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5 EXTRUSÃO 5. 1 Introdução O processo de extrusão é usado para produç1io de perfis com seções não necessariamente simétricas, além de tubos de seções circulare> ou ovaladas. Durante a cxtrusão. o materia l é comprimido no interior de um container por um êmbolo ou pi>tiio c escoa atravé,~ do furo de uma matriz., gerando o perfil desejado (fig. 5.1 ). . . . . - - .. ..• : ""?<.4~~ ..... -.... - l'igura 5.1 l' roccsso de cxtrusào As scções transversais do produto extrudado podem ser vazadas ou cbcilllo (fig.5.2). Na extrusão, cada tarugo é cxtrudado individualmente e o comprimento do produto final é limitado pelo volume de material do tarugo. Por isso a extrusào pode ser considemdll como um processo semicontinuo. Figura 5.2 Alguns dos possíveis perfiS de extnosào De um modo geral, o~ produtos cxirudados podem ser cortados ao longo de sua scção ~- um tamanhos padronizados, silo distribuídos no mercado par.1 atender as necessidades de diferentes projetos. Dependendo dll plasticidade do material, a cxtrusão 1>0de ser feita a frio ou a quente. Algumas vezes. o modo de extrudar c as condições de escoamento no interior da matriz têm um papel fundllmcmal c tomam-se atê mais importantes que a ductilidadc do material. Assim, um perfil de alumínio com seçâo complexa deve ser extrudado a quente, enquanto um rebite de aço de baixo carbono normalmente é extrodlldo a frio (extrusão por impacto): embora a duetilidllde do alumínio seja muito maior que a ductilidlldc do aço. 5. 2 Tipos de Extrusl!o Os processos de cxtmsl!o podem ser classificados cm e.xtrusfio direta e e.tlrusào indirela. dependendo do modo de ação do cilindro c da forma segundo a qual o material escoa no interior do container, Processo de Extruscio Di reta matriz Pistão Figurn 5.3 Processo de extrusão di reta No processo de extrusào direta, o cilindro ou pistão comprime o tarugo (material) contnt a matriz e, no momento em que a tensão de cscoamemo é superada (rompimento), o material escoa através do fitro gerando o perfil desejado (fig. 5.3). Com existe movimento relativo entre o material e o container, o atrito contribui significativamente para elevação da carga de extrusão. Quando a carga externa é aplicada ao tarugo do material, o esforço de extrusào cresce até o momento em que se dá o rompimento no ponto (i). Até o rompimento, o pequeoo deslocamento do êmbolo deve-se mticamente às defonnações elá1sticas ou acomodações do material no interior do container. A pat1ir do ponto (i). o material começa efetivamente a ser extrudado e, à medida que seu volume diminui (menor área de conta to entre o tarugo e o container), o estorço de extrusào também vai diminuindo, até atingir o valor mínimo no ponto (I). A partir deste pomo, o pistão aproxima-se da matriz c, ao tocar as zonas de fluxo restringido, o escoamento no interior do con~üner toma-se dificil. Com o fluxo quase que transversal ao deslocamento do pistão, o esforço de extntsào cresce signLficativamente com pequenos deslocamclltos do cilindro. Este gasto suplementar de energia associado à dificuldade de escoamento no final do processo também pode ser chamado de trabalho redundante. Devido ao alimento do trabalho redundante, a pattir do ponto (f) a extrusão deve ser interrompida. O material restante do tarugo deve ser descatiado e substintindo por um novo tamgo. (P) • ~·r-~-------------·- r Pmm • OC"Siotamento do êmbolo Figura 5.4 Carga versus deslocamento no processo de extrusi!o di1·eta Processo de Extrusão lndireta No processo de cxtrusão indireta não existe movimento relativo entre o material c o container. O cilindro vazado (com a matriz), com a forma do perfíl desejado, penetra no material produzindo o extrudado. Confom1e está mostmdo na figura 5.5, neste processo a matriz localiza-se na extremidade do cilindro ou êmbolo vazado. êmbolo restringido Figum 5.5 Processo de extrusào iodireta Dcsloc:u:nento do embolo Figura 5.6 Carga versus de.~locamcnto na cxtrusão indircta Na extrusão indireta, o atrito é localizado apenas na matriz, de modo que o esfoço J>ermanece constante após o rompimento (fig. 5.6). Um mesmo valor da carga é observado do ponto (i) ao ponto (t). Entretanto, ao fiual do processo quando as areas de fluxo restri11gido (coladas ao êmbolo) atingem o final do cootainer, o escoamento é dificultado, pois se toma aproximadameme transversal ao deslocamento do êmbolo. Assim sendo, a carga de extrusão cresce rapidamente com pequenos deslocamentos do êmbolo (trabalho redundante). De modo análogo ao processo de extrusào di reta, a partir do ponto ( t) o processo de exrrusão iJtdireta (fig.5.6) também deve ser interrompido. 5.3 Matrizes de Extrusão As matrizes de face plana geralmente são usadas para exlrusào de materiais dllcteis. làcilmente trabalhâveis. Estas matrizes têm corno grande vantagem o baixo atrito, quando compamdo ao atrito no container. De acordo com a figura 5.7, fica fácil admitir-se que o atrito do maletial com a matriz fica local izado apenas no paralelo. Depois de ultrapassada esta zona. o material perde o contato com a matriz c passa livremente pelo ângulo de alívio. As matrizes de face plana têm como desvantagens as grandes áreas de fluxo restringido que se fonnam nos cantos das faces com o container, conforme já mostrado na figura 5.3. Some-se a isto, o grande volume de material gerado co.m descarte ao final do processo (ponto t). Figura 5.7 Matriz de tàcc plana Para materiais de mais <ti ta resistênci:t, são usadas as matrizes de face cõnica (fig. 5.R). Com estas matrizes as áreas de fluxo resttingido diminuem muito embora o atrito e o desgaste no processo aumentem. Neste caso, o atrito no paralelo não é tão elevado, mas é e I evadi ssimo na c<>nccidade da face, devido ao fato da reação (tensão nonnal) gerar componente de atrito com direçào contrária à direçào de fluxo. 45 . 60° Figura 5.8 Matriz de face cõnic.a 5.4 Outros Tipos de E.xtrusão 6Xtrusão por impaclo A extrusão por impacto é um processo usado para produção de pregos rebites, pinos e hastes para parafusos. Em outras palavras, é o processo usado para fabricação de peças de pequenos comprimentos. Na figura 5.9 estão mostr<~das. como exemplo, as ferramentas para produção de hastes para parafusos em dois estágios: uma matriz e dois punções. O processo é intermitente c se repete até que a última peça do lote seja produzida. A baste é cortada no tamanho necessário, em seguida é introduzida pelo primeiro punção na matriz e a cabeça da haste é c<>ncluída pelo segundo punção. Na pmte superior da figura 5.9, vê-se o primeiro punção que introduz a baste oo furo e, ao impactar com a matriz, forma parcialmente a cabeça do parafuso (primeiro estágio). Na parte inferior da figura vê-se o segundo punção que, ao impactar a matriz, finaliza a cabeça do parafuso (segtmdo estágio). Finalmente, a haste cQnfomlada é extraída da matriz e o processo se repete. A figura 5.1 O mostra a seqüência de formas assumidas pelo produto ao longo do processo de extmsão: haste, primeira pancada (pré-tonna) c segunda p<mcada (produto final). Figura 5.9 Processo de extTusâo por impacto em dois estágios. haste Primeira pancada T segundo pancada Figura 5.10 Etapas do processo de extrusào por impacto. Extusâo de pré-forma ou de pó metálico Uro outro úpo de procedimento bastante utilizado para a fabricação de peças ou perfis de ligas não trabalháveis é a extrusão de pré-forma ou a extrusão de pó metálico pré-compactado. No caso da extrusiío de pré-fmma, o pó metálico deve ser misturado com um ligante orgânico que se volatilize em baixas temperdturas durante a compactação prévia no interior do container. A sinteri?.ação do pó metálico livre do ligante é realizada na saída damatriz. O calor do pré-aquecimento somado ao calor produzido pelo atrito interno (deformação plástica) c externo (abrasividade metal / matriz) devem ser sulicientse para ativar a difusão e promover o caldeamento dos grãos (sinterização) antes da saída da matriz. Figura 5.1 1 Processo de extrusã.o de pré-forma ou de pó metálico. Além de produtos de ligas de alta resistência este processo também é utilizado pam produção de outros produtos como gmfites, escovas (contatos) para motores de corrente contínua e eletrodos c.onsumíveis para processos de fusão a arco elétrico. Extruscio de revestimento para jios e arames Os eletrodos usados nos processos de soldagem a arco elétrico são revestidos por um processo especial de extusão. A figura 5.12 mostra esqucmaticameote como funciona o equipamento para produzir o revestimento. O arame (alma do cletrodo) passa pelo containcr contendo a massa para revestimento com velocidade intetmitente V0. Esta massa pastosa sob pressão P produzidn pelo pistão sai do container, revestindo continuamente o amme. Antes de completar o tamanho do eletrodo o estran&rulador fecha-se parcialmente, nào permitindo a saída de massa. Desta fonna uma pequena parte do eletrodo tica sem revestimento (arame nu) para servir como contato. A partir deste ponto, o eletrodo é então cortado e o processo continua. Cortador Estrangulador-........... --Selagem Anime nu ~1assa pas10sa Figuro 5.12 Processo de exrmscro de pré-rorma ou de pó metálico. F.stc processo também serve para revestimento plástico de fios elétricos (condutores) e blindagem com chumbo para cabos transmissores de sinais, onde a massa pastosa é substituída por plástico c chumbo fundidos, respcctivamcmc. éxlriiStio de 111/xJJ 011 fX!ÇOS ,.-o=adas Os perfis vazados ou tubos sem costura podem ser feitos por cxtrusão direta. O segredo está na matriz, geralmente confeccionada em diversas partes, para possibilitar a usinagem dos canais de escoamento por elctro-erosào. Depois de usloadas. as peças são montadas cuidadosamente, preservando-se o alinhamento dos canais de escoamento. i\ ligura 5.13 mostra o corte de uma matriz para produção de tubos sem costura. Do lado direito. vê-se a face de entrada do metal com <tuntro furos e do lado esquerdo a face de saidu com o furo em fonna de anel. O fluxo de metal entra na matriz através dos quatro furos e converge nas proximidades da saída. O contato entre as quatros partes de metal s.~o soldadas por difusão (caldeamento) ainda no interior da matriz. fonnando uma peça continua com seçào em fonna de anel. I I I Figuro 5.13 Motriz de cxtrusão para tuho sem CMtura. A figura 5.14 mostra uma matriz (duas peças) para produção de perfil vazado de seção retangular. Observa-se nesta fig11ra os pinos (P) e seus correspondentes furos (F) para centragem da matriz durante a montagem. Os demais tl1ros vistos cm ambas as partes servem para fixação da matriz ao container atmvés de parafusos. Figura 5.14 Matriz de extrus;io par4 um perfil relangular vazado. Extmsão Hidrostâlica Neste processo de cxtntsuo o metal escoa através do furo da matriz sob a ação da pressão hidrostática aplicada uniformemente ao tarugo. Esta pressilo é produzida por um fluido continuamente bombeado para o interior do containcr. l!ste modo de cxtrusão não é novo c remonta ao final do século XIX, quando foi depositada uma primelra patente deste processo na Inglaterra, em 1894, por J. Robertson. Sem aplicação industrial, esta patente logo caducou e, mais de um século depois, Bridgman (1952) e Pugh ( 1964) apresentaram soluções técnicas que tornaram possível a aplicaçilo da extrusão hidrostática em escala industrial. A defonnaç-:io homog€nea imposta aos materiais produzido$ por este processo assegura a qualidade do extrudado. Para isto, todo o tarugo deve ser previamente processado de modo que uma das extremidades possa se ajustar ao furo da matriz. formando um selo mecânico. Além disso, toda a superfície do tarugo deve ser usinada para eliminação de defeitos que tendem a apar~>ccr na superlicie do ex trudado. principalmente quando baixas razões de extru.•ào são usadas. As concepções para o processo de extrusllo hidrostática são variados e dependem em parte da geometria do produto a ser fabricado. Na figura 5.14 vemos a cxtrusllo hidrostática de um tamgo numa matriz cõnica. A pré-forma (conicidade) é introduzida na matriz cónica, ajuMando-l>C perfeitamente ao furo. A selagem da matriz é feita pelo próprio material e a do êmbolo é feita por anéis retentores. É evidente que quanto melhor for o ajuste inicial desta pré-forma ao furo da matriz mais difícil será o vazamento de óleo paro foro do container. Nesta concepção, o container é ]>reenchido pelo Ouido e sua pres,ilo c fom~cida e mantida constante pelo ~mbolo móvel que penetra no containcr à medida que o materia l é extrudado. Figura 5.14 Extrusão por ação de um fluido pre.surizado. A pressão máxima de extrusào é função da razão de ex trusào e da tensão de e~coamcnto do material. Como não há atrito do material como o containcr, a curva cargo de ex1msiio versus deslocomento do êmbolo é dinamicamente equi valente à extrusão indircta (fig. 5.6). A única diferença está na pressão de rompimento. Na cxtrusão hidrostá tica. um pico de pressão relativamente alto é observado no início do processo. durante o rompimento. Quando um filme de lubri ficante é fom1ado entre o material c a matriz c o regime permanente é estabelecido. a pressllo se estabiliza oum patamar conforme mostrado na figura 5.15. (P) • l----~/ • • • • • • ' l)cttlt.ttonwnt(l do fmbolo figura 5.1 S Diagrama carga de extrusào l'<"r!U.f deslocamemo do êmbolo num proccs~o de cxtmsAo hidrostMico. Neste processo, a pressilo de exmtsão pode ser estimada pela equação 5.1 P=a.ln(R)+b Eq. 5.1 Na equação acima, (R) é a ro1.Ao de extrusào. (a) é uma constante que depende do material c (h) e uma constante que depende das condições de atrito na matrit. Baseado numa relação empírica, semelhante à equação 5. 1, S. Johnson ( 1968) determinou a pr~ssllo de extrusão (P,.J para diferentes materiais em função da razão de cxtrusilo (R). Os resultados estão mostrados no diagrama da figura 5.16. 20 15 AI 99.~~ ~ " ~ lO :.: ~ ~ " "' ... 5 101 102 101 104 Rn1.Ao de Extrusão (R) Figura 5.1 6 Pressão versus rnnlo de cxtmsão ero diferentes mutcrinis. Uma outra concepção de equipamento para extrusão hidrostática foi proposta por uma companhia européia, Ficlding & Platt (1967). para produção de aramo:s de fonna contínua. como na trefilaçào ( v~r capitulo vn. Este processo destina-se à redução da seçào de ardmes de boa ductilidade. IL'Illdos como condutores elétricos (alumínio ou cobre) . Figura 5. I 7 Extrusão hidrostática de arames Devido as condiyões dinãmic<ts do processo para arames, a pressão do óleo é normalmente mais elevada que nos processos de cxtrusão hidrostática para tarugos; tornando ainda mais cr.íticas as condições de selagem. Mas, independentemente do tipo c concepção do e{)_uipamento de extntsão hidrostática, as p1incipais limitayões deste processo são a selagem do fluido e o excesso de pressão no iJlterior do containcr. A existência de uma pré-forma na extremidade do tarugo ou arame contribui para selagem, mas não deve evitar a fuga completa de óleo pelo furo da matriz. As pré-formas devem ser concebidas para que, no mínimo, um filme fino de lubrificante seja amlstado pelo matelial extrudado, garantindo a lubrificação da matriz. A pressão do fluido não é limitada pela resistência do container em suportar os esforços por ela gerados. O t:1tor limitante é a solidificação do fluido que pode acontecer em altas pressões. Baseado nas especificações dos óleos quepodem ser empregados na extrusão hidrostática, o limi te prático de pressão empregado é da ordem de I 700-I 800 MPa. Extrusão Angular em Canal A extrusâo angular em canal de seção constante é um processo de deformações que tem como objetivo promover o refino de grJos atraves de um modo diferenciado ele defonnação. Neste processo, o tarugo de seção quadrada (lig.5. 18) é introduzido no topo de um canal onde é forçado a escoar através de um outro canal, formando normalmente um ângulo de 90°. Em princípio, o larugo não muda de forma cQmo nos processos convencionais de extrusiio. Na extrusào angular em canal, apenas a m.icroestrutura é modificada (refinada) pela deformação. Para aumentar a eficácia do retino mecânic-o, a cada passe, o tarugo deve ser girado (rotaciooado) de 90°, de modo que a cada quatro passes, ele volte à sua posição inicial. A deformação plitstica produzida pela mudança de direção do escoamento, normalmente a 90°, gerd um cisalhamento excessivo entre duas cunha~ a 45° da direçâo do nuxo. Na interface, emre as cunhas superior e inferior (fig. 5. 18), o material é fortemente cisalhado, chegando a produzir o fracionamento de grãos. Com a repetitividade deste processo de cisalhament.o acompanhado pela rotayão do tarugo, pode-se chegar a grJos cnm diâmetros na escala nanométrica. Região de cisalhamcnto figura 5. 18 Diagrama esquemático da extrusão em canal angular. Este método de refino de grãos foi concebido por Segal1 em L 98 I para emprego apenas em ligas de boa plasticidade. Atualmenie, a extrusão angular em canal se aplica a diferentes ligas metálicas como aços de baixo carbono, ligas de cobre, ligas de alumínio, ligas de titân io, além dos elementos puros destas ligas. Tradicionalmente, o processo de deformação é feito a frio, embora algumas ligas só possam ser deformadas a quente, confonne foi mostnulo por Z. Li e/ a/1 em seu trabalho com o nitinol (Ni-SOTi). Devido aos elevados esforços desenvolvidos durante o processo. someote os lubrificantes de alto desempenho podem ser utili.zados. Para 1 V, M. Scgal- Proc. 5" tnter. Aluminum Tc-chnol. Sem .. vol. 2. pp 402-407. 1992 ' Z:Li, G. Xiong. X. Cheng- Matcriots & Dcsign 27, pp 324-32~. 2006. extrusão em canal a frio recomenda-se o uso de lubrificantes a base de dissulfeto de molibdênio (MoS2). Por demanda da indústria aeroespacial·'. materiais de baixa trabalhabilidade com o aço ABNT 4340 e a liga comercial de titânio T A6 V foram processadas a q11entc por extrusão em canal. Se o processo de defotmaç.ão for feíto a quente recomenda-se lubrificantes a base de gratlte, onde tanto a matriz quanto o tarugo devem ser previamente recobertos pelo lubrificante. Para os casos mais críticos de temperatura pode ser utilizado como lubri ficante as micro-esferas de vidro', que também é aplicado a matriz e ao tarugo. (Ver§ 5. 5). 5.5 LubrificaçAo na ExtrusAo Os processos de extrusâo direta podem ser realizados com ou sem lubrificação. Na extrusào sem lubrificação, o diâmetro do êmbolo ou ci lindro deve ser necessariamente menor que o diâmetro do container. Durante o processo, à medida que o êml>olo se desloca. vai sendo criada uma casca (Shell) internamente ao contaiocr devido ao cisalbarncoro no material produzido pela diferença entre os diâmetros. Esta casca dever ser removida ao final da extrusào e constitui-se um grande inconveniente do processo nestas condições. Em alguns casos. a ausência de lubrificante pode ser suprida por um revestimento anti-fricção nas paredes do containcr. O material para o revestimento interno do container é feito com um material extremamente duro em relação ao material a ser extrudado. além de ter boa estabilidade ténnica para não se degradar pelo efeito da temperatura do processo. Algumas ligas quase cristalinas ( quasi-cristal) podem ser empregadas para tal fun, pois atendem as exigências térmicas e mecânicas do processo (antifrieção). Lubrificantes Baixas temperaturas ru.nbientc<T< l 000°C Graxas; grafite; l\1oS1 ; mica; bctonita; asfalto; etc. Vidros (micro-esferas) e pós de rochas a base de feldspato. ' S, L. Semiatin, O. P. DcLo- Matcriats c Dcsign 21, pp 3tl·322. 2000. ' Ugine Séjoumct. tubrilicantcs de auto dcscmpçoho para cxtruSôo. Nos processos de extrusâo com lubrificação, o lubrificante é selecionado em função da temperatura de processo. De um modo geral. os lubrificantes para extntsão devem ter estabilidade tcrmoquímica (oào- degradável), elevado ponto de fitlgor (não-volátil), baixa resistência ao cisalhamento (viscoso) e baixa tens;io superlicial para cobrir todo o material em processo (molhabilidade). A tabela 5.1 mostra al!;\uns dos lubrificantes mais comuns usados na extlllsão: O uso de micro-esferas de vidro como lubrificante para processos de extrusão foi desenvolvido pela Ugine-Séjournet para produção de perfis em aços ou em ligas não-ferrosas usadas na indústria aeroespacial européia. Neste processo, o tarugo aquecido é mergulhado num tanque contendo as micro-esferas de vidro, que aderem à superfície do mesmo. Durante o processo de extrusào, as micro-esferas deslizam entre o tarugo c as paredes do conta iner, como se fossem rolamemos. Isto acontece durante wn curto período de tempo porque todo este material vítreo funde-se rapidamente com a elevação da temperatura na superficie do tarugo, causada pelo ca.lor gerado pelo atrito i11terno da deformação. Independentemente do tipo de lubrificante, quando a lubrificação é eficaz, as linhas de fluxo (horizontais) são paralelas c sem perturbação (fig. 5.19), convergindo para o furo da matriz na zona de fluxo restringido (zona hachurada). Sem atrito, a velocidade do material no container é constante e o seu perfil (linhas verticais) só é perturbado na região de fluxo restringido. Figum 5.19 Linhas de fluxo num processo com lubrificação eficaz. Quando a lubritlcaçào é inadequada, tanto as linhas de lluxos quanto os perfis de ' 'elocidade sofrem modificações que se intensificam na medida em que se aproximam da matriz (fig. 5.20). A velocidade de escoamento é ligeiramente maior na região central do tamgo. O airito faz crescer as áreas de tluxo restringido e, estas por sua vez, impoem curvaturas ainda maiores aos perfis de velocidade no momento em que tocam as áreas de restrição ao th1xo. I I I \ \ '\, '\ 1 I 1 ' '. ' . ' ' ! I ' ' Figura 5.20 Processo de extrusào com lubrificação inadeqt1ada. Quando a lubrificação é inefic.az, as linhas de fluxo c os perfis de velocidade são completamente perturbados. Nesta condição, o material praticamente cola ao container e o escoamento é restrito à região à região central do tarugo (fig. 5.2 1). Figura 5.21 Processo de extmsão sem lubrificação. Este eleito é conhecido como fricção pegajosa e também pode ser observado quando um material pré-aquecido é coloc.ado oo container frio. A superfície externa do larugo resfria-se muito mais rapidamente que a parte interior do material. g~rando gradientes na tensão de escoamento (da superfície para o centro do tarugo) que perturbam, de modo semelhante, o escoamento do metal no interior do contai ner. 5.6 Estimativa de Esforços de Extrusão Os esforços de extrusão devem ser detemlinados analítica ou numericamente, de modo predizer ou a reproduzir os resultados obtidos experimentalmente. Entretanto, em algumas vezes na indústria é nec.essário que se tàça uma estimativa da carga de extrusão para uma simples seleçào de equipamentos. Nestes casos, o cálculo e muito simples e rápido para a tomada de decisão. Conbecendo·se a área do perfil ou dos perfis extrudados a carga de extmsào pode ser estimada através da equação 5 .I. Eq. 5.2 Na equação acima, (Ao) é a área do tarugo (in icial) e (A1o) é a área do perfil extrudado. A constante de extmsão(K) rem um valor tabelado para cada material cm função da temperatura (lig.5.22). O valor desta constante também deve incorporar ao trabalho plástic.o útil. o trabalho devido ao atrito e o trabalho redundante. A relação AtiA" é denominada razão de e.xtrusào (R). Em aços deformados a quente. a razão de extrusào pode ser de 40: I, enquanto que nas ligas de alumínio a razão de extrusão pode chegar a 400: I . Exemplo: Um tamgo de alumínio com 25 cm é pré-aquecido à 47s•c e em seguida é extrudado. Considerando-se que um incremento de temperatura de 25"C foi produzido pelo atrito (intcmo e externo) c a razão de extrusão é de 400: I. estime o esforço de extmsão. Solução: De acordo com o diagrama da figura 5.22, pan1 o alumínio a T=500"C o valor de Ké igual a 10Kgf/mm1. Substituindo-se os valores de A0, R e K na equação 5.1 obteremos F=2.939.562,3 Kgf/Ollll1 ou f "' 2.940 Ton. Temperatura (•C) o "" "' " 80 l: 60 " IW .. ., ~ 40 :: " -"' c 8 20 654 ~I 1000 992 1330 1667 Mo 1500 2000 2500 Temperatura ("F) Figura 5. 22 Diagrama constante de extrusão (K) versus tempemlum. 5. 7 Taxa de Deformação de Extrusão. A taxa de deformação em. processos de extmsào é variável ao longo de um comprimento {L6), dentro do qual as linhas de fluxo convergem para o furo da matriz (fig. 5.23). -V o Figura 5.23 Linhas de !luxo no interior de um container. V o r ----+-- • Vu v,~ ~ ' ' ' Figura 5.24 Componentes radial e horizontal da velovidade. Sendo a taxa de defonnação determinada pela velocidade radial, fica evidente (fig.5.24) que sua determinação é extremamente complexa. pois varia diferentemente em cada linha de fluxo, do início ao fim. dentro da zona de deformação. V,D v,. v.o .. v" Figura 5. 25 Proporcionalidade entre segmentos na zona c-onsiderada Diante desta di ficuldade, vamos considerar a linha de nuxo mais externa, por ter esta uma condição de velocidade mais crítica; ou seja a que maior ' 'ariação apresenta na região de nuxo restringido (L,1). De acordo com o princípio da continuidade de fluxo, podemos escrever: Eq. 5.3 Pela proporcionalidade do triângulo da figura 5.25, o valor de (D) pode ser dado pela equação 5 A Eq.54 Substituindo-se o valor de (D) na equação 5.3 podemos explicitar o valor da velocidade horizontal ( Vti)- Eq. 5.5 A equação 5.5 nos mostra que à medida que nos aprox imamos da matriz, maior é a velocidade h.orizontal (velocidade de fluxo). A velocidade horizomal varia com inverso do quadrado da distância (L). A proporcionalidade do triângulo da figura 5.25 também vale para as velocidades: assim podemos escrever a velocidade radial em função da velocidade horizontal (eq. 5.6). v { Z.. V. = _L_ 2 • tga " L Eq. 5.6 Por definição, a taxa de defonnação é dada pela equação 5.7 I /;' = Dy.i \IR Eq. 5.7 Com vn = 2VR, a equação 5.7 pode ser reescrita como Eq. 5.8 De acordo com a equação 5.8, a taxa de defonnação é função apenas de (L) e varia continuamente no intervalo (li-> L3). Assim sendo, um valor médio (&M) pode ser obtido por integração da f11nção s(L) neste intervalo. Eq. 5.9 Para fugirmos da iudctcnuioação, substituímos o zero (inicio do intervalo) por 8 que na prática pode ser considerado LI / 00; ou seja um centésimo da zona de fluxo restringido. Após a integração da equação 5.9 no intervalo considerado teremos • 1 4V0L~ [ I 100] &M =(L _LJ / ) Do tga - L,,+ Ls Eq. 5.10 · J / 100 A taxa de defonnação média (1(,1) para o processo de extrusào é ])Ortanto . v: CM = 400-0 tga Do Eq. 5.11 Na prática, os parâmetros geométricos do escoamento, com comprimento {Lrj e o ângulo {a), podem ser detenninados a partir do descarte (refugo) do tarugo, ao fmal do processo de extnasão. Para cada condição reológica praticada, a altum do d~scarte (ponto f da (ig. 5.4) deve coincidir com o comprimento (L.~ das zonas de fluxo restringido. 5.8 Defeitos de Extrudados A matéria prima para os processos de extnasão direta ou iodireta normalmente são tarugos produzidos por solidificação controlada seguida de tratamento ténnico para homogeneização da composição c uniformização da microestrutura. Esta condição do tarugo dá confiabilidade ao processo, assegurando a qualidade do extrudado. Com a qualidade da matéria prima assegurada, os defeitos dos extrudados, embora raros, nonnalmcnte são produzidos por falhas do próprio processo. Os defeitos mais comuns de um extmdado são os riscos ou ranhuras superliciais (Jig. 5.25) produzidos por desgaste ou quebra no paralelo da matriz (saída). Em princípio, os riscos e mnhums causam problemas apenas pelos aspectos estéticos mas, quando profundos, podem comprometer a integridade estrutural do extrudado. Além dos riscos e ranhuras também podem ser encontrados nos extrudados rugas ou empenos que são produzidos por um desalinhamento da matriz. Este desalinhamento da matriz pode ser produzido dumnte a sua montagem ou ao longo do processo, causando aumento no escoamento de metal em alguns dos canais internos em detrimento da redução em outros. Este nuxo de material descompensado, entre os canais alimentadores que culminam na área de convergência da matriz, causará graves problemas ao extnadado. A parte da superfície do extrudado que recebeu um volume maior de material tenderá a ficar enrugada após o caldeamemo: considerando-se que ela será unida junto com as outras partes da supcd1eie que receberam Lun volume menor de" material. Como resultado da união do material (caldeamento), serão geradas tensões trativas na região que menos recebeu material e tensões compressivas na região na região que recebeu mais materiaL Depois de resfriado, o extrudado deverá apresentar rugas c empcnos cm toda a sua extensão (Fig. 5.26). Figura 5.15 Ris«Js produridos por desgaste no paralelo da matriz. Figuro 5.26 Rugas produ1idas por desalinhamemo da matriz. Outros defeitos que podedio ocom:r nos cxlrudados são decorrentes du fricção pegajosa. O conlalo direto do material com o container (ausência de lubrificante) pode produzir um forte aquecimento. oxidando localmente o material. As panículas de óxido que se desprendem da supcrficie do container, caem nas linhas de nuxo e tenninam nas regiões centrais das seções do extrudado, gerando defeitos macroestruturais consideráveis. Exercícios propostos 1- Descrever qualitativamente os processos de exlnasão dirclll c indireta mravés de um diagrama Pressão x deslocamento do êmbolo no container. 2- Descreva as principais caracteristicas das matrizes utilizadas no processo de extrus~o. 3- Quais as vantagens e desvantagens das prensas de exlrusào horizontais c verticais'? 4- Porque as matri<(CS de extrusào empregadas cm materiais de alta resistência não dc•cm ter a face plana? 5- Que caracteristicas devem ter os lubrificantes empregados nos processos de extrusão a quente? 6· Quais as condições de processo para ocorrência da fricção pegajosa num processo de cxtrusão'> 7- Descreva quais são os defeitos mais comuns encontrados nos processos de cxtrusão? Quando possível. explique os mecanismos geradores do defeito considerado. 8- Qual a diferença entre percentagem de defonnaçào e é razão de cxtnasào'? 9- Descrever o processo de extrusilo hidrostática. Quais são os aspectos que efetivamente dificultam a aplicação deste processo na prática? 10- Descrever o processo de extrusilo angular em c:ma l. Quais as dificuldades operacionais mais relevantes? 11- Como pode ser estimado o efeito do trabalho redundante em um processo de exlrusão ? Referências Bibliográficas GEORGE E. DIETER- Metalurgia mecânica Ed. Guanabara dois, 1982. ~1. IIELMAN. P. R. CETLIN - fundamcmos da confonnaçilo mecânicados mc1.1is Ed. Guanabara dois, 1986. J. Yl. MEVERS, K. K. CHAWLA - Principios da metalurgia mecânica -. Ed. Edgard lllucher, 19~2. K. Li\ UE, II. STENGER - Extrusion - Ed. ASM i\mcrican Society For Metal, 1981. METALS IIANDBOOK - Fonning and Forging, Vol. 14; ASM 9m edition. 1996. METALS HAI\"'BOOK - Mechanical Testing, Vol. 8: ASM 9~~> edition, 1996. HTIP//WWW.CIMM.COM.BR/matcrialdidarico -> Confonnação + Estmsão. HTIP://OCW.MIT.EDU/OcwWeb/Mechanicai-Engincering/ indcx.htm -> Plastic Dcformation. Metais Forming. 6 TREFILAÇÃO 6.1 Introdução A trcfilação é um processo de confom1ação plàstica utilizado, para produção de fios, cabos e arames. Este processo é também utilizado para acabamento superficial ou correçào dimensional de tubos, barras ou arames. Antigas civilizações já produziam. há mais de 3000 AC, argolas, elos e ornamentos utilizando um rna1erial que poderíamos considera·lo como o precursor do arame. Entretanto, a làbricação de fios c arames tal como conhecemos hoje só teve início no século XIV, pouco antes do período renascentista. O processo consiste em tracionar-se o material a ser deformado, passando-o através do furo de uma ferramenta, confom1e ilustrado na figura I. Uma parte da deformação plástica é produzida pela rcação da matriz no material e outra parte pela cstricção. Quanto mais dúctil for o material. maior será a contribuição da estricção para a redução. Reaçio Eslrieção Figura 6. 1 Esforços desenvolvidos durante o processo de trelilaç:ão. A ferramenta utilizada no processo é denominada de fieira e seu furo é côoico para possibilitar a redução do diâmetro do tio ou arame com a manutenção de volume. Isto é, a redução é feita sem produzir perdas de material. A fieira é constituída de um núcleo feito de um material extremamente duro que é alojado numa carcaça de aço carbono. Vários são os materiais com os quais se pode fabricar o núcleo das tieiras. Os aços resistente$ ao desgaste, os produtos cerâmicos (óxidos) sinterizados são alguns destes possíveis materiais. Tradicionalmente, os núcleos das fíeiras são fabricados cm carbeto de tungstênio (WC); um material extremamente duro. barato e de fácil fabricação. A grande vantagem deste material é o seu reaproveitamento. Se que um furo se desgasta, excedendo as dimensões de norma, a fieira pode ser re.aberta 11ara bitolas imediatamente superiores. Para produção de fios resistentes e duros, os núcleos de ficiras também podem ser fabricados com o diamante sintético, mono ou rolicristalino. Apesar do custo bem mais elevado, algumas indústrias vêm substituindo o carbeto de tungstênio por diamante e justificam seu uso pelo aumento de produtividade que compensa o custo inicial . n - ângulo de redução ~ - ângulo de entrada Núcleo dn Fieira Carcaça da Fieira Figura 6.2 Ferramenta utilizada no processo de tretllação. A geometria do núcleo é mu.ito peculiar, conforme pode ser visto na figura 6.2. O paralelo é um furo com as dimensões externas do produto a ser !refilado. O ângulo a é o ângulo de redução ou aproximação e deve ser determinado de modo a maximizar a vida útil da ferramenta com um menor consumo de energia (ver parágrafo § 6.7). O ângulo ~ é o ângulo de entrada que, justamente com a sinuosidade da entrada, serve para auxiliar a lubrificação que, preferencialmente, é feita com produtos sólidos. Embora os óleos e graxas possam ser usados como lubriticanle, é recomendável que se use os lubrificantes sólidos (sabão) a base de cálcio, sódio ou lítio. O sabão é um lubrificante seco na forma de pó que, ao ser colocado na caixa porta-ferramenta, deve cobrir completamente o tio e a fieira, sem o risco da formação de túnel (fig.6.3). A eficácia da lubrificação é garantida quando o fio c a ferramenta estão completamente submersos no sabão. Guia do Fio Fi eira Figura 6.3 Caixa porta-ferramenta da Lrefila. Todo o processo de deformação é feito a frio. muito embora seja produzida uma boa quantidade de calor devido à própria deformação (atrito interno) e. principalmente. devido ao atrito externo (metal I fieira). Para refrigerar a fieira, a caixa porra-ferramentas é dotada de canais para circulação d'água. A velocidade empregada na trefilaçào depende das propriedades mecâtúcas do material !refilado, do material da iieira, da lubrit'icação c da refrigeração empregadas. A velocidade deve ser selecionada objetivando-se a maximização da vida útil da ferramenta. Dependendo destes parâmetros. pode-se trefilar fios e ammes com velocidades compreendidas entre I O e I 00 rnls. Grandes reduções podem ser feitas em sucessivos passes com detormações compreendidas entre 17 e 22%, em média. O percentual ideal de redução por passe é definido em flinção da homogeneidade da deformação. Dependendo das condições iniciais da matéria prima é possível produzir-se reduções totais de até 85 a 90%, sem tratamentos lénnicos intem1ediários. Se a matéria prima (fio máquina) apresentar ovalizações ou defeitos superficiais. um passe com uma pequena redução de 2 a 5% deve ser realizado para as devidas correçõcs. Entretanto, passes sucessivos com dcfomtaçõcs inferiores a 5% devem ser evitados para não causar problemas microestruturais produzidos pela não homogeneidade da defom1açào. Passes com pequenas reduções, só para iniciar (correção de imperfeições da matéria prima) ou para ti.nalizaf o processo (ajuste dimensional). Defeitos semelhantes também são produzidos quando são aplicados sucessivos passes com dclonnações superiores a 25 %. Os mecanismos geradores destes defeitos serão explicados posreriormenle no parágrafo§ 6.5. Para um bom programa de passes, recomenda-se reduções médias em tomo de 17 a 22%, garantindo-se, desta fon11a, que toda a seção do arame ou fio seja defonnada homogeneamente. A homogeneidade da detonnaçiio é, portanto, o critério para definição do valor percentual da redução. 6.2 Preparação da Matéria Prima O fio máquina é a matéria prima para indústria de lrclilação. Normalmente, o fio máquina é comercializado para as indústrias de fios, cabos, parafusos, pregos e ammes farrados nas bitolas de 5,50 e 6.34 mm e, muito raramente, em bitolas superiores. Sendo um produto siderúrgico produzido 1>or laminação a quente, o fio maquina apresenta uma fina carcpa c.onstituida de diversos óxidos. Esta carepa muito dura, quando não removida. atua como abrasivo, reduzindo dmsticamente a vida útil da fieira. Tradicionalmente, a eliminação desta caret>a de óxidos é realizada por um processo de decapagem química ou mecânica. Na decapagem química, o material é imerso numa solução aquosa a 20% de ácido sulfúrico (H2SO.) ou de ácido clorídrico (HCI). O tempo de dccapagem depende da espessura da carepa. Para maior eficácia do processo, a solução deve ser mantida a 40°C. Depois de removida a carepa, o fio máquina deve ser imediatamente retirado do tanque de decapagem para neutralização. Para isto, deve ser imerso num tanque com óxido de cálcio (CaO) ou, opcionalmente, numa solução aquosa a 10% de cianeto de sódio. Depois da neutralização, o fio máquina pode ser seco numa estufa e encaminhado para a !refilaria. Opcionalmente, pode ser feita uma deposição eletrolítica de um tilme de cobre ou estanho para possibilitar o aumento da velocidade de trefilação de tios e arames de aço. A decapagem química é muito dispendiosa pois gera resíduos que devem ser neutralizados para não degradar o meio ambiente. O lmlamento destes resíduos normalmente é mais dispendioso do que os insumos uti lizados pela decapagem; por isso este processo vem sendo gradativamente eliminado na indústria. A dccapagcm mecânica vem ganhando, cada vez mais, espaço na indústria de trefilaçào à medida que as leis de proteção ambiental passam a ser exigidas com mais rigor. A decapagem mecânica não geraresíduos que não sejam reaproveitados: os óxidos eliminados retomam à própria siderurgia. Neste processo. os óx idos da carepa do fio máquina são removidos por quebra e escovamento. O fio máquina ao passar ziguezagueado entre os roletes dispostos horizontal e verticalmente (Fig. 6.4) tem toda a carepa quebrada devido à flexão alternada em duas direções. Depois passar pelos roletes, o tio máquina é finalmente escovado e encaminhado para a etapa seguinte do processo de trefilação. Figura 6.4 Decapagem mecânica do fio máquina. As bobinas de fio máquina produzidas pela indústria siderúrgica pesam em média 0,8 a I ,O tonelada com I ,2 a I ,5 m de altura. A limitação do peso e das dimensões das bobinas tem como objetivo facilitar o transporte e armazenamento nos pálios internos das indústrias; normalmente feitos por gruas ou empilhadciras. ~~ ...- Anel produzido pela F~~-'"'1~~~-~,-"f soldagem de topo Figura 6.5 Processo de soldagem do llo máquina Para que o processo de trefi lação não seja inien·ompido, a cada bobina tretilada é necessário que as extremidades dos fios sejam emendadas. Desta tonna toma·se poss[ vcl a trcli laçào continua de várias bobinas. A junção das extremidades dos uos máquina é feita por solda elétrica de topo, onde o consumível é o próprio fio. A figura 6.5 mostra esquematicamente o processo de soldagem de topo com a formação de um anel na junção das duas extremidades. Este anel que normalmente é formado durante a soldagem, quando muito saliente, deve ser removido por esmerilhamento para não danificar a fieira durante a sua passagem pela redução. 6.3 Equipamentos para Trefilação. O equipamento utilizado na indústria de trefi laçào é a tretila ou trefiladora. Este equipamento, em S\Ja torma mais simples, é constituído de um desbobinador e de um cabeçote motorizado com porta ferramentas, sarrilho e rebobinador (lig. 6.6). Rebobinador Porta ferramentas ......... Desbobinado Figura 6.6 Equipamentos usados para a trcfilaçào O fio. ao sair do desbobinador. passa pela fieira para redução e, cm seguida, é rebobinado na própria trcfila com o auxilio de um carretel cõnico ou saJTilho. A lieira localiza-se no porta-ferramenta que é fixo ao bloco da máquina. A trefiladora pode ser de cabeçote simples ou de cabeçotes múltiplos. A máquina de cabeçote simples (fig. 6.6) é usada como equipamento periférico, em pequenas indústrias de parafusos, pregos e grampos. Nesta pequena trefiladora é realizada uma única redução no arame ou íio para adequação de suas dimensões. A máquina de cabeçote múltiplo (fig. 6.7) é usada nas grandes trelilarias de siderúrgicas para produção de fios e arames, em larga escala, para diversos tios, Este tipo de equipamento é ainda usado nas indústrias de fios condutores de cobre e nlumiJlio. onde reduções múltiplas são requeridas. Figum6.7 Trefilador;l de cabeçotes mliltiplos 6.4 Definição de Trabalho Redundante Para entendermos e quantificarmos o trabalho redundante, vamos considerar um estiramento realizado numa fieira de baixo atrito e compara-lo a um outro cstiramcoto produzido por tração uniaxial (fig. 6.8). Com este método, o trabalho redundante do processo de trcfilação pode ser determinado facilmente por comparação entre os valores da defom1ação verdadeira s com o da deformação vimtal s•. No diagrama da figura 6.8, a linha tracejada é relativa aos esforços desenvolvidos por trefi laçilo, enquanto que a linha cheia é relativa aos esforços desenvolvidos por tmção uniaxial. Ambas apresentam valores du tensào de escoamento em função da deformação aplicada. Para se alongar um fio com valor de defonnação s, por tração uniaxial, é necessário aplicar-se uma tens;1o de valor au. Este mesmo alongamento &só seria possível por trefilaçào, se fosse aplicada ao tio uma tensão no valor de aT. Entretanto, com este nível de tensão arscria possível alongar-se o fio de um valor t:*, muito maior que &, se o mesmo fosse defommdo por tração uniax ial. Como a área sob a curva tensão .r deformação e proporcional à energia da deformação, a energia dissipada por traçào uniaxial para realização do alongamento c é simplesmente Up (tmbalho plástico útil). cr or --------------~~~~r:::: ... ... .. . cru e(%) e' Figura 6.8 Esforços em !ração uniaxial (<>11) c em tretilação {o1 ). Tomando-se ainda como referência a hipotética curva de trefilaçào, (tracejada) podemos dizer que a energia dissipada para produzir-se um alongamento e, por trelilação, é equivalente àquela que seria necessária à realização de uma deformação virtual e* por !ração uniaxial. A diferença entre as áreas sob a curva de traçào, relativas às deformações c c a• é o gasto suplementar de energia que cotTesponde ao tmbalho redundante U,q na lieira. Portanto, para os processos de trefi lação, o tntbal11o redundante pode ser obtido a pattir da relação <1> = t •lc, conforme será discutido no parágrafo § 6.6. 6.5 Influência do Ângulo de Redução O tmbalho plástico ou útil na fieira depende unicamente da redução que é dada pela dilerença entre os diâmetros de entrada e saída de matetial. Seu valor é invmiável e, portanto, não depende do ângulo da tieira. Numa fieira, existe ainda a considerar, as energias dissipativas que i?crementam o valor da energia total necessária ao processo de redução. A medida que o ângulo da fieira aumenta a dissipação devida ao atrito UA dimimLi. Este lillo se justifica porque quando o ângulo aumenta, a deformação passa a ser feita praticamente pela redução, reduzindo-se assim a componente horizontal da força de atrito. Some-se a isto o fato de que quando a estricção é incrementada, o contato do material com a tieira diminui, reduzindo os efeitos do atrito e, por conseqUência, a energia do processo. Por outro lado, o trabalho redundante cresce com o aumento do ângulo. Quando o ângulo cresce as áreas de fluxo restringido (zona mona ou zona de cswgnação) também crescem, aumentando a energia necessári:1 à deformação. Considerando-se que o trabalho total é dado pela soma das contribuições individuais do trabalho plá:.tico (Up). trabalho redundante (U,J e trabalho devido ao atrito (Uo), vemos no diagrama da figura 6.8 que quando o ângulo da ficira assume o valor a• o trabalho total (Ur) é mínimo . .. .., .. Q. ., . :a o .. ·~ " c w u • a• Ângulo da Ffelra Figuro 6.~ Influência do ângulo da ficim na cncrgiu dissipada. Nestas condições de energia mínima, o ângulo de redução a• passa a ser denominado de ângulo !\timo da fieira. Assim como a energia, os esforços de trcfi laçào também são influenciados pelo ângulo de redução. Para valores de a cm torno do ângulo ótimo. a tensão de trefilação assume um comportamento parabólico, semelhante ao da energia (fig. 6.8). Para um material de boa ductilidade, o componamento da tensão de trefilação tem um componamento mostrado na figura 6.9. Quando um ceno valor crítico ( ad é atingido. o crescimento da tensão é atcnnuado devido a cstricç-.1o que aumentu. Este componamento de pouco crescimento da tensão perdura até que nenhum escorregamento metal I fiera seja produzido. Nesta condiçao, o ângulo de redução é chamado de supercrítico ( a.w). valor a partir do qual a tensão de trcfilação volta a diminuir até se estabi lizar. Este resultado se j ustifica pelo fato do matcrinl nesta -condição ser descascado ao invés de. reduzido. III~ a• aoc ,\ngulo da Ficirn Figura 6.9 1nfluência do üngulo da fieira na tensão de trefilação . 6,6 Estimativa de esforços na tretilação O cálculo analítico de esforços desenvolvidos pelo processo de trefilação foi mostrado no capitulo lll. § 3.3. Naquele parágrafo, vimos (fig. 3.14) que os esforços de trcfilação foram calculados considerando-se que a reaçào da fieira era dada por uma pressão média.Os efeitos do atrito também foram considerados na equação 3.75, mas o efeito do trabalho redundante nilo foi considerado. Levando-se cm conta que o p:rrfímetro w-t·*ll: pode ser deten11inado facilmente em cada uma das etapas do processo (um valor paru cada redução. em confom1idade com§ 6.4 ), o cálculo de esforços por redução passa a ser dado pela equação 6. 1. Eq. 6.1 A equação 6.1 é na realidade a equação 3.75 modificada pela introdução do par.imctro +· Para treliladora de passes múltiplos. o arame ou fio é submetido a uma tensão a ré que aumenta o valor da t~nsào de trefilação ( aF) a partir do segundo passe. É preciso considera-se que, em bum a tensão ( ap) cresça devido à tensão a ré, o desgaste da ti eira é reduzido. A redução no desgaste da ferramenta se justifica JlCio incremento da estricção sofrida pelo fio durante a trefilação com tensão nas duas extremidades. 6. 7 Efeito dos Parâmetros de Trefilação Sobre a Microestrutura O correto sequenciameoto das reduções por passe é uma .condição necessária para a produção de tios ou arames sem defeitos. Quando a redução por passe e corretamente especificada (17<15<22%), a deformação é homogênea e todo agregado policristal ino a looga-se uniformemente na dircção do cstiramcmo Figura 6.1 O Defonnaçilo bomog&lea durante a trcfilação. A figura 6.1 O mostra que a estrutura de grilos equiaxiais, antes da redução, é substituida por uma estrumra de grãos alongados produzidos pela trefilação com defomtaçào homogênea. Se a redução por passe é pequena (õ<<l 0%), a defomtaçào não tem profundidade e o alongamento c localizado apenas na supcrl1cic. Após sucessivos passes, os efeitos da não-homogeneidade da dcfonnação são revelados (lig.6. 11 ), trazendo sérios problemas para o produto LTefílado, confonne será discutido na próxima seçào. - ""' ~ ~ j f""' '---- Figura 6.1 1 Delbnnação não-bomogênea durante a tre11lação. 6.8 Tensões Residuais na Trefilaçao Na figura 6. 12-a, vê-se que apenas os grãos da superflcie se alongaram, enquanto que os grãos da região central do fio ou arame pennanecem equiaxiais (sem deformação). Como efeito desta condição de pequenas reduções por passe, o material trefilado apresenta um e.stado complexo de tensão, com tensões trativas no centro e tensões compressivas na superllcie (fig.6.12-b ). Ao final de cada passe, a região que se alongou tende a se contrair e a região que não se alongou tende a se alongar, produzindo o gradiente de tensões. À medida que este gradiente se intensifica, com um incremento a cada passe, a probabilidade de trincamento interno aumenta. A continuidade do processo nesta condição leva o material a quebrar, com uma fratura na fonna de cone c taça, confonne ilustrado na figura 6. 12-c. ~(a) (b) • (c) Figura 6.12 Efeito de passe-s sucessivos com pequenas reduções. Se a redução por passe é excessiva (0>>22%), a não- homogeneidade da defonnaçào também é observada. O estiramento tende a se localizar na região central do fio (fig. 6.1 3-a). Para esta nova condiç.ão de defonnação, o gradiente de tensões se inverte e torna-se trativo na superficie e compressivo na região ceutral (fig. 6.13-b). Após succssi vos passes poderão aparecer trincas externas na forma de Cbcvron, conforme mostrado na figura 6.13-c. ~ (a) (b) (c) Figura 6. 13 Efeito de passes sucessivos com grandes reduções. 6. 9 Tratamentos Térmicos Intermediários Os fios e arames de materiais não-fen-osos ou de aços de baixo c alto carbono podem ser produzidos por trclilação com diferentes níveis de durezas ( encruamento ), dependendo do metal e do número de reduções sofridas ao longo do processo. Algumas vezes, para dar continuidade ao processo, são necessários os tratamentos térmicos intermediários para rcveticr o cncruamcnto (recristalização). reduzindo a tensão de escoamento do material. Dependendo da composição quimica c das características microestruturais material, dois tipos de ciclos térmicos podem ser produzidos. A figura 6. 14 mostra um exemplo de ciclo térmico para recozimento aplicado tanto às ligas não-fenosas quanto aos aços de baixo teor de carbono. T Re< ----,--------, Figur• 6. 14 Tmtamentos para recristalização (recozimento). O tratamento térmic-o consiste do aquecimento do material deformado cm um fomo com ou sem atmosfera protctora (depende do material). O material encruado deve pem1anecer na tempemtura de recristalização durante um certo tempo para o restabelecimento das propriedades mecânicas, anteriores à deformação. Chamamos a atenção para o fato de que, do ponto de vista industrial, é considerada como a temperatura de recristalização aquela na qual o encruamento é completamente revertido num tempo de w1m hom. A figura 6. 1 5 mostra as diferenças microestruturais de um aço ABNT 1018 1·1 nas condições de trefilado (parte superior) e recozido durante uma hora a 750°C (parte iJ1ferior). No estado encruado, os grJos apresentam-se alongados na direçào da deformação e, após o recozimento, eles voltam a assumir a morfologia equiaxial. Pela fonna com a qual estrutura recristalizada se apresenta, pode-se concluir que a deformação produzida durante a trefi laçào não foi homogénea, pelo menos nos últimos passes do processo. Figura 6. l5 Microestrulurns do material encruado e recozido. Isto pode ser justificado pela diferença entre os tamanhos dos grãos recristalizados das partes inferior e superior da figura. Observa-se na parte inferior do material recozido que os grãos são bem menores que os grãos da parte superior. Estes grãos menores, correspondentes â parte externa do arame, constituem-se numa estrutura de subgrãos, oriundos da recristaJização numa região excessivamente defonnada. Quando a defonnação é mais homogénea esta diferença entre o tamanho dos griios recristalizados não ex iste. Uma das propriedades mecânicas que melhor caracteriza a trefilabilidade de um aço de alto carbono é a cstricção. Quando esta propriedade assume valores em tomo de 70% JXlde-se reduzir o diâmetro de um arame em até 55-60%. sem a necessidade de tratamentos térmicos intemtediários. Se aplicássemos o ciclo térmico mostrado na figura 6. I 4 a um aço de alto carbono defonnado, a recristalização seri.a acompanhada de modificações microcstruturais produzidas pela difusão de carbono. A estrutura perlitica, anteriormente tina, passaria por um processo de transfonnaçilo. Com a difitsão ativada, as lamelas seriam engrossadas, reduzindo si!,'llificativamente a estricçào do material. Isto se justifica pelo fato da recristali7.aç1ío ocorrer numa tàixa de temperatura que corresponde ao domínio da perlita grossa no diagrama TIT. Para evita-se este problema, o ciclo ténnico recomendado para aços de a I to carbono esià mostrado na figura 6. I 6. TAusL ·----,----, TPatcn -- ----------..L-------, Figura 6. I 6 Tratamentos para recristalizaç,io (patenteamento). Um aço de alto carbono deve, portanto, ser recozido no domínio austenítico e, depois de recristalizado, ser resfriado bruscamente e decomposto isotermicamente na temperatura do meio (banho) para que a austcnita mctaestávcl se decomponha cm perlita tina. Desta forma serão mantidas a ductilidade e a estricção do aço. O ciclo térmico da figura 6.16 é denominado patenteamento e o meio isotérmico que se usa para decomposição da austenita é um banho de chumbo. 6.10 Perspectivas Futuras do Processo de Trefilação O processo de trelilaçào toma-se muito dispendioso devido ao desgaste excessivo das fieiras, principalmente, quando altas velocidades são empreendidas. Por mais eficaz que seja o lubri ti cante, em altas velocidades, o atrito interno e externo produzem um calor excessivo que diminui a eficácia da lubrificação, aumentando significativamente o desgaste da fieira. O desgasteprematuro só e evitado se a velocidade de trefilaçào for redu7.ida. Para compensar este problema e não comprometer a produtividade do processo, vem sendo desenvolvida uma nova tecnologia, na qual o porta ferramentas da tretiladora é substituído por um cassete. Este cassete é na realidade um conjunto de rolos conformadores de altíssima precis.1o (fig. 6. I 7), possibilitando que a redução de diâmetro seja feita como no processo de laminação, mas sem a geração dos frisos laterais, característicos dos laminados não planos de diâmetros inferiores a 5,5 mm. Figura 6.17 Conjunto de rolos conformadores de altíssima precisão. Exercícios propostos 1· Qual procedimento deve ser adotado para se detcnninar o ângulo ideal de uma 1\eira? 2- Um detenninado material foi trefilado em sucessivos passes in feriores a 1%. Depois da redução de 30% de sua área, verillcou-se que o material aprescmava um trincamento interno ao longo de toda sua extens.'\o. Que providências devem ser tomadas para se evitar que tal defeito venha a ocorrer? 3· Que tipo de problema poderia oconer se o material da questão anterior fosse trefi lado 60%, em dois passes de 30%? 4- Descreva como pode ser avaliado o trabalho redundante em um processo de trefilação. 5· Um determinado material foi estirado 30% por trefilação. Para que esta defonnação fosse atingida foi necessária uma tensão de 2500 Jv!Pa. Com este mesmo níwl de tensão, seria possível estirar o referido material em 45 % por tração uniax ial. Considerdndo-se em ambos os casos que a deformação é homogêne.a. despreze o atrito na fieira e estime o trabalho Jcdundantc na trcfilação. 6- Qual a vantagem do processo de trefílação de tubos com plug flutuante em relação ao processo com plug fixo? E a desvantagem? 7· Por que o trabaU1o devido ao atrito (Ur) diminui c o trabalho redunilimte (UR) aumenta com o aumento do ângulo (a)da fieira? R- Um detenninado material foi estirado 25% por trefilação. Para que esta deformação fosse atingida foi necessária wna tensão de 1250 MPa. Com este mesmo nivel de tensão, seria possível estirar o referido material cm 50 % por tração uniaxial. Considerando-se que curva tensão deformação, em traçào uniaxiaJ, tem um comportamento linear dado por <r = 1000 + Se, despreze o atrito na fieira e calcule o trabalho redundante na trefilação 9- Justifique o comportamento das curvas no diagrama abaixo. ll = 16"' Rcd11çào por trolilnçào lO-Tomando como referência a equação 3.74trace o gráfico de uma curva da razão entre a tensão de estiramento e a tensão uniaxiiil verws redução para B=O, I e 2,0. l i· Determine a taxa de deformação média num processo de trefilação. Referências Bibliográficas GEORGE E. DIETER- Metalurgia mecânica Ed. Guanabara dois, 1982. ~1. IIELMAN. P. R. CETLIN - fundamcmos da conformação mecânica dos mc1.1is Ed. Guanabara dois, 1986. J. M. MllYERS, K. K. CHA WLA - Princípios da meta lurgia mecânica Ed. Edgard lllucher, I 9~2. METALS IIANDBOOK - Fonning and Forging, Vol. 14: ASM 9'h edilion, 1996. METALS IIANDBOOK- Mechanical Testing, Vol. 8; ASM 9"' edition, 1996. HTIP/1\VWW.CJMM.COM.BRimaterialdidatico ..... Conformação + Trefilação HITP:I/OCW.MJT.EOU/OcwWeb/Mechanicai-Enginccring/ indcx.h101 ..... Plastic Dcformatiou. ~letais Formiug 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97
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