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EMBARGOS À EXECUÇÃO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA, ESTADO DE GOIÁS
Processo número...
(Distribuição por dependência)
SARA REGINA/SOBRENOME, nacionalidade, profissão, estado civil, portadora da cédula de identidade sob o número..., inscrita no CPF sob o número..., titular do endereço eletrônico, residente e domiciliada na Rua..., número..., bairro..., CEP..., Município/Estado..., por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), com escritório profissional na Rua..., número...,bairro..., CEP..., Município/Estado..., endereço este que receberá as intimações, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 914 e seguintes do Código de Processo Civil, opor
EMBARGOS À EXECUÇÃO
em face de PEDRO ANTÔNIO/SOBRENOME, nacionalidade, profissão, estado civil, portador da cédula de identidade sob o número..., inscrito no CPF sob o número..., titular do endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro..., CEP..., Município/Estado..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
DOS FATOS
A Embargante recebeu um Mandado de Citação e Intimação referente a uma Ação de Execução de Título Extrajudicial, distribuída a esta Vara Cível, ajuizada pelo ora Embargado, o qual pretende a satisfação de um crédito na importância de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) consubstanciado em um suposto instrumento particular de confissão de dívida.
Nos autos da presente ação, o Embargado indicou à penhora valores de três contas bancárias, um carro e o imóvel o qual a Embargante reside juntamente com sua família e, diante da alegação de que a Embargante estava se desfazendo de seus bens, o Douto Magistrado deferiu, de plano, a indisponibilidade dos ativos financeiros. 
Insta salientar que a Embargante manteve um relacionamento com o Embargado que, se aproveitando de seu pouco estudo, insistiu para que ela assinasse alguns papéis para que este recebesse um valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) referente a um benefício previdenciário acumulado, atesta-se que o referido documento também fora assinado por duas testemunhas, sendo que uma delas tem conhecimento de que o Embargado a induziu a acreditar que estava assinando apenas uma declaração para que ele obtivesse o benefício suso mencionado.
Mister evidenciar que com o fim do relacionamento o Embargado tornou-se muito agressivo e ameaçou a Embargante de lhe retirar todas as suas economias.
Desta feita, diante dessa situação e em virtude da necessidade de a Embargante salvaguardar a sua moradia, bem como os valores de suas contas bancárias, uma vez que uma das contas se trata de poupança, a qual é fundamental para a subsistência de sua família, assim como do tratamento médico que sua genitora está sendo submetida, não restou outra alternativa à Embargante senão impugnar a execução em trâmite neste juízo.
Destarte, os presentes Embargos à Execução é medida que se impõe. 
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A oposição dos presentes Embargos à Execução encontra amparo na legislação vigente, senão vejamos:
O artigo 914 do Código de Processo Civil (CPC) dispõe que, in verbis: “O executado, independente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos”.
Neste seguimento, conforme depreende-se da narrativa fática, a Embargante fora surpreendida com o mandado de citação e intimação referente a Ação de Execução de Título Executivo Extrajudicial, a qual tramita neste douto juízo, sob a alegação de que deve ao Embargado a importância de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) consubstanciado em um suposto instrumento particular de confissão de dívida, fato este que não merece prosperar e o qual justifica a oposição da presente peça de defesa como medida de se opor à execução em andamento, justificando a aplicação do artigo mencionado alhures (artigo 914 do Código de Processo Civil). 
Imperioso atestar que o Embargado, tendo ciência do pouco estudo da Embargante e com o intuito de ter o documento assinado a induziu valendo-se de uma das hipóteses que enseja defeito no negócio jurídico, qual seja a prática de Dolo, nos termos do artigo 145 do Código Civil, a fim de obter vantagens patrimoniais da Embargante.
O artigo 104 do Código Civil elucida que para que um negócio jurídico seja válido é necessário a manifestação de vontade livre e consciente, além de outros requisitos, o que não ocorreu no presente caso, assim, este negócio é passível de anulação, uma vez que se o Embargado tivesse dado ciência do teor do documento as assinaturas não teriam sido apostas.
Resta cristalina a omissão do que de fato estava sendo assinado, tendo o Embargado notoriamente procedido com Dolo, sendo evidente o vício na manifestação de vontade, o qual será devidamente discutido na presente peça de defesa. 
Mister atestar que foi com base em um instrumento eivado de vício que Vossa Excelência acolheu a pretensão do Embargado, uma vez que ele proferiu a alegação de que a Embargante estava se desfazendo de seus bens, tendo sido deferido de plano a indisponibilidade dos ativos financeiros da Embargante, razão esta que não assiste ao Embargado. 
O Embargado apresentou à penhora valores que a Embargada possui em três contas bancárias, um carro e um imóvel, o qual a Embargante reside com sua família, ocorre, Excelência, que uma das contas da Embargante diz respeito a uma poupança, a qual nos termos do artigo 833, X, do Código de Processo Civil é impenhorável, desta forma, é notória a proteção da lei dos bens considerados impenhoráveis ou inalienáveis em eventual Execução.
Isto posto, a indisponibilidade em face da conta poupança deve ser cancelada por ser irregular, nos termos do artigo 854 do Código de Processo Civil, pois, conforme já fora esclarecido trata-se de poupança, a qual não pode ser penhorada. 
É imprescindível arguir também que o imóvel o qual a Embargante reside com sua família se trata de bem família, nos termos do artigo 1º da Lei n.º 8.009/90. 
A referida lei trata da impenhorabilidade do bem de família, portanto, resta evidenciado que o imóvel indicado pelo Embargado não responderá por qualquer dívida civil.
Neste sentido, a Embargante deve ter assegurada sua conta poupança imediatamente, uma vez que utiliza as economias desta conta para a subsistência de sua família e poderá vir a demandar desta mesma conta os valores necessários para o tratamento médico do qual sua mãe está sendo submetida. 
Destarte, com o escopo de resguardar sua moradia, bem como os valores a título impenhorável, a Embargante pugna pela concessão da Tutela Provisória, uma vez que suas contas bancárias estão cerceadas pela indisponibilidade dos ativos financeiros.
Pleiteia-se também a concessão do efeito suspensivo dos presentes Embargos à Execução, nos termos do artigo 919, §1º do Código de Processo Civil.
Necessário mencionar que o artigo 300 do Código de Processo Civil afirma que a tutela provisória de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dando. É cristalino que caso a conta poupança da Embargante continue com a indisponibilidade acarretará prejuízos de grande proporção, haja vista que recai sobre objeto impenhorável, mister mencionar, ainda, que a mantença da referida indisponibilidade afronta a Lei n.º 8.009/90, a qual assegura o bem de família de dívida civil. 
Assim sendo, a Embargante pugna também pelo cancelamento da indisponibilidade das demais contas, tendo em vista que a Embargante em momento algum esteve em débito com o Embargado, contudo, caso Vossa Excelência entenda ser devido tal importância, requer-se que a indisponibilidade recaia tão somente no valor indicado na execução e que seja respeitado a ordem de penhora estabelecida no artigo 835 do Código de Processo Civil. 
Desta forma, em consonância com o artigo 917, incisos II e IV do Código de Processo Civil, a Embargante alega que haverá penhora incorreta caso haja determinação de penhora dos ativosfinanceiros, bem como alega vício na manifestação de vontade ao assinar o suposto instrumento de dívidas, haja vista ter o Embargado informado que o referido documento se tratava de um documento necessário para receber um benefício previdenciário acumulado, sendo assim, não há o que se falar em execução, pois não há nenhuma obrigação certa, exigível e líquida passível de execução, requisitos estes essenciais para possibilitar o ajuizamento da Ação em questão, nos termos do artigo 783 do Código de processo Civil.
Necessário esclarecer que o presente instrumento processual de defesa se encontra tempestivo, nos termos do artigo 915 e 231, inciso II, do Código de Processo Civil, vez que o mandado de citação e intimação positivo fora juntado aos autos da execução há dois dias e, por conseguinte, os presentes datam dentro dos 15 (quinze) dias legais de sua oposição. 
Destarte, diante de tudo o que fora exposto, o recebimento destes Embargos é medida que se impõe, uma vez que a Embargante não possui dívidas passíveis de execução com o ora Embargado. 
DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Ante o exposto, requer-se:
A concessão da Tutela de Urgência, bem como a concessão do efeito suspensivo, nos termos do artigo 919, §1º do Código de Processo Civil e nos termos do artigo 300 do mesmo codex;
A intimação do Embargado, ora exequente na ação de execução, para manifestar-se no prazo de 15 (quinze) dias acerca dos presentes Embargos, fulcrado no artigo 920 do Código de Processo Civil;
Que a execução ajuizada seja extinta, nos termos do artigo 924, I, do Código de Processo Civil, em razão de não haver dívida alguma; 
O recebimento dos Embargos, com efeitos suspensivo, bem como que a Execução seja suspensa, conforme redação do artigo 921, III, do Código de processo Civil.
Que os Embargos à Execução sejam autuados em apartado, uma vez que se encontra instruído com as cópias necessárias e autênticas, em consonância com o artigo 914, §1º do Código de Processo Civil;
A condenação do Embargado ao pagamento de honorários sucumbenciais, custas e despesas processuais, nos termos do artigo 85 do Código de processo Civil;
Pleiteia-se a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente prova testemunhal;
Na oportunidade, a Embargante informa o recolhimento da guia de custas iniciais, atesta a juntada do comprovante, bem como solicita o assentimento da juntada das cópias relevantes para o regular processamento do feito. 
Dá se a causa o valor de R$....
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Local/Data
Advogado...
OAB...