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Apostila Toxicologia Higiene Industrial

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APOSTILA DE
TOXICOLOGIA E HIGIENE INDUSTRIAL
1
Autor: Maria Olívia Argueso Mengod, Engenheira Química, Bacharelado e 
Licenciatura em Química pelas Faculdades Oswaldo Cruz, Mestre em 
Eletroquímica pelo Instituto de Química da USP, Doutora em 
Saneamento Ambiental pela Escola Politécnica da USP, Professora de 
Físico-Química para os cursos de Engenharia Química, Engenharia 
Ambiental e Farmácia das Faculdades Oswaldo Cruz e Professora de 
Físico-Química e Toxicologia e Higiene Industrial para o curso de 
Gerenciamento de Resíduos Industriais do Centro de Educação 
Tecnológica Oswaldo Cruz.
2
ÍNDICE
1a PARTE: CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE TOXICOLOGIA E HIGIENE 
 INDUSTRIAL
1. Introdução.........................................................................................................................3
2.1 Toxicologia ocupacional .................................................................................................4
2.2 Posições da toxicologia ocupacional na medicina do trabalho .......................................5
2.3 Tipos de interação entre os agentes tóxicos ..................................................................7
2.4 Agentes químicos no local de trabalho .......................................................................10
3. Toxicologia ambiental e ecotoxicologia ........................................................................11
3.1 Principais fontes de contaminantes do meio ambiente ................................................11
3.2 Poluentes atmosféricos .................................................................................................12
3.3 Classificação dos poluentes no ar ................................................................................12
3.4 Classificação das fontes emissoras ...............................................................................12
3.5 Efeitos tóxicos causados pelos poluentes do ar ............................................................13
3.6 Avaliação da poluição do ar .........................................................................................13
3.7 Padrões de qualidade nacionais e internacionais .........................................................13
3.8 Avaliação e controle da poluição do ar do estado de São Paulo ..................................15 
3.9 Estudo dos principais poluentes atmosféricos ..............................................................17
3.9.1 Compostos de enxofre (SOx) ................................................................................17
Efeito no homem.......................................................................................................17
Controle da poluição ..............................................................................................17
3.9.2 Material particulado (MP).........................................................................................18
Efeito no homem ...................................................................................................18
Controle da poluição ...............................................................................................18
3.9.3 Monóxido de carbono (CO) ....................................................................................19
Efeito no homem .....................................................................................................20
Controle da poluição ..............................................................................................20
3.9.4 Compostos nitrogenados (NOx) ...............................................................................20
Controle da poluição.................................................................................................20
3.9.5 Hidrocarbonetos (HC)...............................................................................................20
 Efeito no homem ....................................................................................................21
Controle da poluição ................................................................................................21 
3.10 Fenômenos atmosféricos e a poluição do ar ..............................................................21
3.10.1 Chuva ácida .............................................................................................................22
3.10.2 Inversão térmica ......................................................................................................22
3.10.3 “Smog” ....................................................................................................................22
3.10.4 Efeito estufa ............................................................................................................23
3.10.5 Redução da camada de ozônio ................................................................................23
4. Poluição sonora ..............................................................................................................26
5.1 Agentes tóxicos e intoxicação ........................................................................................30
5.1.1 Toxicidade ..................................................................................................................31
5.1.2 Classificação das substâncias quanto a toxicidade .....................................................32
5.1.3 Dose, efeito e resposta ................................................................................................32
5.1.4 Efeitos tóxicos produzidos por exposições a curto e longo prazo ..............................33
5.1.5 Curvas dose-efeito, e dose-resposta ...........................................................................33
3
5.1.6 Risco e segurança ........................................................................................................34
5.1.7 Classificação dos agentes tóxicos ...............................................................................34
5.1.8 Classificação quanto as características físicas ............................................................34
5.1.9 Classificação quanto as características químicas ......................................................35
5.1.10 Classificação quanto ao tipo de ação tóxica ............................................................35
5.1.11 Classificação quanto à ação tóxica dos agentes químicos de interesse em Toxicologia 
 ocupacional .............................................................................................................36
 Irritantes ...................................................................................................................36
 Asfixiantes ...............................................................................................................37
 Anestésicos e narcóticos ........................................................................................37
 Sistêmicos ...............................................................................................................37
 Agentes neurotóxicos ...............................................................................................37
 Agentes com ação à nível sanguíneo ou sistema hematopoiético ............................37
 Carcinogênicos ........................................................................................................37
 Causadores de pneumoconiose ...............................................................................37 
Alergizantes...........................................................................................................................37
5.2 Intoxicações.....................................................................................................................385.2.1 Formas de intoxicação ................................................................................................38
6. Exposição e introdução de agentes químicos no organismo humano .............................40
6.1 Vias de introdução ..........................................................................................................40
 via respiratória................................................................................................................40
 via cutânea......................................................................................................................41
 via digestiva...................................................................................................................42
6.2 Substâncias químicas que atravessam o tecido cutâneo e atuam sobre os sistemas 
 orgânmicos ....................................................................................................................41
7. Fase Toxicocinética .........................................................................................................42
7.1 Absorção ......................................................................................................................42
 Fatores relacionados ao processo de absorção .............................................................42
7.2 Principais mecanismos de transporte..............................................................................44
7.2.1 Difusão simples ou passiva..........................................................................................44
7.2.2 Filtração.......................................................................................................................44
7.2.3 Transporte especial ......................................................................................................44
7.2.4 Pinocitose e fagocitose.................................................................................................44
7.3 Distribuição e acumulação..............................................................................................44
 Sítios de acumulação ....................................................................................................45
7.4 Biotransformação............................................................................................................45
7.5 Eliminação.......................................................................................................................46
8. Fase Toxicodinâmica ......................................................................................................47
 vias de exposição...............................................................................................................47
 distribuição........................................................................................................................47
 metabolosmo.....................................................................................................................48
 eliminação.........................................................................................................................48
9. Mecanismos de ação tóxica de alguns agentes ...............................................................48
 monóxido de carbono........................................................................................................48
 cianetos..............................................................................................................................48
 sulfeto de carbono ...........................................................................................................48
 anilina................................................................................................................................48
4
 chumbo..............................................................................................................................48
 arsênio...................................................................................................................................
49
 inseticidas organofosforados.............................................................................................49
10. Limites de exposição no ambiente de trabalho .............................................................49
10.1 Limites de tolerância: finalidades, restrições e dificuldades na sua aplicação ............50
10.2 Métodos utilizados para estabelecer limites de exposição ..........................................51
10.3 Requisitos mínimos.......................................................................................................51
10.4 Estudos preliminares.....................................................................................................51
10.5 Experimentos com animais...........................................................................................51
10.6 Efeitos relativos à exposição.........................................................................................52
10.7 Observações com trabalhadores....................................................................................52
10.8 Pesquisa em voluntários................................................................................................52
10.9 Estudos epidemiológicos...............................................................................................53
10.10 Limites de exposição propostos e adotados por alguns países....................................53
10.11 Unidades utilizadas.....................................................................................................54
10.12 Limites de exposição adotados na URSS....................................................................54
10.13 Limites de exposição propostos nos EUA pela ACGIH.............................................54
10.14 Categorias TLV...........................................................................................................54
10.15 Limites de tolerância adotados no Brasil ..................................................................55
10.16 L:imites de exposição profissional recomendados por razões de saúde ....................55
10.17 Limites de tolerância biológica (LTBs)......................................................................56
10.18 Dificuldades existentes na utilização dos índices biológicos......................................56
10.19 Vantagens da utilização dos índices biológicos..........................................................57
2a PARTE: ESTUDOS DE CASO
1. Gases e vapores irritantes ...............................................................................................61
1.1 Irritantes primários..........................................................................................................63
1.1.1 Amônia......................................................................................................................63
Propriedades gerais, usos e fontes de exposição ......................................................63
Limites de tolerância para ambientes de trabalho.....................................................63
Toxicocinética...........................................................................................................63
Toxicodinâmica.........................................................................................................63
1.1.2 Ácido clorídrico........................................................................................................63
Os limites de tolerância para ambientes de trabalho ..............................................63
1.1.3 Ácido sulfúrico..........................................................................................................64
1.1.4 Dióxido de enxofre ......................................................................................................64Propriedades gerais, usos e fontes de exposição ......................................................64
Limites de tolerância para ambientes de trabalho.....................................................65
Toxicocinética...........................................................................................................65
 Toxicodinâmica.........................................................................................................65
1.1.5 Óxidos de nitrogênio....................................................................................................66
Propriedades gerais, usos e fontes de exposição ......................................................66
Toxicocinética...........................................................................................................67
 Toxicodinâmica.........................................................................................................67
1.2 Gases e vapores irritantes secundários ...........................................................................67
1.2.1 Sulfeto de hidrogênio (H2S) ....................................................................................67
5
Propriedades gerais, usos e fontes de exposição ......................................................67
Toxicocinética...........................................................................................................67
Toxicodinâmica.........................................................................................................68
1.2.2 Hidrogênio fosforado (H3P) ........................................................................................69
Propriedades gerais, usos e fontes de exposição.......................................................69
Toxicocinética...........................................................................................................69
 Toxicodinâmica.........................................................................................................69
2. Agentes metemoglobinizantes........................................................................................69
2.1 Metemoblobina copmo indicador biológico na exposição ocupacional.........................70
2.2 Anilina.............................................................................................................................71
Propriedades gerais, usos e fontes de exposição.......................................................71
Toxicocinética...........................................................................................................71
 Mecanismos de ação tóxica.......................................................................................71
 Toxicidade.................................................................................................................72
 Possíveis exposições não ocupacionais ....................................................................72
 Monitorização das exposições ocupacionais.............................................................72
3. Metais..............................................................................................................................73
3.1 Chumbo...........................................................................................................................74
Propriedades físicas e químicas, usos e fontes de exposição..........................................75
Toxicocinética.................................................................................................................75
Síndrome tóxica..............................................................................................................75
Relação dose-efeito........................................................................................................75
Monitorização ambiental e biológica.............................................................................75
3.2 Crômio ............................................................................................................................76
Propriedades físicas e químicas, usos e fontes de exposição..........................................76
Toxicocinética.................................................................................................................76
Toxicodinâmica...............................................................................................................76
Relação dose-efeito........................................................................................................77
Monitorização ambiental e biológica.............................................................................77
3.3 Mercúrio..........................................................................................................................78
Propriedades físicas e químicas, usos e fontes de exposição..........................................78
Síndrome tóxica..............................................................................................................79
Relação dose-efeito........................................................................................................79
Monitorização ambiental e biológica.............................................................................79
4. Solventes orgânicos.........................................................................................................79
4.1.1 Conceitos fundamentais............................................................................................80
4.1.2 Fatores e características gerais de importância no estudo da toxicologia de solventes 
orgânicos...................................................................................................................80
4.1.3 Fase de exposição......................................................................................................80
4.1.4 Fase toxicocinética....................................................................................................81
4.1.5 Fatores que interferem na absorção e distribuição dos solventes.............................82
4.1.6 Biotransformação......................................................................................................82
4.1.7 Fatores ambientais.....................................................................................................82
4.1.8 Fatores individuais....................................................................................................82
4.1.9 Interação entre solventes...........................................................................................83
4.1.10 Fatores genéticos.......................................................................................................83
4.1.11 Fatores fisiopatológicos............................................................................................83
6
4.1.12 Aspectos toxicológicos de solventes orgânicos específicos.....................................83
4.2 Benzeno...........................................................................................................................83
Toxicocinética.................................................................................................................83
 Toxicodinâmica...............................................................................................................83
 Sintomologia e tratamento..............................................................................................84
 Limites de tolerância e monitorização............................................................................84
4.3 Solventes clorados: Cloreto de metila.............................................................................85
Toxicocinética.................................................................................................................85Toxicodinâmica...............................................................................................................86
 Sintomologia e tratamento..............................................................................................86
 Limites de tolerância e monitorização............................................................................86
5. Praguicidas......................................................................................................................86
5.1 Inseticidas: Compostos organoclorados..........................................................................86
Toxicocinética.................................................................................................................87
Toxicidade e mecanismos de ação tóxica.......................................................................88
 Limites de tolerância e monitorização............................................................................89
5.2 Herbicidas: compostos quaternários de amônia..............................................................89
Toxicocinética.................................................................................................................89
Toxicidade e mecanismos de ação tóxica.......................................................................90
5.3 Fungicidas: compostos ditiocarbamatos.........................................................................90
Toxicocinética.................................................................................................................90
 Toxicidade.......................................................................................................................90
 Monitorização biológica..................................................................................................91
6. Materiais radioativos.......................................................................................................91
7. 6.1 Exposição ocupacional..............................................................................................91
8. 6.2 Efeitos tóxicos nos seres humanos............................................................................92
BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................93
7
 Diariamente milhões de trabalhadores em todo o mundo entram num campo de 
batalha, mas eles não lutam contra nenhum inimigo externo e nem conquistam terras. 
Nenhuma fronteira está em disputa. A guerra que estão travando é contra as substâncias 
químicas venenosas com as quais trabalham e as condições de trabalho que exercem sobre 
eles forte tensão física e mental. O campo de batalha é o local de trabalho, e o número de 
mortos e feridos desta guerra é maior que o de qualquer outra na história da humanidade. 
8
1. Introdução 
A Toxicologia pode ser conceituada como o estudo das ações e efeitos nocivos de substâncias químicas 
sobre sistemas biológicos. Estuda a probabilidade de suas ocorrências e dos limites máximos aceitáveis para 
a exposição dos sistemas biológicos às substâncias químicas. 
Além do gigantesco número de substâncias já tradicionalmente utilizadas ou manufaturadas no meio 
industrial, a cada ano milhares de novos compostos químicos vão sendo sintetizados e introduzidos. 
Todas essas substâncias químicas possuem características tóxicas, constituindo sempre uma ameaça para a 
saúde do trabalhador. Sua potencialidade tóxica dependerá de fatores como: estado físico, pKa, via de 
penetração, etc.
A Saúde ocupacional tem por objetivos: - a promoção e manutenção do mais alto grau de bem-estar físico, 
mental e social dos trabalhadores em todas as ocupações; a prevenção entre os trabalhadores, da perda da 
saúde causada por condições de trabalho; a proteção de trabalhadores, em seu emprego, dos riscos resultantes 
de fatores adversos à saúde; a colocação e a manutenção do trabalhador num ambiente ocupacional 
fisiológica e psicologicamente adaptado. 
O conceito de toxicologia não é simples, posto que ela, como ciência, constitui-se num campo de estudo 
multidisciplinar, conforme ilustra a Figura 1.
TOXICOLOGIA
 Física Matemática
 Química Estatística
 Bioquímica Saúde pública
 Biologia Fisiologia
 Patologia Imunologia
 Farmacologia 
FIGURA 1. Frentes de desenvolvimento da Toxicologia.
A toxicologia é desenvolvida, atualmente, por especialistas com diversas formações profissionais, oferecendo, 
cada um, contribuições em uma ou mais áreas de atividades, permitindo, assim, o aprimoramento dos 
conhecimentos e o desenvolvimento de suas áreas fundamentais, ou seja, a toxicologia ambiental, toxicologia 
ocupacional, toxicologia de alimentos, toxicologia social, toxicologia de medicamentos, etc.
O estudo da Toxicologia pode ser dividido em: 
Fármaco-Toxicologia: é a pesquisa toxicológica destinada a obter conhecimentos sobre os possíveis efeitos 
tóxicos de novos fármacos, (por exemplo, mutagênicos, teratogênicos, carcinogênicos).
Toxicologia ambiental: (Ecotoxicologia) tem por preocupação o estudo das ações e efeitos nocivos de 
substâncias químicas, quase sempre de origem antropogênica, sobre ecossistemas. Deve-se ressaltar que o 
surgimento de uma substância química ou a manifestação de um efeito tóxico podem ocorrer num ponto 
distante do local da introdução inicial do tóxico no ambiente.
Toxicologia clínica: preocupa-se com o diagnóstico e o tratamento de intoxicações. Portanto, preocupa-se 
com as pesquisas para o planejamento de antídotos específicos.
Toxicologia veterinária: estuda as ações e os efeitos nocivos de substâncias químicas sobre animais de 
interesse para o homem. 
Toxicologia de emergência: é um ramo da toxicologia clínica, identifica uma intoxicação e especifica o 
tratamento que precisa ser feito o mais breve possível.
9
Fito-toxicologia: estuda as ações e efeitos nocivos de substâncias químicas sobre os vegetais. 
Toxicologia genética: é o estudo da interação de agentes químicos (e físicos) com o processo de 
hereditariedade. Um dos resultados práticos da pesquisa neste campo tem sido o desenvolvimento de uma 
série de ensaios com microrganismos (procarióticos e eucarióticos) para as diversas espécies de danos 
genéticos causados por agentes químicos ambientais.
Toxicologia experimental: busca obter, principalmente por experiências com animais de laboratório, 
conhecimentos à cerca da toxicidade de substâncias químicas a curo, médio e a longo prazo.
Toxicologia analítica: desenvolve e aplica técnicas para executar a análise (identificação e quantificação) de 
agentes tóxicos nos mais variados meios (alimentos, água, ar, material biológico, etc.)
Toxicologia Forense: é o setor da toxicologia que busca estabelecer uma relação causa-efeito entre a 
presença de substâncias no organismo e alterações detectadas no mesmo, normalmente com finalidade legal. 
Envolve, entre outros, aspectos da farmaco-dependência (vício) e da dopagem química nos esportes.
Toxicologia aplicada a alimentos: é a área da toxicologia voltada ao estudo da toxicidade das substâncias 
desenvolvidas para serem usadas na agricultura (praguicidas) ou para serem diretamenteadicionadas aos 
alimentos, com o propósito de conservá-los ou melhorar suas características (aditivos alimentares).
Toxicologia ocupacional é o ramo da toxicologia que se ocupa do estudo das ações e efeitos danosos sobre 
o organismo humano de substâncias químicas usadas na indústria. Busca, principalmente, a obtenção de 
conhecimentos que permitam estabelecer critérios seguros de exposição.
Toxicologia comportamental: durante os últimos anos muitos estudos tem mostrado um dano da 
capacidade funcional do sistema nervoso durante a exposição de substâncias neurotóxicas. A maneira de se 
avaliar este efeito é por meio de testes de performance comportamental. 
Com o crescimento acelerado da indústria e o constante aumento do uso de produtos químicos, nenhum tipo 
de ocupação está inteiramente livre da exposição a uma variedade de substâncias capazes de produzir efeitos 
indesejáveis sobre sistemas biológicos.
A Lista de substâncias tóxicas de 1974 do NIOSH (National Institute of Ocupacional Safety and Health) dos 
Estados Unidos, contem cerca de 42.000 substâncias. Em 78 estimava-se em 100.000 o número de compostos 
químicos para os quais informações tóxicas estariam disponíveis. É ponto comum de acordo que se deve 
obter um mínimo de informações a respeito da toxicidade de cada uma das substâncias empregadas. Os 
estudos que possibilitam a obtenção desta informação são objeto da Toxicologia Ocupacional. Por esse 
motivo considera-se ser este o ramo mais importante da Toxicologia.
Nas indústrias químicas e em todas as atividades em que se usam substâncias químicas é muito importante, 
para a saúde do trabalhador, considerar os riscos de intoxicação. Como prevenir a ocorrência de intoxicações 
e de todas as doenças profissionais. A finalidade da Saúde Ocupacional é evitar acidentes, por esses motivos a 
Toxicologia Ocupacional apresenta maior relevância na área de Toxicologia. 
2. 1 Toxicologia ocupacional
 
A Toxicologia ocupacional é uma das áreas da Toxicologia que tem como principal objetivo prevenir a 
ocorrência de danos à saúde do trabalhador durante o exercício de suas atividades, pela exposição aos agentes 
químicos. Atualmente, alguns autores incluem o estudo das radiações e materiais radioativos como área de 
especialização da Toxicologia ocupacional.
Esses objetivos somente serão alcançados se as condições de exposição e os riscos relacionados com os 
agentes químicos forem controlados ou eliminados, de tal maneira que não produzam efeitos nocivos à saúde 
do trabalhador.
As doenças ocupacionais podem ser causadas por vários fatores:
- Físicos: ruído, vibração, calor, umidade, radiação, pressão, ventilação.
10
- Ergonométricos: fatores (fisiológicos e psicológicos) inerentes à execução da atividade profissional e 
que provocam alterações orgânicas e emocionais.
Exemplo: monotonia, fadiga, posição e/ou rítmo de trabalho, etc.
- Biológicos: microrganismos (vírus, bactérias e fungos).
- Químicos: são agentes ambientais causadores em potencial de doenças profissionais devido à sua ação 
química sobre o organismo.
Os agentes químicos causadores de moléstias profissionais ocorrem no estados sólidos, líquidos ou gasosos.
Os sólidos são, por exemplo, poeiras nocivas que podem causar doenças pulmonares. Tais poeiras têm 
origem:
- Animal: proveniente de pelos e couro;
- Vegetal: proveniente de fibras, como a do algodão;
- mineral: sílica (silicose), berílio (berilose), amianto (asbestose), etc;
- Sintética: poeiras de plásticos.
Os líquidos são soluções ácidas, alcalinas ou solventes orgânicos que, se em contato com a pele, podem 
produzir dermatoses, irritações, queimaduras, etc. e, ainda, podem penetrar através da pele, passando para a 
circulação, indo promover ações tóxicas noutros pontos do organismo.
Os agentes químicos que se apresentam no estado gasoso são os gases e/ou vapores. Uma das propriedades 
mais importantes destes agentes é a sua capacidade de mesclar-se intimamente com o ar respirável, 
tornando-se parte do mesmo. Inicialmente, devido às diferenças de densidade, pode haver uma certa 
estratificação, contudo, uma vez misturados, não haverá uma separação nítida. Os vapores podem condensar-
se para formar líquidos ou sólidos nas condições normais de temperatura e pressão. Quando saturam o ar, os 
vapores não mais se concentram, enquanto os gases podem chegar a deslocar toda a massa de ar de um 
ambiente. 
 
Esta prevenção dispõe de dois métodos de controle que são complementares:
 A determinação dos limites toleráveis de exposição, isto é, a definição, para cada composto, da 
concentração no ar abaixo da qual nenhum efeito tóxico ocorre em pessoa normal e a vigilância para 
que a exposição industrial não ultrapasse esses limites. Este método supõe que os agentes tóxicos 
penetram no organismo por inalação;
 A observação das pessoas expostas e a descoberta precoce de uma exposição excessiva, mas ainda não 
perigosa, isto é, que não tenha provocado lesões irreversíveis. 
Vários tópicos de interesse são estudados pelos especialistas dedicados à Toxicologia Ocupacional. 
 Mencionamos entre outros:
 Agentes químicos mais comuns no ambiente de trabalho;
 As propriedades físicas e químicas dessas substâncias;
 As principais vias de introdução no organismo;
 Aspectos toxicocinéticos;
 Toxicidade das substâncias;
 Mecanismos de ação tóxica;
 Estudo e estabelecimento de métodos para controle ambiental e biológico, especialmente os limites de 
tolerância ambiental e índices biológicos de exposição;
 Avaliação e controle ambiental e biológico; e diagnóstico, tratamento e prevenção das intoxicações;
2.2 Posição da Toxicologia Ocupacional na Medicina do Trabalho
11
Durante a prática de suas atividades o trabalhador entra em contato com os agentes ambientais 
potencialmente capazes de provocar moléstias profissionais. Nos estudos relativos a moderna Toxicologia, 
três elementos estão inter-relacionados: agente químico capaz de produzir um efeito; o sistema biológico com 
o qual o agente químico possa interagir para produzir um efeito e o efeito, que deve ser considerado danoso 
ao organismo.
O esquema abaixo ilustra o inter-relacionamento entre agentes e homem:
 Ação Efeito 
Há, portanto, necessidades de que condições existam para que a substância química e o sistema biológico 
interajam entre si. 
Como já foi dito, a finalidade principal da Saúde ocupacional é evitar o aparecimento de moléstias 
profissionais e para cumprir tal objetivo ela necessita do maior número possível de informações sobre cada 
um daqueles agentes. Assim, o conhecimento da toxicidade das substâncias químicas e da relação dose-
resposta lhe será fornecido pela Toxicologia ocupacional. Existem quatro fontes para obtenção deste 
conhecimento:
a) Experimentação animal – pode elucidar os mecanismos de ação e aspectos qualitativos da relação dose-
resposta, contudo, a extrapolação para o homem sempre representará um problema. Tais experiências 
fornecem indicadores qualitativos altamente importantes, mas escassamente fornecem dados 
quantitativos que possam ser aplicados ao homem. 
b) Experimentação com voluntários – é quase sempre, com exposição de curta duração. Este 
procedimento é particularmente significativo para a avaliação de efeitos sobre o comportamento e a 
performance psicofisiológica. Normalmente não são obtidas informações importantes quanto à exposição 
por longo prazo a baixas concentrações.
c) Observações ao acaso no ambiente de trabalho – comumente limitadas a poucos indivíduos. Os dados 
são freqüentemente falhos, contudofornecem importantes hipóteses para estudos posteriores.
d) Pesquisa epidemiológica – isto é, o estudo da distribuição dos parâmetros de saúde em combinação com 
o estudo da exposição química, em grupos de trabalhadores. Esta fonte fornece as informações mais 
válidas. Entretanto deve ser ressaltado que estudos bem conduzidos são relativamente raros, 
particularmente com relação à exposição por longo prazo a baixas concentrações.
O tipo de pesquisa mais executado é a experimentação com animais. Ela permite:
a) Prever o tipo de lesão causada por uma exposição excessiva, investigação que se reveste de importância 
particular quando se trata de novas substâncias para as quais não se dispõe ainda de informações 
clínicas;
b) Definir o mecanismo de ação das substâncias químicas, isto é, a natureza das alterações bioquímicas ou 
fisiológicas responsáveis pelo desenvolvimento de sinais e sintomas clínicos. Este estudo é importante no 
estabelecimento de testes para a descoberta precoce de exposições excessivas ;
c) Descobrir possíveis antídotos;
d) Determinar o grau de exposição ao qual nenhuma manifestação tóxica sobrevem;
e) Estudar as interações entre diferentes substâncias químicas (sinergismo e antagonismo), aspecto muito 
importante quando a exposição ocupacional é múltipla. O fenômeno sinergismo pode ser definido como 
o aumento da toxicidade acima daquela comumente expressada, quando o agente tóxico é utilizado em 
combinação com outras substâncias. Exemplos: um aerossol inerte como o de NaCl pode exacerbar os 
efeitos irritantes pulmonares de certos gases como o SO2 (anidrido sulfuroso); o álcool exacerba os 
efeitos hepatotóxicos do tetracloreto de carbono; solventes de hidrocarbonetos alifáticos clorados 
exacerbam a ação da epinefrina sobre o músculo cardíaco; etc. O antagonismo ocorre quando a 
interação de duas ou mais substâncias presentes no organismo resulta na eliminação parcial ou completa 
de seus efeitos tóxicos. Exemplos: O EDTACa2 neutraliza a ação tóxica do chumbo, o BAL, a do 
arsênio e do mercúrio; a penicilina a do cobre; etc.
12
Agentes 
ambiental
Homem Doenças 
profissionais
2.3 Tipos de interação entre agentes tóxicos
As interações geralmente ocorrem quando o homem está exposto a dois ou mais agentes químicos, 
resultando em alterações da toxicocinética e toxicodinâmica, que lhes são características.
 Ação independente, quando os agentes tóxicos têm distintas ações e produzem diferentes efeitos.
 Efeito aditivo ocorre quando a magnitude do efeito produzido por dois ou mais agentes tóxicos é 
quantitativamente igual à soma dos efeitos produzidos individualmente. Exemplo: a ação do chumbo e 
a do arsênio na biosíntese do heme, produzindo aumento da excreção de coproporfirina, que é 
aproximadamente aditiva.
 Sinergismo ocorre quando o efeito a dois ou mais agentes tóxicos se produz de forma combinada, é 
maior que o efeito aditivo. Exemplo: o inseticida fosforado EPN aumenta a toxicidade do malation, por 
inibição da enzima carboxilesterase, responsável pela biotransformação do malation.
 Potenciação ocorre quando um agente tóxico tem seu efeito aumentada por agir simultaneamente com 
um agente não tóxico. Por exemplo, o propanol que não é hepatotóxico, aumenta significativamente a 
hepatoxicidade de tetracloreto de carbono.
 Antagonismo ocorre quando o efeito produzido por dois agentes tóxicos é menor que o efeito aditivo, 
um reduz o efeito do outro. 
É sobre esta base de trabalho laboratorial; que é elaborada a maior parte dos limites toleráveis de exposição 
(como os TLV – Treshold limit values) aos compostos químicos industriais. Com efeito, exceto quaisquer 
estudos limitados com voluntários, as investigações detalhadas são freqüentemente impraticáveis com o 
homem. 
Como se pode perceber, em se tratando de estudos com animais de laboratório, há a necessidade de 
extrapolar os resultados para o homem e é por isso que se aplicam sempre fatores de segurança. Em seguida, 
na medida do possível, os estudos clínicos epidemiológicos testarão as conclusões provisórias às quais 
conduziram os estudos de laboratório. 
Destes estudos complementares epidemiológicos e toxicológicos derivam nossos conhecimentos das 
intoxicações profissionais e a Saúde Ocupacional atinge finalmente seu papel, a saber: o estabelecimento de 
condições de trabalho que não exerçam efeitos deletérios sobre a saúde. 
 
A seguir citar-se-á algumas atividades ocupacionais e os principais agentes químicos com elas relacionados:
1. PRODUÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO
- ácido clorídrico, arsina, cloro, sulfeto de hidrogênio;
2. PRODUÇÃO DE ÁCIDO FOSFÓRICO
- ácido fosfórico, ácido sulfúrico, cianeto de hidrogênio, fluoretos, fósforo (branco ou amarelo);
3. PRODUÇÃO DE ÁCIDO NÍTRICO
- ácido nítrico, amônia, dióxido de nitrogênio, gás natural;
4. PRODUÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRICO
- ácido nítrico, ácido sulfúrico, amônia, arsina, dióxido de nitrogênio, sulfeto de hidrogênio;
5. FABRICANTES E USUÁRIOS DE ADESIVOS, CIMENTO DE BORRACHA, COLA, GOMA, 
VERNIZ
- álcool metílico, benzeno, cetonas: acetona, butanona, compostos de cromo, compostos de zinco, dioxina, 
etilenodiamina, fluoretos, plásticos: diisodocianto de tolueno (TDI), estireno, resinas de amina, resinas 
de diisocianato, resinas de epóxi, piridina, silicato de etila, xileno;
6. FABRICANTE DE (E TRABALHADORES COM) AGENTE EMULSIFICADOR
- n-butilamina, dioxano, estireno, etilenodiamina
7. FABRICANTES DE (E TRABALHADORES COM) AGENTE DE FLOTAÇÃO
13
- álcool amílico, cobre e compostos, cresol, dicloreto de etileno, pentassulfeto de fósforo, sulfeto de 
carbono, tálio e compostos;
8. INDÚSTRIA DE ALIMENTOS
8.1 ÁÇÚCAR (PROCESSAMENTO E REFINAÇÃO)
- Ácido fosfórico, ácido sulfúrico, álcool metílico, amônia, bagaço (cana-de-açúcar), cloreto de 
hidrogênio, cloro, dióxido de carbono, dióxido de enxofre, estanho e compostos, monóxido de enxofre, 
óxido de cálcio, sulfeto de hidrogênio;
8.2 FERMENTO
- acetaldeído, ácido fosfórico, dióxido de carbono, fluoreto de hidrogênio;
8.3 GORDURA E ÓLEO GORDUROSO
- acetato de isopropila, acetonitrila, álcool amílico. Acroleína, bário e compostos, cicloparafinas, cloreto de 
etila, cloreto de metileno, cobalto e compostos, cromo, dibrometo de etileno, dicloreto de etileno, 
dicloreto de propileno, 1,2-dicloroetileno, dissulfeto de carbono, éter etílico, éter dicloroetílico, gás 
natural, hidroquinona, hidróxido de sódio e de potássio, nafta de petróleo, níquel, nitroparafinas, ozônio, 
peróxido de hidrogênio, sulfeto de hidrogênio, tetracloreto de carbono, tetracloroetano, tricloroetano;
8.4 ÓLEO VEGETAL (EXTRAÇÃO E PURIFICAÇÃO)
- acetonitrila, álcool n-propílico, bário e compostos, brometo de metila, difenilas e naftalenos;
8.5 SACARINA
- tolueno e tricloreto de fósforo;
8.6 CONSERVAS, CERVEJEIROS, CONDIMENTOS, FARINHA E OUTROS (FABRICANTES E 
DE TRABALHADORES COM)
- acetato de etila (confeiteiros), ácido acético (como preservativos), ácido fórmico (como preservativos), 
ácido fosfórico (fabricantes de gelatina), ácidos de frutas, acroleína (torrefadores de café, cozinheiros), 
amônia, chumbo, cloreto de hidrogênio, compostos de zinco (fabricantes de gelatina), detergentes, 
dióxido de carbono, etilenodiamina (processamento de caseína e albumina), óleo cítrico, óxido nitroso, 
óxido de cálcio, ozônio, quinona (fabricante de gelatina), resinas, sabões, tricloroetileno;
9. INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA (E REPARADORES DE AUTOMÓVEIS)
- anidrido ftálico, anti-oxidantes, chumbo, fluidos anticongelantes: dicromatos, fluidos de corte, fluidos de 
freio:bisfenol A, hidroquinina, gasolina grafita,lubrificantes, monóxido de carbono, óleos,pastas de 
soldar, plásticos, poeiras abrasivas, produtos de limpeza de metal, incluindo ácido oxálico, resinas epóxi, 
solventes: hidrocarbonetos clorados, álcool metílico, tintas e terebentina;
10. BARBEIROS E CABELEIREIROS
- benzeno, cosméticos: talco, depiladores: ácido tioglicólico, detergentes hexaclorofeno, esmaltes para 
unhas, perfumes, removedores de esmalte, sabões, soluções de permanente, tinturas: cobalto, resorcina, 
estireno, tioglicolato de amônio, tônicos capilares: lanolina, cloreto de mercúrio, beta-naftol;
11. FABRICANTES DE (E TRABALHADORES COM) BATERIAIS
- acetato de amila (acumulador, ácido carbólico, ácido pícrico, ácido sulfúrico (acumulador), alcatrão de 
hulha e derivados (hidrocarbonetos policíclicos), antimônio e compostos, benzeno, cádmio 
(acumulador), chumbo, cloreto de hidrogênio, cloreto de zinco, cobre e compostos, compostos de cromo, 
compostos de manganês, fenol, fibras de vidro, grafita, mercúrio, níquel e compostos (acumulador), 
plásticos: resinas de epóxi, endurecedores, prata e compostos;
12. FABRICANTES DE (E TRABALHADORES COM) BORRACHA
- acetaldeído, acetato de amila, acetileno, ácido acético, ácido clorídrico, ácido fórmico, ácido fosfórico, 
ácido oxalíco, ácido sulfúrico acrilonitrila, acroleína, álcalis, alcatrão de hulha e derivados, álcool 
14
amílico, álcool etílico, álcool metílico, alumínio e compostos, amônia, anilina e derivados, antimônio e 
compostos, benzeno, benzenos clorados, benzidina, butadieno, cetonas, chumbo, cicloparafinas, cloreto 
de benzila, cloreto de metila, cloreto de metileno, cloreto de vinila, cloro, cloropreno, cobalto e 
compostos, cobre e compostos, compostos de manganês, compostos de zinco, cresol, cromatos 
decaborato, decloreto de propileno, p-diclorobenzeno, 1,2-dicloroetileno, difenilos e naftalenos clorados, 
diisocianato de tolueno, dissulfeto de carbono, dissulfeto de tetrametiltiuran, estireno, etilenodiamina, 
fenol, formaldeído, freon (em borracha esponjosa), furfural, grafita, hexametilenotetramina, 
hidroquinona ( em revestimento de borracha), mercaptanas, nafta de petróleo, negro de fumo, óxido de 
cálcio, pentassulfeto de fósforo, percloroetileno, piridina, selênio, talco, telúrio, terebentina, tetracloreto 
de carbono, tetracloroetano, titânio, xileno;
13. FABRICANTES E USUÁRIOS DE CERA, GOMA-LACA E LACA
- acetato de isopropila, álcool amílico, álcool diacetônico, álcool n-propílico, bário e compostos, benzeno, 
cloreto de etila, cloreto de metileno (removedor de cera), cicloparafinas, cromatos, dicloreto de etileno, 
dicloreto de propileno, o-diclorobenzeno, 1,2-dicloroetileno, difenilas e naftalenos clorados, dissulfeto de 
carbono, éter etílico, etilenoglicol, nafta de petróleo, nitroparafinas, ozônio, percloretileno, peróxido de 
hidrogênio, tetracloroetano, tolueno, tricloroetileno;
14. FABRICANTES DE (E TRABALHADORES COM) CERÂMICA, ESMALTE E LOUÇA.
- acetileno, ácido fosfórico, ácido oxálico, alumínio e compostos, antimônio e compostos, arsênio, bário e 
compostos, berílio e compostos, bismuto e compostos, cádmio, chumbo, cobalto e compostos, 
compostos de manganês, compostos de níquel, compostos de selênio, compostos de telúrio, compostos 
de zinco, cromo e compostos, estanho e compostos, fluoretos, freon, hidroquinona, mercúrio e 
compostos, molibd6enio e compostos, óxido de cálcio, platina e compostos, prata e compostos, tório e 
compostos, urânio e compostos, vanádio e compostos;
15. FABRICANTES E USUÁRIOS DE COMBUSTÍVEIS (ADITIVO DE GASOLINA, 
COMBUSTÍVEIS DE FOGUETE, DE MOTOR A JATO E OUTROS)
- ácido clorídrico, ácido nítrico, alcatrão de hulha e derivados, álcool etílico, álcool isopropílico, álcool 
metílico, amônia, anilina e derivados, boranos: diborano, pentaborano, decaborano, butadieno, cério, 
cicloparafinas, cloreto de benzila, cloreto de etila, chumbo, chumbo tetraetila, compostos de cobalto, 
dibrometo de etileno, dicloreto de etileno, éter etílico, etil benzeno, fosfato de tri-orto-cresila, 
hexametilenotetramina, hidrazina, hidroquinona, mercaptanas, nitroglicerina, nitroparafinas, oxicloreto 
de fósforo, óxido de etileno, óxidos de nitrogênio, querozene, tolueno, xileno;
16. FABRICANTES DE PRODUTOS ELETROTÉCNICOS E ELETRÔNICOS (SEMI-
CONDUTORES, ELETRODOMÉSTICOS E EQUIPAMENTOS CIENTÍFICOS)
- alcatrão da hulha e derivados, arsênio, asbesto, berílio e compostos, bismuto e compostos, cádmio, 
cetonas, chumbo, compostos de alumínio, difenilas e naftalenos clorados, fósforo (branco e amarelo), 
fumos de soldagem, germânio e compostos, grafita, mercúrio e compostos, naftaleno, ósmio e 
compostos, plásticos: flúor carbonetos, poliuretano, resinas de alila, resinas de diisocianato, resinas de 
epóxi, resinas fenólicoas, platina e compostos, prata, selênio e compostos, tálio, telúrio e compostos, 
tetracloreto de carbono, titânio e compostos, tório, tricloroetileno, trifluoreto de boro, xileno, zinco;
17. METALÚRGICOS
17.1ALTOS-FORNOS
- carbonilas de metal, cianeto de hidrog6enio, dióxido de carbono, monóxido de carbono, sulfeto de 
hidrogênio;
 
17.2LAVADORES DE CHUMBO
- dibrometo de etileno, dicloreto de etileno, fosfato de tricresila;
17.3REFINADORES E FUNDIDORES DE COBRE (PROCESSO ELETROLÍTICO)
- arsênio, cobre, compostos de fluoreto prata, selênio, telúrio;
15
17.4COQUE
- amônia, alcatrão de hulha e derivados, benzeno carvão, cianeto de hidrogênio, cresol, dióxido de enxofre, 
dióxido de nitrogênio, fenol, gás natural, monóxido de carbono;
17.5ESTANHO
- arsênio, bismuto, chumbo, estanho, peróxido de hidrogênio;
17.6LAMINAÇÃO DE ZINCO E FUNDIDORES DE REFINAÇÃO DE ZINCO
- cádmio, fluoretos, manganês, selênio, zinco;
17.7FUNDIÇÃO
- acetileno, ácido fosfórico, acroleína, álcoolmetílico, alumínio, arsênio, bário, chumbo, cobre e 
compostos, cresol, dióxido de carbono, estanho, ferro, fluoreto de hidrogênio, hexametilenotetramina, 
mercúrio, monóxido de carbono, níquel carbonila, sílica, silicato de etila, telúrio, titânio, zinco, zircônio;
17.8LIGAS
- acetileno, alumínio, amônia, arsênio, asbesto, bário, cádmio, cério, cobalto, compostos de cromo, 
estearato de lítio, ferro, fosfina, grafita, manganês, mercúrio, molibid6enio, monóxido de carbono, 
níquel, ósmio, ouro, óxido de cálcio, óxido de metal, platina, poeira e fumos de cobre, poeiras metálicas, 
prata, selênio, sulfeto de hidrogênio, tálio, telúrio, tório, vanádio, óxido de zinco, zircônio;
17.9SUCATA DE METAL
- chumbo, cloro, óxidos de metal;
17.10 REFINADORES, FUNDIÇÃO DE
- arsênio, chumbo, fluoreto, selênio.
2.4 Agentes químicos no local de trabalho:
MATÉRIAS-PRIMAS
Pedra calcárea, sal, sulfato de
 cálcio, enxofre, carvão, petro
leo, gás natural, ar, água, celu
 lose, melaço, além de outros
 minerais e produtos minerais.
PRODUTOS 
INTERMEDIÁRIOS
Cal, carbonato de sódio, 
hidróxido de sódio, cloro, ácidos 
clorídrico, sulfúrico e nítrico, 
catalisadores, amônia, nitrato de 
amônia, fósforo, sódio e outros.
 ⇔
PROCESSOS
Trituração, moagem, 
tamização, filtração, secagem, 
aquecimento, esfriamento, 
extração, absorção, destilação, 
fracionamento, eletrólise, 
mistura, combinação, 
processos de análise e controle, 
empacotamento e transporte.
⇔
Carbureto, alcatrão de hulha, destilados, 
etileno, acetileno, estireno naftaleno, 
butenos, benzenos, tolueno, propieleno, 
fenol,cresol, aminas, piririna, cloreto de 
vinila, ácido adípico, hexametileno-
diamina, ácido tereftálico, compostos 
acrílicos,clorofluoridrocarbonetos e outros.
Solventes, pigmentos, resinas 
sintéticas, tintas e tintas para 
impressão.
Rayon, náilon, poleéster, 
acrílicos,pigmentos, auxiliares 
têxteis, agentes branqueadores, 
colas e outras fibras artificiais e 
sintéticas.
Fertilizantes, sulfato de amônio, 
nitratos, fosfatos, potassa, cal, 
praguicidas, hormônios vegetais 
e outros compostos químicos de 
uso agrícola.
Drogas, antibióticos, insulina, 
anestésicos, desinfetantes, 
bactericidas, e outros produtos 
veterinários, cosméticos e 
produtos sanitários.
Plásticos e borrachas sintéticas, polietileno, 
náilon, acrílicos; pó para moldes; películas, 
folhas e tubos plásticos: silicone; espumas 
de borracha e plásticos adesivos.
Amonoácidos e outros suplementos, 
enzimas, corantes para alimentos, 
conservadores, adoçantes, emulsificadores, 
estabilizantes, e outros compostos químicos 
Explosivos, fósforo, lubrificantes, aditivos 
de gasolina, conservadores de madeira, 
detergentes, produtos químicos para 
fotografia, produtos químicos para combater 
16
para processamento de alimentos. incêndios, lubrificantes sintéticos, 
emolientes, produtos químicos 
esterilizantes, propelentes e aerossóis, 
fluidos hidráulicos, anticongelantes, 
inibidores de corrosão, produtos químicos 
para processamento de papel e couro, sais 
para tratamento à quente de metais, e gases 
industriais.
FIFURA 2 Fluxograma simplificado dos processos industriais, da utilização e produção de materiais-primas, 
produtos intermediários e produtos acabados.
3. TOXICOLOGIA AMBIENTAL E ECOTOXICOLOGIA
Desde que o homem habita a face da terra várias de suas ações resultam no lançamento de substâncias 
químicas nos diversos compartimentos do meio ambiente. A partir da descoberta do fogo, as fogueiras 
contribuíram para o aumento do monóxido de carbono (CO) no ar atmosférico. No início o incremento 
dessas substâncias era ínfimo e não chegava a comprometer o ecossistema. Entretanto, com o crescimento da 
população, a industrialização, o desenvolvimento tecnológico e o uso de praguicidas e fertilizantes na 
agropecuária, para a produção de mais alimentos, a quantidade de substâncias liberados tornou-se de tal vulto, 
que atualmente há a necessidade de medidas adequadas de controle, de modo a evitar situações que acabem 
por desequilibrar o ecossistema. O desequilíbrio causado pode resultar em eliminação de diversas espécies 
animais ou vegetais e até do próprio ser humano. 
Toxicologia Ambiental - Pode ser conceituada como a área onde se estudam efeitos nocivos causados em 
organismos vivos pelas substâncias químicas presentes no meio ambiente.
Na área de Toxicologia Ambiental é necessário conhecer as fontes de poluição; a interação dos poluentes 
com os componentes da atmosfera; os mecanismos naturais de remoção dos mesmos e fatores geográficos e 
climáticos que aumentam ou diminuem o risco, com o objetivo de se estudar os efeitos nocivos decorrentes 
da exposição a estes xenobióticos.
A finalidade desta área da Toxicologia é verificar as condições de risco, para propor medidas preventivas, 
com as monitorizações ambiental e biológica e o controle das fontes emissoras de poluição.
Ecotoxicologia - É “ o ramo da Toxicologia que estuda os efeitos tóxicos provocados pelas substâncias 
químicas sobre os constituintes dos ecossistemas, animais (homem), vegetais e microorganismos, num 
contexto integrado.
Assim, a Toxicologia Ambiental estuda os efeitos tóxicos em determinada espécie biológica, principalmente 
o homem, enquanto a Ecotoxicologia estuda o impacto das substâncias químicas sobre as populações das 
diversas espécies que constituem os ecossistemas.
Por outro lado, a idéia da poluição ambiental abrange uma série de aspectos, que vão desde a contaminação 
do ar, água e solo, até a desfiguração da paisagem, erosão de monumentos e edificações e a contaminação 
dos alimentos.
 Pretende-se enquadrar, neste contexto, poluição ambiental aos fatores do meio ambiente que possam 
comprometer a saúde e a sobrevivência do homem.
A maioria dos autores não faz distinção entre a terminologia poluição e contaminação, sendo contaminantes 
ou poluentes substâncias químicas que excedem as concentrações naturais e causam efeitos adversos nos 
seres vivos e nos ecossistemas. Alguns autores para substâncias presentes na água conceituam como 
contaminante a substância presente em concentrações anormais e poluente quando a presença da substância 
causa dano ao ecossistema. 
 Uma conceituação bem ampla de Poluição atmosférica seria: “Qualquer alteração quali ou quantitativa da 
constituição normal da atmosfera suficiente para produzir um efeito mensurável sobre o homem, outros 
animais, vegetais e minerais”.
17
3.1 Principais fontes de contaminação do meio ambiente
As fontes de poluição ambiental podem ser de origem natural ou antropogênica e são a seguir 
exemplificadas:
a) Naturais – provenientes de fenômenos da natureza.
- atividade vulcânica, incêndios florestais não causados pelo homem, maré vermelha, acúmulo de arsênio 
em animais marinhos ou água.
b) Antropogênicas - decorrentes das atividades humanas.
- doméstica e urbana: esgoto doméstico, lixo doméstico, veículos automotores; 
- industrial: esgoto industrial, lixo industrial, queima de combustível; 
- agropecuária: queimadas , fertilizantes e praguicidas.
O homem no meio ambiente está exposto aos contaminantes ou poluentes presentes no ar, água e solo. 
Muitas dessas substâncias são levadas ao ambiente para o homem por meio de alimentos contaminados.
Para fins didáticos serão estudados de um lado os contaminantes da atmosfera e de outro os poluentes da 
água e do solo.
3.2 Poluentes da atmosfera
A atmosfera é a camada de gases que envolve a terra e é dividida em troposfera, estratosfera, termosfera e 
mesosfera ou ionosfera. 
A troposfera é a camada da atmosfera próxima à superfície terrestre, e constitui o ar que respiramos.
O ar é uma mistura de gases, constituído por nitrogênio (78,08%), oxigênio (20,95%), argônio (0,93%), 
dióxido de carbono (0,035%) e outros gases. O dióxido de carbono e o vapor de água têm concentração 
variável dependendo do local e época do ano. 
O ar nunca é encontrado “puro” na natureza; gases como SO2, H2S e CO são continuamente liberados, como 
conseqüência de fenômenos naturais (atividade vulcânica, decomposição de vegetais e animais, incêndios 
florestais) e atividades antropogênicas. 
Os poluentes produzidos nos processos naturais ocasionalmente atingem concentrações que podem causar 
dano. As erupções vulcânicas podem gerar nuvens de dióxido de enxofre e material particulado com 
densidade suficiente para sufocar animais. 
Em 1986, centenas de pessoas foram asfixiadas por uma nuvem de dióxido de carbono liberada por um lago, 
em Camarões resultante de processos geológicos do subsolo. 
Milhares de substâncias químicas podem estar presentes no ar poluído; a composição varia dependendo da 
fonte emissora, local e época da emissão. Estes poluentes podem ser amônia, dióxido de enxofre, fluoretos, 
metais etc.
3.3 Classificação dos poluentes no ar
Os poluentes no ar são classificados em primários e secundários.
 Primários são aqueles emitidos diretamente na atmosfera por uma fonte identificável. 
 Secundários são aqueles produzidos no ar, pela interação de um ou mais poluentes primários , com 
os constituintes normais da atmosfera.
Os contaminantes ou poluentes primários responsáveis por mais de 98% da poluição do ar, dos principais 
centros urbanos do mundo são: monóxido de carbono (CO), óxidos de enxofre (SOx), hidrocarbonetos (HC), 
material particulados (MP), e óxidos de nitrogênio(NOx).
O CO é lançado em maior quantidade, seguido do SOx e do HC. Porém, em termos de risco, o CO representa 
apenas 1,2% (considerando-se a probabilidade de ocasionar um efeito nocivo); sendo o SOx o mais nocivo, 
com risco estimado de 34,6% em relação aos outros poluentes primários, seguido pelo MP, NOx e HC e, 
depois o CO (nas concentrações que ele pode atingir no meio ambiente).
18
Como exemplo de poluentes secundários têm-se o ozônio, presente em baixas altitudes, ácido sulfúrico, 
nitratos de peroxiacila (PAN) etc.
3.4 Classificação das fontes emissoras
As fontes emissoras dividem-se em estacionárias (fixas), como as indústrias, e móveis como os veículos 
automotores.
A maior parte da poluição do ar nos centros urbanos é produzida pelas indústrias e veículos automotores.
As fontes estacionárias contribuem com a eliminação, em maior porcentagem, de SOx e MP, e as fontes 
móveis com maior eliminação de CO, HC e NOx.
3.5 Efeitos tóxicos causados pelos poluentes do ar
Os efeitos nocivos para o homem, causados pelos contaminantes do ar, são difíceis de serem estabelecidos, 
pois, as condições de exposição e as respostas individuais são muito variadas.
Podem ocorrer episódios de intoxicação aguda em casos acidentais ou em situações desfavoráveis à dispersão 
dos poluentes, como a inversão térmica. Mas geralmente os efeitos observados são decorrentes da exposição 
a longo prazo. Os principais tipos de efeitos tóxicos apresentados pela população exposta são:
Agudos: lacrimejamento, dificuldade de respiração, diminuição da capacidade física;
Crônicos: alteração da acuidade visual, alteração da ventilação pulmonar, asma, bronquite, doenças 
cardiovasculares, enfisema pulmonar, câncer pulmonar. 
O grupo de maior risco, entre a população, são aqueles mais susceptíveis a ação dos poluentes, como os 
idosos, as crianças e os portadores de deficiência respiratórias ou cardíaca.
3.6 Avaliação da poluição do ar
A monitorização ambiental é utilizada como procedimento de controle da qualidade do ar. Ao se determinar a 
concentração de um poluente neste compartimento, mede-se o grau de exposição de receptores, como o 
homem.
Para evitar ou diminuir os efeitos tóxicos dos poluentes, são propostos padrões de qualidade, limites de 
concentração no ar para estes agentes dispersos na atmosfera.
“Um padrão de qualidade do ar define legalmente um limite máximo para a concentração de um componente 
atmosférico, que garanta a saúde e o bem-estar das pessoas”.
Há diversos fatores que dificultam o estabelecimento destes padrões de qualidade, sendo os principais: 
 Diferenças de susceptibilidade individuais;
 população exposta heterogênea; 
 experimentos em animais de laboratório difíceis de reproduzirem as condições ambientais;
 a avaliação da toxicidade ser considerada após exposição a uma única substância química e não a 
múltiplos agentes químicos.
A monitorização ambiental é restrita a um número de poluentes, selecionados em função de sua toxicidade 
ou intensidade com que aparecem no ambiente.
São selecionados como indicadores de qualidade do ar, baseando-se na recomendação de diversas 
Instituições Internacionais:
dióxido de enxofre (SO2), material particulado em suspensão (MPS), monóxido de carbono (CO), 
hidrocarbonetos (HC), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e ozônio (O3), como protótipo dos oxidantes 
fotoquímicos. 
Os objetivos da monitorização ambiental são: 
avaliar a qualidade do ar em relação aos limites legais; fornecer subsídios para a proposta de ações 
adequadas, inclusive ações de emergência no caso de ultrapassagem dos limites; acompanhar as alterações e 
as tendências da qualidade do ar no decorrer do tempo.
3.7 Padrões de qualidade nacionais e internacionais
19
Em geral, cada país estabelece leis para controlar ou limitar a emissão de poluentes na atmosfera.
A legislação brasileira de qualidade do ar segue muito de perto as leis norte-americanas. Essa lei especifica o 
nível máximo permitido para diversos poluentes atmosféricos, sendo que a máxima concentração de um 
poluente é especificada em função de um período de tempo. Os limites máximos (padrões estão divididos 
em dois níveis: primário e secundário. O primário inclui uma margem de segurança adequada para proteger 
pessoas mais sensíveis como crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios. O secundário é fixado 
sem considerar explicitamente problemas com a saúde humana, mas levando em conta outros elementos, 
como danos à agricultura, a materiais e edifícios, e a vida animal, mudanças de clima, problemas de 
visibilidade e conforto pessoal. As Tabelas 1 a 4 mostram os padrões de qualidade para o ar estabelecidos 
por órgãos ambientais nacionais e internacionais.
TABELA 1 Padrões nacionais de qualidade do ar (Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, 
 Conama, n. 3 de 28/06/90).
Poluentes Tempo de 
amostragem
Padrão primário 
µ g/m3
Padrão secundário
µ g/m3
Método de 
medição
Partículas totais em 
suspensão
Dióxido de enxofre
Monóxido de 
carbono
Ozônio
Fumaça
Partículas inaláveis
Dióxido de 
nitrogênio
24 horas (1)
MGA (2)
24horas (1)
MAA (3)
1 hora (1)
8 horas (1)
1 hora (1)
24 horas (1)
MAA (3)
24 horas (1)
MAA (3)
1 hora (1)
MAA (3)
240
80
365
80
40.000 (35 ppm)
10.000 ( 9 ppm)
160
150
60
150
50
320
100
150
60
100
40
40.000 (35 ppm)
10.000 ( 9 ppm)
160
100
40
150
50
190
100
Amostrador de 
grandes volumes
Pararosanilina 
Infra-vermelho não 
dispersivo
Quimiluminescênci
a
Refletância
Separação 
inércia/filtração
Quimiluminescência
(1) Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano.
(2) Média geométrica anual.
(3) Média aritmética anual.
Fonte: Relatório da CETESB.
TABELA 2 Critérios para episódios agudos de poluição do ar. (Resolução do Conselho Nacional do Meio 
 Ambiente, Conama, n. 3 de 28/06/90).
 Níveis
Parâmetros Atenção Alerta Emergência
Dióxido de enxofre µ g/m3 - 24 h
Partículas totais em suspensão (PTS) µ g/m3 - 24 h
SO2 x PTS µ g/m3µ g/m3 – 24 h
Monóxido de carbono (ppm) – 8 h
 Ozônio µ g/m3 – 1 h
Partículas inaláveis µ g/m3 – 24 h
Fumaça µ g/m3 – 24 h
Dióxido de nitrogênio µ g/m3 – 1 h
800
375
65.000
15
400
250
250
1.130
1.600
625
261.000
30
800
420
420
2.260
2.100
875
393.000
40
1.000
500
500
3.000
Fonte: Relatório da CETESB.
20
 
TABELA 3 Padrões de qualidade do ar adotados pela agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos 
 (EPA).
Poluentes Tempo de amostragem Padrão primário µ g/m3 Método de medição
Dióxido de enxofre
Partículas inaláveis (MP 
10)*
Monóxido de carbono
Ozônio
Hidrocarbonetos (menos 
metano)
Dióxido de nitrogênio
Chumbo
24h média aritmética 
anual
24h média aritmética 
anual
1h
8h
1 h
3 h
6 h às 9 h)
média aritmética anual
90 dias
365 (0,14 ppm)
80 (0,03 ppm)
150
50
40.000 (35 ppm)
10.000 (9 ppm)
235 (0,12 ppm)
160 (0,24 ppm)
100 (0,05 ppm)
1,5
Pararosanilina
Separação 
inércia/filtrogravimétrico
Infra-vermelho não 
dispersivo
Quimiluminescência
Cromatografia 
gasosa/ionização de 
chama
Quimiluminescência
Absorção atômica
Fonte: Relatório da CETESB. 
• (MP10) = partículas com diâmetro aerodinâmico ≤ 10 µ m.
TABELA 4 Níveis máximos recomendados pela Organização Mundial de Saúde (µ g/m3).
Tempos de 
amostragem
Fumaça Partículas 
totais em 
suspensão
Dióxido de 
enxofre
Ozônio Dióxido de 
nitrogênio
1h
24 h
média aritmética 
anual
-
100-150
40-60
-
150-23060-90
-
100-150
40-60
100-200
-
-
190-320
-
-
Fonte: Relatório da CETESB.
3.8 Avaliação e controle da poluição de ar no Estado de São Paulo
A monitorização ambiental da concentração dos poluentes do ar na Região Metropolitana de São Paulo 
(RMSP) e Cubatão é realizada continuamente durante 24 horas por dia, pela Companhia de Tecnologia e 
Saneamento Ambiental (CETESB), através de 25 estações automáticas fixas e 2 laboratórios móveis , além 
de algumas estações manuais. A partir de 1986 a CETESB controla o ar de algumas cidades do interior por 
meio de uma rede de amostragem manual.
Os dados obtidos são divulgados diariamente através da imprensa na forma de Índices de qualidade do ar 
(IQA). O IQA é obtido dividindo-se a concentração de um determinado poluente pelo seu padrão primário de 
qualidade e multiplicando-se o resultado dessa divisão por 100, para que seja obtido um valor percentual. 
Esse calculo é feito para todos os poluentes monitorados pela CETESB (CO, MP, SO2, O3 e o produto SO2 x 
MP), sendo apresentado o índice de qualidade do ar para aquele poluente que apresentou o maior resultado. 
Depois de calculado o índice, é feita uma qualificação do ar conforme a escala:
Índice de qualidade do ar (IQA) Qualidade do ar
0-50
51-100
101-199
Boa
Regular
Inadequada
21
200-299
300-399
>400
Má
Péssima
Crítica
Decretado um determinado nível, os efeitos sobre a saúde e as precauções a serem tomadas são as seguintes:
Nível de atenção:
 Descrição dos efeitos sobre a saúde: decréscimo da resistência física e significativo agravamento dos 
sintomas em pessoas com enfermidades cardiorrespiratórias; sintomas gerais na população sadia.
 Precauções: pessoas idosas ou com doenças cardiorrespiratórias devem reduzir as atividades físicas e 
permanecer em casa.
Nível de alerta:
 Saúde: aparecimento prematuro de certas doenças, além de significativo agravamento de sintomas. 
Decréscimos da resistência física em pessoas saudáveis.
 Precauções: idosos e pessoas com enfermidades devem permanecer em casa e evitar esforço físico. A 
população em geral deve evitar atividades exteriores.
Nível de emergência:
 Saúde: morte prematura de pessoas idosas e doentes. Pessoas saudáveis podem acusar sintomas adversos 
que afetam sua atividade normal.
 Precauções: todas as pessoas devem permanecer em casa, mantendo as portas e janelas fechadas. Todas 
as pessoas devem minimizar as atividades físicas e evitar o tráfego.
Finalmente, é importante considerar que estes padrões de qualidade de ar não são definitivos. Eles devem ser 
revistos constantemente tendo em vista, principalmente, a entrada de novos poluentes no ar, que podem 
alterar seus efeitos adversos. 
A fixação de padrões de qualidade do ar é um processo extremamente complexo, que envolve diversos tipos 
de problemas e requer um longo período de trabalho e de observação. A principal dificuldade é estabelecer 
um nível crítico de concentração de determinada substância , ou seja, avaliar quando um poluente pode 
causar danos à saúde humana, principalmente levando em conta as inúmeras doenças que têm origem na 
poluição do ar.
Podemos destacar as seguintes causas que justificam a dificuldade em fixar limites máximos de 
concentração de poluentes danosos à saúde humana.
 Existe um grande número de poluentes atmosféricos, sendo difícil estabelecer o efeito separado de cada 
um. Além disso, a cada dia novos elementos, são lançados na atmosfera sem que se tenha informação, 
pelo menos em um curto intervalo de tempo, de seus efeitos.
 É muito difícil detectar poluentes com concentração muito baixa e que causam danos à saúde humana.
 Na atmosfera é comum ocorrer o efeito chamado sinérgico, ou seja, duas ou mais substâncias , que 
separadamente podem não ser danosas, têm seus efeitos potencializados quando atuam juntas. Esses 
efeitos são superiores àqueles que seria obtidos somando-se os danos provocados por cada poluente 
separado.
 Normalmente é difícil obter registros de doenças e mortes causadas por fatores associados por 
poluentes atmosféricos.
 Doenças comuns decorrentes da poluição atmosférica (enfisema, bronquite, câncer etc.) possuem 
múltiplas causas e longo tempo de incubação, tornando difícil correlacioná-las com episódios críticos de 
poluição do ar.
 Muitas vezes é questionável extrapolar testes de laboratório feitos com cobaias para o homem.
Além de realizar a monitorização ambiental, a CETESB controla as fontes poluidoras, principalmente as 
estacionárias, exigindo instalação de equipamentos antipoluição e outras medidas para redução das emissões. 
Para controle das fontes móveis foi estabelecido o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos 
22
Automotores (PROCONVE), que propõe metas de emissão de poluentes, a serem atingidos até 1997. Além 
disso, podem ocorrer medidas de inspeção e regularização dos veículos em circulação. 
Todos os anos, a CETESB realiza, em São Paulo, a chamada “Operação Inverno”. Esta operação implica no 
acompanhamento da poluição do ar, em estado de alerta, a partir de 1o de maio, estendendo-se a 31 de 
agosto. Neste período o clima é seco e há tendência de formação de inversões térmicas a baixas altitudes e 
outras condições desfavoráveis a dispersão dos poluentes.
“A operação inverno consta de um conjunto de ações preventivas que visam proteger a população em caso 
de episódios agudos de poluição do ar”.
Principais ações que podem ser tomadas durante a Operação Inverno são:
- uso de combustível com baixo teor de enxofre; redução da atividade produtiva se necessário; restrição 
da circulação de veículos nas áreas críticas;
- proibição da circulação de veículos no Centro da Cidade, em caso extremo.
3.9 Estudo dos principais poluentes atmosféricos
3.9.1Compostos de enxofre (SOx)
A emissão global de SOx de fontes naturais e antropogênicas é mais ou menos equivalente. As fontes 
naturais são os vulcões e a destruição da matéria orgânica.
A maior parte do SOx antropogênico provém da combustão de carvão e derivados do petróleo nas usinas 
elétricas (carboelétricas e termoelétricas), siderúrgicas e metalúrgicas etc. A emissão de SOx por veículos 
automotores é pequena (Diesel).
O SO2, é um gás de odor desagradável e irritante, é o protótipo deste grupo de compostos. Ele é um poluente 
primário que se forma na queima de combustíveis que contenham enxofre, como carvão e óleo combustível. 
Os óxidos de enxofre (SOx) podem se formar nas seguintes condições:
 S (combustível) + O2 → SO2 (1)
 2 SO2 + O2 → 2 SO3 (2)
 2 PbS + 3 O2 → 2 PbO + 2 SO2 (refinação de sulfetos) (3)
 2 H2S + 3 O2 → 2 SO2 + 2 H2O (4)
O SO2 pode reagir com o O3 (baixas altitudes) ou com o O2 na presença de catalisadores, produzindo ácido 
sulfúrico e sulfatos, segundo as reações:
 O3 → SO3 
 SO2 H2O → H2SO4 cátions → XSO4 (5)
 O2 → SO3 muito rápida (NH4)2SO4 mais comum

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