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��Universidade do Sul de Santa Catarina Disciplina a distância Atividade de avaliação a distância (AD) Nome do(a) aluno(a): Rosangela Pasini Provensi Disciplina: Direito Administrativo Professora tutora: Susana dos Reis Machado Pretto Data: 19/08/2008 Critérios para correção Demonstração da compreensão do conteúdo a partir da relação teoria e prática – temas estudados e o cotidiano; Sínteses coerentes com o conteúdo estudado – fundamentar as respostas com o conteúdo visto nas unidades; Análise crítica das questões apresentadas; Originalidade nas respostas e, ao utilizar conteúdos de outros autores, estes devem ser acompanhados pela devida referência de acordo com as normas da ABNT - Citar as fontes pesquisadas: revistas, livros ou sites da Internet. QUESTÃO 1: A partir dos estudos realizados, responda as questões formuladas diante da seguinte situação hipotética: No Estado de Camelot existe uma lei (nº. 01/74) que determina que todos os servidores públicos do Estado devem realizar um procedimento administrativo para requerer a remoção. Neste procedimento administrativo deve constar: a ficha funcional do servidor, com os devidos documentos autenticados; as razões do seu pedido com documentos comprobatórios da necessidade da remoção; e ainda, parecer favorável do superior hierárquico com o qual trabalha e com o qual irá trabalhar, Porém, a Secretaria de Administração determinou por PORTARIA que, em virtude do princípio da eficiência, o procedimento utilizado a partir de agosto de 2007 para requerer a remoção somente deve ser instruído com o pedido e sua justificativa. Diante desta situação é possível considerar válida a portaria? Qual princípio deve preponderar na hipótese, legalidade ou eficiência? Fundamente sua resposta. Não, a portaria não é valida, pois existe a Lei nº. 01/74 que determina quais são os requisitos para a remoção. A portaria é inferior a essa Lei e a Secretaria de Administração não tem competência para mudá-la. Creio que o princípio que predomina é o da legalidade o qual nos diz que a Administração Pública possui limites, que não está livre para fazer ou deixar de fazer algo de acordo com a vontade do governante somente, mas que deverá obedecer a lei em toda a sua atuação. Este princípio, que nasceu com o Estado de Direito e é essencial para a configuração do regime jurídico-administrativo, significa que a vontade da Administração Pública é a definida pela lei e dela deve decorrer, ou seja, na relação administrativa, temos uma relação de submissão do Estado em relação à lei, constituindo-se, portanto em uma das principais garantias de respeito aos direitos individuais, posto que a lei os define e estabelece os limites de atuação do Estado que objetivem restringir o exercício dos referidos direitos em prol da sociedade. A legalidade, como principio de administração (CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. A eficácia de toda atividade administrativa está condicionada ao atendimento da Lei e do Direito. É o que diz o inc. I do parágrafo único do art. 2º da Lei 9.784/99. Com isso, fica evidente que, além da atuação conforme a lei, a legalidade significa, igualmente, a observância dos princípios administrativos. Os governantes, nada mais sendo que os representantes da sociedade, ao serem proclamados como detentores do poder, devem exercê-lo obedecendo, cumprindo e colocando em prática um quadro normativo, que busca embargar quaisquer tipos de favoritismos, perseguições ou desmandos, enfim opondo-se a todas as formas de poder autoritário. Na Administração Pública, não há espaço para liberdades e vontades particulares, deve, o agente público, sempre agir com a finalidade de atingir o bem comum, os interesses públicos, e sempre segundo àquilo que a lei lhe impõe, só podendo agir secundum legem. Enquanto no campo das relações entre particulares é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe (princípio da autonomia da vontade), na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei define até onde o administrador público poderá atuar de forma lícita, sem cometer ilegalidades, define como ele deve agir. Concluímos, por fim, que o principio da Legalidade, ao limitar a legítima atuação da Administração Pública àquilo que é permitido por lei, de acordo com os meios e formas que por ela estabelecidos e segundo os interesses públicos, confere ao Estado um caráter democrático, traduzindo-se numa expressão de direito, revelando-se um elemento de garantia e segurança jurídicas. Em relação ao servidor público, o que significa o regime estatutário? Dê algumas características deste regime. Regime estatutário é o modo pelo qual se estabelecem as relações jurídicas entre o funcionário público e a Administração, com base nos princípios constitucionais pertinentes e nos preceitos legais e regulamentares da entidade estatal a que pertence. Sob esse regime, a situação do funcionário público não é contratual, mas estatutária. Isso significa que o Poder Público – federal, estadual ou municipal – não faz contrato com os funcionários, nem com eles ajusta condições de serviço e remuneração. Ao revés, estabelece unilateralmente, em leis e regulamentos, as condições de exercício das funções públicas; prescreve os deveres e direitos dos funcionários; impõe requisitos de eficiência, capacidade, sanidade, moralidade; fixa e altera vencimentos e tudo o mais que julgar conveniente para a investidura no cargo e desempenho de suas funções. Tais preceitos é que constituem o estatuto em sentido amplo. Pela investidura no cargo os funcionários ficam sujeitos às disposições estatutárias que lhes prescrevem obrigações e lhes reconhecem direitos, mas daí não decorre que a Administração se obrigue para com eles a manter o estatuto vigente ao tempo do ingresso no serviço público. Absolutamente, não. O Poder Público pode, a todo tempo e em qualquer circunstâncias, mudar o estatuto, alterar as condições do serviço público, aumentar ou reduzir vencimentos, direitos ou obrigações dos servidores, desde que não ofenda ao mínimo de garantias que a Constituição lhes assegura (arts. 91 a 111), porque o funcionalismo é meio e não fim da Administração. O fim da Administração é o serviço público para a satisfação do interesse coletivo; o funcionalismo é apenas o instrumento de que se serve para atingir seus objetivos. Por isso o interesse público há de prevalecer sempre sobre o interesse individual dos funcionários. É por essas razões que, no regime estatutário, o servidor não adquire direito à permanência das condições de serviço, do valor da remuneração, à amplitude dos direitos e dos limites das obrigações estabelecidos no estatuto sob o qual foi investido. No interesse do serviço público, aquelas condições e aquele valor podem ser alterados, ainda que em seu prejuízo pessoal; os seus direitos podem ser restringidos e as suas obrigações ampliadas, sem necessidade de sua aquiescência e sem que possa opor-se às modificações unilaterais da Administração. ... São as características do regime estatutário. A da pluralidade normativa, indicando que os estatutos funcionais são múltiplos. Cada pessoa da federação, desde que adote o regime estatutário para os seus servidores, precisa ter a lei estatutária para que possa identificar a disciplina da relação jurídica funcional entre as partes. Há, pois, estatutos funcionais federal, estaduais, distrital e municipais, cada um deles autônomo em relação aos demais, porquanto a autonomia dessas pessoas federativas implica, necessariamente, o poder de organizar seus serviços e seus servidores. Outra característica concernente à natureza da relação jurídica estatutária. Essa relação não tem naturezacontratual, ou seja, inexiste contrato entre o Poder Público e o servidor estatutário. A grande característica deste regime é a estabilidade e a exigência do Concurso Público, que não se limitou ao ingresso na Administração Direta, mas também na Indireta, inclusive nas Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Instruções: Responda as questões sem copiar as perguntas. Utilize para resposta entre 10 a 15 linhas para cada questão. Cada questão vale 3,5 (três vírgula cinco) pontos. QUESTÃO 2: O Prefeito Municipal da cidade X deferiu o reajuste tarifário relativo ao serviço de distribuição de água, prestado pela empresa privada Águas Claras, concessionária desse serviço. Pergunta-se: O Poder Judiciário é competente para aferir se é abusivo ou não esse reajuste tarifário, sabendo-se que a legislação tarifária confere ao Prefeito, discricionariamente, a definição dos índices de reajuste? Fundamente sua resposta. Sim, porque ainda que se trate de ato discricionário, deve ele ser razoável e proporcional. Um meio fácil de interpretar a legalidade dos atos administrativos é atentar para seus principais requisitos: competência, forma e finalidade. Independente do ato ser discricionário ou vinculado, terá sempre de obedecer à estes três requisitos, sem os quais pode ser declarado inválido pelo poder judiciário. A competência diz respeito a quem pratica o ato, que deve ser o agente que detêm atribuição legal para a prática do ato. A forma diz respeito à maneira como o ato é exteriorizado. O requisito da forma é mais relevante em se tratando de atos vinculados. Para atos administrativos, a forma é mais flexível. Por fim, a finalidade: a finalidade do ato administrativo será sempre o interesse público. Uma vez desviado dele, o ato se torna inválido, podendo assim ser declarado pelo poder judiciário. Na questão, se ficar constatado que o aumento de tarifas não atendeu sua finalidade pública, que é a de restaurar o equilíbrio econômico do contrato de concessão, e sim atendeu ao interesse particular da concessionária ou de terceiros, pode o poder judiciário anular o ato administrativo. O poder discricionário confere ao administrador a liberdade de definir o conteúdo do ato, assim como de apreciar a conveniência ou oportunidade de execução dele. Há liberdade de escolha do seu mérito (oportunidade e conveniência) e de seu conteúdo. É importante salientar que o poder discricionário não pode ser confundido com poder arbitrário, pois esse ultimo fere a lei, sendo ilegal. Instruções: Responda a questão sem copiar a pergunta. Utilize para resposta entre 10 a 15 linhas. Esta questão vale 3,0 (três) pontos.
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