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BLOCO I – Habilidades Clínicas e Atitudes Médicas II DISCUSSÃO 01: Anamneses e exame físico geral Estudante: Maurício Novais Bastos/ Telefone: (73) 8199-8580 1. O que é a semiologia clínica? E propedêutica? O que difere entre elas? 2. Qual a importância do diagnóstico clínico? 3. O que significa anamnese? Anamnese (aná = trazer de novo; mnesis = memória) significa trazer de volta à mente todos os fatos relacionados com a doença e o paciente. É de extrema importância e insubstituível para medicina por 2 motivos: primeiro, porque desenvolve a relação médico-paciente; segundo, porque permite a boa e necessária utilização de tecnologias. De forma geral, é instrumento para a triagem de sintomas anormais, problemas de saúde e preocupações, e registra as maneiras como a pessoa responde a essas situações, abrindo espaço para a promoção da saúde, além de, ser o fator isolado mais importante para se chegar a um diagnóstico. 4. Como obter uma anamnese? Através da entrevista e o instrumento usado é a palavra falada. Em condições especiais, pacientes surdos ou com dificuldades de sonorização, a anamnese é obtida por meio da Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS), da palavra escrita ou mediante tradutor. Ela pode ser obtida conduzida de 3 maneiras: • Espontânea: médico limita-se a ouvir o paciente sem nenhuma interferência; • Dirigida: médico conduz a entrevista por meio de um esquema em mente, tornando-a mais objetiva; • Espontânea e dirigida posteriormente: união das duas maneiras já descritas. 5. Quais os objetivos da anamnese? Os principais objetivos são: • Estabelecer o relacionamento médico-paciente; • Conhecer os determinantes epidemiológicos do paciente que influencia o seu processo saúde-doença; • Avaliar os sintomas de cada sistema corporal; • Fazer a historia clínica registrando o problema atual de saúde do paciente; • Desenvolver práticas de promoção da saúde; • Conhecer os hábitos de vida do paciente, suas condições socioeconômicas e culturais; • Avaliar o estado de saúde passado e presente do paciente, conhecendo os fatores pessoais, familiares e ambientais que influenciam seu processo saúde-doença. 6. Qual a importância da relação médico-paciente? A importância é que a relação médico-paciente permite o aprendizado da técnica de fazer anamnese e o reconhecimento dos processos psicodinâmicos envolvidos entre eles, além disso, esse relacionamento possibilita que o lado humano do estudante venha à tona. 7. O que fazer para criar uma boa relação médico-paciente? O médico deve estar interessado no que o paciente tem a dizer, demonstrar compreensão e desejo de ser útil àquela pessoa. 8. Quais as dimensões do diagnóstico clínico? 9. O que é saúde? O que é doença? O que é síndrome? 10. Como a anamnese auxilia o exame físico? 11. Como avaliar a solicitação de exames complementares baseada na anamnese? 12. É possível avaliar tratamentos anteriores na coleta da anamnese? 13. Quais as limitações da anamnese? A anamnese torna-se limitada quando os pacientes são novos, buscam assistência por razão específica ou por condições crônicas. Além disso, existem limitações quando o paciente é desafiador, calado, confuso, incapaz ou incompetente, prolixo, chorão, zangado ou agressivo, estrangeiro, deficiente auditivo e/ou visual, retardo mental, sedutor e problemático. 14. Como contornar estas limitações específicas? Em caso de pacientes novos deve ser feita uma anamnese abrangente. Em pacientes que buscam assistência por razão específica, é necessário uma anamnese mais limitada e focalizada no problema do paciente. 15. Como as situações seguintes influenciam a coleta anamnese? a. Condições ambientais: ambientes tranqüilos, iluminadas e com temperatura adequada, melhoram a comunicação. b. Condições clínica do paciente: 16. Quais os componentes da anamnese? Os principais componentes são: • Identificação: perfil sociodemográfico que possibilita a interpretação dos dados individuais e coletivos do paciente; • Queixa principal: motivo da consulta (sintomas ou problemas); • História de doença atual (HDA): registro cronológico e detalhado da doença atual; • Interrogatório sintomatológico (IS): avaliar sintomas de cada sistema, complementar a HDA; • Antecedentes pessoais e familiares: avaliar o estado de saúde passado e presente, conhecendo os fatores que influenciaram o desenvolvimento da doença; • Hábitos de vida: documentar sobre prática de exercícios, história ocupacional, uso de tabaco, consumo de alimentos, bebidas alcoólicas, drogas e outras substâncias; • Condições socioeconômicas e culturais: avaliar as condições habitacionais, financeiras, atividades de lazer, filiação religiosa, bem como a escolaridade. 17. Quais os componentes da identificação de um paciente? Os elementos são: • Nome: identificação correta do paciente e evita o uso do número do leito ou outras expressões para referir ao doente; • Idade: cada grupo etário tem sua própria doença, exemplo: doenças próprias da infância; • Sexo/gênero: há doenças que só atingem um gênero, como a hemofilia que só aparece em homens, mas é transmitida pelas mulheres. • Cor/etnia: é preferível utilizar cor branca (mais predisposta ao câncer de pele), parda ou preta (mais predisposta à anemia falciforme e hipertensão arterial); • Estado civil: útil quando há aspectos periciais ou médicos-trabalhistas envolvidos; • Profissão e local de trabalho: há doenças causadas por acidentes e o ambiente de trabalho, como: pessoas que trabalham em pedreiras ou minas têm chances de desenvolver pneumoconiose. É necessário identificar a ocupação atual e as ocupações anteriores; • Naturalidade: local de nascimento do paciente; • Procedência: residência anterior ou última cidade visitada pelo paciente; • Residência: endereço do paciente, importante para identificação de doenças endêmicas, como: a malária atinge mais a região norte; • Nome da mãe: diferencia os pacientes homônimos; • Nome do responsável, cuidador e/ou acompanhante: identificado como corresponsável ético no processo de tratamento do paciente; • Religião: importante no planejamento terapêutico, pois há proibição à hemotransfusão em testemunhas de Jeová e o não uso de carnes pelos fiéis da Igreja Adventista; • Filiação a órgãos/instituições previdenciárias e planos de saúde: facilita o encaminhamento para exames e o não onera do paciente. 18. Qual a importância da identificação do paciente? É importante porque promove o início do relacionamento médico-paciente, apresenta o perfil sociodemográfico do paciente e permite a interpretação de dados individuais e coletivos. Também é necessário para confecção de arquivos com dados presentes na instituição. 19. Como se colhe a queixa principal e duração? Deve-se perguntar o que levou o paciente a procurar atendimento médico ou o que mais o incomoda no momento. Nem sempre ele falará a queixa principal de primeira, é preciso clareza na pergunta. Caso ele diga um termo científico, peça para que ele descreva em palavras corriqueiras, pois nem sempre há uma correspondência entre a nomenclatura leiga e o significado exato do termo científico. 20. Como anotar a queixa e duração? Deve-se anotar entre aspas para indicar as próprias palavras do paciente. 21. Qual a importância desse item (queixa principal)? É importante porque visa compreender o motivo que levou o paciente a procurar o médico. 22. O que é a história da moléstia ou doença atual (HDA ou HMA)? Como colhê- la? AHDA é um registro cronológico e detalhado do motivo que levou o paciente a procurar a assistência médica. Elas podem ser simples e curta e facilmente coletadas ou o inverso. Ela é colhida através dos seguintes passos: • Deixe que o paciente fale sobre sua doença; • Determine o sintoma-guia; • Descreva o sintoma-guia com suas características, analise-o, use-o como fio condutor da história e estabeleça as relações das outras queixas com ele em ordem cronológica; • Verifique se a história obtida tem começo meio e fim; • Não induza respostas; • Apure evolução, exames e tratamentos realizados em relação à doença atual; • Leia a história para o paciente, afim de que ele possa confirmar, corrigir ou acrescentar algum dado relatado. 23. Quais os itens principais da HDA? Os itens principais são o sintoma-guia, o início do sintoma, a evolução do sintoma e as outras queixas. 24. Quais as características semiológicas importantes a serem questionadas na HDA? Deve-se questionar o sintoma-guia por meio da queixa de mais longa duração, do sintoma mais salientado pelo paciente ou do começo do relato da “queixa principal”. Além disso, deve-se saber sobre o início do sintoma (mais fácil em doenças recente e mais difícil em doenças de longa duração), associando com eventos que nunca se esquecem (casamento, batismo, acidentes, mudanças), caso o paciente tenha dificuldade. Deve-se investigar a evolução do sintoma correlacionando com outras queixas. Por fim, todos esses questionamentos devem estar organizados com início, meio e fim, utilizando o sintoma-guia como fio condutor ou espinha dorsal. 25. Quais os elementos que compõem a análise de qualquer sintoma? Os elementos são: início, características do sintoma, fatores de melhora o piora, relação com outras queixas, evolução e situação atual. 26. Como investigar doenças preexistentes e medicações em uso? 27. Qual tema de tópico de extrema importância quanto ao estado geral do paciente. Quais sintomas são aqui investigados? 28. O que é ISDA? Qual a sua função? É o Interrogatório Sintomatológico da Doença Atual que visa documentar a existência ou ausência de sintomas comuns relacionados com cada um dos principais sistemas corporais, complementando a HDA. Pode ser chamado de anamnese especial ou revisão dos sistemas. As principais funções são a promoção à saúde através de orientações para prevenir doenças, a possibilidade de reconhecer enfermidades que não foram relatadas na HDA e de surgir uma suspeita diagnóstica mais importante, como por exemplo: um paciente procura o médico por causa de impotência sexual e acaba descobrindo diabetes melito. 29. Quais os aparelhos e sistemas a serem investigados no ISDA? • Sintomas gerais: febre, astenia (sensação de fraqueza), alterações do peso, sudorese, calafrios, cãibras. • Pele e fâneros (cabelos e pelos): alterações da pele e fâneros. Pode-se fazer a promoção da saúde, como: indicar mais exposição ao sol com uso de protetor. • Cabeça e pescoço: ❖ Crânio, face e pescoço: dor, alterações do pescoço. ❖ Olhos: dor ocular e cefaléia, sensação de corpo estranho, prurido (coceira), queimação ou ardência, lacrimejamento, sensação de olho seco, xantopsia (visão amarelada), iantopsia (visão violeta), doropsia (visão verde), diminuição ou perda da visão, diplopia (visão dupla), fotofobia (hipersensibilidade à luz), nistagmo (movimento repetitivos rítmicos), escotomas (manchas ou pontos na visão), secreção, vermelhidão, alucinações visuais. Pode-se fazer a promoção da saúde, como: indicar o uso óculos. ❖ Ouvidos: dor, otorreia (saída de líquido pelo ouvido), otorragia (hemorragia no ouvido), transtornos da acuidade auditiva, zumbidos (sons de campainha, grilos, apito, chiado), vertigem e tontura. Pode-se fazer promoção da saúde, como: indicar uso de EPI, cotonetes e aparelhos auditivos. ❖ Nariz e cavidades paranasais: prurido, dor, espirros, obstrução nasal, corrimento nasal, epistaxe (hemorragia nasal), dispnéia, diminuição ou aumento do olfato, cacosmia (sentir mau cheiro sem razão para tal), parosmia (perversão do olfato) e alterações da fonação. ❖ Cavidade bucal e anexos: alterações do apetite (polifagia, anorexia, geofagia), sialose (saliva em excesso), halitose, dor, ulcerações/sangramentos. Pode-se fazer promoção da saúde, como: indicar a escovação dos dentes e língua. ❖ Faringe: dor de garganta, dispnéia, disfagia, tosse, halitose, pigarro (raspar a garganta) e ronco. ❖ Laringe: dor, dispnéia, alterações da voz, tosse, disfagia, pigarro. Pode–se fazer a promoção da saúde, como: indicar mais cuidado com a voz (gargarejos). ❖ Tireóide e paratireóides: dor, nódulo, bócio, rouquidão, dispnéia, disfagia. ❖ Vasos e linfonodos: dor, adenomegalias, pulsações e turgência jugular. • Tórax: ❖ Parede torácica: dor, alterações da forma do tórax, dispnéia. ❖ Mamas: dor, nódulos, secreção mamilar. Pode-se fazer a promoção da saúde, como: indicar o autoexame mamário, ultrassonografia. ❖ Traquéia, brônquios, pulmões e pleuras: dor, tosse, expectoração (volume, cor, ordor, aspecto e consistência), hemoptise (eliminação de sangue pela boca), vômica (eliminação de pus através da glote), dispnéia, chieira (ruído sibilante), cornagem, (ruído grave devido a passagem de ar), estridor (respiração ruidose), tiragem (aumento da retração dos espaços intercostais). ❖ Diafragma e mediastino: dor, soluço, dispnéia, sintomas de compressão. Pode- se fazer a promoção da saúde, como: indicar a não exposição a alergênicos. ❖ Coração e grandes vasos: dor, palpitações, dispnéia, intolerância aos esforços, tosse e expectoração, chieira (dispnéia e tosse), hemoptise, desmaio e sincope, alterações do sono, cianose, edema, astenia, posição de cócoras. Pode-se fazer a promoção da saúde, como: indicar a não exposição a fatores estressantes. ❖ Esôfago: disfagia (dificuldade à deglutição), odinofagia (dor durante a deglutição), dor, pirose (queimação), regurgitação (volta do alimento à cavidade vucal), eructação (relação entre alterações emocionais e a alimentação), soluço, hematêmese (vômito de sangue), sialose (saliva excessiva). • Abdome: ❖ Parede abdominal: dor, alterações da forma e do volume. ❖ Estômago: dor, náuseas e vômitos, dispepsia (desconforto epigástrico, empanzinamento), pirose (queimação). ❖ Intestino delgado: diarréia, esteatorreia (aumento de gorduras excretadas nas fezes), dor, distensão abdominal, flatulência e dispepsia, hemorragia digestiva. ❖ Cólon, reto e ânus: dor, diarreia, obstipação intestinal, sangramento anal, prurido, distensão abdominal, náuseas e vômitos. ❖ Fígado e vias biliares: dor e icterícia. ❖ Pâncreas: dor, icterícia, diarréia, estatorreia, náuseas e vômitos. Pode indicar o uso de antiácidos e laxantes. • Sistema geniturinário: ❖ Rins e vias urinárias: dor, alterações miccionais, do volume, cor e cheiro da urina, edema e febre. ❖ Órgãos genitais masculinos: lesões penianas, nódulos nos testículos, distúrbios miccionais, dor, priapismo (ereção persistente), hemospermia (sangue no esperma), corrimento uretral, disfunções sexuais. Pode indicar o autoexame testicular e uso de preservativos. ❖ Órgãos genitais femininos: ciclo menstrual e seus distúrbios, hemorragias, corrimento, prurido, disfunções sexuais, menopausa e climatério, alterações endócrinas. Pode indicar o papanicolaou e exame ginecológico. • Sistema hemolinfopoético: astenia, hemorragias, adenomegalias, febre, esplenomegalia, hepatomegalia, dor, icterícia (cor das fezes e urina), manifestações cutâneas. • Sistema endócrino: ❖ Hipotálamo e hipófise:alterações do desenvolvimento físico (nanismo, gigantismo, acromegalia), alterações do desenvolvimento sexual e da visão. ❖ Tireóide: alterações locais (dor, nódulo, bócio), manifestações de hiperfunção (taquicardia, sudorese, perda de peso, insônia) e de hipofunção (bradicardia, diminuição da sudorese, ganho de peso, sonolência). ❖ Paratireóides: manifestações de hiperfunção e hipofunção. ❖ Suprarrenais: manifestação de hiperprodução (aumento de peso, fácies de lua chia) ou diminuição (anorexia, astenia, hipotensão) de glicocorticóides, aumento da produção de meneralocorticoides, esteróides sexuais e catecolaminas. ❖ Gônodas: alterações locais. • Coluna vertebral, ossos, articulações e extremidades: ❖ Coluna vertebral: dor e rigidez pós-repouso. ❖ Ossos: dor e deformidades ósseas. ❖ Articulações: dor, rigidez pós-repouso, sinais inflmatórios (edema, calor, rubor, dor e perda de função), manifestações sistêmicas (febre, astenia) ❖ Bursas e tendões: dor e limitação de movimento. • Músculos: fraqueza muscular, dificuldade para andar, atrofia muscular, dor, câimbras e espasmos musculares. • Artérias, veias, linfáticos e microcirculação: ❖ Artérias: dor, alterações da cor, temperatura e tróficas (atrofias, queda de pelos, ulcerações) da pele, edema. ❖ Veias: dor, edema, alterações tróficas. ❖ Linfáticos: dor e edema. ❖ Microcirculação: alterações da coloração, temperatura e sensibilidade da pele. Pode indicar cuidados com a postura e práticas de exercícios. • Sistema nervoso: dor de cabeça, tontura e vertigem, convulsões, amnésia, distúrbios visuais, auditivos, da consciência, da marcha, do sono, esficterianos. Pode indicar o uso de andadores e bengalas. • Exame psíquico e avaliação das condições emocionais: consciência, atenção, orientação, pensamento, memória, inteligência, vontade, psicomotricidade, afetividade, comportamento. 30. O que se questiona ao paciente durante o interrogatório? De que forma? Respondido na questão 39. 31. Como você se posiciona para fazer perguntas consideradas “tabus” por alguns pacientes? 32. Existe uma fórmula “única” para questionar todos os pacientes? Quais as principais diferenças que você imagina existirem? 33. Como descrever o interrogatório? 34. E no ISDA você deve repetir alguns dados já colhidos na HDA (sim ou não)? Por quê? 35. Quais outros componentes da entrevista clínica ainda necessitam ser abordados? Qual a importância de cada um deles? Os outros componentes são os antecedentes pessoas e familiares, os hábitos e estilo de vida e as condições socioeconômicas e culturais. 36. Quais são os tópicos a serem explorados nos hábitos de vida do paciente? Como você deve abordá-los? Os tópicos a serem abordados são: • Alimentação: avalia o estado nutricional do paciente (anamnese alimentar), deve-se questionar o tipo, a qualidade e a quantidade de alimentos, principalmente à base de carboidratos, proteínas, gorduras, fibras, bem como água e outros líquidos. • Ocupação atual e ocupações anteriores: avalia a história ocupacional do paciente, deve-se questionar sobre a natureza do trabalho desempenhado, as substâncias e equipamentos utilizados e entre outros. • Atividades físicas: avalia o tipo de vida no que concerne à execução de exercícios físicos, deve-se questionar qual tipo de exercício físico realiza, a freqüência, a duração e o tempo que pratica. • Hábitos: investiga o uso de tabaco (tipo, quantidade, freqüência, duração do vício e abstinência), bebidas alcoólicas (tipo, quantidade, freqüência, duração do vício e abstinência), anabolizantes, anfetaminas e drogas ilícitas. 37. Quais são os tipos de dor que existem? Os tipos de dor são: • Dor somática superficial: localizada, se apresenta de maneira distinta (picada, pontada, rasgando, queimor), decorrente de trauma, queimadura e processo inflamatório. • Dor somática profunda: difusa, localização imprecisa, profunda, decorrente de estiramento muscular, contusão, ruptura tendinosa, artrite e artrose. • Dor visceral: profunda, difusa, localização próximo ao órgão que a origina, decorrente pelo comprometimento da própria víscera, comprometimento secundário do peritôneo ou pleura parietal, irritação do diafragma ou do nervo frênico e reflexo viscerocutâneo. • Dor referida: sensação dolorosa superficial, decorrentes de impulsos dolorosos provenientes das estruturas profundas que são interpretados pelo cérebro como oriundos do tegumento e o paciente apontaria a dor neste local. • Dor irradiada: sentida a distância de sua origem, ocorre em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou em um nervo cuja estimulação nóxica é responsável pela dor. • Dor aguda e crônica: a dor aguda tem função de alerta, desaparece com a remoção do fator causal, já a dor crônica tem a função está associada à lesão do sistema nervoso ou doenças crônicas, não tem função de alerta e gera grande estresse, sofrimento e perda na qualidade de vida. 38. Quais são as características semiológicas da dor? As 10 características semiológicas da dor são: • Localização: onde o paciente sente a dor. • Irradiação: segue o trajeto de uma raiz nervosa ou nervo conhecido. • Qualidade ou caráter: a sensação e a emoção que a dor causa no paciente, podem ser: espontânea (constante ou intermitente), evocada (surge com uma provocação), alodínea (dolorosa com a provocação tátil), hiperpatia (dolorosa com a provocação nóxica), hiperalgesia primária ou secundária (dor intensa por estímulos leves). • Intensidade: utilizam-se escalas com expressões (sem dor, dor leve, dor moderada, dor intensa, dor muito intensa, pior dor impossível), escalas numéricas ou faciais para medir a intensidade. • Duração: data do início da dor. • Evolução: maneira de como a dor evoluiu desde o inicio até a anamnese. • Relação com funções orgânicas: relação com a localização da dor e os órgãos e estruturas situados na mesma área. • Fatores desencadeantes ou agravantes: podem ser alimentos ácidos e picantes, barulho, luminosidade, bebida alcoólica, esforço físico, menstruação. • Fatores atenuantes: aliviam a dor, podem ser: postura, distração, medicamentos (analgésicos, anti-inflamatórios). • Manifestações concomitantes: eventos que acompanham a dor, como: sudorese, taquicardia, palidez, mal-estar, náuseas e vômitos.
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