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Epidemiologia – Características dos agentes etiológicos das doenças Postulado de henle-koch: Determina que para ser considerado um agente etiológico, o microrganismo deve preencher os seguintes requisitos: Deve estar presente em todos os casos da doença; Não deve ocorrer em outras doenças como parasita ocasional e não patogênico; Deve ser isolado em cultura pura a partir de materiais colhidos do indivíduo doente, repassando repetidamente e quando inoculado, induzir a mesma doença a outros indivíduos. Teoria da multicausalidade: Interação entre o ambiente, o agente e o hospedeiro. Infectividade: Quanto maior a infectividade do bioagente, maior sua capacidade de se propagar rapidamente na população. Infectividade = N.º indivíduos infectados / pop X 100 N.º total de indivíduos / pop Patogenicidade: Proporção de indivíduos doentes em relação aos infectados. Patogenicidade = N.º de doentes X 100 N.º de infectados Agentes de maior patogenicidade determinam, na população infectada, elevada proporção de casos clínicos da enfermidade. Virulência: Diz respeito à severidade das manifestações clínicas. Calculada experimentalmente pela DL50. Na prática, podemos ter uma ideia pela taxa de letalidade. Sofre influência de: -Espécie hospedeira;Agentes de alta virulência determinam casos graves e fatais da doença. -Fatores de resistência natural; -Estirpe do agente etiológico; -Carga infectante e etc. Capacidade imunogênica: Habilidade que o bioagente possui em provocar uma resposta imune mais ou menos protetora no hospedeiro. Agentes com elevada capacidade imunogênica Imunidade forte e prolongada. Agentes com reduzida capacidade imunogênica Imunidade fraca e de curta duração. Variação antigênica: Se deve a mutações, que podem ou não favorecer o bioagente. A maioria das mutações são deletérias, mas uma única mutação benéfica pode ser fundamental para o sucesso de um agente etiológico. Ex: Resistência bacteriana a antibióticos. Resistência ao meio ambiente: Capacidade do agente etiológico de suportar as condições ambientais, em ausência de parasitismo. Quanto maior a resistência às condições ambientais, maior seu sucesso na natureza. Agentes que esporulam são os mais resistentes entre os bioagentes de doenças. Especificidade de hospedeiro: Capacidade do agente etiológico em se adaptar a um menor ou maior número de espécies hospedeiras. Quanto menor for a especificidade de hospedeiros, maiores as chances de sucesso do agente etiológico na natureza. Persistência: Capacidade de um determinado agente etiológico em, uma vez inserido em uma população hospedeira, nela permanecer por períodos mais ou menos prolongados. Se deve à combinação das diferentes características citadas anteriormente. Para um agente apresentar persistência elevada, deve possuir: 1-Infectividade elevada; 2-Alta resistência; 3-Alta variação antigênica; 4-Patogenicidade reduzida; 5-Baixa virulência; 6-Baixa capacidade imunogênica; 7-Baixa especificidade de hospedeiro. O agente etiológico procura sempre: Adaptar-se ao parasitismo do maior número possível de espécies hospedeiras para se perpetuar na natureza; Estabelecer um relacionamento menos agressivo ou mesmo utilizar-se de inverterbrados, no organismo dos quais pode permanecer muitas vezes, indefinidamente, por um processo de transmissão vertical transovariana (a fêmea transmite o agente para os ovos antes da postura); Adquirir formas de resistência, no ambiente, que lhe permitam sobreviver em ausência de parasitismo; Criar mecanismos capazes de iludir os recursos de defesas do hospedeiro.