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UNIVERSIDADE PITÁGORAS-UNOPAR TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO BÁSICO EM PSICOLOGIA HÉLIO LEONARDO CUNHA ZANI PSICOLOGIA E MEDICINA VETERINÁRIA: Possíveis áreas de atuação em prevenção e promoção de saúde mental LONDRINA 2019 HÉLIO LEONARDO CUNHA ZANI PSICOLOGIA E MEDICINA VETERINÁRIA: Possíveis áreas de atuação em prevenção e promoção de saúde mental LONDRINA 2019 Relatório de Estágio Básico apresentado como requisito para a aprovação na disciplina de Estágio Básico III no curso de Psicologia(Bacharelado) pela Universidade Pitágoras-Unopar. Orientadora: Fernanda Barutta Pieri Dedico este trabalho à minha família, aos veterinários e veterinárias que me acompanharam ao longo deste um ano e meio e a todos os profissionais de saúde que se doam diariamente para o bem do próximo. AGRADECIMENTOS Agradeço pela conclusão deste trabalho ao apoio constante de meus pais e do restante da minha família, que sempre acreditou em meus sonhos e em meu potencial. Gostaria também de agradecer à minha orientadora Fernanda Barutta Pieri, sem a qual este trabalho não se concretizaria, pelas incontáveis horas de supervisão e pelas orientações mais que valiosas. À professora Mariana, do curso de Medicina Veterinária e à Médica Veterinária Thaís Medeiros que abriram portas que tornaram possíveis a execução deste trabalho. Aos meus professores, que sempre se dedicaram à minha formação, por todas as aulas, textos e trabalhos que me fizeram chegar até aqui. Aos meus colegas de classe e, principalmente, os de supervisão, que partilharam suas vivências e ouviram por um ano e meio as minhas. E finalmente agradeço a meus amigos, que acreditaram em mim e aguentaram todas as reclamações nas semanas antes de prazos de entrega de trabalhos. “Quis custodiet ipsos custodes?” (Quem guardará os Guardiões?) (Juvenal) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 7 2 DESENVOLVIMENTO .............................................................................. 9 2.1 RELAÇÕES HUMANO-ANIMAL ............................................................ 9 2.2 RELAÇÕES MÉDICO VETERINÁRIO - TUTOR .............................. 10 2.3 FORMAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO ...................................... 12 2.4 CONCEITUAÇÃO DE SAÚDE MENTAL .......................................... 13 2.5 MEDICINA VETERINÁRIA E SAÚDE MENTAL ................................ 14 3 METODOLOGIA ..................................................................................... 17 4 CONCLUSÃO ......................................................................................... 19 5 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 20 6 APÊNDICE A – CARTAZ DE INTERVENÇÃO DE SAÚDE MENTAL EM VETERINÁRIOS ....................................................................................................... 22 7 1 INTRODUÇÃO A dependência do homem em relação a outras espécies é historicamente conceituada. Hart (1985) descreve a relação passando de predatória para a domesticação com o passar do tempo (apud GIUMELLI; SANTOS, 2016). Existem algumas hipóteses sobre o início das relações humano – animal como as conhecemos hoje. Uma delas refere-se à domesticação de cães ou lobos para o auxílio em transporte e caça a mais de 100 mil anos atrás (URICHUK; ANDERSON, 2003 apud MUÑOZ, 2014). Atualmente, uma grande quantidade de pessoas possui animais de estimação. Uma pesquisa de mercado realizada pelo SPC em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) entrevistou mais de 700 indivíduos de diferentes capitais brasileiras e destes 76% dos entrevistados relataram ser donos de algum animal de estimação (SPC; CNDL, 2017). Com os animais de estimação ganhando cada vez maior destaque na dinâmica intrafamiliar (CARVALHO, 2012) e a enorme quantidade de animais de estimação no território de nosso país – em 2004 estimava-se 27 milhões de cães e 11 milhões de gatos (ALMEIDA, 2009 apud FARACO et al) – é preciso que a psicologia enquanto ciência volte seus olhos para este evento. Por um lado existem os benefícios à saúde que as relações entre humanos e animais trazem, como exemplo é possível apresentar a Terapia Assistida por Animais(TAA), que começou a ser utilizada desde o século XVIII para o tratamento de pacientes com distúrbios articulares (DEPAUW, 1984 apud MACHADO, 2008; MUÑOZ, 2014). Por outro é necessário observar como esta crescente estima pelos animais de companhia afeta aqueles responsáveis pela saúde dos mesmos: os médicos veterinários. Os “médicos-veterinários são vistos como profissionais benevolentes, que cuidam de animais doentes e oferecem suporte aos clientes” (OLLHOF; MENEGATTI; AMORIM, 2019) e, tendo em conta a crescente importância que os animais de companhia têm adquirido é possível imaginar a responsabilidade que é conferida veterinários, que muitas vezes não têm o preparo necessário para lidar com estas demandas. Na formação dos médicos veterinários nos dias atuais, apesar das mais diversas mudanças que a sua proposta tenha sofrido, assim como todos os outros 8 cursos de formação superior em um passado recente, ainda pode ser considerado que há um grande caminho a ser percorrido para que este processo de desenvolvimento de novos profissionais seja satisfatório, principalmente quando o assunto a ser tratado remete às habilidades e conhecimentos referentes à humanização do processo clínico que arremete não só os profissionais de saúde que lidam diretamente com humanos, mas também aqueles responsáveis por lidar com a saúde dos animais, tornando-os responsáveis, em parte, pela saúde dos tutores dos mesmos (LESNAU; SANTOS.2013). Devido a esta falta de formação, um grande número de médicos veterinários é acometido por transtornos mentais e muitas vezes pelo estigma social que é atribuído aos profissionais de saúde não é possível notar a necessidade que os mesmos têm de um suporte emocional adequado (OLLHOF; MENEGATTI; AMORIM, 2019). O objetivo do presente trabalho é avaliar os aspectos psicológicos das relações entre tutores e animais e companhia e como esta relação impacta emocionalmente e permeia a prática dos médicos veterinários desde a sua formação até a sua vivência clínica depois de formados, ressaltando possíveis campos de intervenção possíveis onde a psicologia como campo científico pode auxiliar com o intuito de proporcionar bem estar psíquico tanto para os médicos veterinários quanto para os tutores dos animais de estimação. No desenvolvimento é feita uma breve avaliação das relações entre humanos e animais para em seguida serem tratadas as relações dos médicos veterinários com os tutores de animais no período contemporâneo onde o vínculo entre estes é mais intenso e, por último, as consequências que esta nova responsabilidade aliada a outros diversos fatores causam nos profissionais de medicina veterinária. Na metodologia são explicadas as intervenções realizadas no campo de estágio ao longo dos três semestres juntamente com relatos de caso desta mesmaintervenção. 9 2 DESENVOLVIMENTO A relação entre o homem e os animais de estimação é historicamente conceituada, visto que desde os tempos pré-históricos há registros da domesticação de animais, tendo esta característica sido mantida até o tempo presente, se mantendo por sentimentos deveras peculiares (ALMEIDA et al, 2009). 2.1 RELAÇÕES HUMANO-ANIMAL “Ultimamente, a relação entre homens e animais tem despertado cada vez mais interesse de diversas áreas[...]” (GARDEMANN et al, 2009) e a psicologia não é uma exceção. Esta relação apresenta-se como extremamente ambivalente, por um lado há um grande número de maus tratos aos animais domésticos, desde o espaço onde são mantidos, incluindo espaços extremamente pequenos, passando por problemas de higiene e o abandono até a violências físicas, como agressão de cães de rua ou o açoite de cavalos para a execução de trabalhos de tração ou velocidade (ALMEIDA et al, 2009 apud FRANCO 2001). Já por um outro ponto de vista podemos observar o grande impacto positivo que os animais causam na vida dos seres humanos em diversos aspectos, ressaltados por Almeida et al(2009). Em termos comportamentais, onde os tutores dos animais utilizam-se do animal não só como companhia, mas com o intuito de causar-lhes pensamento reflexivo, em uma relação autêntica, sem hipocrisias, corporativismo ou mediocridade (apud ODENDALL, 2000), proporcionando assim uma verdadeira oportunidade para a mudança de comportamentos alvo. Em termos de saúde física, onde foi possível observar uma menor incidência de estresse e problemas cardíacos em indivíduos que convivem com animais de estimação e maiores chances de recuperação àqueles que já apresentaram algum problema relacionado (apud VICÁRIA, 2003). Em uma pesquisa de mercado, o Serviço de Proteção ao Crédito, em conjunto com a Conferência Nacional de Dirigentes Lojistas (2017), revelou que, do total de entrevistados, 61,5% associam seus animais de estimação ao amor; 61,2% consideram os pets como um membro da família e 28% como um filho, revelando como as relações animal-humano estão se intensificando nos dias atuais. Nesta mesma pesquisa foi relatado que 32% ainda não sabem o que vão fazer quando seu animal morrer. A pesquisa se referia aos procedimentos funerários dos animais, no entanto o dado também nos mostra como alguns indivíduos evitam entrar 10 em contato com os assuntos referentes a morte dos animais, que possuem uma expectativa de vida notoriamente menor que a dos humanos. Há, muitas vezes, uma relação parental entre tutor e animal, (LESNAU et al apud LANA; PASSOS, 2008) sendo este tratado como mais um membro humano da família, sendo-lhe atribuídas características até algumas vezes antropomórficas. Isto se deve ao fato de que esta relação permite que os indivíduos nela inseridos satisfaçam suas condições de adultos e crianças ao mesmo tempo visto que em dados momentos são os provedores das necessidades dos animais, cuidam dos mesmo e então brincam com eles – incluindo a utilização de vocalizações infantis – além de se sentirem protegidos em lugares escuros e estranhos, no caso dos cães principalmente (BECK; KATCHER, 1996 apud OLIVEIRA, 2013). Oliveira (2013, p.44) apresenta três níveis de apego que podem ser estabelecidos entre os animais de estimação e seus tutores, de acordo com o vínculo afetivo formado entre a díade, sendo eles: “1) apenas uma relação importante em que o proprietário não tem vínculo afetivo pelo animal; 2) carregada por um vínculo afetivo pelo animal; 3) de vínculo afetivo com características mais evidentes de apego por dois motivos: a) para o proprietário o animal é percebido com funções de figura de apego, conforta e traz segurança em momentos de crise; b) o proprietário enquanto cuidador tem a percepção pelo comportamento do animal de que é a sua figura de apego e sente-se necessário e amado.”(OLIVEIRA, 2013 p.44) As novas dinâmicas familiares contemplam, inclusive, sistemas onde um indivíduo mora apenas com um ou mais animais de estimação e, tendo em vista os vínculos estabelecidos entre estes, o processo de luto pode ser vivenciado de forma difícil e intenso de acordo com a relação que foi desenvolvida (GARDEMANN et al, 2009; OLIVEIRA, 2013) Almeida (2015) relata também em suas pesquisas uma correlação entre o bem estar psicológico de tutores com problemas de comportamento de seus animais de companhia, ressaltando que as dificuldades referentes aos comportamentos dos pets era mais frequente em indivíduos com estresse ou depressão. 2.2 RELAÇÕES MÉDICO VETERINÁRIO - TUTOR Tendo em vista estes elementos, é necessário analisar o papel que o médico veterinário assume em uma sociedade onde o vínculo entre o tutor e animal de companhia é tão intenso e real quanto com outro ser humano, sendo possível comparar os aspectos emocionais de sua atuação aos de um médico que lida com pacientes humanos, principalmente por conseguirmos enquadrar ambos em uma 11 única categoria de profissionais da saúde. A ideia de que as relações que os médicos veterinários estabelecem com os tutores dos animais de estimação que atendem não de diferencia da relação que médicos estabelecem com seus clientes/pacientes é corroborada por Abreu (2012) ao comparar a relação veterinário-cliente com as relações pediatra-pais. Por este motivo Oliveira (2013) relata que “lidar com o cliente humano [...] requer conhecimento do que o animal representa para este dono em particular” (p.70) e isto deve abranger desde o desenvolvimento de empatia ao longo da vida profissional ao mesmo tempo em que se identifica o grau de vínculo entre o tutor e o animal afim de estabelecer uma comunicação mais confiável (ABREU et al, 201w). A satisfação do cliente com o atendimento, de acordo com Abreu et al (2012), se baseia na as habilidades de relacionamento interpessoal do médico veterinário, abrangendo tanto os elementos verbais como os não verbais. É importante que o veterinário compreenda o cliente não apenas como um veículo que levou o animal até ali para receber seus cuidados, ele é um ser subjetivo, também acometido pelo sofrimento de presenciar o animal em um estado de doença, portanto tanto o médico quanto o tutor possuem um objetivo em comum e uma boa relação garante tanto o sucesso terapêutico do médico veterinário ao aplicar o tratamento quanto a redução da angústia e promoção de saúde mental do tutor (ABREU et al, 2012) Abreu e seus colaboradores (2012) ressaltam a comunicação como um dos fatores essenciais para garantir a adesão do tratamento por parte do cliente assim como a precisão do diagnóstico, pois uma má comunicação pode influenciar na forma em que o tutor transmite as informações para o profissional. Tais dados são corroborados por Moura (2017) em sua pesquisa onde 52,54% dos tutores entrevistados afirmaram que não seguiriam as recomendações dos médicos veterinários caso suas expectativas não fossem atendidas. Ainda nesta pesquisa foi revelada a grande importância que os tutores dão à relação estabelecida entre eles e os médicos veterinários. Entre 10 características, a segunda mais valorizada pelos donos de animais de estimação foi a atenção tanto ao pet quanto ao dono enquanto em quinto lugar encontrou-se a predileção à cortesia dos profissionais da medicina veterinária como um fator importante (MOURA, 2017). Moura (2017) ainda relata que os alunos durante a sua formação não receberam treinamento adequado nas habilidades de comunicação com tutores, 12 elementos corroborados por Lesnau (2013), o que levanta alguns questionamentos sobre a formação dos médicos veterinários. 2.3 FORMAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO A forma de ensino nos cursos de Medicina Veterinária – o ensino vertical com o professor sendo vistocomo o detentor do conhecimento e não como um mediador do aprendizado – possibilita com que os alunos passem passivamente por seus anos de formação, criando dificuldades na articulação entre a práticas e os conhecimentos teóricos dos veterinários formados a partir desta metodologia de ensino (Nuto et al, 2006 apud ABREU et al, 2012). Apesar de uma mudança em todas as áreas da saúde, que visam principalmente humanizar o atendimento, abordando a condição saudável de um indivíduo como o seu bem estar físico, psicológico e social, a formação dos médicos veterinários ainda se apresenta bastante tecnicista, desconsiderando durante grande parte da graduação os aspectos emocionais e psicológicos, tanto dos próprios estudantes e profissionais como o preparo para lidar com a demanda emocional do tutores que atenderão no futuro(LESNAU, 2013 apud OLIVEIRA et Al 2010). Lesnau(2013) aponta que também há um grande investimento na formação técnica dos médicos veterinários, porém há um grande déficit em sua formação humanizada, responsável por fornecer uma estrutura psicológica e emocional, auxiliando o estudante e o profissional da medicina veterinária a lidar com as demandas dos tutores de seus paciente e também as próprias demandas. Em uma entrevista ao Conselho Federal de Medicina Veterinária, o veterinário Rodrigo Rabelo atesta que “[...] na graduação devia haver disciplinas obrigatórias sobre ética, comunicação de más notícias, lidar com o luto e gestão de recursos humanos” (p.6). Atestando mais uma vez a necessidade da humanização da formação dos cursos de Medicina Veterinária pelo país. Esta formação também não contribui para a saúde mental dos próprios médicos veterinários que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde(OMS), são a profissão com a maior taxa de suicídios e se encontram no grupo de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais como a depressão (2000). Por este motivo é importante trazer uma discussão sobre o que é considerado como saúde mental nos dias de hoje para então avaliarmos os fatores agravantes na realidade dos médicos veterinários. 13 2.4 CONCEITUAÇÃO DE SAÚDE MENTAL Historicamente, a saúde mental era vista como um desligamento do racionalismo cartesiano, que partia do indivíduo, ocasionando neste a perda de sua razão a saúde mental e era tratada utilizando-se a “lógica manicomial” a partir do método de isolamento social, paradigma que começou a ser quebrado a partir da década de 60 nos Estados Unidos (AMARANTE, 2015), em um ambiente pós-guerra onde começava a se questionar o modelo de saúde biomédico vigente (apud SCHNEIDER, 2015). A antítese a este movimento surgia das críticas aos hospitais psiquiátricos e as tentativas de descentralizar o tratamento da doença mental dos hospitais e estende- los ao ambiente comunitário e também com a desinstitucionalização (BASAGLIA, 1985), visando promover mudanças na própria cultura excludente instaurada. No exterior estes movimentos incluíam sugestões de novos modelos de tratamento, críticas epistemológicas (apud Leone, 2000) e até o desmonte de hospitais psiquiátricos na Itália (apud SCHNEIDER, 2015). No Brasil o movimento começa na década de 80 com a Reforma Psiquiátrica Brasileira, um movimento de luta antimanicomial que agrupava todos seus aspectos legais, teóricos e técnicos (TENÓRIO, 2002 apud SCHNEIDER, 2015). Através destes movimentos, o foco principiou a ser a doença em si, tendo sido alterado para os fatores determinantes da saúde, através de métodos preventivos, identificando determinantes sociais em saúde o que culminou no embasamento teórico para a prevenção em saúde mental atual (SCHNEIDER, 2015). O surgimento desta Psiquiatria Preventiva proporcionou o surgimento de equipes multidisciplinares de atenção à saúde mental (CAPLAN, 1980), atenção psiquiátrica voltada a intervenções comunitárias, leitos em hospitais gerais, lares, grupos terapêuticos entre outros métodos (AMARANTE, 2007) assim como a proposta de uma nova visão do indivíduo como sendo um ser biopsicossocial, amparado pela Organização Mundial de Saúde(OMS) (apud SCHNEIDER, 2015). Já que os médicos veterinários possuem um bem-estar psicológicos em níveis alarmantemente baixos (JOHNSON et al, 2005 apud OLLHOF; MENEGATTI; AMORIM, 2019) é preciso entender quais são os fatores causadores para este caso. Partindo destes conceitos de determinantes sociais e a nova visão de saúde proposta, é estabelecido que todas as doenças mentais sejam prevenidas, “porém, para que isso ocorra, é preciso detectá-las precocemente” (SCHNEIDER, 2015 p.39). 14 2.5 MEDICINA VETERINÁRIA E SAÚDE MENTAL Bartram(2016) relata que os médicos veterinários têm quatro vezes mais chances de cometerem suicídio do que a população normal e duas vezes mais do que profissionais de saúde de outras áreas. O autor propõe diversas causas para tal fato, sendo estas: o acesso a meios letais de suicídio, o contato próximo com a morte através da eutanásia, que devido a supracitada próxima relação estabelecida entre humanos e animais de companhia adquiriu nos dias atuais representa um grande peso para o profissional, exposição ao grande número de suicídios de colegas de profissão, aspectos da história individual de cada indivíduo, transtornos psiquiátricos concomitantes, estressores do ambiente de trabalho e o estigma que as doenças mentais possuem em nossa sociedade contemporânea, tornando necessária uma discussão sobre o conceito de saúde mental na atualidade. Partindo deste pressuposto e dos elementos citados por Bartram e aliando-os aos estudos de Rocha(2016), podemos concluir que dois dos transtornos que mais assolam os médicos veterinários são o Burnout e a Fadiga por Compaixão ou estresse pós traumático secundário. Rabelo & Sanches (2011) definem a síndrome de Burnout por uma “condição de sofrimento psíquico relacionada ao trabalho” apresentando sintomas tais como: “[...]fadiga constante, dor muscular em região cervical e lombar, distúrbios do sono, cefaleia, gastrite, queda de imunidade, transtornos cardiovasculares, disfunções sexuais, alterações menstruais, falta de concentração, alteração de memória, baixa autoestima e desânimo” (apud, ROCHA, 2016, p.4). Apesar de a Síndrome de Burnout se referir ao estresse organizacional, ou seja, no ambiente de trabalho, seus sintomas não afetam apenas a vida profissional dos indivíduos, mas também a sua vida pessoal (LLOYD, 2017). A identificação da Síndrome de Burnout pode ser expressa em três pontos centrais: a despersonalização, a falta de realização profissional e a exaustão emocional (WILL, 2018 apud OLLHOF; MENEGATTI; AMORIM, 2019). Enquanto o Burnout tem a sua etiologia traçada aos elementos do ambiente de trabalho, a Fadiga por Compaixão advém diretamente do testemunho e a necessidade de um indivíduo de aliviar o sofrimento de outrem e é expresso em um cansaço físico, mental e psicológico (LLOYD, 2017; ROCHA, 2016). Ao longo do estudo das doenças mentais e das diversas edições do DSM, houve grandes mudanças no que tange o diagnóstico do estresse pós-traumático, 15 anteriormente estabelecendo que apenas as vítimas de traumas pudessem desenvolver os sintomas descritos, tendo este aspecto sido alterado em sua quinta edição, trazendo a esta categoria indivíduos que presenciaram “algum evento traumático ocorrido com familiares, amigos próximos, ou por quem é frequentemente exposto a detalhes aversivos de eventos traumáticos.” (FIGLEY apud CASTRO, 2018). Por este motivo a Fadiga por Compaixão apresenta os mesmos sintomas que o Estresse Pós Traumático Secundário (ROCHA, 2016), que podem incluir: recordações ou sonhos intrusivos, angustiantes e recorrentes relacionadas ao(s) evento(s) traumático(s), flashbacks dissociativos, sofrimento psicológico intenso eprolongado e/ou reações fisiológicas intensas por exposição a eventos internos ou externos relacionado ao(s) trauma(s), alterações de humor – surtos de raiva, problemas de confiança em si e nos outros, por exemplo – distúrbios no sono, perda de interesse em atividades (APA, 2014). Apesar de semelhantes, os transtornos se diferem principalmente em sua origem tendo o Burnout seu foco em exposição excessiva a elementos estressores no ambiente de trabalho e o distúrbio pós traumático secundário depende principalmente de uma predisposição relacionada a traços de personalidade mais ligados a empatia e altruísmo nos indivíduos, podendo ocorrer sintomas após uma única exposição a um evento estressante relacionado ao distúrbio (ROCHA, 2016). No Brasil, Rabelo(2019) observa que os dois transtornos andam em conjunto, onde “há um alto grau de esgotamento emocional associado a um bom nível de realização e baixa despersonalização, indicando um cruzamento entre fadiga por compaixão e Burnout.” (p.6) No Brasil, apesar de ainda faltarem estudos representativos, é indicado como o país da América Latina com a maior prevalência de transtornos mentais (SIQUEIRA, 2010 apud ABREU et al, 2015), este fato aliado a propensão de médicos veterinários a desenvolverem transtornos como o Burnout e a Fadiga por Compaixão, faz com que seja necessário tanto um trabalho de prevenção como de promoção da saúde mental deste grupo, visto que os transtornos emocionais “representam um elevado custo emocional, tanto para a pessoa quanto para familiares e cuidadores” (MIHALOPOULOS et al, 2011 apud ABREU et al, 2015). Além das causas já citadas acima, há também uma grande diferenciação entre os médicos veterinários e o restante dos profissionais de saúde: a eutanásia. O 16 constante contado com a morte dos animais, aliado à nova significação dos pets nos dias atuais coloca um novo peso sobre os ombros dos veterinários (FRANK, 2017). Um dos principais aspectos a serem ressaltados referente à inaptidão emocional que muitas vezes acomete o médico veterinário é a morte e o luto, elemento bastante presente em uma profissão que lida com animais com expectativas de vida bastante inferiores à média dos seres humanos e, de acordo com Starzewski et al. (2005), “quando se treina para curar e salvar vidas, o profissional sente-se angustiado ao reconhecer que a sua profissão o obriga a conviver com a morte” (apud LESNAU, 2013). O sentimento de impotência que pode muitas vezes acometer estes profissionais e estudantes são referidos por Lana e Passos (2008) com um evento que eventualmente acomete a todos os profissionais da área da saúde. Entretanto, a natureza inescapável do sentimento deveria ser precedida por um preparo psicológico (apud LESNAU, 2013), ainda em grande falta nas ementas de formação, e não pelo sentimento de fatalismo que muitas vezes acomete os profissionais de saúde, que se distanciam cada vez mais de seus paciente, transformando um trabalho em que a empatia e o cuidado do outro é tão necessário em algo automatizado. Apesar de não haver uma conscientização geral referente ao desenvolvimento de transtornos mentais decorrente dos aspectos emocionalmente negativos de profissionais de saúde, responsáveis pelos cuidados de outros, existem sérias consequências não apenas para o indivíduo em questão, mas para seus familiares, amigos próximos e até mesmo seus pares no ambiente de trabalho (STAMN, 2010). É importante também ressaltar que realizar uma avaliação de tais aspectos se prova bastante complexo, visto que além de considerar os aspectos do ambiente de trabalho, considera as características individuais do indivíduo (STAMN, 2010). 17 3 METODOLOGIA Partindo do pressuposto que uma grande parcela dos Médicos Veterinários do Brasil é acometida por algum tipo de transtorno psicológico, assim como os estudantes universitários do mesmo curso, o presente trabalho tem o propósito de atuar de forma tanto preventiva como visando a promoção da saúde mental deste grupo específico assim como fornecer um suporte aos tutores em situações de doença grave, crônica ou luto no enfrentamento destas situações Para tanto a atuação junto à Clínica Escola de Medicina Veterinária da Unversidade Pitágoras-Unopar e à clínica veterinária particular Clinovet onde foi realizado o estágio baseou-se no acolhimento do sofrimento dos tutores em casos de morte e doença crônica ou grave, conscientizando-os a respeito do processo de eutanásia e ajudando-os a lidar com o processo de adoecimento de seus animais assim como intervenções visando a saúde mental do médico veterinário. Nestas últimas incluíram-se conversas sobre saúde mental – incluindo fatores de risco para os transtornos com maior incidência nesta categoria de profissionais, as supracitadas Síndrome de Burnout e a Fadiga por Compaixão – assim como a aplicação de técnicas de relaxamento – em casos de alunos com elevados níveis de estresse em situações de pré-cirurgia da Clínica Escola de Medicina Veterinária. O caráter pontual das atuações do estagiário de psicologia no campo de estágio e também o teor de sua prática – a adaptação e também o enfrentamento da situação de crise na qual os indivíduos estão inseridos – se assemelha grandemente com as práticas de um Psicólogo Hospitalar (CANTARELLI, 2009 p.139). Cantarelli (2009 p. 138) aponta que um psicólogo hospitalar atua ativamente através da “preparação do paciente para procedimentos[...], auxílio ao enfrentamento da doença e seu tratamento”. Estes procedimentos se mostraram os mais eficazes também na atuação do estagiário de Psicologia junto aos tutores. Já em relação aos médicos veterinários, onde a atuação pôde ser mais longitudinal as intervenções basearam-se na psicoeducação referente a temas que aparecem constantemente em sua rotina profissional. Ao fim do período de intervenção foi elaborado um cartaz com recomendações aos médicos veterinários (Apêndice 1) com orientações referentes à prevenção e promoção de sua saúde mental. Dentre as informações incluídas no cartaz constam maneiras de identificar sintomas tanto da Síndrome de Burnout como a da Fadiga por compaixão, algumas orientações sobre o estabelecimento de vínculo com os tutores 18 dos animais – visto que não há muito ensino ou treinamento sobre tal elemento durante a formação desses profissionais (LESNAU; SANTOS, 2013) – assim como algumas medidas de profilaxia para evitar a incidência destes transtornos nos médicos veterinários. No cartaz foi inserido um dado da OMS (2000) referente à taxa de suicídio dos médicos veterinários afim de indicar a necessidade de intervenções psicológicas no ambiente da medicina veterinária Para fornecer as informações outras do cartaz foram utilizados principalmente os conteúdos produzidor por Frank (2018), relatando comportamentos da Síndrome de Burnout, tendo sido selecionados os mais relatados pelos médicos veterinários e estudantes ao longo das intervenções no campo de estágio, sendo estas: Dificuldade em se concentrar, falta de cuidado com os animais, falta de paciência com os clientes, alterações de humor, falta de confiança e conflitos na equipe, má disposição, dores de cabeça e insônia. Também foi inserida no cartaz uma técnica de relaxamento adaptada de Marques (2016) que consiste em uma respiração compassada. Na bibliografia recomenda-se respirar em uma contagem até 6, no entanto foi realizada uma alteração com uma contagem até 4, incluindo duas contagens – uma com os pulmões cheio de ar e uma com os pulmões vazios. As informações sobre a Fadiga por Compaixão foram retiradas dos trabalhos de Rocha (2016), aliando-se a alguns conceitos de Frank (2018), dando foco não a parte técnica presente no DSM, mas em sintomas observáveis afim de aumentar aconsciência dos médicos veterinários referente a este transtorno pouco divulgado no Brasil. Os indicativos de profilaxia também foram retirados com base nos trabalhos de Frank (2018) no que se refere à relação com os colegas de trabalho e comportamentos de autocuidado. Já as informações referentes à relação tutor-veterinário foram baseadas nos trabalhos de Moura (2017). O cartaz condensou todas as práticas realizadas com médicos veterinários ao longo dos 3 semestres de intervenção e, por conseguinte, concluiu a intervenção neste campo. 19 4 CONCLUSÃO Podemos concluir, portanto, que as relações entre humanos e animais de companhia se intensificaram nos tempos contemporâneos – elemento que foi constatado durante a prática do campo de estágio – e que estas novas dinâmicas relacionais adicionaram uma nova faceta de responsabilidades aos responsáveis pelos cuidados e pela saúde dos pets, os médicos veterinários. Além deste novo elemento existem inúmeros fatores estressores que podem contribuir para o malefício da saúde mental não só dos médicos veterinários mas também dos estudantes universitários que um dia ingressarão em tal profissão, dentre eles a má remuneração e a presente convivência com temas como a morte e a eutanásia. Atestou-se também o déficit que existe na formação integral do conceito de saúde nas graduações do curso de medicina veterinária e apesar das mudanças recentes nas ementas e propostas dos cursos há que se trilhar um longo caminho até que esta consiga proporcionar a seus alunos uma construção horizontal do ideal de saúde, técnico, ético e também humanizado. A presença de um psicólogo neste meio também comprova-se importante, pois este sendo um profissional responsável por prezar pelo bem estar psíquico dos indivíduos, pode ser um diferencial tanto durante a formação dos profissionais da medicina veterinária quanto nos locais de atuação em si, auxiliando no tratamento com os tutores em momentos difíceis, capacitando os profissionais e zelando pela saúde mental de seu ambiente de trabalho acima de tudo. Conclui-se através desta linha de raciocínio que a intervenção do psicólogo no âmbito da medicina veterinária pode se dar da mesma maneira que a inserção de um psicólogo em um ambiente de hospitais humanos, pois as questões que permeiam os dois ambientes são extremamente semelhantes, assim como as relações entre médico-pacientes e veterinários-tutores. O presente trabalho apresenta, portanto, como objetivo último, comprovar a utilidade e eficiência da psicologia como uma ciência que busca promover saúde mental e todos os âmbitos nos quais se insere através de intervenções pontuais e embasadas e a necessidade de maior desenvolvimento teórico, técnico e prático que normatize esta prática afim de atingir os objetivos desejados com maior eficiência. 20 5 REFERÊNCIAS AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS: DSM V. Porto Alegre: Artmed, 2014. 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