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Histologia veterinária básica mmorenacg@gmail.com 1 Sumário Introdução ________________ 2 Técnicas e princípios _________ 2 Microscopia óptica ou de luz ______ 3 Tecido Epitelial _____________ 3 Interdigitações _______________ 3 Junções celulares _____________ 3 Microvilosidades _____________ 4 Estereocílios ________________ 4 Cílios e flagelos ______________ 4 Tecido epitelial de revestimento ____ 4 Células caliciformes ___________ 5 Tecido epitelial glandular _________ 5 Glândulas endócrinas __________ 5 Glândulas exócrinas ___________ 5 Tecido conjuntivo ___________ 5 Células residentes ______________ 5 Células transitórias _____________ 6 Macrófago __________________ 6 Mastócito __________________ 6 Plasmócito __________________ 6 T.C. propriamente dito __________ 6 TCPD frouxo _______________ 7 TCPD denso ________________ 7 T.C. com propriedades especiais ___ 7 Tecido elástico_______________ 7 Tecido reticular ______________ 7 Tecido mucoso ______________ 7 Substância fundamental amorfa _____ 7 Tecido muscular ____________ 8 Tecido muscular estriado esquelético 8 Contração muscular ___________ 9 Tecido muscular estriado cardíaco __ 9 Tecido muscular liso ____________ 9 Tecido Nervoso ___________ 10 Neurônio ___________________ 10 Neuroglia ___________________ 10 Astrócitos _________________ 11 Oligodendrócitos ____________ 11 Micróglia __________________ 11 Cél. Ependimária ____________ 11 Bainha de mielina ______________ 11 Tecido sanguíneo ___________ 11 Hemácias ___________________ 11 Plaquetas ___________________ 12 Leucócitos __________________ 12 Granulócitos _______________ 12 Agranulócitos _______________ 12 Tecido ósseo ______________ 12 Composição celular ____________ 13 Osteoblasto ________________ 13 Osteócito _________________ 13 Osteoclasto ________________ 13 Osso longo __________________ 13 Canais e sistemas ____________ 13 Osso esponjoso _____________ 13 Ossos chatos ________________ 14 Ossificação intramembranosa _____ 14 Ossificação endocontral _________ 14 Remodelamento ósseo __________ 14 Reparo ósseo ________________ 14 Tecido cartilaginoso _________ 14 Condrócito __________________ 14 Condroblasto ________________ 14 Pericôndrio __________________ 14 Tipos de cartilagem ____________ 14 Hialina ____________________ 14 Elástica ____________________ 15 Fibrocartilagem ______________ 15 Crescimento da cartilagem _______ 15 Tecido adiposo ____________ 15 T.A. unilocular _______________ 15 T.A. multilocular ______________ 16 Anexo: __________________ 17 2 Introdução A célula é composta pela membrana celular, citoplasma, núcleo e organelas. A membrana plasmática é um envoltório celular que apresenta uma permeabilidade seletiva, proteínas de membrana e um modelo de mosaico fluido dos fosfolipídios. Formada por uma bicamada de fosfolipídios, glicolipídios e colesterol; é responsável pelo transporte de moléculas para dentro e fora da célula (propriedade seletiva). Possui proteínas da membrana (canais, receptores e glicocálice). O núcleo geralmente é localizado no centro da célula; possui forma redonda; há um em cada célula; carrega a cromatina nuclear (DNA). A sua forma, localização e quantidade pode variar em alguns casos. O nucléolo é uma estrutura localizada dentro do núcleo (toda célula o possui); possui estrutura esférica; produz ribossomos. O citoplasma, também chamado de citosol, é formado por água e outras substâncias (íons, açúcares, aminoácidos etc.) e tem consistência gelatinosa; carrega as organelas presentes na célula. Os ribossomos são produzidos no núcleo e depois ficam dispersos no citoplasma; produzem as proteínas das células (seja para compor a estrutura interna ou para uso extracelular); podem estar associados ao Retículo Endoplasmático rugoso (REr) ou livres no citoplasma. O retículo endoplasmático rugoso organiza os ribossomos para otimizar a produção de proteínas; realiza a síntese das proteínas; tem aspecto rugoso por possuir diversos ribossomos associados; é uma rede de cisternas e túbulos delimitados por membrana que acumulam substâncias. O retículo endoplasmático liso está localizado ao lado do REr; não possui ribossomos associados; sintetiza lipídios, sequestro de cálcio, síntese de hormônios esteroides e detoxificação. O complexo de golgi possui de 3 a 10 cisternas achatadas; elimina substâncias produzidas pela síntese celular: o material armazenado é excretado através de vesículas que atravessam a membrana plasmática. As mitocôndrias são delimitadas por membrana, podendo ser esféricas ou alongadas; em seu interior possui moléculas responsáveis pela produção de energia (respiração celular); possui DNA próprio. Os lisossomos são depósitos de enzimas digestivas que combatem bactérias; por sua vez, os peroxissomos são depósitos de enzimas para desintoxicação celular. Técnicas e princípios O exame histológico pode ser utilizado para diversas finalidades, como identificação de patologias, rotina clínica, cirurgias, reprodução e oncologia. A técnica utilizada para a conservação da amostra e posterior visualização no microscópio é dividida em diversas etapas, sendo elas: 1º. Fixação: Interrompe o processo de morte celular. Nesta etapa é utilizado o formol 10% para evitar a autólise e o crescimento bacteriano, além de preservar a estrutura e a composição molecular das células e endurecer o tecido. A única substância que se dissolve no formol 10% é a gordura, portanto em tecidos gordurosos observa-se um vácuo onde haveria gordura. Em casos de peças maiores é feito o processo de clivagem, que consiste em cortes no tecido para acelerar o processo e garantir a qualidade a amostra, otimizando a fixação por aumentar a superfície de contato do tecido com o formol 10%. 2º. Desidratação: Remove a água dos tecidos. É utilizado o álcool em concentrações crescentes (70%; 90%; 100%- absoluto/P.A.). 3º. Clareamento ou diafanização: Troca do álcool por xilol ou toluol no interior das células. São substâncias utilizadas por se misturarem não só com o álcool, mas também com a parafina, que é utilizada na próxima etapa. Nessa etapa as células tornam-se translúcidas, garantindo maior passagem de luz, que permite a visualização no microscópio. 4º. Impregnação: O tecido é colocado em contato com a parafina líquida dentro de uma estufa (56-60ºC). O xilol evapora do tecido e a parafina penetra no lugar dele. Depois a peça é colocada em temperatura ambiente para que a parafina solidifique, assim facilitando o corte histológico do tecido. 3 5º. Inclusão: Uma vez formado o bloco de parafina, parte é estocada e parte é cortada para a formação de lâminas. O processo de corte chama microtomia e o aparelho utilizado é o micrótomo (etapa 6). Os cortes possuem a espessura de 1 a 10 µm. 7º. Montagem: O corte é colocado sob a lâmina e esta é colocada na estufa para secar. 8º. Coloração: É feita uma etapa de desparafinização e reidratação do corte. A seguir o mesmo é corado com hematoxilina (corante azul/violeta), que possui propriedades básicas e, portanto, se fixa em porções ácidas, como o núcleo e porções do citoplasma com elevadas concentrações de RNA. Essas partes são chamadas de basofílicas. O segundo corante utilizado é a eosina (corante vermelho/rosado), que possui propriedades ácidas e se fixa as porções alcalinas das células, como colágeno, citoplasma e etc, sendo então chamados de esinofílicos. Obs: dependendo do objetivo da análise, podem ser utilizados outros métodos de coloração, como por exemplo: tricômicos, utilizados para diferenciar estruturas que são semelhantes e não se diferenciam por H&E (fibras de colágeno e fibra muscular lisa);imuno- histoquímica, utiliza anticorpos marcados com cores; impregnação por metais, a prata e o ouro são utilizados em casos em que o objetivo é visualizar estruturas pequenas e finas, especialmente da membrana. 9°. Montagem: São utilizadas gomas sintéticas ou naturais sob o tecido presente na lâmina para preservar o mesmo (lamínulas). Microscopia óptica ou de luz O microscópio é um aparelho que amplia a imagem utilizando um sistema de lentes a partir da refração da luz. Tecido Epitelial É um tecido constituído por células poliédricas, justapostas e pouca matriz extracelular, cuja função é de revestimento e de secreção. Assim, as células se aderem umas as outras, formando uma camada contínua, que se apoia em um tecido conjuntivo. Além de dividir o organismo em compartimentos funcionais, tem um importante papel na absorção de nutrientes. Ainda, alguns epitélios são compostos de células especializadas na produção e secreção de substâncias, sendo chamados de epitélios glandulares. As células epiteliais encontram-se apoiadas em uma lâmina (ou membrana) basal, que consiste em uma camada, normalmente composta por colágeno do tipo IV, presente na superfície de contato do tecido epitelial com o tecido conjuntivo. Esta é responsável por separar e prender o tecido epitelial ao conjuntivo, permitindo a passagem de diversas substâncias ou moléculas. Algumas estruturas encontradas são especializadas nas funções exercidas pelo tecido, como as responsáveis por assegurar uma forte coesão entre as células epiteliais. Interdigitações Aumenta a capacidade de adesão entre as células. Junções celulares Servem para a aderência e vedar o espaço intercelular, impedindo o fluxo livre de moléculas entre as células. Algumas junções formam canais de comunicação entre as células adjacentes. É importante lembrar que embora sejam diferentes junções, são encontras simultaneamente nas células. Zônula de oclusão É uma junção impermeável que forma um cinturão no entorno da célula, formando uma barreira protetora que impede a passagem de moléculas por entre as células epiteliais. Junção de adesão (desmossomos) Circunda toda a célula e contribui para a aderência entre as células vizinhas. É responsável pela adesão célula-célula. 4 Junção comunicante (GAP) Permite a passagem de moléculas informacionais, como hormônios, íons e etc; além de propagarem informações entre células vizinhas. O nome GAP vem do inglês que significa espaço, que seria justamente o espaço para a passagem de substâncias entre células. Microvilosidades São pequenas dobras da membrana citoplasmática, com o objetivo de aumentar a superfície de contato da célula com o meio externo, para que haja uma melhor absorção das substâncias. Estão presentes nas células epiteliais cuja função seja de absorção, como as encontradas nos intestinos e nos túbulos contorcidos do rim. Estereocílios São encontrados na região apical das células de revestimento do epidídimo e do canal deferente. É constituído por longos prolongamentos citoplasmáticos, que tem o objetivo de aumentar a superfície celular, facilitando o trânsito de moléculas para dentro e fora das células. Cílios e flagelos Diferente dos estereocílios e dos microvilos, não são prolongações do citoplasma e sim do citoesqueleto. Além disso, são estruturas móveis e alongadas, encontradas na superfície apical das células. São inseridos na membrana através dos corpúsculos basais. O movimento, que é normalmente unidirecional e coordenado, é resultado do deslizamento dos microtúbulos. Os flagelos, que em humanos existe apenas nos espermatozoides, têm uma estrutura semelhante à dos cílios, porém são mais largos. Os cílios são encontrados em epitélio respiratório e na tuba uterina. Tecido epitelial de revestimento As células do tecido epitelial de revestimento se dispõem em camadas recobrindo a superfície externa ou cavidades do corpo. De acordo com as condições funcionais locais, os epitélios de revestimento podem ter uma ou mais camadas de células. Desse modo, quando possui apenas uma camada é classificado como simples e se houver duas ou mais camadas é classificado como estratificado. Além do número de camadas, o formato das células também pode ser utilizado para classificar o tecido. Assim, as células pavimentosas, ou planas, apresentam um núcleo achatado. O epitélio simples pavimentoso é encontrado revestindo vasos linfáticos, cavidade abdominal e órgãos. Por outro lado, o epitélio estratificado pavimentoso pode apresentar duas conformações: queratinizado e não- queratinizado. O queratinizado é composto de uma camada de queratina, células mortas, que tem a função de proteger as células que estão na camada abaixo (protege de desidratação e serve como uma barreira física contra bactérias). Por sua vez, o epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado é o que não apresenta essa camada de queratina, portanto, é visto em locais que não estão sujeitos a desidratação, como em mucosas por exemplo. As células cúbicas possuem um núcleo redondo. O epitélio simples cúbico é encontrado na superfície do ovário e na parede de ductos, enquanto o epitélio estratificado cúbico é visto revestindo curtos trechos de glândulas e porções do esôfago. Por fim, as células com formato cilíndrico possuem um núcleo próximo à superfície basal da célula. Podem também ser chamadas de prismáticas ou colunar. O epitélio simples cilíndrico é visto no intestino, vesícula biliar e na tuba uterina. Por sua vez, o epitélio estratificado cilíndrico é encontrado apenas na membrana da conjuntiva do olho. Há um terceiro tipo de epitélio, que é o pseudoestratificado, assim chamado pois os núcleos são dispostos em diferentes alturas. Ainda assim, é composto por apenas uma camada e todas as células atingem a membrana basal. A diferença na altura dos núcleos dá a impressão de que o epitélio é estratificado. É visto no trato respiratório e no epidídimo. 5 Células caliciformes No trato respiratório e digestivo são encontradas células glandulares polarizadas (apenas secretam em uma porção da membrana celular) do tipo mucoso. Elas secretam mucina, que se dissolve na água formando muco. Usam tanto os mecanismos apócrino quanto merócrino para a secreção da mucina. As células caliciformes são facilmente identificadas pelo seu núcleo basal e o restante do volume celular ocupado por grandes e redondos grânulos de muco. Tecido epitelial glandular Responsável por produzir e secretar algum produto, como suor, hormônios, proteínas e etc. Esses grânulos de secreção são pequenas partículas envolvidas por membrana que possuem os produtos elaborados pelas células. As glândulas podem ser classificadas de acordo com o seu modo de eliminação da secreção, podendo ser: merócrinas (pâncreas e g. salivares), holocrinas (g. sebácea) ou apócrinas (algumas g. sudoríparas). As substâncias produzidas podem ser liberadas no meio externo ou interno, onde as células que liberam substâncias no meio externo são chamadas de exócrinas e as que liberam as substâncias no meio interno são as endócrinas. Glândulas endócrinas As glândulas endócrinas possuem apenas a porção secretora, uma vez que o produto é liberado direto na circulação. Glândulas exócrinas Possuem uma porção secretora, que é responsável por produzir as moléculas, e outra excretora, que consiste em um ducto que libera a substância no meio externo. Podem ser classificadas de acordo com o formato da porção secretora. Tecido conjuntivo É responsável pelo estabelecimento e manutenção da forma do corpo. Este papel mecânico é determinado pela matriz extracelular, que conecta as células e os órgãos dando suporte ao corpo. O materialintercelular é uma matriz repleta de substância fundamental amorfa (SFA) e fibras, onde a fibra colágena é a mais frequente, porém pode haver também fibras elásticas e reticulares. O tecido conjuntivo possui células próprias, originadas de células mesenquimais, e células transitórias, originadas de células tronco hematopoiéticas, provenientes dos vasos. Células residentes Os fibroblastos são células jovens responsáveis por sintetizar colágeno, elastina, proteoglicano, glicoproteínas estruturais e Tecido conjuntivo propriamente dito Frouxo Denso • Modelado • Não modelado Tecido conjuntivo com propriedades especiais Adiposo Elástico Reticular Mucoso Tecido conjuntivo de suporte Cartilaginoso ósseo 6 outros elementos. Assim, é considerada uma célula ativa e móvel (embora seja lenta) e com prolongações citoplasmáticas irregulares. Por sua vez, os fibrócitos são células maduras, menos ativas, em estado de latência. Caso haja um estímulo adequado, estas células são capazes de voltar a produzir intensamente fibras, voltando ao aspecto de fibroblasto. Células transitórias Macrófago Sua principal função é de fagocitar e apresentar antígenos. Encontrado no espaço intercelular, o macrófago é uma célula oriunda de um monócito que passou dos vasos sanguíneos para o tecido conjuntivo, adquirindo características morfofuncionais de um macrófago. Assim, são células de defesa especializadas em fagocitar elementos non-self (ou células danificadas). Caso um elemento seja maior que o próprio macrófago, este recruta outros, para se fundir e gerar um único macrófago gigante com diversos núcleos. Quando ocorre a fagocitose, é formada uma organela chamada de fagolisossomo, a partir da fusão do lisossomo, que possui enzimas digestivas, com o fagossomo, que é a porção com o produto fagocitado. São células distribuídas na maioria dos órgãos, podendo receber diferentes nomenclaturas de acordo com o local que é encontrado, e constituem o sistema fagocitário mononuclear. Mastócito Embora sejam amplamente distribuídos pelo corpo, são particularmente abundantes na derme e nos tratos digestivo e respiratório. Sua morfologia celular apresenta um citoplasma repleto de grânulos, que coram de forma intensa, enquanto o núcleo é pequeno, esférico e central e de difícil visualização, uma vez que frequentemente encontra-se coberto pelos grânulos do citoplasma. A principal função do mastócito é estocar mediadores químicos da resposta inflamatória, como histamina, que é vasodilatadora e estimula a liberação de suco gástrico, e heparina, que é um importante anticoagulante e estimula a angiogênese. Assim, tem um importante papel na inflamação, nas reações alérgicas e nas infestações parasitárias. Plasmócito É a forma madura dos linfócitos B, desse modo, o citoplasma é repleto de retículo endoplasmático rugoso, uma vez que são responsáveis pela produção de anticorpo (Ig). É pouco presente no tecido conjuntivo, exceto em locais sujeitos a penetração de antígenos, como na mucosa intestinal. As células de Mott são plasmócitos com muitos vacúolos repletos de anticorpos, que por sua vez, são chamados de corpúsculos de Russell. T.C. propriamente dito Pode ser classificado como frouxo, denso modelado ou denso não modelado. 7 TCPD frouxo É o tipo mais comum, suportando estruturas normalmente sujeitas a pressão e atritos pequenos. Pode ser encontrado preenchendo espaços entre grupos de células musculares, sustentando células epiteliais e formando uma camada em torno dos vasos sanguíneos, além de outros. É formado por todos os elementos estruturais típicos do TCPD, não havendo nenhuma predominância qualquer de componentes. As células mais numerosas são os fibroblastos, macrófagos, mas outros tipos celulares também estão presentes, além de fibras de colágeno e elástico, embora em menor número. Sua consistência é delicada, flexível, bem vascularizada e pouco resistente a trações. TCPD denso É um tecido adaptado para oferecer resistência e proteção aos tecidos. É formado pelos mesmos componentes do TCPD frouxo, porém, menos células são encontradas e há uma predominância de fibras colágenas. O TCPD denso é menos flexível e mais resistente à tensão, quando comparado ao TCPD frouxo. Pode ser diferenciado de acordo com a organização das fibras colágenas. Quando as fibras colágenas são organizadas em feixes sem uma orientação definida, esse tecido é classificado como denso não modelado. Uma característica desse tipo de tecido conjuntivo é a formação de uma trama tridimensional das fibras, que confere resistência às trações exercidas em qualquer direção. Um exemplo clássico é a derme profunda da pele. Quando as fibras de colágeno são dispostas em feixes paralelos uns aos outros e alinhados com os fibroblastos, esse tecido é classificado como denso modelado. Trata-se de um tecido conjuntivo que formou suas fibras colágenas em resposta às forças de tração exercidas em um determinado sentido. Os tendões são um exemplo clássico de TCPD denso modelado, apresentando estruturas alongadas e cilíndricas que conectam os músculos estriados aos ossos. T.C. com propriedades especiais Tecido elástico É um tecido conjuntivo formado por feixes espessos e paralelos de fibras elásticas, fabricadas principalmente por fibrócitos. O espaço entre as fibras elásticas é ocupado por fibras colágenas finas. São encontradas principalmente em locais que necessitam de flexibilidade. As fibras passam por três estágios de maturação: fibra oxitalâmica, que é mais resistente à tração, fibra elaunínica, que é considerada intermediária, e fibra elástica, que possui um acúmulo de elastina. Conforme vão amadurecendo, vão deixando de ser lineares e tornando-se onduladas. Tecido reticular Tem a função de suporte celular, onde as fibras se entrelaçam e formam uma rede tridimensional. As fibras reticulares são extremamente finas e seu principal componente é o colágeno do tipo II. É encontrado em órgãos linfóides e hematopoiéticos. Tecido mucoso O tecido conjuntivo mucoso é rico em SFA, sendo assim um tecido extremamente fluido e pobre em fibras. É um tecido desorganizado e amorfo, sendo encontrado em cordão umbilical, placenta e polpa de dente jovem. Substância fundamental amorfa Uma importante substância presente no tecido conjuntivo é a SFA. Vista no espaço intercelular, é uma complexa mistura de glicoproteínas e moléculas aniônicas, como proteoglicano e glicosaminoglicanos (ácido hialurônico, sulfato de condroitina, sulfato de heparana e sulfato de queratana). 8 Tecido muscular É responsável pelos movimentos corporais. As células são alongadas (em sua maioria) e com muitos filamentos citoplasmáticos, que são responsáveis pela contração. Prefixos referentes ao tecido: mio, misio ou sarco. Os miócitos são células musculares, que também podem ser conhecidas como miofibras. São divididos em três tipos, de acordo com suas características e funções, sendo estriado esquelético, estriado cardíaco ou liso. Tecido muscular estriado esquelético As principais características desse tecido são: células muito longas e com estrias transversais, multinucleadas (com núcleos na periferia) e a contração é do tipo rápida, vigorosa e voluntária. É o músculo que se prende ao esqueleto e ajuda no movimento de alavanca. Os envoltórios conjuntivos são uma película de tecido conjuntivo que envolve e invagina os músculos para levar vasos e nervos até as miofibrilas. O endomísio é a camada mais interna, que envolve cada fibra muscular, separando as células. Além de ser crucial para a nutrição, tem o papel de impedir o atrito entre as vibras e evitar danos. Externamente aoendomísio, encontra-se o perimísio, que também consiste em tecido conjuntivo que se projeta para dentro do músculo e envolve os feixes musculares. A camada mais externa que envolve o músculo é conhecida como epimísio. Conforme vão acabando os feixes musculares, o epimísio toma uma conformação de tecido conjuntivo denso modelado, formando o tendão, que é responsável por ligar o músculo ao osso. A placa motora é a conexão entre o neurônio motor e a fibra muscular, por onde é transmitido o estímulo de contração. O botão simpático é a região que ocorre essa conexão, enquanto a fenda sináptica é o espaço entre o neurônio e a fibra. As miofibrilas são um conjunto de quatro proteínas com capacidade contrátil, a actina, troponina e tropomiosina, que formam os microfilamentos finos (ou filamentos de actina), e a miosina, que é chamada de microfilamento grosso. A parte de sobreposição dos microfilamentos que dá o aspecto estriado do tecido. A unidade de contração do músculo é denominada sarcômero e compreende o espaço entre duas linhas Z. Por sua vez, a linha Z é o ponto de conexão dos filamentos de actina. A linha M é a conexão entre os filamentos de miosina, sendo, portanto, vista no meio do sarcômero. 9 As bandas são regiões do sarcômero onde podem ser notadas uma maior ou menor passagem de luz. A banda A é a região que há sobreposição dos filamentos, portanto, passa menos luz, formando uma faixa escura. A banda I, em contra partida, é uma região clara por onde passa muita luz, uma vez que é a região de sobreposição dos microfilamentos finos de actina. Por fim, a banda H é ao redor da linha M, onde ocorre a sobreposição dos filamentos de miosina. As miofibrilas possuem um sarcolema ondulado que projeta invaginações para o sarcoplasma. Em torno de cada invaginação há dois retículos sarcoplasmáticos, que juntamente com a invaginação do sarcolema, forma uma estrutura chamada de túbulo T. Contração muscular No músculo relaxado os sítios de ligação da actina com a cabeça da miosina encontram-se cobertos pela tropomiosina. Quando há a liberação de cálcio pelo retículo sarcoplasmático estimulado por um potencial de ação, os íons se conectam à troponina, mudando a sua configuração especial e empurrando os filamentos de tropomiosina para dentro do sulco da hélice de actina. Assim, os sítios de ligação da actina com a miosina se expõe e se inicia o movimento de contração muscular. Tecido muscular estriado cardíaco Os miocitos cardíacos são diferentes dependendo da localização. Os miocitos ventriculares apenas realizam contrações, enquanto os atriais também são responsáveis por liberar secreção de peptídeo atrial natriurético, que auxilia no controle da pressão arterial. Outra diferença em relação aos músculos esqueléticos é a presença de discos intercalares, que são importantes para as células contraírem juntas. As fibras de Purkinje, também chamadas de fibras de condução de impulso, são diferentes dos miocitos normais. Sua morfologia é arredondada, grande, com menos miofibrilas e mais glicogênio (importante reserva energética, pois no coração não pode faltar energia). Têm a função de manter o ritmo cardíaco e distribuir o impulso. Obs: O cérebro dita o ritmo, enquanto as fibras de Purkinje são auto excitáveis e respondem a esse estímulo. Tecido muscular liso As células são fusiformes (alargadas no meio), com um núcleo único e central, sem estrias. A contração é lenta e involuntária. As células são interligadas por junções de hiato. A contração é tortuosa, pois as fibras são dispostas em diferentes direções e se conectam ao citoplasma da membrana celular através dos corpos densos. Além disso, o tecido muscular liso pode ser do tipo unitário, que é quando as células se contraem juntas (como uma unidade- ex: intestino), ou multiunitário, quando as células se contraem de forma independente (cada célula precisa de um estímulo). 10 Tecido Nervoso A função é a de transmitir informação e sua principal célula é o neurônio. É dividido em sistema nervoso central e periférico. Neurônio É uma célula de vida longa que não possui capacidade de regeneração (exceto o olfatório e células tronco). A informação é transmitida através do impulso nervoso, que é unidirecional, sempre em direção das ramificações terminais do axônio. É dividido em pericárdio, dendrito e axônio. O pericário é o corpo celular, onde é encontrado o núcleo e as outras organelas celulares. É rico em REr, que são chamados de corpúsculos de Nissl, pois há uma elevada produção de proteínas/neurotransmissores. O nucléolo é bem destacado e grande, devido a elevada produção de ribossomos. Os dendritos são ramificações próximas ao pericárdio, que tem a função de receber a informação. Possui um elevado número de conexões com outros neurônios. Por sua vez, o axônio é a porção final do neurônio, que tem início no cone de implantação. É o axônio que conduz a informação até o botão sináptico. Suas ramificações terminais recebem o nome de telodendro. Os neurônios podem ser classificados de diversas formas, quanto à sua polaridade, seu formato do pericário, quanto à sua função e seu local. As sinapses são as comunicações neuronais, onde o neurônio que manda a informação é chamado de pré-sináptico e o que recebe é o pós-sináptico. A informação chegar no neurônio pós-sináptico tanto no seu pericário, como no seu dendrito ou até mesmo em seu axônio (não é no telodendro), sendo classificados como axossomática, axodendritica e axoaxônica, respectivamente. Neuroglia As células da glia tem a função de proteger e sustentar o sistema nervoso. Diferente dos neurônios, estas não geram/conduzem impulsos nervosos. São as principais células, em termos quantitativos, do sistema nervoso (90%). Outra diferença em relação aos neurônios é que estas células possuem potencial mitótico, ou seja, de regeneração. SNC Encéfalo Cérebro Telencéfalo Diencéfalo Tronco encefálico Mesencéfalo Ponte BulboCerebelo Medula espinhal SNP Nervos Cranianos Sensitivos Motores Viscerais (SNA) Espinhais Gânglios Polaridade Unipolar Bipolar Multipolar Pseudo- unipolar Formato do pericário Piramidal Fusiforme Globoso Estrelado Cesta Piriforme Função Aferente Eferente Interneurônio Local Central Periférico 11 São células que não conseguem ser vistas na coloração usual de H&E (apenas o núcleo), portanto usa-se a impregnação pela prata ou ouro na citologia. Existem quatro tipos de células da glia, que possuem diferentes funções: astrócitos, oligodendrócitos, micróglia e células ependimárias. Astrócitos São as maiores células do SN e possuem muitos prolongamentos. Sua função é de recobrir, sustentar e proteger o sistema nervoso central, agindo como parte da barreira hemato- encefalica. Existem dois tipos: o fibroso, que possui prolongamentos finos, alongados e menos ramificados, e pode ser encontrado na substância branca; e protoplasmático, que possui prolongamentos espessos e muito ramificados, e são encontrados na substância cinzenta. Oligodendrócitos São células satélites do sistema nervoso central, responsáveis pela formação da bainha de mielina. Essa bainha é formada a partir de um prolongamento de um oligodendrócito que recobre o axônio de um neurônio. Micróglia É a menor célula do sistema nervoso e age como o macrófago, portanto tem ação fagocitária e função de proteger o SNC. Possui prolongamentos curtos e finos, com aspecto espinhoso. Cél. Ependimária Encontram-se fora do parênquima e possuem uma morfologia cilíndrica ciliada, semelhante ao epitélio, embora não seja. Possui a função de revestir as cavidades do encéfalo e da medula, ajudando o fluido internoa fluir. Bainha de mielina Possui um conteúdo lipídico e, portanto, não pode ser vista em preparações histológicas comuns. É composta por células que revestem axônios neuronais para auxiliar na propagação do impulso nervoso. No SNC, quem realiza essa função são os oligodendrócitos, enquanto no SNP são as células de Schawnn. A principal diferença entre a forma de revestir destas células, é que as células de Schawnn se enrolam completamente em uma parte do axônio, portanto, apenas uma célula reveste parte de um neurônio. Por outro lado, os oligodendrócitos tem diferentes prolongamentos formando partes da bainha de diferentes neurônios. Os espaços entre as partes da bainha de mielina são chamados de nódulos de Ranvier, que fazem com que o impulso seja transmitido de forma saltatória. Tecido sanguíneo O sangue é um tecido conjuntivo com propriedades especiais, composto por 55% de plasma (92% H2O e 8% matéria seca), 45% de hemácias e <1% de leucócitos e plaquetas. Hemácias Também chamados de eritrócitos ou glóbulos vermelhos, possuem formato de disco bicôncavo, sendo anucleados em mamíferos e com propriedades acidófilas. Um mamífero possui em média 4 milhões de hemácias por l de sangue. A função delas é transportar oxigênio e gás carbônico. 12 O baço é o responsável por eliminar as hemácias velhas. A vida média das hemácias varia de acordo com a espécie animal. A eritropoiese é o processo de formação das hemácias, onde a célula precursora das hemácias é o reticulócito. Plaquetas Não são células, apenas debris celulares, cuja função é participar do processo de coagulação sanguínea. São originadas de células chamadas de megacariócitos, que jogam fragmentos do seu citoplasma na circulação sanguínea. O processo de formação das plaquetas é chamado de trombopoiese. Leucócitos São as células de defesa do corpo, também conhecidos como glóbulos brancos, são separados em duas classes: granulócitos e agranulócitos, devido a presença ou não de grânulos em seu interior. Granulócitos Neutrófilo É o leucócito mais numeroso na circulação sanguínea e é considerado a primeira linha de defesa do sistema imune. Morfologicamente possui o núcleo segmentado (de 3-4 lobos). Os grânulos possuem enzimas digestivas com ação hidrolíticas e antibacteriana. Estes possuem um pH neutro, por isso não se coram normalmente (exceto coelhos, cobaios, aves, répteis e anfíbios, que são vermelhos por serem heterófilos). Eosinófilo Os grânulos se coram em vermelho, por serem eosinofílicos. Os grânulos variam de acordo com a espécie animal, sendo um indicativo de qual espécie está sendo analisada: Cavalos – enormes; Cachorros – pontos redondos que variam de tamanho; Gatos – bastões todos do mesmo tamanho; Ruminantes – apenas grânulos pequenos; Suínos – muito semelhante ao de cachorro, sendo difícil diferenciar. Basófilo É uma célula rara cuja função ainda não é bem esclarecida. Seu aumento costuma estar associado com o aumento de eosinófilo, levantando a hipótese de estar associada com processos alérgicos. Agranulócitos Monócito Maior célula encontrada na circulação. O núcleo é pleomórfico. É a célula responsável por se tornar macrófago fora da circulação. Linfócitos É o agranulócito mais frequente, diferenciando-se pelo seu núcleo que ocupa quase todo o citoplasma. Participa da resposta imunológica adaptativa, além de possuir diversas outras funções. Tecido ósseo É um tipo especializado de tecido conjuntivo, formado por células e material intercelular calcificado (matriz óssea). É formado 50% por matéria orgânica, onde 95% são fibras colágenas e SFA que conferem flexibilidade, e 50% de matéria inorgânica, sendo íons fosfato e cálcio em forma de cristas de hidroxiapatita os mais comuns. Estes cristais de hidroxiapatita formam finas agulhas arrumadas ao longo das fibras de colágeno e envolvidas por SFA, conferindo resistência e rigidez ao osso. A presença da matriz mineralizada torna o tecido ósseo difícil de ser cortado no micrótomo, por isso são usadas duas técnicas especiais: 1º. Utilização de enzimas digestivas (ácidas) que agem no cristal de hidroxiapatita, removendo a porção inorgânica; 2º. Polir o osso, mantendo a matéria inorgânica. 13 Composição celular Osteoblasto Células jovens que compõe uma camada única de células na superfície óssea. Quando ativos são cuboides e basófilos, quando não, são achatados. Apresentam prolongamentos citoplasmáticos, que ligam uns aos outros (junções comunicantes). São os produtores de osteóide (matriz não mineralizada composta apenas por colágeno e proteoglicanos) e participam da mineralização da mesma (concentram fosfato de cálcio no citoplasma). A matriz sintetizada se deposita ao seu redor. Uma vez que o osteoblasto se torna totalmente envolto pela matriz mineralizada, este torna-se um osteócito. Osteócito Ocupam as cavidades na matriz óssea (lacunas) e se comunicam por seus prolongamentos (transporte de nutrientes e metabólitos entre eles e os vasos). São responsáveis pela manutenção da matriz óssea. Seu formato é alongado e os seus prolongamentos se situam em canalículos. Osteoclasto É uma célula globosa, multinucleada e móvel, originada de monócitos do tecido sanguíneo. São encontradas nas superfícies ósseas e responsáveis pela reabsorção óssea através da secreção de enzimas que atacam a parte orgânica da matriz e ácidos orgânicos que promovem a descalcificação focal da matriz (lacunas de erosão/howship). Depois da erosão óssea, os osteoblastos inativos irão voltar para o formato cúbico e iniciarão o processo de síntese da matriz. Osso longo Os ossos longos são divididos em diáfise (corpo) e epífise (extremidades). O periósteo é uma camada de tecido conjuntivo denso não modelado ao redor do osso que possui a função de nutrir e fornecer novos osteoblastos para o crescimento e reparação do tecido ósseo. O endósteo é similar ao periósteo, a diferença consiste na localização, uma vez que este reveste a porção interna do osso. As células do periósteo têm importante papel no crescimento ósseo e na reparação de fraturas. Além disso, os vasos sanguíneos do periósteo se ramificam e penetram nos ossos através da matriz. O periósteo é dividido em duas camadas, sendo uma fibrosa que é mais externa e rica em fibras colágenas e elásticas, onde as fibras de Sharpey são encontradas (feixes de fibras colágenas que penetram o tecido ósseo e o protege, além de levar irrigação e inervação). A outra camada de periósteo é a osteogênica, que é mais interna e composta por células osteogênicas que podem se multiplicar e gerar osteoblastos; ou seja, as células tronco do periósteo osteogênico têm a função de repor osteoblastos para o tecido ósseo. Canais e sistemas Os vasos sanguíneos penetram no osso através dos canais perfurantes (de Volkmann), além de também levarem inervação através deles. Ao longo do osso são vistos diversos canais centrais (de Havers) que seguem na vertical. Estes cominicam-se entre si com a cavidade medular e com a superfície externa do osso através dos canais horizontais, que são os perfurantes de Volkmann. O sistema circunferencial é dividido em interno e externo, que consiste em parte da parede do osso. Além disso, possui também as lamelas circunferenciais, sistemas intermediários e os sistemas de Havers (ósteon), que é um conjunto ao redor dos canais de Havers. Osso esponjoso Apresenta espaços medulares mais amplos, formado por várias trabéculas, que dão um aspecto esponjoso/poroso ao tecido. Não possui canal de Havers e as lamelas não são 14 organizadas. Além disso, as células têm mais espaço entre elas, deixando o osso mais flexível. Sua função é absorverimpacto nas epífises de ossos longo. Ossos chatos Nos ossos chatos a disposição de lamelas não forma sistemas, sendo compostas por camadas de ossos compactos e possuem uma tábua externa e uma interna, que são separadas por tecido ósseo esponjoso. Ossificação intramembranosa Dentro do tecido conjuntivo (células progenitoras), ocorre no interior de uma membrana conjuntiva. Processo formador dos ossos frontal, parietal e de partes do occipital. Contribui também para o crescimento dos ossos curtos e crescimento em espessura de ossos longos. Ossificação endocontral Tem inicio sobre uma peça de cartilagem hialina, de forma parecida com a do osso que irá se formar, mas de menor tamanho. Esse tipo de ossificação é o principal responsável pela formação dos ossos curtos e longos. Remodelamento ósseo Processo fisiológico para a disponibilização de Ca2+ controlado por hormônios (paratireoide e calcitonina). Visto também em casos de lesões e traumas. O crescimento dos ossos consiste na formação de tecido ósseo novo associado à reabsorção parcial do tecido já formado. Desse modo, os ossos conseguem manter sua forma enquanto crescem. Reparo ósseo Quando fraturados, os ossos se reconstituem graças às células do periósteo e do endósteo. Nas fraturas ocorre sempre hemorragia local, pela lesão dos vasos sanguíneos do osso e do periósteo. Nota-se também a destruição da matriz óssea e morte de células ósseas no local fraturado. Assim, no local de reparo podem ser encontrados ao mesmo tempo áreas de ossificação intramembranosa e de ossificação endocondral. Tecido cartilaginoso É uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida, que serve de suporte para tecidos moles, de revestimento de superfícies articulares e na formação e no crescimento de ossos longos na vida intra- uterina e logo após o nascimento. É um tecido avascularizado, alinfático e aneural, formado por condroblastos, condrócitos, matriz extracelular, pericôndrio e outros. Condrócito Célula madura da cartilagem, responsável pela manutenção da matriz produzida pelo condroblasto. Fornece novas células para a cartilagem através da divisão celular. Condroblasto Célula mais jovem da cartilagem que possui morfologia achatada e muitos REr, uma vez que prudiz muitas proteínas na forma de fibras colágenas. Pericôndrio Como não possui vaso sanguíneo ou nervos, o tecido cartilaginoso é envolto pelo pericôndrio, que é um tecido conjuntivo responsável por nutrir o tecido cartilaginoso. Tipos de cartilagem Hialina É o tipo mais abundante do corpo, encontrado no septo nasal, traqueia, brônquios e etc. A matriz celular possui delicadas fibras constituídas principalmente por colágeno do tipo II. É o tecido responsável por formar o esqueleto primário do embrião, que posteriormente é substituído pelo esqueleto ósseo. Além disso, está presente no disco epifisário, que é responsável pelo crescimento do osso em extensão (pós-parto). Os grupos isógenos são ninhos celulares compostos por números pares de células (2, 4, 8) que se dividem dentro da cartilagem. Todos foram gerados por um condroblasto que realizou mitose. A matriz da cartilagem hialina pode ser dividida em três tipos: a pericelular, que está 15 presente ao redor das células e é composta por proteoglicano; a territorial, que é o território da matriz ao redor de um território de células, composta por colágeno e SFA; e a interterritorial, que está entre os territórios da célula, composta por colágeno e proteoglicanos. O pericôndrio envolve todas as peças de cartilagem hialina, exceto nas articulações. Sua integridade é essencial, pois é a fonte de novos condroblastos para o crescimento, além de ser responsável pela nutrição, oxigenação e eliminação de metabólitos do tecido. A irrigação limitada da cartilagem a torna muito susceptível a degeneração, sendo comum a calcificação em alguns casos. A regeneração é incompleta e dificultosa. O motivo da cartilagem articular não possuir pericôndrio é que este possui um aspecto áspero e, neste caso, a cartilagem precisa ser lisa para o osso deslizar. A nutrição ocorre através do líquido sinovial presente. Elástica Possui muitas fibras de elastina em sua matriz, sendo mais flexível que a cartilagem hialina. A presença de elastina confere uma coloração amarelada ao tecido. Assim como a cartilagem hialina, a elástica também possui pericôndrio. A única diferença entre os dois tipos de cartilagem é que a elástica possui fibra elástica (mais que os outros componentes que também estão presentes na cartilagem hialina). Desse modo, quando corado por H&E, ambas são iguais. É preciso utilizar um corante específico, que permite a visualização das fibras elásticas, para diferenciar os dois tipos de cartilagem. Pode ser vista na orelha e epiglote. Fibrocartilagem Resistente a tensões, se caracteriza pela presença de feixes de colagem tipo I. é um tecido que possui a característica de TCPD e cartilaginoso. Pode ser encontrado em suturas articulares, articulação do joelho em cavalos e discos intervetebrais. Neste tipo de tecido cartilaginoso, o tecido conjuntivo encontra-se entranhado à fibrocartilagem, portanto não há pericôndrio. O esqueleto cardíaco presente em determinadas espécies, como nos caninos, pode ser de fibrocartilagem, que tem como função prender/sustentar as válvulas cardíacas. Crescimento da cartilagem O crescimento do tecido pode ocorrer de duas formas: intersticial ou aposicional. O crescimento intersticial ocorre “de dentro para fora”, onde os condrócitos presentes na matriz realizam mitose e aumentam o número de células, fazendo com que a matriz cresça. Por sua vez, o crescimento aposicional ocorre “de fora para dentro”, onde os fibroblastos presentes no pericôndrio tornam-se condroblastos e começam a produzir matriz. Posteriormente, estes condroblastos tornam-se condrócitos. Tecido adiposo É um tipo especial de tecido conjuntivo composto majoritariamente de células adiposas, os adipócitos. É o maior deposito de energia, na forma de triglicerídeos, do corpo. As células hepáticas e os músculos esqueléticos também acumulam gordura, porém é sob a forma de glicogênio. É um tecido muito influenciado por estímulos nervosos e hormonais, que tem a função de depósito de energia, modelamento superficial, absorção de impacto e isolamento térmico. Além disso, o tecido adiposo preenche o espaço entre outros tecidos e mantém os órgãos em suas posições corretas. T.A. unilocular É o tecido amarelo/branco, regularizado/remodelado por hormônios. Esse tecido forma o panículo adiposo, que é a parte controlada pelos hormônios sexuais e pelos hormônios adrenocorticais. 16 Secreta duas substancias uma chamada de leptina e a outra lipase lipoproteinca, que têm a função de quebrar gordura e mandar para o sangue, onde é processada e gera energia. T.A. multilocular Altamente vascularizado, é um tecido responsável por gerar energia a partir da quebra de triglicerídeos. Desse modo, as suas células possuem muitas mitocôndrias. É muito comum em filhotes, pois estes não possuem regulação térmica, e em animais que hibernam (glândula hibernante). Produz calor a partir da aceleração da lipólise e oxidação dos ácidos graxos, assim é produzido calor e não ATP. 17 Anexo:
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