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Estudos-Multiculturais-MT-PF

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Estudos Multiculturais – Prova Intermediária
- Homem é um ser racional, coletivo, egóico e intuitiva
	- Racional: Criar significado 
	- Duplicar: Criar uma representação em relação a um objeto.
- Homo Sapiens Demens – Morin (sociólogo)
 - Homem louco porque pensa, uma vez que duplica as coisas
- Estudos Culturais surgem no pós moderno, para entender o sujeito nesse ambiente extremamente complexo. 
* Irving Howe: Ocorreram rupturas no século passado que alteram nossa percepção e a forma como vivemos:
- Crise dos Metarrelatos: a sociedade não tem um estado para dirigir o mundo, não tem grandes discursos aceitos por todos (como por exemplo a Igreja Católica na idade média). 
- Mídia se torna uma das principais formadoras de opinião e de cultura
- Fragmentação Social: muitos grupos sociais geram dificuldade do indivíduo se definir precisamente.
	
* Syla Benhabib: Estamos em uma crise da episteme representacional (ou seja, crise da teoria do pensamento.
- Crise do Sujeito: acaba o Expectador Cartesiano, aquele que podia tudo. Hoje não sabemos quem é o pensador e quem é o expectador
- Crise da Epsteme da Dominação: hoje temos uma certa inércia, não temos um inimigo declarado contra quem todos se unem para lutar 
- Conceito de Cultura:
- Clássico: Litero Moral (pré definida), Herudita (livros, música clássica, filosofia, artes...)
- Pós Moderno: Tudo o que o homem produz é cultura. Composta por gramáticas e narrativas
- Questões e Deslocamentos: Surgem depois da 2a Guerra Mundial. Pessoas começam a questionar o estado do mundo.
* Preocupações dos Estudos Culturais: produtos da cultura popular e da mídia. Trabalho focado no qualitativo (valores e sentidos). 
- Gramática: Como as pessoas se expressam. A organização articulada de percepções, reflexões e experiências. Pode ser harmônica (como na Suíça por exemplo) ou não. É uma tentativa de estabelecer um entendimento, por isso gramáticas muito distintas tendem a uma segregação. Dentro da Gramática, temos a narrativa.
- Narrativa: forma como cada um expressa sua gramática. História que as culturas contam sobre suas próprias práticas e crenças. Logo, a gramática sobrepõe a Narrativa
- Hegemonia: Conquista do consentimento. Hoje estamos em transição. Ainda não conseguimos criar um entendimento claro, não chegamos a um consentimento coletivo – Luta gramatical. É muito difícil chegar ao consentimento, quando vivemos em uma sociedade na qual cada um quer expor sua opinião. Tudo o que legitimava a gramática moderna está sendo questionado, gerando um conflito entre os conservadores e pós modernos ou contemporâneos.
- O sujeito compõe sua trajetória colocando-se no centro e nas bordas das estruturas sociais. 
- Centro: modalidades estruturais que aparecem como legitimadoras de sentido. Aqueles que ditam o sentido, o que devemos fazer, o que é bom. 
- Bordas: o que aparece como sentido à margem e se desloca para compor o centro. São os que tem padrões distintos aquilo que o centro impõe(por exemplo os índios, que tem sua própria gramática. Eles estão nas bordas da sociedade, são minorias mas tem seu próprio centro interno. Eles tentam resistir ao centro imposto pela sociedade).
- Dependendo do seu ponto de referencia, a borda pode ser o centro e o centro pode ser a borda. É tudo uma questão de perspectiva e do ponto do qual focalizamos (Algumas bordas sabem que são bordas).
- O que define uma cultura é sua gramática. Ela é indissociável da ideia de um campo normativo (conjunto de regras – como as coisas funcionam). 
	- Solfista: “Cultura é criação humana”
	- Inatista: “Cultura é um conjunto de regras criado por Deus”- Islã
- Cultura (Antropologia)
* Edward Tylor: “um todo complexo que inclui um fenômeno natural e diversidade cultural” – Cria representação que da um sentido de identidade. A questão de ser um fenômeno natural não é 100% correta, pois não seria necessário convivência social para existir cultura
* Clifford Geertz: “uma teia de significados tecida pelo homem” - o homem da sentido a todas as informações que recebem, e isso orienta a existência humana
Levantamento etnográfico: leitura densa sobre o que temos a nossa volta.
- Darwin: teoria da evolução, só os mais fortes sobrevivem. Podemos levar isso para cultura: só as culturas mais fortes se perpetuam, formando civilizações.
- Hibridização e Multiculturalismo: Mescla de cultura pode ser por Apropriação (adapta a cultura de outros) ou por Imitação. Ela pode ocorrer através de:
	- Artefatos (objetos de outras culturas que nos inspiram)
	- Apropriação 
	- Empréstimo Cultural
	- Aculturação: imposição de uma gramática “superior”
- Multiculturalismo no Brasil: tem 3 matrizes: Negro, Índio e Branco. No entanto, as elites destruíram a gramática dos negros e índios. A gramática branca se sobrepões sobre as outras.
- Fabricação Cultural: É algo imposto – sou obrigado a me tornar aquilo que a cultura espera
- Fabricação Cultural Particular: a pessoa precisa se adaptar, se integrar.
- Correção: você “corrige” seus valores para se adaptar a uma nova cultura 
- Raça
- Biologicamente temos todos a mesma origem (África), o que diferencia uma “raça” da outra é a cultura, a gramática. A raça é algo que é usado para legitimar uma cultura ou uma gramática. O problema é quando se apoderam politicamente do termo “raça” para dominar uma que é considerada “inferior”. 
- Raça é uma construção ideológica, para fins políticos e econômicos.
- Racismo em si não é preconceito. São realidades que não se integram. Mas o sentido pejorativo de racismo é um conjunto de comportamentos egoístas, agressivos e violentos. Um sentimento de repulsa automática
- Moore: Diz que sexismo é um fenômeno anti mulher e que racismo é um fenômeno anti negro. 
- Na teoria, o negro se manifestar contra brancos não entra como racismo, pois é uma minoria que age contra a hegemonia como forma de defesa. O ódio vem em função de fatos históricos. 
- Gênero 
- Concepção clássica: Relação binária entre homem e mulher – não tem nenhuma outra opção. 
- Toda a discussão sobre gênero vem do movimento feminista e crise dos metarrelatos(abriu espaço para termos essas discussão). O gênero é biológico, mas a partir desse movimento, surge a ideia de poder explorar o corpo da forma que quiser.
- A narrativa hoje tenta explorar todas as possibilidades do ser humano. Tenta encontrar ou dar significado através da cultura.
- Estamos em um momento de quebrar as instituições estabelecidas, pois está ocorrendo uma guerra entre narrativas, como o retorno do conservadorismo. Essa discussão assusta porque mexe com os costumes, ameaça a organização conhecida.
* Identidade de Gênero: “Cabeça” – o que você acha que é 
*Orientação Sexual: “Coração”- o que você gosta
* Sexo Biológico: “Órgão”- macho ou fêmea
- Laerte: Representação de um indivíduo que representa uma soma de procuras neste sentido
PÓS MT
- Alteridade: Quando reconheço o outro em toda sua diferença. É a aceitação de ambas as partes, método de escuta inconsciente do não idêntico. Alteridade foge um pouco da gramática, porque existe questionamento, resistência (na identidade, suas respostas são as esperadas pela gramática)
- Três modalidades de relação com a Alteridade
1. O Pai Primeiro: negação da alteridade. Pai como um totem, não há limite ou controle sobre os desejos
2. O Assassinato do Pai: Relação de tradução, deciframento. Aprendemos que temos que conter essa liberdade, por isso eliminamos o pai
3. Relação com o Pai Morto: Começa um jogo de cultura, começam novos relacionamento. Ao mesmo tempo o sujeito fica amarrado, pois não pode mais tudo
 Ressurgimento do discurso fascista surge talvez pelo medo dessa alteridade absoluta, do meu “eu” que está no ID (junto com a crise dos metarrelatos e crise da gramática). Alteridade fica sendo um sonho. O nosso esforço é para chegar nela, mas acabamos caindo na identidade
- Identidade: Buscamos outros com semelhança ao nosso “eu”. A partir disso julgamos o outropara chegar em um resultado: se aproximar (geralmente quando temos identidades semelhantes) ou deixar de lado. 
- É o conjunto de características que nos tornam únicos, define quem somos
	- Identidade para Hall
- Sujeito Iluminista: Ele é o centro, por ter como base a ciência, a racionalidade. Ele tem controle sobre si mesmo e sobre tudo o que é externo. O racionalismo ideal, o “eu” é inato, nasce com ele. Um projeto (Estado) impõe seus valores, costumes.
- Sujeito Sociológico: o “eu” não é mais inato, ele surge a partir da cultura, das relações (“a cultura nos costura”). A gramática força sua escolha e dependendo das oportunidades o sujeito escolhe ou não. Aqui já é mais complexo identificar o centro e a borda, mas ainda tem uma noção de ordem social/ um centramento.
- Sujeito Pós Moderno: É o sujeito individualista, narcisista, materialista que se preocupa em ter e não ser, apático (indiferente, que não se coloca na causa do outro) e vive a crise dos metarrelatos. O sujeito não é mais central, a gramática nos ajuda a ser quem somos, mas o sujeito é líquido
-Fragmentado – não tem mais algo concreto, tudo é questionado. Forças nos puxam a fazer coisas que “preferíamos não fazer”, e perdemos o controle sobre o que fazemos. A partir dos questionamentos vamos nos modelando ao lonco do tempo, nos construindo dadas as possibilidades do “eu”.
	
- Identidade Pós Moderna (Sodré): Pós moderno, culturalizamos os termos, mas o sentido continua lá. Exemplos são raça se torna etnia, sexo se torna gênero, etc. Tentamos redefinir o sentido das palavras, culturalizamos o vocabulário questionando o modernismo reconfigurando papéis e identidade. Mesmo assim a sociedade hoje passa por um processo de conservadorismo.
- Ilusão pós moderna: temos afetos constituídos, afetos com aquilo com o que nos identificamos, e vamos a uma defesa narcísica da identidade, podendo levar até a violência.
- Hoje existem os operadores de circulação: a indústria da comunicação opera (cria um padrão) o imaginário para formar uma identidade
- Machado de Assis e a Identidade: Ele conta em seus livros sua própria história, como ele pensou o Brasil e como ele pensa em sua própria identidade. Ele acredita que não há razão na existência, que somos filhos do acaso e que toda finalidade posta na própria existência é uma ilusão – visão negativista/pessimista
- Feminismo
A mulher tem uma história de exclusão, invisibilidade, opressão e exploração. Mas ao mesmo tempo uma história de resistência para eliminar os preconceitos e discriminações e também garantir direitos iguais. 
O feminismo é um movimento inclusivo, não um discurso ressentido. Não é uma guerra pela supremacia da identidade feminina, mas pelo fim das identidades rigorosas (das gramáticas rigorosas). Não é só pela mulher, até porque hoje homens podem se tornar mulher, é pela possibilidade de haver política sem que seja necessário a constituição de uma identidade fixa para que essa política se legitime.
Feministas são mulheres que lutam pela igualdade de direitos e tomam essa luta para si (radicais admitem que o homem não pode ser Chimamanda discorda, diz que qualquer um pode ser feminista, faz desconstrução da masculinização.)
Machismo é a estrutura histórica formada, e se manifesta em todas as instituições
Atualmente, Judith Butler é uma figura importante na questão feminista e também de gênero. Ela é uma figura contemporânea.
Outros exemplos de figuras importantes são:
	- Christiane de Pisan: primeira a tratar a igualdade entre os sexos
	- Louise Labé: Direito da educação e escolha do parceiro
	- Mary de Gournay: Busca a causa da desigualdade e inferiorização
	- Emma Goldman: direito de voto e igualdade civil
- Simone de Beauvoir: Maior figura do feminismo (filósofa existencialista)
- Betty Friedan: “o pior inimigo da mulher é a dedicação a algo fora (família, trabalho, etc) e esquece de si própria
- Índio: identidade e resistência. 
	- ATL: Acampamento Terra Livre é uma mobilização protecionista aos indígenas.
		
Bartleby: o narrador representa uma gramática, mas ele é diferente. O Bartleby traz uma narrativa estranha, gerando uma batalha. O narrador é a típica gramática moderna, ele busca segurança, controle e o comportamento do Bartleby (prefiro não fazê-lo) quebra o elo da suposta lógica da gramática moderna. Isso o deixa inquieto, ele tenta entender o Bartleby até certo ponto, quando ele se afasta da situação (até se mudando de escritório e deixando Bartleby lá).
Bartleby é alteridade, ele quebra as gramáticas , o que é esperado dele. De alguma forma, Bartleby não faz sentido

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