existência de um estado judeu forte e soberano. 
Razões do povo palestino 
O povo palestino baseia suas reivindicações em diversos fatores: 
1. Os árabes muçulmanos viveram no local por muitos anos. 
2. O povo palestino tem o direito à independência nacional e à soberania 
sobre a terra onde viveram. 
A questão 46 2º 2014 pergunta qual o povo e em que espaço vem sendo sonegado o direito à 
nacionalidade desde a década de 60. 
3. Jerusalém é a terceira cidade sagrada na religião muçulmana, local de 
elevação do profeta Maomé aos Céus. 
4. O Oriente Médio é dominado por árabes. Outras religiões ou nacionalidades 
não pertencem à região. 
5. Todos os territórios árabes que foram colonizados tornaram-se estados 
completamente independentes, exceto a Palestina. 
6. Os palestinos tornaram-se refugiados. Outros países árabes nunca os 
aceitaram completamente e eles vivem frequentemente em campos para 
refugiados tomados pela pobreza. 
Os movimentos separatistas podem ter cunho político, étnico ou 
racial, religioso ou social. Em sua maioria, trata-se de colônias ou territórios 
pequenos que se sentem desvalorizados pelos governos principais de seus 
países e buscam na independência uma forma de valorizar e garantis mais 
direitos e investimentos à sua população. 
A Europa é o continente que mais vivencia essa situação de “desejo de 
independência”. Tal situação preocupa a União Europeia, que teme que caso 
um grupo separatista ganhe a causa provoque um efeito cascata nos demais 
movimentos. 
Quando uma região ou território se torna independente mudam-se fronteiras, 
alianças, relações econômicas e blocos, e os “novos” países têm que iniciar 
uma série de reformas, criando instituições próprias como Banco Central, 
Forças Armadas, entre outras, e o “novo” país precisa ser reconhecido por 
outros países. 
Conheça os principais territórios e países que, atualmente, desejam a 
separação ou ainda buscam o reconhecimento de sua independência, e os 
objetivos de cada um. 
Reino Unido 
O Reino Unido é um país europeu formado por Inglaterra, Escócia, País de 
Gales e Irlanda do Norte. Sua capital é Londres, a mesma da Inglaterra, o que 
já aponta uma liderança desse país no bloco. Essa liderança, enxergada como 
favorecimento por uns, é um dos motivos do surgimento de movimentos 
separatistas nos demais países. 
Escócia: Em 2014, a Escócia realizou um plebiscito para se tornar 
independente em relação ao Reino Unido. Em um dia histórico, 53% dos 3,6 
milhões de eleitores votaram pelo “não”. 
Os partidários da independência, liderados pelo SNP (Partido Nacional 
Escocês), maioria no parlamento, buscam mais liberdade constitucional e 
autonomia fiscal, o que, segundo os críticos, estão centralizadas demais na 
Inglaterra. Outro objetivo é criar um fundo de reserva com o valor obtido na 
exploração de petróleo do Mar do Norte, cerca de £1 bilhão, ou US$ 1,6 bi, de 
acordo com os cálculos da ala favorável à separação. 
País de Gales: Também deseja se separar do Reino Unido. Em um referendo 
em 2011, 63,49% dos eleitores votaram a favor da atribuição de maiores 
poderes à Assembleia Nacional de Gales. O partido Plaid Cymru é um dos 
principais promotores da ideia de separação. O objetivo da campanha é 
construir um Estado Nacional Autônomo. 
Irlanda do Norte: existe um longo conflito que envolve as divergências entre 
dois grupos de residentes da Irlanda do Norte. 
De um lado, estão aqueles historicamente ligados à Grã-Bretanha, que 
construíram sua identidade nacional em torno dos vínculos com a Coroa 
britânica, mas que há séculos vivem nessa ilha irlandesa. 
Do outro, estão os irlandeses católicos, cuja identidade nacional difere da 
britânica. Em sua maioria, estes desejam a integração do país à República da 
Irlanda. 
Os irlandeses devem realizar um plebiscito sobre a independência em relação 
ao Reino Unido em até quatro anos. Em 1921, após a guerra de independência 
irlandesa contra o Reino Unido, Londres assinou uma trégua com Dublin e, 
dois anos depois, fundou o Estado Livre Irlandês. 
Nesse processo, o governo britânico ficou com seis dos nove condados que 
compõem a região do Ulster, província irlandesa. O objetivo da independência 
é juntar esses seis territórios à República da Irlanda. A independência é 
também uma das principais bandeiras do IRA (Exército Republicano Irlandês). 
A questão 57 1º 2014 pede para apontar uma explicação das origens estruturais de do 
conflito entre Irlanda do Norte e Reino Unido. 
Espanha 
O país convive há anos com os desejos de independência dos catalães e 
bascos, motivados, principalmente, pelo desejo de manter suas tradições 
culturais. 
Catalunha: O movimento de independência catalão é antigo. A Catalunha se 
considera um território a parte. É uma comunidade autônoma, tem 
autossuficiência legislativa e competências executivas, além de ter o próprio 
idioma, o catalão. 
Com a independência querem mais autonomia e o fortalecimento da sua 
cultura. Caso isso ocorra, Barcelona, uma das principais cidades turísticas da 
Espanha, se tornará a capital do novo país. 
País Basco: Localizado no norte da Espanha, a oeste da França, busca 
separação desde 1959, quando nasceu o grupo separatista ETA (sigla para 
“País Basco e Liberdade”). 
O grupo propagou pela luta armada o desejo de independência, o que o fez 
ser considerado uma organização terrorista pela União Europeia e EUA. 
Em 2011, o ETA anunciou o fim da luta armada, mas segue em busca da 
separação. Com língua própria e um Parlamento desde 1980, os bascos ainda 
não têm território. 
Embora a região tenha autonomia desde a constituição espanhola de 1978, os 
separatistas querem que Espanha e França reconheçam a independência do 
País Basco que compreende os territórios de Álava, Guipúzcoa, Vizcaya, 
Navarra e Baixa Navarra, Lapurdi e Zuberoa, esses três últimos, territórios do 
País Basco Francês. 
ex-URSS 
Muitos movimentos separatistas que existem hoje na área da antiga União 
Soviética (composta pelos países Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Transcaucásia, 
Estônia, Lituânia, Letônia, Moldávia,Geórgia, Armênia, Azerbaijão, 
Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguizão e Tadjiquistão) ainda 
remontam da época do final do país, em 1991, que deu à região uma nova 
configuração, com novos países. Muitos territórios ainda brigam pelo 
reconhecimento de sua independência. 
Ossétia do Sul (Geórgia): Com o fim da URSS essa área foi entregue à 
Geórgia. A partir daí, uma série de conflitos ocorreu entre russos e georgianos 
pelo controle da região. 
A Ossétia do Sul declarou independência em 2008, reconhecida apenas por 
Rússia, Venezuela, Nicarágua, Nauru e Tuvalu. EUA, UE (União Europeia) e 
ONU não reconhecem a separação. 
Os ossetianos do sul querem se juntar à Ossétia do Norte, uma república 
autônoma dentro da federação russa. A independência valorizaria mais a 
tradição dos ossetianos, que têm identidade e cultura diferentes dos 
georgianos e uma língua própria. 
Abecásia (Geórgia): A Abecásia se considera um Estado independente desde 
a derrota das forças georgianas na guerra de 1992-1993. No entanto, sua 
independência não foi reconhecida pela ONU. 
Nagorno-Karabakh (Azerbaijão): Em Nagorno-Karabakh a maioria da 
população é armênia. O território declarou sua independência em relação ao 
Azerbaijão, mas esta não foi reconhecida por nenhum país. O desejo dos 
separatistas é unir-se ao território da Armênia. 
Transdnístria (Moldávia): Localizada na fronteira da Ucrânia com a 
Moldávia, a região do Leste Europeu declarou independência do governo 
moldávio em 1990. 
Moscou, apesar de não reconhecer a independência deu apoio econômico e 
político. Em um referendo de 2006, a região reiterou sua vontade de se 
separar e de uma eventual anexação à Rússia – quase metade da população é 
de etnia russa. 
A Transdnístria tem sua própria moeda, Constituição, Parlamento e bandeira, 
mas quer ser reconhecida como um Estado independente e a anexação à 
Rússia. 
Outras partes da Europa 
Flanders (Bélgica): Com uma população de 6,4 milhões de habitantes, 
Flandres busca sua independência completa da Bélgica. 
A causa é defendida por partidos da ala conservadora, como o Vlaams Belang. 
A crise econômica que abala o país desde 2009 ajudou esses partidos a 
reforçarem a necessidade da separação. 
O objetivo é instituir a República de Flandres, que seria composta pelas 
regiões de Flandres, Bruxelas e Valônia. 
Ilha de Córsega (França): Na terra natal de Napoleão Bonaparte a vontade 
de tornar-se um território independente existe desde 1976. 
Quem mais difunde esse ideal é a FLNC (Frente de Libertação Nacional da 
Córsega), movimento político nacionalista e de luta armada. Os moradores da 
ilha tem seu próprio idioma e se referem ao resto da França como 
“continente”. 
Em 2013 o FLNC reiterou que continuará sua luta pela separação. Os 
nacionalistas querem mais autonomia em relação à França, que consideram 
enxergar a ilha apenas como reduto turístico e de exploração imobiliária. 
Padania (Itália): A unificação da Itália na segunda metade do século 19 não 
eliminou as diferenças regionais de seus territórios. Desde 1991 a Liga Norte 
(Lega Nord), grupo criado pelo político Umberto Bossi, defende a separação 
de uma área da região norte chamada de ‘Padania’. 
Para o grupo, a região sul atrapalharia o progresso no norte do país. De 
acordo com a proposta, a Padania seria constituída por onze regiões da atual 
Itália (Lombardia, Veneto, Piemonte, Emilia-Romagna, Ligúria, Friuli, Trentina, 
o vale de Aosta, Úmbria, Marcas e Toscana), com uma população de 34 
milhões de pessoas. 
Kosovo (Sérvia): Declarou sua independência da Sérvia em 2008, é 
reconhecido por vários países, mas não é membro da ONU. 
Sérvia, Rússia, China e outros países também não reconhecem a separação. 
Por esse motivo, sua independência não é tida como bem-sucedida. 
A separação visa preservar e garantir direitos e liberdades para a majoritária 
população albanesa do Kosovo, que não era vista com bons olhos pelo 
governo sérvio, que operou várias ofensivas militares contra o território. 
Outras partes do mundo 
Quebéc (Canadá): O movimento de independência é liderado pelo PQ (Parti 
Québécois). No entanto, contra eles pesam os resultados de dois referendos 
sobre a questão, um em 1980 e outro em 1995, onde o “não” saiu vitorioso. 
Mesmo assim, o PQ quer convocar um terceiro referendo. A principal 
motivação é cultural. A maioria da população da província do Quebéc 
descende de franceses – o que faz do francês a língua principal -, ao contrário 
das outras províncias, onde a maioria descende de ingleses ou escoceses. 
A forte influência francesa tornaria a província sensivelmente diferente do 
resto do país. Os separatistas consideram ainda que a província não é 
beneficiada economicamente pelo governo canadense. 
Tibete (China): O Tibete manteve o status de país independente entre 1911 e 
1950. A situação mudou com a chegada de Mao Tsé-tung ao poder. 
Em 1963, a região foi nomeada Região Autônoma e hoje tem um governo 
apoiado pela China, que não abre mão de controlar o território. 
Os que defendem a independência consideram que a região está em atraso 
em relação às demais províncias costeiras chinesas, embora a China alegue 
ter levado progresso e benefícios materiais ao Tibete. 
Além disso, a população local enfrenta uma forte concorrência por emprego 
com os chineses e veem na ‘dura’ política chinesa uma ameaça às tradições 
religiosas e a liberdade. 
República Turca do Chipre do Norte (Chipre): Parte do território da ilha 
de Chipre que se considera independente desde 1983 e vive de acordo com as 
próprias leis sem, no entanto, ter sua independência reconhecida pela 
comunidade internacional. 
A região foi invadida pela Turquia em 1974 após um golpe militar greco-
cipriota. A independência é reconhecida apenas pela Turquia, o que 
impossibilita a entrada do país na União Europeia, grupo do qual o Chipre faz 
parte. 
Curdistão (Iraque): Considerada a área mais estável do Oriente Médio, o 
Curdistão iraquiano já é uma região autônoma, mas ainda busca sua plena 
independência. 
Além do Iraque, a área do Curdistão se distribui pela Turquia, Irã, Síria, 
Armênia e Azerbaijão. Os curdos são um grupo étnico com sua própria língua e 
cultura, diferentes das populações árabe, persa e turca predominantes na 
região. 
As diferenças culturais, a estabilidade econômica (a área é rica em petróleo) e 
a visão não tão radical da religião motiva os curdos iraquianos a desejarem a 
independência.

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