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Atividade Discursiva - Locke e o Capitalismo

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Para a burguesia em ascensão na época, era necessária uma teoria para aferir sua legitimidade fazendo frente à hereditariedade que legitimava a nobreza. Tal teoria é a da propriedade privada – como direito natural – elaborada de forma coerente pela primeira vez pelo filósofo inglês John Locke (1632-1704).
Segundo ele, o trabalho é o que assegura o direito natural – como direito à vida, à liberdade e aos bens necessários para manter e conservar a vida e a liberdade.
 Locke defende que a organização das leis e do Estado deve ser feita com o objetivo de assegurar o respeito aos direitos naturais: a proteção da vida, da liberdade e da propriedade de todos. Essa é a única razão de ser de um governo.
Explique a relação entre as ideias de Locke e o desenvolvimento do capitalismo na transição do século XIX ao século XX e algumas de suas consequências.
Para podermos entender melhor a relação entre as ideias de Locke e o desenvolvimento do capitalismo e algumas de suas consequências, primeiro devemos saber quem foi John Locke, suas ideias e em qual período viveu para podermos entender essa relação.
John Locke foi um filósofo inglês, nasceu em 1632 e faleceu em 1704. Conhecido por ser o fundador do empirismo moderno e o primeiro filósofo do liberalismo. Defendia também a liberdade e a tolerância religiosa.
Estudou em Oxford filosofia, ciências naturais e medicina. 
Suas principais obras publicadas são:
Cartas sobre a tolerância
Ensaio filosófico sobre o entendimento humano
Dois tratados sobre o governo civil
Pensamentos sobre a educação.
No primeiro tratado sobre o governo civil, Locke contradiz o absolutismo real e a justificação do poder absoluto. Considera o Estado não como uma criação de Deus, mas como uma união política consensual a partir de homens livres e iguais. Baseado na razão e no senso comum, e não na teologia e na tradição.
No segundo tratado sobre o governo civil fala sobre vários assuntos: lei natural, estado de natureza, propriedade privada, dinheiro estado de guerra, contrato, sociedade política e governo, direito de resistência. Nele surge o que chamamos de princípios básicos do liberalismo e bases para o surgimento do capitalismo. 
Resumidamente esse tratado fala que a sociedade moderna será instituída e organizada a partir de um contrato civil entre todos, tal contrato garante que todos tem direitos naturais à vida, à liberdade e a propriedade privada. O direito de propriedade é visto como a extensão de terra que cada homem tem a capacidade de trabalhar e fazer produzir. Também teoriza que o Estado é soberano, mas que tem a obrigação de cuidar do direito de propriedade privada de cada cidadão. Se este governo não cumpre seu papel o povo tem o direito de se rebelar e instituir um novo governo. 
Nas Cartas sobre a tolerância fala sobre a religião, a igreja. Defende a ideia que a igreja e o Estado dever ser separados, e também teoriza sobre que nenhum homem tem sabedoria e conhecimento para que possa ditar a religião à outrem, portanto, todos são livres para seguir a religião que estão mais inclinados. Essas ideias eram totalmente novas e revolucionárias para a época. Porém, essa liberdade não seria aplicada ao “homem primitivo” que eram comparados a bestas de caça ou selvagens. Isso forneceu base ideológica para a tomada de terras e extermínio da população indígena e também justifica em suas teorias a escravidão. 
No ensaio filosófico sobre o entendimento humano defende que o homem nasce como um papel em branco. O conhecimento começa com a experiência sensível e é condicionado por ela. A capacidade de conhecimento é inata, mas as ideias são adquiridas pela experiência. 
Entendida as teorias de Locke vamos nos focar no contexto histórico que estava vivendo a Inglaterra. 
No século XV o poder dos senhores feudais foi substituído pelos Estados Absolutos, iniciando à afirmação dos Estados nacionais na Europa.
Com a ascensão de Henrique VII ao trono, criou-se uma nova nobreza, fiel ao rei a uma burguesia mercantil de ricos senhores de terras. 
Henrique VIII rompeu com Roma, formando a igreja anglicana e centralizando mais ainda seu poder.
A última Tudor, Elisabeth I, reinou no auge do mercantilismo e foi um período de prosperidade econômica para a burguesia.
Jaime I, um Stuart era um defensor do poder absoluto, estabelecendo uma monarquia de direito divino, mas se indispôs com a burguesia outorgando favores. 
Carlos I, no seu reinado aumentaram os problemas com o Parlamento, que foi dissolvido e implantada a monarquia absolutista.
Em 1640, iniciou-se a Guerra Civil inglesa que decidiria a questão da monarquia absoluta ou o Parlamento.
Em 1649, Carlos I, foi executado e foi suprimida a Câmara dos Lordes. Cromwell se tornou o Lorde Protetor da República, mas estabeleceu uma fórmula absolutista dissolvendo o Parlamento. Suprimiu todas as tentativas de rebelião. Possuía um poderoso exercito e concedeu importantes vantagens comerciais à burguesia. 
Carlos II, foi convidado pelo Parlamento a retornas à Inglaterra após a morte de Cromwell, iniciando-se o período da Restauração. Nesse período a burguesia garantiu sua supremacia econômica e social.
Jaime II, subiu ao trono, declaradamente católico, absolutista, desafiou a burguesia. Em 1688 os protestantes ingleses se rebelaram contra a tirania católica, ficando conhecida como a “Revolução Gloriosa”.
Guilherme de Orange passou a governar a Inglaterra. O Parlamento adotou a Declaração dos Direitos que limitava o poder dos monarcas e garantia o direito do Parlamento a eleições livres e a legislar. Foi aprovada a Lei de Tolerância, que garantia liberdade de culto.
Conclusão
Diante desse cenário político, econômico e de guerras religiosas as teorias de Locke foram fundamentais para o desenvolvimento do capitalismo. Pois reforça o direito à propriedade, outorgando à burguesia poder econômico. 
Locke em suas teorias à primeira vista é considerado liberal e igualitário. Mas muitos dos seus princípios, analisados mais profundamente não são tão igualitários assim. No tema da propriedade, por exemplo, a desigualdade econômica pode ser justificada pela razão natural. Os pobres estão nessa condição por serem preguiçosos e escaparem das leis naturais, portanto não possuem direito a participar da sociedade política. Quem não possui propriedades não são reconhecidos como cidadãos.
Baseado nos ideais de Locke, na situação política e econômica, e na supremacia da burguesia surge o capitalismo, fundamentado na propriedade, com a possibilidade de acumulação de capital. E nasce também seu maior problema a desigualdade econômica e a exploração justificada por Locke em suas teorias.
As Declarações dos Direitos do Homem, a Declaração dos Estados Unidos em 1787 e a da França em 1789 foram inspiradas diretamente no Segundo Tratado. Locke abre caminho para o liberalismo, definindo suas inclinações até hoje e expondo temas como os direitos naturais (Humanos), liberdades individuais e civis, governo representativo, separação dos poderes, direito à propriedade, estado laico e tolerância religiosa. Locke foi um liberal, porém não um democrata. 
Bibliografia:
https://www.monografias.com/pt/trabalhos915/liberalismo-locke-direitos/liberalismo-locke-direitos2.shtml
http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/se/20100603074417/04_varnagy.pdf
https://pgl.gal/john-locke-defensor-do-direito-natural/
https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Locke
Aluna: Alessandra Corazza 		RA: 342414515640

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