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Brasília-DF. Peelings Químicos e mecânicos e introdução à cosmetologia aPlicada à Biomedicina estética Elaboração Taís Amadio Menegat Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8 UNIDADE I COSMETOLOGIA ................................................................................................................................... 9 CAPÍTULO 1 HISTÓRIA E INTRODUÇÃO À COSMETOLOGIA ........................................................................... 9 CAPÍTULO 2 COMPOSIÇÃO DOS COSMÉTICOS ......................................................................................... 20 CAPÍTULO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS COSMÉTICOS DE ACORDO COM SUA FUNÇÃO ................................... 47 CAPÍTULO 4 LENDO AS EMBALAGENS ........................................................................................................ 68 CAPÍTULO 5 FOTOPROTEÇÃO .................................................................................................................... 72 CAPÍTULO 6 COSMETOLOGIA NA HLDG..................................................................................................... 83 CAPÍTULO 7 ATIVOS PARA CONTROLE PIGMENTAR ..................................................................................... 88 CAPÍTULO 8 COSMÉTICOS PARA ACNE ...................................................................................................... 97 CAPÍTULO 9 COSMÉTICOS NO TRATAMENTO ANTI-AGING E ESTRIAS ......................................................... 102 CAPÍTULO 10 FATORES DE CRESCIMENTO .................................................................................................. 111 UNIDADE II PEELING QUÍMICO E MECÂNICO ...................................................................................................... 118 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 118 PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 164 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 165 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Praticando Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. 7 Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução Convido-os a vir mergulhar no mundo mágico da Cosmetologia. Nas próximas páginas você poderá aprender como agregar todos os benefícios dos cosméticos e dos peelings químico e mecânico em distúrbios como: anti-aging, estrias, olheiras, hipercrômia, entre outras disfunções. A técnica aplicada nesta apostila é o modelo mais atual do mercado. Objetivos » Promover o conhecimento fisiológico, farmacológico e terapêutico dos cosméticos. » Compreender mecanismo de ação dos peelings. » Compreender método de aplicação dos cosméticos e ácidos na estética. 9 UNIDADE ICOSMETOLOGIA CAPÍTULO 1 História e introdução à Cosmetologia A história da Cosmetologia remonta há, pelo menos, 30.000 anos. Os homens da pré-história classificavam animais e plantas como seguros e nocivos. A humanidade descobriu muito cedo, em sua busca por alimentos, que vários vegetais fazem mal ao organismo (GALEMBECK; CSORDAS, 2015). Essa propriedade foi explorada ao se extraírem venenos de animais e plantas e usá-los para caçar e guerrear. Ao mesmo tempo, o homem das cavernas utilizava corantes naturais para tatuagens, explorava o veneno de animais e toxinas de plantas para caçar. Rituais tribais praticados pelos aborígines dependiam muito da decoração do corpo para proporcionar efeitos especiais, como a pintura de guerra. A religião era, também, uma razão para o uso desses produtos. Cerimônias religiosas, frequentemente empregavam resinas e unguentos de perfumes agradáveis. A queima de incenso deu origem à palavra perfume, que no latim quer dizer “através da fumaça” (SCHULMAN, 2004). Nos anos de 1950, políticas de incentivo trouxeram para o Brasil empresas multinacionais gigantescas, como a americana Avon e a francesa L’Oréal. Essas empresas lançaram novidades como a venda direta e produtos para o público masculino. A maquiagem básica, que se compunha de pó-de-arroz e batom, foi se diversificando e se sofisticando. (SCHULMAN, 2004). Nos anos de 1990, o tempo entre a aplicação do cosmético e o aparecimento doefeito prometido na bula diminui de 30 dias para menos de 24 horas. Surgem os cosméticos multifuncionais, como batons com protetor solar e hidratantes antienvelhecimento. Nesse início do século 21, os alfa-hidroxiácidos, utilizados em cremes para renovar a pele, começam a ser substituídos por enzimas, mais eficazes. Outra tendência é a descoberta de novas matérias-primas contendo várias funções. No momento atual, 10 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA as pesquisas avançam na direção da manipulação genética para melhorar a estética (GALEMBECK; CSORDAS, 2015). Hoje, a indústria de cosméticos é extremamente importante dentro da economia de grande parte dos países mais desenvolvidos, dentre os quais se inclui o Brasil, contribuindo para a geração de empregos e a redução de desigualdades regionais, por meio da exploração sustentável de várias espécies do nosso bioma, especialmente na Amazônia. A sociedade vem exigindo a adoção de tecnologias de produção limpas, econômicas e ambientalmente corretas que, por sua vez, requerem um enorme e entusiástico esforço de estudantes, professores, pesquisadores e engenheiros, na Universidade e na Indústria, na busca de ingredientes diferenciados, naturais e competitivos e de processos de formulação inovadores (HERNANDEZ; MERCIER- FRESNEL, 1999). Definições » Cosmetologia: ciência que estuda os cosméticos, abrangendo desde a concepção de matérias-primas até a venda e aplicação dos produtos elaborados. É uma atividade multidisciplinar que envolve conhecimentos de física, química, biologia e algumas áreas humanísticas. » Cosméticos: substâncias, misturas ou formulações de aplicação local, fundamentadas em conceitos científicos, destinados ao cuidado e embelezamento da pele humana e seus anexos, sem prejudicar as funções vitais, causar irritações, sensibilizar ou provocar fenômenos secundários indesejáveis, atribuídos à sua absorção. » Cosmecêutico: nos últimos anos surgiram produtos que têm funções mais complexas do que a limpeza ou o embelezamento. Estão sendo chamados pelos fabricantes de cosmecêutico, dermocosméticos, cosmético funcional ou ainda cosmético de desempenho. Trata-se de formulações de uso pessoal que atuam beneficamente sobre o organismo, causando modificações positivas e duráveis na saúde da pele, mucosas e couro cabeludo. São muitos produtos diferentes, que usam muitas substâncias químicas como matérias-primas – colágeno e elastina, cafeína, nano compósitos de ouro, retinóis, estrógenos e várias outras. Exemplos: minoxidil a 2%, ácido retinoico e α-hidroxiácidos (com finalidade antienvelhecimento) (GALEMBECK; CSORDAS, 2015). 11 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I Legislação Brasileira – órgãos e entidades Órgãos e entidades relacionados à área de Cosmetologia » Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA: criada pela Lei no 9.782, de 26/1/1999. Promove a proteção da saúde da população pelo controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, processos, insumos e tecnologias a eles relacionados. » Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial: criado pela Lei no 5.966, de 11/12/1973. Realiza trabalhos inerentes à metrologia legal; fiscaliza e verifica os produtos na embalagem final. » Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor: criada pela Lei no 8.078, de 11/9/1990. Orienta os consumidores acerca de seus direitos. A Lei obriga os fornecedores a manter amostras sem lacre dos produtos à venda, para exame do consumidor. A área da Cosmetologia é regida por algumas leis básicas que estabelecem normas para nomenclatura, fabricação e comercialização de produtos cosméticos. » Registro de produtos/nomenclatura única para ingredientes – Portaria no 296, de 16/4/1998 (art. 1o): para efeito de registro ou de alteração de registro de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, devem ser adotadas, complementarmente à nomenclatura original, as nomenclaturas mencionadas nos itens seguintes: › As substâncias corantes devem estar acompanhadas do número do Color Index correspondente. › Os ingredientes de origem vegetal devem estar acompanhados da denominação botânica do Sistema Linné. › Para as demais substâncias, deve ser utilizada a nomenclatura do INCI (International Nomenclature Cosmetic Ingredient). › No caso de substância não catalogada, deve-se utilizar nomenclatura de referência internacional e o interessado deve apresentar à Secretaria de Vigilância Sanitária a literatura bibliográfica correspondente. 12 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA » Manual de Boas Práticas de Fabricação – Portaria no 348, de 18/8/1997: determina a todos os estabelecimentos produtores de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes o cumprimento das diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico – Manual de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. » Resolução no 79, de 28/8/2000: lista de conservantes, corantes permitidos, filtros UV permitidos, lista restritiva e lista de substâncias de uso proibido. » Resolução RDC no 38, de 21/3/2001: regulamenta produtos cosméticos de uso infantil. » RDC no 48, de 16 de março de 2006: lista as substâncias que não podem estar contidas em formulações cosméticas, independentemente da concentração. » RDC no 47, de 16 de março de 2006: traz a relação de filtros solares permitidos em formulações cosméticas e a concentração máxima de uso permitida para cada uma delas. » RDC no 215, de 25 de julho de 2005: compreende a lista das substâncias que esses produtos podem contar desde que obedeçam à concentração limite e condições impostas pela referida RDC. Classificação da Cosmetologia A Resolução RDC no 79, de 28 de agosto de 2000, classifica os produtos cosméticos quanto ao grau de risco. » Grau I (risco mínimo): produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes que se caracterizam por possuírem propriedades básicas, ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto. » Grau II (risco potencial): produtos de higiene pessoal, cosméticos cuja formulação possua indicações específicas, com características que exijam comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso. 13 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I Abaixo segue quadro 1, com as categorias e grau de risco. Quadro 1. Categoria grau de risco. CATEGORIA: PRODUTO DE HIGIENE Sabonetes (líquidos, gel, cremoso ou sólido) GRUPO GRAU Sabonete facial e/ou corporal 1 Sabonete abrasivo/esfoliante 1 Sabonete antisséptico 2 Sabonete desodorante 1 Outros a definir Produtos para higiene dos cabelos e couro cabeludo (líquido, gel, creme, pós ou sólido) GRUPO GRAU Xampu 1 Xampu condicionador 1 Xampu para lavagem a seco 2 Xampu anticaspa 2 Creme rinse 1 Enxaguatório capilar 1 Condicionador 1 Condicionador anticaspa 2 Enxaguatório capilar anticaspa 2 Outros produtos para higiene dos cabelos e couro cabeludo a definir Produtos para higiene dental e bucal (líquidos, gel, cremoso, sólido ou aerossol) GRUPO GRAU Dentifrício 1 Dentifrício antiplaca 2 Dentifrício anticárie 2 Dentifrício clareador (mecânico) 1 Dentifrício clareador (químico) 2 Dentifrício para fumantes 1 Enxaguatório antisséptico 2 Enxaguatório aromatizante 1 Aromatizante bucal 1 Outros produtos para higiene dental e bucal a definir Produtos desodorantes e/ou antitranspirantes, perfumados ou não (líquidos, gel, cremoso, sólido ou aerossol) GRUPO GRAU Desodorante axilar 1 Desodorante corporal 1 Desodorante perfumado 1Desodorante colônia 1 Desodorante íntimo 2 Desodorante pédico 1 Desodorante antitranspirante/antiperspirante axilar 2 Desodorante antitranspirante/antiperspirante pédico 2 14 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA Antitranspirante/antiperspirante axilar 2 Antitranspirante/antiperspirante pédico 2 Outros a definir Produtos para barbear, com ou sem espuma (líquidos, gel, cremoso, sólido ou aerossol) GRUPO GRAU Loção pré-barbear 1 Creme para barbear 1 Barra/bastão pré-barbear 1 Gel para barbear 1 Espuma para barbear 1 Loção para barbear 1 Barra/bastão para barbear 1 Outros a definir Produtos para após barbear alcoólicos ou não (líquido, gel, creme) GRUPO GRAU Creme após barbear 1 Loção após barbear 1 Gel após barbear 1 Outros a definir CATEGORIA: COSMÉTICO Produtos para lábios GRUPO GRAU Batom 1 Brilho labial 1 Lápis labial 1 Protetor labial sem fotoprotetor 1 Outros a definir Produtos para áreas dos olhos (exceto globo ocular) GRUPO GRAU Sombra para as pálpebras 1 Máscara para cílios 1 Lápis 1 Kajal 1 Delineador 1 Creme para área dos olhos 2 Gel para área dos olhos 2 Loção para área dos olhos 2 Outros a definir Produtos antissolares GRUPO GRAU Protetor labial com fotoprotetor 2 Protetor solar 2 Bloqueador Solar 2 Outros a definir 15 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I Produtos para bronzear GRUPO GRAU Bronzeador 2 Ativador de bronzeado 2 Bronzeador simulatório 2 Moderador 2 Outros a definir Produtos para tingimento dos cabelos GRUPO GRAU Tintura temporária 2 Tintura progressiva 2 Tintura permanente 2 Xampu colorante 2 Enxaguatório colorante 2 Outros a definir Produtos para clarear os cabelos GRUPO GRAU Descolorante 2 Clareador dos cabelos 2 Água oxigenada 10 a 40 vol. (incluídas as cremosas, exceto os produtos oficinais) 2 Outros a definir Produtos para clarear os pelos do corpo 2 Produtos para ondular os cabelos Permanente 2 Outros a definir Produtos para alisar os cabelos GRUPO GRAU Alisante 2 Alisante com tingimento 2 Outros a definir Neutralizantes capilares GRUPO GRAU Neutralizante para permanente 1 Neutralizante para alisante 1 Outros a definir Produtos para modelar e assentar os cabelos GRUPO GRAU Condicionador 1 Fixador 1 Laquê 1 Brilhantina 1 Óleo 1 Mousse 1 Outros a definir 16 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA Produtos de higiene bucal GRUPO GRAU Fio e fita dental 1 Outros a definir Produtos correlatos de higiene GRUPO GRAU Lenço umedecido 1 Demaquilantes 1 Demaquilante para área dos olhos 2 Outros a definir Pós corporais (perfumados ou não) GRUPO GRAU Talco 1 Talco antisséptico 2 Polvilho 1 Polvilho desodorante 1 Talco desodorante 1 Polvilho antisséptico 2 Outros a definir Cremes de beleza (perfumados ou não, incluindo os géis) GRUPO GRAU Creme para pernas 1 Creme para o rosto 1 Creme para o rosto com fotoprotetor 2 Creme para rugas 2 Creme para pele acneica 2 Creme clareador de pele 2 Creme para as mãos 1 Creme para as mãos com fotoprotetor 2 Creme para o corpo 1 Creme para o corpo com fotoprotetor 2 Creme para celulite/estrias 2 Creme para os pés 1 Creme de limpeza facial 1 Creme esfoliante “peeling” (mecânico) 1 Creme esfoliante “peeling” (químico) 2 Máscara corporal 1 Outros a definir Máscaras faciais (líquido, creme, gel e sólido) GRUPO GRAU Máscara coloidal 1 Máscara argilosa 1 Máscara plástica 1 Máscara esfoliante “peeling” (mecânico) 1 Máscara esfoliante “peeling” (químico) 2 Outros a definir 17 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I Loções de beleza (alcoólicas ou não, emulsionadas ou não, incluídos os “leites”) GRUPO GRAU Loção para o corpo 1 Loção para o corpo com fotoprotetor 2 Loção para celulite/estrias 2 Loção para rugas 2 Loção para pele acneica 2 Loção clareadora de pele 2 Loção para o rosto 1 Loção para o rosto com fotoprotetor 2 Loção para os pés 1 Loção para as mãos 1 Loção para as mãos com fotoprotetor 2 Loção de limpeza facial 1 Loção tônica facial 1 Outros a definir Óleos GRUPO GRAU Óleo amaciante para o corpo 1 Óleo para massagem 1 Óleo perfumado para o corpo 1 Outros a definir Produtos para maquilagem facial GRUPO GRAU Base líquida 1 Base cremosa 1 Blush cremoso 1 Blush pó (compacto ou não) 1 Rouge (compacto ou não) 1 Corretivo facial 1 Pó solto 1 Pó compacto 1 Outros a definir Produtos para cuidado dos cabelos e do couro cabeludo GRUPO GRAU Tônico capilar 2 Loção capilar 2 Máscara capilar 1 Outros a definir a definir Depilatórios (cera, creme, líquido) GRUPO GRAU Depilatório (mecânico) epilatório 1 Depilatório (químico) 2 Outros a definir 18 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA Produtos para unhas e cutículas GRUPO GRAU Esmalte/verniz 1 Brilho para unhas 1 Removedor de esmalte 1 Removedor de cutícula 2 Removedor de mancha de nicotina (mecânico) 1 Removedor de mancha de nicotina (químico) 2 Produto para evitar roer unhas 2 Clareador para unhas (mecânico) 1 Polidor de unhas 1 Fortalecedor de unhas 1 Secante de esmalte 1 Clareador para as unhas (químico) 2 Outros a definir Repelentes GRUPO GRAU Repelentes de insetos (tópico) 2 Outros a definir CATEGORIA: PRODUTOS DE USO INFANTIL GRUPO GRAU Óleos 2 Loções GRUPO GRAU Loção de limpeza/higienizante 2 Loção protetora 2 Creme protetor 2 Produtos para higiene dos cabelos Xampu 2 Xampu condicionador 2 Enxaguatórios capilares 2 Condicionador 2 Produtos para higiene bucal GRUPO GRAU Creme 2 Gel 2 Enxaguatório bucal 2 Sabonetes (sólido ou líquido) 2 Lenço umedecido para higiene 2 Pós GRUPO GRAU Talco 2 Amido 2 Protetores solares (creme, loção, gel) 2 Colônias (hidroalcoólicas ou não) 2 Fita dental 2 Fio dental 2 19 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I CATEGORIA: PERFUME Produtos para banho/imersão GRUPO GRAU Sais 1 Óleo 1 Cápsula gelatinosa 1 Banho de espuma 1 Outros a definir Lenços perfumados GRUPO GRAU Lenço perfumado 1 Extratos Extrato alcoólico 1 Extrato oleoso 1 Águas perfumadas, águas de colônia, loções e similares GRUPO GRAU Líquida 1 Cremosa 1 Perfume Líquido 1 Cremoso 1 Semissólido 1 Sólido (bastão) 1 Odorizantes de ambiente 1 Outros produtos de perfumaria a definir Fonte: Resolução RDC no 79, de 28 de agosto de 2000. Tensoativos Substâncias naturais ou artificiais que podem reduzir a tensão superficial dos líquidos ou influenciam a superfície de contato entre dois líquidos. São feitos de moléculas nas quais uma das metades é solúvel em água (parte hidrofílica(H)) e a outra não (parte lipofílica(L)). Também podemos classificar os cosméticos por sua função: » Conservadores e higiênicos: produtos para manter uma pele eudérmica, como, por exemplo, desodorante. » Decorativos: são aqueles destinados a produzir um efeito decorativo na pele, fazendo parte desse grupo os produtos de maquilagem, de um modo geral: bases de maquilagem, batom, blush, sombras etc. » Corretivos e dermatológicos: são os cosmecêuticos, como, por exemplo, produtos para tratamento de linhas de expressão. (LEONARDI, 2008) 20 CAPÍTULO 2 Composição dos cosméticos Qualquer cosmético tem uma composição básica (HERNANDEZ; MERCIER- FRESNEL, 1999): » Tensoativos. » Adjuvantes. » Quelantes e sequestrantes. » Excipientes. » Veículo. » Princípio Ativo. A figura 1 tem como objetivo facilitar a remoção de partículas de gordura (que tem caráter mais apolar), e formação de micelas (BRANDÃO, 2000). Figura 1. Molécula tensoativa.Hidrofílica (H) Lipofílica (L) Fonte: MENEGAT, 2015. Mecanismo de ação dos tensoativos Para entender a ação de um tensoativo vamos, primeiramente, analisar a distribuição do tensoativo numa solução aquosa e o efeito na tensão superficial, por meio da seguinte representação esquemática: 21 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I Figura 2. Óleo Água Grupo L - apolar Grupo H - polar Fonte: MENEGAT, 2015. Um tensoativo, devido à dupla característica de afinidade presente na molécula, tende a se concentrar na interface de um sistema. A molécula com a parte hidrófila orienta-se voltada para água, e a parte hidrófoba orienta-se voltada para o ar ou outra substância que tenha pouca afinidade com a água, como um pigmento. Essa característica de orientação da molécula é a principal diferença dos tensoativos em relação a outros solutos, como os sais inorgânicos que tendem a se distribuir igualmente por toda a solução. (BRANDÃO, 2000) A adição de tensoativos à água tende a saturar todas as interfaces (situações B e C), de modo que, a partir de uma concentração denominada Concentração Micelar Crítica (CMC), há a saturação do meio e a formação de micelas (situação D). A micela é a forma que o tensoativo assume para melhorar a estabilidade na solução colocando, voltadas para o mesmo lado, as cadeias hidrófobas; e voltadas para a água, as cadeias hidrófilas. (BRANDÃO, 2000) Função dos tensoativos Os tensoativos têm diversas funções, tais como: » Balanço Hidrofílico-Lipofílico (valor HLB): os tensoativos também podem ser classificados conforme seu valor HLB, numa escala de 0 (totalmente lipofílico) a 20 (totalmente hidrofílico). (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999) É importante conhecer valor HLB, conforme tabela abaixo: Tabela 1. Valor HLB. Valor HLB Aplicação 3 – 6 Emulsionantes água/óleo (A/O) 7 – 9 Umectantes 8 – 18 Emulsionantes óleo/água (O/A) 11 – 15 Detergentes 15 – 18 Solventes Tensoativos Fonte: MENEGAT, 2015. 22 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA » Molificante ou umectante: uma das principais aplicações tensoativas é a umectação ou promoção da molhabilidade e aumentar a capacidade de espalhamento de líquidos sobre a superfície, tem HLB de 7 a 9. Uma forma de entender melhor esse conceito é analisar uma gota sobre uma superfície, conforme figura abaixo. Figura 3. Umectante. Na figura acima, a gota da esquerda ilustra uma situação em que há pouca afinidade pelo substrato, isto é, uma situação em que a elevada TS desfavorece a molhabilidade. Na outra gota pode-se notar que a área de contato com o substrato é maior, indicando uma afinidade elevada. Esse fato permite concluir que a TS foi substancialmente reduzida. O efeito tensoativo reduz a TS da água, permitindo alcançar a molhabilidade desejada. Portanto, o exemplo poderia estar relacionado com água pura (1a gota) e aditivada com tensoativo (2a gota). Fonte: MENEGAT, 2015. » Emulsificador: facilita a formação de emulsões. Em emulsões óleo/ água (O/A) o emulsificador deve ter caráter hidrofílico (HLB 8 – 18), mas se a emulsão for água/óleo (A/O) o emulsificador deve ser lipofílico (HLB 3 – 6). » Detergentes: são tensoativos que têm a propriedade de umectação, remoção e dispersão da sujeira e de emulsificador de gorduras. A ação do detergente é regulada pelo seu valor HLB (11 – 15), por exemplo: HLB baixo, maior capacidade de umectação; HLB alto, maior capacidade de emulsionar gorduras na água e menor capacidade de umectação. » Solventes: facilitam a coloração de partículas em suspensão. » Antissépticos: agem sobre membrana plasmática bacteriana. » Mussificantes: facilitam a difusão de gás em líquido (LEONARDI, 2008). 23 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I Adjuvante No século XXI, as funções e a funcionalidade dos adjuvantes devem ser interpretadas de acordo com as novas tendências do mercado farmacêutico. Existem diversas classes de substâncias que podemos chamar de adjuvantes. Com funções fisiológicas bem definidas, modificam o curso natural da penetração transcutânea, são umectantes, refrescantes, emolientes ou até mesmo agentes que reforçam a ação de outro ativo presente na formulação. (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999) Os adjuvantes são divididos em dois grupos: » Surfactantes: são substâncias que afetam as propriedades de superfície dos líquidos, proporcionando ajustamento mais íntimo de duas substâncias. Segundo Fleck (1993), os surfactantes podem afetar a eficiência dos cosméticos das seguintes formas: › Aumentam a retenção da aspersão onde as superfícies vegetais sejam de pronta molhabilidade. › Aumentam a retenção da aspersão em locais-chave favoráveis à penetração ou subsequente dano. › Aumentam a penetração por aumentar a área de contato com a pele, através de maior espalhamento. › Aumentam o período de penetração por atuar como umectante, mantendo as gotículas de aspersão indefinidamente úmidas. › Aumentam a entrada direta por diminuir a tensão superficial da solução de aspersão. › Facilitam o movimento ao longo das paredes celulares após a entrada para o interior da pele, por diminuir as tensões interfaciais. › Causam desnaturação e precipitação de proteínas e inativação de enzimas. Os surfactantes são classificados de acordo com suas principais propriedades em: » Espalhantes: são substâncias que diminuem a tensão superficial reduzindo o ângulo de contato delas com a superfície da pele. Esses 24 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA produtos proporcionam o espalhamento completo do cosmético sobre a superfície tratada, aumentando a absorção do princípio ativo. » Molhantes (umectantes): são substâncias que retardam a evaporação da água, fazendo com que o cosmético permaneça mais tempo na superfície tratada, aumentando a absorção do produto aplicado. Esses produtos são importantes, principalmente em condições de baixa umidade relativa do ar e elevada temperatura. » Aderentes: são substâncias que aumentam a aderência dos líquidos ou sólidos à superfície da pele, e apresentam afinidade com a água. O aumento da aderência diminui o escorrimento e faz com que o cosmético permaneça na superfície da pele. » Emulsificantes: são substâncias com atividade sobre a superfície do líquido, promovendo a suspensão de um líquido em outro. Esses produtos reduzem a tensão interfacial entre dois líquidos imiscíveis, proporcionando a formação de uma emulsão de um líquido em outro, como, por exemplo, óleo em água, por meio da combinação de seus grupos polares com apolares. Os emulsificantes também podem possuir atividade espalhante, adesiva e umectante. » Dispersantes: são substâncias que evitam a aglomeração das partículas por meio da redução das forças de coesão entre elas, fazendo com que as suspensões mantenham-se estáveis por certo tempo. São muito importantes para manter estáveis as formulações de pós-molháveis, evitando que as partículas sólidas se aglomerem e se precipitem. » Detergentes: são substâncias com capacidade de remover sujeira da superfície da pele, aumentando o contato do cosmético com a superfície-alvo. Os detergentes também podem possuir atividade espalhante, emulsificante e umectante. » Aditivos: óleo mineral ou vegetal, sulfato de amônio e ureia, entre outros, que afetam a absorção devido a sua ação direta sobre a cutícula (RIBEIRO, 2010). Os principais aditivos são: › Óleos: os óleos minerais ou vegetais agem dissolvendo a gordura, eliminando a barreira que diminui a absorção dos princípios ativos e provocam o extravasamento do conteúdo da célula. Dessa forma, 25 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I constata-se que os óleos podem aumentar a absorção. Os óleos usados são originados do petróleo (óleo mineral) e de vegetais (óleo vegetal). › Sulfato de amônio: é um composto nitrogenado que, quando dissociado,forma íons de sulfato e amônio. O íon sulfato reage com íons presentes na água, imobilizando-os e impedindo que eles reajam com a molécula do cosmético, e o íon amônio tem ação sobre a pele, rompendo ligações e abrindo caminho para absorção do princípio ativo. › Ureia: é um composto nitrogenado com ação sobre a pele, rompendo ligações e abrindo caminho para absorção do princípio ativo. (VARGAS; ROMAN, 2006) Abaixo, são apresentados exemplos dos principais adjuvantes utilizados em cosméticos: » Antioxidantes: protegem de microrganismos, de ação catalítica de metais ou químicas indesejáveis. Exemplos: ac. ascórbico – vit. c, tocoferol – vit e, ac. sórbico. » Conservantes: aumentam a vida útil dos produtos, impedindo o desenvolvimento de bactérias, fungos, leveduras e mofos, que podem causar doenças ou, simplesmente, prejudicar o bom aspecto do produto final. Exemplos: BHT – butil hidroxi tolueno, BHA – butil hidroxianisol, ac. gálico, nipagin, nipazol. » Antissépticos: referem-se a tudo o que for utilizado no sentido de degradar ou inibir a proliferação de microrganismos presentes na superfície da pele e mucosas. São substâncias usadas para desinfectar ferimentos, evitando ou reduzindo o risco de infecção por ação de bactérias ou germes. Exemplos: ac. salicílico, ac. benzoico, álcool etílico, parabenos, óleos essenciais. » Corantes naturais: substâncias que podem ser tanto orgânicas como inorgânicas. São elas que dão cor ao cosmético. Exemplos: urucum – amarelo, cúrcuma – amarelo, açafrão – amarelo, caroteno – alaranjado, henna – marrom avermelhado, clorofila – verde, indigotina – azul, carvão vegetal – preto, orcinol – vermelho. » Corantes animais: substâncias que podem ser tanto orgânicas como inorgânicas. São elas que dão cor ao cosmético. Exemplos: ac. carmínico – vermelho, nácar – escamas de peixes. 26 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA » Corantes minerais: substâncias que podem ser tanto orgânicas como inorgânicas. São elas que dão cor ao cosmético. Exemplos: talco – amarelo / marrom, caolim – amarelo / marrom, óxidos de ferro – amarelo / marrom, argilas – marrom / cinza. » Corantes sintéticos: substâncias que podem ser tanto orgânicas como inorgânicas. São elas que dão cor ao cosmético. Exemplos: eosina – vermelho, eritrosina – vermelho, verde de malaquida, azul de metileno. » Fungicidas: são pesticidas que destroem ou inibem a ação dos fungos. Exemplos: ac. deídracético, ac. undecilênico. » Umectantes: substâncias com grande capacidade de retenção de água. Mantêm a umidade do produto e retardam o ressecamento. Exemplos: glicerol, propilenoglicol, etilenoglicol, sorbitol. » Estabilizantes: substâncias que aumentam a viscosidade do produto. Exemplos: goma adragante, gelatina, silicatos, bentonita. » Emulsionantes: substâncias que facilitam a emulsão e contribuem para estabilidade físico-química da fórmula. Exemplos: talco, base de lanolina. (VARGAS; ROMAN, 2006) Quelantes e sequestrantes São compostos que têm a propriedade de sequestrar íons metálicos polivalentes (cálcio, ferro etc.) formando duas ou mais ligações coordenadas, ou uma combinação de ligações coordenada e iônica (BAUMANN, 2004). Esses íons são removidos da solução em que se encontram e ligados a uma estrutura cíclica cuja estabilidade é notável. Figura 4. Sequestrar íons metálicos. Fonte: <www.scykness.wordpress.com>. 27 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I Por exemplo, esse tipo de substância é importante em formulações de xampus, para evitar que o íon cálcio interfira na produção de espuma. » Alguns quelantes são compostos importantes para a vida na Terra, como a hemoglobina e a clorofila. » A clorofila, molécula que sustenta a vida na Terra, por ser responsável pela absorção dos fótons da luz solar nas plantas verdes, é um quelato de Mg (magnésio). » A hemoglobina, substância fundamental à nossa vida, por ser responsável pelo transporte de oxigênio (O2) e gás carbônico (CO²) em nosso corpo, é um quelato de Fe (ferro). (BAUMANN, 2004) Excipientes Substâncias geralmente inertes, adicionadas a uma prescrição, ou seja, que têm pouco ou nenhum valor terapêutico, mas são necessárias para garantir uma consistência satisfatória para a formulação. Essas incluem aglutinantes, matrizes, bases ou diluentes Exemplos: talco farmacêutico, amido, lactose. Suas funções básicas são todos ingredientes ou conjuntos de ingredientes inertes da fórmula, que facilitam a dispersão do princípio ativo permitindo sua ação farmacológica. O excipiente principal é a água, mas também pode ser de gordura ou a mistura dos dois. O excipiente fundamental mais abundante é a água, porque é capaz de dissolver muitas substâncias e é totalmente compatível com a pele e cabelo. (DRAELOS, 2009) Veículo São preparações cosmetológicas que visam modular a distribuição uniforme dos PAs (princípios ativos) incorporados aos cosméticos sobre as células-alvo, acelerando a rapidez de penetração e a localização deles nos espaços intercelulares e intracelulares. A escolha de um veículo para preparação de produtos cosméticos deve ser feita em prol da estabilidade da formulação e das características da pele ou local de aplicação. As principais são: suspensões, soluções, emulsão, sérum, gel, gel-creme, creme, pomada, microesferas, lipossomas, entre outros. (FONSECA; PRISTA, 1993) 28 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA » Solução: entre as quais se encontram as alcoólicas, mesmo não sendo as principais formulações utilizadas em cosméticos têm algumas vantagens, como de permanecerem fisicamente estáveis e serem de fácil preparo. Substâncias solubilizadas se apresentam transparentes ou translúcidas. Podem ser solubilizadas em água, sistemas água/álcool, óleo ou em soluções de tensoativos. Exemplo são as soluções aquosas, tônicos. › Solução aquosa ou hidro-alcoólica: possui água como veículo e pode conter álcool etílico e outros glicóis, como propilenoglicol, glicerina e sorbitol. É a base das loções tônicas faciais e capilares, loções pós barbear. › Soluções de tensoativos: são misturas de tensoativos com propriedades de limpeza, de condicionamento, de gerar espuma, de conferir viscosidade e de reduzir a irritação da pele. Exemplo: xampus, sabonetes líquidos, banhos de espuma, loções higienizantes, condicionadores transparentes para os cabelos. (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999) » Suspensão: são formas farmacêuticas com um sistema bifásico, heterogêneo, no qual uma fase interna consiste de partículas sólidas insolúveis em água e a fase externa é constituída pelo veículo compatível com a pele, geralmente água. Para não ocorrer separação de fases podem ser usados tensoativos ou hidrocoloides que estabilizam a suspensão. Agentes suspensores empregados normalmente são derivados da celulose, alginatos, líquidos viscosos, argilas etc. As suspensões devem ser agitadas antes do uso. São exemplos de suspensões: os géis obtidos com o uso de espessantes poliméricos, creme esfoliante e xampus com bases perolizante, e ativos anticaspa. (RIBEIRO, 2010) » Emulsão: sistema bifásico, onde um líquido está intimamente disperso no outro no qual não seja miscível na forma de gotículas, como, por exemplo, água e óleo. A fase dispersa também pode ser denominada fase interna e a fase dispersante, fase externa. Dependendo da sua consistência as emulsões são popularmente conhecidas como loções (mais fluidas) e cremes (mais consistentes). (RIBEIRO, 2010) Podem ser: › O/A – óleo em água: composta de muita água e um pouco de óleo. Essas fórmulas evaporam se expostas ao ar. São também chamadas de “evanescentes”, desaparecem ao serem passadas na pele (Figura 4). 29 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I Figura 4. Óleo em água. Fonte: <www.scykness.wordpress.com>. » A/O – água em óleo: composta de muito óleo epouca água. Essas substâncias são largamente empregadas pela indústria cosmética pelo fato de serem o veículo ideal para introdução de substâncias ativas na pele, porque suas propriedades são semelhantes às da pele (Figura 5). Figura 5. Água em óleo. Fonte: <www.scykness.wordpress.com>. Apesar dos tensoativos proporcionarem a mistura das duas fases – aquosa e oleosa pela redução da tensão interfacial entre ambos os líquidos, as emulsões não deixam de ser sistemas heterogêneos e termodinamicamente instáveis, que podem se desestabilizar por meio da separação das fases. Enquanto as emulsões apresentarem aspecto homogêneo, pode-se considerar que estão dentro do prazo de validade. (RIBEIRO, 2010) » Microemulsões: são constituídas por três fases: A/O/A ou O/A/O. São utilizadas para encapsulação de ativos para sistemas de liberação prolongada. 30 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA Classificação das emulsões quanto à viscosidade 1. Cremes: emulsões de alta viscosidade. 2. Loções cremosas: emulsões de média viscosidade (aspecto líquido cremoso). 3. Leites: emulsões de baixa viscosidade. Classificação quanto ao caráter oleoso: » Cremes/géis: são emulsões O/A e outra aquosa previamente gelificada, ou possuem quantidades reduzidas de óleo e substâncias serosas. Possuem um alto teor de agente gelificante e baixo teor na fase oleosa, geralmente o suficiente para opacificar o meio. Podem veicular ativos lipo ou hidrossolúveis. (DRAELOS, 2009) O mercado faz distinção entre um gel-creme e um creme-gel, que são direcionados geralmente como hidratantes para pele oleosa. Ambos os produtos possuem a fase aquosa espessada por um polímero orgânico hidrossolúvel (FONSECA; PRISTA, 1993). No entanto, um creme-gel possui uma fase oleosa constituída de derivados graxos, que são emulsionados na fase aquosa espessada. Um gel-creme, geralmente, possui uma fase de silicone dispersa na fase aquosa espessada onde apenas foi dado um esbranquiçamento ao gel. (DRAELOS, 2009) » Emulsões oil free: são emulsões em que se retira o óleo mineral ou outros óleos comedogênicos. Muitas são desenvolvidas com silicones. » Emulsões evanescentes: são emulsões que deixam pouco resíduo graxo sobre a pele. São sempre O/A. » Emulsões oclusivas: são emulsões de caráter oleoso, geralmente são A/O. » Cremes: são emulsões O/A ou A/O de alta viscosidade e constituídas de uma fase aquosa e uma fase oleosa líquida, que foram homogeneizadas pela utilização de um terceiro componente que possui afinidade por ambas as fases (tensoativo). (RIBEIRO, 2010) Sua aparência geralmente é branca devido ao maior tamanho dos glóbulos oleosos emulsionados. Exemplos são os cremes hidratantes, anti-aging, nutritivos, desodorantes, condicionadores para os cabelos etc. 31 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I De acordo com as substâncias utilizadas em sua formulação, destinam-se à: » Limpeza (contêm médio a alto teor de óleo). » Hidratação (pequenas quantidades de óleo e boa absorção na pele). » Nutrição (possuem uma quantidade maior de óleo e são mais espessas). » Creme de massagem (creme espesso de caráter oleoso). » Creme para mãos (possuem médio teor oleoso, contêm geralmente silicones e lanolina). Os cremes de limpeza têm aspecto leitoso, resultante da dispersão de duas fases não miscíveis entre si na presença de uma agente tensoativo cujo papel é facilitar a formação e a estabilização do sistema disperso. Agem retirando as impurezas e a maquiagem, ao formar um filme emoliente que deixa a pele com textura macia e suave. (DRAELOS, 2009) » Sérum: faz uma alusão ao soro sanguíneo, líquido rico em nutrientes, com perfeita compatibilidade com nosso organismo. É um veículo extremamente leve, conseguindo assim carregar concentração maior de princípios ativos. Por ter sua textura fluída facilita a penetração na pele. (PEYREFITTE; MARTINI; CHIVOT, 1998) » Gel: sistema semissólido com aspecto gelatinoso, formado por dispersão de partículas pequenas num veículo líquido, que não sedimenta, apresentando-se como uma suspensão estável. Sua forma cosmética é viscosa, mucilaginosa, transparente ou não, que, ao secar, deixa uma película invisível sobre a pele. Quanto menores os tamanhos das partículas, mais transparentes são as soluções aquosas. Quando a água evapora, forma uma película na pele que fica aderida a ela. Em cosmética decorativa, dá forma a rimeis incolores e sombras. Por não conter material graxo, os géis são indicados para peles lipídicas. Exemplos são os géis hidratantes para pele oleosa, géis protetores solares, géis esfoliantes para a pele, géis fixadores e modeladores para os cabelos, géis para banho, xampus géis etc. (PEYREFITTE, MARTINI, CHIVOT, 1998) Composição: › Polímeros (agentes gelificantes). 32 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA › Solvente (água, álcool). › Aditivos estabilizantes (conservantes, antioxidantes, quelantes). › Mantedor da umidade (glicerina, sorbitol, propilenoglicol). (PEYREFITTE, MARTINI, CHIVOT, 1998) Tipos de géis › Aquosos (hidrogéis): são os mais utilizados. Podem ser transparentes ou opacos, conforme o ativo incorporado. › Hidroalcóolicos: são utilizados quando se tem princípios ativos que se solubilizam bem no álcool, em formulações antissépticas (gel sanitizante). Geralmente são géis menos viscosos do que os aquosos. › Oleosos: são mais raros quanto à aplicação dos produtos. São chamados de géis hidrófobos ou lipogéis. Formados por vaselina líquida, óleos graxos e 2-5% de lipogelificantes (derivados de sílicas e da bentonita lipofílicas, estearatos de magnésio). » Mousse: emulsão bifásica, em que a fase interna é o ar ou outro gás, e a externa é um sólido ou líquido. Envasada sob pressão produz espuma quando a válvula é acionada. (PEYREFITTE, MARTINI, CHIVOT, 1998) » Óleo: é uma mistura de matérias-primas lipídicas (oleosas). Exemplos: óleos de banho ou de massagem. O óleo demaquilante geralmente é constituído por óleo mineral ou ésteres de ácidos graxos. É indicado para pele sensível e desidratada (limpeza muito suave). (PEYREFITTE; MARTINI; CHIVOT, 1998) » Microesferas: são partículas esféricas micronizadas e semitransparentes. Possuem propriedades de inércia química e física, invisibilidade, melhora na aplicabilidade do produto, insolúvel, não poroso, toque sedoso, preenchem a pele de forma uniforme e proporcionam uma sensação de leveza (SCHULMAN,2004). Atuam como aditivos nas formulações de cosméticos, ou seja, agentes que melhoram a textura dos materiais. Substituem aditivos “premium” com toque igual ou melhor. Podem ser utilizados em batons, sombras, blushes, entre outros. 33 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I As microesferas de polietilenoglicol são grânulos de poliamida brancos, de diferentes tamanhos, com propriedades de esfoliação (remove células mortas da superfície da pele) e de limpeza. (SCHULMAN, 2004) » Nanoesferas: são nano partículas, ou seja, estruturas poliméricas inertes, que são capazes de armazenar em seu interior ou fixar em sua superfície os mais diversos ativos. Esses nanorreservatórios armazenam homogeneamente o princípio ativo no interior da matriz polimérica. Dessa forma, obtém-se um sistema monolítico, onde não é possível identificar um núcleo diferenciado, liberando assim o princípio ativo nele contido de modo gradativo e uniforme, cronologicamente determinado, colocando-os à disposição do tecido cutâneo. (AZEVEDO, 2010) Previnem ainda superconcentrações e potencializam a ação desejada. Exemplos: › Nanoesferas de vitamina C: têm ação de recuperar a elasticidade e a firmeza da pele, promovem uniformidade no relevo cutâneo, reduzem síntese de melanina e tempo de cicatrização, melhoram hidratação, possuem ação antioxidante importante contra radicais livres.› Nanoesferas de vitamina E: protegem as células dos radicais livres que provocam a peroxidação dos ácidos graxos polinsaturados das membranas celulares responsáveis pelo envelhecimento cutâneo. Apresentam uma ação anti-inflamatória, inibindo a formação de eritemas. A vitamina E previne a perda da elasticidade cutânea e a desidratação dos tecidos, pois aumenta a capacidade dos tecidos em reter água. › Nanoesferas de vitamina A: estimulam a produção de enzimas, a atividade mitótica, a proliferação celular, a formação de colágeno e de queratina. Elas aumentam a elasticidade da pele, auxiliam na cicatrização e previnem a formação de rugas e linhas de expressão. (AZEVEDO, 2010) » Lipossomos: são vesículas globulares microscópicas formadas por moléculas anfifílicas (geralmente fosfolipídios), que se organizam em forma de uma camada dupla ou de várias camadas duplas. Essas vesículas são capazes de veicular substâncias hidrofílicas, anfifílicas ou lipofílicas e apresentam a capacidade de interagir com os lipídios da pele humana, quando aplicadas topicamente, liberando as substâncias que 34 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA transportam. As vesículas multilamelares (com várias camadas duplas) tendem a liberar a substância que carregam de modo mais prolongado que as vesículas unilamelares (uma camada dupla) (Figura 5). Figura 5. Estrutura lipossomas unilamelar e multilamelar. Fonte: CHORILLI et al., 2004. » Os lipossomas são formados espontaneamente após a dispersão de fosfolipídios em meio aquoso dando origem a vesículas de tamanhos variados desde micrômetros a nanômetros (Figura 6). Figura 6. Característica do lipossomas. Fonte: DEMICHELI et al., 2005. Os lipídeos da membrana lipossoma desempenham um papel importante na reconstituição do filme hidrolipídico da superfície cutânea, melhorando a fluidez da membrana dos corneócitos e assegurando a integridade do estrato córneo. O maior interesse nos lipossomas é que eles alcançam as camadas mais profundas da epiderme 35 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I que libera seu conteúdo diretamente na camada basal, onde se funde com a membrana celular. (CHORILLI et al., 2004) As vesículas de lipossomas devem ser evitadas em formas cosméticas como as emulsões e preparações alcoólicas para não comprometerem a sua estabilidade. Nas emulsões, os tensoativos presentes podem desordenar os fosfolipídios ocasionando a ruptura dos lipossomas, enquanto que o álcool pode solubilizar as camadas lipídicas dos lipossomas. (CHORILLI et al., 2004) Neurocosméticos A pele e o sistema nervoso, do qual o cérebro é o órgão central, têm a mesma origem durante a formação do embrião. Ambos derivam do ectoderma, o folheto externo do embrião, que, na sua evolução, dobra-se sobre si mesmo formando um tubo, chamado tubo neural. A parte que fica por fora vai formar a pele, e a parte interna vai desenvolver o sistema nervoso. Portanto, desde o início, a pele está em ligação direta com o sistema nervoso, enviando-lhe constantemente informações sobre o meio externo. (VILELA; AZEVEDO, 2013) Comunicação pele/sistema nervoso Do cérebro e da medula espinhal partem nervos que se ramificam como os galhos de uma árvore e se dirigem a todos os pontos do organismo, incluindo a pele. Na pele, filetes nervosos chegam à derme, aos vasos e à epiderme (HOFFMANN et al.,2005). » As mensagens entre o sistema nervoso e a pele se dão por meio de substâncias químicas, os neuropeptídios, que levam o código dos pensamentos ocorridos na mente para a pele. » Em sentido inverso, a pele envia ao cérebro suas mensagens por meio de mediadores químicos produzidos por suas células, que viajam até o sistema nervoso central pelo sangue ou pelos nervos, lá gerando pensamentos. » Na pele, receptores especializados percebem estímulos produzidos nas suas células e os transmite por meio de fibras nervosas até os gânglios e a medula espinhal, de onde são levados, por feixes nervosos até o tálamo. Esse os envia aos centros corticais superiores encarregados de processar as informações cognitivas. 36 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA » Por nervos descendentes a informação sensorial é transportada através da medula espinhal até os órgãos periféricos, que são acionados autonomamente. Os resultados finais são respostas como sudação, rubor, palidez, produção de gordura e outras (Figura 7). Figura 7. Comunicação pele-sistema nervoso. Fonte: <http://ap_mentehumana.blogs.sapo.pt/>. Mensageiros químicos na pele Substâncias caracterizadas como neurotransmissores, neuropeptídios e neurônios, cuja secreção é regulada por estímulos diversos, inclusive por processos mentais, têm sido identificados na pele. (AZAMBUJA, 2000) » Cada uma tem diferentes efeitos e, em conjunto, seus efeitos se alteram a cada instante. Substância P, somatostatina, peptídeo intestinal vasoativo (VIP), neuropeptídios Y, neurocinina A, galanina, dinorfina, endorfinas, peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) são alguns dos mensageiros químicos observados na pele. » Entre elas, a substância P tem definido papel na provocação ou na manutenção das lesões de psoríase e está provavelmente envolvida na ligação entre o estresse e a psoríase. As mais recentes pesquisas na área cosmética demonstraram o papel das endorfinas na vitalidade da pele. Conhecidas como “hormônio da felicidade”, tratam-se de moléculas produzidas pela hipófise e hipotálamo, cuja ação está relacionada com a modulação do humor, com a analgesia endógena, com a melhora da performance geral do organismo e com a sensação de bem-estar. A produção de endorfinas ocorre mediante estímulos endógenos 37 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I ou exógenos. Destes últimos, os mais conhecidos são a ingestão de chocolate, a prática de exercícios físicos e a exposição ao sol. (AZAMBUJA, 2000) São muito comuns os comentários de que uma pessoa feliz apresenta boa aparência, pele viçosa e radiante. E esse fato é um dos fundamentos que levaram à pesquisa sobre o papel das endorfinas na pele. Os resultados de estudos recentes sobre esse assunto são surpreendentes e podem ajudar a explicar por que a pele fica tão bonita quando estamos felizes: a pele tem receptores para as endorfinas, chamados receptores de opioides. As endorfinas interagem com esses receptores e exercem importantes efeitos, sendo capazes de estimular a proliferação de fibroblastos, promovem a migração de queratinócitos e acalmarem a pele, melhorando a sua aparência como um todo. Neurocosmético é a evolução da era cosmética sensorial. É uma técnica baseada na aplicação de substâncias que atuam no organismo de forma semelhante aos neuromediadores endógenos, exercendo efeitos benéficos para a saúde e beleza da pele e anexos epidérmicos como cabelos e unhas. Neurocosmético explora os aspectos fisiológicos da felicidade, ou seja, pesquisa e busca mimetizar os efeitos positivos que o estado de felicidade e bem-estar causam na pele e estruturas relacionadas. Conhecidos os efeitos benéficos das endorfinas sobre a pele, logo se imaginariam as aplicações que essas substâncias podem ter em produtos dermocosmetológicos. Porém, as legislações sanitárias europeias e brasileiras não permitem o emprego de hormônios em cosméticos e, dessa forma, a aplicação de endorfinas nesse tipo de produto torna-se inviável. Como se sabe, a pele é ricamente inervada. Portanto, as fibras nervosas estão intimamente relacionadas com as células cutâneas (queratinócitos, células imunes, fibroblastos, adipócitos etc.), contribuindo para a homeostase do tecido. Muitas fibras sensitivas se encontram na camada superficial da epiderme. Assim, os ingredientes cosméticos podem acessar facilmente o sistema nervoso neurossensorial. Essa camada é a que sofre maior exposição ao estresseambiental, como a poluição, radiação ultravioleta, vento, calor ou frio. (RODRIGUES; AZEVEDO, 2013) Ativos com ação neurocosmética » Calmosesine (SEDERMA 2010 – Distribuidor: Croda): Lipopeptídeo com a sequência N-Acetil-Tirosil-Arginil-Hexadecil. Éster solubilizado em um excipiente hidroglicólico. Tem ação de estimular a 38 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA liberação de pró-endorfinas, oferecendo um efeito estimulante sobre a pele, inibindo as contrações musculares responsáveis pelo aparecimento das rugas de expressão. Concentração usual: 3,0%. » Endorphin (POLYTECNO 2011 – Distribuidor: Vital Especialidades): é um complexo etnobotânico composto por polifenóis de cacau e da flor de Tephrosia purpurea. A Tephrosia é uma planta exótica de origem subtropical, tradicionalmente utilizada na Índia por suas propriedades medicinais. Em Madagascar, ela é conhecida como a “Cura das 150 enfermidades”. Na medicina ayurvérica, é empregada no tratamento de dermatites e irritações cutâneas. Os principais constituintes dessa planta são os oligossacarídeos ciceritol e estaquiose. O cacau vem sendo muito utilizado por suas propriedades antioxidantes na indústria cosmética. Tem ação de agir sinergicamente, estimulando a liberação de beta-endorfinas pelos queratinócitos, promovendo o efeito de relaxamento. Concentração usual: 3,0% a 8,0%. » Enteline 2 (SECMA 2011 – Distribuidor: Chemyunion/DEG): ativo que reduz eritemas, pruridos e descamações provenientes de exposição solar excessiva, poluição e estresse. Tem ação suavizante, reduz descamações, tensão, eritema e irritação da pele. Concentração usual: 2,0% a 3,0%. » Happybelle-PE (Mibelle 2012 – Distribuidor: Galena): é um ingrediente ativo composto por um complexo de fitoendorfinas do Vitex agnus castus com ciclodextrinas, complexo esse encapsulado em lipossomas. Para garantir a estabilidade do complexo lipossomado e conferir a ação antioxidante à matéria-prima, foi acrescida à composição uma nanoemulsão composta por tocoferol e tetraisopalmitato de ascorbila. O duplo sistema de vetorização, além de proteger o ingrediente ativo (as fitoendorfinas), promove ultrapenetração, permite certo controle de liberação do ativo, e ainda confere propriedade hidratante, graças à estruturação dos lipossomas e nanopartículas. Tem ação de estimulação da proliferação de fibroblastos, estimulação da migração de queratinócitos, revitalização, hidratação e suavização de rugas. Concentração usual: 1,0% a 2,0%. » Neuroxyl (POLYTECNO 2011 – Distribuidor: Vital Especialidades): é uma associação de neuropeptídeos com propriedades neurotróficas e neuroprotetoras e antioxidantes, que aumentam a 39 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I sensibilidade cutânea prejudicada pelo processo de envelhecimento. Possui analogia estrutural com os neuromediadores expressos pela pele, com a capacidade de atingir receptores específicos na membrana celular dos neurônios. Tem ação de reequilibrar a função imunológica, mantém as trocas celulares em equilíbrio, recuperando a aparência do tecido. Controla o processo de pigmentação cutânea e a hidratação. Concentração usual: 1,0% a 3,0%. Princípio ativo São substâncias que possuem uma ação definida quando aplicadas sobre a pele e/ou cabelos. (REBELLO, 2007) Os princípios ativos podem ser de origem vegetal, animal e biotecnológico. » Ativos de origem vegetal: extratos vegetais isolados ou associados, vegetais marinhos, proteínas e aminoácidos vegetais, associação de aminoácidos e extratos vegetais. » Ativos de origem animal: colágeno, elastina, placenta, cerebrosídeos e ceramidas, glicosaminasglicanas (ácido hialurônico). » Ativos biotecnológicos: colágeno de origem marinha, ácido bio hialurônico, lipossomas baseados em lecitinas vegetais, incrementadores do metabolismo celular substituindo a placenta, antioxidante de origem marinha. Origem vegetal São cosméticos naturais, ou seja, aqueles que dão preferência, sempre que possível, a ativos de origem vegetal visando a suas propriedades benéficas com total inocuidade para o consumidor final. (LEONARDI, 2008) Um cosmético não pode ser exclusivamente elaborado com substâncias de origem vegetal. É tecnicamente inviável a não utilização de conservantes, antioxidantes e sequestrastes de origem sintética, pois isso acarretará um produto facilmente contaminado por microrganismos que poderão causar sérios danos ao usuário (REBELLO, 2007). 40 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA Tabela 2. Classificação dos princípios ativos vegetais. Classificação Função P.A. Vegetal Adstringentes São os que agem sobre os poros e folículos da pele, provocando a sua constrição, reduzindo o seu diâmetro e controlando, dessa forma, a sudorese e a secreção sebácea. hamamelis, morango, maçã verde, romã, videira, sálvia, arnica, limão etc. Tintoriais São os que vão dar cor aos cosméticos. urucum, beterraba, henna etc. Emolientes / Umectantes São substâncias macromoleculares, que crescem em contato com a água, proporcionando um líquido viscoso que forma um filme sobre a pele protegendo-a do meio ambiente. algas, pepino, abacate, amêndoa doce, malva etc. Detergentes Destinam-se a limpar a pele de escamas, crostas, para seguidamente possibilitar o tratamento da pele. extrato de coco e milho Estimulantes / Tonificantes São os que agem ativando a circulação periférica, estimulando o metabolismo cutâneo, com consequente tonificação local. alecrim, calêndula, guaraná etc. Antissépticos Impedem o crescimento dos microrganismos e porventura os aniquilam. acetato de alumínio, azul metileno, ac. salicílico etc. Anti-inflamatórios Atenuam ou eliminam o estado inflamatório da pele, se esse estado for de origem infecciosa ele só irá desaparecer com apropriada medicação tópica. flavonóides, fenólicos, Analgésicos Diminuem dor. álcool benzílico, lidocaína, etc. Rubefacientes Produtos que provocam vermelhidão na pele com a finalidade de ativar a atividade microcirculação sanguínea. cânfora, arnica, nicotinato de metila etc. Cicatrizantes Produtos com ação cicatrizante e antibacteriana. alantoina, alcalóides, ginseng etc. Antisseborreicos Visam reduzir a produção de secreção seborreica pelas glândulas de pele e couro cabeludo. ionil, selsun ouro, etc. Fonte: FERREIRA, 2002. Origem animal Composição complexa dos tecidos animais (proteínas, triglicérides, material fibroso etc.). O isolamento de princípios ativos puros a partir desses materiais é relativamente difícil, concentrados comuns são satisfatórios para uso oral, no entanto, alguns produtos obtidos a partir de animais devem ser usados por via parenteral, como, por exemplo, heparina e insulina. É necessário que tenham elevado teor de pureza e sejam apirogênicos, estéreis e isentos de contaminantes. A extração dos princípios ativos animais é executada nas mais variadas operações unitárias. Exemplo: destilação a vácuo, filtração etc. » Colágeno: é uma proteína em forma de fibra com função estrutural. Os extratos de colágeno para fins cosméticos são obtidos a partir de pele de animais jovens, geralmente, bovinos. (LEONARDI, 2008) A utilização cosmética de colágeno como ativo provém da suposição de que poderia induzir a elaboração de novas fibras colágenas solúveis na derme, resultando em maior turgecência da pele devida à propriedade 41 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I de reter água desse tipo de colágeno. No entanto, após muitas pesquisas constatou-se que sua ação é apenas superficial onde, por afinidade com as proteínas (queratina) da pele, fica aderida e passa a exercer sua ação hidratante por retenção de água. Forma-se, assim, um filme aquoso sobre as camadas mais externas da epiderme, o que impede que haja uma perda de água transepidermedas camadas mais profundas, resultando na turgecência tão desejada; ou seja, seu efeito é somente hidratar a pele. (REBELLO,2007) » Elastina: também é uma proteína em forma de fibra, porém mais delicada; é responsável pela elasticidade da pele. Assim como o colágeno é o suporte da hidratação da pele, a elastina é o suporte da elasticidade. Porém a elasticidade da pele depende muito mais do estado da quantidade de água retida pelo colágeno dérmico do que de seu conteúdo de elastina. Com o envelhecimento, ocorre uma degeneração das fibras elásticas, conhecida como flacidez. Como ativo cosmético, tal como o colágeno, a elastina possui propriedades de substantividade e retenção de água, melhorando a flexibilidade e, consequentemente, a elasticidade. Os extratos de elastina são obtidos também de pele de bovinos. (LEONARDI, 2008) » Glicosaminoglicana ou mucopolissacarídeos: ácidos são moléculas de açúcares ligados a proteínas. São encontrados no cimento intercelular (substância gelatinosa que preenche os espaços entre as células da maioria dos tecidos, incluindo cartilagens, tendões e pele). (LEONARDI, 2008) O ácido hialurônico é uma glicosaminoglicana de alto peso molecular, responsável pela retenção de água no cimento intercelular, funcionando como uma verdadeira esponja molecular, que forma um filme delgado, transparente, não gorduroso e que só é perceptível por sua ação lubrificante, alisante e suavizante. (FERREIRA, 2002) É obtido a partir de cristas de galo onde o hormônio testosterona promove a sua formação. Outra fonte pode ser o cordão umbilical humano. » Placenta: é um órgão que regula todas as trocas entre o organismo materno e o feto, desenvolvendo-se totalmente nos primeiros três meses de gravidez. É um tecido rico em hormônios, vitaminas, enzimas, aminoácidos, íons e outros ativos. Por isso, durante muito tempo, foi 42 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA utilizado em produtos cosméticos devido às suas propriedades: ativadora, oxigenante e estimulante, como ativo nutritivo. No tratamento de queimaduras sua ação na pele é a de fechar a região e evitar a perda de líquido, além de desinflamar e ajudar na cicatrização, evitando parcialmente a infecção. (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 2008). » Ceramidas: o extrato córneo é composto de queratinócitos diferenciados como os corneócitos – células mortas cheias de queratina e lipídeos, principalmente localizadas nos espaços intercelulares, em estruturas e em bicamadas. Essas camadas múltiplas promovem a função de barreira e se constituem, predominantemente, de ceramidas, colesterol e ácidos graxos. As ceramidas naturais da pele possuem uma configuração estereoquímica específica, sendo compostos opticamente ativos de difícil reprodução e síntese. Os cerebrosídeos e as ceramidas ocorrem principalmente na camada externa das membranas celulares. Ambas possuem capacidade de retenção de água. No entanto, estudos constataram que as propriedades de retenção de água na camada córnea dependem, predominantemente, da presença e da quantidade de ceramidas. (HERNANDEZ; MERCIER- FRESNEL, 2008) Tabela 3. Ativos mais usados. Ativo Função Aplicação % Ácido hialurônico Hidratante cremes hidratantes e contorno dos olhos 1-5 Aminoácidos da seda Ação protetora e hidratante cremes, loções, maquilagem 1-5 Aminoácidos do leite Hidratante e emoliente cremes nutritivos e infantis 2,5-10 Placenta Ação regeneradora cremes e produtos capilares 1-5 Elastina Retém água, dá elasticidade cremes, géis e loções hidratantes 1-10 Colágeno Sustenta a pele cremes nutritivos e hidratantes 2-10 Reticulina Ação regeneradora cremes e loções 1-5 Queratina Ação protetora xampus, sabonetes, cremes 1-5 Fonte: FERREIRA, 2002. 43 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I Vitaminas que tratam a pele Constituem um grupo de ativos extremamente importantes para os produtos de tratamento do rosto, em funções de suas propriedades exibidas. Exemplos: Vitamina A Reguladora do processo de queratinização. É encontrada no fígado dos animais e nos vegetais, na forma de pró-vitamina. Também pode ser obtida sinteticamente. Atua como um potente antioxidante e neutralizante de radicais livres, favorece a regeneração celular cutânea e o processo de queratinização normal da pele. A vitamina A é extremamente fotossensível, podendo provocar manchas. É preciso máxima proteção solar possível. (SOUZA, 2003) O ácido retinoico, um derivado da vitamina A, é aplicado topicamente e atua principalmente aumentando a atividade enzimática e o metabolismo das células cutâneas, funções que se encontram diminuídas na pele desvitalizada (LEONARDI et al., 2002). Existem dois isômeros (derivados) do ácido retinoico: » Trans ou tretonoína: vem sendo usada na recuperação de peles envelhecidas. » Cis ou isotretinoína: além do uso tópico, vem sendo usada via sistêmica no tratamento de acne. Sua ação reduz a produção de sebo, diminuindo o tamanho das glândulas sebáceas, alterando a morfologia e a capacidade secretora das células. Em produtos cosméticos usa-se ésteres (função álcool) de vitamina A, que tanto podem ser palmitato ou acetato. Como o palmitato é mais estável que o acetato, tem sido mais empregado em formulações cosméticas. Vitamina C Antioxidante e estimulador da produção de colágeno, o mais conhecido é o ácido ascórbico (MANELA-AZULAY,2003). O ácido ascórbico hidrossolúvel e seus derivados lipossolúveis e o palmitato de ascorbila constituem dois antioxidantes potentes, que evitam os processos peroxidativos da metabolização das gorduras e a formação dos radicais livres. Retardam os danos causados pela radiação UVA e também conseguem reduzir o eritema causado pelos raios UVB. (LEONARDI, 2008) 44 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA Possui atividade clareadora, pois inibe o processo de melanogênese. Uma de suas grandes virtudes, na área da cosmética, é ser um cofator essencial na formação e função do colágeno. Já existem provas suficientes de seus efeitos benéficos na recuperação da pele envelhecida e também na manutenção de uma pele jovem e saudável (MANELA- AZULAY, 2003). Vitamina E Atualmente, em grande evidência internacional, é utilizada na concentração de 5% normalmente. Considerada como excelente agente antirradical livre, atuando, protegendo e regenerando as camadas da pele. Sua principal ação está na capacidade de impedir a oxidação dos lipídeos insaturados presentes na pele, retardando, assim, o processo de envelhecimento. Possui também efeito umectante, ação benéfica em lesões provocadas pela radiação ultravioleta, ação protetora contra a fotossensibilidade, ação anti-inflamatória e hipoalergênica (SOUZA, 2003). A vitamina E é usada de duas formas na Cosmetologia: » Esterificada: a forma presente na natureza, por exemplo, óleo de germe de trigo e outros óleos vegetais; » Não esterificada: a forma mais ativa, conhecida como tocoferol. Essa substância é bastante instável, ou seja, oxida-se e escurece quando exposta à luz e ao ar. Por essa razão, costuma-se fazer uma reação química do tocoferol com o ácido acético, a fim de formar o éster acetato de tocoferol, que apresenta maior estabilidade em formulações cosméticas. Vitamina F (ácidos graxos essenciais) O nome vitamina F é uma denominação antiquada, que agrupa os ácidos graxos não saturados essenciais (não formados no organismo humano). Não são aminas, por isso, deixaram de ser considerados como sendo vitaminas. Os ácidos graxos essenciais são usados, principalmente, nos cosméticos de uso tópico e servem para promover um efeito antiqueratinizante. É encontrada principalmente no óleo de milho, de girassol, de soja, de caroço de uva, de germe de trigo, nos óleos de oliva e de peixes, e desses, principalmente, nos de águafria. (SOUZA, 2003) 45 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I Específicos Blend de ativos que agem sinergicamente visando alcançar o efeito desejado. Assim, o mercado oferece complexos vegetais, vitamínicos, associações de proteínas com extratos, entre outros (REBELLO,2007). Exemplos: » Complexo antiadiposidade: extrato de bile, extrato de Hedera helix e um éster de ácido tartárico e polioxietilenoglicol. » Complexo antirradical livre natural: óleo de germe de trigo, óleo de rosmarinus, acetato de vitamina E e vitamina F (ativo usado no Nutritivo Florrimon). » Complexo anti-idade de lipossomas de vitaminas E e C: associando os efeitos benéficos e sinérgicos das vitaminas. » Complexo suavizante de rugas e estimulador de formação de elastina, colágeno e ácido hialurônico: acetato de farnesila e outros ésteres de farnesol. Existem ainda ativos tradicionais com nova tecnologia, maior eficiência e maior inocuidade, como, por exemplo: » Arbutin: glicosídeo de hidroquinona natural encontrado em vegetais como pêssego, pera, outras plantas japonesas e principalmente nas folhas de uva ursi (Arctostaphilos uva ursi). Potente agente despigmentante com reduzida irritabilidade. » Iodotrat: iodo amínico totalmente estável e não tóxico, pois não origina iodo livre, ou seja, não exerce ação hormonal e sistêmica. Atua diretamente sobre o tecido adiposo, onde estimula o metabolismo da gordura estagnada ao ativar enzimas lipolíticas, diminuindo, assim, o sufocamento tecidual, aumentando o fluxo nutricional e desintoxicando o organismo. (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 2008) 46 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA Tabela 4. PAs mais utilizados nos principais distúrbios faciais. Distúrbio Facial Princípio Ativo Descrição A C N E Ácido glicirrízico Anti-inflamatório, descongestionante. Ácido glicólico Queratolítico. Ácido salicílico Queratolítico. Agrião Antiacneico, antisseborreico. Alantoína Regeneradora, queratolítica. Alfa bisabol Anti-inflamatório, calmante. Azuleno Anti-inflamatório. Apricot Esfoliante físico. Aloe vera Hidratante, ação regeneradora. Bardana Adstringente, calmante. Calêndula Cicatrizante, anti-inflamatório. Camomila Calmante, anti-inflamatório. Cânfora Calmante, anti-inflamatório Clindamicina Atua como agente bacteriostático. Eritromocina Tem ação bacteriostática. Triclosan/ irgasan Bactericida. Hamamélis Adstringente. Peróxido de benzoíla Esfoliante e inibe o crescimento de P. acnes. Própolis Antimicrobiano, anti-inflamatório. Microesferas de polietilenoglicol Esfoliante físico. Resorcina Esfoliante químico. Sulfato de zinco Adstringente, antisséptico. Sílica Esfoliante. Tretinoína/ac. retinóico Esfoliativo químico. Takallophane Absorve os ácidos graxos insaturados, antisseborreico. D I S C R O M I A Ácido glicólico Esfoliante químico. Ácido Kójico Despigmentante natural. Antipollon HT Clareador por absorção de melanina pré-formada. Arbutin Inibe a atividade da tirosinase. Dihidroxiacetona-DHA Simulador de bronzeado. Essência bergamota Calmante, antiparasitário e cicatrizante. Hidroquinona Inibe a atividade da tirosinase. Melawhite® Inibe a tirosinase no estágio inicial da melanogênese. Psoralênicos Uso tópico sistêmico. VC- PMG Inibe a tirosinase; atua antirradicais livres. R U G A S Oligoelemento: selênio Oxidante, bloqueando os radicais livres. Oligoelemento: zinco Regula o fluxo sebáceo e, junto com a vitamina A, é responsável pela renovação celular. Possui propriedades calmantes e antirradicais livres. Oligoelemento: cálcio e magnésio Regula as trocas celulares e participa da síntese de neuromediadores (que carregam mensagens entre as células e a pele). Oligoelemento: manganês Função antirradicais livres e estimula elastina e colágeno. Oligoelemento: silício Promove a regeneração dos tecidos, hidratação intensa, antirradicais livres, antiglicosilação. Fonte: HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 2008. 47 CAPÍTULO 3 Classificação dos cosméticos de acordo com sua função Limpeza da pele (cleansers) Limpar a pele significa remover sujidades provenientes de poluição, resíduos cosméticos, secreções naturais e células córneas em descamação. (MONTEIRO: BAUMANN, 2008) Formas de limpar a pele: » Uso de solventes orgânicos. » Uso de substâncias lipofílicas. » Uso de tensoativos (detergentes e sabões). Requisitos: » Possuir detergência moderada. » Espalhar-se facilmente. » Possuir bom poder de arraste. » Ser ligeiramente antisséptico. » Ter pH compatível com o cutâneo. » Fácil eliminação. Classificação: » Sabonetes em barra e líquidos. » Loção de limpeza isenta de lipídios (limpadores sem lipídios). » Esfoliantes. » Agentes abrasivos. » Máscaras tonificantes. 48 UNIDADE I │ COSMETOLOGIA » Sais de banho. » Óleos. » Emolientes. Sabonetes em barra e líquidos Quimicamente podem ser chamados de sabões que representam compostos químicos formados pela reação de um ácido graxo com um álcali. A seleção rigorosa dos óleos e gorduras utilizados influenciará no custo e nas propriedades do sabão. Um bom sabão é produzido com uma mistura de óleos e gorduras. Os sabões de sódio são mais duros, os de potássio mais solúveis em água e os de trietalonamina menos alcalinos. Como a grande maioria tende a alcalinidade (80%), a alta detergência os torna mais irritantes para a pele. E na grande maioria das vezes são desaconselháveis para peles secas e sensíveis. Os sabonetes glicerinados são exemplos de formulações que diminuem a quantidade de sabão na fórmula, a composição restante é formada por agentes solubilizantes (glicerina, álcool, propilenoglicol), corantes, fragrâncias e açúcar para aumentar a transparência. Já os sabonetes líquidos não são considerados como verdadeiros sabões (sais de ácidos gordos), mas misturas de tensoativos detergentes, agentes emolientes, antissépticos e aromatizantes em geral. São elaborados a partir de sabões de potássio numa concentração de 15 a 20%. Entretanto, atualmente, esse tipo de formulação quase não leva sabão em sua fórmula. Os sabonetes líquidos são formulados apenas com misturas de tensoativos sintéticos, ou derivados de produtos naturais. (MERCANTE et al., 2009) Loções de limpeza São produtos líquidos que limpam quando aplicados sobre a pele (seca ou umedecida), esfregados para produzir espumas, enxugados ou evaporam-se sem enxágue. Esses produtos contêm água, glicerina, substâncias detergentes e umectantes. Geralmente deixam uma película umedecida fina. Geralmente são usados para remoção de maquiagem, limpeza diária da face, ou previamente em procedimentos estéticos. 49 COSMETOLOGIA │ UNIDADE I » Cremes de limpeza: são cremes geralmente oleosos, utilizados para limpeza da pele seca. » Adstringentes: usados para remover óleo e produzir uma sensação tonificada. Geralmente são utilizados para pele oleosa por terem um teor alcoólico maior. Em produtos para acne são utilizadas substâncias antissépticas como triclosan e substâncias esfoliantes (MASSON, 2003). Esfoliante São considerados basicamente adstringentes com adição de substancias como: hamamelis e ácido salicílico. O objetivo desses produtos é remover as células mortas da superfície da pele e auxiliar na renovação natural da pele. Agentes abrasivos são esfoliantes mecânicos. Utilizam grânulos abrasivos numa base cosmética. Esses grânulos geralmente são constituídos por gotas de polietileno, fragmento de sementes de frutas. Os agentes abrasivos são eficazes no controle do excesso de gordura e remoção do tecido córneo escamativo. Como inconveniente, podem causar danos epiteliais se forem utilizados com muita força. (GALEMBECK; CORDA,