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Direito Penal_Parte Geral_Prof Gabriel Habib_Princípios do direito penal

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL PARTE GERAL
PROFESSOR: GABRIEL HABIB
MATÉRIA: Princípios do Direito Penal.
Palavras-chave: 
 Princípios.
TEMA: Princípios do Di r eito Penal 
PROFESSOR: GABRIEL HABIB 
1. Princípio da Legalidade:
Não há crime sem previsão legal.
Origem:
Na Idade Média havia o sistema das ordálias.
Período do Absolutismo: aplicava-se a Teoria do Direito Divino, sendo o Rei escolhido por
Deus. Rei reunia o Estado, a legalidade e a justiça.
Período do Iluminismo: final do século XVIII. Questionamento aos abusos do Rei. “Contrato
Social” de Rousseau e a obra “Dos delitos e das Penas” de Beccaria.
Revolução Francesa: ascensão da burguesia, questionamentos sobre as penas.
Século XIX: Feuerbach questiona o direito penal baseado em abusos. Buscou na Magna
Carta de 1215 o fundamento para o Direito Penal à luz do princípio da legalidade. Instrumento de
contenção dos abusos do Rei, criando obrigações deste em criar crimes e penas por meio de lei.
Necessidade de se criar o direito penal a partir de normas previstas em lei.
O Direito Penal passa a ser uma ciência, instrumento de contenção de abusos.
No Brasil, temos o artigo 5º, XXXIX da CRFB/88 e Artigo 1º do CP.
Para Roxin, o princípio da legalidade é um instrumento que protege o cidadão do próprio
direito penal.
Fundamento: Estado de Direito, que se organiza por suas leis, devendo obedecê-las.
Finalidade: segurança jurídica.
Nullum crimen, nulla poena sine lege – possui quatro vertentes:
Matéria: Direito Penal – Parte Geral – Prof.: Gabriel Habib
a) Praevia: proibição da retroatividade da lei penal. Artigo 5º, XL da CF/88. Lei deve ser
anterior à prática do delito. Súmula 471 do STJ.
b) Scripta: criação de crimes deve ser escrita, não é possível criar crimes por meio de
costumes. Costumes são usados como meio de interpretação. Ex. Furto em período noturno.
Informativo 615 do STF. Jogo do bicho – REsp 30.705/SP.
c) Stricta: proibição da analogia. A adequação entre a conduta e o tipo de ser perfeita.
Parecido não é típico. Ex. Art. 172 do CP: Nota promissória falsa não é crime deste artigo.
Analogia in mallam partem viola o princípio da legalidade na vertente stricta. STJ, HC 385.903 e
153.728. Hibridismo penal – concurso de pessoas no furto (qualificadora) e no roubo (majorante).
STF entendeu que a analogia pressupõe omissão legislativa, o que não ocorre no caso.
Informativo 499 e 501 do STF, Súmula 442 do STJ.
d) Certa: lei penal deve ser clara, certa, precisa. Proíbe-se conceitos vagos e
imprecisos. Ex. Adultério. Lei n° 7492/1986, art. 4°. Lei n° 13260/16, art. 5º. 
Medida provisória pode prever pena e crime? Artigo 62, §1°, b, da CR/88 – Violação ao
princípio da separação dos poderes.
Princípio da legal e Medida de Segurança: juiz pode aplicar medida de segurança sem
previsão legal? 2 correntes:
1ª corrente: NÃO! Pena e medida de segurança são formas de controle social. Medida de
segurança é forma de invasão do Estado na liberdade individual do cidadão. É a posição
majoritária, encabeçada por Cezar Roberto Bitencourt, Heleno Fragoso, Luiz Regis Prado.
Posição encontrada nos Códigos Penais da Itália, Portugal e Espanha.
2ª corrente: SIM! Interpretação literal. Minoritária, defendida por Luiz Vicente Cernicchiaro e
José da Costa Junior.
O princípio da irretroatividade da lei penal se aplica às medidas de segurança? 2 correntes:
1ª corrente: SIM! Pelos mesmos fundamentos apresentados no tópico anterior. Majoritária,
defendida por Magalhães Noronha, Guilherme Nucci.
2ª corrente: NÃO! Norma que traga nova espécie de tratamento médico tem aplicação
imediata, já que a finalidade do tratamento é curativa, logo, pressupõe-se que a nova lei trará um
tratamento mais eficaz para o inimputável. Nelson Hungria, Francisco de Assis Toledo.
Minoritária.
2. Princípio da Individualização da Pena:
Fundamento no artigo 5º, XLVI da CF/88.
Visa encontrar a pena justa. A lei traz pena genéria e abstrata.
Fases do princípio:
Matéria: Direito Penal – Parte Geral – Prof.: Gabriel Habib
1ª Cominação: é feita pelo legislador ao apontar a pena mínima e a pena máxima.
2ª Aplicação da pena: realizada pelo juiz julgador na sentença. Individualização.
3ª Execução da pena: feita pelo julgador na fase de cumprimento da pena.
Crimes hediondos: a lei previa inicialmente o cumprimento da pena integralmente em
regime fechado em seu artigo 2º, §1º. Houve controvérsia sobre a constitucionalidade do
dispositivo. No STF, HC 82.959, a decisão com eficácia interpartes em controle difuso. A causa de
pedir foi a inconstitucionalidade. STF, Reclamação 4335 e Súmula Vinculante 26.
Teoria do comércio entre juízes: Antoine Garapon – a ordem jurídica de um país soberano
pode ser aplicada em outro, sem ferir a soberania deste, desde que a ordem jurídica estrangeira
seja mais eficaz.
Os tribunais passaram a conceder a progressão de regime em crimes hediondos buscando
ser coerentes com o STF. Alteração pela Lei n° 11.464/2007, que passou a prever que o
cumprimento da pena deveria se dar inicialmente no regime fechado. Informativo 672 do STF
declarou o dispositivo ainda inconstitucional. STJ, HC 384.773.
Hoje o juiz pode fixar qualquer regime inicial para os crimes hediondos.
Lei n° 11.343/2006, artigo 33,§4º – vedação às penas restritivas de direito. Artigo 44.
Vedação genérica e abstrata para TODOS os condenados. Juiz deve ser livre para aplicar a pena.
Violação ao princípio da individualização da pena. Informativo 604 do STF. Resolução n° 5 de
2012 do Senado para suspender a execução de parte do artigo 33,§4º, mas esqueceu de
mencionar o artigo 44.
3. Princípio da Culpabilidade:
 Santiago Mir Puig – há três vertentes:
a) Elemento integrante do conceito analítico de crime.
b) Elemento medidor da aplicação da pena. Artigo 59 do CP. Juízo de reprovação
pessoal. Ideais de Beccaria, a pena deve ser necessária e suficiente (justa). Fundamento e limite
da pena base.
c) Elemento que visa afastar a responsabilidade penal objetiva. Exige-se dolo ou culpa
na conduta para a responsabilização penal, que é subjetiva. Vedação à responsabilidade penal
coletiva, subsidiária, solidária ou sucessiva. É sempre pessoal e individual.
Fórmula do Versare in re illicita: todas as consequências do ato (mesmo o caso fortuito).
Sem aplicabilidade face a esta vertente.
Dispositivos criticados:
Lei nº 4728/65, art. 73, §2º - “em todos os seus diretores”
LCP, art. 3º - “quando a lei exigir” - sempre deve ser analisado.
Matéria: Direito Penal – Parte Geral – Prof.: Gabriel Habib
É um princípio implícito.
CTB, art. 302 – homicídio culposo. STJ entende que a denúncia deve descrever a conduta
culposa. Informativo 553.
4. Princípio da Intervenção Mínima:
Princípio da ultima ratio. É princípio implícito.
O direito penal é agressivo, pois priva a liberdade. Deve intervir o mínimo possível na vida
das pessoas. Deve intervir na última fase do controle social. Não é a prima ratio.
Orienta o poder incriminador do Estado na criação e revogação dos tipos penais de acordo
com o momento histórico.
Direito penal é mínimo. Deve-se lançar mão dos demais ramos do direito antes do direito
penal.
5. Princípio da Fragmentariedade:
Natureza fragmentária do direito penal.
Corolário do princípio da intervenção mínima. Para Nilo Batista é um subprincípio da
intervenção mínima.
O direito penal tem finalidade de proteger os bens jurídicos mais importantes para a
coletividade. Tarefa do legislador de selecionar o fragmento de bens a serem tutelados. Ex.
Revogação do crime de adultério.
A intervenção mínima orienta a fragmentariedade.
6. Princípioda Subsidiariedade:
Corolário da intervenção mínima. Subprincípio da intervenção mínima.
Direito Penal é ramo subsidiário. Condiciona a intervenção do direito penal à incapacidade
dos demais mecanismos de controle social em resolver adequadamente o problema.
STJ, Informativo 544.
7. Princípio da Insignificância:
Direito Penal só intervém se houver lesão a um bem jurídico tutelado. A lesão deve ser
significativa a fim de merecer e justificar a intervenção do direito penal.
Origem: no pós-guerra, na Alemanha. Escassez de bens e abundância de necessidades.
Disputas por bens. Pequenas subtrações não mereceriam a tutela penal por não causarem lesões
significantes.
Matéria: Direito Penal – Parte Geral – Prof.: Gabriel Habib
Consequência: a conduta tem tipicidade formal, mas não tem tipicidade material, assim não
há fato típico. A conduta do agente passa a ser considerada materialmente atípica.
Parte da doutrina entende que cabe ao legislador definir lesões insignificantes. Lei n°
9099/95. É minoritário.
Aplicação: requisitos dados pelo STF e STJ:
Mínima ofensividade da conduta
Ausência de periculosidade social da ação.
Reduzido grau de reprovabilidade da conduta.
Inexpressividade da lesão ao bem jurídico.
Pode o Delegado de Polícia deixar de instaurar inquérito policial à luz do princípio da
insignificância? Ex. Furto de um pacote de pão em um mercado. O STJ diz que não. Informativo
441. Delegado de polícia tem o dever legal de agir e efetuar o ato prisional.
Enunciado n° 10 do 1º Congresso Jurídico dos Delegados da Polícia Civil do Estado do Rio
de Janeiro prevê que pode a autoridade policial deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante no
caso de constatação do princípio da insignificância: ENUNCIADO Nº 10: O Delegado de Polícia
pode, mediante decisão fundamentada, deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante, justificando
o afastamento da tipicidade material com base no princípio da insignificância, sem prejuízo de
eventual controle externo. 
Em quais crimes é possível aplicar o princípio da insignificância?
✔ Furto
✔ Descaminho e crimes contra a ordem tributária se o valor não ultrapassar R$ 20.000.
✔ Crimes ambientais
Não se aplica:
Posse de drogas (por militar ou não militar)
✗ Moeda falsa, já que tutela a fé pública.
✗ Contrabando, pois é interesse da União (produto proibido)
✗ Crimes contra a Administração Pública – Súmula 599 do STJ. O bem jurídico
tutelado é a moralidade administrativa. A única exceção é o descaminho, observado o valor
máximo.
✗ Crimes e contravenção contra a mulher. Âmbito de proteção da norma. Súmula 589 do
STJ.
Matéria: Direito Penal – Parte Geral – Prof.: Gabriel Habib

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