Prévia do material em texto
FILO APICOMPLEXA Alessandra Snak Doutoranda em Ciência Animal Introdução São parasitos obrigatórios Complexo apical localiza-se no polo anterior de seu corpo alongado e destina-se a sua fixação e penetração nas células dos hospedeiros A – apicoplasto M – micronemas R – roptrias GD – Grânulos densos Complexo Apical Anéis polares suporte e locomoção Micronemas e roptrias penetração na célula Reino: Protozoa Filo: Apicomplexa Classe: Sporozoa Sub classe: Coccidea Ordem: Piroplasmida Família: Babesiidae - Gênero: Babesia spp. Família: Theileriidae - Gênero: Theileria spp. Classe Sporozoa - Não possuem organelas de locomoção - Não possuem vacúolo contráteis - Formam assexuadamente ‘esporos’ resistentes - Reprodução sexuada e assexuada Ordem Piroplasmida Família Babesiidae Família Theileridae Ordem Piroplasmida Pleomórficos - piriformes - amebóides - arredondados - alongados Locomoção deslizamento Reprodução assexuada eritrócitos Heteroxenos Família Babesiidae Forma arredondada, piriforme ou amebóide Complexo apical reduzido a um anel polar Micronemas Conóides algumas espécies Microporo Desprovidos de pigmentos Família Babesiidae Família Babesiidae Desenvolvimento nos eritrócitos Os merozoítos são haplóides, contêm um complexo apical e são formados por fissão binária, isto é, o núcleo e o citoplasma se dividem simultaneamente - esquizogonia Dm, membrana dupla; E, retículo endoplasmático; M, mitocôndria; Mi, micronemas; N, núcleo; Pm, membrana plasmática; R, ribossoma; R, roptria Família Babesiidae Trofozoíto (A) e gametócito em forma de acordeão (B) Er, retículo endoplasmático; Hc, citoplasma da célula hospedeira; Pm, membrana plasmática; M, mitocôndria; N, núcleo Família Babesiidae Parasitam eritrócitos de mamíferos - merozoítos normalmente aos pares unidos pela extremidade mais afilada Transmitido pelo carrapato esporogonia Reprodução esquizogonia gametogonia Família Babesiidae Localização do parasito: - Periférica - alta parasitemia - Viscerotrópica - infecções letais com formação de trombo cerebral sem apresentar anemia Família Babesiidae Babesia bigemina Babesia bovis Babesia canis Babesia cati Babesia divergens Babesia duncani Babesia felis Babesia gibsoni Babesia herpailuri Babesia jakimovi Babesia major Babesia microti Babesia ovate Babesia panthera Babesiose Família Babesiidae Família Babesiidae Grandes: mais de 3μm comprimento - B. Bigemina - B. canis - B. caballi Pequenas: com menos de 3μm de comprimento - B. bovis - B. gibsoni - B. Motassi - B. canis vogeli - B. trautmani - B. Foliata - B. Taylori - B. perroncitoi Ciclo carrapatos Ciclo Esporozoíto Trofozoíto Merozoíto Gamontes/ gametócitos Microgametócito Macrogametócito Zigoto (oocineto) Esporocineto Ciclo Hemácia (HV) TGI (HI) Epitélio TGI (HI) Hemolinfa (HI) Vários tecidos (HI) Glândula salivar (HI) Ciclo Esporozoítos na saliva de carrapatos (1) são injetados durante o repasto Esporozoítos penetram as hemácias e se diferenciam em trofozoítos em forma de anel ou amebóide Reprodução assexuada intra-eritrocítica no hospedeiro vertebrado por fissão binária, formando merozoítos (2-5). Merozoítos podem invadir novas células Merozoítos ingeridos pelo carrapato (5.1) são digeridos no trato intestinal do vetor (5.2) Alguns merozoítos se diferenciam em gamontes ovóides (6) Ciclo Após ingestão pelo vetor (7), os gamontes formam protusões (corpos raiados)(8) Fusão de dois gametas mononucleados (9) leva à formação de um zigoto (10) Formação de um cineto no interior de um vacúolo (11-14) Ciclo Cineto deixa o trato intestinal e penetra vários tecidos do vetor incluindo os ovos (transmissão transovariana) Formação de vários cinetos (esporocinetos) (15-18). O processo pode se repetir Alguns cinetos penetram as células das glândulas salivares (19-21) e formam um grande esporonte multinucleado (YS, ES) Formam-se milhares de esporozoítos (SP) que são liberados na saliva Tipos de reprodução Merogonia/esquizogonia: reprodução assexuada nos eritrócitos do hospedeiro vertebrado merozoítos Gametogonia: formação e fusão dos gametas tubo digestivo dos carrapatos Esporogonia: reprodução assexuada nas glândulas salivares dos carrapatos esporozoítos Transmissão - carrapatos Transovariana - ocorre nas babesioses transmitidas por carrapatos monoxenos, como Rhipicephalus (Boophilus) microplus e Anocentor nitens. Por só terem 1 hospedeiro na vida, a transmissão é da fêmea para seus ovos. Esses irão contaminar outros animais. Transestadial - ocorre nas babesioses transmitidas por carrapatos heteroxenos, como Rhipicephalus sanguineus. Por a muda ocorrer no solo, a larva infectada passa para ninfa com as formas infectantes e essa então transmite a outro animal. Transmissão - carrapatos A temperatura interfere na transmissão transovariana Babesia bovis Hospedeiro vertebrado - Bovinos Hospedeiro invertebrado - Rhipicephalus (Boophilus) microplus Pequena 2µm A transmissão é feita por larvas do carrapato que perdem a capacidade de infectar após a mudança de estádio Babesia bovis Parasitemia muito baixa - Aparece de 1 a 2 merozoítos dentro de cada hemácia Pode aparecer nos capilares do cérebro, provocando obstrução dos vasos Babesia bigemina Hospedeiro vertebrado - Bovinos Hospedeiro invertebrado - Rhipicephalus (Boophilus) microplus Grande 4-5µm Transmissão ninfa e adulto - transovariana e transestadial Babesia bigemina Alta parasitemia Aparece de 1 a 2 merozoítos dentro de cada hemácia Importância bovinos Alta morbidade Mortalidade principalmente em adultos Prejuízos econômicos - queda de produção - gastos com medicação Tristeza parasitária bovina - Babesia sp. - Anaplasma marginale Importância bovinos Bezerros x adultos Quarentena Premunição Babesia caballi Hospedeiro vertebrado: equinos e asinos Hospedeiros invertebrados: - Amblyomma spp. (trioxeno) - Rhipicephalus sanguineus (trioxeno) - Anocentor nitens (monoxeno) Tamanho: grande 3µm Presença de 1 ou 2 merozoítos na hemácia Não é comum no Brasil Babesia canis Tamanho: Grande 4-7µm Geralmente encontrado 2 merozoítos nas hemácias Infecções múltiplas até 18 parasitos por hemácia Babesiacanis canis (+ patogênica) Babesia canis rossi (+++ patogênica) Babesia canis vogeli (- patogênica) Babesia canis Babesia canis canis - Encontrado na Europa - Transmitido pelo Dermacentor reticulatus Babesia canis rossi - Encontrado na África do Sul - Transmitido pelo Haemophysalis sp. Babesia canis Babesia canis vogeli - Encontrado em regiões tropicais (BRASIL) - Transmitido pelo Riphicephalus sanguineus - Tamanho 4-5µm - Carrapato - transmissão transovariana - transmissão transestadial Babesia gibsoni Tamanho 2-5µm Transmitido pelo Riphicephalus sanguineus Presente no Brasil Parasitemia baixa Geralmente 1 merozoítos por eritrócito * Tratamento diferente da B. canis Importância – Babesiose canina Causam anemia e debilidade Baixa resistência dos animais predispondo-os à doenças Óbito Babesia felis Tamanho: pequena 2-5µm Altamente patogênica Geralmente acomete felinos > 3 anos África Outros: B. herpailurie, B. pantherae, B. leo, C. cati Brasil raros casos Babesiose em suínos Babesia trautmanni - grande - transmitida pelo Rhipicephalus turanicus, R. decoloratus Babesia perroncitoi - pequena - transmitida pelo Rhipicephalus sanguineus, Dermacentor reticulatus Família Theileriidae Forma arredondada, ovalada ou bacilar Complexo apical reduzido Micrópila presente somente em estádios nos eritrócitos Estádios - eritrócitos - linfócitos - histiócitos - eritroblastos Família Theileriidae Multiplicação - Esquizogonia - linfócitos - histiócitos - eritroblastos - Cissiparidade - eritrócitos Não há transmissão transovariana Família Theileriidae Sinais clínicos - Febre intermitente - icterícia - hemoglobinúria - Constipação - Hemorragias leves mucosas - Taquipneia Gênero Theileria Theileria separata T. buffeli T. velifera T. taurotragi T. parva T. lestoquardi T. annulata T. mutans T. equi Theileria equi Babesia equi Hospedeiros vertebrados equinos Hospedeiro invertebrado - Amblyomma spp. - Rhipicephalus sanguineus - Anocentor nitens - Rhipicephalus (Boophilus) microplus Theileria equi 4 T. equi em cada eritrócito – forma de cruz - até 8 Theileria Tamanho 2-3µm Theileria parva Tamanho 1,5-2µm x 0,5-1µm Forma arredondada, oval ou bacilar Vários parasitos em um único eritrócito Theileria parva Hospedeiros vertebrados - bovinos - bubalinos Hospedeiros invertebrados - Rhipicephalus spp. - Hyalomma spp. Localização - eritrócitos e linfócitos Reino: Protozoa Filo: Apicomplexa Classe: Sporozoa Sub classe: Coccidea Ordem: Eucoccidiida Família: Plasmodiidae - Gênero: Plasmodium Família: Haemoproteidae - Gênero: Haemoproteus Ordem Eucoccidiida Merogonia sempre presente Família Plasmodiidae Desprovido de conóides Anel polar Róptrias Micronemas Presente Microtúbulos Zigoto móvel (oocineto) Família Plasmodiidae Família Plasmodiidae Heteroxeno - merogonia hospedeiro vertebrado - esporogonia hospedeiro invertebrado Cada migrogametócito origina 8 microgametas flagelados Transmissão Insetos hematófagos Gênero Plasmodium P. ovale P. vivax P. malariae P. falciparum P. juxtanucleare Hemozoína Citoplasma apresenta grânulos de pigmentos pretos Gênero Plasmodium Plasmodium falciparum - febre terçã maligna Homem P. vivax - África, Brasil - febre terçã benigna Homem P. malarie - febre quartã Homem, Chimpanzé P. ovale - África - febre terçã benigna Homem -Anophelinae(Anopheles) P. juxtanucleare - aves - Culicinae(Culex, Aedes) Ciclo – Hospedeiro invertebrado Esporozoítos Criptozoítos Merozoítos Trofozoítos Merozoítos Gamontes Microgametócitos Macrogametócito Zigoto/ Oocineto Oocisto Glândula Salivar (HI) Fígado (HV) Hepatócitos Eritrócitos (HV) TGI (HI) Gênero Plasmodium Fase pré-eritrocítica - hepatócitos homem - macrófagos/células endoteliais aves Fase eritrocítica - eritrócitos Gênero Plasmodium Maturação gametócitos 10 a 12 dias Gênero Plasmodium Plasmodium falciparum - gametócito alongado - trofozoíto em forma de anel – geralmente mais de 1 Plasmodium malariae - Trofozoítos dispostos transversalmente - Esquizontes eritrocíticos e gametócitos maduros ocupam toda a área do eritrócito Gênero Plasmodium Plasmodium vivax - Hemácias hipertrofiadas e hipocrômicas - Esquizontes e gametócitos grandes - trofozoíto em forma de anel grande Gênero Plasmodium Plasmodium juxtanucleare Merozoítos esféricos, ovalados ou amebóides Pequenos e em contato com núcleo do eritrócito Gametócitos são esféricos, ovalados ou piriformes Célula do hospedeiro distorcida Ciclo Hospedeiro Vertebrado Esporozoítos - células SFM/epiteliais Eritrócitos – trofozoíto Eritrócitos – esquizonte – merozoíto Gametócitos – micro e macro Hospedeiro invertebrado Gametócitos – micro e macro Zigoto – oocineto – oocisto – esporozoítos Esporozoítos - glândula salivar invertebrados Plasmodium juxtanucleare Patogenia - Esplenomegalia - acúmulo liquido cavidade pericardial - distorção eritrócitos Sinais clínicos - crista pálida óbito Malária Plasmodium vivax Região Amazônica 2015 138069 casos Família Haemoproteidae Gênero Haemoproteus - Pigmentados - gametócitos: afilados e contornam o núcleo do eritrócito - Hospedeiro vertebrado - aves, repteis e anfíbios - Hospedeiro invertebrado - Hipoboscídeos, mosquito pólvora e Chrysops Gênero Haemoproteus esquizogonia - células epiteliais dos vasos sanguíneos esporogonia - organismo de dípteros Haemoproteus columbae Gametócitos alongados, em forma de salsicha e pigmentados, circundam o núcleo do eritrócito Até dois gametócitos no mesmo eritrócito Microgametas possuem dois flagelos Tamanho - 1-2µm - maduros - 10µm Hospedeiro vertebrado - pombos e aves silvestres Ciclo Hospedeiro vertebrado Esporozoítos células epiteliais Esquizontes – merozoítos Eritrócitos – merozoítos Gametócitos – micro e macro Hospedeiro invertebrado Gametócitos – micro e macro Zigoto – oocineto – oocisto – esporozoítos Esporozoítos glândula salivar invertebrados