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Resumo BASES PROCEDIMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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DISCIPLINA: BASES PROCEDIMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SERVIÇOS PÚBLICOS
CONCEITO
Serviço Público é aquele prestado diretamente pelo Poder Público ou por seus delegados, sempre através de um regime jurídico de direito público, usando a finalidade de propiciar o bem coletivo/comum.
Os Serviços Públicos delegados são feitos através de concessão (forma mais comum), permissão ou autorização. Das três formas, somente a terceira não se encontra disposta na Constituição Federal.
A titularidade será sempre do Poder Público, mesmo quando o serviço público é realizado via concessão.
CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Os serviços públicos, tendo em vista o Estado Liberal e Neo Liberal, estão expostos na Constituição Federal nos artigos 170, 173, 196,199, 205, 207.
Eles podem ser próprios/exclusivos do Estado: são os serviços privativos do Poder Público e somente este poder prestá-lo, sem delegação a terceiros.
Exemplo: serviços de polícia, jurisdição e segurança pública
E também podem ser impróprios/não exclusivos do Estado: são os serviços que o Estado presta diretamente ou permite que sejam prestados por terceiros (por concessão ou permissão). São aqueles feitos por exclusão, ou seja, se não são monopolizados pelo Estado, podem ser feitos pela iniciativa privada.
Exemplo: fornecimento de energia elétrica, transporte e coleta de lixo
Há também aqueles que são concorrentes com o Poder Público, que podem ser prestados tanto pelo Estado quanto por terceiros privados.
Exemplo: educação, previdência (INSS – Federal e Privada – Terceiros), saúde, etc.
CONCESSÃO
Art. 175 da CF/88 diz que, sempre, através de licitação, o Poder Público pode ceder concessão ou permissão, na forma da lei (sendo esta lei, a n° 8.987/1995 que trata das concessões e permissões de serviços públicos).
Concessão é um contrato administrativo bilateral (seguindo maior parte da doutrina), com prazo determinado, onde o Poder Público transfere ou delega às pessoas jurídicas ou consórcios à prestação de um serviço público mediante licitação na modalidade de concorrência, mediante retribuição pecuniária, e sob regime de equilíbrio econômico. É um contrato que resulta em direitos e obrigações de ambas as partes.
A concessão só aceita uma modalidade, que é a concorrência, diferente da LICITAÇÃO que aceita seis modalidades: 1. Concorrência, 2. Tomada e preços, 3. Convite, 4. Leilão, 5. Concurso, 6. Pregão.
PERMISSÃO
Permitente (P. Público) e permissionário. 
Permissão é contrato unilateral precário e de adesão, que outorga um serviço público ao permissionário através de licitação a pessoa física ou jurídica, que será exercido por sua conta e risco. Se extinto por interesse do permitente, não acarreta indenização.
DIFERENÇAS ENTRE CONCESSÃO E PERMISSÃO
	CONCESSÃO
	PERMISSÃO
	Contrato bilateral
	Contrato unilateral
	Pessoas jurídicas
	Pessoas físicas e jurídicas
	Licitação na modalidade concorrência
	Licitação em qualquer modalidade
	Capital de grande valor
	Capital de pequeno valor
	Gera indenização
	Não gera indenização
	Constitui direitos ao concessionário
	Não gera direitos ao permissionário
	Contrato estável e duradouro
	Contrato precário e de adesão
AUTORIZAÇÃO
Por não estar na Lei. n° 8987, doutrinadores afirmam que ela nem existe, e o P. Público não deve aplica-la. Porém a CF, no art. 21, Xi e XII afirma a existência de autorização. 
Para Hely Lopes Meirelles, embora não esteja na lei e a CF dê autorização para serviços específicos, nos costumes administrativos, principalmente os municípios, se utilizam da autorização. EX: banca de jornal, ponto de táxi.
Difere da concessão e permissão porque não tem contrato, licitação e é ato discricionário da administração e unilateral, então não gera direito a indenização.
A autorização é feita:
Uti Singuli: são os que têm usuários determinados, como por exemplo água e luz.
As formas de remuneração Uti Singuli são:
Tarifas: pagas pelo usuário, também chamado de preço público, como o transporte público e o pedágio que só paga quem usa. A tarifa não tem natureza tributária, mas contratual, ou seja, são regidas pela regras do contrato de concessão ou permissão;
Taxas: também são pagas por quem usa e tem natureza tributária. É prestada somente pelo P. Público (seja administração direta ou indireta), e é colocada a disposição da população, mas seu custo é cobrado de forma individual. EX: coleta de lixo, esgoto, etc.
Uti Universi: são os que têm usuários indeterminados, como por exemplo a segurança.
As formas de remuneração Uti Universi são:
Impostos: como não há distinção de quem usa ou não usa, se cobra de todos, em geral, porque eles não tem fim específico, mas servem para coletar o Uti Universi. EX: IR que não tem fim específico e serve para pagar as forças armadas, serviços de diplomacia, polícia, saúde, etc.
DIREITO DE RETOMADA
A titularidade do serviço público permanece com o concedente pois o que é transferido/delegado é somente a prestação do serviço. Se o interesse público superveniente o exigir, o contrato poderá ser alterado ou mesmo extinto, cabendo ao concessionário o direito a indenização se não deu causa ao evento.
CLÁUSULAS EXORBITANTES/EXTRAORDINÁRIAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
As cláusulas exorbitantes são as cláusulas que excedem o direito comum e conferem normalmente prerrogativas às Administração para melhor atendimento do interesse público. Elas só existem em contratos administrativos onde uma das partes é o próprio poder público, e estas cláusulas decorrem do princípio da supremacia do interesse público.
CONSEQUÊNCIAS DAS CLÁUSULAS EXORBITANTES
Rescisão unilateral: O Poder Público pode extinguir o contrato se o interesse público o exigir, conforme exposto no art. 29, IV da Lei n° 8987/1995:
      “Art. 29. Incumbe ao poder concedente:
        IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e na forma prevista no contrato”
Alteração unilateral: O poder que tem administração de alterar o contrato unilateral, se o interesse público o exigir. Se resultar prejuízo ao concessionário ele deverá ser indenizado para manutenção do equilíbrio econômico financeiro, conforme exposto no art. 9°, par. 4° da Lei 8987/1995:
“Art. 9°. A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato.
§ 4o Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração.”
MOTIVOS PARA EXTINÇÃO DO CONTRATO art 35, lei 8987
Advento do termo contratual: é a forma natural, quando o contrato é cumprido;
Encampação/resgate: é feita através de lei autorizadora, e extingue o contrato por interesse do Poder Público, antes do término. 
O art. 38 da Lei 8987/1995 diz:
“Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.”
Caducidade: a caducidade é quando o concessionário dá motivos para a extinção do contrato.
Antes de declarar caducidade, deve ser proporcionado ao concessionário o direito de defesa. A) deve ser concedido um prazo para a regularização do contrato, do serviço, ou de suas condições sociais.; B) deve haver processo administrativo, assegurando o direito de defesa; C) se os serviços prestados continuarem deficientes e a defesa for rejeitada será declarada a caducidade através de um decreto administrativo. 
Se houver caducidade não haverá pagamento de indenização ao concessionário porque a culpa foi dele.
O art. 38 da Lei 8987/1995 diz:
  Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposiçõesdeste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.
        § 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando:
        I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
        II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão;
        III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
        IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;
        V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;
        VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e
 VII - a concessionária não atender a intimação do poder concedente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 
        § 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.
        § 3o Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.
        § 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo.
        § 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.
      § 6o Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.
Rescisão: a rescisão ocorre em três hipóteses: 1) consensual, ou seja, extinguem em comum acordo o contrato; 2) unilateral, ou seja, só uma das partes extingue o contrato; 3) judicial, que é quando o acordo é extinguido pela Administração Pública ou concessionário pelas vias judiciais, e isto se refere a um contrato válido e regular. Sempre.
Anulação: ocorre em casos de ilegalidade na execução do contrato;
Falência ou extinção de concessionário ou morte do empresário individual: não tem como um contrato ter apenas uma parte, então é extinto automaticamente.
CONSEQUÊNCIAS DA EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Reversão -é uma das consequências da extinção do contrato – é a passagem dos bens afetados a prestação do serviço do concessionário (aplicados ao serviço) para o poder concedente
Serviços emergenciais podem ser contratados pelo poder publico sem licitação para a continuidade da prestação do serviço, até a finalização d licitação. – princípio da continuidade 
PARCERIAS PÚBLICO PRIVADAS – PPPs e SOCIEDADES DE PROPÓSITO ESPECÍFICO – SPE
Regime jurídico diferenciado. Contrato patrocinado ou administrativo. 
É o contrato administrativo de concessão nas modalidades patrocinada ou administrativa. A concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou obras públicas quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Já a concessão administrativa, é o contrato de prestação de serviços de que a administração pública seja usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.
Vedação de celebração de contrato PPP? SIM, quando o valor do contrato for inferior a 20mi; quando o período de prestação de serviço for < 5 anos (o prazo máximo é 35 anos); quando tiver como objeto único o fornecimento de mão de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública, porque se for assim será firmada a concessão comum.
Licitação nas PPPs? É concedido de licitação na modalidade concorrência; o edital deve prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento; o edital também poderá prever a apresentação de propostas em “viva-voz”, aos licitantes, cuja proposta escrita for no máximo 20% maior que o valor da maior proposta.
Quanto as SPEs -> Depois de ocorrer o processo de licitação e antes da celebração de contrato, devem criar uma Sociedade de Propósito Específico -SPE que irá administrar o serviço público.
LICITAÇÃO
CONCEITO
É procedimento administrativo onde a Adm. Pública procura dentre os interessados a proposta mais vantajosa para a prestação de um S. Público.
BASES LEGAIS
(sem necessidade de decoração para prova)
CF/88, art. 37, XXI;
Lei de Licitações, 8.666/93;
Lei Estadual de SP, 6.544/89;
Lei do Pregão, 10.520/02;
Lei das Parcerias Público-Privadas – PPPs, 10.079/04;
Lei dos Contratos Publicitários, 12.232/10;
Lei dos Regime Diferenciado de Contratações – RDC, 12.462/11;
Estatuto das Estatais, 13.306/2016
FINALIDADES
De acordo com o art. 3° da Lei de Licitações, as finalidades são:
Procurar estabelecer uma isonomia/igualdade entre os interessados;
Procurar/encontrar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública, em termos técnicos e econômicos;
Fomentar/incentivar o desenvolvimento nacional sustentável.
PRINCÍPIOS
Ainda no art. 3° da Lei de Licitações, são impostos alguns princípios, que são:
(LEGENDA: ---- princípios gerais e não só de licitação; ---- princípios licitatórios; ----- princípios criados pela doutrina.)
Princípio da legalidade: a Administração Pública somente pode praticar atos previamente autorizados pela lei, só lhe é permitido fazer o que a lei expressamente autoriza; 
Princípio da Impessoalidade: a atividade administrativa deve ser destinada a todos os administrados, dirigida a todos os cidadãos em geral, sem determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza;
Princípio da Moralidade: a moralidade administrativa está intimamente ligada ao conceito de bom administrador, aquele que, usando de sua competência, determina-se não só pelos preceitos legais vigentes, como também pela moral comum, propugnando pelo que for melhor e mais útil para o interesse público. Por essa razão, veda-se à Administração Pública qualquer comportamento que contrarie os princípios da lealdade, boa-fé, ética, probidade, decoro e honestidade;
Princípio da Igualdade: o princípio da igualdade visa além da escolha da melhor proposta, assegurar aos interessados em contratar com a Administração Pública igualdade de direitos, proibindo a concessão de preferências e privilégios a determinados licitantes;
Princípio da Publicidade: torna obrigatória a divulgação oficial dos atos administrativos. Todos os atos, contratos e outros instrumentos celebrados pela Administração direta e indireta, devem ser levados a conhecimento público para que possam surtir efeito. A publicidade dos atos administrativos é a regra, sendo excepcionada nos casos de sigilo previstos em lei; 
Princípio da Probidade administrativa: o princípio da probidade administrativa é decorrente do princípio da moralidade;
Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: este princípio vincula a Administração Pública a seguir de forma estrita a todas regras que tenham sido previamente estipuladas para disciplinar e conduzir ao certame;
Princípio do Julgamento Objetivo: julgamento objetivo é o que se baseia no critério indicado no edital e nos termos específicos das propostas;
Princípio do Sigilo das Propostas: a abertura dos envelopes contendo a documentaçãopara habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão;
Princípio da Fiscalização Mútua: todos os participantes tem o direito de fiscalizar a conduta dos demãos. Todos os interessados podem arguir nulidades ou irregularidades no processo, tanto administrativo quando judicial. A própria lei 8.666 deixa isto claro;
Princípio da Adjudicação Compulsória: ao vencedor de licitação caberá a outorga do contrato de forma compulsória/cogente/obrigatória. Se o vencedor desistir da licitação ou do contrato, este será adjudicado ao 2° colocado.
OBRIGATORIEDADE DA LICITAÇÃO (Art. 1°, p. ún. Lei 8.666/93)
A licitação pode, por exceção à regra geral, ser:
Dispensada: ocorre quando a licitação não pode ser realizada sendo obrigatória a NÃO realização. É aplicável em alienações de bens móveis e imóveis, em alguns casos. Os casos se apresentam no art. 17 da referida lei. 
A alienação/venda de bem, depende de licitação com algumas exceções. Se for bem imóvel alienado pela administração direta, autarquias e fundações, depende de autorização legislativa/lei, avaliação do bem, e é feita na modalidade concorrência. Já nas alienações promovidas pelas estatais, a autorização legislativa é dispensada. 
No entanto, há a licitação dispensada em NOVE situações, conforme o art. 17, I, alíneas a até i, como segue:
Art. 17.  A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: 
a) dação em pagamento; (É QUANDO SE DÁ O BEM EM PGTO DE DÍVIDA)
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; 
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; 
d) investidura; (ALIENAÇÃO DO BEM REMANESCENTE PARA LINDEIROS/VIZINHOS. O art. 17 p. 3° fala sobre a investidura)
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo;    
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;  
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1o do art. 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e”
Licitação dispensável: é aquela que PODE OU NÃO ser feita. Fica a critério da administração. Ela pode ser dispensável em razão do valor, em razão de circunstâncias especiais, em razão de objeto ou em razão das pessoas envolvidas na licitação. As causas dispensáveis se encontram no art. 24, incisos I a XXXIV da lei de falências.
Um exemplo de circunstâncias especiais está no art. 24, III e IV que é denominado de “licitação deserta”, porque não aparecem interessados. 
Licitação dispensável em razão do objeto: o art. 24 da L. 8.666/93 dispõe acerca de objetos dispensáveis de licitação. O inciso XII diz que é dispensável a licitação “nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia”. No inciso XV diz que para aquisição E restauração de obras de arte também não é necessário.
Licitação dispensável em razão das pessoas: aqui se enquadram entidades, pessoas físicas ou jurídicas. O art. 24 da mesma lei, no inciso XX, dispõe sobre a contratação de associações de portadores de deficiência física. Por exemplo, a Associação do Cegos faz algo para vender e a prefeitura contrata Se quiser fazer licitação, faz, senão, não.
Licitação inexigível: é quando a licitação está impossibilitada de ser realizada. Suas condições estão expostas no art. 25 da L. 8.666/93.
A licitação inexigível pode ocorrer em três situações:
Em razão de exclusividade: consta no art. 25, I. Se só tem um fornecedor/produtor/fabricante de tal produto, como em casos de medicamentos patenteados por uma única indústria farmacêutica. O inciso veda a preferência de marca para evitar a padronização.
Licitação inexigível em razão da notória especialização: consta no art. 25, II (que faz remissão ao art. 13). No p. 1° a lei dá a definição do que seria notória especialização, mas ainda assim é subjetivo. EX: precisa-se de um especialista em direito administrativo, e se chamar Celso Bandeira de Mello ninguém vai discutir porque ele É o mais adequado.
Licitação em razão da atividade artística: exposto no art. 25, III, dispõe sobre a inexigibilidade de licitação “para contratação de QUALQUER setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, DESDE QUE consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.”
Essa “consagração” é subjetiva, porque, por exemplo, alguns podem achar determinado cantor, atriz extremamente importante, outros não.
PREGÃO
O pregão é a modalidade de licitação mais célere que existe. Seu prazo entre a publicação do edital e a audiência pública é de, no mínimo, oito dias úteis. Além disso, é a forma que mais traz proveitos econômicos ao Poder Público, pois é feito verbalmente, um cobrindo o preço do outro, como em um leilão, só que invertido.
No pregão é possível somente o menor preço, não sendo admitindo melhor técnica + melhor preço. É assim porque apesar de não existir limite de valor, nem todos os serviços podem ser feitos no pregão. Só é cabível para aquisição de bens e serviços comuns, e já no p. ú. da 10.520 está definido o que é considerado bens e serviços comuns. Por exemplo, uma obra pública de construção de rodovia não pode ser feita pelo pregão, porque não é só o valor pago que conta, e sim a técnica.
O que deve ser feito TEM que estar no edital de forma objetiva, não admitindo assim, interpretações subjetivas, que não abra margens para isso.
BASES LEGAIS
Lei n° 10.520/02
Decreto n° 5.450/05
Onde a lei 10.520/02 for omissa, a Lei de Licitações ( 8.666/93) é aplicada.
LEI DO PREGÃO: Art. 1º  Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único.  Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.
Art. 2º (VETADO)
§ 1º  Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.
§ 2º  Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de bolsas de mercadoriasno apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.
§ 3º  As bolsas a que se referem o § 2o deverão estar organizadas sob a forma de sociedades civis sem fins lucrativos e com a participação plural de corretoras que operem sistemas eletrônicos unificados de pregões.
Art. 3º  A fase preparatória do pregão observará o seguinte:
I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;
II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;
III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da     licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e
IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.
§ 1º  A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento.
§ 2º  No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares
Art. 4º  A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras:
I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. 2º;
II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;
III - do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;
IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;
V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;
VI - no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame;
VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;
VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;
IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;
X - para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;
XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;
XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;
XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira;
XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;
XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor;
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;
XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;
XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido em edital; e
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI.
Art. 5º  É vedada a exigência de:
I - garantia de proposta;
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certame; e
III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.
Art. 6º  O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.
Art. 7º  Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido delicitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.
Art. 8º  Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, serão documentados no processo respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamento previsto no art. 2º.
Art. 9º  Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
Art. 10.  Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.
Art. 11.  As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, conforme regulamento específico.
Art. 12.  A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:
“Art. 2-A.  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar, nas licitações de registro de preços destinadas à aquisição de bens e serviços comuns da área da saúde, a modalidade do pregão, inclusive por meio eletrônico, observando-se o seguinte:
I - são considerados bens e serviços comuns da área da saúde, aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que integram o Sistema Único de Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de especificações usuais do mercado.
II - quando o quantitativo total estimado para a contratação ou fornecimento não puder ser atendido pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convocação de tantos licitantes quantos forem necessários para o atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada a ordem de classificação, desde que os referidos licitantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta vencedora.
III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no inciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados outros preços diferentes da proposta vencedora, desde que se trate de objetos de qualidade ou desempenho superior, devidamente justificada e comprovada a vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao limite máximo admitido.”
Art. 13.  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
SUJEITOS
Pregoeiros (é quem faz o pregão)
Pregoantes (interessados)
PRINCÍPIOS APLICADOS NO PREGÃO
São os mesmos da licitação comum
MODALIDADES DE PREGÃO
Pregão presencial: regido pela Lei n° 10.520/02. 
Na fase interna (ou fase preparatória), é indicado o pregoeiro e sua equipe, que elaboram o edital estimam o valor que irão pagar pelo serviço do pregão. Após isto, é designado o dia e hora da sessão pública para a entrega dos envelopes e habilitação. Depois, ali mesmo abrem os envelopes com os valores de cada interessado, e é feita uma classificação de preços em ordem decrescente. A partir disso se inicia o pregão propriamente dito, que é a fase de “leilão invertido”, a fase oral, onde o que oferecer o menor preço + 3 que oferecerem um preço até 10% a mais podem participar dos lances. Caso não haja no mínimo três pregoantes que ofereçam 10% a mais, entram os que ofereceram 10% a mais, e continua com o máximo de três. 
Enquanto houverem lances por parte dos pregoantes o pregoeiro não pode encerrar o leilão/pregão.
Escolhido o vencedor (o que ofereceu o < preço), o pregoeiro ainda pode discutir com ele para ver se ele consegue abaixar o preço mais um pouco. Caso o valor ainda seja alto, mesmo depois de finalizado o pregão, o pregoeiro pode rejeitar TODOS e ter o que é chamado de pregão frustrado. Aí criam outro edital, e começa tudo de novo.
Caso haja mesmo a definição de um vencedor, é examinado a habilitação (se ele preenche os requisitos técnicos exigidos). Se o primeiro colocado não estiver habilitado, chamam o segundo colocado e assim sucessivamente até que o pregoante esteja habilitado. 
Depois de finalizado isto, os interessados que se sentirem prejudicados, podem recorrer verbalmente pois abrirá prazo de três dias para isto. Se rejeitado o recurso, é mantido o vencedor. Se aceito, começa tudo de novo.
Pregão eletrônico: regido pela Lei n° 10.520/02 e regulamentado pelo Decreto n° 5.450/05.
É a modalidade de licitação no âmbito da união, para a aquisição de bens e serviços comuns de forma eletrônica. É feita em sessão pública, assim como o pregão presencial, mas à distância via internet. 
O pregoeiro, os pregoantes e a equipe deverão ser previamente credenciados, e esta credencial é por meio de chave de identificação e senha para o acesso ao sistema eletrônico.

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