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Resumo em Tópicos- Cap 3 Dos meios às mediações

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Resumo Capítulo 3: Capitalismo e legitimação 
Lorena Bastos Campos Rui 
• Escola de Frankfurt: pensamento radicalizado pelo contexto cultural da 
experiência nazista. 
• Pensamento crítico: filosofia interligada à sociologia e economia. 
• A experiência do Nazismo elucidou a tendência totalitária do capitalismo, que 
“deixa de ser economia e explicita sua textura política e social” (p.71). 
• Estudos de Massa: efeitos dos processos de legitimação, “lugar de manifestação 
da cultura em que a lógica da mercadoria se realiza” (p.71). 
• A cultura se torna um espaço para se pensar as contradições sociais. 
Benjamin versus Adorno ou o debate de fundo: 
• Frankfurt e a reflexão crítica latino-americana: o pensamento de Adorno 
contemplaria os estudos de cultura popular latino-americana? 
• “Benjamin tinha esboçado algumas chaves para pensar o não pensado: o popular 
na cultura não como negação, mas como experiência e produção” (p.72). 
 
Do logos mercantil à arte como estranhamento: 
• O conceito de Indústria Cultural nasceu em 1947, em um texto de Adorno e 
Horkheimer. 
• Buscava entender o autoritarismo e a massificação como faces de uma mesma 
dinâmica. 
• O conceito foi se desenvolvendo a partir de reflexões sobre um sistema que 
“produz e regula aparente dispersão” (p.73), sobre o “caos cultural” e a 
diversificação de modos de experienciar a cultura. 
• Analisa a produção cultural da época a partir de uma lógica de indústria (daí o 
nome do conceito). Adorno tecia críticas vorazes ao cinema e ao jazz. 
Uma dimensão fundamental da análise vai terminar resultando, assim bloqueada 
por um pessimismo cultural que levará a debitar a unidade do sistema na conta 
da racionalidade técnica, com o que acaba se convertendo em qualidade dos 
meios o que não é, senão, seu uso histórico. (p. 74) 
 
• Na sua segunda dimensão, Adorno e Horkheimer analisam a relação dos 
dispositivos de ócio/ trabalho e a articulação entre eles, sendo o ócio e a diversão 
facetas que tornam a vida produtiva mais tolerável. 
• A terceira dimensão aborda a perda da aura ritualizada da apreciação da arte. A 
arte perderia o seu pressuposto elevado; esvaziaria seu sentido e se tornaria 
puramente estética: “reduzida a cultura, a arte se fará ‘acessível ao povo como os 
parques’, oferecida ao desfrute de todos, introduzida como um objeto a mais, 
dessublimado” (p.76). 
• Adorno mostra, em sua crítica, estar entre a desmistificação da cultura de massas 
e a cumplicidade com a mistificação da arte, que ficaria restrita e resguardada a 
apreciação dos privilegiados sociais. 
• Adorno critica o prazer e o desfrute da arte, condena tais formas de apreciação 
como vulgares. Julga o prazer caro ao homem comum: “a espiritualização da obra 
de arte estimulou o rancor dos excluídos da cultura e iniciou o gênero de arte para 
consumistas” (Adorno, citado na página 77). 
• A crítica ao prazer também reflete na crítica aos populismos, que mobilizam afetos 
populares. A arte elevada deveria desafiar intelectualmente as massas, e não 
distraí-las. A arte legítima causaria comoção, segundo Adorno, não divertimento. 
• Esta concepção de arte acaba por rebaixar outras manifestações e maneiras de 
experimentar a arte. O modo de produção simbólico das massas acaba reduzido à 
“degradação da cultura”. 
 
A experiência e a técnica como mediações das massas com a cultura: 
• Walter Benjamin, contemporâneo de Adorno e Horkheimer, escrevia artigos com 
a supervisão dos dois. Tido como integrante da Escola de Frankfurt, o mesmo não 
estava em pé de igualdade com seus companheiros, sendo criticado por sua 
heterodoxia. 
• Observava a indústria cultural a partir das tecnologias de mediação e o papel das 
mesmas na revolução das formas de percepção dos produtos culturais; diferente 
da chamada “razão ilustrada” (seus contemporâneos de Frankfut) que não 
considerava a experiência sensorial na sua crítica, Benjamin pensa a relação da 
experiência de recepção entre as massas e a técnica. Não é possível compreender 
um fenômeno de massa sem conhecimento sobre “a massa”. 
• Benjamin então se propôs a compreender as relações entre a percepção da cultura 
e a produção do trabalho, para entender a lógica social e suas relações com a lógica 
de produção. 
• Barbero pontua que se observarmos a obra de Benjamin, compreenderemos que 
ele não exalta o progresso tecnológico ou afirma a aura da arte, nem a sua morte 
ao ser reproduzida. Benjamin estudou as mudanças produzidas pelas novas 
tecnologias na assimilação do homem comum ao conteúdo ofertado. 
• As novas tecnologias romperam o distanciamento para a apreciação (inerente à 
grande arte). A experiência do cinema, a grande revolução da época, era coletiva 
e aproximada do homem comum. 
• A dificuldade de Adorno em compreender o cinema vinha do desgosto pelo que 
era produzido sob a égide da “indústria cultural”. A aproximação faz declinar o 
chamado “valor cultural da obra”, mas traz um novo tipo de valor, um valor 
expositivo. A análise de Benjamin apontava que as novas tecnologias não 
suplantariam as formas clássicas de arte, e sim se configurariam como expressão 
de uma nova percepção e em novas formas de arte. A percepção de Benjamin, 
descolada no etnocentrismo acaba por reconhecer valor positivo nas massas. 
• Com a industrialização, há um crescimento das cidades. É pela poesia de 
Baudelaire que Benjamin pensa as relações entre “a massa” e a cidade: a taberna 
é onde figuras rebeldes se encontram. As pistas obscurecidas de cidadão 
homogeneizados divergem da necessidade burguesa por identidade. Em oposição 
ao trabalhador, o burguês se refugia no interior, onde busca conservar a distância 
e a memória como ilusões de poder. Através de dispositivos de enumeração surge 
mais uma forma de controlar as massas. 
• A experiência da multidão: Baudelaire não sente a multidão como externa: “é pela 
multidão que a massa exerce seu direito à cidade” (p.86) 
• Os censores de Benjamin tinham como ilimitada a onipotência do Capital, e por 
tal viam as novas tecnologias como instrumentos de alienação. As relações de 
hegemonia na interpelação e vivência são ignoradas por essa ótica. Adorno 
buscava resgatar a experiência individual e contemplativa das artes. Por isso, ao 
ver rupturas, enxergava os meios de comunicação como pura alienação e armas 
de manipulação. 
• Benjamin com sua experiência dentro das multidões ajudou e deslocar a 
percepção centralizada no olhar burguês, e ajudou na compreensão do papel dos 
meios no que veio a ser, na década de 1960, o levante da contracultura popular. 
 
Da crítica à crise 
• Edgar Morin desenvolveu o pensamento crítico em sua obra, nos anos de 1960, a 
partir da Escola de Frankfurt. Esta época foi marcada pelo surgimento de 
movimentos de contracultura em resistência à política institucional vigente. Para 
Morin, a indústria cultural compreende o modo em que se organizam novos 
processos de produção cultural, ou “o conjunto de mecanismos que transforma a 
criação cultural em produção” (p. 89). 
• Este pensamento desmonta a aura puramente negativa da indústria cultural e a 
insere em uma dimensão política (ou de práticas culturais políticas). Desenvolve-
se aí a análise da cultura de massa a partir da semântica e das suas inscrições no 
cotidiano. Isso implicará estudar as matrizes históricas e as transformações sociais 
neste contexto. 
• Para Morin, a indústria cultural é “uma série de dispositivos de intercâmbio entre 
o real e o imaginário” (p. 89). 
• Sobre a alienação: uma mitologia funciona por preencher espaços e atende uma 
demanda que o racionalismo não dá conta. 
• Mediação: função do meio, comunicação do realcom o imaginário. 
• A crise social e política dos anos 1960 é a “irrupção da enzima marginal”. (...) “ao 
levar a relação mercantil até a cotidianidade, até o sexo e a intimidade, acaba 
politizando-os, isto é, transformando-os em espaços de luta contra o poder” (p. 
92) 
• Foucault: o poder flui porque não é uma propriedade, mas algo que se exerce. 
• Baudrillard: crítica à economia política dos signos, dissolução de referenciais e a 
transformação em instrumentos de simulação. A destruição do social pelas 
instâncias de progresso, baseada na abstração, por converter a comunicação em 
simulacro (a mensagem devora o real). 
• A informação produz mais massa, passiva. A implosão das massas é resultado do 
dilema da dissolução de conflitos, pois a passividade seria o modo de ser das 
massas. 
• Habermas: o político em eixo de crise, que mina o capitalismo é a impossibilidade 
que o econômico assegure sozinho a integração ao social. “A informatização 
generalizada da sociedade, que reduz problemas políticos a problemas técnicos 
não tem a ver com o suposto déficit de racionalidade” (p. 95). Não é a morte do 
político, mas sua suplantação, o complemento administrativo da racionalidade. 
• A crise vai além disso. Desvela a dominação de classes. O sistema político assume 
tarefas ideológicas. O Estado se expande, assumindo o campo cultural. “A cultura 
é resgatada como espaço estratégico para a contradição.” A valorização da 
cotidianidade e prazer individual constitui espaços de conflito e expressão da nova 
subjetividade. 
• A contradição entre a racionalidade da disciplina e o hedonismo cultural: o 
hedonismo é expressão da cultura capitalista de massa, mas ele também mina as 
bases da obediência burguesa. Senett aponta o desgaste da participação popular 
na política, mencionado por Barbero no texto. A fuga pessoal pode ser uma 
ruptura com os interesses coletivos e favorável ao sistema que caminha na direção 
do corte de direitos. 
 
Referência Bibliográfica: 
MARTÍN-BARBERO, J. Indústria Cultural: Capitalismo e Legitimação. In: 
MARTÍN-BARBERO, J. Dos Meios às Mediações: comunicação, cultura e 
hegemonia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2015. (p. 71-96)

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