A-Fisica-Dos-Anjos-Sheldrake

Psicologia

UNIJORGE

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A f í s i c a cios a n j o s
U m a v i s ã o c i e n t í f i c a e
f i l o s ó f i c a do s s e r e s c e l e s t i a i s
M a t th ew Fox e
R u p e r t S h eld r a k e
Tr a d u ç ã o
Carolina Ca irts Coelfio
A f
M m EDITORA
A L E P H
Aos an jos,
na espera nça de que eles reto rn em
para n os guiar no n ovo mil ênio
Anjo
1. a) u m espír ito guardião ou men sageiro div ino; de uma ord em de seres
es piritu ais sup eriore s ao h o m em em po der e inte lig ên cia, são os servos
e men sage iros da divindade; b ) um dos e spír itos ca ídos que se rebela ram
co n tra D eus; c ) u m guardião ou espír ito am igo; d) s en tido f ig u r a d o , uma
pess oa que le mb ra um a njo , na aparência ou no m od o de agir.
2 . Q ua lq uer men sageiro de Deu s, c om o u m profeta ou pregad or; u m pas tor
ou m in istr o da ig reja ; sen tid o po é ti co , u m m ensage iro; sen tid o f ig u r a d o , em
a nj o d a m o rt e.
3 . Uma imag em c om u m com asas.
(T h e S h or t er Ox for d English D ictio naiy .
Oxf ord U niv ersity Press, 1 9 7 5 )
t o n
Um co rp ús cu lo ou partí cula elem enta r de luz.
( T h e Sh or t er Oxfor d English Dictionary.
Oxford Unive rsity Press, 1 9 7 5 )
Um q ua n t u m de radiação eletrom agnética que te m massa de repouso zero e
energia igual ao produto da fr eqüên cia da radiação e da con sta nte de Planc k.
Em alguns casos, deve-se cons ider ar o fóto n u ma pa rtícul a elementar.
( Th e Penguin Dic ti ona ry o f Physics.
Harm ondswort h: P engu in B o ok s, 1 9 7 5 )
S u m á r i o
P re c i o ............................................................................................................. 11
In tro du ção : O r eto rno dos anjo s e a nova c os m ol og ia
..........................
15
Dio n ísio , o A r eo p a gi ta .................................................................................. 35
São Tomás de A q u i n o
...................................................................................
7 7
Hildegarda de B i n g e n
.
...................................................................... 1 3 3
Co nclu o: A nj os no n ovo m i l ê n i o
...........................................................
181
Apê ndice : Anj os na B íb li a ......................................................... 18 5
N o ta s ................................................................................................................. 2 0 1
ín d i ce r e m i ss i v o ............................................................................................. 2 0 5
P r e f á c i o
Parece improváve l qu e u m cienti sta e u m teólo go te nha m se re un ido para
falar s ob re os an jos. As duas discipl inas, ao fim da E ra Mode rna, pa rece m
igualm ente relutan tes em relação a esse assunto.
De qu alq uer mod o, apesar de os a njo s te rem sido ig nor ados p elo e s
ta b lis h m e n t cie ntí fic o e teo lóg ico, pesquisas re cente s têm mos trad o qu e m ui
tas pe ssoa s ainda acre dita m na ex istê ncia deles. Nos Estados Unid o s, po r
exe mp lo , mai s de 2/3 da pop ulaç ão ac reditam em an jo s, e 1/3 afirma j á te r
se ntido um a p res enç a ang elical em sua vida. Metade acredita na e xis ncia
de de m ô n io s .1 Os an jos pe rsistem .
Es tam os en tran do em uma no va fase, tanto da ciê nc ia q ua nto da t eo lo
gia, e, su rp ree nd en tem en te , a qu estão dos a nj os tem se to rna do im p orta nte
no vam ent e. A nova co smo log ia e a antiga angelolo gia leva ntam que stõ es
inte re ssa nte s ace rca da e xis nc ia e do pape l da c on s ciê n ci a e m ní veis s ob re
hu m ano s. Qu and o co me ça mo s a dis cu tir o assu nto , s dois ficam os fasci
na dos co m as s eme lhan ças entre o que dizia Tomás de Aquino sob re os
an jo s , n a Idade Méd ia, e o que Albe rt E ins tein disse a res peito dos fóto ns n o
cu lo XX. Daí o título deste livro: A f ís i c a dos anj os.
O re no vad o in te res se n o s an jo s é ba st a nt e op or tu no . H o je , gr ande
parte desse in teres se deve-se a ex pe riên cias de ajud a e assis tência e m m o -
1 2 A F ÍS IC A DOS ANJO S
m ento s de nec essida de. É de natureza in ten sa me nte pesso al, e indiv idualis
ta no espírit o. A idéia o cid enta l tra dicio na l a resp eito dos a njos , n o en tan to,
é m uit o mais profu nda e ric a do que pod eria sugeri r essa litera tura mod erna ,
e mu ito mais pre ocu pada com a co mu nid ade , co m n oss o desenv olvimento
co m um e nossa s r elações c om as pessoas, c om Deus e co m o univer so. Esses
valores c om b in am com uma c om preen o mais ho sti ca ou orgânica da
natureza e da sociedad e.
Além disso, a pa rti r do mo me nto em que vivemos em um a aldeia global
cada vez mais re strita, é im p orta n te r ec o nh e ce r as ex pe riên cia s que surgem
em todas as c ultura s e relig iões do m und o. Todas elas, incl usive a no ssa,
re c on h ec em a exi stê ncia de esp íritos em níveis sob re- hu ma no s. s os ch a
mam os de a njo s, mas essas enti dades r ec eb em outro s n om es, depe nden do
da tradição. Este é um dos temas mais esse ncia is na ex per iên cia hum ana
espirit ual e religiosa. É difícil imaginar um c res cim en to prof undo do e cu me
nis mo entre cultur as e religiões sem re co n h ec er os a njo s entre n ós, e os a nj os
em nossa s próp rias tra diçõe s.
tam bém outras exp eriê nc ias a s ere m enfr entadas p or tod os os seres
hu ma nos em c o n ju n t o , co m o a cris e ec oló g ica , para a qu al nec es sita mo s de
toda a s abed oria q ue tiverm os. Os a nj os são capazes de no s a jud ar ne sse
trab alh o e p od em s e m ostr ar aliados in dispe nsáv eis, verdade iros an jo s d a
g u a r d a , in st ru in do - no s a salvaguardar a h er an ça de um p lane ta que j á foi
são, mas que h o je co rre perigo.
Por todos esses moti vos , é im por tan te v o lta rm o- no s para a no ssa tr adi
ção e spiritu al e analisar o q ue ela tem a no s dizer sob re os a nj os , para ligar
essa sabedo ria à atual c osm olo gia evolutiva. Pr ecisa mo s fazer isso para pre
parar o terreno para exp lo ra çõe s mais aprofundadas no futuro - um futuro
que, ac redita mos , será marcad o p o r u m esfo rço m u ito m aio r n o sentid o de
exa min ar a co ns ci ên ci a deste planeta, e além dele.
Para aju dar ne ssa tarefa de re de scob er ta de n os sa tra dição espiritual,
dec idim os n o s c on c en t ra r e m três gigantes da tradição o cide nta l, cu j o trata
men to dado aos an jo s é am plo , pr ofund o e influ ente . São eles: D ion ísio, o
Areopagita, um mong e sírio cu j o clássic o As h i era r qu ia s ce les ti ais foi es crito
no sécu lo VI; Hildegarda de Binge n, madre s uper ior a alemã do culo X II ; e
São Tomás de Aqu ino, te ólogo -filó sofo do sécu lo xill.
Prefácio 1 3
Dio nts io , o Areopagita, fez u m a sín tese m aravilh osa das c orr en tes fil o
sóf icas n eo pla nic a s do O rie n te Médio, à luz de sua teologia e e xpe riê ncia
cristãs. Hildegarda de B inge n, apesar de in vo ca r a tradição da angelolog ia
po r meio da tradi ção m on ásti ca da igreja oc iden tal, ja m a is trabalh ou fora de
suas exp eri ênc ias visionárias co m os reino s ang elicais. Tomás de Aquino
ela boro u uma sínte se do estudo dos anjo s, inc luin d o as opi niõe s do filósofo
m ulm a no Averróis, os es critos de D ion ís io, o Areopagita, a ciê ncia e a fi
losof a de Aristót eles e a tradição bíb li ca. Ele tam m levant ou q ues tõe s p ro
fun dam en te e speculat ivas, audaciosas até mesm o para os dias de ho je, e
m üit o in ter essa nt es dia nte da cos molo gia que surge da ciê n cia atual. Mais do
que q uais qu er ou tros gran des pensa dores do Oc ide nte , foram e sses trê s q ue,
prova velment e, de dica ram m aio r es for ço in tele ct ual à angelologia.
C om eça mo s aqui co m um diálogo in tro dutó rio , no qual e xplo ram os a
h ist ór ia da com pr een o dos a njo s n o O cid en te, e com o eles são im porta ntes
para a tradi ção da ig reja pr imitiva e da teologia medieval. Ex am in am os com o
a re volu ção ci en tífi ca m eca nic ista , no sécu lo XV II, o deixou esp aço para os
an jos em u m co sm o m ec ân ic o, levando a uma dimin uiçã o do in ter esse s obre
o assun to na ciê ncia e na teologia. Ta mbém dis cutim os o re cém -ren ov ado
in tere sse no s an jos e a atual im p ortâ ncia dada a uma com pre ensã o e cu m ê
ni ca e a várias cultu ras dos rei nos espirituais.
Voltamos, en tão , aos noss os três pr in cipa is autores. Se lec ion am os os
tre c ho s mais im po rta nte s sobre a njo s, sendo cada u m deles seguido de uma
discuss ão na qual tent amo s ente nd er seu significado h o je , tanto do p on to de
vista teoló g ico q uan to cie ntífic o.
Nessas di scussõ es, pr eo cup am o -n os m enos co m a teologia e co m a ci ên
cia de on te m do qu e co m a possív el teologia e ciên cia de amanhã. Acham os
esse m ét od o de diálogo b asta nte esclarecedor , pois n os perm it e e xtra pola r
qu alqu er com preen são que pod eríam os a lc anç ar individ ualm ente , c o m n o s
sas perspec tivas limitadas. Espe ramos que aquilo que foi um pr oces so c ria
tivo para n ós ajude outras pessoas em suas in vestig ações e reflexõ es.
Ter min amos discutin do co m o a explo raçã o dos an jos em um c osm o
vivo po deri a m elh ora r e e nr iqu e cer tanto a religião qua nto a ciê nc ia ne ste
no vo m ilê nio . F ina liz am os com diversas perguntas.
1 4 A F Í SIC A DOS AN JOS
Apre senta mos, t am bém , um a pênd ice c om referê ncia s b íb li ca s aos an
j o s , para aq ueles que d es eja m estudar, de m aneir a mais p rofu nda e detalha
da, os exe m plo s c on tid o s na s Escr ituras.
I n t r o d u ç ã o
O retomo áos anjos e a n ov a c o s m o lo g ia
MATTHEW: Por que os anjos estão em voga? Nos ú lt im os anos, ele s têm
sido abord ados em muitas mat érias de revistas e prog ramas de T V ; e exi ste
um a av alanch e de livros, in cl uin do diversos best-sellers, a re sp eito deles. É
um a nova te ndên cia ? Os a njo s são o m ais no vo o bj e to de co ns u m o para a l
mas ca rentes? Seria um a viagem, a outro m un do, u ma fuga para u m rein o
cele ste de luz, uma distração que n o s im ped e de no s v olt arm o s a pr oble ma s
soc iais e pol íticos ?
Ou pod e s er que o re to rn o dos an jo s insp ire nossa imag inaçã o moral?
Po de m eles no s dar a cor agem ne ces sár ia para lidar mo s co m esses as sunto s
de ma ne ira mais e fici ente e imaginativa, c on for m e ca mi nha m os n es te te rc ei
ro milê nio?
R ec en te m en te , fiz um a pe squis a, perg untan do às pe ssoas se elas j á s e n
tira m a pre se a dos a njo s. S esse nta a 8 0 % dos pa rtic ip ante s e m m in ha s
palestras afirmar am que sim. Talvez e sse uni ver so não re pre sen te a p op u la
ção em. geral, mas pesqui sas co m n or te-a m e ric an os c om un s , que não se
in tere ss am mu ito pelo s a n jos , m os tra m que 1/3 dos entrevis tados j ã s entiu
a p rese nça dele s pelo m eno s um a vez n a vida. Is so sug ere que n e m semp re

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