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Histologia_v3 (1)

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Centro  Federal  de  Educação  Tecnológica  de  Minas  Gerais  
  Engenharia  de  Materiais  
  
  
Disciplina:  Fundamentos  de  Interação  Tecido  Vivo-­Materiais  
Aluna:  Clara  Lisa  e  Silva  
Professora:  Danielle  Marra    
  
CONCEITOS  DE  HISTOLOGIA  APLICADOS  A  BIOMATERIAIS  
  
O  organismo  humano  é  constituído  por  quatro  tecidos:  epitelial,  conjuntivo,  muscular  e  nervoso.  A  composição  básica  dos  tecidos  
é:  células,  matriz  extracelular  e  fluidos  corporais.    
  
TECIDO   CÉLULAS   MATRIZ  EXTRACELULAR   FUNÇÕES  PRINCIPAIS  
Nervoso  
Longos  prolongamentos  
Altamente  especializadas  
Nenhuma  –  entre  os  neurônios  há  um  
conjunto   de   células   formando   uma  
estrutura  chamada  glia  
Transmissão   de   impulsos  
nervosos  
Epitelial  
Células   poliédricas   justapostas   –   devido   à  
grande   quantidade   de   junções   de   adesão  
presentes  
Pequena  quantidade  
Revestimento  da  superfície  
ou   de   cavidades   (boca,  
estômago,   intestino,   etc),  
secreção  (glândulas)  
Muscular  
Células   alongadas   contráteis   –   a   célula  
consegue   diminuir   seu   comprimento   e  
voltar   ao   seu   tamanho   original   de   uma  
forma  controlada  
Quantidade  moderada   Movimento  
Conjuntivo   Vários  tipos  celulares  fixos  e  migratórios  
Abundante   –   as   células   são  
espalhadas,  e  entre  essas  células  há  
uma  grande  quantidade  de  matriz  
Apoio  e  proteção  
  
Obs:  Uma   intervenção   no   sistema  nervoso  utilizando   biomateriais   deve   ser   a   última   alternativa,   pois   é  muito   complicado.  Mas  
ainda  assim  existem  alguns  biomateriais  que  são  utilizados  nesse  tecido,  tais  como  clips  e  grampos  utilizados  para  conter  aneurisma.  
  
TECIDO  EPITELIAL  
O  tecido  epitelial  é  avascular,  de  modo  que  é  suportado  pelos  tecidos  conjuntivos.  O  vaso  sanguíneo  vai  até  o  tecido  conjuntivo  e  
o  oxigênio  e  a  glicose  saem  do  vaso  e  chegam  no   tecido  epitelial  por  difusão.  Sempre  há  um  tecido  conjuntivo  adjacente  ao   tecido  
epitelial.    
Inervação:  as  terminações  nervosas  estão  no  tecido  epitelial  (então  temos  sensibilidade  nele  à  dói!),  mas  o  corpo  neuronal  está  
no  conjuntivo.    
Principais  funções:    
•   Revestimento   e   proteção   de   superfícies   à   por   conter   células   justapostas,   é   uma   barreira   física.   Dois   tipos   de  
revestimentos:   seco   (pele)   e   úmido   (mucosas,   que   são   revestimentos   internos   –   exemplos:   oral,   vaginal,   respiratória,  
anal,  etc).  
•   Absorção  de  moléculas  (função  específica  do  epitélio  do  intestino).    
•   Secreção  (nesse  caso,  o  tecido  epitelial  é  chamado  de  glândula).    
O  tecido  epitelial  possui  bastante  hemidesmossomos  (fazem  adesão  do  tecido  epitelial  com  a  lâmina  basal).  Uma  célula  vai  ser  
aderida  a  outra  célula  através  dos  desmossomos  e  das  zônulas  de  adesão.  Ele  também  possui  zônulas  de  oclusão.  As  GAP  junctions,  
por  outro  lado,  não  estão  muito  presentes  neste  tecido.    
Existem  duas  regiões  distintas  no  tecido  epitelial:  
•   Porção   basal   ou   pólo   basal:   células   epiteliais   em   contato   direto   com   o   tecido   conjuntivo   (lâmina   basal).   Possuem   alta  
quantidade  de  hemidesmossomos.  
•   Porção  apical  ou  pólo  apical:  células  epiteliais  voltadas  para  as  cavidades  ou  superfícies  do  organismo.  Na  região  apical,  é  
comum  encontrar  especializações  da  superfície,  tais  como:  
o   Microvilos:   projeções   da   membrana,   geralmente   associadas   à   absorção.   Estão   presentes   nos   tecidos   epiteliais   que  
revestem  os  intestinos.  
o   Cílios:   prolongamentos   longos   dotados   de   motilidade,   contendo   microtúbulos   em   seu   interior.   São   formados   por  
proteínas  chamadas   tubulinas,  que  batem  umas  nas  outras,   todas  coordenadas  (elas  usam  ATP  para  se  movimentar).  
São  curtos,  uma  célula  pode  ter  milhões  de  cílios.  Geralmente,  possuem  função  de  proteção.  Quando  presentes,  estão  
no  pólo  apical  das  células.    
o   Flagelos:  prolongamentos  mais  longos  que  os  cílios,  limitados  a  um  por  célula.  
  
Um  tecido  epitelial  de  revestimento  pode  ser:    
•   Simples  (uma  camada)  à  de  acordo  com  sua  célula,  pode  ser  pavimentoso,  cúbico  ou  prismático  (colunar).  O  endotélio  é  
um   exemplo   de   tecido   epitelial   simples   e   pavimentoso,   para   permitir   a   passagem   de   substâncias   (como   os   leucócitos)   e  
realizar  troca  gasosa.  O  revestimento  do  intestino  é  um  exemplo  de  tecido  epitelial  colunar.  
•   Estratificado  (mais  de  uma  camada)  à  de  acordo  com  a  célula,  pode  ser:    
o   Cúbico.  Exemplo:  revestimento  de  ovário  e  de  útero.    
o   Pavimentoso   (queratinizado   e   não   queratinizado).   Exemplo:   pavimentoso   queratinizado  à   pele   (se   o   tecido   não  
fosse  pavimentoso,  as  últimas  camadas  da  pele  ficariam  sem  nutrição);;  pavimentoso  não  queratinizado  à  mucosas  
(revestimento  das  vísceras):  não  possui  queratina  porque  internamente  não  tem  o  problema  de  desidratação.  
o   De   transição:   são   células   mais   maleáveis,   que   ora   podem   estar   mais   altas,   ora   mais   baixas.   Exemplo:   tecido  
característico  das  bexigas.    
  
Pele:    
A   epiderme   é   a   camada   mais   externa   da   pele,   e   é   formada   por   tecido   epitelial   (são   várias   camadas   de   células).   Abaixo   da  
epiderme  se  tem  o  tecido  conjuntivo,  chamado  derme.  Abaixo  da  derme,  se  tem  a  hipoderme  ou  derme  profunda,  que  também  é  um  
tecido   conjuntivo,   com   algumas   características   diferentes   da   derme   (possui   muitos   adipócitos   –   grande   quantidade   de   gordura  
abandonada).  Assim,  como  um  órgão  é  formado  por  um  conjunto  de  tecidos,  a  pele  é  um  órgão.    
A  nutrição  de   todo   tecido  epitelial  vem  do   tecido  conjuntivo.  As  células  epiteliais  mais  adjacentes  ao   tecido  conjuntivo   recebem  
uma  quantidade  mais  elevada  de  oxigênio  e  glicose,  portanto,  o  metabolismo  delas  é  mais  elevado  e  elas  são  células  que  proliferam.  
A  medida  que  elas  vão  se  proliferando,  na  pele,  vão  subindo  novas  camadas  de  células,  empurrando  as  células  mais  externas,  que  
vão  morrendo.  As  células  mais  externas  morrem  por  dois  fatores:  chegam  menos  nutrientes,  então  o  metabolismo  delas  é  mais  baixo  
e,  além  disso,  essas  células  ainda  produzem  uma  proteína  impermeabilizante,  chamada  queratina.  A  queratina  é  uma  proteína  que  faz  
uma  camada   física  de  proteção  na  pele,  e  está   localizada  nas  camadas  mais  externas  do   tecido  epitelial.  A  queratina  é   importante  
porque  ela  diminui  a  perda  de  água  da  célula  (impermeabiliza  a  pele),  porém,  por  outro  lado,  ela  dificulta  a  chegada  de  nutrientes.    
  
Obs:  
Célula  caliciforme:  célula  que  produz  muco  (é  uma  mistura  de  água,  sais  e  carboidratos  –  é  viscoso).    
Nariz:  é  uma  região  extremamente   irrigada  (para  esquentar  o  ar,  de  modo  a  evitar  o  choque   térmico)  e  é  cheio  de  pelos  (para  
reter  partículas  sólidas  presentes  no  ar).  Além  disso,  tem  a  meleca  (muco  desidratado).  O  muco  é  produzido  ao  longo  de  todo  aparelho  
respiratório  e  ele  é  um  mecanismo  de  defesa.  Os  cílios  da  traqueia  vão  batendo  de  baixo  para  cima,  empurrando  o  muco  até  queele  
chega  na  narina,  que  então  resseca  e  vira  meleca.    
  
Tecido  Epitelial  Glandular:  
Por  estímulos  específicos,  um  epitélio  que  está  revestindo  uma  superfície  pode  se  diferenciar  em  uma  glândula.  Ele  começa  a  se  
multiplicar  e  as  células  que  estão  sendo  produzidas  sofrem  o  processo  de  invaginação  (dobrar  para  dentro).    
Obs:  secretar  é  quando  alguma  coisa  é  produzida  e   jogada  para  fora.  O  tecido  epitelial  glandular  é  especializado  em  secreção.  
Existem  dois  tipos  de  glândulas:  
•   Exócrina:  mantém  o  canal  de  comunicação  com  o  meio  externo,  que  é  chamado  duto.  A  secreção  vai  ou  para  fora  do  corpo,  
ou  para  fora  de  uma  cavidade.  Exemplos:  glândula  sudorípara,  lacrimar,  mamária,  salivar,  sebácea,  intestino,  etc.    
•   Endócrina:  as  células  secretoras  são  envolvidas  por  vasos  sanguíneos.  O  produto  da  secreção  não  cai  na  cavidade,  mas  
sim  diretamente  no   vaso   sanguíneo   (esse  produto  é   chamado  hormônio).  Hormônio  é  uma  substância  produzida  por   uma  
glândula   endócrina,   que   cai   na   corrente   sanguínea   e   pode   atuar   muito   distante   do   local   de   sua   produção.   Exemplo   de  
glândulas  endócrinas:  tireoide,  paratireoide,  testículo,  suprarrenal,  hipófise,  etc.  
Obs:  pâncreas  é  um  órgão  com  uma  função  glandular  –  é  uma  glândula  mista  (parte  exócrina  e  parte  endócrina).    
  
TECIDOS  CONJUNTIVOS  
Existem   vários   tipos   de   tecidos   conjuntivos,   sendo   que   eles   possuem   a   mesma   origem   embrionária   e   compartilham   várias  
características  em  comum.  Eles  apresentam  células  espalhadas,   envolvidas  por   uma  grande  quantidade  de  matriz   extracelular.  Os  
tecidos   conjuntivos   apresentam   uma   grande   diversidade   de   células,   que   dependem   do   tipo   de   tecido:   fibroblastos,   macrófagos,  
mastócitos,  plasmócitos,  adiposas  e  leucócitos.  
Principais  funções:  estabelecimento  e  manutenção  da  forma  do  corpo,  suporte  mecânico,  reserva  para  fatores  de  crescimento,  
troca  de  nutrientes  e  catabólitos  e  funções  especializadas.    
  
Fibroblastos  
São  as  células  mais  abundantes  do  tecido  conjuntivo.  Eles  fazem  a  síntese  das  fibras  e  da  substância  fundamental.    
Obs:  sufixo  blasto  à  jovem;;  sufixo  cito  à  velho.    
  
Fibroblastos  x  Fibrócitos:    
•   Fibroblasto:  apresentam  um  núcleo  grande  e  claro,  indicando  que  a  célula  possui  um  predomínio  de  eucromatina  em  relação  
à  heterocromatina.  Isso  significa  que  a  célula  é  metabolicamente  ativa,  de  modo  que  se  tem  alta  taxa  de  transcrição  de  genes  
e  alto  metabolismo.  Como  o  metabolismo  é  alto,  elas  apresentam  muitas  mitocôndrias  (produzir  matriz,  proteínas  e  etc  gasta  
muita  energia).  Além  disso,  o  fibroblasto  possui  muitas  organelas  em  geral.  Ele  é  uma  célula  fusiforme  (fina  na  ponta  e  gorda  
no  meio).    
•   Fibrócito:   o   núcleo   é  menor,  mais   escuro,   possui  menos  mitocôndrias,  menos   organelas,   além  de   ser   uma   célula  menos  
inchada  (é  mais  compacta).  Isso  tudo  indica  que  essa  célula  está  com  baixo  metabolismo  e,  portanto,  está  produzindo  pouca  
MEC.    
Assim,  o  fibroblasto  é  uma  célula  jovem,  com  alto  metabolismo  e  uma  grande  capacidade  de  produzir  matriz,  enquanto  o  fibrócito  
é  uma  célula  mais  velha,  com  um  metabolismo  mais  baixo  e  uma  menor  capacidade  de  produzir  matriz.  Naturalmente,  após  um  tempo  
o  fibroblasto  se  transforma  em  fibrócito.    
Obs:  o  DNA  se  associa  a  um  conjunto  de  proteínas,  chamadas  histonas,  que  o  empacotam.  O  DNA  empacotado  recebe  o  nome  
de  cromatina.  A  cromatina  pode  ser:  eucromatina  (eu  significa  que  é  uma  cromatina  verdadeira)  ou  heterocromatina.  A  eucromatina  
tem  um  grau  pequeno  de  compactação,  enquanto  a  heterocromatina  está  muito  empacotada.  Quanto  mais  empacotada  a  cromatina  
estiver,  mais  inacessível  ela  está  para  ser  transcrita.  Uma  heterocromatina  é  uma  cromatina  inativa,  enquanto  uma  eucromatina  é  uma  
cromatina  que,  mesmo  estando  empacotada,  permite  o  acesso  das  enzimas,  de  modo  que  os  genes  serão  transcritos.    
  
  
  
TECIDO  CONJUNTIVO  PROPRIAMENTE  DITO  
É  um  tecido  que  não  tem  propriedades  muito  específicas.  É  o  tecido  mais  abundante  que  existe,  sendo  que  ele  está  espalhado  no  
corpo  inteiro.  Serve  para  ocupar  espaço  e  sustentar  outros  tecidos.  Possui  dois  subtipos:  frouxo  e  denso.    
  
Frouxo:    
•   Está  em  regiões  que  estão  sujeitas  a  pressões  e  atritos  pequenos;;  
•   Localização:   entre   células   musculares,   suporte   epitelial,   em   torno   de   vasos,   nas   papilas   da   derme,   na   hipoderme,   em  
membranas  serosas  e  em  glândulas;;  
•   Não  possui  uma  predominância  de  componentes,  isto  é,  possui  aproximadamente  a  mesma  quantidade  de  células,  matriz  e  
fibras;;  
•   Consistência  delicada,  flexível  e  bem  vascularizada.    
  
Denso:  
•   Está  em  regiões  sujeitas  a  pressão  e  atritos  maiores,  de  modo  a  apresentar  uma  resistência  mecânica  maior  que  a  do  tecido  
frouxo;;  
•   Predomínio  de  fibras  em  relação  às  células;;  
•   Pode   ser   não   modelado   ou   modelado.   Essa   modelagem   se   refere   à   orientação   das   fibras,   principalmente   das   fibras   de  
colágeno  (que  vão  conferir  resistência  mecânica  ao  tecido).  Se  as  fibras  estão  orientadas,  o  tecido  é  modelado,  se  elas  estão  
desorientadas,  ele  é  não  modelado;;  
Obs:  se  as  fibras  estão  desorientadas,  a  resistência  mecânica  não  tem  uma  direção  específica;;  se  elas  estão  orientadas  na  
mesma  direção,  dependendo  da  posição  de  aplicação  da  força,  a  resistência  mecânica  é  muito  grande.    
•   Localização:  derme  (não-­modelado)  e  tendões  (modelado).  
  
TECIDO  ADIPOSO  
Principais   funções:   energética,   modelagem   de   superfícies   (onde   tem   mais   gordura   fica   mais   cheio,   mais   gordinho),   coxins  
absorventes  de   choques   (temos  uma   camada  de   tecido  adiposo  na  palma  da  mão  e   dos  pés  que  absorvem  choques),   isolamento  
elétrico  (as  bainhas  de  mielina,  formadas  por  tecido  adiposo,  são  capas  de  gordura  no  axônio  e  dão  agilidade  para  o  impulso  nervoso,  
fazendo  com  que  ele  seja  transmitido  aos  saltos),   isolamento  térmico  (animais  que  vivem  em  inverno  rigoroso  possuem  uma  grossa  
capa  de  tecido  adiposo  para  evitar  a  perda  de  calor),  preenchimento  de  espaços  e  atividade  secretora  (produz  um  hormônio  chamado  
leptina,  que  controla  a  sensação  de  saciedade).    
Triacilglicerol:   é   o   lipídio   que   é   armazenado   no   tecido   adiposo.   Ele   possui   uma  molécula   de   glicerol   com   três   ácidos   graxos  
ligados  a  ele.  O  tecido  adiposo  é  formado  por  uma  célula  especializada  chamada  adipócito.  O  adipócito  tem  como  principal   função  
armazenar   o   triacilglicerol.   Ao   armazenar   triacilglicerol,   ele   cumpre   a   função   energética,   de   modo   que   em   momentos   de   jejum  
prolongado   o   organismo   começa   a   disponibilizar   o   triacilglicerol   que   estava   armazenado   (ele   ativa   a   enzima   lipase,   que   quebra   o  
triacilglicerol,   liberando  na  corrente  sanguínea  os  ácidos  graxos  e  o  glicerol).  Obs:  mesmo  tendo  a  nomenclatura  de  cito,  o  adipócito  
tem  um  metabolismorelativamente  alto.    
Existem  dois  tipos  básicos  de  tecido  adiposo:  
•   Tecido  adiposo  unilocular  (ou  amarelo):  os  adipócitos  contêm  uma  única  gota  de  gordura,  que  é  enorme  e  ocupa  todo  o  
citoplasma.  São  eles  que  vão  armazenar  os   triacilgliceróis   (servem  para  dar   forma,  preencher  espeço,   reserva  energética,  
isolante   térmico,  etc).  99%  do  nosso  tecido  adiposo  é  unilocular.  Esse  tipo  de  tecido  armazena  tanta  gordura  que  o  núcleo  
fica  deslocado  para  a  periferia.    
•   Tecido   adiposo  multilocular   (ou   pardo):   não   apresenta   uma   única   gotícula   de   gordura,  mas   sim   inúmeras   gotículas   de  
gorduras  (também  armazenam  lipídios  –  o  triacilglicerol).  Além  disso,  ele  apresenta  uma  grande  quantidade  de  mitocôndrias  
(muito   mais   do   que   o   adiposo   unilocular).   Apenas   1%   do   nosso   tecido   adiposo   é   multilocular.   A   função   desse   tecido   é  
produzir  calor.  Ele  possui  uma  proteína  chamada   termogenina.  Quando  os  prótons  passam  dentro  da  termogenina,  ela  gira  
(como  ocorre  com  a  ATP  sintase  na   respiração  celular).  Numa  respiração  celular  normal,  o  bombeamento  de  prótons  está  
intimamente  acoplado  à  síntese  do  ATP.  Porém,  a   termogenina  quebra  esse  processo,  ela  é  uma  proteína  desacopladora,  
pois  o  seu  giro  não  está  acoplado  à  síntese  do  ATP.  O  que  ocorre  é  que  a  medida  que  a   termogenina  vai  girando,  ela  vai  
liberando  calor.    
Para  os  bebês,  o  tecido  adiposo  multilocular  é  importante,  porque  eles  não  têm  o  controle  completo  da  temperatura  corporal.  Na  
primeira   fase   da   infância,   já   temos   todos   os   mecanismos   de   controle   funcionando   no   nosso   corpo,   então   todo   o   tecido   adiposo  
multilocular   vai   sendo   substituído   pelo   unilocular.   Na   fase   adulta,   não   temos   mais   o   tecido   adiposo   multilocular,   apenas   algumas  
“manchas”  dele,  isto  é,  alguns  conjuntos  de  células  que  formavam  esse  tecido.    
  
TECIDO  CARTILAGINOSO  
É  um  tecido  rígido,  então  é  um  tipo  de  tecido  conjuntivo  de  sustentação.  
Componentes:  abundância  de  matriz  extracelular  e  predominância  de  condrócitos  (principal  célula)  localizados  em  lacunas.  
Constituintes  da  matriz:  colágeno,  elastina,  macromoléculas  de  proteoglicanos,  ácido  hialurônico  e  glicoproteínas.  A  matriz  pode  
ter  diferentes  proporções  de  colágeno  e  elastina,  então  existem  diferentes  subtipos  de  tecido  cartilaginoso.  Se  um  tecido  cartilaginoso  
tiver  mais  colágeno,  ele  vai  ser  mais  rígido,  se  ele  possuir  mais  elastina,  ele  vai  ser  menos  rígido  e  mais  elástico.  
O   tecido   cartilaginoso  é   rígido,  mas  é  uma   rigidez  mais   delicada,   com   flexibilidade  e  maleabilidade   (não  é   tão   rígido  quanto  o  
tecido   ósseo).   A   rigidez   do   tecido   cartilaginoso   se   deve   aos   componentes   de   sua   matriz   extracelular.   Ele   possui   um   conjunto   de  
macromoléculas   (proteoglicanos,   ácido   hialurônico   e   glicoproteínas)   que   são   carregadas   negativamente.   Quando   carregadas  
negativamente,   elas   ficam   distendidas,   porque   uma   acaba   se   afastando   da   outra   por   repulsão   eletrostática.   Além   disso,   se   tem   a  
formação  de  uma  série  de  ligações  de  hidrogênio.  
Funções:  
•   Suporte  aos  tecidos  moles  –  uma  série  de  regiões  que  sustentam  os  tecidos  moles  são  de  tecido  cartilaginoso,  tais  como  a  
traqueia  e  a  parte  interna  do  nariz.  
•   Revestimento  de  superfícies  articulares:  a  cartilagem  tem  um  papel  importante  na  absorção  de  choques.  Entre  dois  ossos,  na  
superfície  articular,  há  uma  bolsa  de  cartilagem  com  o  líquido  sinovial  dentro,  que  absorve  choques  e  impactos  mecânicos  e  
facilita  o  deslizamento  de  dois  ossos.    
•   Essencial  para  a  formação  e  crescimento  de  ossos  longos.  Temos  dois  tipos  de  ossificação:  uma  ossificação  que  acontece  a  
partir  da  proliferação  das  células  do  próprio  tecido  ósseo  e  outra  que  acontece  a  partir  da  proliferação  de  tecido  cartilaginoso.  
Toda   cartilagem,   necessariamente,   vai   estar   em   contato   com   um   tecido   conjuntivo   propriamente   dito.   Quando   esse   tecido  
conjuntivo   propriamente   dito   é   mais   fino,   delicado,   ele   será   chamado   de   bainha   conjuntiva,   chamada   de   pericôndrio.   Assim,   o  
pericôndrio  é  uma  camada  de  tecido  conjuntivo  propriamente  dito  que  reveste  o  tecido  cartilaginoso.  O  pericôndrio  é  importante  porque  
o  tecido  cartilaginoso  não  possui  vasos  sanguíneos  (é  o  único  tecido  conjuntivo  que  é  avascular).  Assim,  sua  nutrição  vem  do  tecido  
conjuntivo  próximo  a  ele  ou,  no  caso  das  articulações,  vem  do  líquido  sinovial  (que  tem  contato  com  o  sangue  que  está  próximo  a  ele,  
então  ele  possui  os  nutrientes  necessários).    
A  consequência  biológica  do  tecido  cartilaginoso  possuir  uma  nutrição  indireta  é  a  limitação  da  espessura  das  cartilagens,  além  de  
dificultar   a   regeneração   do   tecido.   Os   nutrientes   chegam   na   cartilagem   por   difusão,   se   o   tecido   fosse   muito   espesso,   eles   não  
chegariam  no  centro  do  tecido.  A  regeneração  da  cartilagem,  por  sua  vez,   também  é  um  problema  grave.  Para  repor  uma  lesão  na  
cartilagem   seria   necessário   uma   elevada   proliferação   celular   e   uma   grande   quantidade  matriz   extracelular.   Isso   depende   de   uma  
elevada  quantidade  de  oxigênio  e  glicose,  o  que  complica  a  regeneração,  devido  ao  fato  da  nutrição  da  cartilagem  ser  indireta.    
O  tecido  cartilaginoso  não  possui  inervação.    
  
Condrócitos  x  Condroblastos  
O   tecido   cartilaginoso   tem   dois   tipos   de   células:   condrócitos   e   condroblastos.  Os   condroblastos   são   células  mais   jovens,   com  
elevado   metabolismo,   de   modo   que   eles   produzem   MEC   em   quantidade   elevada.   Já   os   condrócitos   são   células   velhas,   com  
metabolismo  mais  baixo,  que  produzem  componentes  de  matriz  (colágeno  tipo  II,  proteoglicanos  e  glicoproteínas),  não  para  aumentar  
seu  volume  (como  no  condroblasto),  mas  para  manter  a  matriz  que  já  existe.    
O  condroblasto  tende  ficar  na  periferia  do  tecido  cartilaginoso  e  possui  uma  forma  mais  alongada,  achatada.  A  medida  que  ele  vai  
envelhecendo,  ele  vai  se  transformando  em  condrócito.    
Crescimento  intersticial  do  tecido  cartilaginoso:  próximo  ao  tecido  cartilaginoso,  se  tem  o  tecido  conjuntivo  propriamente  dito,  
cuja  principal  célula  é  o  fibroblasto  (pouco  diferenciado).  Sob  estímulos  químicos  adequados,  os  fibroblastos  que  estão  na  periferia  do  
tecido  cartilaginoso  se  diferenciam  em  condroblastos  (células  mais  achatadas)  à  é  assim  que  cartilagem  cresce!  Algumas  cartilagens  
crescem  a  vida  inteira,  sob  ação  de  hormônios  e  fatores  de  crescimento.  Exemplos:  cartilagens  que  formam  queixo,  nariz  e  orelha.    
A   medida   que   vai   entrando   dentro   da   cartilagem,   se   tem   os   condrócitos,   que   possuem   uma   forma   menos   achatada   e   mais  
arredondada.  Esse  arredondamento  se  deve  às  mudanças  do  próprio  metabolismo  da  célula.    
Crescimento   aposicional   do   tecido   cartilaginoso:   por  mais   que   os   condrócitos   possuem   um  metabolismo  mais   baixo,   eles  
ainda  conseguem  se  proliferar,  e  formamuma  estrutura  chamada  grupos  isógenos.  Este  é  um  crescimento  pouco  efetivo  da  cartilagem  
como  um  todo.  
  
TECIDO  ÓSSEO  
É  um  tipo  especializado  e  rígido  de  tecido  conjuntivo.  É  o  principal  constituinte  do  esqueleto.  
Obs:   tecido  ósseo  é  diferente  de  osso.  O  osso  é   formado  por   tecido  ósseo,  mas  ele  não  possui  apenas   isso.  O  osso   tem  vaso  
sanguíneo,  inervação,  tecido  conjuntivo  que  o  reveste,  tecido  adiposo,  tecido  hematopoiético,  etc.  Assim,  osso  é  um  órgão.    
Células:  osteócitos,  osteoblastos  e  osteoclastos.    
O  tecido  ósseo  apresenta  uma  matriz  extracelular  calcificada.  A  parte  orgânica  da  matriz  –  glicoproteínas,  fibras,  etc  –  é  produzida  
pelos   osteoblastos   e   osteócitos   (em   menor   quantidade   por   estes).   Após   a   parte   orgânica   ser   produzida,   o   fosfato   de   cálcio   é  
depositado  (parte  inorgânica).  É  o  fosfato  de  cálcio  que  vai  gerar  uma  matriz  calcificada.    
O   tecido   ósseo   é   envolvido   por   uma  membrana   conjuntiva   externa   e   interna.   Externamente,   o   tecido   ósseo   é   revestido   pelo  
periósteo.   Internamente,   pelo   endósteo.   Tanto   o   periósteo   quanto   o   endósteo   são   membranas   de   tecido   conjuntivo,   sendo  
importantes  tanto  para  a  nutrição  quanto  para  a  presença  de  células  osteogênicas.  O  vaso  sanguíneo  sai  do  conjuntivo  e  entra  dentro  
do  tecido  ósseo.  Essas  membranas  são  importantes,  então,  porque  são  delas  que  vão  se  originar  os  vasos  sanguíneos.  Mais  do  que  
isso,  essas  membranas  têm  células  osteogênicas,  isto  é,  células  que,  sob  estímulos  adequados,  podem  se  transformar  em  células  de  
tecido  ósseo,  contribuindo  para  repor  o  osso  que  foi  perdido  no  processo  de  digestão  dos  osteoclastos.    
Funções:  
•   Suporte  de  tecidos  moles  e  vitais  (caixas  craniana  e  torácica);;  
•   Aloja  e  protege  a  medula  óssea;;  
•   Proporciona  apoio  aos  músculos  esqueléticos  –  a  associação  de  osso  com  músculo   faz  o  movimento  pelo  sistema  de  
alavanca;;  
•   Sistema  de  alavancas  que  ampliam  as  forças  musculares;;  
•   Depósito  de  cálcio,  fosfato  e  outros  íons;;  
•   Absorve  toxinas  e  metais  pesados.    
O  tecido  ósseo  é  extremamente  dinâmico.  O  tempo  todo  ele  está  mudando,  pelo  processo  de  reabsorção  e  formação  de  novos  
ossos.  Na  reabsorção  óssea,  as  células  e  a  matriz  são  degradadas.  Os  íons  que  estavam  sequestrados  no  pedaço  que  foi  reabsorvido  
caem  na  corrente  sanguínea.  Por  outro  lado,  ao  produzir  uma  nova  parte  do  tecido  ósseo,  os  íons  que  estavam  na  corrente  sanguínea  
são   retirados.   Então   o   tempo   todo   se   tem   íons   sendo   depositados   e   íons   sendo   jogados   no   sangue,   sendo   que   esse   processo   é  
controlado  por  hormônios.    
  
Osteócitos  
São   células  maduras.   Estão   localizados   no   interior   da  matriz,   em   lacunas   (depressões   da  matriz),   sendo   que   há   somente   um  
osteócito  por  lacuna.  Dessa  lacuna  parte  uma  série  de  canalículos,  que  são  como  pequenas  estradas  por  onde  os  nutrientes  passam.  
Como  a  matriz  é  calcificada,  não  é  possível  que  as  substâncias  passem  de  uma  célula  para  outra  percorrendo  a  matriz,  por  difusão,  de  
modo  que  essas  substâncias  passam  pelos  canalículos.  Assim,  um  osteócito  se  comunica  com  outro  através  desses  canalículos.    
Os  osteócitos  são  essenciais  para  a  manutenção  da  matriz.  Eles  não  conseguem  produzir  matriz  em  grande  quantidade,  porque  o  
metabolismo  deles  é  baixo,  mas  eles  mantêm  a  mesma.  Toda  vez  que  um  osteócito  morre,  são  liberadas  substâncias  químicas  que  
atraem  os  osteoclastos  para  aquele  local,  e  a  região  da  matriz  onde  ele  estava  vai  ser  reabsorvida  por  esses  osteoclastos  (células  que  
fazem  a  reabsorção  óssea).  Portanto,  é  preciso  que  o  osteócito  esteja  vivo  para  a  matriz  se  manter,  pois  sua  morte  causa  reabsorção  
de  matriz.    
  
Osteoblastos  
São  células  jovens,  de  elevado  metabolismo,  que  irão  produzir  a  MEC  em  grande  quantidade.  Eles  secretam  a  parte  orgânica  da  
matriz   (colágeno   tipo   I,  proteoglicanos,  glicoproteínas,  etc).  Os  osteoblastos   ficam  na  periferia   (na  beirada)  do   tecido  ósseo.  Assim,  
internamente   ao   tecido   ósseo,   se   tem  as   lacunas   com  os   osteócitos,   com  uma  matriz   calcificada   entre   eles,   enquanto   na   periferia  
desse  tecido  há  osteoblastos.  Os  osteoblastos  se  organizam  em  um  arranjo  epitelioide,  porque  eles  ficam  lado  a  lado,  pregados  uns  
nos  outros  (lembram  um  tecido  epitelial).    
Quando  os  osteoblastos  produzem  uma  grande  quantidade  de  matriz  e  esta  é  calcificada,  o  metabolismo  deles  diminui  (porque  a  
chegada   de   nutrientes   é   dificultada)   e   esses   osteoblastos   ficam   aprisionados,   transformando-­se   em   osteócitos.   Com   isso,   outro  
osteoblasto   será   produzido   para   ficar   na   periferia.   Isso   acontece   tanto   no   crescimento   do   tecido   ósseo   quanto   no   momento   de  
regeneração  do  tecido  (no  caso  de  fraturas  e  lesões).    
Osteóide:  matriz  recém-­formada,  que  só  tem  a  parte  orgânica  e  ainda  não  foi  calcificada.    
  
Osteoclastos  
Célula  única  de  tecido  ósseo.  É  uma  célula  móvel  e  gigante  (quando  comparada  a  outras  células).  É  multinucleada,  com  vários  
prolongamentos,  vários  pseudópodes.    
Os  osteoclastos  se  originam  da   fusão  de  macrófagos.  Sob  estímulos  químicos  adequados,  os  monócitos  saem  do  sangue,  vão  
para  o  osso  e  se   transformam  em  macrófagos,  e   lá  no  osso  eles  se   fundem  para   formar  o  osteoclasto.  Eles  são  responsáveis  pelo  
processo  de  reabsorção  óssea,  isto  é,  pela  degradação  de  um  tecido  ósseo  existente  e  formação  de  um  novo  tecido  naquele  local.    
A   atividade   dessas   células   é   controlada   por   citocinas   e   pelos   hormônios   calcitonina   e   paratormônio   (dois   hormônios   da  
paratireoide).  A  paratireoide  é  uma  glândula  que  se  localiza  em  cima  da  tireoide  e  controla  a  calcemia  (nível  de  cálcio  no  sangue  à  
muito  importante!).  Dependendo  do  nível  de  cálcio  na  corrente  sanguínea,  a  paratireoide  libera  calcitonina  ou  paratormônio.  O  cálcio  é  
importante   para   a   contração   muscular,   transmissão   de   impulso   nervoso   e   coagulação   do   sangue   (o   cálcio   é   cofator   de   algumas  
enzimas  que  fazem  coagulação).  Além  disso,  se  houver  cálcio  em  excesso  na  célula,  ele  induz  a  apoptose  da  mesma.  O  tempo  todo  o  
cálcio  sai  do  sangue  e  vai  para  o  osso,  e  sai  do  osso  e  vai  para  o  sangue.    
Trabalhar  com  a  reabsorção  óssea  é  um  dos  mecanismos  para  se  controlar  a  calcemia.  Quanto  mais  reabsorção  óssea  tiver,  mais  
matriz  óssea  será  digerida  e,  portanto,  mais  cálcio  vai  para  o  sangue.  Por  outro  lado,  se  a  reabsorção  óssea  é  reduzida,  mais  cálcio  é  
deixado  no  osso,  portanto,  o  nível  de  cálcio  do  sangue  diminui.    
Obs:  digerir  matriz  significa  liberar  cálcio.    
Obs:  é  muito  importante  ter  níveis  adequados  de  cálcio  na  dieta.  Se  um  indivíduo  não  consome  muito  cálcio,  ele  terá  baixos  níveis  
de  cálcio  na  corrente  sanguínea,  de  modo  que  o  organismo  vai  retirar  cálcio  do  osso.  Então  ocorrerá  uma  grande  reabsorção  óssea,que  pode  levar  à  fragilidade  óssea.    
O  osteoclasto  só  degrada  a  matriz  extracelular  (não  degrada  vaso  sanguíneo).  Toda  vez  se  tem  atividade  de  osteoclastos,  ocorre  
aumento  dos  níveis  de  cálcio  e  fósforo  na  corrente  sanguínea.  Os  osteoclastos  não  ficam  ativos  o  tempo  todo.    
As  lamelas  jovens  do  tecido  ósseo  estão  relacionadas  ao  controle  da  calcemia,  enquanto  as  lamelas  velhas  estão  relacionadas  à  
estrutura  (dificilmente  uma  lamela  velha  vai  ser  digerida).    
  
Tipos  de  ossificação  (formação  de  osso)  
Ossificação  Endocondral:  ossificação  que  vem  a  partir  do  molde  de  cartilagem.  
Ossificação   intramembranosa:   sob   uma   sinalização   química   adequada,   os   fibroblastos   presentes   na   membrana   de   tecido  
conjuntivo  propriamente  dito  que   reveste  o   tecido  ósseo  se  diferenciam  em  osteoblastos  e  estes,   com  o   tempo,  se  diferenciam  em  
osteócitos.  
Durante  a  fase  de  crescimento  do  corpo,  as  duas  ossificações  ocorrem.  Quando  estamos  crescendo,  o  principal  aumento  do  osso  
em   comprimento   se   deve   à   ossificação   endocondral,   enquanto   o   crescimento   em   espessura   do   osso   se   deve   à   ossificação  
intramembranosa.  
Depois   que   a   gente   cresce,   não   temos   mais   crescimento   do   osso   nem   em   comprimento   nem   em   espessura.   A   ossificação  
endocondral  praticamente  desaparece.  O  que  vai  ocorrer  é  o  processo  de  reabsorção  óssea,  em  que  o  osso  que  for  absorvido  deve  
ser   refeito.   Nesse   processo   de   reabsorção,   só   temos   ossificação   intramembranosa,   não   para   gerar   crescimento   em   espessura   de  
osso,  mas  para  repor  o  osso  que  foi  perdido  no  processo  de  digestão  dos  osteoclastos.    
  
Matriz  óssea  
Além  das  células,  o  osso  vai  ser  formado  pela  matriz  óssea.  A  parte  orgânica  dessa  matriz  é  muito  similar  à  do  tecido  conjuntivo  
propriamente  dito,  sendo  formada  por  95%  de  fibras  colágenas  tipo  I,  proteoglicanos  e  glicoproteínas.  A  parte  inorgânica  é  formada  por  
íons   que   são   depositados   na   matriz   óssea,   tais   como   fosfato,   cálcio,   bicarbonato,   magnésio,   potássio,   sódio   e   citrato.   Os   mais  
abundantes  são  o  fosfato  e  o  cálcio,  que  saem  da  corrente  sanguínea  na  forma  de  fosfato  (PO4-­2)  e  na  forma  de  íons  cálcio  (Ca+2)  e,  
quando  chegam  no  tecido  ósseo,  se  organizam  numa  estrutura  chamada  cristais  de  hidroxiapatita.    
A  hidroxiapatita  é  um  composto  formado  por  cálcio  e  fósforo  na  seguinte  proporção:  Ca10(PO4)6(OH)2.  Ela  faz  parte  da  família  dos  
fosfatos  de  cálcio.  O  osso  tem  como  principal  fosfato  de  cálcio  a  hidroxiapatita,  mas  não  é  o  único  tipo  de  fosfato  de  cálcio  presente  no  
mesmo.  A  relação  de  Cálcio/Fosfato  de  1,67  é  característica  da  hidroxiapatita.    
Os  cristais  de  hidroxiapatita  apresentam  uma  capa  de  hidratação,  isto  é,  uma  capa  de  água  em  volta  deles,  por  causa  da  hidroxila  
presente   na  molécula.   Além   disso,   os   cristais   se   ligam   quimicamente   às   fibras   de   colágeno   presentes   na  matriz.   Essa   ligação   de  
hidroxiapatita  e  fibras  de  colágeno  é  o  que  vai  conferir  resistência  e  dureza  ao  tecido  ósseo.  Esse  processo  é  enzimático.  Uma  enzima  
chamada   fosfatase   alcalina   é   responsável   por   ligar   o   fosfato   ao   cálcio   e   imobilizar   a   hidroxiapatita   na  matriz.   A   fosfatase   alcalina  
também  é  produzida  pelos  osteoblastos.    
  
Tipos  de  tecido  ósseo  
Classificação  histológica,  com  base  na  constituição  das  células:  
  
Imaturo,  primário  ou  não  lamelar:    
É   o   primeiro   a   ser   formado   (no   desenvolvimento   embrionário).   Ele   também   é   o   tecido   que   vai   ser   formado   na   reparação   das  
fraturas.  Após  um  tempo,  o  tecido  ósseo  primário  é  substituído  pelo  tecido  ósseo  secundário.  Um  indivíduo  adulto  possui  muito  pouco  
tecido  ósseo  primário.    
Regiões  que  possuem  tecido  ósseo  primário  no  indivíduo  adulto:  
•   Suturas  cranianas.  O  nosso  crânio  não  é  uma  caixa,  não  é  uma  peça  única.  São  vários  pedaços  que  se  encaixam,  como  
se  fosse  um  quebra  cabeça.  A  região  de  contato  entre  duas  placas  ósseas  é  chamada  de  sutura  craniana  (emenda  das  
placas  ósseas).  Quando  nascemos,  existem  contatos  entre  as  placas  cranianas  que  ainda  não  estão  ossificados   (pois  
tem  que  haver  uma  contração  da  cabeça  do  bebê  para  ele  passar).    
•   Alvéolos  dentários.    
•   Inserção   de   tendões   –   o   tendão   precisa   se   inserir,   se   fixar   no   osso,   e   o   ponto   de   inserção   dele   é   no   tecido   ósseo  
primário.    
O   tecido   ósseo   primário   é   calcificado.   A   diferença   do   tecido   ósseo   primário   e   do   secundário   está   na   orientação   das   fibras   de  
colágeno.   No   primário,   as   fibras   de   colágeno   são   desorientadas,   de   modo   que   pode-­se   ter   uma   menor   resistência   mecânica  
dependendo  do  ponto  de  aplicação  do  esforço.    
Em  uma  fratura  óssea,  o  primeiro   tecido  ósseo  a  se  formar  na  região  da  fratura  é  o  primário  (forma-­se  uma  estrutura  chamada  
calo   ósseo),   porque   é   necessário   formar   um   osso   rápido   para   dar   estabilidade.  Como   as   fibras   de   colágeno   são   desorientadas,   o  
processo  de  formação  dele  é  mais  rápido.  Com  o  passar  do  tempo,  gradativamente,  ele  é  transformado  em  tecido  ósseo  secundário.    
Obs:  os  cristais  de  hidroxiapatita  seguem  a  orientação  das  fibras  de  colágeno.      
  
Maduro,  secundário  ou  lamelar:    
Está   presente   na   maior   parte   do   esqueleto   adulto.   Possui   fibras   de   colágeno   paralelas,   orientadas,   formando   uma   estrutura  
chamada   de   lamelas.   Esse   tecido   secundário   é   uma   estrutura   altamente   organizada,   diferentemente   do   tecido   ósseo   primário.   A  
consequência  disso  é  um  osso  com  uma  maior  resistência  mecânica.    
Na  periferia,  as  lamelas  ficam  paralelas  e,  no  centro,  concêntricas,  onde  se  tem  um  canal  por  onde  vai  passar  vasos  sanguíneos  e  
nervos,  chamado  Canal  de  Havers.  Entre  duas  lamelas  se  tem  as  lacunas  com  os  osteócitos,  sendo  que  um  osteócito  se  comunica  
com  o  outro  através  dos  canalitos,  por  onde  os  nutrientes  passam.  Normalmente  essas  lamelas  têm  de  3  a  7  µm.    
Ao  redor  do  Canal  de  Havers  se  tem  um  conjunto  de  lamelas  (4  a  20),  que  se  associam  a  esse  canal.  Essa  estrutura  é  chamada  
de  Sistema  de  Havers   ou  Ósteon.   Em   síntese,   ósteon   ou   sistema  de  Harvers   é   um   canal,   que   contém   vasos   e   nervos,   com  um  
conjunto   de   lamelas   em   volta.   Um   tecido   ósseo   secundário   é,   portanto,   um   conjunto   de   ósteons   ou   um   conjunto   de   sistema   de  
Harvers,  sendo  um  tecido  altamente  organizado,  inervado  e  vascularizado  (quebrar  osso  dói  muito,  porque  ele  é  altamente  inervado  e  
vascularizado!)    
Por   que   não   é   possível   ter   uma   quantidade   infinita   de   lamelas?   Se   a   quantidade   de   lamelas   fosse   infinita,   as   lamelas   da  
extremidade  não  receberiam  nutrientes  e  as  células  morreriam.    
A  deposição  das  lamelas  começa  da  periferia  e  vão  em  direção  ao  centro.  Os  sistemas  de  Havers  mais  jovens  possuem  canais  
mais  largos.  A  medida  que  elesvão  ficando  velhos,  esses  canais  vão  diminuindo,  ficando  mais  estreitos.    
Os   canais  de  Havers   se   comunicam  entre   si,   com  a   cavidade  medular   e   com  a   superfície  externa  do  osso,   através  de   canais  
transversais  e  oblíquos  chamados  de  Volkmann.  
  
Obs:  
•   Osso  esponjoso:  as  lamelas  estão  mais  distantes  umas  das  outras  à  a  consequência  é  um  osso  mais  frágil.  
•   Osso   compacto:   as   lamelas   estão  mais   próximas   umas   das   outras  à   a   consequência   é   um   osso   que   possui   uma  maior  
resistência  mecânica.    
  
Papel  metabólico  do  tecido  ósseo  
•   Quando  o  osso  está  no  processo  de  reabsorção  óssea,  ele  libera  cálcio  e  fósforo  na  corrente  sanguínea.  Já  quando  o  osso  
está   fazendo   menos   reabsorção   e   mais   formação   de   tecido   ósseo,   ocorre   a   retirada   de   cálcio   e   fósforo   da   corrente  
sanguínea.    
•   Maior  reservatório  de  cálcio  do  organismo  (99%).  Ele  também  é  o  maior  reservatório  de  fósforo.  
•   Intercâmbio  de  Ca+2  entre  plasma  e  ossos  (manutenção  da  calcemia).    
•   Lamelas  jovens  são  mais  importantes  para  controlar  a  calcemia,  porque  uma  lamela  jovem  está  menos  calcificada  à  ela  tem  
menos  cálcio,  mas   tem  uma  menor   resistência,  de  modo  que  é  mais   fácil  mobilizar  o  cálcio.  Então  é  mais   fácil   reabsorver  
essa  lamela  (digerir)  e  produzir  outra  no  lugar,  disponibilizando  cálcio  na  corrente  sanguínea.  As  lamelas  mais  jovens,  então,  
recebem  e  doam  Ca+2  com   facilidade.  Já  as   lamelas  velhas  são  muito  calcificadas,  de  modo  que  é  muito  difícil  digerir  sua  
matriz.  Portanto,  as  lamelas  velhas  estão  mais  envolvidas  com  suporte  e  proteção  (função  estrutural).    
  
Existe   uma   série   de   mecanismos   que   controla   o   cálcio   que   é   depositado   no   osso   e   o   cálcio   que   é   retirado.   Exemplos   de  
mecanismos:  
1.   Transferência  para  líquido  intersticial  e  sangue.  Se  o  cálcio  está  formando  a  hidroxiapatita,  que  está  conectada  às  fibras  
de  colágeno,  o   cálcio  não  consegue  sair   do  osso,  pois  ele  está   ligado  quimicamente  ao   fosfato  e  ao  colágeno.  Quando  a  
matriz  óssea  começa  a  ser  digerida  pelo  osteoclasto,  começa  a  ter  cálcio  livre,  então  ele  consegue  sair.  Esse  cálcio  livre  vai  
se  locomover  do  osso  para  o  sangue  ou  vice-­versa  por  um  simples  processo  de  difusão  (se  ele  estiver  mais  concentrado  no  
osso,  ele  vai  para  o  sangue,  e  vice-­versa  à  gradiente  de  concentração).  Isso  acontece  nas  lamelas  jovens.    
Obs:  Digerir  matriz  significa  liberar  cálcio.  Uma  vez  que  a  matriz  é  digerida,  o  cálcio  desfaz  as  ligações  com  a  hidroxiapatita  e  
as  fibras  de  colágeno,  de  modo  que  ele  está  livre  para  entrar  na  corrente  sanguínea.  
2.   Ação  hormonal.  É  um  mecanismo  mais  lento.  O  paratormônio  aumenta  a  reabsorção  da  matriz  óssea  mediante  o  aumento  
do   número   de   osteoclastos   (quanto   mais   osteoclastos   tiver,   mais   reabsorção   vai   ocorrer   e   mais   cálcio   terá   na   corrente  
sanguínea).   A   calcitonina   faz   o   contrário:   ela   inibe   a   reabsorção   da   matriz   óssea   mediante   a   inibição   da   atividade   dos  
osteoclastos,  diminuindo  os  níveis  de  cálcio  no  sangue.  
Obs:  reabsorção  óssea  sempre  tem,  o  que  ocorre  é  que  ora  tem  menos,  ora  mais.  
  
TECIDO  SANGUÍNEO  
Tipo  especializado  e  fluido  de  tecido  conjuntivo.    
Funções   do   tecido   sanguíneo:   transporte   de   gases,   nutrientes   (glicose,   lipídio,   etc),   hormônios   e   excretas   (metabólitos   –  
substâncias   que   foram   produzidas   e   tem   que   ser   eliminadas   pelo   fígado   e   pelo   rim   são   transportadas   pelo   sangue);;   defesa   e  
coagulação.    
Componentes:  plasma,  células  e  plaquetas.    
•   Parte   líquida  do  sangue:  plasma  à  possui  água  em  grande  quantidade,  sais   (sódio,  potássio,  magnésio,  cloreto,  etc),  
além   de   ser   rico   em   proteínas   (ex:   imunoglobulinas,   fibrinogênio,   albumina,   etc).  O   plasma   compõe   de   52   a   57%   do  
volume  do  sangue.    
Obs:  O  plasma  é  água,  sais  e  proteínas.  O  soro  sanguíneo  é  quando  retira-­se  as  proteínas.    
•   Parte  sólida  do  sangue:  plaquetas  (não  são  células,  mas  sim  fragmentos  de  células)  e  células,  que  são  os  leucócitos  (1%  
do  volume  do  sangue)  e  eritrócitos  (42  a  47%  do  volume  do  sangue  à  a  maioria  das  células  do  sangue  são  eritrócitos).  
Os  eritrócitos  também  são  chamados  de  hemácias  ou  glóbulos  vermelhos.    
  
Por  que  o  sangue  é  vermelho?  
As   hemácias   possuem   uma   proteína   chamada   hemoglobina,   que   possui   quatro   cadeias   polipeptídicas   e,   no   centro   delas,   se  
encontram   átomos   de   ferro.   O   ferro   é   importante   para   a   função   da   hemácia   (transportar   oxigênio),   sendo   que   ele   é   o   cofator   da  
hemoglobina.  A  hemácia  é  vermelha  porque  a  hemoglobina  é  vermelha,  e  esta  é  vermelha  devido  ao  ferro.  Como  quase  metade  do  
sangue  é  composto  por  hemácias,  o  sangue  como  um  todo  é  vermelho.    
  
Hemácias:  
A  função  básica  das  hemácias  é  o  transporte  de  oxigênio.  Elas  são  tão  especializadas  nisso  que  são  anucleadas  (não  possuem  
núcleo),  para  caber  mais  hemoglobina,  pois  núcleo  ocupa  volume.  O  lado  bom  da  hemácia  não  ter  núcleo  é  a  eficiência  no  transporte,  
enquanto  o  lado  ruim  é  que  a  célula  tem  uma  vida  curta  (no  máximo  4  meses),  pois  ela  não  tem  um  núcleo  para  comandar  a  síntese  
de  proteínas.  Obs:  durante  a  produção  das  hemácias  elas   têm  núcleo,  que  será   importante  para  a  produção  das  suas  proteínas,  e  
depois  ela  perde  esse  núcleo.    
95%  do  oxigênio  da  corrente  sanguínea  é  transportado  ligado  nas  hemácias,  enquanto  os  outros  5%  são  transportados  diluídos  
no   sangue.   No   caso   do   CO2,   a   hemoglobina   tem   uma   afinidade   baixa   por   ele,   de   modo   que   5%   são   transportados   ligados   nas  
hemácias  e  95%  diluídos.    
Obs:  excesso  de  CO2  na  corrente  sanguínea  pode  levar  à  uma  acidose,  que  é  uma  diminuição  do  pH  do  sangue.  Ocorre  por  meio  
da  reação:  CO2  +  H20  à  H2CO3  à  H+  +  HCO3-­.  A  acidose  prejudica  o  transporte  de  gases,  de  nutrientes,  e  pode  até  matar.    
No  caso  do  CO,  a  hemoglobina  tem  uma  afinidade  altíssima  por  ele.  Se  houver  um  “cheiro”  de  CO,  a  hemoglobina  deixa  de  se  
ligar   ao   oxigênio   e   se   liga   ao   monóxido   de   carbono.   O   monóxido   de   carbono   pode   ser   formado,   por   exemplo,   pela   combustão  
incompleta  de  um  motor.  Se  isso  ocorrer  em  um  ambiente  fechado,  pode  levar  à  morte  de  um  indivíduo.    
  
Leucócitos:  
Também   chamados   de   células   brancas,   somente   pelo   fato   da   célula   não   ser   vermelha   (não   significa   que   de   fato   a   célula   é  
branca).    
Os   leucócitos   são:   basófilos,   neutrófilos   (fazem   fagocitose),   eosinófilos,   monócitos,   mastócitos   (fazem   fagocitose),   células  
dendríticas  (fazem  fagocitose)  e  linfócitos  (células  responsáveis  pela  defesa  do  nosso  corpo).    
Obs:  monócito   versus  mastócito:   quando   a   célula   está   no   sangue,   ela   se   chama  monócito;;   quando   ela   vai   para   o   tecido,   ela  
recebe  o  nome  de  macrófago.  Entãonão  temos  macrófagos  na  corrente  sanguínea,  mas  sim  monócitos.  A  diferença  não  é  apenas  no  
nome.  A  fisiologia  da  célula  também  muda,  pois  quando  o  monócito  sai  do  sangue  e  vai  para  o  tecido,  ele  passa  a  expressar  outras  
proteínas.  
  
Hematopoiese:    
Produção  de  células  do  sangue.  A  hematopoiese  acontece  na  medula  óssea  vermelha  (na  medula  de  alguns  ossos  específicos  do  
nosso  corpo).  No  indivíduo  adulto,  a  hematopoiese  está  restrita  praticamente  aos  ossos  da  bacia  (os  outros  ossos  do  corpo  ficam  com  
a  medula   óssea   amarela,   onde   se   tem  uma   reserva   de   lipídio).  Nas   crianças,   como  é   necessário   se   ter   uma   grande   produção   de  
sangue,  para  aumentar  o  volume  do  mesmo,  a  hematopoiese  está  espalhada  em  vários  ossos  do  corpo.    
Nos   nossos   órgãos   hematopoiéticos,   temos   células   troncos,   que   são   células   que   possuem   uma   grande   capacidade   de  
proliferação  e  são  pouco  diferenciadas.  As  células  troncos  vão  se  diferenciar  em  duas  linhagens  de  células:  
1.   Linhagem  linfoide:  está  comprometida  com  a  produção  dos  linfócitos  (linfócito  B  e  T).  
2.   Linhagem  mieloide:  está  comprometida  com  a  produção  das  outras  células.  Essa  linhagem  mieloide  novamente  se  diferencia  
em  duas  outras  linhagens  (ver  slide  28).  
  
Coagulação:    
Mecanismo  de  defesa  para  estancar  lesões  no  vaso  sanguíneo,  de  modo  a  evitar  a  hemorragia.  	
  
Um  coágulo  é  uma  massa  de  proteínas  com  células.  Em  uma  lesão,  uma  proteína  chamada  fibrina  forma  redes,  que  vão  parando  
hemácias,   parando   plaquetas,   até   que   a   lesão   daquele   vaso   é   tampada.   O   coágulo,   então,   é   formado   por   proteínas   fibrinas   com  
emaranhados  de  células   (hemácias  e  plaquetas).  Gradativamente,  as  células  vão  proliferando  e   reconstituindo  a  parede  do  vaso.  A  
medida  que  o  coágulo  se  desfaz,  a  célula  da  parede  tem  que  se  proliferar,  de  tal  maneira  que  quando  o  coágulo  acaba,  a  lesão  já  foi  
fechada.  É  um  processo  extremamente  coordenado.  	
  
Coagular   demais   é   perigoso.   Um   processo   no   sangue,   chamado   estase   sanguínea   (diminuição   do   fluxo   sanguíneo),   leva   à  
formação  de  trombos.  Os  trombos  podem  se  deslocar  para  o  pulmão,  causando  embolia  pulmonar,  podem  se  deslocar  para  o  cérebro,  
causando  AVC,  podem  gerar  uma  doença  chamada  trombose  (que  é  muito  comum  nas  pernas  porque  o  retorno  venoso  é  mais  difícil),  
etc.  
Curiosidades:  o  AVC  hemorrágico  é  o  rompimento  de  vasos  sanguíneos  dentro  do  cérebro,  enquanto  o  AVC  esquêmico  ocorre  
quando  trombos  que  foram  formados  entopem  os  vasos.  Pressão  alta  é  um  fator  de  risco  para  o  AVC  hemorrágico,  pois  a  artéria  pode  
romper  mais  facilmente.	
  
O  que  controla  a  coagulação  no  nosso  organismo  é  uma  cascata  de  coagulação.  Uma  proteína,  quando  ativada,  ativa  a  próxima,  
que  por  sua  vez  ativa  a  próxima,  e  assim  sucessivamente.  Assim,  uma  característica  dessa  cascata  é  a  amplificação  do  sinal,  já  que  
uma  proteína  ativada  ativa  várias  outras.  No  final  da  cascata,  o  fibrinogênio  é  ativado  e  se  transforma  em  fibrina,  formando  uma  rede  
de   fibras.  As  proteínas  que  participam  do  processo  de  coagulação   recebem  o  nome  de   fator  de  coagulação,  que  estão  na  corrente  
sanguínea   na   sua   forma   inativa.   Muitas   das   proteínas   da   cascata,   para   serem   ativadas,   precisam   de   cálcio   (ele   é   cofator   delas).  
Assim,  sem  a  presença  de  cálcio  não  é  possível  coagular.  O  tempo  de  resposta  da  cascata  de  coagulação  é  de  segundos  a  minutos.	
  
Existem   duas   vias   de   coagulação   (duas   formas   possíveis   de   se   coagular).   Elas   começam   de   maneiras   diferentes,   pois   são  
ativadas  por   estímulos   diferentes.  Em  um  determinado  ponto,   uma  mesma  proteína   compartilhada  pelas   duas  é   ativada,   e   daí   por  
diante  as  duas  vias  convergem  em  uma  única  via.  E  então  se  tem  o  fibrinogênio  sendo  ativado  em  fibrina,  e  o  coágulo  se  forma.  São  
elas:  
Via  extrínseca:  a  ativação  da  cascata  de  coagulação  por  essa  via  geralmente  ocorre  devido  a  uma  lesão  nos  vasos.  Quando  isso  
acontece,  as  células  do  vaso  lesionadas  liberam  um  fator  químico  chamado  de  fator  tecidual.  Esse  fator  tecidual  vai  ativar  um  conjunto  
de  proteínas  que  culmina  na  transformação  de  fibrinogênio  em  fibrina,  de  modo  que  um  coágulo  se  forma  naquela  região  para  tapar  a  
lesão.    
Via  intrínseca  ou  via  de  ativação  por  contato:  a  forma  mais  comum  dessa  cascata  de  coagulação  começar  é  devido  à  ocorrência  
do  fenômeno  de  estase,  na  corrente  sanguínea.  Estase  sanguínea  é  a  diminuição  do  fluxo,  isto  é,  da  velocidade  do  sangue.  Assim,  a  
“lentidão”  do  sangue  acaba  ativando  proteínas  da  cascata  que   liberam  mediadores  químicos  para  ativar  outras  proteínas,  até  que  o  
fibrinogênio  é  ativado,  gerando  a  fibrina,  o  que  resulta  na  formação  do  coágulo.  Além  disso,  essa  cascata  de  coagulação  também  pode  
ocorrer  por  contato,  quando  o  sangue  é  colocado  em  tubos  (em  exame  de  sangue,  por  exemplo).  Um  dos  anticoagulantes  que  se  usa  
para  isso  é  o  EDTA,  que  sequestra  o  cálcio.  Assim,  mesmo  as  proteínas  estando  em  contato  com  a  superfície  do  tubo  polimérico,  elas  
não  vão  conseguir  ativar  a  cascata  de  coagulação  porque  está  faltando  cálcio.    
  
TECIDO  MUSCULAR	
  
Formado  por  células  alongadas  e  ricas  em  filamentos  citoplasmáticos  de  proteínas  contráteis.  A  célula  do  tecido  muscular  é  tão  
alongada,  tão  cumprida,  que  é  chamada  de  fibra.  Além  disso,  dentro  do  citoplasma,  existem  um  conjunto  de  proteínas  contráteis,  ou  
seja,  comprometidas  com  a  contração  muscular.  Contração  é  a  capacidade  que  uma  fibra  muscular  tem  de  contrair  e  voltar  para  o  seu  
tamanho  original.  Quando  todas  as  fibras  do  músculo  contraem,  o  músculo  contrai.    
Obs:  músculo  é  um  órgão,  pois  ele  possui  tecido  muscular,  tecido  sanguíneo  e  tecido  conjuntivo.  	
  
Existem  três  tipos  básicos  de  tecido  muscular,  ou  de  músculo:  estriado  esquelético,  estriado  cardíaco  e  liso.  	
  
  
Músculo  estriado  esquelético	
  
Formado  por  tecido  muscular  estriado  esquelético.  Ao  olhar  as  células  desse  músculo  no  microscópio,  vemos  linhas,  que  lembram  
estrias.  Essas  estrias  têm  tudo  a  ver  com  a  maneira  que  eles  contraem.  É  importante  notar  que  as  proteínas  que  fazem  a  contração  do  
estriado  esquelético  são  as  mesmas  do  liso,  mas  a  maneira  que  elas  se  organizam  para  tal  contração  é  totalmente  diferente.  	
  
Características:  células  alongadas  (muito  longas,  de  até  30  cm),  multinucleadas  (uma  das  poucas  células  do  nosso  corpo  que  é  
multinucleada)   e   ricas   em  miofibrilas   (as   proteínas   contráteis   estão   nas   miofibrilas).   Os   núcleos   dessas   células   ficam   na   periferia  
devido  à  elevada  quantidade  de  miofibrilas  nas  células.  São  as  miofribrilas  que  vão  fazer  a  contração  muscular  e  o  padrão  claro/escuro  
desse  músculo  se  deve  a  disposição  das  mesmas.  A  contração  é  rápida,  vigorosa  (intensa)  e  voluntária.  	
  
Obs:  as  proteínas  contráteis  se  organizam  em  miofibrilas.  	
  
Os  músculosestriados  esqueléticos  estão  associados  aos  ossos  que  induzem  o  movimento,  como  os  que  estão  ligados  aos  ossos  
do  braço  e  da  perna.  Assim,  eles  estão  associados  ao  esqueleto.  	
  
As  células  do  músculo  estriado  esquelético  se  organizam  em  feixes,  em  conjuntos  de  células.  Elas  são  altamente  organizadas,  
para  garantir  que  a  contração  do  músculo  aconteça  no  músculo  como  um  todo.  Ao  redor  de  cada  uma  das  células,  há  uma  membrana  
de   tecido  conjuntivo,   chamada  endomísio   (ver  slide   -­  estrutura  amarela).  Além  do  endomísio,  há  o  perimísio,   que   também  é  uma  
membrana  de  tecido  conjuntivo  propriamente  dito,  mas  que  ao  invés  de  envolver  apenas  uma  fibra,  ele  envolve  um  conjunto  de  fibras,  
formando  um  feixe  (é  uma  capa  mais  grossa  que  o  endomísio).  Todos  os  conjuntos  de  fibras  formam  o  músculo,  e  este  é  envolvido  por  
uma  capa  grossa,  também  de  tecido  conjuntivo,  chamada  epimísio  (está  lotado  de  fibras  de  colágeno).  	
  
  
Por  que  o  músculo  é  vermelho?    
O  músculo  é  vermelho  porque  ele  tem  muitos  vasos  sanguíneos,  mas  mais  do  que  isso,  porque  ele  possui  uma  proteína  chamada  
mioglobina,  uma  proteína  que  está  no  músculo  e  é  responsável  por  sequestrar  o  oxigênio  da  corrente  sanguínea.    
Obs:   mioglobina   versus   hemoglobina   –   a   hemoglobina   possui   quatro   cadeias   e,   dentro   delas,   tem   o   átomo   de   ferro,   onde   o  
oxigênio  vai  se  ligar;;  a  mioglobina,  por  sua  vez,  é  uma  única  cadeia  polipeptídica,  onde  o  oxigênio  vai  se  ligar.    
  
Quais  são  as  proteínas  contráteis  que  formam  as  miofibrilas?    
Actina  e  miosina.  Elas  são  as  principais,  mas  não  as  únicas.  O  padrão  de  claro/escuro  nas  miofibrilas  se  deve  à  disposição  das  
proteínas  de  actina  e  miosina  dentro  da  miofibrila.  Nas  miofibrilas,  as  proteínas  de  actina  conectadas  formam  os  filamentos  mais  finos,  
intercaladas  com  proteínas  de  miosina,  que  formam  os  filamentos  mais  grossos.  Na  região  onde  só  tem  actina,  fica  claro.  Na  região  
onde  tem  actina  sobreposta  com  miosina,  ou  somente  miosina,  fica  escuro.    
Além  da  actina,  duas  outras  proteínas  compõe  os  filamentos  finos:  tropomiosina  e  troponina.  Mas  a  principal  é  a  actina.  
  
Como  ocorre  a  contração?    
O  músculo  precisa  de  estímulo  nervoso  para  contrair.  As  fibras  estão  em  contato  direto  com  o  terminal  nervoso  (com  o  axônio).  
Este  libera  neurotransmissores  (exemplo:  acetilcolina),  que  se  ligam  em  receptores  membrana  plasmática  da  célula  muscular.  Esses  
receptores   são   os   canais   iônicos,   que   vão   abrir,   permitindo   a   passagem   de   íons   para   dentro   da   fibra   muscular.   Uma   vez   que   o  
neurotransmissor  se  liga  no  canal  iônico,  a  membrana  plasmática  vai  ser  despolarizada.  A  despolarização,  então,  vai  percorrer  toda  a  
membrana.  Isso  vira  um  efeito  cascata.  Se  um  canal  abre  e  despolariza  um  pedaço  da  membrana,  outros  canais  iônicos  que  se  abrem  
devido  à  diferença  de  potencial  também  começam  a  se  abrir,  de  modo  que  o  estímulo  vai  percorrendo  toda  a  membrana  plasmática.  
Assim,  não  é  necessário  ter  uma  terminação  nervosa  que  envolve  a  célula  inteira,  a  membrana  inteira,  basta  ela  estar  em  um  ponto.    
A  membrana  plasmática  possui   invaginações  (dobras  na  membrana),  que  faz  com  que  a  despolarização  vai   lá  para  o   fundo  da  
célula.  Essa  estrutura  em  dobra  da  membrana  é  chamada  de  Túbulo  T.  Como  o  túbulo  T  entra  para  dentro  da  célula,  ele  vai  estar  em  
contato   com   os   retículos   sarcoplasmáticos   (RS),   que   são   retículos   endoplasmáticos.   No   músculo,   o   RS   tem   uma   função   muito  
especial:  ele  armazena  cálcio.  O  túbulo  T,  é  membrana  plasmática,  de  modo  que  quando  ela  despolariza,  a  membrana  do  RS  também  
despolariza  (pois  está  em  contato  com  o  túbulo  T).  Quando  a  membrana  do  RS  despolariza,  os  canais  de  cálcio  abrem,  e  o  cálcio  que  
estava  sequestrado  dentro  do  RS  vai  para  o  citoplasma,  e  aí  a  contração  acontece.    
à  Importante:  a  contração  muscular  se  dá  a  partir  do  sarcômero!  
Sarcômero:  é  a  unidade  contrátil  do  músculo  estriado,  isto  é,  é  uma  associação  de  proteínas  de  actina  e  miosina.  Ele  é  a  menor  
unidade  do  músculo  que  contrai.  São  filamentos  de  actina  intercalados  com  filamentos  de  miosina.  Na  contração,  o  que  ocorre  é  um  
deslizamento  da  miosina  sobre  as  actinas.  Em  uma  mesma  miofibrila  se  tem  centenas  de  sarcômeros  diferentes.  É  o  sarcômero  que  
contraí.  Como  todos  os  sarcômeros  da  miofibrila  contraem,  toda  a  miofibrila  contrai.  Se  todas  as  miofibrilas  contraem,  a  célula  contrai.  
Se  todas  as  células  contraem,  o  músculo  contrai.    
A  miosina  tem  uma  estrutura  tridimensional  em  formato  de  “cabeças”.  Para  contrair,  a  actina  tem  que  se  ligar  na  miosina.  Quando  
o  músculo   não   está   contraído   (está   em   repouso),   o   sítio   de   ligação   da   actina   na  miosina   está   tampado,   pois   a   tropomiosina   e   a  
troponina   estão   fechando   o   sítio.   Quando   chega   um   estímulo   nervoso   que   despolariza   a   membrana,   o   túbulo   em   T   também   é  
despolarizado,  o  canal  de  cálcio  no  retículo  sarcoplasmático  é  aberto  e  o  cálcio  sai,  se  ligando  na  na  troponina  (subunidade  C  –  ver  
slide).  Quando  o  cálcio  se   liga  na  troponina,  entram  na  molécula  dessa  proteína  duas  cargas  positivas,  causando  uma  mudança  de  
conformação  na  mesma.  A  troponina,  ao  mudar  de  conformação,  empurra  a  tropomiosina  para  baixo.  Com  isso,  o  sítio  de  ligação  da  
actina  e  da  miosina   fica  disponível,   de  modo  a  permitir   que  a   cabeça  da  miosina   se   ligue  na  actina.  Quando  a  miosina   se   liga  na  
actina,  suas  cabeças  dobram.  Todas  as  cabeças  das  diversas  miosinas  dobram.  Com  isso,  a  célula  contrai.  Portanto,  para  contrair,  é  
preciso  de  cálcio.    
Obs:  quando  a  miosina  se  liga  na  actina,  a  actina  muda  de  conformação,  que  induz  uma  mudança  de  conformação  na  troponina  e  
na  tropomiosina  (pois  está  ligada  a  essas  proteínas).  Quando  essa  mudança  de  conformação  ocorre,  o  cálcio  sai.  Posteriormente,  o  
cálcio  é  recolhido  pelo  retículo  sarcoplasmático,  saindo  do  citoplasma.  
à  Quebra  de  paradigma:  o  ATP  não  é  usado  para  contração,  mas  para  relaxamento!  A  miosina,  na  verdade,  é  uma  enzima,  é  
uma  ATPase  (quebra  ATP).  Para  a  miosina  voltar  ao  seu  estado  inicial,  após  se  ligar  à  actina,  ela  tem  que  quebrar  o  ATP.  Com  isso,  a  
miosina  usa  a  energia  do  ATP  para  voltar  ao  seu  estado  inicial.    
  
Músculo  estriado  cardíaco	
  
Formado  por  tecido  muscular  estriado  cardíaco.  	
  
Características:   fibras   (células)   alongadas   e   ramificadas,   com   1   ou   2   núcleos   que   estão   no   centro.   Elas   possuem   estrias  
transversais.   Uma   característica   exclusiva   desse   tecido   é   a   presença   dos   discos   intercalares.   A   contração   é   rítmica,   vigorosa   e  
involuntária.  	
  
As   fibras   são   circundadas   por   uma   bainha   conjuntiva   rica   em   capilares   (vasos   sanguíneos).   Isso   porque   é   necessário   que   o  
coração  esteja  vascularizado  o  tempo  inteiro,  já  que  em  todotempo  é  preciso  chegar  oxigênio  e  nutrientes  para  ele  contrair.  	
  
O  sarcômero  é  o  mesmo  no  estriado  esquelético  e  no  cardíaco,  então  eles  contraem  do  mesmo  jeito.  A  disposição  do  sarcômero  
no  estriado  cardíaco  também  confere  o  padrão  de  claro/escuro.  Uma  das  diferenças  é  que  no  estriado  esquelético  se  tem  a  presença  
de  tríades  (um  túbulo  em  T  associado  a  dois  retículos  sarcoplasmáticos),  enquanto  no  estriado  cardíaco  o  que  normalmente  se  tem  é  
díade   (um   túbulo   em   T   associado   a   um   retículo   sarcoplasmático).   Mas   a   diferença   mais   significativa   é   a   presença   de   discos  
intercalares  no  estriado  cardíaco,  pois  essa  estrutura  vai  existir  somente  nesse  tecido.  	
  
Discos   intercalares:  complexos   juncionais,  onde  se   tem   três   tipos  de  estruturas   juncionais,  uma  seguida  da  outra:  zônulas  de  
adesão,  desmossomos  e   junções  comunicantes.  Na  comunicação  entre  uma   fibra  e  outra  há  a  presença  dos  discos   intercalares.  A  
função  dos   discos   intercalares   é   garantir   uma   contração  em  conjunto   das   células,   uma   contração  uniforme.   Isso   vai   ser   garantido,  
primeiramente,   pelo   fato   deles   permitirem   que   as   células   estejam   unidas,   pois   todas   possuem   junção   de   adesão.   Além   disso,   as  
células   ainda   possuem   as   junções   comunicantes,   onde   o   principal   composto   que   passa   nelas   é   o   cálcio.   Com   isso,   se   cálcio   for  
liberado  de  uma  célula,  ele  rapidamente  passa  para  outra  célula,  garantindo  que  todas  as  células  podem  contrair  ao  mesmo  tempo.  	
  
  
Músculo  liso	
  
Formado   por   tecido   muscular   liso.   Todas   as   vísceras,   com   exceção   do   coração,   são   formadas   pelo   músculo   liso   (estômago,  
intestino,  esôfago,  etc).	
  
Características:  células  longas  e  fusiformes,  com  um  único  núcleo  no  centro,  sem  estrias.  A  contração  é  lenta  e  voluntária.  	
  
As  células  do  músculo   liso  são  revestidas  por  uma   lâmina  basal   (como  se   fosse  a  MEC,  mas  é   tecido  conjuntivo  propriamente  
dito),  e  são  unidas  por  fibras  reticulares.    	
  
A  lâmina  basal  é  rica  em  fibras  reticulares.  Cada  célula  muscular,  através  das  proteínas  de  membrana,  está  conectada  às  fibras  
reticulares   da   lâmina   basal.   Se   uma   célula   contrai,   ela  muda   a   forma   da   lâmina   basal,   que   acaba   a   estimulando   a   contração   das  
demais  células,  de  modo  a  se  ter  uma  contração  em  conjunto  de  todas  as  células  do  músculo.	
  
O  músculo  liso  não  tem  retículo  sarcoplasmático.  Ao  invés  disso,  ele  tem  cavéolas,  que  são  vesículas  que  contêm  cálcio.  O  cálcio  
deve  ficar  aprisionado  dentro  das  cavéolas,  pois  se  ele  ficar  fora,  o  músculo  iria  contrair  o  tempo  todo,  o  que  não  pode  acontecer.  	
  
O  músculo  liso  também  possui  junções  comunicantes  para  fazer  a  comunicação  entre  as  células.  Neles,  essas  junções  não  estão  
associadas  ao  desmossomo  e  às  zônulas  de  adesão,  de  forma  que  não  forma  os  discos  intercalares.  	
  
O  músculo  liso  contém  uma  estrutura  chamada  de  corpos  densos,  que  são  aglomerados  de  proteínas  contráteis  (são  bolinhas  –  
ver  slide).  Eles  contêm  α-­actinina  (proteína  parecida  com  actina).  Esses  corpos  densos  possuem  um  papel  na  contração.  	
  
  
Como  ocorre  a  contração?  	
  
Como  não  tem  estrias,  o  músculo  liso  não  tem  sarcômero  (a  disposição  dos  sarcômeros  é  o  que  dá  o  padrão  de  estrias).  Portanto,  
como  não  tem  sarcômeros,  o  músculo   liso  não  contrai  da  mesma  maneira  que  o  estriado.  A  miosina  do  músculo   liso  é  diferente  do  
estriado  esquelético  (é  miosina  do  tipo  II).    
Os  filamentos  de  miosina  se  formam  somente  no  momento  da  contração.  Elas  ficam  enroladas,  uma  sobre  a  outra.  Ao  chegar  um  
estímulo   nervoso,   que   liga   o   neurotransmissor,   abre   o   canal   iônico   e   faz   a   despolarização   da   membrana,   o   cálcio   é   liberado   no  
citoplasma  (assim  como  ocorre  no  músculo  estriado).  Quando  o  cálcio  é  liberado,  ele  se  liga  à  miosina  e  esta,  que  estava  enrodilhada,  
se  abre,  e  fica  na  forma  de  filamento.  Com  isso,  o  sítio  de  ligação  da  miosina  fica  exposto  e  ela  consegue  interagir  com  a  α-­actinina,  
de  modo  que  uma  desliza  sobre  a  outra  e  a  célula  contrai.  	
  
Para  voltar  ao  estado  inicial,  a  miosina  quebra  o  ATP  (assim  como  no  músculo  estriado),  voltando  ao  seu  estado  enrodilhado.  	
  
Obs:  quando  a  miosina  interage  com  a  α-­actinina,  é  como  se  a  miosina  conectasse  um  ponto  a  outro  ponto,  de  modo  que  quando  
todos  os  pontos  se  aproximam,  a  célula  contrai.  A  fibra  muscular  lisa  contrai  das  bordas  para  o  centro.    
  
  
FIM  DA  PARTE  DE  HISTOLOGIA  =)

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