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DESAPOSENTAÇÃO: UMA APOSENTADORIA MAIS VANTAJOSA SOB O FUNDAMENTO DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.

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DESAPOSENTAÇÃO: UMA REMUNERAÇÃO MAIS VANTAJOSA PARA FINS DE EFETIVIDADE DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Daniel Martins Fernandes[2: 	Graduando em Direito na Faculdade Multivix Cachoeiro de Itapemirim]
Ednéa Zandonadi Brambila Carletti[3: 	Professor orientador da Faculdade Multivix Cachoeiro de Itapemirim]
1. TEMÁTICA
O ordenamento jurídico brasileiro inovou significativamente com a promulgação da Constituição de 1988, onde foi a primeira vez que a mesma enumerou seus objetivos fundamentais. Tais objetivos têm por fundamento estabelecer a concretização do Estado Democrático de Direito, de caráter econômico, social, cultural além de efetivar o princípio da dignidade da pessoa humana.
Os objetivos fundamentais possuem previsão legal no artigo 3° da Constituição Federal de 1988, e um dos seus incisos trata do objetivo de construir uma sociedade livre, justa e solidária. A Previdência Social, prevista no artigo 6° da CRFB/88 é considerada direito de segunda geração e se funda no princípio da solidariedade, nesse sentido, o direito previdenciário constitui-se num dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. O direito previdenciário modernamente está incorporado na Seguridade Social, assim o artigo 194 da CRFB define esta como um conjunto integrado de ações de iniciativas dos Poderes Públicos e das sociedades, destinados a assegurar os direitos relativos à saúde, a previdência e assistência social.
No tocante ao direito à previdência, temos o direito a aposentadoria, a própria se adquire quando preenchidos os requisitos para sua concessão, assim, pode se dar por idade, o qual é preciso que o homem tenha 65 e a mulher 60 anos de idade e ainda 180 meses de carência, que é o prazo mínimo de contribuições exigidas para que o segurado tenha direito ao benefício. Por outro lado, tem a aposentadoria por tempo de contribuição, sendo necessários 35 anos de contribuição para homens e 30 anos de contribuição para mulheres.
Por conseguinte, com ausência do requisito idade mínima, o legislador pátrio criou o fator previdenciário, onde não consiste no impedimento da pessoa se aposentar, porém, reduz seu valor, à medida que considera o tempo de contribuição e compara a idade, com a expectativa de sobrevida do IBGE. Esse mecanismo acaba inibindo as pessoas de se aposentarem cedo e aquelas que o fazem, acabam com o valor de seus proventos reduzidos (ANDRADE; LEITÃO, 2012).
Os benefícios previdenciários em sua gênese têm caráter alimentar, por ser única fonte de renda auferida pelos beneficiários. Assim muitos destes, depois de idosos acabam reinseridos novamente ao mercado de trabalho, com a finalidade de aumentar seus proventos em razão do benefício previdenciário por si só, ser insuficiente para custear um envelhecimento de uma vida digna.
2. PROBLEMÁTICA
O contribuinte passa a ter o direito de requerer a aposentadoria se preenchidos todos os requisitos para a concessão da mesma, ulterior deferimento do requerimento, este, encontra-se na condição de aposentado no Regime Geral de Previdência Social.
Destarte, se o mesmo retornar as atividades laborativas, deverá novamente contribuir para o Regime Geral de Previdência Social, contudo, não poderá gozar desses recolhimentos para fins de atualização da sua aposentadoria, pelo fato de não haver no momento regulamentação sobre a matéria.
3. OBJETIVO GERAL
Este projeto visa identificar a abrangência do número de segurados que continua a trabalhar após conseguir a árdua aposentadoria, e por conseguinte, o tempo em que os mesmos permanecem trabalhando, fazendo uma análise do reflexo caso o Supremo Tribunal Federal se posicione de forma favorável ao instituto da desaposentação, tido como renúncia a aposentadoria ou do Congresso Nacional dispor sobre a matéria.
4. OBJETIVO ESPECÍFICO
Identificar na legislação fundamentos para vedação ou concessão da desaposentação. 
Verificar o número de segurados que continuam trabalhando após aposentados.
Analisar as correntes doutrinárias minoritárias e majoritárias de Direito Previdenciário, e comparar essas obras às decisões recentes dos Órgãos Jurisdicionais.
Apreciar a importância do tema, e a possibilidade de seu reconhecimento pelo STF ou por regulamentação no Poder Legislativo.
5. JUSTIFICATIVA
Apesar do Supremo Tribunal Federal se manifestar de forma a negar provimento aos Recursos Extraordinários de 2016 que versava sobre o direito a renúncia a aposentadoria, a fim de aproveitar suas futuras contribuições previdenciárias para a concessão de uma mais rentável. Destarte, que os fundamentos da decisão não ficaram nítidos, dando ensejo a inúmeras ações interpostas neste Juízo, sobre fundamentos distintos, com finalidade de reconhecimento e regulamentação da matéria, pautada na legalidade estrita da norma, em consonância com um Estado Democrático de Direitos, entendendo que os votos proferidos pelos ministros desta Corte, e em razão de suas constantes mutações, não garantem aos brasileiros a segurança jurídica almejada.
Em relação ao posicionamento da Suprema Corte, há que se falar em perca para o trabalhador, no sentido de que o Direito do Trabalho garante boas condições de labor, ambiente salubre, remuneração justa em consequência a legalidade dos descontos previdenciários enquanto estiver na ativa, com a finalidade de garantir ao segurado uma aposentadoria equivalente a tais abatimentos, proporcionando uma remuneração digna. O Direito Previdenciário não regulamentou sobre os descontos dos aposentados que retorna ao mercado de trabalho, logo, continua a fazer os abatimentos, por hora não garante atualização da aposentadoria, razão pela qual despenca recursos a Suprema Corte.
6. METODOLOGIA
Esta pesquisa é de natureza básica, na qual possibilita a transmissão e difusão de informações cominado com o debate do conhecimento, segundo Helena Bonciani Nader (2013), a pesquisa científica básica é condição para o desenvolvimento, em que origina um elo fundamental de uma cadeia que começa na formação de um indivíduo e beneficia toda a sociedade, para o direito um caráter erga omnes.
A abrangência do tema, torna-se a pesquisa exploratória, vindo a obter explicação de acontecimentos que preliminarmente não eram aceitos em hipótese alguma e que hoje passam a reconhecer algumas hipóteses. Permite ao expectador de direito explorar por meio de informações uma linha de pensamento de que é possível a Suprema Corte reconhecer tal direito. Segundo Cervo e Silva (2006), visa oferecer informações sobre o objeto desta e orientar a formulação de hipóteses.
Trazer a matéria desaposentação nas monografias, dissertação e tese de doutorado, reforça o assunto e surge uma esperança, um fenômeno na vida do trabalhador que dedicou no mínimo 35 anos de sua vida ao labor, e por extrema necessidade, retorna ao mercado de trabalho para mantença de uma vida digna. A presente monografia consiste numa pesquisa qualitativa, que tem como objetivo primordial identificar fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência de fenômenos, Gil (1994).
O integral arcabouço do projeto, consiste em procedimentos de pesquisa bibliográfica, alicerçado em materiais publicados em livros, revistas, artigos, legislação, a fim de buscar uma concretização no plano teórico do presente estudo monográfico. 
7 REFERENCIAL TEÓRICO
Instituto da desaposentação é a renúncia a um ato jurídico perfeito, isto é, o aposentado abdica de sua aposentadoria de momento, em busca de uma nova mais vantajosa, em prol de prosseguir com a atividade laboral e, consequentemente, continuar a contribuir com a previdência (GARCIA, 2019).
Aposentar no Brasil, para grande parte da população não quer dizer que este deixará de exercer a atividade laborativa, longe disso, cerca de 42,3% dos aposentados trabalham cerca de 10 (dez) anos após aquisição do benefício, como mostra dados do SPC Brasil e Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas.
Gráfico 1 – Razões para continuar trabalhandoFonte: SPC Brasil e CNDL apud G1, 2016.
No ano de 2016 tal instituto ganhou força em razão de o Supremo Tribunal Federal julgar com repercussão geral, matéria que a Carta Magna não regulamenta. Logo, pelo fato da CRFB/88 e a lei 8.213/91 não vedar de forma expressa e se manter silente sobre o assunto, recorrem ao Supremo com o propósito deste reconhecer esse direito.
O Direito Previdenciário é regido pela Lei 8.213 de 24 de julho de 1991, a presente norma disciplina os benefícios previdenciários e assistenciais, e os requisitos para sua concessão, quanto à renúncia a aposentadoria esta não regulamentou, assim, a posteriori, o STF decidiu pela constitucionalidade do Art. 18, § 2° e a consequente proibição da desaposentação. 
§2° do art. 18 da lei 8.213/91 - O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado.
A desaposentação não está prevista em lei expressamente, ou seja, regulamentada para este fim, apenas, funda-se num posicionamento de momento do Supremo em decidir pela constitucionalidade do Art. 18, § 2°, logo, a ausência de regulamentação gera um prejuízo considerável ao beneficiário. 
Assim, feito o requerimento da renúncia da aposentadoria e posterior suplicação da atualização, este é negado pelo Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), sob argumento de haver violação ao ato jurídico perfeito e o direito adquirido. O INSS é uma Autarquia pertencente a União, tido como Administração Pública Indireta, bem como uma entidade responsável pela concessão de aposentadorias a quem contribui para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS). No tocante a desaposentação, Ibrahim (2015) destaca, ser oposto a interpretação de não ser cabível a tal entidade desaposentar ou aposentar o segurado acrescendo-o o período de contribuição decorrente da nova atividade, por ausência de legislação que regulamente a matéria, sob pena de violação ao Princípio da Legalidade.
Desde logo, com a negativa do INSS e sob o fundamento de que a Administração Pública não faz coisa julgada, pois a Constituição, só assiste ao Poder Judiciário a competência para dizer o direito em última instância (Art. 5°, XXXV), assim, conclui-se da necessidade de buscar a tutela jurisdicional para pleitear o almejado benefício (BRASIL, 1988). 
Para Ibrahim (2015) tal renúncia não contraria os citados preceitos constitucionais, que visam a proteção individual, e não podem serem usados em desvantagem para o indivíduo e a sociedade. Ademais, a ausência de previsão legal, em verdade, traduz verdadeira possibilidade do indivíduo em demandar o desfazimento de sua aposentadoria, computando-se assim o tempo de contribuição anterior com o novo obtido após o ato da concessão do benefício a ser revertido.
De certo, esse tema vem gerando múltiplos questionamentos, tanto que a Suprema Corte julgou três Recursos Extraordinários (RE) e há um Embargos de Declaração pendente de julgamento. Sob a análise do artigo 18, parágrafo 2° da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991, comenta Santos:
Não raro, o aposentado continua a trabalhar e participar do custeio do regime previdenciário, embora sem direito a nenhuma cobertura em razão dessa nova filiação. Acresce ao reduzido valor de sua aposentadoria o da remuneração pela atividade que passa a exercer, e continua a pagar contribuição previdenciária incidente sobre esse valor (novo salário de contribuição). Com o passar do tempo, acaba concluindo que não pode mais trabalhar e, como não tem direito à cobertura previdenciária em razão da atividade que passou a exercer, arca com a perda desses rendimentos. (SANTOS, 2016, p. 410).
7.1. Deliberação do Pleno do Supremo Sobre a Matéria da Desaposentação
Na sessão plenária do dia 26 de outubro de 2016 foi pauta do Supremo Tribunal Federal o julgamento dos Recursos Extraordinários de N° 381.367, RE N° 661.256 e RE N° 827.833, visando rediscutir a matéria da desaposentação, presente os 11 (onze) Ministros, proferiram votos e seus respectivos fundamentos acerca do reconhecimento ou não do referido instituto. 
O Ministro Luiz Fux não reconheceu o direito a desaposentação, entendendo que estas novas contribuições serve para preservar o sistema da seguridade, o Ministro Edson Fachin seguiu o voto de Fux, o Ministro Luís Roberto Barroso reconheceu o direito a desaposentação entendendo a lei ser omissa, a Ministra Rosa Weber seguiu o voto de Barroso, o Ministro Dias Toffoli não reconheceu o direito a desaposentação sob o entendimento de que a mera ausência de vedação expressa não consagra direito a esta, o Ministro Teorí Zavaski seguiu o voto de Toffoli, para Ricardo Lewandowski o segurado tem em sua pretensão um direito patrimonial de caráter disponível, assim votou favorável, já o Ministro Gilmar Mendes votou a não reconhecer, sob o entendimento de imposição de ônus a previdência custeada pela coletividade, em contrapartida o Ministro Marco Aurélio votou favorável a fim de ser o segurado contemplado com o recálculo dos proventos de aposentadoria vertidas pela previdência após concessão do benefício, para o Ministro Celso de Mello o artigo 18 parágrafo segundo da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991 veda de forma expressa a desaposentação, e assim, votou a não reconhecer o instituto. Por fim, a então Presidente do Supremo Ministra Carmem Lúcia seguiu o voto de Celso de Mello entendendo não haver ausência legislativa. (PORTAL STF, 2016). 
O presente julgamento encerrou com um placar de 7 (sete) votos contrários ao reconhecimento da desaposentação do segurado aposentado, proferidos pelos Ministros Dias Toffoli, Carmem Lúcia, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Teorí Zavaski, Luiz Fux e Edson Fachin contra 4 (quatro) votos favoráveis ao reconhecimento, proferidos pelos Ministros Marco Aurélio, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski. Publicado acórdão da decisão, ficou consagrado de momento pelo STF que a desaposentação não poderá ser concedida pela via judicial e/ou extrajudicial. A pretensão ao benefício se revestirá de direito se regulamentado por Lei Complementar, contendo o embasamento legal necessário para sua concessão (GARCIA, 2019). 
Em face desse julgado, há no Supremo Tribunal Federal embargos de declaração pendentes de julgamento. Por hora a regra aplicada é a da jurisprudência firmada pelo Supremo, a qual não enseja possibilidade de o segurado requerer o benefício da desaposentação pelo INSS (via extrajudicial) ou judicial. 
Segundo Kertzman (2019) a crise econômica vivenciada pelo país no momento da rejeição da proposta foi crucial. O critério econômico certamente foi decisivo no julgamento dos Ministros, como geralmente vem sendo nos processos de natureza previdenciária, de certo, o viés econômico se sobrepôs ao social e isso é um retrocesso para a sociedade.
Em razão do insucesso na busca do reconhecimento pelo Poder Judiciário, e, com fundamento no princípio da separação dos poderes, contido no artigo 2° da Constituição, dispondo de forma nítida que os poderes são independentes e harmônicos entre si, agora, clama-se a expectativa desse direito ao Poder Legislativo, a fim deste fazer a regulamentação da matéria (BRASIL, 1988). 
Para Luís Roberto Barroso (2009) o Poder Legislativo é o competente para atender o clamor do povo, dessa forma, criar leis que disciplinará toda a sociedade, e, por possuir grande demanda de suas legislaturas, há matérias que carece de regulamentação, logo cabe aos legisladores ordinários primarem por assuntos de tamanha relevância e assim os regulamentar. Em 2016 a AGU solicitou suspensão de 182 mil processos que aguardavam o reconhecimento a desaposentação, logo, o número de processos deixa explícito o clamor do povo por esse reconhecimento, entendendo a relevância da matéria, suplica de maneira iminente ao Congresso Nacional que esta casaampare, por meio de edição de Lei Complementar todos os segurados e futuros beneficiários. Havendo a reaposentação o devido reconhecimento, trilha por esse mesmo caminho a desaposentação.
7.2. Distinção Doutrinária entre Desaposentação e Reaposentação 
Apesar de serem termos muito próximos, não há que se confundir reaposentação com desaposentação, a primeira não necessita de regulamentação do Poder Legislativo, pois já é reconhecida pelo Poder Judiciário, conforme Kertzman (2019, p. 463) consiste na conversão da aposentadoria por idade pela aposentadoria por tempo de serviço. No geral, as aposentadorias são concedidas por idade, em razão dos trabalhadores terem sua Carteira de Trabalho e Previdência Social anotada bem posterior à época do vínculo empregatício, assim o próprio adquire a aposentadoria por idade e continua trabalhando, quando completar o tempo de contribuição equivalente, poderá requerer junto ao INSS a conversão de sua aposentadoria. Insta ressaltar que o Tribunal Regional Federal da 4º Região possui jurisprudência pacífica sobre o tema, consolidando entendimento favorável a reaposentação, julgado em 11 de abril de 2019. 
Já a segunda é renúncia a aposentadoria de momento a fim de possibilitar ao segurado a aquisição de um benefício mais vantajoso (IBRAHIM, 2015). O segurado que postula o reconhecimento da desoposentação ele não requer a migração de uma modalidade de aposentadoria para outra, aqui ele já detentor de aposentadoria por tempo de contribuição e o mesmo requer que sejam aproveitados os descontos feito após concessão do benefício para fins de atualização das suas melhores contribuições. Porém a jurisprudência atual do STF é o RE 827.833 que firmou entendimento contrário ao seu reconhecimento, assim há embargos de declaração pedente de julgamento a fim de entender os fundamentos desta decisão.
7.3. Simetria da Desaposentação e o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
Previsto no artigo 3° inciso III da Constituição da República Federativa do Brasil, tido como um dos fundamentos da Carta Magna, o princípio da dignidade da pessoa humana é considerado por Paulo Bonavides um superprincípio, na qual, nenhum princípio é mais valioso para compendiar a unidade da Constituição que o referido princípio, nele todos os ângulos éticos se encontram consubstanciados, com efeito de garantir uma vida digna a todo e qualquer indivíduo. (BONAVIDES, 2003).
A dignidade da pessoa humana dentro do instituto da desaposentação é fundamento primordial, onde, um aposentado usufrui dos proventos de sua aposentadoria por 10 a 20 anos, levando em consideração a expectativa de vida do IBGE, em suma, o valor da aposentadoria é suficiente apenas para sua subsistência, se aproveitar suas novas contribuições e assim fizer o recálculo, de certo que aumentaria seus proventos de aposentadorias, logo teria condições de lhe custear uma vida digna, um envelhecimento saudável, por si só a efetivação deste superprincípio.
Gráfico 2 – Expectativa de vida do aposentado
Fonte: IBGE apud Uol, 2019.
Em síntese, o alegado superprincípio dar ensejo ao enquadramento real ao plano legal, segundo Bonavides (2003) visa efetivar e adequar as normas infraconstitucionais com o objetivo que as originou. 
A lei que regulamenta a Previdência Social foi criada em 24 de julho de 1991, naquele momento trazia a regulamentação necessária para a sociedade e seus usufrutuários, contudo, como já dizia o pós-doutor em direito Felipe Ascensi (2013) ‘’a sociedade caminha mais rápido do que o direito’’, destarte, a desaposentação passou a ter repercussão em meados de 2009, logo, depreende que o citado dispositivo legal não incumbiu de tratar a matéria, e por conseguinte se ver mitigado este direito. Em tempo, caberia ao Supremo reconhecer de momento até ulterior normatização do Congresso Nacional. 
8. REFERÊNCIAS
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito previdenciário esquematizado / coord.
Pedro Lenza. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013;
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. 21° ed. Rio de Janeiro: impetus, 2015.
ANDRADE, Flávia Cristina Moura de; LEITÃO, André STUDART. Direito Previdenciário I. Coleção saberes do direito, 45. São Paulo: Saraiva, 2012;
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Manual de Direito Previdenciário. 2. ed. São Paulo: Juspodivin, 2019;
KERTZMAN, Ivan. Curso prático de Direito Previdenciário. 17 ed. São Paulo: Juspodivin, 2019.
SPC Brasil e CNDL apud G1, 2016;
IBGE apud Uol, 2019;
BARROSO, Luís Roberto. O Direito Constitucional e a efetividade de suas normas. 9° ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2009;
NADER, Helena Bonciani. Helena Bonciani Nader: ela briga pela ciência. Revista Pesquisa Fapesp, edição 209 , julho de 2013. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/07/12/helena-bonciani-nader-ela-briga-pela-ciencia/>. Acesso em 03 maio. 2019;
 
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994;
 
CERVO, Amado L. e SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2006;
BONAVIDES, Paulo. Teoria Constitucional da Democracia Participativa. 2. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2003;
Lei Nº 8.213 de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm >. Acesso em: 06 de maio de 2019;
BRASIL, Constituição Federal de 1988. Promulgada em 05 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>. Acesso em: 28 de abril de 2019;
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, Recurso Extraordinário 381.367, 661.256 e 827.833 julgados com repercussão geral. Disponível em: <www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=328199> Acesso em: 22 de maio de 2019;
ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO, Disponível em: <www.agu.gov.br/page/inss–tenta suspender-182-mil-processos-de-desaposentação/id_conteúdo/465791>. Acesso em 26 de maio de 2019;
CONSULTOR JURÍDICO, Disponível em:<www.conjur.com.br/felipe-ascensi-sociedade-caminha-mais-rapido-que-o-direito>. Acesso em 29 de maio de 2019;
9. CRONOGRAMA
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	Dez.
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10. ORÇAMENTO
Não se fez necessário aporte de recursos financeiro para confecção do presente projeto de pesquisa. 
ednea.carletti@multivix.edu.br

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