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Apostila enem Sociologia

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Fundamentos do pensamento sociológico
Aula 1: Durkheim e o conceito de fato social
Os sociólogos sempre existiram? De onde veio e para que serve a sociologia?
Por milênios, as civilizações geraram líderes e pensadores que, sob justificativas místicas, políticas, étnicas e culturais, buscaram decifrar os mecanismos do funcionamento do mundo.
Acontece que estudar a terra, os mares, os céus e os animais é bem diferente de pensar o próprio ser humano. Isso porque, nesse caso, o pesquisador acaba sendo seu próprio objeto de estudo.
Nesta aula, vamos entender como nasceu a sociologia, motivada pela necessidade humana de compreender e explicar as transformações sociais.
Você viu nesta aula
Sociologia = estudo da sociedade (“O homem é um ser social”, Aristóteles)
Disciplinas que estudam o indivíduo: filosofia, biologia, psicologia
Ciências Sociais = sociologia + ciência política + antropologia
SOCIEDADE
Agrupamento humano → coletividade → comunidade
Valores e normas comuns de comportamento
Coexistência no tempo e no espaço
CAPITALISMO E REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Século XVIII: Revolução Francesa, maquinofatura industrial, luta de classes levaram pensadores a buscar compreender as transformações sociais em curso.
Pensadores considerados os precursores da sociologia: Montesquieu (1689-1755), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), Saint-Simon (1760-1825), Auguste Comte (1798-1857), Alexis de Tocqueville (1805-1859).
Século XIX: 
Pensadores considerados os “pais” da sociologia: Karl Marx (1818-1883), Émile Durkheim (1858-1917), Max Weber (1864-1920).
Ciência: objeto de estudo definido + método
Mistura de ciência com intenções práticas: objetivo de intervir na realidade
Durkheim: fato social (As regras do método sociológico)
Características do fato social
Exterioridade
Generalidade
Coercitividade
Questão 1
A consolidação do capitalismo, nos séculos XVIII e XIX, despertou o interesse por explicações para as mudanças na vida social da época. Era o início da sociologia: Montesquieu, Saint-Simon, Augusto Comte e Tocqueville foram alguns dos precursores do pensamento sociológico.
Dentre os fenômenos históricos associados aos primeiros passos da sociologia NÃO se pode incluir
RESP: O aumento da escravidão, com o fortalecimento do Tráfico na África.
Questão 1
Os pensadores Karl Marx (1818-1883), Émile Durkheim (1858-1917) e Max Weber (1864-1920) são considerados os pais da sociologia moderna. Isso ocorre porque uma característica comum em suas obras demonstra
RESP: Preocupação com a dimenção científica da disciplina expressa no intuito de definir os objetivos de estudo específicos e dos métodos de pesquisa da sociologia.
Questão 1
Uma característica fundamental que define o fato social, de acordo com Durkheim, é
RESP: A coercitividade.
Aula 2: Weber: ação social e ideal tipo
O “sentido” da sociologia
Até que ponto cada um de nós pode interferir na sociedade em que vivemos?
As pessoas nascem num mundo já pronto e nem têm consciência de como funcionam as coisas nessa realidade. Vão aprendendo a viver em sociedade e a sobreviver em certos grupos, conforme aceitam ou não as regras de comportamento estabelecidas. Mas isso não elimina sua capacidade de agir nos campos político, econômico ou religioso. 
Max Weber (1864-1920) recusou a linha estruturalista de Durkheim e a dialética de Marx, valorizando a “compreensão” das ações sociais. Sua obra mais conhecida é A ética protestante e o espírito do capitalismo, da qual reproduzimos a capa de uma de suas edições em alemão.
Sem desconsiderar a importância das classes e camadas sociais, o pensador alemão Max Weber se propôs a “compreender” as ações pessoais dotadas de sentido, suas motivações e consequências. Segundo ele, as ações sociais, se compartilhadas por outros indivíduos, comporiam as relações sociais, enquanto estas, por sua vez, repetidas ao longo do tempo, constituiriam as instituições sociais. Para Weber, a tarefa do sociólogo está exatamente em buscar explicações para os sentidos das ações dos indivíduos em sociedade.
Continue conosco e saiba mais sobre as premissas desse importante cientista social.
Você viu nesta aula
Weber: linha compreensiva, não estruturalista da sociologia
Tarefa do cientista: identificar os sentidos das ações individuais (econômicas, políticas, religiosas etc.)
Ação social = conduta dotada de sentido
Agente social: motivo (racional / emocional) → AÇÃO → efeitos
Relação social = sentido compartilhado
Conceitos vinculados: ação social → relação social → instituição social
Meta da sociologia weberiana: “compreender” (desvendar) as ações individuais que compõem um fenômeno social. Ex.: ética protestante (prática religiosa) e capitalismo (prática econômica).
Ideal tipo = instrumento teórico → explicação dos fatos sociais
Modelo construído:
observação de manifestações constantes
      
síntese das características essenciais
Questão 1
Ao contrário de outros pensadores sociológicos anteriores, Weber acreditava que a sociologia deveria se concentrar na ação social e não nas estruturas.
GIDDENS, A. Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
De acordo com esta assertiva, Weber considerava que
RESP: As ideias, os valores e as crenças têm o poder de ocasionar transformações.
Questão 2
Por trás das disputas que os candidatos travam pela preferência do eleitorado, há uma base minuciosa de informações. Perto das eleições, os concorrentes debruçam-se sobre gráficos, planilhas e tabelas de preferências de voto, buscando descobrir quais as tendências dos eleitores. Pesquisadores, escondidos atrás de vidros espelhados, acompanham as conversas de grupos de pessoas comuns de diferentes classes que, em troca de um sanduíche e um refrigerante, comentam e debatem as campanhas políticas. Nessa técnica de pesquisa qualitativa, descobre-se, além da convergência das intenções, as motivações que se repetem nos votos dos eleitores, as razões gerais que poderiam fazê-los mudar de opção, como eles propõem e ouvem argumentos sobre o tema.
A aplicação do modelo de pesquisa que aparece descrito no texto baseia-se, principalmente, na teoria sociológica de Max Weber (1864-1920). A utilização dessa teoria indica que os pesquisadores pretendem
RESP: Pesquisar os sentidos e os significados recíprocos que orientam os indivíduos na maioria de suas ações e que configuram as relações sociais.
Questão 1
Segundo a metodologia de pesquisa sociológica proposta por Max Weber, o ideal tipo deve ser considerado
RESP: Um conceito construído da observação que pode aproximar o pesquisador da compreensão da realidade.
Estratificação social: o problema da desigualdade
Aula 1: Classes, estamentos e castas
Luta de classes? Que classes?
Qual a relação entre as duas imagens acima? O que pode haver em comum entre a tela de Jean-Baptiste Debret, pintada no século XIX, e a foto de uma placa de rua, da cidade de Nova Iorque?
De alguma forma, ambas são símbolo das relações sociais em dois modos de produção diferentes: o escravista e o capitalista. A exploração do trabalho escravo existe desde a Antiguidade, e no Brasil durou até o final do século XIX; já a Wall Street não é uma rua qualquer, mas o centro pulsante do capitalismo dos EUA, que se baseia no trabalho assalariado.
Desde que grupos humanos perceberam que podiam dominar territórios ricos em terras férteis, água e animais, houve rivalidades, que geraram guerras e não raramente levaram os perdedores à escravidão. Era o começo da estratificação da comunidade, o que foi amplificado pela divisão sexual e social do trabalho. As civilizações posteriores então foram se transformando conforme mudavam as relações entre as camadas sociais. Senhores e escravos, nobres e servos, burgueses e assalariados moveram os séculos e construíram a história.
Os vídeos a seguir ajudarão você a entender melhor o que são classes sociais e como se dá a relação, muitas vezes conflituosa, entre elas.
Você viu nesta aula
Castas, estamentos eclasses sociais no desenvolvimento humano
Origens da estratificação social
Divisão sexual do trabalho
Divisão social do trabalho (tribo)
Diferenças étnicas
Domínio territorial
                    
Propriedade como instituição social → Base das desigualdades?
Principais tipos de estratificação
Castas: sociedades orientais (Índia)
  
Estamentos: sociedades medievais europeias (feudais)
Classes: sociedades ocidentais modernas (capitalistas)
Relações de produção nas sociedades complexas
Modos de produção e estratificação social
 
Comunidades tribais: propriedade comum dos meios de produção
Escravismo: aristocracia (senhores) × escravos
Feudalismo: nobreza feudal × servos
Capitalismo: burguesia capitalista × proletariado assalariado
Socialismo: abolição da propriedade privada dos meios de produção
Questão da consciência de classe
Consciência de classe (K. Marx): Percepção do próprio papel na sociedade e nas mudanças.
Obstáculo: alienação dos indivíduos pela mercantilização das relações sociais e das relações com a natureza.
Consciência de estamento (M. Weber): identificação por rituais, símbolos e linguagens etc.          
Códigos de honra e prestígio: militares / religiosos.
Padrões de consumo: vestimentas e costumes.
Consciência de casta: fechamento étnico-religioso (racismo)
Linhagem hereditária
Tabus / casamentos endogâmicos
Questão 1
A partir da transformação das comunidades tribais em civilizações mais complexas, as sociedades têm apresentado diversas formas de estratificação, isto é, diversificação em grupos que mantêm relações de dominação.
A respeito desse fenômeno é INCORRETO dizer que
RESP: Comunidades sociais são setores da população identificados por comportamentos de radical e oposição às normas estabelecidas.
Questão 1
Segundo a teoria marxista, o elemento definidor das diferenças de classes ao longo da história está nas relações sociais de produção, embora a luta de classes não esteja restrita à esfera econômica da sociedade.
Quanto às estruturas de classes e à questão da propriedade privada dos meios de produção, podemos afirmar que
RESP: O proletariado assalariado é livre da servidão, mas não tem a propriedade dos meios de produção.
Questão 1
Considere a charge de Angeli.
BREVE AQUI
– Não sei ler, mas está parecendo mais um desses condomínios só pra bacanas!
Disponível em: www.uol.com.br.
A charge
RESP: Induz uma reflexão segundo a qual um ano novo feliz só é possível para quem tem dinheiro.
Aula 2: Desigualdade social e econômica
Os seres humanos são todos iguais? Ao menos, deveriam ser?
Você pertence à classe A, B, C, D ou E? Se alguém lhe diz que é da classe média, o que significa isso para você?
Em geral, esse tipo de categorização adota como critério a renda, a posse de bens e o poder de consumo. Por haver subjetividade nessa avaliação, os limites de cada classe podem variar bastante.
As desigualdades entre classes sociais se mostram de diversas formas – nas diferenças do desenho das moradias dos atuais conglomerados urbanos, por exemplo. A favela da Rocinha (na imagem da esquerda), no Rio de Janeiro, e o bairro paulistano dos Jardins (na da direita) são reflexos dessas diferenças.
De qualquer modo, trabalhar com classes sociais é pensar na posição das pessoas nas relações de produção. E sempre houve desigualdades entre esses grupos.
Nos dois vídeos a seguir, vamos estudar um pouco mais o que alguns intelectuais importantes falaram a respeito da estratificação social.
Você viu nesta aula
A desigualdade social e econômica no contexto do capitalismo
Estratificações sociais segundo Max Weber (ordens superpostas de estratos sociais)
Econômica: classes – distribuição da renda financeira
Social: estamentos – status cultural / padrões de consumo
Política: partidos – participação na estrutura de poder
     
Mobilidade social → possibilidades de ascensão individual
O caso da “classe média”: camada social heterogênea, típica da sociedade capitalista, identificada por critérios de distribuição de renda ou status de padrões de vida situado entre o das classes ricas e o das classes pobres. Tem semelhanças com grupos intermediários de outras sociedades, por sua amplitude e importância no funcionamento da estrutura social. Conceito dos mais polêmicos da sociologia.
Alienação e reificação
Ideologia é falseadora da realidade.
Origem da alienação no capitalismo: transformação do trabalho em mercadoria. O trabalho que produz coisas, objetos úteis, toma o caráter de qualidade inerente a estas coisas, como se elas tivessem valor em si próprias e sem a interferência humana.
Reificação: processo de transformação das propriedades, ações e relações estabelecidas entre os homens em propriedades, ações e relações sociais vistas como independentes deles. Os seres humanos passam a ser vistos como objetos automatizados e passivos estranhos ao que fazem. Esse processo é chamado também de fetichização ou coisificação.
Questão 1
Em 1840, o francês Aléxis de Tocqueville (1805-1859), autor de A democracia na América, impressionado com o que viu em viagem aos Estados Unidos, escreveu que nos EUA, "a qualquer momento, um serviçal pode se tornar um senhor". Por sua vez, o escritor brasileiro Luis Fernando Veríssimo, autor de O analista de Bagé, disse, em 1999, ao se referir à situação social no Brasil: "tem gente se agarrando a poste para não cair na escala social e sequestrando elevador para subir na vida".
As citações anteriores se referem diretamente a qual fenômeno social?
RESP: Ao da modalidade social, que se refere ao movimento, à mudança de lugar de indivíduos ou grupos num determinado sistema de estratificação.
Questão 1
Existe uma cultura política que domina o sistema e é fundamental para entender o conservadorismo brasileiro. Há um argumento, partilhado pela direita e pela esquerda, de que a sociedade brasileira é conservadora. Isso legitimou o conservadorismo do sistema político: existiriam limites para transformar o país, porque a sociedade é conservadora, não aceita mudanças bruscas. Isso justifica o caráter vagaroso da redemocratização e da redistribuição da renda. Mas não é assim. A sociedade é muito mais avançada que o sistema político. Ele se mantém porque consegue convencer a sociedade de que é a expressão dela, de seu conservadorismo.
NOBRE, M. Dois ismos que não rimam. Disponível em: www.unicamp.br. Acesso em: 28 mar. 2014 (adaptado).
A característica do sistema político brasileiro, ressaltada no texto, obtém sua legitimidade da
RESP: Sustentação ideológica das desigualdades existentes.
Relações de trabalho e estruturas produtivas
Aula 1: Marx e o trabalho
O trabalho e o dinheiro definem a essência humana?
O ato do trabalho humano, como o dos escravos retratados na gravura de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), é diferente do trabalho como produto final, simbolizado, por exemplo, na Torre Eiffel. E ambos ainda diferem do “trabalho de engenharia” das aranhas e das formigas, que não é aprendido, e sim está incutido na genética.
Há muitos sentidos para a palavra trabalho. Usa-se esse termo até para designar ações dos animais.
Para a sociologia, no entanto, o trabalho das formigas ou das abelhas, hereditariamente transmitido, não é idêntico ao do homem. No processo de “hominização”, na Pré-História, nossos ancestrais tiveram que aprender a trabalhar para sobreviver. Sobreviver e, quem sabe, enriquecer. E é assim até hoje: as pessoas precisam aprender a trabalhar, pois ninguém sabe fazer isso instintivamente.
Para alguns, nasceu aí, na prática, a economia. Além de fazer a guerra para dominar outros grupos, a dita “civilização” promoveu as trocas e, com elas, inaugurou o comércio. Consequência disso foi o surgimento do dinheiro: um objeto aceito por todos como meio de troca.
Com o tempo, essa criação humana parece ter adquirido alma própria e valor independente dos seus criadores. Mas será que tem mesmo? Ou será que os meios de produção, como as máquinas e opróprio dinheiro, nada seriam capazes de gerar se não fosse o trabalho humano?
Nesta aula refletimos sobre essas questões. Continue conosco.
Você viu nesta aula
O que é trabalho?
Concepções diferentes: atividade / produto / meta
→ Atividade racional (que é preciso aprender) num processo contínuo (ato criativo, mesmo quando repetitivo) e transformador do meio natural em que vivem os seres humanos.
Conceito marxista: processo estabelecido entre o homem e a natureza, pelo qual as atividades humanas regulam e controlam o intercâmbio material dos homens com a natureza. Implica necessariamente as relações entre indivíduos e classes sociais.
O que é economia?
Conjunto de práticas coletivas destinadas à satisfação das necessidades materiais humanas.
Medidas voltadas para a acumulação de riquezas e obtenção de lucros financeiros.
Esfera de circulação do dinheiro no meio social.
Conceito de Economia Política: ramo das ciências humanas voltado para a análise das ações destinadas à produção, distribuição e consumo de bens fundamentais ao desenvolvimento humano.
Dinheiro como fator econômico: convenção social que estabelece um elemento aceito como equivalente universal de troca (moeda) com a função de agilizar a circulação de mercadorias. Embora não tenha valor em si, por ser uma instituição social, é visto pela sociedade como dotado de valor “natural”, pois é instrumento impessoal e possibilita prestígio e poder.
Meios de produção: fatores diretamente envolvidos na produção econômica (exemplo: terra, ferramentas, máquinas, mão de obra ou força de trabalho, dinheiro etc.). Têm um valor original de uso que, na sociedade capitalista, tornou-se valor de troca, como qualquer outra mercadoria.
Forças produtivas: relação entre os meios de produção e as relações de produção entre os membros da sociedade, organizados ou não em classes sociais. É o seu grau de evolução que determina o desenvolvimento da sociedade. Por exemplo, o fordismo como sistema industrial baseado na linha de montagem que fragmenta o processo de produção e dispensa os operários de obterem maiores conhecimentos, desvalorizando a força de trabalho e gerando a alienação, representa bem o desenvolvimento das forças produtivas no século XX.
Questão 1
Leia o excerto abaixo, de um texto escrito por Karl Marx em 1875:
[...] quando o trabalho não for somente um meio de vida, mas a primeira necessidade vital; quando, com o desenvolvimento dos indivíduos em todos os seus aspectos, crescerem também as forças produtivas e jorrarem em caudais os mananciais da riqueza coletiva, só então será possível ultrapassar-se totalmente o estreito horizonte do direito burguês e a sociedade poderá inscrever em suas bandeiras: de cada qual, segundo a sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades.
MARX, K; ENGELS, F. Crítica ao Programa de Gotha. In: Obras Escolhidas, volume 2. São Paulo: Alfa-ômega.
O texto de Marx e Engels está associado à seguinte ideia de trabalho:
RESP: O trabalho humano é simultaneamente uma relação entre homem e natureza e uma relação social entre os membros da sociedade.
Questão 1
Observe a figura a seguir e responda.
Detalhe da obra Mapa Mundi, Vik Muniz.
A figura Mapa Mundi é composta por lixo eletrônico. Com base nessa figura e na crítica de Marx à sociedade capitalista, assinale a alternativa correta.
RESP: A produção do desperdício pode ser vista como parte constitutiva do processo de acumulação de capital.
Questão 1
Fordismo é o termo que se generalizou a partir da concepção de Antonio Gramsci, que o utiliza para caracterizar o sistema de produção e gestão empregado por Henry Ford, em sua fábrica, a Ford Motor Co., em Highland Park, Detroit, em 1913. O método fordista de organização do trabalho produziu surpreendente crescimento da produtividade, garantindo, assim, produção em larga escala para consumo de massa. O papel desempenhado pelo fordismo, enquanto sistema produtivo, despertou, por exemplo, a atenção de Charles Chaplin, que o retratou com ironia no filme Tempos Modernos.
Assinale a alternativa que apresenta características desse método de gestão e de organização técnica da produção de mercadorias.
RESP: Controle dos tempos e movimentos do trabalho, com a introdução de esteira rolante, e de salários condicionados à relação de oferta e procura de mão de obra de mercado.
Aula 2: Modos de Produção
Haverá modo de produção que substitua o capitalista?
Na tentativa de construir a própria história, os homens se deparam com os limites impostos pela estruturação social legada pelas gerações anteriores. Isso, no entanto, não os impede de se organizarem de modos diferentes para produzir tudo de que necessitam: dos bens materiais às artes, leis, instituições de poder político, religioso etc. Daí sucedem-se as mudanças, tanto nas relações que se estabelecem nos modos de produção como, mais paulatinamente, nos modos de produção propriamente ditos.
Nas histórias em quadrinho de Walt Disney, a personagem Tio Patinhas é um rico capitalista.
Com relação ao modo de produção capitalista, predominante no contexto atual, a sociologia descobriu que nem todas as formações sociais desse tipo são iguais, que a divisão do trabalho alavancou o desenvolvimento e que o capital está sempre mudando. Assim como a humanidade e sua história.
Nesta aula tratamos de alguns conceitos fundamentais para a compreensão das diversas nuances desse modo de produção. Vamos lá?
Você viu nesta aula
Modos de produção e relações sociais de produção
Modos de produção: modelos teóricos de organizações sociais desenvolvidas nas relações de produção a partir da divisão do trabalho. Exemplos: escravismo, feudalismo, capitalismo etc.
Relações de produção: definidoras das classes sociais (dominantes × subalternas)
Superestrutura político-jurídica: leis, cultura, manifestações artísticas, religião, produção científica etc.
Infraestrutura econômica: base econômica (produção de bens materiais)
Formações sociais e divisão do trabalho
Formações sociais: sociedades historicamente concretas em que se manifesta o predomínio de um modo de produção. Exemplo: China comunista, América Latina, África negra etc.
Divisão do trabalho:
sexual (família)
social (tribo)  
técnica (indústria)
mundial (globalização)
 
Modo de produção capitalista
Base socioeconômica: propriedade privada dos meios de produção e exploração da mais-valia (produção material gerada pela força de trabalho e não paga ao trabalhador)
Relação de produção básica: empresariado capitalista × trabalhadores assalariados
Estrutura política: Estado Nacional centralizado (monarquias, repúblicas)
Ideologia dominante: igualdade jurídica entre os indivíduos como cidadãos
 
O que é capital?
Não é uma coisa (terra, dinheiro, maquinário etc.), e sim uma “relação de produção definida, pertencente a uma formação histórica particular da sociedade, que se configura em coisa e lhe empresta um caráter social específico”. (K. Marx).
O desligamento do trabalhador de sua própria força de trabalho e a separação do produto do seu trabalho são raízes da alienação, que faz o capital parecer uma coisa externa aos homens.
 
Neoliberalismo (“Estado mínimo”)
 
¤ Estabilização financeira (controle da inflação)
¤ Privatização de empresas estatais                          
¤ Flexibilização de direitos trabalhistas                             
¤ Livre fluxo de capitais
¤ Desregulamentação de mercados
Questão 1
Na produção social de sua vida, os homens estabelecem determinadas relações necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase do desenvolvimento de suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade – a base real sobre a qual se ergue a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material determina o caráter geral do processo davida social, política e espiritual.
MARX, K. Prefácio. In: Contribuição à crítica da economia política, 1859.
Neste trecho a ideia central proposta por Marx é a de que
RESP: As características da superestrutura jurídico- política são determinadas pelas relações fundamentais do modo de produção predominante.
Questão 1
O mais antigo princípio inovador do modo capitalista de produção foi a divisão manufatureira do trabalho [...]
A divisão do trabalho na indústria capitalista não é de modo algum idêntica ao fenômeno da distribuição de tarefas, ofícios ou especialidades da produção [...].
BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista. Tradução Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
O que difere a divisão do trabalho na indústria capitalista das formas de distribuição anteriores do trabalho?
RESP: A subdivisão do trabalho de cada especialidade produtiva em operações limitadas, o que conduz ao aumento da produtividade e à alienação do trabalhador.
Questão 1
A Doutrina Neoliberal caracteriza-se
RESP: Pela diminuição do papel do Estado na economia, nas privatizações e no controle inflacionário.
Patrimônio cultural e artístico
Aula 1: Patrimônios materiais e imateriais
Seres humanos são racionais porque falam, ou falam porque são racionais?
 
O que os antropólogos chamam de hominização foi o processo de evolução dos nossos ancestrais hominídeos, que se puseram de pé, organizaram-se em grupos e passaram a trocar experiências em favor de proteção conjunta e sobrevivência. Duas capacidades se desenvolveram então: a de abstração e a de articulação, o que gerou muito conhecimento.
Daí vem a importância da memória, que possibilitou a manutenção da cultura. E mais importante que a memória de cada indivíduo foi a construção da memória coletiva, que só foi e é possível por meio da linguagem.
Portanto, os seres humanos são racionais porque falam, e falam porque são racionais. Tudo num só processo.
 
A cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, é considerada patrimônio cultural brasileiro, com reconhecimento da Unesco. A Cavalhada de Pirenópolis, em Goiás, ainda não recebeu reconhecimento oficial, mas poderia ser tombada como bem imaterial do patrimônio histórico e artístico brasileiro.
 
Por isso, é impossível dissociarmos humanidade de cultura, assim como cultura de patrimônio, uma espécie de “tesouro comum” dos grupos humanos que se reconhecem nele e, logo, buscam preservá-lo.
Nesta aula falamos sobre os patrimônios materiais e imateriais. Continue conosco.
Você viu nesta aula
O homem como ser racional e a cultura
No processo de hominização, a cultura é o que distingue o ser humano dos outros animais.
O homem adquire conhecimento a partir das capacidades de abstração e articulação.
A memória é a preservação dos conhecimentos adquiridos.
As memórias individuais tornam-se memória coletiva por meio da linguagem.
 
O que é patrimônio cultural de um povo?
A memória coletiva é a base da cultura transmitida pela oralidade, escrita, rituais etc.
Toda cultura tem um conjunto de bens materiais e imateriais: um patrimônio.
Patrimônio material: construções históricas, monumentos etc.
Patrimônio imaterial: línguas, ritmos musicais, danças, culinária, festas etc.
 
Preservação do patrimônio cultural
Políticas públicas de preservação: ações do Estado, atuação de ONGs, de particulares etc.
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan): órgão do Estado para a catalogação, preservação e divulgação dos bens materiais e imateriais da cultura brasileira.
Aula 2: Arte, memória e cultura
O fascínio pelo futuro e a valorização do passado
 
As sociedades criaram diferentes meios, ao longo da história, de resguardar e expressar suas memórias para as gerações futuras. Dentre os mais importantes, encontram-se as manifestações artísticas, que vêm demonstrando as capacidades criativas dos agrupamentos humanos desde as primeiras pinturas rupestres, nas paredes das cavernas.
Padrões: amplamente difundidos na contemporaneidade, são buscados por uns e renegados por outros.
Se, por um lado, as expressões culturais são fenômenos externos aos indivíduos, por outro, elas vão moldando as consciências individuais e influenciando decisivamente nossas formas de ver o mundo.
O desenvolvimento do capitalismo – e em particular a fase pós-Revolução Industrial – enfatizou a diferenciação entre os saberes religiosos, artísticos, científicos, com a valorização destes últimos. E os avanços das tecnologias de comunicações contribuíram tanto para a padronização dos comportamentos como para a difusão dos movimentos de resistência a essa padronização.
Mais sobre arte, memória e cultura no vídeo a seguir. Não perca!
Você viu nesta aula
O conhecimento e a cultura estão em contínua construção (memória coletiva).
O saber e os saberes como questão de poder
Toda cultura acumula saberes diferentes: artísticos, religiosos, científicos etc.
Expressões culturais na sociedade capitalista: influências da Revolução Industrial.
Processo de globalização: busca impor padrões, mas encontra resistências.
Relações entre indivíduo e sociedade
Costumes e socialização
Valores e tradição
Durante grande parte da história da humanidade, era tido como natural que os objetos fabricados pelos indivíduos fossem de sua propriedade, enquanto a terra, as matas e as águas eram de uso comunitário. Em outras palavras, ao menos em relação aos recursos da natureza, não havia a ideia de propriedade privada.
Foi quando o primeiro homem cercou um pedaço de terra, afirmando “isso é meu” – conforme observou o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) –, e os demais aceitaram, é que surgiram as desigualdades. Assim, os homens se dividiram em proprietários e não proprietários, cabendo à família e, depois, à escola educar as crianças conforme os costumes do grupo, o que estabelece sólidos valores e ideologias.
Mas será que esses costumes são imutáveis? Será que esses valores não se alteram com o passar do tempo?
No caso do aborto, por exemplo, a lei brasileira só o aceita em caso de estupro, risco de vida para mãe ou quando o feto é anencefálico. Porém, em muitos outros países, ele é legalizado, dependendo apenas da vontade da mulher.
Faixa de militantes favoráveis à legalização do aborto no Brasil.
Ora, em sociedades mais fechadas, contestar os rígidos costumes pode ser motivo de punição, mas no mundo democrático essa contestação muitas vezes promove mudanças no modo de agir e pensar.
É disso que trataremos no vídeo a seguir. Vamos a ele.
Você viu nesta aula
I. Socialização, costumes e tradições
Socialização é o processo pelo qual os indivíduos são preparados para participar dos sistemas sociais, assimilando costumes, modos de comportamento e visões de mundo já consolidados e passados de geração em geração como “naturais”.
A socialização primária apresenta o mundo “pronto” às crianças, que tendem a compreendê-lo como imutável e a aceitar que simplesmente é o que parece ser.
Em geral, a família é a instituição responsável pela socialização mais sólida das pessoas. Sobre essa socialização primária se assentam as demais, chamadas de socialização secundária, de que fazem parte as instituições escolares, militares, religiosas etc.
 
II. Formas de socialização e tipos de dominação
As socializações formam as nossas ideologias.
Max Weber – as socializações viabilizam três tipos de dominação:  
Tradicional: assentada nos costumes do grupo. Exemplo: coronelismo.
Carismática: baseada em motivos afetivos. Exemplo: populismo.
Legal: baseada em motivos racionais. Exemplo: leis do Estado.
Estado e relações de poder
O monopólio da violência
A guilhotina francesa não é única face do Estado
Thomas Hobbes viu o Estado, no século XVII, como o gigante Leviatã, a quem todos os homens se submetem absolutamente. No século XX, George Orwell descreveu, no livro 1984, o Estado totalitário que é senhor de todos os momentos e espaços da vida dos indivíduos. Maquiavel já havia dito, noséculo XVI, que “a essência do poder é a violência”.
Execução de Luís XVI (1793), gravura de Georg Heinrich Sieveking. O Estado revolucionário francês utilizava a guilhotina para executar aqueles que eram considerados inimigos da revolução – entre eles, os antigos detentores do poder e do monopólio da violência institucionalizada. 
Esses e outros teóricos destacam a íntima ligação entre o Estado e as relações de poder, mostrando como se constrói a coerção aos comportamentos estabelecidos na sociedade. Max Weber, por exemplo, analisou como, no mundo capitalista, o monopólio do uso legítimo da força pelo Estado é garantia da propriedade privada.
Nos vídeos a seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre a essência do Estado moderno e como se moldam dentro dele as relações de poder. 
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1. Origens do Estado: propriedade e classes sociais
As comunidades tribais passam a acumular riquezas e a escravizar tribos rivais.
Surgem a ideia de propriedade privada e as estratificações sociais (classes).
Institucionalização da divisão em classes e exploração dos proprietários: Estado.
S. Tomás de Aquino: o Estado (monarquia) deve garantir a salvação.
Maquiavel: o Estado (príncipe) é o poder político efetivo, laico e amoral.
Século XIX: os pensadores rejeitam a ideia iluminista de estado de natureza.
Hegel: o Estado é o fundamento da sociedade civil; não há povo sem Estado.
 
2. Poder político: coerção e violência
K. Marx: o Estado é instrumento de dominação; tende a representar os interesses das classes dominantes. No capitalismo, o Estado tem caráter essencialmente burguês.
M. Weber: o Estado capitalista detém o Poder Legítimo, exercido pela autoridade legal.
Poder econômico: organização das forças produtivas.
Poder ideológico: organização do consenso social.
Poder político: organização da persuasão/coação.
Conflito e coerção social:
                        Controle do grupo ⇒ alienação/violência
                        Liberdades individuais ⇒ transgressão
Quanto maior o consenso, menor a coerção; quanto menor o consenso, maior a coerção.
 
3. Hegemonia de classe: ideologia e alienação
A. Gramsci:
“A essência do poder é a violência” (Maquiavel), mas a ideologia e a alienação são fatores do exercício do poder pela persuasão e coerção.
Hegemonia de classe: “capacidade de direção intelectual e moral, em virtude da qual a classe dominante, ou aspirante ao domínio, consegue ser aceita como guia legítimo, constitui-se em classe dirigente e obtém o consenso ou a passividade da maioria da população diante das metas impostas à vida social e política de um país”.
Exemplos: oligarquias agrárias no Brasil durante a Primeira República (1889-1930); setor financeiro da burguesia capitalista neoliberal nos séculos XX / XXI.
Instrumentos fundamentais: meios de comunicação (mídia), empresas, escolas, igrejas etc.
Política e eleições
Aula 1: Formas e sistemas de governo
Império e República
O Brasil, hoje, é uma República federativa, presidencialista e laica.
Você sabe o que quer dizer tudo isso? E sabia que nem sempre foi assim?
Bandeira do Império do Brasil, durante o Primeiro Reinado (1822-1831), e brasão da República Federativa do Brasil.
Pois é. Alguns dos nossos antepassados, nos tempos coloniais, já votavam nos vereadores das Câmaras Municipais, embora obedecessem ao Capitão Donatário e apenas soubessem da existência de um certo Governador Geral. Tudo em nome do rei de Portugal, absoluto em seu poder.
Com a Independência, em 1822, continuamos sendo governados por uma Monarquia, porém, agora constitucional: acima do rei, a lei. Só que os nossos imperadores eram mais ou menos a própria lei...
Até que nasceu a República, em 1889: cada estado elege seu próprio governo, de forma autônoma; não é um regime parlamentarista, pois é o presidente quem governa; e, pela Constituição, nada de religião oficial: todas poderiam coexistir.
Estavam sendo criados os Estados Unidos do Brasil, uma República – vale repetir – federativa, presidencialista e laica.
Nesta aula, vamos conhecer um pouco mais dessas formas de governo. Continue conosco.
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Monarquia: poder pessoal, vitalício e hereditário
Tipos de governo no Estado monárquico
Monarquia absolutista. Exemplo: França no século XVIII
Monarquia constitucional centralista. Exemplo: Brasil no Primeiro Reinado (1822-1831)
Monarquia constitucional parlamentarista. Exemplos: Reino Unido Britânico, Japão
Estado: instituição que detém o poder político sobre a nação 
Governo: grupo organizado que exerce o poder durante um tempo determinado
República: poder público, eletivo e transitório
Tipos de governo no Estado republicano
República presidencialista. Exemplos: Estados Unidos, Brasil, Argentina
República parlamentarista. Exemplos: Alemanha, Itália, Israel
República federativa: base na autonomia dos estados ou províncias
Governos brasileiros: da colônia à República
Período colonial: Governo Geral / Capitanias (Donatárias) / Câmaras Municipais
Período imperial:
Imperador (Poder Executivo e Poder Moderador)
Assembleia Geral (Poder Legislativo): Senado e Câmara
Tribunais (Poder Judiciário)
Províncias (presidentes e assembleias provinciais) / Câmaras Municipais
Período republicano:
Presidência do Governo Federal (Poder Executivo) 
[Estado federativo] 
Congresso Nacional (Poder Legislativo): Senado e Câmara
Supremo Tribunal Federal / Superior Tribunal de Justiça
Estados (governadores e assembleias estaduais) 
Prefeituras e Câmaras Municipais
Aula 2: Voto, partidos políticos e sistemas eleitorais
A importância do voto
“O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam.”
Arnold Toynbee – 1852-1883
Os homens tiveram de escolher líderes para defender seus territórios, e assim nasceu a política. Líderes tornaram-se reis ou imperadores, e surgiu o Estado. Os que não se ocupavam do poder, por sua vez, organizaram-se em corporações e sindicatos para defender seus interesses profissionais, ao lado do Estado ou contra ele, e por fim tiveram a ideia de organizar instituições para influenciar ou tomar o poder do Estado. Montaram para isso os partidos políticos.
Muitos se apaixonam pela política e encontram nos partidos seus ídolos; outros odeiam os políticos e procuram se afastar da própria política. O que é quase impossível.
Urna eletrônica com sensor biométrico. Tecnologia que visa a eleições sem fraudes.
De várias formas de governo vieram vários sistemas eleitorais; uns mais representativos, outros menos. Os “arquitetos” dos sistemas de voto procuram concretizar o que chamamos de democracia. Mas uma coisa é certa: não existe sistema eleitoral perfeito.
Falamos mais sobre a questão da representatividade nesta aula. Continue conosco.
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Partidos políticos: origens e objetivos
Associações pré-partidárias: corporações de ofício, confrarias, sindicatos
Conceitos de partidos segundo seus objetivos fundamentais: instituições
Defesa do interesse nacional (E. Burke – séc. XVIII)
Revolução de classe (K. Marx – séc. XIX)
Luta pelo poder do Estado (M. Weber – séc. XX)
Sistemas eleitorais e representatividade
Sistema majoritário: maioria simples ou maioria absoluta
Eleições em um ou dois turnos
Sistema proporcional: distribuição dos parlamentos na porcentagem de votos
Tipos de voto: direto ou indireto / universal ou censitário / aberto ou secreto
Representatividade e poder: 
Igualdade eleitoral
Grau de representatividade
Governos majoritários e estabilidade política
Relação entre representantes e representados
Grau de escolha permitido aos eleitores: idade, sexo, alfabetização etc.
As eleições no Brasil: da colônia à República 
Período colonial: eleições censitárias para vereadores das Câmaras
Período imperial: eleições censitárias para vereadores, deputados e senadores
Período republicano: sufrágio universal, votodireto em todos os níveis
Sistema misto: majoritário (poderes executivos) e proporcional (legislativos)
Períodos de ditaduras: eleições proibidas e eleições indiretas
Noções de Antropologia
Aula 1: Conceito de cultura
Homem: um animal de cultura
No universo das ciências sociais, a antropologia se apresenta como a ciência do homem. Em outras palavras, os antropólogos dedicam-se, grosso modo, à análise das diferenças dos agrupamentos humanos, tomando por base a noção de cultura.
Esta imagem, extraída do Dicionário Enciclopédico Brockhaus y Efron, com informações compiladas entre 1890 e 1906 pelo império russo, apresenta traços étnicos dos grupos humanos conhecidos naquela época.
Com efeito, uma das distinções mais importantes entre o ser humano e outros animais é que nós temos cultura. Somos produto dela, e não apenas de uma carga genética. Mais do que genes, nossos antepassados nos transmitiram valores, conhecimentos, costumes, padrões de comportamento, formas de ver o mundo.
No vídeo a seguir, vamos tratar das origens da antropologia e do complexo conceito de cultura. Continue conosco.
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Antropologia
Antropologia = estudo do homem / ciência da diferença
Cultura (cultivo): línguas, costumes, religiões como práticas grupais
Padrões comuns de comportamentos e de conhecimentos (tradições)
Cultura (construção das mentalidades)
Unidade na diversidade: as culturas têm em comum o fato de serem todas diferentes.
Negação da “superioridade” e da “inferioridade” cultural
Malinowski: Funcionalismo
Claude Lévi-Strauss: Estruturalismo
Aula 2: Raça, etnia e diversidade cultural
Racismo num mundo sem raças
A raça humana é uma só. Diferenças étnicas se constroem culturalmente. Não existe nada que predetermine o que um indivíduo terá ou não condições de fazer ao longo da vida. Ser racista, no final das contas, é ver raças onde elas não existem.
Placa em praia na África do Sul, durante a vigência do regime de apartheid, avisando que aquela área de banho era exclusiva das pessoas que tinham a pele branca.
A permanência de posturas preconceituosas e etnocêntricas nas mentalidades modernas demonstra uma dificuldade em entender esse princípio, como se a cor da pele, o gênero, a religião ou a orientação sexual pudessem ser fatores aceitáveis de exclusão social.
No vídeo a seguir, discutiremos essas questões. Vamos a ele.
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“Raça” humana: uma só espécie, particularidades e diversidades étnico-culturais.
Racismo, nacionalismo xenófobo, intolerância religiosa → negação da diversidade; manifesta-se em perseguições a grupos minoritários: mulheres, negros, homossexuais, minorias étnicas etc.
Formação do Estado
Aula 1: Maquiavel e os primeiros teóricos do Estado
Maquiavel não era maquiavélico
Quando o rei de França Luís XIV (1638-1715) declarou “o Estado sou eu”, ele não se valeu de uma imagem figurada. Ele era o Estado, de fato. No contexto do absolutismo, o Rei Sol, assim como tantos outros reis europeus da época, assumiu essa postura de personalização total do poder. 
 
Luís XIV, monarca absolutista francês, e fachada da Casa Branca, sede do governo dos EUA.
O pensador florentino Nicolau Maquiavel (1469-1527) teria referendado essa concepção de Estado e poder, alegando, resumidamente, que os fins justificam os meios.
Depois de Maquiavel, o inglês Thomas Hobbes (1588-1679) comparou a monarquia absolutista como o gigante Leviatã, diante do qual os indivíduos nada podiam.
Em 1789, estourou a Revolução Francesa. O gigante caiu e a ideia do súdito foi substituída pela do cidadão. Essa ideia expandira-se pelo mundo a partir da Revolução Americana (1776), que alojou a democracia na Casa Branca, a sede do governo dos Estados Unidos e símbolo do liberalismo até hoje. O Estado mudou.
Mas afinal, o que é o Estado? O que significa ter poder político? Ou melhor, o que é política?
É o que veremos nesta aula.
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O  que é política?
 
Arte-ciência da organização e direção das nações
Habilidade nos relacionamentos visando a resultados práticos
Modo de governar ou influenciar a opinião pública por meio de partidos políticos
Atividade pela conquista do poder do Estado
Estudo sistemático de doutrinas e ações organizadas de liderança (ciência política) 
Platão (A República) e Aristóteles (Política): organização e função civil e pública da cidade-Estado: assegurar a felicidade dos cidadãos.
 
O que é poder político?
Poder: monopólio do exercício do Direito (leis) e da força (coerção e repressão).
Relação social entre governantes e governados: coerção e consenso.
Nicolau Maquiavel (1469-1527): O Príncipe. Concebe a política separada do Estado e da religião. Decifrar a realidade política como ela é, e não como poderia ser num mundo ideal.
 
O que é Estado?
Estado nacional: instituição social que detém o poder de governo sobre um ou mais povos com características culturais relevantes e nos limites de um território delimitado, configurando uma nação.
Thomas Hobbes (1588-1679): Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil. Teoriza que o “homem é lobo para o homem”, isto é, no estado de natureza os primitivos agiam como animais destruindo-se por riquezas, propriedades e poder. Contra a barbárie, um pacto social pela sobrevivência entrega todo o poder a um só monarca, o único detentor do uso legítimo da violência. Principal teórico do Absolutismo.
 
Jusnaturalismo: ideia de um Direito estabelecido pela natureza e superior ao Direito civil.
Aula 2: Montesquieu e os Iluministas
Com quantos governos se faz um Estado Nacional?
         
 
O Palácio do Planalto, em Brasília, é o lugar onde funciona a Presidência da República Federativa do Brasil. Representa, portanto, a cabeça do Estado Nacional brasileiro, e é principalmente de lá que se governa o país.
Então Estado e governo são a mesma coisa?
Não. Os governos se sucedem ao longo da história de um mesmo Estado, como o do Brasil. E regem a vida de um povo, que se confunde com a nação, embora uma nação seja uma comunidade que pode abrigar um ou mais povos, mas no mesmo território e com mercado e moeda comuns.
Nesta aula, delineamos com mais detalhe esses conceitos. Continue conosco. 
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O Estado e o povo
Povo: 
Conjunto de habitantes de um país, região ou hemisfério. Exemplo: povo basco, povo oriental.
Classes subalternas contrapostas às dominantes: assalariados e classe média.
Massa proletária rural e urbana: maioria da população com baixas rendas.
Roma antiga: populus eram os plebeus, contrapostos aos patrícios (nobres).
Idade Média: “arraia-miúda” sem heranças de nobreza nem laços de servidão.
Iluminismo ou Ilustração (XVIII): corrente de pensamento que entende ser o Universo regido por leis matematicamente demonstráveis, cabendo à inteligência humana decifrá-las de forma racional e livre das igrejas e universidades. Gerou o liberalismo nos planos econômico e político. Seus principais expoentes são John Locke (1632-1704), Adam Smith (1723-1790), David Ricardo (1772-1823), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), Voltaire (1694-1778), Denis Diderot (1713-1784), Jean le Rond D’Alembert (1717-1783), Immanuel Kant (1724-1804), Barão de Montesquieu (1689-1755), Benjamin Constant (1767-1830). 
 
O Estado e a nação
Identidade povo-nação: população com língua, costumes e tradições comuns.
Nacionalismo: ideologia da divisão “natural” da humanidade.
 
John Locke: Segundo Tratado sobre o Governo Civil. Fundador do empirismo filosófico e teórico da Revolução Inglesa de 1688. O homem no estado natural é livre, mas precisa do Estado para proteger sua propriedade, a liberdade de expressão, de reunião em assembleia e de iniciativa econômica. O poder político deve ter origem democrática.
Jean-Jacques Rousseau: Contrato Social / Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Jusnaturalista defensor da concepção democrático-burguesa que discordava doabsolutismo de Hobbes e do liberalismo de Locke. O estado de natureza do homem é um estado de virtude, liberdade e felicidade que foi destruído pela civilização. No contrato social, o homem só pode ser livre com a igualdade. O único órgão político soberano deve ser a assembleia popular. 
 
O Estado e o governo
Governo: agrupamento de indivíduos que, organizados em partidos políticos ou coligações, ocupa por determinado tempo os postos de decisão política nas instituições do Estado (Corte Real, Presidência da República, governo estadual ou prefeitura municipal).
Barão de Montesquieu: O Espírito das Leis. Elaborou a teoria dos três poderes do Estado para conciliar os estamentos monárquico (coroa), aristocrático (nobreza) e democrático (povo). Equilíbrio entre poderes autônomos: Executivo (rei), Legislativo (burguesia) e Judiciário (nobres). 
Instituições sociais
Instituições sociais: a coercitividade
Por que somos obrigados a obedecer a quem não conhecemos?
Quando a cidade do Rio de Janeiro passou por uma grande reforma urbana, em 1904, pessoas consideradas malvestidas – segundo critérios da polícia da época – eram proibidas de circular pela recém-inaugurada Avenida Rio Branco. Os novos bulevares chiques não eram lugar para pobres, diziam. De alguma forma, isso existe até hoje: imagine um advogado ir a uma audiência sem trajar terno e gravata?
Avenida Rio Branco (RJ) no começo do século passado.
A coerção, isto é, o controle sobre os comportamentos das pessoas é um dos componentes básicos das instituições, que podem ser políticas, religiosas, militares e esportivas. As instituições são os pilares fundamentais da chamada consciência coletiva, que, por sua vez, não é a soma das consciências individuais, e sim a síntese.
Mas todos os membros da sociedade se submetem às instituições? Nem sempre. O problema é que a insubordinação traz os riscos da discriminação, da segregação e da repressão. Quem já desobedeceu e foi punido sabe o que é coerção. E em grupos sociais mais intolerantes o limite pode ser a morte.
Vamos estudar mais sobre isso nesta aula.
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→ Instituições sociais:
formas de organização com objetivos comuns;
padrões de controle do comportamento dos indivíduos;
exterioridade e coercitividade em relação aos indivíduos;
entidades políticas, econômicas, religiosas, artísticas, esportivas, profissionais etc.;
instituições sociais básicas: família, linguagem, propriedade, Estado.
→ Durkheim
consciência coletiva e tipos de solidariedade (mecânica e orgânica);
         
princípio da normalidade: EUNOMIA X ANOMIA (crise);                     
maioria e minoria não são conceitos numéricos na sociologia.
 
→ Transgressão e alienação
Recriminação: advertência, suspensão, multa.
Segregação: excomunhão, isolamento, racismo.
Repressão: expulsão, prisão, pena de morte.
 
→ LINGUAGEM → coerção sobre o pensamento.
Homem = ser gregário.
Necessidade da comunicação:
primeiros contatos com o mundo;
normas do Estado, igrejas etc.;
uso inadequado em certas situações: perda de emprego/reprovação em exames etc. 
     
→ PROPRIEDADE PRIVADA
instituição fundamental do mundo capitalista;
base da estrutura de classes;
origem das desigualdades sociais e econômicas (Rousseau).
Identidade e diversidade
Aula 1: Construção das identidades
A identidade dos primeiros “brasileiros”
O indígena, o negro e o branco europeu formaram originalmente o povo brasileiro. 
Sabemos que a formação étnica do Brasil resulta da fusão de vários povos, dentre os quais se destacam, incialmente, os indígenas nativos, os europeus colonizadores e os africanos escravizados.
Mas será que os ditos índios viam a si próprios como um só povo? Os negros, por exemplo, descobriram-se “africanos” apenas na realidade da escravidão, e os portugueses tampouco se viam como iguais aos ibéricos de Espanha, ou a outros povos europeus.
As identidades culturais são construídas na relação com o diferente, entre grupos humanos em contato que têm costumes, tradições e comportamentos divergentes. Nesse processo, povos são dominados, explorados e por vezes dizimados. Mas nunca deixam de trocar experiências que podem influenciar o futuro de toda e qualquer sociedade.
Aprofundamos a conversa sobre identidade no vídeo a seguir. Continue conosco e saiba mais sobre esse importante conceito.
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Identidade: relações entre membros do mesmo grupo.
Alteridade: relações entre membros de grupos diferentes.
A importância da diversidade: o desenvolvimento não é unidirecional.
A polêmica do “primitivo” × “civilizado” e a importância do respeito às diferenças.
Aula 2: Etnocentrismo e preconceitos
“O inferno são os outros”
A frase do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre (1905-1980) é uma síntese interessante de como dois grupos humanos, com valores e costumes diferentes, podem se relacionar.
Afinal, nem sempre essa relação é pacífica, nem sempre se respeitam essas diferenças, nem sempre a convivência com o “outro” é fácil....
Prisioneiros no campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha, em 1941. O nazismo, influenciado por ideias etnocêntricas, levou a campos de concentração e de extermínio judeus, ciganos, eslavos, além de homossexuais, comunistas e outras minorias.
Historicamente, diante das diferenças étnicas existentes entre grupos humanos, surgiram concepções segundo as quais tal ou qual grupo existe desde os primórdios da humanidade, ou é o único portador de qualidades genuinamente humanas. Daí, para este grupo se considerar superior aos demais, basta um pequeno passo.
Em todos os continentes e em todas as épocas foram constatadas manifestações desse tipo, a que chamamos etnocêntricas.
É disso que vamos tratar no vídeo a seguir. Continue conosco!
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Etnocentrismo
Povos “avançados” ˏ× povos “primitivos” = base do etnocentrismo
“Nós” → origem da humanidade
Civilização “superior”: eurocentrismo, racismo, nacionalismo, american way of life
Dominação cultural
Poder: econômico, político, militar e cultural
Poder midiático → padronização de modelos culturais
Maiorias populacionais podem ser dominadas culturalmente e minorias populacionais podem ter mais prestígio do que as maiorias
Cidadania, democracia e movimentos sociais.
Aula 1: Democracia e ditadura
“A gente quer é ser um cidadão”
Moradores de ruas são comuns nos grandes centros urbanos do país.
Na década de 1980, fez muito sucesso uma canção chamada “É”, de Gonzaguinha. Nela o compositor carioca expressava os desejos de muitos brasileiros ao final da ditadura pós-1964. O canto era claro: “A gente quer viver pleno direito, / A gente quer viver todo respeito, / A gente quer viver uma nação, / A gente quer é ser um cidadão”.
Muitas décadas depois, será que podemos dizer que vivemos “pleno direito”? Exercemos completamente nossa cidadania?
Questões difíceis de responder. Atualmente, a palavra cidadania é usada em muitos discursos, mesmo nos mais prosaicos. Mas como definir a cidadania?
Considerando os anseios atuais de nossa sociedade, podemos pensar em algo assim: cidadania é o exercício pleno de direitos em todos os espaços da vida social, ou seja, a garantia da sobrevivência material em condições dignas, a participação livre na vida política e o acesso à educação e à cultura.
Mas como concretizar essa situação? A democracia basta para garantir a cidadania? Aliás, será que todos partilhamos das mesmas ideias sobre as diferenças entre experiências democráticas e autoritárias? Como a desigualdade social afeta o exercício da cidadania? Como os movimentos sociais estabelecem suas bandeiras?
Os vídeos desta aula procuram trazer elementos para você refletir e formular respostas a essas indagações. Vamos lá?
Aula 2: Movimentos sociais
O preconceito, a intolerância e o fanatismo caminham unidos
“Todos unidos contra o fanatismo” são os dizeres da faixa carregada por manifestantes em Bruxelas, na Bélgica, depois doassassinato, em 7 de janeiro de 2015, de jornalistas e cartunistas do Charlie Hebdo, jornal francês de humor, que foi atacado por dois fanáticos religiosos, que entraram atirando indiscriminadamente na redação.
Atualmente, muitos pregam que o tempo das revoluções já passou. E, no entanto, movimentos de todo tipo brotam para enfrentar os Estados, pacificamente ou não. Vão desde manifestações em defesa do meio ambiente ou contra o racismo até mesmo a atentados suicidas de grupos radicais, que espantam o mundo com ações terroristas.
Mas quando uma luta contra o Estado é justa? Em alguma situação é admissível recorrer à violência contra os poderes estabelecidos?
Na Declaração de Independência de 1776, por exemplo, os Estados Unidos proclamaram que, diante de abusos e usurpações, assiste aos homens “o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos guardiões para sua futura segurança”. Mais ou menos na mesma época, Rousseau já havia dito que “o déspota é o senhor apenas pelo tempo em que é o mais forte. Assim que se pode expulsá-lo, ele não tem nada a reclamar contra a violência. [...] Se a força o mantinha, só a força o derruba”.
Nos vídeos a seguir, vamos discutir essas questões, analisando como a sociedade do século XXI dialoga com os movimentos sociais contemporâneos e com suas próprias contradições.
Meios de comunicação e indústria cultural
Meios de comunicação e indústria cultural
Você viu na aula
I. Cultura popular
Ampla e passageira, mais dinâmica e menos valorizada
Identificada com as classes trabalhadoras e subalternas
II. Cultura erudita
Resistente ao tempo, exigência de conhecimentos, mais valorizada
Identificada como restrita às classes dominantes (elites consumidoras)
III. Cultura de massa
Poucos produtores para muitos receptores
Busca a padronização do “saber dominante”
Utiliza produtos da cultura popular e da cultura erudita
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I. Cultura popular
Ampla e passageira, mais dinâmica e menos valorizada
Identificada com as classes trabalhadoras e subalternas
II. Cultura erudita
Resistente ao tempo, exigência de conhecimentos, mais valorizada
Identificada como restrita às classes dominantes (elites consumidoras)
III. Cultura de massa
Poucos produtores para muitos receptores
Busca a padronização do “saber dominante”
Utiliza produtos da cultura popular e da cultura erudita
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Mídia e massificação cultural
Mídia: conjunto de meios de comunicação
Mass media: comunicação de massa controlada pelas classes dominantes
Sociedade do espetáculo
Indústria cultural busca a padronização do saber dominante
Poucos centros de produção (classes dominantes) e recepção difusa (classes trabalhadoras) → massificação cultural
Cultura tratada como coisa (reificação); mercadoria estranha ao seu criador (alienação)
Globalização e cultura
Cultura erudita: não ocorrem transgressões pela manutenção do status quo
Indústria cultural: não contesta valores dominantes / banaliza transgressores
Cultura popular: negação do saber ou resistências de classe (contracultura)
Enraizamento como resistência: busca da cultura de raiz contra a indústria cultural massificadora e preservação da diversidade
Redes e sociedade
Globalização da informação
Para onde caminha a “aldeia global” de McLuhan?
           
Na segunda metade do século XX, os avanços da informática, da publicidade e dos telefones celulares juntaram-se aos meios já consagrados, como rádio, cinema, televisão e imprensa, para conformar o que o pensador canadense Marshall McLuhan (1911-1980) batizou de aldeia global. Uma verdadeira revolução informacional reduziu as distâncias da telecomunicação e propiciou o surgimento da cultura pop e a espetacularização da notícia.
A indústria cultural pôde, de um lado, massificar a cultura que jamais contesta os valores dominantes, e, de outro, banalizar as manifestações de transgressores como os hippies, punks e demais movimentos de contracultura.
Na internet surgiram as redes sociais ágeis, amplas e relativamente livres de controle, que permitem trocas de informações e facilitam mobilizações de cunho político. Servem a discussões de todo tipo, mas também à invasão da privacidade e à divulgação de preconceitos e à manifestação da intolerância.
Quer saber mais sobre isso? Então vamos ao vídeo.
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Revolução Informacional e a “aldeia global”
Tecnologia a serviço das telecomunicações: rede internacional de computadores
Produção da indústria cultural: brota das classes dominantes e atinge as massas
Divulgação da cultura pop: toda cultura pop é de massa; nem toda cultura de massa é pop
Espetacularização da notícia (sociedade do espetáculo – Guy Debord)
Redes informatizadas e as novas formas de relações sociais 
Twitter, Facebook são redes de comunicação via internet
Oferecem agilidade, grande amplitude e relativa independência da mídia
São instrumentos de mobilização política paralela a partidos, sindicatos e outras organizações
Agilizam as trocas de conhecimentos, informações gerais e tecnologias
Problemas: invasão de privacidade e divulgação de preconceitos sociais
Para estudo: anonimato como fator facilitador da revelação de tendências autoritárias, discriminatórias, intolerantes etc.

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