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Física III Professor Hans Aula 7: Geradores, Receptores, Leis de Kirchhoff, Carga de um Capacitor - Teoria Geradores Elétricos São dispositivos destinados a manter uma diferença de potencial entre os dois pontos aos quais estão ligados; têm como função básica aumentar a energia potencial das cargas que os atravessam. Exemplos: baterias e pilhas. Numa pilha, por exemplo, a energia resultante das reações químicas que acontecem no seu interior é utilizada para a realização de um trabalho sobre as cargas, fazendo que elas adquiram um potencial maior e, consequentemente, a capacidade de fornecer energia elétrica. Assim, Gerador é um aparelho no qual a energia química, mecânica, solar, ou de outra natureza qualquer é transformada em energia elétrica. Força Eletromotriz do Gerador (fem) A chamada fem de um gerador, na verdade, não é uma força, e sim uma diferença de potencial que o gerador poderia fornecer se não houvesse perdas dentro do próprio gerador. Como essas perdas são inevitáveis, pois o gerador também oferece uma resistência à passagem da corrente, a diferença de potencial fornecida é sempre menor do que aquela originária do trabalho do gerador. A fem é dada pelo quociente entre o trabalho (W) realizado para transportar uma carga Q de um polo a outro de um gerador. A sua unidade, no SI, é o volt. Equação do gerador – A diferença de potencial (ΔV) que o gerador fornece nos seus terminais é igual à sua força eletromotriz (ε) menos a diferença de potencial correspondente ao produto ri: ΔV = ε - ri Se a resistência interna do gerador é nula (r = 0), o gerador é chamado de gerador ideal, pois não dissipa energia. Nesse caso (que não ocorre na prática), a ddp entre seus terminais é igual à sua força eletromotriz: r = 0 → ΔV = ε Se i = 0, também teremos ΔV = ε. Nesse caso, dizemos que o gerador está em circuito aberto. Balanço Energético – Nem toda a energia elétrica que o gerador desenvolve é entregue ao circuito externo, pois uma parte é “consumida” no circuito interno, sendo dissipada sob forma de calor. Potência no Gerador Quando o gerador é ligado a um circuito, começa a fluir uma corrente nele, pois a finalidade do gerador é manter uma diferença de potencial ΔV. A potência útil do gerador é definida pelo produto da diferença de potencial lançada no circuito pela corrente que flui nele. PU = ΔV.i O gerador real também possui uma resistência elétrica e ela é uma fonte de dissipação, por isso além de uma potência útil, também teremos uma dissipada. Ela é definida a seguir. Pd = r.i2 A soma da potência útil com a dissipada no circuito dará a potência total do gerador que é definida pelo produto da força eletromotriz pela corrente elétrica. Pt = ε.i Rendimento no Gerador Define-se rendimento como sendo a razão entre o que está sendo usado pelo total fornecido para essa utilização. Aplicando essa idéia a um gerador teremos que o rendimento do mesmo é definido como sendo a potência útil dividida pela total. U t P P η = Para um gerador real, o valor esperado para o rendimento está no intervalo maior que zero e menor que um. Não pode ser igual a zero, pois este rendimento indica que o gerador está com defeito e não pode ser igual a um, pois desse modo ele seria um gerador ideal, ou seja, com resistência interna igual a zero. É muito comum multiplicarmos o valor do rendimento por cem, pois desse modo teremos o resultado percentual do rendimento. Receptores Elétricos Os receptores elétricos são muito comuns no nosso dia-a-dia. Definem-se receptores elétricos como qualquer dispositivo que transforma energia elétrica em energia não-elétrica que não seja exclusivamente em energia térmica, pois os dispositivos que transformam e energia elétrica totalmente em energia térmica são definidos como resistores. Um bom exemplo de receptor elétrico é o motor elétrico, como ventiladores, liquidificadores e batedeiras. Quando recebem energia elétrica, esses motores a transformam em energia mecânica que pode ser observada no giro desses aparelhos. Quando ligamos um desses aparelhos anteriormente citados a uma fonte de energia elétrica, observamos que essa energia é transformada em energia mecânica de rotação. Quando você usa, por exemplo, um liquidificador para fazer uma vitamina, ele também se aquece. Isso ocorre por que a energia elétrica consumida pelo aparelho é dividida. Parte dela vai para o funcionamento e outra parte se perde em forma de dissipação devido à resistência dos enrolamentos e nos contatos. Símbolo e Equação Característica Para o funcionamento do receptor se estabelece uma diferença de potencial (ddp) ΔV entre os seus terminais, parte dela é queda ôhmica devido a resistências internas do aparelho (r’), e outra parte é devido ao funcionamento mecânico. A parte da ddp devido ao funcionamento mecânico é uma ddp útil e é denominada como força contra-eletromotriz (fcem) simbolizada por ε'. Um receptor em um esquema de um circuito é representado da seguinte forma: Pela figura anterior, observe que há uma semelhança entre o símbolo do gerador com o símbolo do receptor, mas no receptor, a corrente vai do pólo positivo para o negativo da bateria enquanto no gerador ocorre o contrário. Isso é natural, pois o gerador é quem está criando a corrente elétrica enquanto o receptor apenas a recebe. Quanto a ddp fornecida ao mesmo, parte dela vai para o funcionamento, e outra parte para os elementos dissipativos. Portanto, a equação característica fica: ΔV = ε’ + r’i Potência e Rendimento no Receptor A figura abaixo representa um esquema de um gerador ligado diretamente a um receptor. Apesar dos símbolos dos dois elementos serem muito semelhantes, o gerador é o que apresenta maior força eletromotriz e a corrente nele flui do pólo negativo para o pólo positivo. 2 Quando ligamos um receptor a um gerador, não é difícil perceber que a potência útil do gerador, que é aquela que ele lança para o circuito, na verdade será a potencia total do receptor elétrico. Ao receber essa potência total, o receptor aproveita parte dela para o seu funcionamento normal e essa potência é denominada como potência útil e outra parte é dissipada, e logicamente ela é denominada como potência dissipada. Valem as equações abaixo. Receptor Pt = Pu + Pd Pt = ΔV.i Pu = E’.i Pd = r’.i² Podemos definir o rendimento no receptor como sendo: U t P P η = É importante assinalar que não existem receptores com rendimento igual a um, ou seja, cem por cento. Em uma situação dessas teríamos toda a energia fornecida a ele sendo usada para o seu funcionamento e nada estaria sendo dissipado. Essa situação é fisicamente impossível, pois sempre haverá uma parcela da energia sendo dissipada. Leis de Kirchhoff Estudaremos agora circuitos elétricos mais complexos, como por exemplo circuitos com mais de uma fonte e resistores em série e paralelo. Para isso inicialmente, definimos dois termos importantes, nó e malha: Ramo de um circuito: é um componente isolado tal como um resistor ou uma fonte. Este termo também é usado para um grupo de componentes sujeitos a mesma corrente. Junção: é um ponto de conexão entre 2 ramos. Nó: é um ponto de conexão entre três ou mais ramos. Circuito fechado: é qualquer caminho fechado num circuito. Malha: é qualquer caminho condutor fechado. Por exemplo, os pontos b e e são nós, mas a, c, d e f não são, veja a figura acima. As malhas possíveis neste circuito são as trajetórias fechadas definidas pelos pontos: abef, acdf e bcde. Lei da Corrente de Kirchhoff A soma algébrica de todas as correntes queentram num nó é nula. 0n n i =∑ 1 2 3 4 0i i i i− − + + = Este princípio é conhecido por Primeira Lei de Kirchhoff ou lei dos nós. Ele é uma conseqüência da conservação da carga total existente no circuito. Isto é uma confirmação de que não há acumulação de cargas nos nós. Lei da Tensão de Kirchhoff A soma algébrica de todas as tensões tomadas num sentido determinado (horário ou anti-horário), em torno de um circuito fechado é nula. 1 2 3 0E E E E− − − = Carga no Capacitor Suponha agora que o capacitor está plenamente carregado sob a diferença de potencial da bateria. Num novo instante t = 0 a chave S é girada de a para b de modo que o capacitor C possa descarregar através do resistor R. O capacitor de capacitância C na figura está inicialmente descarregado. A carga no capacitor é dada por: 0( ) . t RCq t q e −= onde q0 = C.ε é a carga inicial do capacitor. Para carregá-lo, giramos a chave S de modo que ela faça contato no ponto a, colocando uma bateria ideal de fem ε num circuito série RC com o capacitor e uma resistência R. Quando a chave S é fechada em a, o capacitor C é carregado através do resistor R. Quando a chave é posteriormente fechada em b, o capacitor descarrega através de R. A constante de tempo capacitiva RC governa o processo de descarga bem como o processo de carga. No instante T = RC a carga do capacitor está reduzida a 1. .C e− , equivalente a 37% de sua carga inicial. ε A corrente durante a descarga é obtida derivando- se a equação anterior e vale A carga no capacitor é: 3 ( ) . .(1 ) t RCq t C eε −= − 0( ) . t RCi e −= −i t O sinal negativo mostra que a corrente de descarga tem o sentido oposto ao da corrente de carga, como era de se esperar. Derivando em relação ao tempo a corrente elétrica é dada por: . t RCi e R ε −⎛ ⎞= ⎜ ⎟⎝ ⎠ A carga diminui exponencialmente com o tempo, tendendo a zero quando o tempo vai a infinito. Podemos medir q(t) experimentalmente medindo uma grandeza proporcional a ela, a saber, Vc, a diferença de potencial através do capacitor. .(1 ) t RCVc eε −Δ = − Analogamente, podemos medir i(t) através de Vr que é a diferença de potencial através do resistor. . t RCVr eε −Δ = E a corrente também cai exponencialmente para zero. A Constante de Tempo O produto RC tem dimensão de tempo (porque o expoente naquelas equações deve ser adimensional). RC é chamado de constante de tempo capacitiva do circuito e é representada pelo símbolo T. Ela é igual ao tempo necessário para que a carga do capacitor atinja uma fração ou aproximadamente 63% de seu valor final (de equilíbrio). 11 e−− O gráfico da equação abaixo que reflete o crescimento da carga do capacitor da figura abaixo. O gráfico da equação abaixo reflete o decréscimo da corrente de carga no circuito. Potência no Gerador Rendimento no Gerador
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