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1 Vetor Aceleração Média em duas e três dimensões Toda vez que o vetor velocidade sofre uma variação, seja de módulo, direção ou sentido, indica a existência de um vetor aceleração no movimento. Se considerarmos o vetor aceleração média, podemos defini-lo como: a razão entre a variação do vetor velocidade em um intervalo de tempo, e o mesmo intervalo de tempo. Com isso, precisamos do vetor velocidade em dois instantes de tempo diferentes – ti e tf – e desses instantes de tempo. Matematicamente, temos: aM = ∆V = V(tf) – V(ti) ∆t tf – ti Assim, o vetor aceleração média só depende dos vetores velocidades inicial e final e dos instantes de tempo inicial e final. Outra conclusão que podemos obter da fórmula matemática é que o vetor aceleração média terá sempre a mesma direção e sentido do vetor ∆V. Podemos escrever o vetor aceleração média através da notação de vetores unitários. aM = ∆V = ∆Vx î + ∆Vy ĵ + ∆Vz k ∆t ∆t ∆t ∆t ∆Vx = (Vfx – Vix) ∆Vy = (Vfy – Viy) ∆Vz = (Vfz – Viz) Em duas dimensões: aM = ∆V = ∆Vx î + ∆Vy ĵ ∆t ∆t ∆t 2 Exemplo numérico 4: Lago Vostok O Lago Vostok é uma massa de água sub-glacial localizada na Antártida, por baixo da Estação Vostok, um centro de investigação dirigido pela Rússia. Este lago permaneceu desconhecido durante muito tempo, graças ao seu peculiar enquadramento geográfico e permanece como uma das últimas zonas por explorar do planeta Terra. Só em 1996 se descobriu a sua verdadeira extensão. O lago Vostok tem uma forma elíptica com 250 km de comprimento e 40 km de largura cobrindo uma área de 14 mil km². O seu fundo é irregular e divide-se em duas bacias, a mais profunda com cerca de 800 m e a outra com 200 m. Calcula-se que o lago contenha um volume de 5.400 km³ de água doce. Está totalmente protegido da atmosfera e outros contactos com o exterior por uma espessura de 4 km de gelo antártico. A origem do lago Vostok é, segundo a opinião da maioria dos cientistas, um lago normal que foi coberto por gelo, à medida que se desenvolveram os glaciares da calote polar da Antártida. Esta submersão deve ter ocorrido a partir dos 30 milhões de anos atrás e terminou há 15 milhões de anos. É há esta quantidade de tempo que o lago e suas eventuais formas de vida se encontram isolados um dos motivos que lhe traz interesse científico. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lago_Vostok (adaptado) No lago Vostok um barco desliza sobre o gelo velejando pela sua superfície com aceleração constante produzida pelo vento. Em certo instante a velocidade do barco é (6,30 î – 8,42 ĵ) m/s. Três segundos depois, por causa de uma mudança na direção do vento, o barco está instantaneamente em repouso. A aceleração média para esse intervalo de 3 s é: V(ti) = (6,30 î – 8,42 ĵ) m/s V(tf) = (0,00 î + 0,00 ĵ) m/s ∆t = 3 s 3 aM = ∆𝑽 ∆t = 𝑽(𝑡𝑓) – 𝑽(𝑡𝑖) ∆t = (0,00 î + 0,00 ĵ) − (6,30 î – 8,42 ĵ) 3 = (0,00 – 6,30) î + (0.00 – (− 8,42)) ĵ 3 = − 6,30 î + 8,42 ĵ 3 = (- 2,10 î + 2,81 ĵ )m/s2 aM = (- 2,10 î + 2,81 ĵ) m/s2 Vetor Aceleração instantânea em duas e três dimensões Podemos reescrever, mais uma vez, o vetor aceleração média como: aM = ∆V = V(t) – V(t + ∆t) ∆t ∆t Para obtermos o vetor aceleração instantânea temos que fazer com que ∆t vá diminuindo, progressivamente, até que ele assuma um valor infinitamente pequeno. Fazemos isso usando o operador matemático limite quando ∆t tende a zero, estudado em Cálculo I e visto na aula 2. a = lim ΔV = lim ΔVx i + lim ΔVy j + lim ΔVz Δt→0 Δt Δt→0 Δt Δt→0 Δt Δt→0 Δt Então, o vetor aceleração instantânea é a derivada do vetor velocidade, matematicamente escrito como: a = dV = dVx i + dVy j + dVz k dt dt dt dt O vetor aceleração instantânea é igual à inclinação da reta tangente à curva da velocidade do movimento em qualquer instante de tempo. Como o vetor velocidade é a derivada do vetor posição, podemos descrever o vetor aceleração como derivada segunda da posição: a = d2r = d2x i + d2y j + d2z k 4 dt2 dt2 dt2 dt2 Outra forma de escrevermos o vetor aceleração instantânea é: a = ax i + ay j + az k Em duas dimensões: a = dV = dVx i + dVy j dt dt dt a = d2r = d2x i + d2y j dt2 dt2 dt2 a = ax i + ay j Exemplo numérico 5: Não é tão ruim aprender um pouco sobre a origem das palavras! A palavra partícula vem do Latim particula, diminutivo de pars, “parte, porção”. Esse diminutivo é feito com o sufixo – ícula. Assim, partícula é composto pelo radical part + o sufíxo ícula. O significado dessa palavra fica fácil de descobrirmos, é uma parte pequena de algo. O elétron é uma pequena parte de um átomo, logo, chamamos de partícula. A posição r de uma partícula que se move em um plano xy é dada por: r = (2,00t3 – 5,00t) î + (6,00 – 7,00t4) ĵ, com r em metros e t em segundos. Calcule: a) r em t = 2,00 s b) V em t = 2,00 s c) a em t = 2,00 s a) r = [(2,00t3 – 5,00t) î + (6,00 – 7,00t4) ĵ] m 5 Em t = 2,00 s, basta substituir o valor de t em r: r = [(2,00 . 2,003 – 5,00 . 2,00) î + (6,00 – 7,00 . 2,004) ĵ] m r = [(2,00 . 8,00 – 10,0) î + (6,00 – 7,00 . 16,0) ĵ] m r = [(16,0 – 10,0) î + (6,00 – 122) ĵ] m r = [6,00 î – 106 ĵ] m b) Para calcular v devemos derivar r em função de t: V = 𝑑𝒓 dt = 𝑑[�2,00𝑡3 – 5,00𝑡� î +(6,00 – 7,00𝑡4) ĵ] dt = (3 . 2,00t2 – 5,00) î + ( - 4. 7,00t3) ĵ = = [(6,00t2 – 5,00) î – 28,0t3 ĵ] m/s Em t = 2,00 s, basta substituir o valor de t em V: V = [(6,00t2 – 5,00) î – 28,0t3 ĵ] m/s V = [(6,00. 2,002 – 5,00) î – (28,0. 2,003) ĵ] m/s V = [(6,00. 4,00 – 5,00) î – (28,0. 8,00) ĵ] m/s V = [(24,0 – 5,00) î – 224 ĵ] m/s V = [19,0 î – 224 ĵ] m/s c) Para calcular a devemos derivar V em função de t: a = 𝑑𝑽 dt = 𝑑[(6,00𝑡2 – 5,00) î − 28,0𝑡3 ĵ] dt = (2 . 6,00t î - 3 . 28,0t2 ĵ) m/s2 Em t = 2,00 s, basta substituir o valor de t em a a = (12,0t î - 84,0t2 ĵ) m/s2 a = (12,0 . 2,00 î - 84,0 . 2,002 ĵ) m/s2 a = (24,0 î - 84,0 . 4,00 ĵ) m/s2 a = (24,0 î – 336 ĵ) m/s2
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